Comportamento

Por Por Izabel Gimenez


Conheça mais sobre o gerbil, um pequeno roedor — Foto: Canva/ CreativeCommons
Conheça mais sobre o gerbil, um pequeno roedor — Foto: Canva/ CreativeCommons

Existem pets já tradicionais na casa dos brasileiros - os cachorros, gatos e peixes, por exemplo. Porém há diversos outros animais que podem fazer parte da nossa família e trazer ainda mais amor para o nosso lar. O Esquilo da Mongólia, também conhecido como Gerbil, é uma ótima opção para apartamentos menores.

Mesmo silenciosos, eles são extramemente sociáveis, não costumam morder e adoram companhia - seja dos seus tutores ou de bichos da mesma espécie. De acordo com José Mouriño, médico-veterinário especializado em animais selvagens, por adorarem viver em bando, é interessante pensar em adotar mais de um. Porém, atenção: o gerbil costuma se reproduzir rapidamente e, para evitar o acasalamento, recomenda-se buscar por um par do mesmo sexo. Dessa forma, ambos têm companhia sem risco de ninhadas.

Alimentação

O esquilo da mongólia não é confundido com o hamster à toa. Além da aparência, ambos possuem necessidades parecidas, como, por exemplo, a alimentação. “Algumas dietas comerciais extrusadas são para ambas as espécies. As frutas devem ser evitadas pelo alto teor de açúcar. Contudo, opções como blueberry e cranberry têm sido indicadas por trazerem benefícios, desde que ofertadas em pouca quantidade e em dias alternados”, indica Dr. José.

Estes roedores costumam se alimentar de folhas — Foto: Canva/ CreativeCommons
Estes roedores costumam se alimentar de folhas — Foto: Canva/ CreativeCommons

O especialista ainda sugere que tutores disponibilizem legumes, raízes e folhas para realizar enriquecimento ambiental nutricional. Inhame, couve, espinafre, brócolis, erva cidreira e camomila também entram na lista, assim como a cenoura, que deve estar presente no cardápio uma ou duas vezes na semana. Quanto à ração, a quantidade varia entre 10 a 12 gramas por dia.

Gaiola

A espécie costuma ser formada por grandes exploradores, porém, pesando em torno de 58 g e medindo cerca de 11 cm, passeios em casa podem ser extremamente perigosos. Por isso, a melhor opção será sempre investir em gaiolas que ofereçam tudo que o animal precisa para se manter bem e saudável. “Ela deve ser grande para que eles possam se exercitar e com os andares altos o suficiente para que fiquem ‘em pé’, já que os gerbils gostam bastante de se apoiar nos membros posteriores para observar os arredores”, afirma Erika van Tol, médica-veterinária clínica de pequenos animais.

Na hora de escolher a nova “casa” do pet, é preciso tomar cuidado com a distância entre as grades no “chão”, isso porque, dependendo do tamanho do vão, a locomoção do animal pode ser dificultada e, inclusive, causar acidentes. “Recomendamos que a base da gaiola seja uma caixa plástica que permita a colocação do substrato, como a maravalha ou granulado para roedores. Essa forragem deve ter uma altura mínima de 5 centímetros para permitir que ele realize uma das suas atividades favoritas: cavar e esconder seu alimento, ou procurá-lo quando você esconde em pontos diferentes da gaiola para estimular a brincadeira.”

O ideal é mantê-la em um ambiente que não receba luz solar direta, correntes de ar e seja afastado de lugares muito movimentados ou barulhentos, como próximo à TV ou a caixas de som. Estes roedores têm capacidade de audição muito elevada e as vibrações podem facilmente estressá-los. Neste sentido, lares que já possuem outros pets devem se atentar a proteger o máximo a segurança do bicho, evitando deixá-los expostos aos predadores.

Enriquecimento ambiental

O enriquecimento ambiental, tão conhecido entre os tutores de cães e gatos, também pode ser aplicado para os pequenos. Ainda que vivam na gaiola, a lógica de promover o contato com estímulos que desenvolvam suas habilidades naturais deve ser aplicada a todos os bichos. Dr. José sugere procurar por gaiolas maiores, bolas ou rodas de corrida, túneis ou promover desafios ofertando alimentos dentro de cascas de coco, caixas de madeira ou papelão, sempre com supervisão para evitar a ingestão dos materiais.

Propor desafios e atividades para os animais é uma forma de realizar o enriquecimento ambiental — Foto: Canva/ CreativeCommons
Propor desafios e atividades para os animais é uma forma de realizar o enriquecimento ambiental — Foto: Canva/ CreativeCommons

Dra. Erika acrescenta que, por serem bastante ativos, a falta de atividade no dia a dia destes animais pode entediá-los e causar problemas de saúde, como lambedura intensa e sobrepeso. “É importante dedicar uma parte da rotina para interagir com seu gerbil, esconder pela gaiola os petiscos que ele mais gosta para que exercite o faro e cave atrás da sua recompensa é uma ótima forma de mantê-los distraídos”.

Cuidados específicos

Assim como qualquer roedor, os dentes do gerbil crescem a vida toda. Para evitar o crescimento excessivo, o tutor pode oferecer estímulos que ajudem a desgastá-los de forma natural. É importante procurar por brinquedos e alimentos próprios para a espécie, pois, se o desgaste for feito de maneira incorreta, o bicho poderá apresentar problemas dentários graves.

“Hoje, nos petshops, é possível encontrar diversas opções que aceleram este processo e também servem como forma de mantê-los entretidos. A utilização de rolos de papel toalha e papel higiênico que temos em casa também são ótimas opções, além de vegetais naturais, como folhas e galhos de árvores frutíferas, como bananeira, goiabeira e amoreira”, lista Dra. Erika.

No caso das unhas e do banho com água, o melhor é deixar para os médico-veterinários, pois o manejo equivocado pode causar sérios problemas. Duas vezes por semana, o tutor pode disponibilizar pó de banho na própria gaiola do animal para que ele realize a auto-higienização.

Se bem cuidados e com atenção durante o manejo, os pets podem viver por até quatro anos. “Eles costumam ser resistentes e as doenças mais comuns estão relacionadas ao envelhecimento, principalmente tumores. Problemas nutricionais, dentários e de parasitas intestinais não são raros, mas com o acompanhamento médico os cuidados são mais simples”, tranquiliza Dr. José.

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