A famosa e misteriosa Esfinge de Gizé

A Esfinge e as grandes Pirâmides – Quéops, Quéfren e Miquerinos – foram construídas no planalto de Gizé a cerca de 20 quilómetros do Cairo.

A esfinge é um monólito (um grande bloco único de rocha exposto no terreno, homogéneo e sem fraturas) ou seja uma estátua esculpida num afloramento de rocha natural, num único bloco de pedra calcária medindo cerca de 73 metros de comprimento, 19 metros de largura e 20 metros de altura, sendo a maior e mais antiga escultura monumental deste género, remontando à época do antigo Egito – IV dinastia – datada de aproximadamente 2500 a. C. É uma imponente escultura dotada de cabeça humana e corpo de leão, que de acordo com os antigos egípcios reunia numa mesma figura a inteligência e a força.

Apesar das controvérsias e mistérios em redor da fantástica Esfinge de Gizé, o que é efetivamente verdade é que a imponente escultura, representa um dos monumentos mais extraordinários e emblemáticos não apenas no Egito, mas no mundo inteiro.

Considerada a guardiã do planalto de Gizé, a esfinge tem um corpo alongado de leão até ao pescoço com patas ou pernas estendidas e uma cabeça com um rosto carnudo e toucado real típico do antigo Egito (geralmente considerado como uma representação do rosto do faraó Quéfren).

AS VÁRIAS PARTES DA ESFINGE

Apesar da esfinge ser feita de um único bloco de pedra, o corpo do leão até ao pescoço é formado por camadas de rocha menos resistente, tendo sofrido os efeitos da erosão devido ao vento e à areia (apesar de ter passado grande parte de sua história soterrado). A parte mais baixa do corpo, incluindo as pernas, pertence a uma zona mais sólida da rocha, tendo as patas sido construídas com tijolos. A camada em que a cabeça foi esculpida é muito mais dura, encontrando-se num melhor estado de conservação, no entanto quase nada resta da serpente que ficava na testa e da barba postiça estilizada, que representavam símbolos da realeza egípcia. Estima-se que o seu nariz, antes de ser destruído, mediria 1,70 metros.

ESFINGE DE GIZÉ – UM INTRINCADO MISTÉRIO

Se acreditarmos que o termo esfinge significa “imagem viva” então ela poderia atuar como um guardião da Península de Gizé, representando a força do Faraó. No imaginário dos antigos egípcios, a imagem de uma esfinge significava poder e sabedoria e servia como uma proteção para as pirâmides.

O famoso monumento da esfinge de Gizé é um dos grandes mistérios de todos os tempos, tendo intrigado pesquisadores, curiosos, especialistas e arqueólogos ao longo de vários séculos, gerando inúmeras teorias a seu respeito (a época da sua construção, a perda do nariz, a sua barba, quem representa …)

ÉPOCA DE CONSTRUÇÃO

Acredita-se que foi criada por volta do ano 2.500 a.C. (significando na era atual 4500 anos de existência) como parte do complexo funerário de Quéfren e teria como objetivo ser o guardião que protegeria os túmulos…

A PERDA DO NARIZ E DA BARBA

Embora seja frequentemente afirmado que o nariz da esfinge foi baleado pelos mamelucos, otomanos ou pelo exército francês de Napoleão, a versão mais aceite por historiadores é a de que, entre os séculos XVI e XVII, cristãos coptas (egípcios que abraçaram o cristianismo) ou… ainda otomanos tenham retirado essa parte da esfinge, mas não por acaso. Na época era frequente a mutilação de estátuas como forma de simbolicamente tirar a honra a uma pessoa.

Originalmente também tinha uma barba postiça estilizada, símbolo da realeza, mas que também caiu.

QUEM REPRESENTA?

Há várias teorias que envolvem este monumento: uma afirma que ela pertence a Quéops (devido a uma placa de granito no Museu Egípcio), a outra ao faraó Quéfren da IV Dinastia e ainda uma outra que afirma que representa a forma divina de um deus.

Pensa-se que a famosa esfinge de Gizé tenha sido, provavelmente, mandada construir pelo faraó Quéfren (o mesmo construtor da grande pirâmide de Gizé). O rosto do monumento é geralmente considerado como uma representação do rosto do faraó.

A visão mantida pela egiptologia moderna em geral continua a ser a de que a Grande Esfinge foi construída aproximadamente em 2 500 a.C. para Quéfren.

Este monumento só foi completamente escavado entre 1925 e 1936. Nesse período, engenheiros do governo egípcio repararam a cabeça da esfinge, pois parte dela havia caído devido a erosão que, também, criou rachaduras no seu pescoço.

Apesar do trabalho feito ao longo dos tempos, nas várias escavações arqueológicas no Egito, muito mais faltará ainda descobrir sobre esta civilização!

Posto tudo isto falta mencionar que independentemente do que esteve na mente dos Deuses ou Faraós, é fabuloso poder pertencer àqueles que têm a primazia de poder gozar momentos junto de algo que conseguiu subsistir 4500 anos num estado de conservação bastante razoável. É mais um dos locais do mundo em que todos os que por lá passam querem ficar com uma recordação de algo único !