“Um sonoro vai à m#*%@.” Esta foi a recomendação deixada por José Saramago para encerrar o último livro de sua vida. Seria proferida por uma mulher para seu marido, ao saber que ele continuaria na fábrica de armas em troca de um aumento de salário, apesar da recém-conquistada consciência de que seu trabalho administrativo miúdo também contribuía para conflitos e mortes ao redor do mundo. O escritor não teve tempo de concluir “Alabardas, alabardas, espingardas, espingardas”, mas deixou no caderno de notas todo o projeto do livro, com a marcação dos capítulos, descrição dos personagens e a frase que concluiria a sua obra, a única em português premiada com o Nobel.
Viúva de Saramago conta a história por trás do xingamento que deveria encerrar livro não finalizado
Viúva Pilar del Río fala sobre cotidiano e encontros do escritor cujo centenário será comemorado em novembro
Por Helena Celestino — Para o Valor, do Rio