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Por Da Redação


Beatriz Milhazes (Foto: Divulgação) — Foto: Vogue
Beatriz Milhazes (Foto: Divulgação) — Foto: Vogue

Enquanto a maioria das crianças cresce ouvindo as aventuras do Sítio do Picapau Amarelo, Beatriz Milhazes cresceu ouvindo sua mãe falar sobre Matisse, Mondrian, Tarsila do Amaral. Foi em casa, com dona Glauce Milhazes, professora de História da Arte da UERJ, que a artista brasileira mais valorizada no exterior começou a se apaixonar pelo mundo das cores exuberantes, quase surrealistas, que anos mais tarde iria reinterpretar em suas telas. “Este aprendizado informal é minha memória mais antiga e afetiva em relação à arte”, diz ela, que se formou em Comunicação Social e cursou a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio, onde encontrou de fato o seu caminho.

Até chegar lá, porém, e ter telas na casa de milhões de dólares, Beatriz percorreu uma longa e consistente jornada, tipo trabalho de formiguinha: já são 34 anos de carreira, regados à muita determinação e à certeza de que a arte transforma. “Amo a rotina, sou uma artista de atelier”, diz ela, que, só para se ter uma ideia, levou 7 anos para concluir um único livro monográfico, tamanho seu grau de envolvimento e preciosismo. “E amo a arte. Acredito que ela pode transformar as pessoas.”

Conheça sua trajetória:

“Existe um mundo a ser descoberto, mas ele está dentro de cada um.”

Cartas a um jovem artista “Eu faço parte de uma geração de artistas que cresceu junta. Fomos 123 artistas na mostra Como vai você, Geração 80?, realizada em 1984. E hoje, talvez, possamos contar 15, 20 nomes que se estabeleceram como artistas, com diferentes tipos de percurso de carreira e obra. A passagem para a profissionalização é o pior momento, a fase em que você deixa de ser jovem artista e inicia sua vida adulta, geralmente no final dos 20 anos, início dos 30. É neste momento que a maioria desiste. Ninguém sabe muito bem o que faz um artista poder prosseguir e se manter de maneira estabelecida, mas posso afirmar que talento é apenas um dos fatores. O outro, acredito, é a capacidade de lidar com a vida prática, real, reconhecer os seus limites e identificar a melhor maneira de equilibrar os seus anseios profissionais e pessoais. E hoje ainda acrescentaria a capacidade de manter o foco. O jovem é convidado o tempo todo à dispersão, são muitas opções que surgem e parece que existe um mundo a ser descoberto. Sim, existe um mundo a ser descoberto, mas ele está dentro de si!

Beatriz com sua obra "Senhorita com seus bichinhos" (Foto: Divulgação) — Foto: Vogue
Beatriz com sua obra "Senhorita com seus bichinhos" (Foto: Divulgação) — Foto: Vogue

Número 1 “Minha ambição sempre esteve concentrada na qualidade do meu trabalho. Sou uma artista de atelier e a minha relação com minha prática de criação é intocável. Sempre quis que minha obra representasse algo importante, que contribuísse com a história da arte. E, desde sempre, meu desafio de linguagem tem sido unir meus interesses na vida - a minha cultura, as manifestações populares, como o Carnaval do Rio, a arte decorativa, a arte popular, a natureza – com a pintura e todas as suas questões e história, especialmente com a pintura modernista. O fato de ser uma artista brasileira com reconhecimento internacional, e também a mais valorizada, foi um longo processo. Comecei a minha carreira internacional no início da década de 90, mostrando na América Latina, depois em Nova York e em seguida na Europa. A Ásia foi mais recente, a partir de meados dos anos 2000. Foi um processo linear e de crescimento gradativo e que continua evoluindo.”

Colhe quem crê “Comecei a expor, por exemplo, em 1983 e durante essa década vendi muito pouco. Minha primeira exposição individual foi em 85, eram cinco telas e vendi apenas uma. Ao longo de muitos anos, trabalhei como professora para me sustentar. Lembro que, em 1986, tinha 26 anos e já era professora da Escola de Artes Visuais, quando percebi que a euforia que havia surgido nos anos anteriores estava começando a desaparecer e a verdadeira situação econômica brasileira ficando mais visível. Neste ano, tive a consciência de que a vida adulta era difícil e que ser artista no Brasil era uma opção que exigiria muito foco no que acreditava. A minha linguagem, que queria unir ambiente carioca às questões da pintura modernista, não foi muito bem compreendida pela crítica ligada à academia nesta época. Mas nunca busquei a unanimidade. E creio que é importante que hajam pensamentos diversos - minha maneira de lidar com a crítica negativa sempre foi de entender que existem maneiras diversas de pensar sobre a arte. E, claro, tive a sorte de ter o suporte de dois críticos importantes, o Frederico de Morais e o Paulo Herkenhoff. Eles sempre entenderam o que eu pretendia e foi fundamental poder trocar ideias com eles, da mesma maneira que foi superimportante o apoio da crítica e editora de cultura do New York Times, Roberta Smith, quando abri minha primeira solo em Nova York, em 96. Essa troca com teóricos, curadores e críticos é fundamental.”

Exposição 2014 (Foto: Divulgação ) — Foto: Vogue
Exposição 2014 (Foto: Divulgação ) — Foto: Vogue

Liberdade de expressão “Quando comecei a carreira, na década de 1980, a pintura, um meio tradicional de arte, tinha sido praticamente banida do ambiente cultural, pois a arte para ser aceita naquele período tinha que ser política e/ou um ato de manifestação contra a ditadura. A pintura surgiu, para a minha geração, como uma atitude política, finalmente estávamos livres para nos expressar! Nada era mais importante do que a abertura. Hoje, em meio a tantas polêmicas e agressividade, penso da mesma maneira: a arte, como reflexão, deve ser livre sempre! Não deve sofrer pressão de nenhuma linha de pensamento, seja ele de direita ou de esquerda. A liberdade de expressão deve estar sempre garantida.”

Obra Meu Limão, 2000 (Foto: Divulgação) — Foto: Vogue
Obra Meu Limão, 2000 (Foto: Divulgação) — Foto: Vogue


O futuro a gente faz agora “As esculturas são um passo muito expressivo no meu percurso, pois é quase como aprender a ler de novo.... Sou uma artista de raciocínio bidimensional e pensar o volume tem sido um aprendizado que me estimula. Na verdade, trabalhar com espaços públicos abriu uma nova porta para a minha criação, na qual me engajei completamente. No próximo ano, inauguro dois murais gigantes para o novo prédio do Hospital Presbiteriano de Nova York - esta possibilidade de sair do universo dos museus e galerias de arte tem me estimulado muito. Inauguro também outro projeto, em colaboração com os arquitetos japoneses SANNA, para as ilhas de Inujima, Japão. E estou finalizando um grupo de pinturas em grande escala para uma mostra na White Cube Gallery, de Londres, em 2018 - esta mostra terá um conjunto de obras inéditas em um espaço desenhado para ela. Além das pinturas, também serão exibidas colagens, esculturas e duas surpresas...”

Sonho “Mesmo com todas as conquistas que já tive, ainda tenho sonhos, é claro. Um projeto que gostaria de desenvolver, por exemplo, é um estúdio com técnicos em escultura e gravura, para que os artistas pudessem trabalhar e produzir obras junto a eles – nos moldes que encontramos nos Estados Unidos e Europa. Os técnicos seriam formados aqui. Temos este incrível corpo de artesãos que faz o nosso Carnaval e sem aproveitamento posterior. Um sonho, para algum momento no futuro.”

Beatriz Milhazes em seu atelier (Foto: Vicente de Paulo) — Foto: Vogue
Beatriz Milhazes em seu atelier (Foto: Vicente de Paulo) — Foto: Vogue
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