Reciclagem de plástico PET
A ORIGEM DO PLÁSTICO
O plástico surge no início do século XX e, aos poucos, conquista seu espaço na indústria como o material mais utilizado pelos fabricantes mundo afora. Seu baixo preço e versatilidade contribuíram para o aumento de sua popularidade. A fácil acessibilidade do plástico provocou mudanças tanto no estilo de vida das pessoas quanto na forma de consumir, e se tornou um símbolo da sociedade de consumo descartável.
Material proveniente do petróleo, o plástico é uma solução econômica, mas não ecológica. É um material de baixo custo, com estabilidade molecular e durabilidade. Essa estabilidade lhe confere resistência a diversos tipos de degradação (por luz, agentes químicos ou microrganismos). Por conta da resistência e durabilidade, ele representa uma ameaça ao meio ambiente, especialmente se o seu descarte for feito de maneira incorreta.
As sacolas plásticas de mercado são feitas de polietileno, presente também em embalagens de shampoo e condicionador, por exemplo, e podem demorar em média 400 anos para se decompor. O pior é que esse cálculo é uma estimativa, não um fato. Ainda não temos certeza de que o plástico tenha essa expectativa de vida, pois o primeiro plástico produzido na história da humanidade, lá no século XX, ainda não se decompôs.
O consumo atual de descartáveis guarda relação estreita com o formato de desenvolvimento adotado nos últimos tempos. O crescimento do uso dessa matéria-prima e as consequências que ela trouxe para o nosso planeta precisam ser avaliadas para que tracemos uma nova rota. Unir a reciclagem a políticas e campanhas de reeducação, redução do consumo de descartáveis, reutilização e utilização de reciclados… É urgente atingir um desenvolvimento auto-sustentado – modelo de desenvolvimento sócio-econômico que não agrida o equilíbrio ecológico.
PLÁSTICO NO BRASIL
O Brasil produz, anualmente, 11.355.220 milhões de toneladas de lixo plástico por ano, de acordo com um relatório da WWF (relatório “Solucionar a Poluição Plástica – Transparência e Responsabilização, 2018). E apenas 1,28% dessa montanha de plástico é reciclada.
Dessa forma, um brasileiro produz mais de 1kg de lixo plástico por semana, que em sua grande maioria acaba sendo destinado a aterros sanitários. Além disso, 2,4 milhões de toneladas de plástico são descartados de maneira irregular.
Chegamos a um nível de “dependência” onde simplesmente a opção de não utilizar essa matéria prima implicaria no aumento do volume e peso do lixo. Por consequência, aumentaria o custo de coleta e tratamento desses resíduos, além de aumentar em área a dimensão desse lixo – de forma que não estamos preparados para lidar.
O PLÁSTICO PET
O plástico PET (polietileno tereftalato) tem características distintas em relação ao plástico comum. Ele foi desenvolvido em meados da década de 1940 por dois químicos britânicos, Rex Whinfield e James Dickson. A ideia era criar um material versátil e durável que pudesse substituir o vidro em algumas aplicações. No entanto, sua produção em larga escala só ocorreu nas décadas seguintes, quando foram identificadas suas propriedades ideais para embalagens e recipientes, especialmente na indústria de bebidas.
A principal diferença entre o Plástico PET e Plástico Comum é a estrutura molecular. O PET é um polímero semicristalino, o que lhe confere maior resistência mecânica, transparência e capacidade de suportar temperaturas mais elevadas. Além disso, o plástico PET é praticamente impermeável, evitando a contaminação cruzada. Em contrapartida, o plástico comum é mais suscetível a deformações e liberação de substâncias tóxicas.
Contudo, é essencial a gestão adequada do plástico PET para a sustentabilidade ambiental. Quando descartado de maneira inadequada, esse material também pode levar centenas de anos para se decompor, causando danos significativos à fauna e à flora. A reintegração do PET na cadeia produtiva por meio da coleta seletiva e reciclagem é fundamental para minimizar sua presença em aterros sanitários e oceanos. Além disso, a reciclagem do plástico PET consome menos energia e recursos naturais do que a produção de plástico virgem, contribuindo para a redução do impacto ambiental.
Optar por produtos fabricados com matéria-prima reciclada, especialmente plástico PET, é uma escolha sustentável com múltiplos benefícios. Ao adquirir esses produtos, os consumidores apoiam indiretamente a indústria da reciclagem, incentivando a demanda por materiais reciclados. Além disso, ao utilizar produtos com plástico PET reciclado, reduz-se a necessidade de produzir novos plásticos a partir de recursos fósseis, o que implica em menor consumo de energia e menor emissão de gases de efeito estufa.
RECICLAGEM DE PLÁSTICO PET
Reciclar o plástico PET é uma prática essencial para promover a sustentabilidade, a conservação dos recursos naturais e a redução do impacto ambiental causado pelo descarte inadequado dessa matéria-prima.
Cada vez mais os governos e as empresas estão reconhecendo a importância dessa prática e trabalhando juntos para aumentar a taxa de reciclagem e maximizar seus benefícios. Além das vantagens que reciclar traz para o meio ambiente, reciclar também é vantajoso para a economia e para toda a sociedade – afinal, não existe planeta B.
Felizmente, segundo a Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet), entidade sem fins lucrativos que envolve toda a cadeia produtiva do setor, o Brasil é um dos líderes mundiais na reciclagem. Por volta de 55% das garrafas PET são recicladas – sabemos que o número ainda é pequeno, por isso seguimos na luta para que ele aumente.
Algumas das vantagens de reciclar o PET:
- Redução do impacto ambiental: Ao reciclar PET, evita-se a necessidade de produzir novas resinas de plástico a partir de petróleo, sua matéria-prima. Também reduz o consumo de matérias-primas virgens e, consequentemente, a exploração de recursos naturais.
- Economia de energia: A reciclagem de plástico PET requer menos energia do que a produção de plástico virgem. A economia de energia resultante pode ajudar a reduzir a emissão de gases de efeito estufa e contribuir para a luta contra as mudanças climáticas.
- Redução de resíduos: O plástico PET é um dos principais componentes de resíduos sólidos urbanos e, infelizmente, muitas vezes acaba em aterros sanitários ou no ambiente natural. A reciclagem desse material reduz a quantidade de resíduos e ajuda a evitar a poluição do solo, água e ar.
- Estímulo à economia circular: A reciclagem de plástico PET faz parte do conceito de economia circular, em que os materiais são reutilizados e reciclados, em vez de serem descartados após o uso. Isso cria empregos em várias etapas da cadeia de reciclagem, desde a coleta até o processamento.
- Criação de empregos verdes: A indústria de reciclagem, incluindo a reciclagem de plástico PET, pode gerar empregos locais e sustentáveis. Esses empregos muitas vezes envolvem atividades relacionadas à coleta, classificação, processamento e fabricação de produtos reciclados.
- Conservação da vida marinha: O plástico PET é frequentemente encontrado em oceanos e mares, prejudicando a vida marinha. Reciclar PET pode ajudar a reduzir a quantidade de plástico que entra nos ecossistemas marinhos e, assim, proteger a vida aquática.
- Estímulo à inovação: A demanda por materiais reciclados pode estimular a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias mais avançadas de reciclagem, ajudando a melhorar a eficiência do processo e a qualidade dos materiais reciclados.
- Redução da pegada de carbono: Ao substituir a produção de plástico virgem pela reciclagem de PET, a quantidade de dióxido de carbono liberada na atmosfera é reduzida. Isso contribui para mitigar o aquecimento global e as mudanças climáticas.
A partir da necessidade de repensarmos nosso consumo e o destino dos nossos resíduos, somados à propriedade dos plásticos de se modelar e adquirir “formas sensíveis”, a Universo desenvolveu uma linha de luminárias com plástico PET reciclado.
Apoiando-se na tecnologia e inovação para garantir um desenvolvimento auto-sustentado, através do design e do processo produtivo, buscamos criar produtos para a vida toda. E o plástico PET reciclado é um material com o qual conseguimos translucidez nas cúpulas das luminárias, permitindo a geração de luz difusa. Da busca pela matéria prima correta até o descarte, garantimos a logística reversa dos produtos para garantir que a peça tenha um destino correto pós-consumo.
Escrito por Helena Vargas Cabeda