O Dia Nacional do Teste do Pezinho é comemorado todo dia 6 de junho e, neste ano, há um motivo a mais para comemorar. Em maio do ano passado, foi sancionada a Lei nº 14.154, que amplia de seis para aproximadamente 50 diagnósticos. Em Montes Claros o Hospital Universitário Clemente de Faria é um dos responsáveis na região do Norte de Minas por realizar o teste em recém-nascidos que por algum motivo tem a necessidade de ficar mais tempo hospitalizado, já que é feito em Unidades de Saúde Básica do terceiro até o quinto dia após nascimento e o resultado leva menos de 15 dias para ficar pronto.
Márcio Alkmim que é Gerente da Maternidade-HUCF diz que o Teste do Pezinho tem como objetivo identificar precoce doenças metabólicas, genéticas e infecciosas que, quando tratadas precocemente, possibilitam o desenvolvimento físico e mental adequado às crianças.
“O exame consiste na retirada de gotas de sangue do calcanhar do bebê, ser uma parte do corpo rica em vasos sanguíneos, o material pode ser colhido através de uma única punção, rápida e quase indolor”, destacou o gerente.
Márcio disse que é importante lembrar que, o Teste é obrigatório e se por acaso deixar de ser feito a mãe perde a chance de ter o diagnóstico e o tratamento precoce de diversas doenças e consequentemente a qualidade de vida da criança será impactada.
Entre as patologias que podem ser diagnosticadas estão:
• Anemia falciforme;
• Deficiência de biotinidase;
• Fenilcetonúria;
• Fibrose cística;
• Hiperplasia adrenal congênita (HAC);
• Hipotireoidismo congênito.
A mamãe do pequeno Oliver de apenas 02 meses, Jhullie Rodrigues, destaca a importância de realizar o Teste e diz que seu bebê realizou no quinto dia de vida em uma Unidade de Saúde Básica em Montes Claros. Ela conta que o resultado mostrou o uso de uma forte medicação por parte dela durante a gestação já que teve uma complicação em sua saúde.
“Na unidade foi solicitado que eu repetisse o teste já que fiz uso de amoxicilina que é um forte antibiótico e foi encontrado no sangue do Oliver, pois tudo que uma gestante consome vai para o bebê, inclusive através do leite, é impressionante a qualidade”, relatou Jhullie.
Ela disse que algumas mães ficam se questionando o porque do teste, mas vale ressaltar que é o teste mais importante na vida da criança, para que tudo corra bem; pois se algo for descoberto ainda há tempo de um tratamento ou de uma cura.
“O Teste do Oliver depois de feito uma segunda vez mostrou que estava tudo normal com ele, por isso digo que quanto mais rápido for feito é a garantia de uma boa qualidade de vida para as crianças”.
Segundo dados do Ministério da Sáude a dois anos o programa de triagem testou 2,2 milhões de bebês, em cerca de 29 mil pontos de coleta espalhados pelo país. Do total 2.746 recém nascidos foram diagnosticados com uma das seis doenças identificadas pelo teste, o que representa 0,12% do total daqueles que foram triados. A maior parte desses diagnósticos foi para hipotireoidismo congênito (1.210) e doença falciforme (964).
Nos últimos três anos, o investimento do Governo Federal para o Teste do Pezinho chegou próximo de R$ 100 milhões ao ano.
Desde janeiro deste ano, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) ampliou o Programa de Triagem Neonatal (PTN), conhecido como teste do pezinho. Com a expansão, passaram de seis para 12 as enfermidades diagnosticadas no exame. Em Minas Gerais, 74 mil bebês passaram por esta triagem inicial em 2022. Foram identificados 92 casos suspeitos de toxoplasmose congênita e 13 casos de doenças relacionadas aos defeitos da betaoxidação dos ácidos graxos (DOAG). Os casos estão em análise e os pacientes foram encaminhados para exames complementares e consultas com especialistas.
Sobre a LEI
Em 13 de janeiro de 2020 foi sancionada pelo governador do Estado de Minas Gerais, a lei nº 23.554 que prevê a ampliação do programa de triagem Neonatal em que “o estado garantirá, na forma de regulamento, a execução de todos os exames de triagem neonatal, inclusive o teste do pezinho ampliado”.
Posteriormente foi sancionada a lei Federal nº 14.154 em 26 de Maio de 2021 que altera da lei nº 8.069 de 13 de julho de 1990- Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), para aperfeiçoar o Programa Nacional de Triagem Neo Natal (PTNT) por meio do estabelecimento de rol mínimo de doenças a serem rastreadas pelos testes de triagem neo natal biológica a serem implementadas de forma escalonada pelo programa nacional de triagem neonatal (PTNT).
Diante deste contexto a secretaria de estado de saúde de Minas gerais está trabalhando na ampliação do PTN-MG de forma gradativa e escalonada.
