As ilusões óticas tornaram o artista gráfico holandês numa influência reconhecível na cultura popular, apesar das raízes matemáticas e das técnicas e teorias da arte italiana em que baseava muita da sua obra. Maurits Cornelis Escher (1898-1972) criou trabalhos, quase sempre a preto-e-branco, em que Natureza, arquitetura, paradoxos, trompe l’oeil, tridimensionalidade, se fundiam numa radical linguagem autoral – cujo fascínio perdura. Imagens reproduzidíssimas em livros e merchandising como Mão com Esfera Refletora (1935) ou Laço de União (1956) são, observados os originais ou serigrafias de perto, capazes de convocar emoção e curiosidade no observador – que deseja decifrar os enigmas aí desenhados.
Após a passagem por Lisboa, a exposição retrospetiva Escher, coorganizada por Arthemisia e Fundação Escher, mostra, agora, 135 obras no Porto. “Poder-se-ia dizer que Escher está próximo dos universos de artistas surrealistas como Magritte ou Dalí, mas considero que ele é um caso único na História da Arte – era um visionário. Apesar de Escher ter estado ausente dos movimentos artísticos da sua época, ele capturou, de alguma forma, as teorias científicas modernas, como a Teoria da Relatividade e a Física Quântica, que alteraram a forma como vemos o mundo. Através das estruturas das suas obras, ele dá-nos a ver a complexidade existente no mundo”, descreveu à VISÃO Se7e Federico Giudiceandrea, cocurador com Mark Valdhuisen desta mostra itinerante.
Escher > Alfândega do Porto > R. Nova da Alfândega, Porto > T. 91 530 5751 > 28 fev-28 jul, seg-dom 10h-20h > €12