Comportamento

Por Por Yara Guerra


O Pantanal é a maior planície de inundação contínua do Planeta Terra — Foto: ( Filipefrazao/ Wikimedia Commons)
O Pantanal é a maior planície de inundação contínua do Planeta Terra — Foto: ( Filipefrazao/ Wikimedia Commons)

Localizado no Centro-Oeste do Brasil (sul do Mato Grosso e noroeste do Mato Grosso do Sul), no Paraguai e na Bolívia, o Pantanal é um dos seis biomas do nosso país. Segundo o IBGE, o conjunto de vida animal e vegetal ocupa aproximadamente 2% do território nacional e tem alta preservação ambiental.

O Pantanal é conhecido por ser a maior planície de inundação contínua do Planeta Terra e por sua rica fauna, que abriga grande parte dos animais existentes no Brasil. Isso acontece porque ele sofre influência direta de três biomas nacionais: a Floresta Amazônica, o Cerrado e a Mata Atlântica, além de apresentar algumas áreas com resquícios da Caatinga.

De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, o Pantanal conta com 264 espécies de peixes, 652 de aves, 102 de mamíferos, 177 de répteis e 40 de anfíbios.

Se você gosta de aventuras e pretende viajar para o Pantanal, não deixe de observar os animais em safáris ou passeios de focagem noturna. Confira aqui uma lista de 10 animais típicos do bioma que você precisa conhecer:

Onça-pintada

A onça-pintada tem a mordida mais forte entre os felinos — Foto: ( MarcusObal/ Wikimedia Commons)
A onça-pintada tem a mordida mais forte entre os felinos — Foto: ( MarcusObal/ Wikimedia Commons)

O maior felino da América é morador do Pantanal. A onça-pintada (Panthera onca), conhecida por suas manchas pretas ao longo do corpo amarelo-dourado, pode pesar até 135 kg e conta com uma grande força muscular. A potência de sua mordida, por sua vez, é considerada a maior dentre os felinos de todo o mundo.

A presença da onça-pintada no ambiente indica a sua qualidade – por estar no topo da cadeia alimentar e necessitar de grandes áreas preservadas para a sobrevivência, significa que o espaço onde vive ainda lhe oferece boas condições de vida.

Geralmente, o bicho se alimenta de animais silvestres como catetos, capivaras, jacarés, queixadas, veados e tatus. Diferentemente de outros felinos, a onça-pintada não mia: ao invés disso, emite "esturros", que são como roncos muito fortes.

Ariranha

As ariranhas são parentes das lontras e excelentes nadadoras — Foto: ( Calle Eklund/V-wolf/ Wikimedia Commons)
As ariranhas são parentes das lontras e excelentes nadadoras — Foto: ( Calle Eklund/V-wolf/ Wikimedia Commons)

A ariranha (Pteronura brasiliensis) é o maior carnívoro semi-aquático da América do Sul. Da família das lontras, o animal tem um corpo longo de pelagem densa e uma cauda robusta e achatada, que o ajuda na natação, bem como as membranas interdigitais entre seus dedos.

Estes animais nadadores se alimentam principalmente de peixes, mas também podem incluir na dieta crustáceos, moluscos e alguns mamíferos, aves e répteis. Eles vivem em grupos familiares de 5 a 9 membros e sua existência é considerada "em perigo" pela União Internacional para a Conservação da Natureza e "vulneráveis" pelo IBAMA.

Jacaré-do-pantanal

O jacaré-do-pantanal pode viver até os 100 anos de idade — Foto: ( Charles J. Sharp/ Wikimedia Commons)
O jacaré-do-pantanal pode viver até os 100 anos de idade — Foto: ( Charles J. Sharp/ Wikimedia Commons)

O jacaré-do-pantanal (Caiman crocodilus yacare) é um dos répteis mais conhecidos que habitam o bioma. Com um comprimento de 2 a 3 metros, o animal conta com uma coloração bastante variada – seu dorso é escuro com faixas transversais amarelas, principalmente na região da cauda.

Mesmo com a boca fechada, muitos dentes ficam à mostra. Por este motivo, o animal também é conhecido como jacaré-piranha. A sua dieta é constituída majoritariamente por peixes, moluscos e crustáceos.

O jacaré-do-pantanal costuma viver em grupo, é um ótimo nadador e tem uma alta expectativa de vida, chegando a viver até 100 anos.

Cervo-do-pantanal

O cervo-do-pantanal conta com membranas interdigitais que facilitam o deslocamento em áreas alagadas — Foto: ( Leonel Baldoni/ Wikimedia Commons)
O cervo-do-pantanal conta com membranas interdigitais que facilitam o deslocamento em áreas alagadas — Foto: ( Leonel Baldoni/ Wikimedia Commons)

O Blastocerus dichotomus, também conhecido como cervo-do-pantanal ou suaçupu, é o maior cervídeo da América do Sul. O animal pesa, em média, 100 kg e possui membrana entre os dedos da sua pata, o que facilita o deslocamento em ambientes inundados – típicos do Pantanal.

Estes cervos costumam ser solitários e diurnos e se alimentar de plantas aquáticas. Os seus predadores, por sua vez, são a onça-pintada e a onça-parda. A realidade é ameaçadora para os bichos: a União Internacional para a Conservação da Natureza e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade consideram a espécie como "vulnerável" e a sua área de distribuição geográfica foi radicalmente reduzida a partir do século 20.

O que mais ameaça o cervo-do-pantanal é a construção de usinas hidrelétricas, as doenças advindas de animais domésticos (como a febre aftosa) e a caça.

Tamanduá-bandeira

O tamanduá-bandeira é um animal solitário e se alimenta de formigas e cupins — Foto: ( Fernando Flores/ Wikimedia Commons)
O tamanduá-bandeira é um animal solitário e se alimenta de formigas e cupins — Foto: ( Fernando Flores/ Wikimedia Commons)

Em risco de extinção, o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) é a maior das quatro espécies existentes de tamanduá e, diferente de seus parentes próximos, não tem hábitos arborícolas.

O animal pode chegar a medir 2,1 metros de comprimento, pesar até 41 kg e a sua dieta é composta por formigas e cupins, quando em vida livre. Ele é capaz de nadar em rios amplos e tem como predadores grandes felinos, como a onça-pintada e suçuarana.

Sucuri

A sucuri é a famosa anaconda, que mata as suas presas por constrição — Foto: ( Patrick Jean/ Wikimedia Commons)
A sucuri é a famosa anaconda, que mata as suas presas por constrição — Foto: ( Patrick Jean/ Wikimedia Commons)

A sucuri-amarela (Eunectes notaeus), conhecida popularmente como anaconda, é uma cobra semiaquática endêmica do Pantanal. Não é um réptil peçonhento e, por isso, mata as suas presas por constrição.

Pode chegar até os 6 metros de comprimento e um peso de até 40 kg. A sua alimentação consiste basicamente de aves, ovos, peixes, répteis (inclusive jacarés!), pequenos mamíferos e até cervos. Ela tem uma dentição ágifa – ou seja, seus dentes finos são curvados para trás, o que impede que a presa escape com facilidade.

Arara-azul

A arara-azul apresenta comportamento monogâmico mesmo fora da época de reprodução — Foto: ( Leonardo Ramos/ Wikimedia Commons)
A arara-azul apresenta comportamento monogâmico mesmo fora da época de reprodução — Foto: ( Leonardo Ramos/ Wikimedia Commons)

A arara-azul (Anodorhynchus hyacinthinus) pode chegar a medir até 1 metro de comprimento e é conhecida pela cor azul-cobalto de suas penas. Os seus olhos, por sua vez, são rodeados por um anel de cor amarela, que também colore as suas pálpebras e base da boca.

Sociais, estas araras são encontradas em pares ou grupos e têm comportamento monogâmico – os casais ficam juntos mesmo fora das épocas de reprodução. Os pares dividem as tarefas entre si, como os cuidados com os filhotes e com o ninho.

Elas se alimentam principalmente de frutos de palmeira e costumam comer em grupo no solo, como uma forma de proteção. Atualmente, a espécie é considerada "vulnerável" pela União Internacional para a Conservação da Natureza devido à destruição de seu habitat e captura para o comércio ilegal.

Piranha

As piranhas são carnívoras e podem até ser canibais — Foto: ( Alexdi/ Wikimedia Commons)
As piranhas são carnívoras e podem até ser canibais — Foto: ( Alexdi/ Wikimedia Commons)

As piranhas (Serralmus sp.) são um grupo de peixes carnívoros de água doce que são reconhecidos pela sua dentição única. Interligados, os dentes enfileirados e afiados são usados para perfuração rápida e corte.

Assim como os seus primos, os pacus omnívoros, as piranhas perdem e re-crescem todos os dentes de um lado do rosto várias vezes ao longo da vida. Outra curiosidade é que, dentro das inúmeras espécies, algumas piranhas são canibais.

Além disso, a piranha caça em bando e é extremamente sensível à presença de sangue no ambiente, o que explica os ataques aos seres humanos.

Pacu

O pacu é altamente pescado devido à sua carne, considerada saborosa — Foto: ( Thinkstock/ Globo Rural/ Reprodução)
O pacu é altamente pescado devido à sua carne, considerada saborosa — Foto: ( Thinkstock/ Globo Rural/ Reprodução)

O pacu (Piaractus mesopotamicus) é outro peixe habitante do Pantanal. A espécie típica do bioma também é conhecida como pacu-negro, devido à sua coloração escura, e habita rios e lagoas em épocas de cheia.

Os pacus do Pantanal costumam se alimentar de frutas, matéria vegetal e pequenos peixes. Hoje em dia, ele vem sendo reproduzido em laboratórios para repovoamento de represas. Devido à sua carne saborosa, é muito pescado.

Bugio

Os bugios são conhecidos por sua vocalização potente, que pode alcançar até 500 metros de distância — Foto: ( Miguelrangeljr/ Wikimedia Commons)
Os bugios são conhecidos por sua vocalização potente, que pode alcançar até 500 metros de distância — Foto: ( Miguelrangeljr/ Wikimedia Commons)

O bugio (Alouatta caraya) é um animal social que vive em grupos de, em média, sete indivíduos. Também conhecido como guariba ou macaco barbado, o animal macho costuma ter pelos escuros e marrons ou ruivos, enquanto as fêmeas e os jovens são mais claros.

O grupo é liderado pelo macho mais velho, chamado de capelão. Estes animais possuem uma vocalização característica, que pode ser ouvida a até 500 metros de distância, e são arborícolas com hábitos herbívoros. Além disso, os bugios têm hábitos sociais como a catação, como forma de estreitar laços e demonstrar submissão.

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