Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Asclepiadoideae (Apocynaceae) da Cadeia do Espinhaço
de Minas Gerais, Brasil
Abstract A survey of the Asclepiadoideae (Apocynaceae) of Espinhaço Range, Minas Gerais, Brazil, was
prepared as part of the floristic studies conducted by Universidade de São Paulo in campos rupestres. The
subfamily, traditionally known as Asclepiadaceae, comprises 99 species and 20 genera in the region. Most
species are included in Ditassa R.Br. (41 spp.) and other genera of Metastelmatinae; Oxypetalum R.Br. (21
spp.) is, however, the second largest genus. The species are arranged according to their postulated affinities.
Descriptions, synonymy, illustrations, and comments on the species and genera accepted in this study are
provided. The diversity of Asclepiadoideae and the restricted geographical distribution of many species
confirm the high rate of endemism characteristic of Espinhaço Range. This work has indicated several
taxonomic problems that will require broader populational studies or worldwide analyses of particular
taxonomic groups.
Key words: Asclepiadoideae, Apocynaceae, Espinhaço Range, Minas Gerais.
Resumo O estudos das Asclepiadoideae (Apocynaceae) da Cadeia do Espinhaço de Minas Gerais, Brasil, foi
preparado como parte dos estudos florísticos em desenvolvimento pela Universidade de São Paulo nos
campos rupestres. A subfamília, tradicionalmente conhecida como Asclepiadaceae, conta com 99 espécies e
20 gêneros na região. A maior parte das espécies está incluída em Ditassa R.Br. (41 spp.) e outros gêneros
classificados em Metastelmatinae; Oxypetalum R.Br. (21 spp.), porém, é o segundo maior gênero em número
de espécies. As espécies estão organizadas de acordo com suas supostas afinidades. São apresentados
descrições, sinonímia, ilustrações e comentários para as espécies e gêneros aceitos neste tratamento. A
diversidade de Asclepiadoideae e a distribuição geográfica restrita de muitas espécies confirmam o alto índice
de endemismo característico da Cadeia do Espinhaço. O levantamento indicou uma série de problemas
taxonômicos que exigirão estudos populacionais mais abrangentes ou análises mais amplas de determinados
grupos taxonômicos.
Palavras-chave: Asclepiadoideae, Apocynaceae, Cadeia do Espinhaço, Minas Gerais.
Introdução
As Asclepiadoideae chamam a atenção por sua diversidade morfológica e estrutura
floral singular, estando entre os grupos mais complexos dentre as angiospermas. O grande
número de espécies e a ampla distribuição, associados ao desconhecimento das relações
filogenéticas de seus representantes, explicam a artificialidade da classificação utilizada e a
desorganização nomenclatória encontrada no grupo, principalmente no que diz respeito à
flora do Novo Mundo (capítulo IV).
Brown (1810) foi o primeiro a dividir Apocynaceae Juss. em duas famílias
(“ordens”), atentando para o valor taxonômico dos polinários; os membros com grãos de
pólen reunidos em polinários s.l. (incluindo as unidades polínicas de Periploca L. e
Secamone R.Br.) passaram, então, a ser incluídos em Asclepiadaceae R.Br. A segregação
de Asclepiadaceae é bastante discutível e sua delimitação tem sido tratada de diversas
maneiras (vide Nicholas & Baijnath 1994). Schlechter (1905, 1924), Bullock (1956),
Hutchinson (1969), Dyer (1975) e mais recentemente Swarupanandan et al. (1996) trataram
Apocynaceae, Periplocaceae Schltr. e Asclepiadaceae como três famílias distintas.
59
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Dahlgren (1980), Cronquist (1981), Takhtajan (1983), Rosatti (1989) e Nicholas e Baijnath
(1994) voltaram a considerar Periplocaceae em Asclepiadaceae, mas mantiveram
Asclepiadaceae separada de Apocynaceae. Finalmente, Stebbins (1974), Thorne (1976,
1992), Takhtajan (1997), “The Angiospems Phylogeny Group” (APG 1998), Bremer et al.
(1999), Judd et al. (1999), Endress e Bruyns (2000), Rapini (capítulo II) e vários autores
recentes voltaram a considerar os três grupos em uma única família (Apocynaceae), o que
tem sido corroborado em trabalhos cladísticos no grupo (Judd et al. 1994, Struwe et al.
1994, Sennblad & Bremer 1996). Asclepiadaceae s. str. (excluindo Periplocaceae e
Secamone) possui características singulares e sua condição monofilética é pouco discutida.
No entanto, sua segregação torna Apocynaceae parafilética, classificação inviável dentro
dos modernos princípios de sistemática. Assim, é preferível adotar uma posição taxonômica
holística e considerar Asclepiadaceae como subfamília (Asclepiadoideae) de Apocynaceae,
evitando a manutenção de Apocynaceae s. str. (capítulo III).
No Brasil, após o tratamento de Fournier (1885), as Asclepiadoideae foram
estudadas por Malme (e.g. 1900, 1905, 1927), principalmente nas primeiras décadas do sec.
XX. Posteriormente, Araújo (1950) reconheceu 489 espécies (21 introduzidas) de
Asclepiadaceae s.l. e elaborou uma chave para a determinação dos 65 gêneros (12 exóticos)
encontrados no Brasil. Desde então, o principal estudioso do grupo no Brasil tem sido
Fontella-Pereira (e.g. 1965, 1970, 1977, 1979a, b, 1980a, b, 1981, 1988, 1989a, b, 1990,
1991, 1998).
O estudo das Asclepiadoideae e a peculiaridade da flora da Cadeia do Espinhaço
têm oferecido excelentes condições para o desenvolvimento teórico de idéias em
sistemática (e.g. capítulo I) e servirá também de base para estudos mais aprofundados no
grupo.
Material e métodos
Este tratamento inclui exclusivamente as espécies encontradas na região da Cadeia
do Espinhaço do Estado de Minas Gerais (Figura 1), limitada ao sul pelo rio Paraopeba,
tendo Ouro Branco e Ouro Preto como municípios mais meridionais, e ao norte pela divisa
com a Bahia, nos municípios de Espinosa e Rio Pardo de Minas. A Cadeia do Espinhaço é
o principal divisor entre a Bacia do São Francisco e o oceano Atlântico; abrange uma área
de aproximadamente 1100 km de extensão, com larguras que variam de 50 a 100 km e
altitudes superiores a 800 m (Giulietti et al. 1997). Localizada nos Estados de Minas Gerais
e Bahia, a Cadeia forma um grande “S”, grosseiramente orientado na direção Norte-Sul
(Torquato & Fogaça 1981), limitada ao sul pela Serra de Ouro Branco (20o35'S) e ao norte
por alguns maciços isolados (ca. 10oS). A região é caracterizada por solos rasos e arenosos,
onde são freqüentes as formações quartzíticas e os afloramentos areníticos. A vegetação é
composta predominantemente por campos rupestres associados a outros tipos de vegetação,
apresentando manchas de cerrado e matas de galeria (Giulietti et al. 1997).
O levantamento está baseado nas coleções depositadas nos herbários BHCB,
BHMH, ESA, F, HB, HXBH, MBM, MO, NY, OUPR, R, RB, SP, SPF, UB e UEC. As
excursões ocorreram principalmente entre maio de 1997 e março de 1999 e foram
realizadas em diferentes épocas do ano, abrangendo toda a extensão da área de estudo, mas
priorizando as regiões de campos rupestres. O material coletado pelos autores encontra-se
depositado no herbário SPF.
Nas chaves de identificação, as espécies mais relacionadas aparecem agrupadas e
60
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
podem ser diretamente confrontadas (a chave completa é apresentada como apêndice); os
passos apresentam referência geográfica para táxons restritos a regiões específicas do
Espinhaço. As espécies estão ordenadas de acordo com suas supostas afinidades,
facilitando a comparação das descrições, distribuições geográficas e ilustrações. Os gêneros
e espécies são acompanhados de citação da obra original, indicação da espécie-tipo do
gênero, de acordo com Farr et al. (1979), e do material-tipo da espécie, sempre que
disponível. A maioria dos sinônimos foram compilados da literatura; nos gêneros estão
organizados conforme a data de publicação e nas espécies, de acordo com a data de
publicação dos táxons baseados no mesmo material-tipo. A descrição dos gêneros procura
abranger todas as espécies do táxon, enquanto a das espécies está baseada no material
examinado, salvo raras exceções, e então, é indicado o material adicionado; materiais não
examinados são acompanhados de “n.v.” (non vidi). A terminologia morfológica está
baseada em Stearn (1998), eventualmente Radford et al. (1974), e para indumento, Hewson
(1988). No entanto, podem haver variações: por exemplo, oval refere-se à forma plana de
ovo, diferindo de Stearn (1998), que utilizaria ovado (“ovate”). As medidas das sementes
não incluem a coma.
Os materiais examinados estão ordenados no sentido Sul-Norte, de acordo com a
numeração para municípios (Figura 1). Localidades semelhantes são indicadas com “ib.”
(ibidem); coleções do mesmo local, data e coletores, mas com numerações diferentes, com
“id.” (idem) e materiais sem indicação de coletor ou data, com “s.c.” e “s.d.”,
respectivamente. A fenologia está abreviada: “fl” (flor), “fr” (fruto), “bt” (botão) e “st”
(estéril); a sigla dos herbários segue Holmgren et al. (1990). Os comentários reúnem
informações encontradas na literatura, nas fichas de herbários e em observações de campo e
laboratório. As medidas e desenhos das estruturas florais foram realizados com auxílio de
câmera clara acoplada ao estereoscópio e estão baseados principalmente nos materiais
depositados nos herbários SP e SPF.
Resultados
As mais de 1900 coleções de Asclepiadoideae provenientes da Cadeia do Espinhaço
de Minas Gerais foram incluídas em 20 gêneros e 99 espécies, duas destas exóticas. Como
resultado inicial deste tratamento, foram descritas sete espécies novas (Ditassa auriflora
Rapini, D. bifurcata Rapini, D. inconspicua Rapini, D. itambensis Rapini, D. magisteriana
Rapini, D. monocoronata Rapini e Oxypetalum rusticum Rapini), propostas 11 novas
combinações [Cynanchum roulinioides (E.Fourn.) Rapini, Ditassa grazielae (Fontella)
Rapini, D. longicaulis (E.Fourn.) Rapini, D. semirii (Fontella) Rapini, Hemipogon
carassensis (Malme) Rapini, H. hatschbachii (Fontella & Marquete) Rapini, H.
hemipogonoides (Malme) Rapini, H. piranii (Fontella) Rapini, H. furlanii (Fontella)
Rapini, Macroditassa melantha (Silveira) Rapini e Mestastelma burchellii (Hook. & Arn.)
Rapini], um nome novo (Ditassa succedanea Rapini) e duas subespécies foram elevadas à
categoria de espécie [Ditassa cipoensis (Fontella) Rapini e Oxypetalum polyanthum
(Hoehne) Rapini] (capítulo IV).
Foi utilizado o Conceito Taxonômico de Espécie (capítulo I); a morfologia externa e
a distribuição geográfica foram os principais critérios na delimitação dos táxons. A suposta
afinidade morfológica para as espécies incluídas neste levantamento está esquematizada
segundo uma possível ordenação taxonômica (Figura 2), procurando explicitar as posições
adotadas e indicar dúvidas e problemas na classificação. A classificação utilizada não
62
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
procura, no entanto, estabelecer uma delimitação genérica estável; ao contrário, o principal
objetivo das modificações taxonômicas prévias e da organização adotada é servir de passo
inicial para uma reavaliação da classificação tradicional e claramente artificial utilizada
para a subfamília no Novo Mundo (capítulo IV).
Representantes de aproximadamente 60 espécies foram analisados no campo e a
maior parte está documentada fotograficamente (capítulo VI). Muitas espécies incluídas no
estudo são endêmicas da Cadeia do Espinhaço de Minas Gerais e várias estão restritas a
pequenas áreas. Alguns materiais recentemente coletados destacaram-se pela raridade e
muitas espécies tiveram o conhecimento de sua distribuição ampliado, situação mais
freqüente nas regiões do norte da Cadeia do Espinhaço de Minas Gerais (capítulo VII).
Caracterização de Asclepiadoideae
S
istema vegetativo. Asclepiadoideae inclui geralmente plantas perenes, arbustos e
subarbustos eretos, prostrados ou volúveis, e trepadeiras, mais raramente ervas anuais,
arvoretas, como Calotropis procera (Aiton) W.T.Aiton, e epífitas, como em Hoya R.Br.;
incluem ainda plantas suculentas, características de Ceropegieae Orb. (Stapelieae Decne.),
que é restrita a ambientes áridos do Velho Mundo. Como no restante das Apocynaceae, é
caracterizada por floema interno e sistema laticífero não articulado (Rosatti 1989; Nicholas
& Baijnath 1994). O látex é leitoso, freqüentemente tornando-se azulado quando exposto,
ou incolor, como em Astephaninae (Decne.) K.Schum. (sensu Liede 1994). A raiz pode ser
tuberosa e o caule pode formar rizomas. Em plantas expostas a altas temperaturas e grandes
variações térmicas, o córtex pode ser bastante desenvolvido, protegendo os tecidos internos
(Lev-Yadun 1999). Como as folhas, o caule pode ser glabro ou indumentado,
eventualmente com tricomas glandulares em Gonolobinae (G.Don) Liede (Liede 1997a).
São plantas desprovidas de estípulas, mas geralmente apresentam cicatrizes
interpeciolares e estruturas secretoras multicelulares, digitiformes, inter ou raramente
intrapeciolares, denominadas coléteres (também presentes adaxialmente, na base das folhas
e no cálice). Esses coléteres são do tipo padrão, com pedúnculo curto e cabeça alongada
(Thomas 1991) e recebem outras designações, como glândulas (e.g. Decaisne 1844,
Fournier 1885), emergências glandulares (Fontella-Pereira 1977) e nectários extraflorais
(Arekal & Ramakrishna 1980). Eles secretam fluídos viscosos e geralmente incolores,
atraindo formigas, as quais parecem ajudar na proteção contra herbivoria e forçar outros
visitantes a entrarem de modo legítimo para obter néctar floral (Arekal & Ramakrishna
1980). A distribuição e o número freqüentemente abundante de coléteres não corroboram a
homologia dessas estruturas com estípulas (Rosatti 1989), mas com tricomas modificados
em uma forma intermediária entre nectário extrafloral e glândula secretora de substância
lipídica (Thomas 1991, mas veja Appezzato-da-Gloria & Estelita 2000). As folhas são
simples, pecioladas a sésseis, geralmente opostas e decussadas, eventualmente verticiladas
ou mais raramente subopostas a alternadamente helicoidais, como em Hemipogon setaceus
Decne.; podem ser caducas ou estar reduzidas a escamas, como em Metastelma scoparium
(Nutt.) Vail e plantas suculentas. A lâmina foliar pode ser filiforme até quase orbicular,
mais raramente lobada, como em Emicocarpus K.Schum. & Schltr. (Good 1956); a base
varia de atenuada a auriculada, a margem é freqüentemente revoluta, raramente serrulada e
o ápice é usualmente mucronado, retuso ou agudo a cuspidado.
64
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
I
nflorescência. Na subfamília, as inflorescências constituem sistemas terminais de
tirsóides (i.e. inflorescências monotélicas ramificadas em inflorescências parciais
cimosas) e a comparação entre ordens de paraclados não homólogos pode causar problemas
na delimitação genérica (capítulo IV). Cada inflorescência subaxilar (ou extra-axilar) de
Asclepiadoideae é, de fato, uma inflorescência parcial cimosa que, originada no ápice do
ramo, é deslocada pelo desenvolvimento da gema vegetativa que dará continuidade ao ramo
principal, compondo um sistema simpodial (Holm 1950, Nolan 1969). Essas cimeiras
parciais encontram-se geralmente reduzidas a monocásios helicoidais (bóstrix) que, quando
condensados, com internós curtos, formam botrióides umbeliformes (siadióides). As
inflorescências axilares e geralmente opostas encontradas, por exemplo, em Macroditassa
Malme e Gonioanthela Malme, devem ter surgido pela redução de tirsóides (Liede &
Weberling 1995) e, portanto, não seriam homólogas às cimeiras subaxilares e geralmente
alternas, predominantes na maioria dos grupos.
F
lor. As flores são bissexuais, pentâmeras, actinomorfas, isostêmones e hipóginas, com
gineceu bicarpelar, uniformidade mantida em praticamente toda a subfamília (Endress
1994). Elas podem medir 1 mm compr., em algumas espécies de Metastelma R.Br. e
Tassadia Decne., até 40 cm de diâmetro, em Stapelia gigantea N.E.Br. (Meve & Liede
1994). O cálice é gamossépalo, mas geralmente fendido quase até a base, quincuncial ou
valvar, geralmente glanduloso na face adaxial. Os coléteres calicinais ficam isolados ou
agrupados (eventualmente fundidos) entre as sépalas, ou ainda, ao longo da axila. A
prefloração é geralmente contorta. A corola, urceolada a rotácea, possui lacínias eretas a
reflexas, alternas às sépalas. Ela pode ser alva, esverdeada, creme, amarelada, castanha,
vinácea, até quase negra, mais raramente laranja ou vermelha, como em Asclepias
curassavica L., ou azul, como em Oxypetalum coeruleum Decne. Adaxialmente, a corola é
provida de papilas ou tricomas, freqüentemente formando tufos na base das lacínias, como
em várias espécies de Ditassa R.Br., eventualmente ciliada próximo à margem, como em
espécies de Blepharodon Decne. e em Gomphocarpus physocarpus E.Mey., ou mais
raramente glabra, como em Nephradenia acerosa Decne.
C
orona. As Asclepiadoideae apresentam corona de origem estaminal, eventualmente
reduzida, como em Astephanus R.Br. e na maioria das espécies de Hemipogon Decne.
A corona pode ser composta por um anel carnoso entre a fauce da corola e a base do
ginostégio, como em espécies de Matelea Aubl. e Gonolobus Michx., e/ou uma coroa,
geralmente pentalobada, com lobos paralelos e opostos aos estames, raramente alternos,
como em Cynanchum roulinioides (E.Fourn.) Rapini, comprimidos lateralmente, como em
Calotropis R.Br., perpendiculares ao ginostégio, como em Nephradenia acerosa, ou
cotiliformes, como é mais comum em Blepharodon. Os lobos possuem um ou dois
segmentos, raramente três em Eustegia R.Br. (Rosatti 1989), e podem ser corniculados
adaxialmente, como em Asclepias L. e algumas espécies de Oxypetalum R.Br. Eles são
livres entre si ou freqüentemente unidos na base, mas em Peplonia asteria (Vell.)
E.A.Schwarz, encontram-se fundidos até próximo à região apical. A corona está geralmente
associada ao armazenamento de néctar e à orientação dos visitantes para a remoção ou
inserção de unidades polínicas (e.g. Kunze 1991, 1997), mas quando colorida, como em
algumas espécies de Ceropegia L., ou pilosa, como em Oxypetalum scalae Hicken
(“Hickenia scalae”, Good 1956), pode funcionar como atrativo aos polinizadores.
A variabilidade encontrada na morfologia da corona torna sua utilização
65
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
insatisfatória para a delimitação de táxons supra-específicos (e.g. Woodson 1941, Good
1952, 1956). Good (1956) propôs uma chave para o reconhecimento de formas básicas de
corona e Liede e Kunze (1993) definiram padrões e terminologias para a estrutura.
Entretanto, não existe ainda uma proposta de homologia e alguns tipos de corona devem ter
desenvolvido paralelamente formas semelhantes em grupos não relacionados. A
classificação, ao menos das espécies do Novo Mundo, continua utilizando em grande parte
a morfologia instável da corona na delimitação de gêneros, permanecendo centrada em
definições pouco criteriosas do ponto de vista filogenético (capítulo IV).
A
ndroceu. Os cinco estames são alternos às lacínias da corola. Os filetes são curtos,
fundidos em uma coluna ao redor do gineceu e freqüentemente projetados
abaxialmente, formando a corona. As anteras são biesporangiadas, basifixas e com
deiscência apical, transversal ou longitudinal; são fundidas pós-genitalmente ao ápice do
gineceu, formando o ginostégio (ou ginostêmio). Possuem alas bilaterais
esclerenquimatosas denominadas asas da antera, as quais parecem derivar de expansões da
base do conectivo ou do filete que sustenta a antera (Corry 1884). As asas das anteras de
dois estames adjacentes formam uma fenda entre si, como um trilho onde os insetos
costumam se enroscar. Por trás dessa fenda, existe um espaço entre as anteras denominado
câmara estigmatífera (e.g. Robertson 1886, Galil & Zeroni 1969, Vieira 1998) ou câmara
interestaminal (Good 1956), ausente em membros de Gonolobeae Don (Kunze 1995).
Ocasionalmente, o ginostégio encontra-se estipitado, como em Nautonia nummularia
Decne., o que, associado à diminuição das anteras, eleva a abertura do trilho, diminuindo a
estabilidade da coluna do ginostégio, mas aumentando as possibilidades de prender alguma
estrutura do polinizador (Liede 1996). O conectivo é geralmente prolongado no ápice das
anteras em uma membrana apical ou apêndice membranáceo, ausente em espécies de
Ceropegieae (“Stapelieae”, Bruyns & Forster 1991); pode haver também uma prega carnosa
na região superior de cada antera, como é característico de Gonolobus. Na maioria das
demais Apocynaceae, as divisões meióticas da célula-mãe do grão de pólen são
simultâneas, mas em Asclepiadoideae, elas são sucessivas (Gager 1902, Safwat 1962). Os
grãos de pólen, cerca de 500 em cada saco polínico das anteras de Asclepias (Bookman
1981), são agregados e envoltos por uma película derivada das células do tapete (vide seção
Polinários), constituindo o polínio exclusivo de Asclepiadoideae.
G
ineceu. Os dois carpelos são apocárpicos no nível do ovário e súperos, considerados
eventualmente semi-ínferos (Rao & Ganguli 1963) ou subínfero em Secamone
(Safwat 1962). Os carpelos fundem-se no ápice dos estiletes, terminando em uma região
carnosa e expandida, denominada cabeça estigmatífera (e.g. Galil & Zeroni 1969) ou
cabeça estilar (Liede 1996); em Ceropegieae, porém, os carpelos chegam separadamente ao
prolongamento da cabeça estigmatífera ou pseudo-estilete (Swarupanandan et al. 1996). A
cabeça estigmatífera é penta-angulada e possui cinco sulcos verticais receptivos aos tubos
polínicos no interior da câmara interestaminal. O ápice é quase plano até mamilado
centralmente, geralmente encoberto pelas membranas apicais das anteras, ou pode ser
prolongado em um apêndice rostrado e geralmente bifurcado, como é comum em
Oxypetalum, simulando estruturas estilares típicas em outras angiospermas (Good 1956). A
placentação é marginal ou submarginal (Safwat 1962). Os ovários possuem geralmente
muitos óvulos pêndulos, anátropos e pseudocrassinucelares (Rosatti 1989); são livres entre
si, mas em alguns casos, a fusão apical dos estiletes permite que um canal distribua os tubos
66
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
polínicos entre os carpelos, funcionando como um cômpito que dá ao gineceu
características sincárpicas (Kunze 1991, Vieira 1998).
P
olinários. A fusão entre parte do androceu e do gineceu resultou no surgimento dos
polinários. Muitos autores deixaram de caracterizá-los e a terminologia de seus
componentes é ambígua (Newton 1984). O polinário verdadeiro (capítulo III) funciona
como unidade polínica (vide seção Polinização) e é formado por dois polínios de estames
adjacentes e um translador secretado pela cabeça estigmatífera pouco antes da antese da
flor (Endress 1994). O translador é composto centralmente por um retináculo (ou
corpúsculo), formado entre as anteras, e dois caudículos (ou braços do translador), cada
qual ligando o retináculo a um polínio. O retináculo é uma estrutura altamente derivada,
provavelmente homóloga ao líquido viscoso responsável pela adesão dos grãos de pólen em
outras Apocynaceae (Wanntorp 1988, Kunze 1994). Ele é formado por uma emulsão de
fase hidrofílica e hidrofóbica e sua forma está relacionada principalmente à atividade
diferenciada das células secretoras. A secreção inicia-se em dois flancos laterais na
concavidade interestaminal da cabeça estigmatífera e, posteriormente, os segmentos
formados unem-se através de um piso central resultante de secreções adicionais. Ao secar,
o material secretado escurece e transforma-se em uma lâmina rígida, de consistência
cartilaginosa e livre do ginostégio. A forma do retináculo é variável, mas sua ontogenia é
conservativa, geralmente resultando em uma estrutura oca, fendida frontalmente e aberta na
base, mais raramente laminar, como em Oxypetalum insigne (Decne.) Malme e espécies
afins. Os caudículos são os últimos elementos formados, iniciando-se como extensões
laterais de um dos flancos do retináculo em direção ao polínio (Corry 1884, Kunze 1994).
O retináculo pode possuir um apêndice na região superior, como em Araujia sericifera
Brot. e O. appendiculatum Mart. e os caudículos freqüentemente apresentam uma
membrana reticulada na base do corpo principal, como em Blepharodon e Barjonia Decne.,
ou um dente córneo lateral ou baso-lateral, comum em Oxypetalum. Os polínios podem ser
eretos, pêndulos ou horizontais, conforme sua posição nas anteras e o modo como estão
inseridos ao caudículo.
Corry (1883) foi o primeiro e talvez o único a expor com clareza o desenvolvimento
dos polínios em Asclepiadoideae. A formação dos polínios inicia-se com a diferenciação de
uma camada de células hipodérmicas no parênquima dos lóculos das anteras. Uma dessas
células torna-se o arqueósporo, o qual, após dividir-se, origina um segmento interno e outro
externo; o interno corresponde à célula-mãe primária do pólen e o externo, depois de
divisões longitudinais consecutivas no plano tangencial, produz camadas de células, a mais
interna correspondente ao tapete. Nessa fase, o tapete funciona como uma membrana que
envolve completamente a célula-mãe primária do pólen. Após divisões em diferentes
planos, a célula-mãe primária dá lugar a células-mãe prismáticas e estreitas, com
protoplasma granular, núcleo grande, redondo e com nucléolo, um vacúolo grande de cada
lado e uma fina parede de celulose. Com a contínua divisão celular, as células-mãe tornamse cúbicas e, posteriormente, esféricas, recebendo o nome de células-mãe especiais do
pólen. Nesse momento, a parede vertical das células do tapete adjacentes às células-mãe
torna-se cutinizada, aumentando de volume e passando de incolor a amarelada; o mesmo
ocorre na parede celular das células-mãe. Assim, quando maduro, cada polínio contém
todas as células-mãe do lóculo da antera firmemente unidas em uma massa sólida e envolta
por uma membrana amarela e de consistência firme, originada a partir da cutinização da
parede interna do tapete. Nesses polínios, os grãos de pólen são formados por uma massa
67
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
de conteúdo protoplasmático envolta em uma membrana ou parede interna delgada e
hialina (intina) e ficam alojados internamente à parede cutinizada da antiga célula-mãe
especial do pólen.
F
ruto. O fruto é um folicário com dois mericarpos (Spjut 1994), mas geralmente apenas
um folículo se desenvolve. Os folículos são fusiformes, elipsóides ou clavados,
indumentados ou não, eventualmente costados, como em Gonolobus, ou inflados, e então,
podem ser equinados, como em Gomphocarpus R.Br. A transferência de muitos grãos de
pólen de uma só vez permite que todos os óvulos de um carpelo sejam fecundados e a
produção de sementes por folículo geralmente é alta (Wyatt & Broyles 1994). A apocarpia
parece ter sido selecionada como estratégia de alocação de recursos (Kunze 1991),
privilegiando a maturação de folículos com muitas sementes vigorosas. Todavia, a presença
de um cômpito na cabeça estigmatífera pode permitir a fecundação simultânea dos óvulos
dos dois carpelos, e conseqüentemente, a produção de frutos bifoliculares, freqüentes em
Oxypetalum banksii Schult. (Vieira 1998), por exemplo. As sementes são ovais,
lenticulares, geralmente verrugosas na face abaxial e comosas na micrópila. Os folículos
em Asclepias produzem entre 100 e 200 sementes (Morse 1985) dispostas imbricadamente,
mas em algumas espécies, como Ditassa grazielae (Fontella) Rapini, são produzidas apenas
uma ou duas sementes ecomosas por folículo. A dispersão é anemocórica; a coma abre-se
quando a semente é liberada e funciona como um pára-quedas. A sutura da coma é frágil e
decídua; a dispersão das sementes, assim, não parece muito efetiva. Experimentos
realizados em Asclepias estimaram que apenas 1-2% das sementes ultrapassam 20 km do
ponto de origem (Morse 1985).
P
olinização. A participação de insetos na polinização de flores de Asclepiadoideae é
conhecida desde 1779, mas a retirada e inserção de polinários só foi observada em
1865 (Corry 1884). A polinização é realizada principalmente por abelhas e vespas
(Hymenoptera), moscas (Diptera), borboletas e mariposas (Lepidoptera), mais raramente
por besouros (Coleoptera), percevejos (Hemiptera) e outros insetos (Neuroptera) (Ollerton
& Liede 1997), ou ainda através da língua de pássaros (Pauw 1998). Plantas de
Asclepiadeae, com flores claras e odor suave e agradável, são polinizadas principalmente
por Hymenoptera e Lepidoptera, enquanto em Marsdenieae, Ceropegieae e Gonolobeae,
freqüentemente com flores escuras e de odor fétido, predomina a polinização por Diptera
(Meve & Liede 1994, Ollerton & Liede 1997). No primeiro caso, os insetos procuram as
flores por causa do néctar secretado nas paredes internas da câmara estigmatífera. Em
Asclepias, o néctar segue por capilaridade até os lobos da corona, onde fica disponível
como recompensa ao polinizador; em alguns grupos, porém, os insetos podem procurá-lo
diretamente na câmara estigmatífera (Galil & Zeroni 1965). O néctar é constituído
basicamente de sacarose (Wyatt & Broyles 1994) e sua concentração pode variar de acordo
com a temperatura e umidade do ambiente (Southwick 1983). Por outro lado, em
Ceropegieae, são freqüentes espécies com flores grandes e com cor, indumento e odor que
simulam matéria orgânica em putrefação, o que atrai moscas à procura de substrato para
ovoposição (Meve & Liede 1994). Os dados sobre polinização em Asclepiadoideae ainda
são esparsos e geralmente carecem de um acompanhamento sistemático (Ollerton & Liede
1997). Todavia, parece não existir uma relação estreita entre espécies de plantas e insetos
(Wyatt & Broyles 1994, Meve & Liede 1994, Vieira & Shepherd 1999a) e a maior
especialização observada em Ceropegieae, por exemplo, pode ser resultado da baixa
68
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
diversidade de insetos em ambientes semi-áridos (Ollerton & Liede 1997).
Ao visitar uma flor de Asclepiadoideae, o inseto é orientado pela corona e/ou
tricomas internos da corola (Kunze 1991) e pode enroscar-se em uma das fendas
interestaminais. As cerdas das patas, a probóscide ou o aparelho bucal desses insetos são
guiados pelo trilho formado entre as asas das anteras até enganchar-se ao polinário pela
fissura do retináculo localizado no ápice da fenda. Flores nas quais o néctar encontra-se
depositado alternadamente às fendas interestaminais costumam ter seus polinários presos
nas patas dos insetos e, naquelas com néctar disponível entre os estames, os polinários
ficam presos predominantemente na probóscide ou no aparelho bucal dos visitantes (Meve
& Liede 1994). Deixando a flor, o inseto, preso ao retináculo, leva consigo o polinário;
muitos, no entanto, não conseguem e acabam deixando parte do corpo (McNeil 1977) ou
morrendo presos à flor, situação mais freqüente com formigas (Corry 1884) ou quando a
planta (Hicken 1928) ou o polinizador (Holm 1950) foram introduzidos e não estão
coadaptados. Em Asclepias, os caudículos dos polinários removidos, ao se desidratarem,
giram na articulação próxima ao polínio, que sofre uma rotação de aproximadamente 90o,
facilitando sua futura inserção. Quando visita outra planta carregando um ou vários
polinários, o inseto pode enroscar uma das unidades em alguma parte da flor, geralmente no
retináculo de algum polinário ainda não removido. Para se retirar, ele força o polinário
preso em seu corpo que, quando se rompe, deixa um polínio inserido na câmara
estigmatífera, a qual funciona como receptor primário ou hiperestigma (Vieira 1998).
Eventualmente, o inseto pode levar consigo o polinário em cujo retináculo a unidade
polínica havia se enroscado e a recorrência desse processo origina cadeias geralmente
dicotômicas de polinários presas ao inseto (Corry 1884, Macior 1965, Vieira & Shepherd
1999a).
Os polínios são geralmente assimétricos e, em Asclepias, a região convexa do
polínio possui um sistema de picotes na membrana, comparável ao poro germinativo de
grãos de pólen. Os tubos polínicos germinam por essa região, que geralmente é inserida na
câmara estigmatífera (Galil & Zeroni 1969). Em Gonolobeae e Ceropegieae, entretanto, a
germinação pode ocorrer pela região côncava ou através da crista do polínio,
respectivamente (Kunze 1995). Os grãos de pólen germinam quando o polínio é embebido
em néctar (Eisikowitch 1986, Kevan et al. 1989) e as concentrações de sacarose parecem
influenciar na germinação (Pant et al. 1982). Após o rompimento da membrana polínica,
um feixe de tubos polínicos segue em direção à região estigmatífera até penetrar em um dos
pistilos (Bookman 1981). Os tubos polínicos são transparentes, membranáceos e
constituídos de parede celular, preenchidos por protoplasma e numerosos vacúolos (Corry
1884). Três câmaras estigmatíferas transmitem tubos polínicos para um dos ovários e as
outras duas para o outro (Wyatt & Broyles 1994), exceção para os casos onde a existência
de um cômpito permite que os tubos polínicos se distribuam entre os ovários.
Estudos realizados no século passado já reportavam que polínios de Asclepias
sullivantii Engelm. ex A.Gray podem permanecer viáveis duas semanas após sua remoção
dos sacos polínicos (Morse 1985) e, em laboratório, os grãos de pólen de Calotropis
procera mantiveram-se viáveis por mais de 20 dias (Eisikowitch 1986). Em alguns casos, a
viabilidade dos polínios parece ainda maior, diminuindo apenas depois de meses, o que
parece contribuir para sua dispersão a longas distâncias. Enquanto em Ceropegieae, os
polínios devem alcançar grandes distâncias (Meve & Liede 1994), estudos em Asclepias
indicam que a dispersão dos polínios geralmente é curta; em A. syriaca L., por exemplo,
71% dos polínios inseridos provêm de flores situadas a menos de 1 m de distância (Wyatt
69
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
& Broyles 1994).
O
utras interações. Além dos polinizadores, as Asclepiadoideae possuem relação com
uma grande diversidade de visitantes. A interação entre a falsa-erva-de-rato ou oficialde-sala (Asclepias curassavica) e a borboleta-monarca (Dannaus plexippus) é um caso
clássico de coevolução e mimetismo batesiano (Ehrlich & Raven 1969). As larvas da
borboleta alimentam-se da planta e armazenam glicosídeos cardioativos em seus tecidos.
As borboletas, por causa dessas toxinas, permanecem impalatáveis aos pássaros, que
passam a reconhecê-las. Ao evitar o consumo de outras borboletas semelhantes àquelas
impalatáveis, esses pássaros acabam favorecendo a propagação daquelas características
geralmente aposemáticas encontradas nas borboletas impalatáveis, mesmo em adultos cujas
larvas não consomem plantas tóxicas. As plantas são visitadas também por afídeos à
procura de látex e formigas atraídas pela secreção dos coléteres ou pelo néctar das flores. A
circulação de muitos insetos nessas plantas atrai predadores, como a aranha-caranguejo
(Misumena vatia) que pode consumir até 2% dos visitantes. Essas aranhas, por sua vez, são
predadas por algumas vespas (Pompilidae e Sphecidae) que as utilizam para alimentar suas
larvas e têm cerca de 10-15% de suas ovotecas parasitadas por moscas e pequenas vespas
(Ichneumonidae) (Morse 1985).
B
iologia reprodutiva. Asclepias é o gênero mais bem conhecido em relação à biologia
reprodutiva, ao menos entre as Asclepiadoideae do Novo Mundo, e suas plantas vêm
sendo utilizadas como modelo em ecologia e evolução reprodutiva (Wyatt & Broyles
1994). Nessas plantas, a maioria das polinizações são realizadas por insetos diurnos, mas a
produção de néctar é maior durante a noite e a contribuição de mariposas na polinização
pode alcançar um quarto do total em alguns casos (Morse 1985). Apesar da menor
incidência de polinizadores à noite, a produção de folículos resultantes de polinizações
noturnas é equivalente à de diurnas, sugerindo que os insetos noturnos sejam mais
eficientes. Essa eficiência pode estar relacionada à viabilidade dos polínios, que poderia ser
mais duradoura à noite, ou ao menor número de visitas na mesma planta à noite, o que
poderia aumentar as chances de fluxo gênico, favorecendo plantas com algum grau de autoincompatibilidade (Bertin & Willson 1980).
As Asclepiadoideae apresentam diferentes graus de autocompatibilidade. Em
Asclepias perennis Walter e A. texana A.Heller, as plantas são auto-incompatíveis (Wyatt
& Broyles 1994); em Oxypetalum appendiculatum e O. banksii, elas apresentam
autocompatibilidade (Vieira & Shepherd 1999b); em A. curassavica e Gomphocarpus
fruticosus (L.) W.T.Aiton, são completamente autocompatíveis (Wyatt & Broyles 1997) e
em Tylophora hirsuta Wight, apresentam autopolinização obrigatória, com 100% das
sementes viáveis (Kunze 1991). A germinação de polínios in situ (cleistogamia) ocorre
freqüentemente em estufa, quando o néctar não consumido inunda as anteras, e na natureza,
talvez como estratégia para produção de sementes na ausência de polinizadores (e.g. Kunze
1991, Wyatt & Broyles 1997). A autopolinização é mais comum em plantas que crescem
vegetativamente por meio de rizomas, como em A. syriaca (Southwick 1983). Nesses
casos, a probabilidade de geitonogamia aumenta e, quando existe auto-incompatibilidade, a
produção de folículos e sementes é prejudicada, mesmo em ovários que também receberam
polínios compatíveis (Wyatt & Broyles 1994).
Dados morfológicos e bioquímicos e cruzamentos manuais indicam a ocorrência, ou
pelo menos a possibilidade, de hibridações interespecíficas em populações simpátridas que
70
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
compartilham os mesmos polinizadores e florescem na mesma época (Wyatt & Broyles
1994, Vieira & Shepherd 1999a, b). Essas hibridações são freqüentes em Ceropegieae
(Good 1956) e mais raras em Asclepiadeae (e.g. Kephart & Heiser 1980, Wyatt & Broyles
1994). Holm (1950) sugeriu que a integridade das populações de espécies diferentes de
Asclepiadoideae seria mantida principalmente por isolamento mecânico. A singularidade
observada na forma dos polinários de cada espécie indicaria que a polinização entre os
indivíduos dependeria de um encaixe entre o polínio e a fenda da câmara estigmatífera,
como uma chave específica para uma determinada fechadura. No entanto, observações e
experimentos vêm demonstrando que a relação “chave-fechadura” não é tão eficiente como
barreira mecânica contra hibridações interespecíficas (Kephart & Heiser 1980; Kunze
1991) e mecanismos fisiológicos relacionados à incompatibilidade devem estar envolvidos
na diminuição dos casos de hibridação (Woodson 1954, Wyatt 1976, Pant et al. 1982).
A produção de frutos em plantas de Asclepias geralmente não ultrapassa 5% (Wyatt
& Broyles 1994) e as inflorescências com mais flores produzem relativamente menos frutos
(Wyatt 1980). Esse sucesso da floração em relação à frutificação era explicada pela
hipótese de doação-de-pólen, contestada por Broyles & Wyatt (1995). Alguns autores (e.g.
Holm 1950, Macior 1965, Wyatt & Broyles 1994, Broyles & Wyatt 1995) observaram um
alto índice de polinizações cruzadas em várias populações, mas a diversidade e abundância
de polinizadores podem variar com o ano e o local (Kephart 1983, Fishbein & Venable
1996) e os polinizadores podem representar um fator limitante em alguns casos (Wyatt
1976, 1981, Wolfe 1987, Vieira & Shepherd 1999b). A produção de frutos, no entanto,
exige que a polinização seja efetiva; a auto-incompatibilidade, a receptividade degenerativa
do estigma, a concentração desfavorável de sacarose ou a presença de micróbios no néctar
prejudicam a produção de frutos em flores polinizadas e podem tornar o pólen um fator
limitante na produção de sementes (Broyles & Wyatt 1995). Alguns experimentos (Bertin
& Willson 1980, Willson & Price 1980) indicam que a produção de folículos está limitada
também pela deficiência nutricional, de modo que os abortos permitiriam que as
combinações mais desfavoráveis resultantes de polinizações menos compatíveis fossem
eliminadas, privilegiando a produção de folículos com mais sementes vigorosas (Bookman
1984). Assim, a baixa produtividade de frutos em Asclepiadoideae deve estar relacionada a
fatores intrínsecos e extrínsecos (Wyatt 1981, Wyatt & Broyles 1994, Vieira & Shepherd
1999b).
A combinação entre polinização por insetos e dispersão pelo vento garante o fluxo
gênico responsável pela variabilidade genética entre populações (Wyatt & Broyles 1994).
Essa relação entre entomofilia e anemocoria, igualmente presente em Orchidaceae e
Compositae, talvez também possa estar associada à diversidade de Asclepiadoideae.
F
itoquímica. Além de látex, as Asclepiadoideae são caracterizadas pela presença de
glicosídeos cardioativos, alcalóides indólicos, piridínicos e fenantro-indolizidínicos,
raramente cianogênicos ou saponíferos e pela ausência de iridóides (Nicholas & Baijnath
1994).
C
I
itologia. O número cromossômico básico é n=11 e poliplóides não são raros
(Swarupanandan et al. 1996).
mportância econômica. As plantas de Asclepiadoideae podem ser usadas como fonte de
borracha e fibras na fabricação de corda e papel; o látex foi utilizado como contraceptivo
71
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
oral na Segunda Guerra Mundial e a coma das sementes, na confecção de travesseiros,
colchões e coletes salva-vidas. Várias plantas incluídas em Matelea fornecem substâncias
utilizadas na ponta das flechas de indígenas da América Central e América do Sul, os quais
também podem consumir folículos imaturos de algumas plantas da subfamília (Rosatti
1989, Nicholas & Baijnath 1994). Em Asclepias, não são raras as plantas ruderais tóxicas
capazes de prejudicar a criação de animais (e.g. Campbell 1931), mas a maior relevância
econômica de Asclepiadoideae deve estar relacionada ao cultivo de plantas ornamentais,
principalmente das suculentas.
E
timologia. O nome da família está associado a Asclépios, deus grego da medicina,
remetendo às propriedades medicinais encontradas em algumas plantas (Morse 1985);
no entanto, a derivação deve estar relacionada à família Asclepíades (Barroso et al.1986),
formada por médicos gregos pretensamente descendentes de Asclépios (Grande
Enciclopédia Larousse Cultural 1998).
Asclepiadoideae R.Br. ex Burnett
Outlines Bot. 1012, 1095, 1103. 1835.
Ervas, arbustos ou plantas volúveis, latescentes. Folhas simples, opostas, mais
raramente verticiladas ou helicoidais; estípulas ausentes; coléteres inter ou intrapeciolares e
na base adaxial da lâmina foliar. Tirsóides a pleiotirsóides geralmente frondosos,
compostos de cimeiras subaxilares e alternas, mais raramente reduzidos a cimeiras axilares
e opostas. Flores monoclinas, pentâmeras, actinomorfas. Cálice gamossépalo, ao menos na
base, geralmente glanduloso adaxialmente. Corola gamopétala, urceolada a reflexa, mais
usualmente rotácea a campanulada; lacínias geralmente indumentadas, ao menos
adaxialmente. Corona estaminal, raramente reduzida, anular ou lobada; lobos duplos ou
simples, livres ou unidos entre si. Cinco estames alternos às lacínias; filetes curtos,
concrescidos; anteras fundidas ao gineceu, basifixas, biesporangiadas, geralmente providas
de um apêndice membranáceo no ápice. No Novo Mundo, grãos de pólen agregados em
polínios envoltos em uma película cuticularizada; polinários com dois polínios de estames
adjacentes unidos pelo translador composto por um retináculo e dois caudículos. Gineceu
bicarpelar; ovário súpero; carpelos livres no nível do ovário, expandidos e fundidos ao
androceu na região estigmatífera, formando o ginostégio. Frutos bifoliculares, geralmente
um folículo abortado; sementes numerosas, mais raramente 1 ou 2, quase sempre comosas.
Asclepiadoideae é uma subfamília de delimitação incerta e a inclusão de alguns
grupos do Velho Mundo é discutível; nas Américas, no entanto, o táxon é facilmente
reconhecido pela presença de polinários verdadeiros. O grupo está amplamente distribuído
e seus representantes podem ser encontrados nos mais variados ambientes; possui de 2000 a
3000 espécies e os mais de 250 gêneros podem ser substancialmente reduzidos a quase um
quinto (capítulo II). A subfamília apresenta inúmeros problemas taxonômicos, o que parece
ainda mais relevante para as plantas brasileiras, onde os gêneros permanecem baseados em
critérios artificiais (capítulo IV). O rearranjo genérico necessário, porém, exigirá estudos
mais abrangentes, principalmente direcionados a Metastelmatinae Endl. ex Meisn.
(incluindo Ditassinae Endl. ex Meisn.), grupo mais representado na Cadeia do Espinhaço e
provavelmente nos Neotrópicos de modo geral.
72
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Chave para os gêneros
1. Polínios eretos, unidos pela base aos caudículos....................................1. Marsdenia (75)
1'. Polínios pendentes ou horizontais, unidos apical ou lateralmente aos caudículos.
2. Polínios horizontais ou quase.
3. Corona externamente anular, internamente 5-lobada; lobos auriculados. Anteras
providas de apêndice dorsal ligulado, carnoso, protuso................2. Gonolobus (81)
3'. Corona anular a 5-lobada, simples ou provida de pregas ou segmentos oblongos
adaxialmente. Anteras desprovidas de apêndice dorsal.....................3. Matelea (82)
2'. Polínios pendentes, paralelos ou oblíquos.
4. Polínios oblíquos a paralelos, com uma região subapical hialina; caudículos
hialinos, formados por dois corpos principais..............................4. Gyrostelma (86)
4'. Polínios pendentes ou paralelos, uniformes, raramente hialinos no ápice e então
caudículos providos de corpo principal escuro na região superior e membrana
reticulada na basal.
5. Lâmina foliar abaxialmente seríceo-tomentulosa. Sépalas e tubo da corola com
mais de 1 cm compr. Retináculo alado no ápice; caudículos simples....................
........................................................................................................5. Araujia (88)
5'. Lâmina foliar geralmente glabra, hirsuta, pilosa ou vilosa. Sépalas e tubo da
corola com menos de 1 cm compr. Retináculo simples, raramente alado no
terço apical e então caudículos com dente baso-lateral.
6. Caudículos providos de dente lateral ou baso-lateral. Ápice do ginostégio
rostrado em um apêndice excluso. Raramente caudículos simples ou quase
e ápice do ginostégio cônico e incluso, e então, cimeiras geralmente
bifurcadas no ápice, subaxilares e alternas......................6. Oxypetalum (89)
6'. Caudículos simples ou providos de membrana na base. Ápice do ginostégio
geralmente plano, mamilado ou orbicular. Cimeiras raramente bifurcadas
no ápice e então axilares e opostas.
7. Corona 5-lobada; lobos da corona cuculados ou conduplicados. Polínios
planos, com mais de 0,8 mm compr. Ápice do ginostégio pateliforme,
crateriforme, plano ou quase.
8. Lobos da corona corniculados. Caudículos torcidos, até 4 vezes
menores que os polínios. Folículos rígidos, fusiformes a elipsóides..
..................................................................................7. Asclepias (121)
8'. Lobos da corona ecorniculados. Caudículos retos, mais de 4 vezes
menores que os polínios. Folículos inflados, globosos a ventricosos.
9. Corola reflexa, fendida quase até a base, vilosa em uma das
margens de cada lacínia. Lobos da corona cuculados,
subtriangulares a quase falciformes no ápice. Folículos
equinados.................................................8. Gomphocarpus (125)
9'. Corola campanulada, tubo pouco menor que as lacínias, glabra.
Lobos da corona conduplicados, involutos na base. Folículos
lisos..................................................................9. Calotropis (127)
7'. Corona 5-lobada, ausente ou raramente aneliforme; lobos planos,
lineares, raramente perpendiculares às anteras. Polínios arredondados,
com menos de 0,8 mm compr. Ápice do ginostégio mamilado, globoso
73
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
ou plano.
10. Base da lâmina foliar reniforme a lobada......10. Cynanchum (129)
10'. Base da lâmina foliar atenuada a cordada ou sagitada.
11. Tirsóides ramificados em cimeiras subaxilares, raramente
axilares, e alternas.
12. Trepadeira. Tirsóides áfilos ou bracteosos, raramente
frondosos e então corola adaxialmente com papilas
alongadas e polínios ca. 0,05 mm compr.
13. Folhas membranáceas ou quase. Corola
campanulada; lacínias lanceoladas a suboblongas,
com mais de 1,5 mm compr.11. Metastelma (133)
13'. Folhas coriáceas. Corola sub-rotácea; lacínias
ovais, com menos de 1,5 mm compr....................
..................................................12. Tassadia (136)
12'. Erva, subarbusto ou trepadeira. Tirsóides frondosos,
raramente áfilos e então planta ereta. Corola sem papilas
alongadas. Polínios com mais de 0,05 mm compr.
14. Corona ausente ou com lobos simples ou duplos,
mas então, segmentos unidos apenas na base.
15. Corola geralmente alva, creme, amarela ou
esverdeada, raramente lilás ou vinácea e
então com menos de 7 mm compr. Corona
com lobos paralelos às anteras ou ausente.
16. Planta geralmente volúvel; quando ereta,
folha peciolada, indumentada, com
tricomas na margem e nas nervuras ou
com menos de 5 mm compr.
17. Trepadeira com flores providas de
corona; quando ereta, flores com
lobos da corona duplos, raramente
simples ou ausentes e então folhas
até 6 mm compr. e/ou mais de 1,2
mm larg..................13. Ditassa (139)
17'. Trepadeira com flores desprovidas de
corona; quando ereta, folhas com
mais de 1 cm compr., até 1,2 mm
larg. e flores com lobos da corona
simples ou ausentes............................
........................14. Hemipogon (194)
16'. Planta ereta. Folha subséssil, glabra, com
mais de 5 mm compr..15. Barjonia (205)
15'. Corola castanho-avermelhada ou vinácea, com
mais de 7,5 mm compr. Corona com lobos
perpendiculares às anteras................................
....................................16. Nephradenia (208)
14'. Corona com lobos cotiliformes ou cimbiformes,
formados pela união de segmentos externos e
74
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
internos.................................17. Blepharodon (209)
11'. Tirsóides condensados em cimeiras axilares e opostas.
18. Corona lobada desde a base ou quase.
19. Lobos da corona duplos............18. Macroditassa (218)
19'. Lobos da corona simples..........19. Gonioanthela (220)
18'. Corona urceolada, brevemente lobada no ápice...............
...............................................................20.Peplonia (221)
1. Marsdenia R.Br.
Prodr.: 460. 1810, nom. cons. Lectótipo: M. tinctoria R.Br.
Harrisonia Hook., Bot. Mag.: tab. 2699. 1826. (non Harrisonia R.Br. ex A.Juss., Mem. Mus. Hist. Nat. 12:
517. 1825, nom. cons. Simaroubaceae) ≡ Loniceroides Bullock*
Baxtera Rchb., Consp. regn. veg.: 131. 1828. (non Baxteria R.Br. ex Hook., London J. Bot. 2: 492. 1843,
nom. cons. Liliaceae) ≡ Loniceroides Bullock*
Sicyocarpus Bojer, Hortus maurit.: 214. 1837, nom. illeg.**
Dregea E.Mey., Comm. pl. Afr. austr.: 199. 1838, nom. cons. (non Dregea Eckl. & Zeyh., Enum. pl. Afric.
austral.: 350. 1837. Apiaceae). Tipo: D. floribunda E.Mey. **
Pterophora Harv., Gen. S. Afr. pl.: 223. 1838. (non Pterophora L., Pl. rar. Afr.: 17. 1760, nom. rej.
Asteraceae) ≡ Dregea E.Mey., nom. cons.**
Pterygocarpus Hochst., Flora 26: 78. 1843. Tipo: P. abyssinicus Hochst.**
Leichardtia R.Br. in Sturt, Narr. Exped. C. Australia 2: 81. 1849. Tipo: L. australis R.Br.***
Ruehssia H.Karst. Verh. Vereins Beförd. Gartenbaues Königl. Preuss. Staaten 19(2): 305. 1849. Tipo: non
designatus*
Tetragonocarpus Hassk., Flora 40: 99. 1857. Tipo: T. teysmannii Hassk.***
Thozetia F.Muell. ex Benth., Fl. Austral. 4: 347. 1867. Tipo: T. racemosa F.Muell. ex Benth.***
Chlorochlamys Miq., Ann. Mus. Bot. Lugduno-Batavum 4: 142. 1869. Tipo: C. celebica Miq.***
Verlotia E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 324. 1885. Tipo: non designatus*
Pseudomarsdenia Baill., Hist. pl. 10: 268. 1890. Tipo: non designatus*
Elcomarhiza Barb.Rodr., Vellosia, ed. 2, 1: 44; tab. 6. 1891. Tipo: E. amylacea Barb.Rodr.*
Traunia K.Schum., Notizbl. Königl. Bot. Gart. Berlin 1: 23. 1895. Tipo: T. albiflora K.Schum.**
Pseudosarcolobus Constantin in Leconte, Fl. Indo-Chine 4: 77. 1912. Tipo: P. villosus Constantin***
Gymnemopsis Constantin in Leconte, Fl. Indo-Chine 4: 88. 1912. Tipo: G. pierrei Constantin***
Harmandiella Constantin in Leconte, Fl. Indo-Chine 4: 89. 1912. Tipo: H. cordifolia Constantin***
Astelma Schltr., Bot. Jahrb. Syst. 50: 138; fig. 7. 1913. (non Astelma R.Br. ex Ker Gawl., Bot. Reg.: tab. 532.
1821. Asteraceae) ≡ Papuastelma Bullock***
Dalzielia Turrill, Icon. pl.: tab. 3061. 1916. Tipo: D. oblanceolata Turrill**
Ecliptostelma Brandegee, Univ. Calif. Publ. Bot. 6: 371. 1917. Tipo: E. molle Brandegee*
Dischidanthus Tsiang, Sunyatsenia 3: 184. 1936. Tipo: D. urceolata (Decne.) Tsiang (Marsdenia urceolata
Decne.)***
Loniceroides Bullock, Kew Bull. 17: 487. 1964. Tipo: L. harrisoniae Bullock (Harrisonia loniceroides
Hook.)*
Papuastelma Bullock, Kew Bull. 19: 202. 1965. Tipo: P. secamonoides (Schltr.) Bullock (Astelma
secamonoides Schltr.)***
Trepadeira, raramente subarbusto ereto. Folhas opostas ou verticiladas, pecioladas,
ovais a lineares, geralmente 1-2 pares de coléteres na base. Cimeiras axilares ou
subaxilares, geralmente congestas. Cálice imbricado, glanduloso entre as sépalas ou ao
longo da axila. Corola urceolada a quase rotácea, amarelada, castanha a quase negra ou
variegada. Corona 5-lobada; lobos unidos ao dorso das anteras, livres entre si, geralmente
carnosos, inteiros, subdivididos ou reduzidos. Retináculo fistuloso a crasso; caudículos
75
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
hialinos, inseridos na base do retináculo; polínios eretos, uniformes, unidos aos caudículos
pela base. Ápice do ginostégio brevemente rostrado.
Marsdenia é facilmente reconhecida pelos polínios eretos, unidos aos caudículos
pela base. São geralmente trepadeiras de folhas opostas, encontradas em praticamente todas
as regiões de clima quente e úmido do mundo. Após a revisão das espécies americanas
(Rothe 1915), Marsdenia passou a incluir oito gêneros, reorganizados em seções e
subseções. Omlor (1998) revisou os gêneros de Marsdenieae e adotou uma circunscrição
mais abrangente para o gênero na África, subdividindo-o em seções. A delimitação ampla
de Marsdenia, associada à manutenção de gêneros pequenos relacionados, parece tornar o
táxon parafilético; no entanto, os conceitos para os gêneros dessa tribo ainda são
preliminares (Omlor 1998).
Marsdenia inclui cerca de 300 espécies (Morillo 1997). Os sinônimos foram
compilados de Omlor (1998; * Américas, ** África ou Madagascar, *** Europa, Ásia,
Oceania e Austrália), tendo sido excluído Ifdregea Steud. (Umbelliferae) por tratar-se de
um equívoco decorrente da lista de sinônimos apresentada por Liede e Albers (1994).
Chave para as espécies:
1. Corola vinácea, ao menos adaxialmente, com menos de 10,5 mm compr., abaxialmente
pubescente ou ciliada nas lacínias. Lobos da corona inteiros, carnosos, mais baixos que
a membrana apical das anteras. Polínios ca. 1 mm compr. ou mais.
2. Ramos velutino-tomentosos. Pecíolo 3-4 cm compr.; lâmina vilosa a pilosa, com
mais de 8 cm larg.; base reniforme a lobada. Inflorescências ca. 20-floras. Sépalas
desiguais. Corola com menos de 7 mm compr., abaxialmente pubescente. Lobos
da corona atingindo a base da membrana apical das anteras. Retináculo ca. 0,15
mm compr.; polínios ca. 1 mm compr. Folículo viloso...........1.1. M. altissima (76)
2'. Ramos glabros. Pecíolo até 1,5 cm compr.; lâmina glabra, até 6 cm larg.; base
cuneada. Inflorescências ca. 8-floras. Sépalas semelhantes entre si. Corola com
mais de 10 mm compr., abaxialmente glabra. Lobos da corona pouco mais baixos
que a membrana apical das anteras. Retináculo com mais de 0,45 mm compr.;
polínios com mais de 1 mm compr. Folículo glabro..........1.2. M. macrophylla (77)
1'. Corola amarelo-esverdeada, com mais de 10,5 mm compr., abaxialmente glabra; lacínias
não ciliadas. Lobos da corona subdividos em uma porção basal carnosa prolongada em
um lobo linear, hialino, da mesma altura ou mais altos que a membrana apical das
anteras. Polínios até 0,7 mm compr................................................1.3. M. suberosa (78)
1.1. Marsdenia altissima (Jacq.) Dugand, Mutisia 9: 1. 1952. Asclepias altissima Jacq.,
Enum. syst. pl.: 17. 1760. Cynanchum altissimum (Jacq.) Jacq., Select. stirp. amer.
hist.: 84; tab. 57. 1763. Gonolobus altissimus (Jacq.) Schult., Syst. veg. 6: 65. 1820.
Tipo: COLÔMBIA. Cartagena: N.J. Jacquin s.n. (BM? n.v.).
Marsdenia molissima E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 322; tab. 95. 1885. Sintipo: BRASIL.
Bahia: C.F.P. Martius s.n. (M? n.v.); J.S. Blanchet 3539 (F; G n.v.); L. Riedel 2763 (LE? n.v.). “Rio
de Janeiro”: Paraibuna do Sul, 9.IX.1881 (fl), A.F.M. Glaziou 12959 (R). SURINAME.
Wullschlaegel s.n. (?).
Marsdenia burchellii E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 322. 1885. Tipo: BRASIL. Goiás: próximo
à capital, W.J. Burchell 7310 (K? n.v.).
Marsdenia caulantha S.Moore, Trans. Linn. Soc., Bot. 4(3): 399. 1895.
76
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Marsdenia imthurnii Hemsl., Bot. Mag.: tab. 7953. 1904.
Marsdenia ecorpuscula Rusby, Descr. S. Am. pl.: 99. 1920. Tipo: COLÔMBIA. Próximo a Mameteca, 3.VI
(fl), H.H. Smith 2094 (holótipo: NY; isótipos: F, MO).
Marsdenia caurensis Morillo, Acta Bot. Venezuel. 9: 314; fig. 2. 1974. Tipo: VENEZUELA. Bolivar: L.
Williams 11822 (VEN n.v.).
Figura: 3 A-F.
Trepadeira ou arbusto escandente; ramos velutino-tomentosos. Pecíolo 3-4 cm
compr.; lâmina largamente oval, 9-14 cm compr., 9-10,5 cm larg., vilosa a pilosa em ambas
as faces; base reniforme a lobada; ápice obtuso a acuminado. Cimeiras glomeruliformes a
umbeliformes, axilares ou quase, ca. 20 flores; pedúnculo até 8 mm compr. Pedicelo ca. 3
mm compr. Cálice abaxialmente tomentoso, 5-glanduloso; sépalas suboblongas, desiguais,
as menores ca. 5 mm compr., as maiores ca. 8 mm compr. Corola irregularmente
campanulada a urceolada, abaxialmente pubescente, glabrescente em direção à base,
adaxialmente vinácea, 5-barbada na porção mediana do tubo; tubo ca. 4,3 mm compr.;
lacínias largamente oblongas, ca. 2,5 mm compr. Corona com lobos inteiros, oblongos,
carnosos, atingindo a base da membrana apical. Retináculo cônico a elipsóide, ca. 0,15 mm
compr.; caudículos filiformes, ca. 0,35 mm compr.; polínios lanceolóides a subclavados, ca.
1 mm compr. Folículo elipsóide, quase oblongo, ca. 18 cm compr., viloso.
Material examinado. Belo Horizonte: Lapinha, 13.X.1955 (fl), A. Lutz s.n (R, s.n.). Santana do Riacho:
rodovia Belo Horizonte – Conceição do Mato Dentro, atalho para Morro do Calcário, 7.X.1981 (fl), M.L.
Kawasaki et al. CFSC 7577 (BHCB, RB, SPF). Monte Azul: via montevidiu, 14.I.1997 (fr), G. Hatschbach
et al. 65728 (MBM).
Marsdenia altissima pode ser reconhecida pelas folhas vilosas e flores vináceas em
inflorescências multifloras e condensadas. Os sinônimos foram reunidos por Morillo (1978)
e reproduzidos por Fontella-Pereira et al. (1989). No entanto, os desenhos de polinários
apresentados por Fournier (1885, Tábula 95), Morillo (1978, Figura 1) e Omlor (1998,
Tábula 15, Figura J) são discrepantes, sugerindo uma interpretação muito abrangente para
essa espécie. Ocorre em bordas de mata e na caatinga, desde o norte da América do Sul até
o norte da Argentina (Morillo 1978, Fontella-Pereira et al. 1989). Na Cadeia do Espinhaço
de Minas Gerais, foi encontrada esporadicamente, apresentando flores em outubro e
frutificando em janeiro.
1.2. Marsdenia macrophylla (Humb. & Bonpl. ex Schult.) E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl.
bras. 6(4): 321. 1885. Asclepias macrophylla Humb. & Bonpl. ex Schult., Syst. veg. 6:
86. 1820. Ruehssia macrophylla (Humb. & Bonpl. ex Schult.) H.Karst., Verh. Vereins
Beförd. Gartenbaues Königl. Preuss. Staaten 19(2): 305. 1849. Tipo: VENEZUELA.
Sucre: Cumaná, F.W.H.A. Humboldt & A.J.A. Bonpland 361 (B n.v.).
Marsdenia maculata J.D.Hook., Bot. Mag. 73: tab. 4299. 1847. Ruehssia maculata (J.D.Hook.) H.Karst.,
Verh. Vereins Beförd. Gartenbaues Königl. Preuss. Staaten 19(2): 305. 1849. Tipo: COLÔMBIA.
Santa Marta, Nova Granada. VENEZUELA. Trinidad.
Ruehssia estebanensis H.Karst., Verh. Vereins Beförd. Gartenbaues Königl. Preuss. Staaten 19(2): 305; tab.
1. 1849. Tipo: VENEZUELA.
Ruehssia glauca H.Karst., Verh. Vereins Beförd. Gartenbaues Königl. Preuss. Staaten 19(2): 305. 1849.
Tipo: VENEZUELA.
Ruehssia pubescens H.Karst., Verh. Vereins Beförd. Gartenbaues Königl. Preuss. Staaten 19(2): 305. 1849.
Tipo: VENEZUELA.
77
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Ruehssia purpurea Schltdl., Linnaea 26: 669. 1883. Tipo: VENEZUELA.
Figura: 3 G-K.
Trepadeira; ramos glabros. Pecíolo 1-1,5 cm compr.; lâmina elíptica ou quase, 1114 cm compr., 4-6 cm larg., glabra; base cuneada; ápice acuminado a cuspidado. Cimeiras
umbeliformes, subaxilares, ca. 8 flores; pedúnculo 0,7-1,1 cm compr. Pedicelo 3,5-4 mm
compr. Cálice ciliado, 5-glanduloso; sépalas elípticas ou quase, semelhantes entre si, ca.
4,5 mm compr. Corola irregularmente campanulada a urceolada, vinácea, eventualmente
esbranquiçada no tubo, abaxialmente glabra, ciliada nas lacínias, adaxialmente 5-barbelada
na base do tubo; tubo ca. 5,5 mm compr.; lacínias elípticas, ca. 4,7 mm compr. Corona
com lobos inteiros, ligulados, carnosos, pouco mais baixos que a membrana apical.
Retináculo estreitamente cônico, 0,5-0,55 mm compr.; caudículos subhorizontais, ca. 0,3
mm compr.; polínios subclavados, levemente sinuosos, 1,35-1,4 mm compr. Folículo
elipsóide, ca. 17 cm compr., glabro; sementes elípticas a ovais, 1,35-1,5 cm compr., lisas.
Material examinado. Santa Bárbara: 12.I.1921 (fl), F.C. Hoehne s.n. (SP 4922).
Material adicionado. Minas Gerais. Ituiutaba: 10.XI.1944 (fl, fr), A. Macedo 585 (MO, SP).
Nome popular: capa-homem (in sched.).
Marsdenia macrophylla inclui trepadeiras glabras, com flores vináceas. Rothe
(1915) considerou M. warmingii E.Fourn. sinônimo de M. hilariana E.Fourn. e ressaltou a
semelhança da espécie com M. macrophylla, o que poderia representar extremos na
variação de um mesmo táxon. Morillo (1978) considerou M. hilariana sinônimo de M.
macrophylla, voltando atrás ao analisar o material-tipo (Morillo 1987). A chave
apresentada por ele, no entanto, não permite identificar com clareza as plantas encontradas
em Minas Gerais. Nos espécimes analisados, as folhas são glabras, elípticas e cuneadas na
base, como em M. hilariana, mas as flores possuem lobos da corona quase da altura da
membrana apical das anteras, como em M. macrophylla. Os sinônimos foram originalmente
reunidos por Morillo (1978), tendo sido excluído M. hilariana.
Está representada desde a Argentina até a América Central (Morillo 1978, Jaimes &
Aranda 1998). Na Cadeia do Espinhaço de Minas Gerais, foi encontrada apenas em “Santa
Bárbara do Mato Dentro” (in sched.), mas como o material (Hoehne s.n., SP 4922) não
apresenta flores ou frutos preservados, a descrição está baseada em Macedo 585.
1.3. Marsdenia suberosa (E.Fourn.) Malme, Bih. Kongl. Svenska Vetensk.-Akad. Handl.
34(7): 94. 1900. Verlotia suberosa E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 324.
1885. Tipo: BRASIL. Rio de Janeiro: A.F.M. Glaziou 5940 (holótipo: P n.v.; isótipos:
B n.v., fotos F, NY; C n.v.).
Verlotia heterophylla E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 325. 1885. Marsdenia heterophylla
(E.Fourn.) Rothe, Bot. Jahrb. Syst. 52: 431; fig. 14: 5-6. 1915. Tipo: BRASIL. Rio de Janeiro: L.
Riedel ? (LE n.v.).
Verlotia dracontea E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 325. 1885. Marsdenia dracontea (E.Fourn.)
Rothe, Bot. Jahrb. Syst. 52: 431; fig. 14: 7-8. 1915. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Lagoa Santa,
18.XI.1865 (fl), J.E.B. Warming s.n. (C n.v., fotos MO, NY). Syn. nov.
Marsdenia schenckii K.Schum., Bot. Jahrb. Syst. 25(10): 22. 1898. Tipo: BRASIL. Rio de Janeiro:
Corcovado, H. Schenck 1739 (B n.v.).
78
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Figura: 3 L-S; foto 40 a-b.
Trepadeira; ramos unilateralmente pubescentes, suberificados em direção à base.
Pecíolo 0,3-1 cm compr.; lâmina elíptica, oblonga ou oval, 5-10,2 cm compr., 1,5-5 cm
larg., glabra; base cuneada; ápice arredondado a retuso, mucronado ou agudo. Cimeiras
umbeliformes, axilares ou quase, até 10 flores; pedúnculo 3-8 mm compr. Pedicelo 2-4 mm
compr. Cálice glabro ou com tricomas na margem e na base da face abaxial; sépalas ovais a
lanceoladas, levemente desiguais, 4-7 mm compr. Corola urceolada, amarela nas lacínias,
esverdeada no tubo, abaxialmente glabra, adaxialmente tomentosa a vilosa na porção
mediana; tubo 6-11 mm compr.; lacínias oblongas, 5-6,3 mm compr. Corona com lobos
ligulados a sagitados, carnosos na porção basal, prolongados internamente em um lobo
linear, hialino, da mesma altura ou mais altos que a membrana apical. Retináculo
estreitamente ovóide ou trulado, 0,3-0,5 mm compr.; caudículos ascendentes, 0,15-0,25 mm
compr.; polínios subcilíndricos, 0,58-0,7 mm compr.
Material examinado. Gouveia: 30 km de Diamantina, 1969 (fl), H.S. Irwin et al. 21836 (NY). Diamantina:
s.d. (fl), R. Lima 1892 (RB); córrego Sentinela, 2.X.1997 (bt), A. Rapini et al. 384 (MBM, SP, SPF); ib., 12
km em direção a Biribiri, 18o10'59"S, 43o37'06"W, 21.XII.1998 (fl), A. Rapini et al. 847 (SPF); próximo ao
km 167 da BR-367, ca. 18 km de Diamantina em direção a Mendanha, 15.III.1999 (fl), A. Rapini & M.L.
Kawasaki 806 (SPF). Grão-Mogol: estrada para Ventania, 16o32'S, 42o49'W, 13.XII.1989 (fl), T.R.S. Silva et
al. CFCR 12710 (SPF); id. 12720 (BHCB, SPF).
Marsdenia suberosa apresenta súber verrugoso que se fragmenta em placas e
desprende-se dos ramos; as axilas foliares e o cálice são multiglandulosos; as flores são
amarelas nas lacínias, passando a esverdeadas para a base do tubo, internamente tomentosas
a vilosas na região mediana da corola e com lobos da corona nitidamente compostos de
uma porção basal espessa e carnosa que se prolonga internamente em um lobo estreito e
delgado por sobre a membrana apical das anteras.
Verlotia dracontea foi originalmente distinguida de V. suberosa pela prefloração
menos contorta (Fournier 1885). Mais recentemente, Morillo e Carnevali (1987) fizeram
uma breve revisão para M. suberosa e espécies afins. Eles consideraram M. heterophylla
sinônimo de M. suberosa, propuseram duas novidades e apresentaram uma chave para a
identificação das espécies. A chave separa M. suberosa e M. dracontea principalmente pelo
comprimento do tubo da corola, o que tem se mostrado inadequado na determinação das
plantas da Cadeia do Espinhaço. Na região, foram encontrados indivíduos com flores cujo
tubo da corola varia entre 5 e 11 mm compr., geralmente mais longos do que o descrito por
Morillo e Carnevali (1987) para M. suberosa (4,1-5 mm compr.) e, na maioria das vezes,
mais curtos do que indicado para M. dracontea (10-10,5 mm compr.). Marsdenia schenckii,
sinônimo de M. suberosa (Rothe 1915, Morillo & Carnevali 1987), possui tubo da corola
de comprimento intermediário (7-8 mm compr.) às duas espécies (Schumann 1898) e
também não se adequaria à delimitação proposta por Morillo e Carnevali (1987).
As descontinuidades apontadas para a prefloração e para o comprimento do tubo da
corola não foram confirmadas e a distinção entre M. suberosa e M. dracontea deve ter sido
artefato da pequena amostragem disponível anteriormente. Essas espécies devem
representar extremos de uma variação e o acréscimo de materiais analisados impossibilita o
reconhecimento desses padrões. Assim, a distribuição de M. suberosa, anteriormente
reconhecida apenas para vegetação seca da costa do Rio de Janeiro (Morillo & Carnevali
79
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
1987), é ampliada e sua ocorrência na Cadeia do Espinhaço sugere um padrão disjunto de
distribuição formado por populações remanescentes e heterogêneas.
2. Gonolobus Michx.
Fl. bor.-amer. 1: 119. 1803. Lectótipo: G. macrophyllus Michx., nom. illeg. [G. gonocarpus
(Walter) Perry (Vincetoxicum gonocarpus Walter)]
Vincetoxicum Walter, Fl. Carol. 13: 104. 1788. (non Vincetoxicum Wolf, Gen. 130. 1776.) ≡ Gonolobus
Michx.
Exolobus E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 318. 1885. Lectótipo: E. patens (Decne.) E.Fourn.
(Gonolobus patens Decne.)
Microstelma Baill., Hist. pl. 10: 286. 1890. Tipo: non designatus
Trichostelma Baill., Hist. pl. 10: 287. 1890. Tipo: T. ciliatum Baill.
Trepadeira, geralmente com tricomas longos, amarelados ou castanhos. Folhas
opostas, pecioladas, ovais a elípticas, geralmente cordadas a auriculadas, 2-6 coléteres na
base. Cimeiras subaxilares, alternas, umbeliformes ou racemiformes, raramente unifloras.
Cálice com coléteres alternos às sépalas. Corola rotácea; venação conspícua nas lacínias.
Corona simples, anular, carnosa, 5-lobada, unida à corola, ou dupla, composta de um disco
carnoso na fauce, rodeando o segmento interno. Anteras horizontais, transversalmente
deiscentes, cobertas nos lóculos por uma membrana hialina, providas dorsalmente de um
apêndice laminar carnoso, inteiro ou lobado; membrana apical inconspícua. Retináculo
sagitiforme; caudículos hialinos, geralmente auriculados; polínios horizontais a levemente
pendentes, côncavos em uma das margens, geralmente estéreis no ápice. Ginostégio plano
ou quase no ápice. Folículos costados a alados, raramente lisos ou tuberculados,
freqüentemente carnosos.
Gonolobus é reconhecido pelas anteras horizontais, com deiscência transversal,
providas de um apêndice laminar e carnoso no dorso. Assemelha-se a Matelea Aubl.,
também classificada em Gonolobinae (Liede 1997a), anteriormente considerada tribo
(Gonolobeae) à parte. A separação desses gêneros é duvidosa, mas preferível enquanto não
for proposta uma recircunscrição de Matelea. O gênero está restrito ao Novo Mundo, com
cerca de 100 espécies (Morillo 1997). Os sinônimos foram reunidos por Liede (1997a).
2.1. Gonolobus selloanus (E.Fourn.) Bacigalupo, Fl. Il. Entre Rios (Argentina) 6(5): 144.
1979. Exolobus selloanus E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 319. 1885. Tipo:
BRASIL. F. Sellow (B? n.v.).
Figura: 4 A-F; foto 35 a-b.
Trepadeira; ramos hirsutos a híspidos. Pecíolo 2-3 cm compr.; lâmina oval ou
quase, 4-9 cm compr., 2-6 cm larg., híspida a hirsuta em ambas as faces, mais densamente
nas nervuras abaxiais, cartácea a membranácea; base auriculada, reniforme ou truncada;
ápice acuminado a brevemente caudado. Cimeiras umbeliformes, até 11 flores; pedúnculo
2-4 mm compr. Pedicelo 5-8 mm compr. Cálice valvar, ciliado; sépalas subovais, 2,2-3 mm
compr. Corola fendida quase até a base, geralmente reflexa, esverdeada, adaxialmente
papilosa, barbelada na base, abaxialmente glabra; tubo ca. 1 mm compr.; lacínias ovais,
81
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
3,5-3,8 mm compr. Corona dupla, externamente anular, internamente lobada, creme; lobos
ligulados, auriculados, mais baixos que as anteras. Anteras horizontais, providas de
apêndice ligulado, carnoso, protuso. Retináculo espatulado, triangular no ápice, ca. 0,23
mm compr., fistuloso; caudículos horizontais, plicados, ca. 0,35 mm compr.; polínios
subdeltóides, ca. 0,5 mm compr. Ginostégio creme, plano no ápice. Folículos
profundamente costados, 7-8 cm compr., verdes, minutamente setulosos.
Material examinado. Ouro Preto: II.1892 (fl), C.T. Magalhães s.n. (R 102170); II.1892 (fl), E. Ule 2635
(R); 28.VI.1978 (fr), J. Badini s.n. (OUPR 728); terreno baldio no centro da cidade, 20.III.1998 (fl, fr), A.
Rapini et al. 609 (BHCB, K, MBM, SPF). Mariana: Passagem de Mariana, s.d. (fl), J. Badini s.n. (OUPR
726); id. s.n. (OUPR 980); ib., 14.II.1974 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 729); ib., 9.II.1979 (fl), J. Badini s.n.
(OUPR 727).
Gonolobus selloanus inclui trepadeiras com flores esverdeadas, internamente creme,
providas de corona dupla, externamente formando um disco na fauce da corola e
internamente composta de cinco lobos auriculados, abaixo das anteras. Ocorre geralmente
em matas pluviais e capoeiras de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e
Rio Grande do Sul, alcançando o Paraguai e a Argentina (Fontella-Pereira et al. 1984), mas
chega até o Amazonas (S.A. Mori 9005, MO) e a Bolívia (e.g. M. Nee 36137, MO). Na
Cadeia do Espinhaço, foi coletada em terrenos baldios da região de Ouro Preto e arredores,
florescendo em fevereiro e março e frutificando em março e abril.
3. Matelea Aubl.
Hist. pl. Guiane: 277; tab. 109, fig. 1. 1775. Tipo: M. palustris Aubl.
Hostea Willd., Sp. Pl. 1(2): 1274. 1798. ≡ Matelea Aubl.
Lachnostoma Kunth in Humb., Bonpl. & Kunth, Nov. Gen. sp. 3: 198; tab. 232. 1819. Tipo: L. tigrinum
Kunth
Ibatia Decne. in DC., Prodr. 8: 599. 1844. Tipo: I. maritima (Jacq.) Decne. (Cynanchum maritimum Jacq.)
Polystemma Decne. in DC., Prodr. 8: 602. 1844. Tipo: P. viridiflora Decne.
Dictyanthus Decne. in DC., Prodr. 8: 604. 1844. Tipo: D. pavonii Decne.
Chthamalia Decne. in DC., Prodr. 8: 605. 1844. Lectótipo: C. nummularia Decne.
Ptycanthera Decne. in DC., Prodr. 8: 606. 1844. Tipo: P. berteroi Decne. (“Berterii”)
Tympananthe Hassk., Flora 30: 757. 1847. Tipo: T. suberosa Hassk.
Fimbristemma Turcz., Byull. Moskovsk. Obshch. Isp. Prir., Otd. Biol. 25(2): 320. 1852. Tipo: F.
gonoloboides Turcz.
Rytidoloma Turcz., Byull. Moskovsk. Obshch. Isp. Prir., Otd. Biol. 25(2): 320. 1852. Tipo: R. reticulatum
Turcz.
Poicilla Griseb., Cat. pl. Cub.: 176. 1866. Lectótipo: P. tamnifolia Griseb.
Omphalophthalmum H.Karst., Fl. Colomb. 2: 119; tab. 163. 1866. Tipo: O. rubra H.Karst.
Callaeolepium H.Karst., Fl. Colomb. 2: 123; tab. 165. 1866. Tipo: C. warscewiczii H.Karst.
Rothrockia A.Gray, Proc. Am. Acad. Arts.: 201. 1885. Tipo: R. cordifolia A.Gray
Himantostemma A.Gray, Proc. Am. Acad. Arts.: 201. 1885. Tipo: H. pringlei A.Gray
Amphidetes E.Fourn in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 213. 1885. Tipo: non designatus
Pulvinaria E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 214. 1885. ≡ Lhotzkyella Rauschert
Peckoltia E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 310. 1885. Tipo: P. pedalis E.Fourn.
Phaeostemma E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 311. 1885. Tipo: P. riedelii E.Fourn.
Malinvaudia E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 312. 1885. Tipo: M. capillacea E.Fourn.
Coelostelma E.Fourn in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 320. 1885. Tipo: C. refractum E.Fourn.
Pycnobregma Baill., Hist. pl. 10: 288. 1890. Tipo: P. funckii Baill.
Tetracustelma Baill., Hist. pl. 10: 292. 1890. Tipo: T. prostratum (Decne.) Baill. (“prostrata”) (Lachnostoma
82
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
prostratum Decne.)
Urostephanus B.L.Rob. & Greenm., Amer. J. Sci. 3(1): 159. 1895. Tipo: U. gonoloboides B.L.Rob. &
Greenm.
Prosthecidiscus Donn.Sm., Coult. bot. mag. 25: 149. 1898. Tipo: P. guatemalensis Donn.Sm.
Pseudibatia Malme, Bih. Kongl. Svenska Vetensk.-Akad. Handl. 34(7): 78. 1900. Tipo: non designatus
Labidostelma Schltr., Bull. Herb. Boisser 2(4): 843. 1906. Tipo: L. guatemalense Schltr.
Microdactylon Brandegee, Zoe 5: 252. 1908. Tipo: M. cordatum Brandegee
Amphorella Brandegee, Univ. Calif. Publ. Bot. 4: 91. 1910. Tipo: A. castanea Brandegee
Pachystelma Brandegee, Univ. Calif. Publ. Bot. 7: 330. 1920. Tipo: P. cordatum Brandegee
Cyclodon Small, Man. s.e. fl.: 1075. 1933. Tipo: C. alabamense (Vail) Small (Vincetoxicum alabamense
Vail)
Odontostephana Alexander in Small, Man. s.e. fl.: 1076. 1933. Tipo: non designatus
Edisonia Small, Man. s.e. fl.: 1078. 1933. Tipo: E. pubiflora (Decne.) Small (Chthamalia pubiflora Decne.)
Heliostemma Woodson, Amer. J. Bot. 22: 689. 1935. Tipo: H. molestum Woodson (“molesta”)
Jacaima Rendle, J. Bot. 74: 340. 1936. Tipo: J. costata (Urban) Rendle (Poicilla costata Urban)
Poicillopsis Schltr. ex Rendle, J. Bot. 74: 343. 1936. Tipo: P. ovatifolia (Griseb.) Rendle (Poicilla ovatifolia
Griseb.)
Lhotzkyella Rauschert, Taxon 31(3): 557. 1982. Tipo: L. lhotzkyana (E.Fourn.) Rauschert (Pulvinaria
lhotzkyana E.Fourn.)
Trepadeira, mais raramente subarbusto ereto ou prostrado; ramos basais
freqüentemente suberosos. Folhas opostas, pecioladas, geralmente ovais, oblongas ou
elípticas, cordadas ou sagitadas, 2-6 coléteres na base. Cimeiras subaxilares, alternas,
umbeliformes ou racemiformes, raramente unifloras. Cálice com até 2 coléteres entre as
sépalas. Corola geralmente rotácea a campanulada; venação conspícua nas lacínias. Corona
geralmente anular a lobada, carnosa, soldada à base da corola. Anteras horizontais,
transversalmente deiscentes, cobertas nos lóculos por uma membrana hialina. Retináculo
sagitiforme; caudículos alados ou articulados, inseridos na região basal do retináculo;
polínios horizontais ou quase, geralmente côncavos a sulcados em um dos lados, providos
de uma região hialina estéril no ápice. Ápice do ginostégio plano a mamilado, coberto por
uma membrana carnosa. Folículos lisos, costados ou tuberculados.
Matelea distingue-se de Gonolobus principalmente pela ausência do apêndice
carnoso das anteras. Esse caráter, apesar de facilmente detectado, não parece suficiente para
manter essa divisão e talvez Matelea devesse incluir Gonolobus ou ser desmembrada em
grupos com circunscrição mais restrita. Ocorre apenas no Novo Mundo, contando com
cerca de 300 espécies (Morillo 1997). Os sinônimos foram reunidos por Liede (1997a).
Chave para as espécies:
1. Pecíolo com mais de 1,5 cm compr.; lâmina cartácea, com mais de 2,5 cm larg., cordada
a reniforme na base. Pedúnculo ca. 1,5 cm compr. Pedicelo com mais de 1 cm compr.
Sépalas ca. 4 mm compr. Corola ca. 1 cm compr. Corona simples. Polínios ca. 0,8 mm
compr...........................................................................................3.1. M. denticulata (84)
1'. Pecíolo raramente ultrapassando 1 cm compr.; lâmina coriácea, raramente
membranácea, com menos de 2,5 cm larg., cuneada a obtusa na base. Pedúnculo com
menos de 1 cm compr. Pedicelo até 1 cm compr. Sépalas até 3,5 mm compr. Corola
com menos de 8 mm compr. Corona provida de pregas ou segmentos oblongos
adaxialmente. Polínios até 0,5 mm compr.........................................3.2. M. pedalis (84)
83
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
3.1. Matelea denticulata (Vahl) Fontella & E.A.Schwarz, Bol. Mus. Bot. Munic. 46: 4
1981. Cynanchum denticulatum Vahl, Eclog. amer. 2: 23. 1798. Gonolobus
denticulatus (Vahl) W.D.Stevens, Phytologia 64(5): 334. 1988. Tipo: GUIANA. von
Rohr (holótipo: C n.v.).
Cynanchum viridiflorum G.Mey., Prim. fl. esseq.: 141. 1818. Gonolobus viridiflorus (G.Mey.) Schult., Syst.
veg. 6: 61. 1820, nom. illeg. (non G. viridiflorus Nutt., Gen. N. Amer. pl. 1: 163. 1818.). Gonolobus
guianensis Spreng., Syst. veg. 1: 845. 1824. Vincetoxicum viridiflorum (G.Mey.) Standl., J. Wash.
Acad. Sci. 17: 14. 1927. Matelea viridiflora (G.Mey.) Woodson, Ann. Missouri Bot. Gard. 28: 235.
1941. Tipo: GUIANA. Hamburg.
Cynanchum viride Vell., Fl. flumin.: 121. 1829; vol. 3: tab. 81. 1831.
Gonolobus obtusiflorus Decne. in DC., Prodr. 8: 594. 1844. Tipo: BRASIL. São Paulo: 1833 (fl), C.G.
Beaupre (Gaudichaud) n o 385 in Herb. imp. brasil. (holótipo: P n.v., fragmento F).
Gonolobus stelliflorus E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 317. 1885. Sintipo: BRASIL. Minas
Gerais: A.F.C.P. Saint-Hilaire (P n.v., fragmento F); Lagoa Santa, 20.XII.1863 (fl), J.E.B. Warming
1838 (C n.v., foto F).
Figura: 4 G-J.
Trepadeira; ramos pilosos. Pecíolo 2-3,5 cm compr.; lâmina elíptica, 6,5-8 cm
compr., 3-4,2 cm larg., tricomas na margem e nas nervuras, cartácea; base cordada a
reniforme; ápice agudo a acuminado. Cimeiras umbeliformes, até 6 flores; pedúnculo ca.
1,5 cm compr. Pedicelo 1,5-2 cm compr. Cálice valvar, abaxialmente setoso, adaxialmente
glabro; sépalas estreitamente triangulares, ca. 4 mm compr. Corola rotácea, verde, ciliada,
abaxialmente glabra, adaxialmente setosa no tubo e base das lacínias; tubo ca. 2,7 mm
compr.; lacínias ovais, ca. 7,4 mm compr. Corona anular, curtamente lobada, carnosa,
simples, abaixo das anteras. Retináculo subcapitulado, ca. 0,24 mm compr.; caudículos ca.
0,15 mm compr.; polínios largamente ovais, ca. 0,8 mm compr. Ginostégio plano ou quase
no ápice.
Material examinado. Belo Horizonte: I.1898 (fl), A. Silveira 299 (R).
Matelea denticulata pode ser reconhecida pelas inflorescências com pedúnculos e
pedicelos longos, com pelo menos 1,5 cm compr. cada; as flores verdes possuem lacínias
longas, ca. 7,4 mm compr., glabras abaxialmente e a corona é formada por apenas um
verticilo. Os sinônimos foram apresentados por Fontella-Pereira e Schwarz (1981a), que, no
entanto, equivocadamente substituíram Gonolobus guianensis por “Cynanchum
guianense”. Ocorre em clareiras, capoeiras, bordas de mata e brejos, desde o México até o
norte da América do Sul e no Sudeste e Sul do Brasil até a Argentina e Paraguai (FontellaPereira et al. 1989, Morillo 1997), sendo rara na Cadeia do Espinhaço.
3.2. Matelea pedalis (E.Fourn.) Fontella & E.A.Schwarz, Bol. Mus. Bot. Munic. 46: 7.
1981. Peckoltia pedalis E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 310; tab. 90. 1885.
Sintipo: BRASIL. Mato Grosso: Cuiabá, A.L.P.S. Manso & J. Lhotzky 16 (G? n.v.).
Goiás: G. Gardner 3334 (K? n.v., NY). Minas Gerais: entre Arassuaí e Piedade, J.B.E.
Pohl 3051 (W? n.v.); Caraça (“Rio de Janeiro”), 18.VII.1884 (fl, fr), A.F.M. Glaziou
14088 (P n.v., R).
Figura: 4 K-P; foto 41 a-b.
84
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Subarbusto a trepadeira; ramos esparsamente hirsutos, mais densamente próximo
aos nós ou glabros, suberosos na base. Pecíolo 0,4-1(-2,4) cm compr.; lâmina elíptica a
oval, 3,5-6,5(-9) cm compr., 0,7-2,4 cm larg., glabra ou com tricomas na base, ápice,
margem e nervura central, coriácea, raramente membranácea; base cuneada a obtusa; ápice
acuminado a agudo. Cimeiras umbeliformes, até 5 flores; pedúnculo 1-6 mm compr.
Pedicelo 0,5-1 cm compr. Cálice valvar, hirsuto abaxial e adaxialmente na porção superior;
sépalas ovais, lanceoladas ou estreitamente elípticas, 2,25-3,5 mm compr. Corola rotácea,
alva, verde ou ocre, abaxialmente hirsuta a esparsamente hirtela, adaxialmente glabra ou
hirsuta na base, passando a hirtela em direção ao ápice; tubo 0,85-2 mm compr.; lacínias
largamente ovais, 3-4,1 mm compr., patentes. Corona anular a 5-lobada, carnosa, negra,
provida de 5 pregas ou segmentos oblongos, unidos ou fundidos adaxialmente, mais baixa
que as anteras. Retináculo espatulado, triangular no ápice, ca. 0,25 mm compr.; caudículos
0,15-0,2 mm compr.; polínios largamente ovais, 0,45-0,5 mm compr. Ginostégio plano, 5partido, negro. Folículos profundamente costados, 4-7 cm compr., glabros; sementes ca. 6
mm compr.
Material examinado. Ouro Preto: s.d. (fl), J. Badini s.n. (OUPR 733). Moeda: Serra da Moeda, 31.V.1995
(fl), J.A. Lombardi & L.G. Temponi 770 (BHCB); ib., 11.X.1995 (fl, fr), J.A. Lombardi & L.G. Temponi 1012
(BHCB). Itabirito: Pico do Itabirito, 24.V.1994 (fl), W.A. Teixeira s.n. (BHCB 25013, HB). Catas Altas:
Serra do Caraça, Cascatona, 20o05'S, 43o30'W, 3.XII.1998 (fr), A. Rapini & M.L. Kawasaki 714 (K, MBM,
MO, SPF, W). Santana do Riacho: Serra do Cipó, km 122, 14.IV.1935 (fl), H.M. Barreto 1117 & A.C.
Brade 14902 (BHMH, R, RB); ib., km 127, 5.XI.1936 (fr), H.M. Barreto 5186 (BHMH); rodovia Belo
Horizonte – Conceição do Mato Dentro, Mãe d'Água, 8.X.1981 (fl), J.R. Pirani et al. CFSC 7594 (G, SPF).
Matelea pedalis pode ser reconhecida pelos ramos com córtex espesso, eretos na
base, tornando-se delgados e volúveis ao encontrar um suporte; as folhas são geralmente
coriáceas e obtusas ou cuneadas na base; as flores são claras, possuindo a região central
escura. Fontella-Pereira e Schwarz (1983a) reconheceram duas subespécies baseadas na
forma da corona e no tamanho da corola e dos polinários. Apesar dos materiais observados
não apresentarem descontinuidades significativas no tamanho dos polinários, as flores
encontradas em Glaziou 14088 são menores e os lobos da corona lobados, diferenciando-se
dos demais espécimes encontrados na região. Essa variação pode ser resultado de uma
plasticidade intrínseca, já que essas plantas são encontradas na beira de córregos, podendo
formar desde arbustos prostrados, freqüentemente submersos, até trepadeiras que se
estendem por sobre a vegetação marginal. Outra possibilidade seria uma variação no
ambiente “pantanos” (in sched.) ou mesmo um engano na localização da coleta. A presença
de M. pedalis na Serra do Caraça foi confirmada recentemente, mas o material (Rapini 714)
possui apenas frutos, não permitindo a análise dos caracteres diagnósticos.
Com as atuais informações, é preferível considerar este táxon apenas no nível
específico; ocorre em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais (Fontella-Pereira &
Schwarz 1981a, 1983a) e Bahia (R.M. Harley et al. 26060, SPF; E. Mello et al. 1678, SPF).
Foi coletada com flores principalmente entre abril e maio, e flores e/ou frutos entre outubro
e dezembro. Na Cadeia do Espinhaço, foi coletada na região sul, chegando até a Serra do
Cipó, reaparecendo na Bahia, próximo ao Pico das Almas.
85
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
4. Gyrostelma E.Fourn.
in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 302. 1885. Tipo: G. oxypetaloides E.Fourn.
Subarbusto ereto ou decumbente, piloso. Folhas opostas, pecioladas, elípticas a
subtriangulares, vilosas. Cimeiras sésseis a curtamente pedunculadas, subaxilares, alternas.
Cálice imbricado, até 1 coléter entre as sépalas. Corola campanulada ou quase, glabra ou
com tricomas esparsos. Corona 5-lobada, unida ao ginostégio; lobos opostos às anteras,
geralmente mais altos que o ginostégio. Anteras quase eretas, apicalmente deiscentes.
Retináculo crasso; caudículos horizontais ou quase, hialinos, inseridos na base do
retináculo; polínios oblíquos a paralelos. Ginostégio geralmente plano no ápice.
Gyrostelma inclui duas espécies raras, G. oxypetaloides em Minas Gerais e G.
bornmulleri Malme no Rio Grande do Sul e Argentina. Morillo (1984) considerou o gênero
sinônimo de Matelea. No entanto, Gyrostelma difere pela corona membranácea, com lobos
isolados entre si e paralelos ao ginostégio; as anteras são quase eretas e discretamente
aladas; os caudículos são geniculados a retos, mas não articulados; e os polínios, apesar de
possuírem uma região estéril e hialina subapical, já se mostram oblíquos e quase pendentes
em relação à inserção dos caudículos. Dessa maneira, é preferível aceitar a posição de
Liede (1997a) e considerá-los gêneros distintos.
4.1. Gyrostelma oxypetaloides E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 303; tab. 87.
1885. Matelea oxypetaloides (E.Fourn.) Morillo, Ernstia 24: 37. 1984. Tipo: BRASIL.
Minas Gerais: Lagoa Santa, 11.XI.1864 (fl), J.E.B. Warming 1873 (C n.v., foto F);
A.F.C.P. Saint-Hilaire s.n. (P n.v.).
Figura: 4 Q-V.
Subarbusto; ramos pilosos. Pecíolo ca. 3 mm compr.; lâmina oblonga a estreitamente
elíptica, ca. 3 cm compr., ca. 7 mm larg., pilosa a quase vilosa em ambas as faces; base
obtusa a cuneada; ápice agudo. Cimeiras glomeruliformes, ca. 6 flores. Pedicelo ca. 2 mm
compr. Cálice levemente imbricado, abaxialmente hirsuto, adaxialmente glabro; sépalas
oblongas, ca. 3,2 mm compr. Corola campanulada, quase glabra; tubo ca. 1,5 mm compr.;
lacínias oblongas, ca. 3,8 mm compr., eretas. Corona com lobos oblongos, longamente
bicorniculados no terço apical, opostos às anteras, mais altos que o ginostégio. Asas das
anteras quadrangulares, diminutas; membrana apical depressamente oval. Retináculo subrômbico, ca. 0,16 mm compr.; caudículos hialinos, formado por dois corpos principais,
horizontais, ca. 0,12 mm compr.; polínios largamente elipsóides, hialinos na região
subapical, ca. 0,4 mm compr., inseridos lateralmente aos caudículos. Ginostégio com ápice
depresso, mamilado no centro.
Material examinado. Santana do Riacho: Serra do Cipó, 10.VIII.1956 (fl), E.P. Heringer s.n. (HB 31669).
Gyrostelma oxypetaloides inclui subarbustos pilosos, reconhecidos pelos lobos da
corona bicorniculados no terço apical, superando o ginostégio em altura, e as anteras
incompletamente eretas, podendo representar um estado intermediário entre anteras
horizontais com deiscência transversal e anteras eretas com deiscência apical. Esta espécie
86
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
é raramente encontrada e, na Cadeia do Espinhaço de Minas Gerais, foi coletada uma única
vez, na Serra do Cipó.
5. Araujia Brot.
Trans. Linn. Soc. London 12: 62; tab. 4-5. 1817. Tipo: A. sericifera Brot.
Lagenia E. Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 293. 1885. Tipo: non designatus
Physianthus Mart., Flora 7(1): 134. 1824. Tipo: P. albens Mart.
Trepadeira pubescente. Folhas opostas, pecioladas, geralmente ovais a lanceoladas,
apresentando 2 ou mais coléteres na base. Cimeiras subaxilares, alternas. Cálice valvar,
geralmente 5 coléteres alternos às sépalas. Corola campanulada, ventricosa na base. Corona
5-lobada, concrescida à corola; lobos geralmente simples, carnosos, opostos às anteras.
Retináculo fistuloso; caudículos hialinos, descendentes; polínios uniformes, pendentes.
Ápice do ginostégio brevemente rostrado.
Araujia destaca-se, entre os gêneros que ocorrem na região, pelas flores grandes.
Ocorre principalmente no sul da América do Sul, contando com cerca de 10 espécies. Os
sinônimos foram reunidos por Liede (1997a).
5.1. Araujia sericifera Brot., Trans. Linn. Soc. London 12: 62; tab. 4-5. 1817
(“sericofera”). Tipo: Trans. Linn. Soc. London 12: tab. 4. 1817 (lectótipo).
Physianthus albens Mart., Flora 7(4): 134. 1824. Araujia albens (Mart.) G.Don, Gen. hist. 4: 149. 1837.
Tipo: Nov. Gen. sp. pl. 1: tab. 32. 1824 (lectótipo).
Apocynum volubile Vell., Fl. flumin.: 123. 1829; vol. 3: tab. 88. 1831. Tipo: Fl. flumin. vol. 3: tab. 88. 1831
(lectótipo).
Araujia hortorum E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 293; tab. 84. 1885. Tipo: Bot. Mag. 60: tab.
3201. 1833 (lectótipo).
Figura: 5.
Trepadeira; ramos seríceo-tomentulosos, glabrescentes em direção à base. Pecíolo
1,5-4(-6,5) cm compr.; lâmina triangular a suboval, 4,5-9,5 cm compr., 2-4,5 cm larg.,
discolor, adaxialmente puberulenta ou glabra, abaxialmente seríceo-tomentulosa; base
reniforme a truncada, raramente sagitada; ápice acuminado a agudo. Cimeiras até 5 flores;
pedúnculo 0,5-2,5 cm compr. Pedicelo 1-1,5 cm compr. Cálice seríceo-puberulento;
sépalas ovais, 1,2-1,4 cm compr. Corola avermelhada, esparsamente puberulenta na face
abaxial, adaxialmente pubescente no terço basal; tubo ca. 1,2 cm compr.; lacínias ovais, 5-7
mm compr. Corona com lobos triangulares a depressamente ovais, diminutos, inseridos no
terço basal do tubo da corola. Asas das anteras triangulares ou quase, do tamanho do dorso;
membrana apical semicircular. Retináculo elipsóide ou obovóide, 0,65-0,7 mm compr.,
geralmente alado no ápice; caudículos 0,6-0,8 mm compr., inseridos na região mediana do
retináculo; polínios oblongos a subovais, 0,9-1 mm compr. Ginostégio bicorniculado no
ápice.
Material examinado. Ouro Preto: s.d. (fl), A.W. Schwacke s.n. (R 102178); s.d. (fl), M. Barbalho s.n.
(OUPR 774); s.d. (fl), M. Barbalho & J. Badini s.n. (OUPR 775, SPF); id. s.n. (OUPR 778); s.d. (fl), A.B.
Neves s.n. (OUPR 776); s.d. (fl), J.B. Godoy s.n. (OUPR 777); 28.V.1923 (fl), J.B. Godoy s.n. (SP 8412);
88
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Trepadeira, erva ou subarbusto, geralmente com coléteres próximo aos pecíolos.
Folhas opostas, geralmente pecioladas, ovais e cordadas, eventualmente subsésseis e
lineares em plantas eretas, até 2 pares de coléteres na base da face adaxial. Cimeiras
subaxilares, alternas e terminais. Cálice valvar, até 8 coléteres entre as sépalas. Corola
diversamente indumentada, geralmente apresentando uma borda glabra em ambas as faces
até a metade longitudinal das lacínias; tubo geralmente curto, campanulado; lacínias
geralmente lanceoladas a lineares, freqüentemente espiraladas e torcidas, eretas a reflexas.
Corona 5-lobada, unida à corola e ao ginostégio; lobos simples, opostos às anteras, livres
entre si, membranáceos a levemente carnosos, geralmente escamiformes, freqüentemente
corniculados ou carunculados adaxialmente, mais altos ou raramente da altura das anteras.
Retináculo fistuloso a laminar; caudículos providos de um dente lateral ou baso-lateral com
uma membrana interna, mais raramente simples, providos de membrana reticulada na base
ou com o dente incluso na membrana; polínios uniformes, pendentes. Ápice do ginostégio
rostrado, prolongando-se em um apêndice geralmente bífido ou cilíndrico, excluso, mais
raramente cônico e incluso. Folículos fusiformes, elipsóides ou clavados, prolongados no
ápice; sementes lenticulares, subovais, verrugosas.
Oxypetalum inclui geralmente espécies com flores vistosas; os polinários possuem
caudículos providos de um dente lateral conspícuo e o ginostégio é prolongado em um
apêndice excluso, simulando um estigma, características, entretanto, nem sempre presentes.
O gênero abrange cerca de 180 espécies, a maioria delas no Brasil e Argentina; apenas O.
cordifolium (Vent.) Schltr. chega à América Central e às Antilhas (Morillo 1997). Os
sinônimos foram reunidos por Liede (1997a).
Chave para as espécies e grupos de espécies afins:
1. Caudículos descendentes ou quase, providos de membrana reticulada na base, ou com
dente sublateral ou incluso.
2. Lâmina foliar com mais de 5 cm compr., reniforme a lobada na base. Lacínias da
corola até 4 mm compr. Ápice dos lobos da corona fendido. Polínios com mais de
0,55 mm compr. Ápice do ginostégio cônico, incluso..........6.1. O. pachyglossum (92)
2'. Lâmina foliar até 5 cm compr., cordada a truncada na base. Lacínias da corola com
mais de 4 mm compr. Ápice dos lobos da corona truncado, arredondado, tridentado
ou bilobado. Polínios com menos de 0,55 mm compr. Ápice do ginostégio
prolongado em apêndice rostrado, bífido.
3. Sépalas 3-4 mm compr. Lacínias da corola até 5,5 mm compr. Lobos da corona
bilobulados no ápice. Apêndice do ginostégio até 4 mm compr., bífido até a
base...........................................................................................6.2. O. minarum (93)
3'. Sépalas 4-7 mm compr. Lacínias da corola com mais de 5,5 mm compr. Lobos da
corona truncados, tridentados ou arredondados no ápice. Apêndice do ginostégio
com mais de 4 mm compr., bífido a partir do terço basal ou médio.
4. Trepadeira. Retináculo sagitiforme..................................6.3. O. montanum (94)
4'. Erva a subarbusto. Retináculo espatulado, estreitamente suboval no ápice.........
..............................................................................................6.4. O. foliosum (96)
90
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
1'. Caudículos horizontais, com dente lateral ou baso-lateral.
5. Retináculo espatulado, oblongo ou quase a linear no ápice, laminar, carenado,
cimbiforme ou involuto.
6. Erva a subarbusto.......................................................................6.5. O. erectum (97)
6'. Trepadeira.
7. Pedúnculo da inflorescência com mais de 4 mm compr. Pedicelo com mais de 6
mm compr. Lacínias da corola adaxialmente puberulentas a glabras, patentes a
recurvadas. Retináculo com mais 1,5 mm compr. Apêndice do ginostégio
cilíndrico, ciatiforme ou bilobado no ápice................Grupo de O. insigne (100)
7'. Pedúnculo da inflorescência até 3 mm compr. Pedicelo até 5 mm compr.
Lacínias da corola adaxialmente tomentosas até o terço basal, eretas ou quase.
Retináculo até 0,7 mm compr. Apêndice do ginostégio bífido..........................
..........................................................................................6.9. O. jacobinae (103)
5'. Retináculo cilíndrico a clavado ou oblongo a linear, conduplicado a fistuloso.
8. Planta ereta; quando volúvel, membrana apical da antera longamente lanceolada.
Lobos da corona bilobulados, bífidos ou mais raramente fendidos no ápice.
9.
Lobos da corona adaxialmente lisos (não cristados), bifurcados em dois
lóbulos subulados ou fendidos a bífidos no ápice. Membrana apical das
anteras depressamente oval a suboval.
10. Ramos pubescentes a subtomentosos. Lâmina foliar linear, até 3 mm larg.
Tubo da corola ca. 1,5 mm compr. Lobos da corona bifurcados em dois
lóbulos subulados. Retináculo ca. 0,3 mm compr., menor que os polínios;
caudículos com dente lateral. Apêndice do ginostégio ca. 2,7 mm compr.,
clavado...........................................................6.10. O. aequaliflorum (105)
10'. Ramos vilosos. Lâmina foliar estreitamente elíptica, com mais de 5 mm
larg. Tubo da corola ca. 3 mm compr. Lobos da corona fendidos a bífidos
no ápice. Retináculo com mais de 0,9 mm compr., quase do tamanho ou
pouco maior que os polínios; caudículos com dente baso-lateral.
Apêndice do ginostégio com mais de 6 mm compr., fendido no quinto
apical.....................................................................6.11. O. capitatum (106)
9'. Lobos da corona adaxialmente cristados, bilobulados; lóbulos lunados e eretos a
retangulares e divaricados. Membrana apical das anteras longamente
lanceolada...............................................................Grupo de O. strictum (107)
8'. Trepadeira. Membrana apical da antera oval ou quase, subcuneiforme, suboblonga
ou semi-elíptica a subquadrangular. Lobos da corona arrendondados a truncados,
ondulados ou trilobados no ápice.
11. Retináculo alado no terço apical........................6.15. O. appendiculatum (114)
11'. Retináculo não alado.
12. Lacínias da corola ca. 3 cm compr., subpatentes. Lobos da corona
adaxialmente carunculados, inteiros.............6.16. O. arachnoideum (115)
12'. Lacínias da corola geralmente até 1,5 cm compr.; quando mais longas, até
2,7 cm compr. e eretas. Lobos da corona adaxialmente lisos, corniculados
ou cristados, mais raramente carunculados e então trilobulados.
13. Ramos pubescentes, subtomentosos a glabrescentes. Tubo da corola
com menos de 1,5 mm compr. Lobos da corona escamiformes,
escutiformes a sub-rômbicos, arredondados a truncados no ápice.
Retináculo com mais de 0,6 mm compr.; caudículos com dente baso91
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
lateral; polínios com mais de 0,5 mm compr. Apêndice do ginostégio
bifurcado a partir da região mediana ou no terço apical ou reduzido.
14. Pedicelo com mais de 1 cm compr. Lacínias da corola ca. 1,5 cm
compr. Retináculo ca. 2 mm compr. Apêndice do ginostégio ca.
5 mm compr., bífido a partir da porção mediana............................
.....................................................................6.17. O. banksii (116)
14'. Pedicelo até 1 cm compr. Lacínias da corola com menos de 1 cm
compr. Retináculo até 1,2 mm compr. Apêndice do ginostégio
ca. 3,5 mm compr. e bífido no terço apical ou reduzido e então
cônico ou capitado.
15. Sépalas até 2 mm compr. Tubo da corola ca. 1 mm compr.
Lobos da corona subescutiformes, arredondados no ápice,
lisos adaxialmente. Asas das anteras oblongas ou quase.
Retináculo até 0,75 mm compr. Apêndice do ginostégio
reduzido ou ca. 3,5 mm compr...Grupo de O. pilosum (116)
15'. Sépalas com mais de 2 mm compr. Tubo da corola ca. 3 mm
compr. Lobos da corona subcuneiformes, truncados no
ápice, corniculados adaxialmente. Asas das anteras dentadas
medianamente. Retináculo com mais de 1 mm compr.
Apêndice do ginostégio 3,5-6 mm compr...............................
.....................................................6.20. O. pachygynum (118)
13'. Ramos vilosos ou quase. Tubo da corola com mais de 1,5 mm compr.
Lobos da corona trilobulados. Retináculo até 0,5 mm compr.;
caudículos com dente lateral; polínios até 0,45 mm compr. Apêndice
do ginostégio bifurcado até abaixo da região mediana..........................
....................................................................6.21. O. wightianum (119)
6.1. Oxypetalum pachyglossum Decne. in DC., Prodr. 8: 585. 1844. Sintipo: BRASIL.
São Paulo: P.W. Lund 33 (P n.v.); 1833 (fl), C.G. Beaupre (Gaudichaud) no 389 in
Herb. imp. brasil. (P n.v., foto F).
Oxypetalum densiflorum Decne. in DC., Prodr. 8: 584. 1844. Tipo: BRASIL. Bahia: P. Salzmann 328
(holótipo: P n.v., fragmento F, foto F; prováveis isótipos: P. Salzmann s.n., MO; G n.v., foto MO).
Oxypetalum coriaceum Decne. in DC., Prodr. 8: 585. 1844. Tipo: BRASIL. s.c. (P n.v.).
Oxypetalum paludosum Decne. in DC., Prodr. 8: 585. 1844. Sintipo: BRASIL. Bahia: 1832 (fl), J.S. Blanchet
14 (P n.v.); id. 1017 (P n.v.). Prováveis sintipos: J.S. Blanchet s.n. (F, MO, NY).
Oxypetalum selloanum E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 260. 1885. Tipo: BRASIL. Bahia: F.
Sellow (B n.v., fragmento F).
Oxypetalum luschnathii E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 261. 1885. Tipo: BRASIL. Bahia:
V.1835 (fl), Cruz de Cosme, B. Luschnath 235 (B n.v., fotos F, MO).
Cystostemma glandulosum Silveira, Fl. serr. Min.: 10; tab. 1. 1908. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Belo
Horizonte, IX.1899; Águas Virtuosas, X.1899; Barbacena, IX.1900 (fl), A. Silveira 285 (holótipo: R;
isótipo: B n.v., foto NY).
Figura: 6 A-E; foto 50 a-b.
Trepadeira; ramos glabrescentes. Pecíolo (0,5-)1-2 cm compr.; lâmina oval a
estreitamente lanceolada ou elíptica, 5,5-12 cm compr., 1-3,5 cm larg., glabra ou com
tricomas na margem e na nervura central; base reniforme a lobada; ápice agudo a
acuminado. Cimeiras umbeliformes ou racemiformes, 4-8(-20) flores; pedúnculo 1-6 cm
92
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
compr., freqüentemente bifurcado no ápice. Pedicelo 3-7 mm compr. Cálice abaxialmente
pubescente; sépalas triangulares ou lanceoladas, 2,5-3 mm compr. Corola amarelada ou
castanho-vinácea, abaxialmente puberulenta a glabra, adaxialmente glabra ou papilosa nas
lacínias, barbada próximo à fauce; tubo 1-1,3 mm compr.; lacínias ovais a triangulares, 3-4
mm compr., oblíquas. Corona alva; lobos ovais, fendidos. Asas das anteras oblongas, do
tamanho do dorso ou quase; membrana apical semi-orbicular. Retináculo subelíptico a
trulóide, levemente cimbiforme, 0,4-0,5 mm compr.; caudículos descendentes, providos de
membrana reticulada na base, 0,1-0,2 mm compr.; polínios lanceolados a oblongos, 0,60,75 mm compr. Ginostégio com ápice alvo, cônico, angulado, incluso. Folículos vilosos
ou hirtelos passando a pilosos ou setulosos, 4,5-6,5 cm compr.
Material examinado. Ouro Preto: s.d. (fl), L. Damazio 1636 (RB); 28.V.1923 (fl, fr), J.B. Godoy s.n. (SP
8414); Antônio Pereira, 23.I.1951 (fl), A. Macedo 3073 (MO); Cachoeira das Andorinhas, 11.IX.1980 (fl), J.
Badini s.n. (OUPR 953); Chapada, 24.XII.1976 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 945); Falcão, 25.V.1978 (fl), J.
Fontella & J. Badini 1065 (OUPR 952, RB); Manso, s.d. (fl), J. Badini s.n. (OUPR 946); ib., 15.I.1974 (fl,
fr), J. Badini s.n. (OUPR 949); Rancharia, s.d. (fl), J. Badini s.n. (OUPR 954, SPF); ib., 5.VIII.1980 (fr), M.C.
Valente & J. Badini s.n. (RB 201604). Mariana: s.d. (fl), J. Badini s.n. (OUPR 948); Bento Rodrigues,
30.XI.1976 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 947); estrada para Ouro Preto, s.d. (fl), J. Badini s.n. (OUPR 951);
Passagem de Mariana, 11.VIII.1980 (bt, fr), M.C. Valente & J. Badini s.n. (RB 201618); Santa Rita Durão,
s.d. (fl), J. Badini s.n. (OUPR 950). Catas Altas: Serra do Caraça, ca. 10 km W de Barão de Cocais,
22.I.1971 (fl), H.S. Irwin et al. 28821 (UB); ib., caminho para Cascatinha, ca. 20o05'S, 43o30'W, 2.XII.1998
(fl), A. Rapini & M.L. Kawasaki 708 (SP). Belo Horizonte: IX.1899 (fl), A. Silveira 285 (R); Morro das
Pedras, 16.VIII.1942 (st), G.M. Magalhães 3320 (BHMH); Ressaca, 21.VII.1936 (fl), H.M. Barreto 4417 (F,
HB, RB). Sabará: I.1916 (fl), F.C. Hoehne 6812 (R). Caeté: XI.1915 (fl), F.C. Hoehne s.n. (SP 25089);
Rancho Novo, XI.1915 (fl), F.C. Hoehne 5911 (R); União, 25.XI.1942 (st), G.M. Magalhães 2596 (BHMH).
Nomes populares: cipó-de-leite, paininha, erva-pará (in sched.).
Oxypetalum pachyglossum possui folhas geralmente lanceoladas, coriáceas, quase
glabras e que, quando herborizadas, tornam-se enegrecidas. As flores são pequenas,
dispostas em inflorescências multifloras, os caudículos são descendentes, não apresentando
uma projeção lateral, e o ápice do ginostégio é incluso, características que destoam das
encontradas na maioria das espécies de Oxypetalum. Como já apontado por Hoehne (1916),
o desenho apresentado por Malme (1900, Tábula 6, Figura 31) para a espécie, é um
equívoco retificado pelo próprio autor (Malme 1905). Os sinônimos foram reunidos em
Fontella-Pereira et al. (1989).
Ocorre em Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia,
geralmente em campos brejosos, restingas e clareiras de formações secundárias (FontellaPereira et al. 1989). Floresce ao longo do ano, principalmente entre novembro e janeiro. Na
Cadeia do Espinhaço, está restrita à região sul.
6.2. Oxypetalum minarum E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 258; tab. 73, fig. 1.
1885. Sintipo: BRASIL. Minas Gerais: 1816-1821 (fl), A.F.C.P. Saint-Hilaire 210 (P
n.v., fragmento F); G.H. Langsdorff s.n. (B? n.v.); F. Sellow s.n. (B? n.v.).
Figura: 6 F-I; foto 48 a-b.
Trepadeira; ramos híspidos a vilosos. Pecíolo 3-7 mm compr.; lâmina lanceolada a
suboblonga, 2,5-4,5 cm compr., 0,8-1,3 cm larg., pilosa a híspida; base levemente cordada a
93
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
truncada; ápice acuminado a mucronado. Cimeiras corimbiformes ou umbeliformes, 3-15
flores; pedúnculo 2-7 mm compr. Pedicelo 0,4-1 cm compr. Cálice abaxialmente piloso;
sépalas estreitamente triangulares, 3-4 mm compr. Corola amarelada ou esverdeada,
abaxialmente com tricomas esparsos longitudinalmente no centro das lacínias,
adaxialmente pubescentes até a fauce, glabra nas lacínias; tubo ca. 1 mm compr.; lacínias
lanceoladas, 5-5,5 mm compr., patentes. Corona alva; lobos subescamiformes, bilobulados
no ápice. Asas das anteras oblongas a lineares, maiores que o dorso; membrana apical
subquadrangular. Retináculo sagitiforme, canaliculado, 0,4-0,45 mm compr.; caudículos
descendentes ou quase, com dente sublateral, ca. 0,05 mm compr.; polínios suboblongos,
ca. 0,4 mm compr. Apêndice do ginostégio alvo, bífido até a base, 2-4 mm compr.
Folículos velutinos, 4-6 cm compr.; sementes ca. 4,5 cm compr.
Material examinado. Ouro Branco: Serra de Ouro Branco, s.d. (fl), J. Badini s.n. (OUPR 935). Ouro Preto:
s.d. (st), L. Damazio 1109 (RB); Saramenha, 5.I.1951 (fl, fr), A. Macedo 2879 (MO); Falcão, s.d. (fl), J.
Badini & M.A. Lisboa s.n. (OUPR 937); ib., 20.II.1945 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 940); ib., 25.V.1978 (fl), J.
Fontella & J. Badini 1064 (RB); id. s.n. (OUPR 942); Serra de Itatiaia (Serra da Chapada), 20o27'41"S,
43o35'07"W, 16.VIII.1998 (fl), A. Rapini et al. 673 (K, SPF); Lavras, 23.I.1972 (fl), A. Macedo 5207 (HB);
Lavras Novas, s.d. (fl), J. Badini s.n. (OUPR 938); Serra de Lavras Novas, s.d. (fl), C.T.M. Gomes s.n. (R
3888); Três Moinhos, s.d. (fl), J. Badini s.n. (OUPR 941); ib., 9.I.1975 (fl), M.A. Lisboa s.n. (OUPR 939);
Itacolomi, s.d. (bt), L. Damazio s.n. (RB 48624); ib., 1888 (fl), W. Bello 226 (R); id. 255 (R); ib., 25.II.1987
(fl), T.S.M. Grandi et al. 2408 (BHCB); alto do Itacolomi, 30.XII.? (fl), L. Damazio 1630 (RB); ib., s.d. (fl),
L. Damazio s.n. (OUPR 943); Rancharia, 5.VIII.1980 (fl), M.C. Valente & J. Badini s.n. (RB 201607).
Moeda: Serra da Moeda, 18.X.1997 (fl, fr), A. Salino 3585 (BHCB). Itabirito: 30.XII.1976 (fl), J. Badini s.n.
(OUPR 936); Pico do Itabirito, 10.II.1994 (fl), W.A. Teixeira s.n. (BHCB 24091). Catas Altas: Caraça,
próximo à Cascatinha, 29.XI.1998 (fl), A. Rapini et al. 836 (SPF). Barão de Cocais: Cocais, Serra do
Garimpo, 13.I.1921 (fl), F.C. Hoehne s.n. (SP 4986).
Oxypetalum minarum assemelha-se a O. montanum, distinguindo-se principalmente
pelos lobos da corona bilobulados e o apêndice do ginostégio completamente bifurcado.
Ocorre no sul da Cadeia do Espinhaço e em Ibitipoca, geralmente em campos ou brejos, e
floresce ao longo do ano, principalmente em dezembro e fevereiro.
6.3. Oxypetalum montanum Mart., Nov. Gen. sp. pl. 1: 49. 1824. Tipo: BRASIL. Minas
Gerais: Santo Antônio do Itambé (“Itambé da Villa do Principe”), V (fl), C.F.P.
Martius s.n. (holótipo: M n.v., fotos F, MO).
Oxypetalum ligulatum E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 258. 1885. Tipo: BRASIL. Minas Gerais:
1816-1821 (fl); A.F.C.P. Saint-Hilaire s.n. (holótipo: P n.v., foto F).
Oxypetalum cipoense Silveira, Fl. serr. Min.: 24. 1908. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Serra do Cipó, IV.1905
(fl), A. Silveira 386 (holótipo: R).
Figura: 6 J-O; foto 49 a-b.
Trepadeira; ramos híspidos ou hirsutos, eventualmente vilosos ou glabrescentes.
Pecíolo 0,4-1 cm compr.; lâmina lanceolada ou oblonga, 2,7-5 cm compr., 0,5-1,8 cm larg.,
híspida a glabrescente; base cordada a truncada; ápice acuminado a mucronado. Cimeiras
corimbiformes ou quase, 3-21 flores; pedúnculo 2-8(-15) mm compr. Pedicelo 0,4-1,2 cm
compr. Cálice abaxialmente viloso ou pubescente; sépalas estreitamente triangulares, 4-6
mm compr. Corola esverdeada ou creme, abaxialmente vilosa a glabra, adaxialmente
pubescente até próximo à fauce, glabra nas lacínias; tubo 1-2 mm compr.; lacínias
triangulares a lanceoladas, 6-10 mm compr., geralmente torcidas, subpatentes. Corona alva
94
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
ou esverdeada; lobos suboblongos a subovais, freqüentemente revolutos, arredondados,
truncados ou tridentados no ápice, ocasionalmente recurvados, freqüentemente
carunculados adaxialmente. Asas das anteras oblongas a sublanceoladas, quase do tamanho
do dorso; membrana apical oblonga, emarginada. Retináculo sagitiforme, canaliculado,
0,4-0,53 mm compr.; caudículos descendentes, com dente incluso, 0,22-0,3 mm compr.;
polínios suboblongos, reniformes ou piriformes, 0,37-0,53 mm compr. Apêndice do
ginostégio alvo ou roxo, bífido a partir do terço basal ou médio, 4,3-7,5 mm compr.
Folículos vilosos passando a pilosos, 7,5-8 cm compr.; sementes ca. 6 mm compr.
Material examinado. Jaboticatubas: Serra da Catinga, 5.III.1963 (fl, fr), G.M. Magalhães 18965 (HB, NY).
Santana do Riacho: Alto Palácio, 24.III.1994 (fl), J.A. Lombardi 544 (BHCB); Serra do Cipó, s.d. (fl), L.
Damazio 1973 (RB); ib., IV.1909 (fl), A. Silveira 399 (R); ib., 4.II.1938 (fl), H.M. Barreto 8894 (BHMH); ib.,
6.VIII.1972 (fl), G. Hatschbach 29963 (MBM, NY); ib., ca. km 120, 15.II.1968 (fl), H.S. Irwin et al. 20182
(UB); ib., km 120, 15.II.1968 (fl), H.S. Irwin et al. 20187 (MO, NY, UB); ib., km 128, 1.IV.1983 (fl), M.F.
Vieira s.n. (RB 277709); ib., km 131, 5.XII.1949 (fl), A.P. Duarte 2082 (RB); ib., km 132, 16.II.1968 (fl),
H.S. Irwin et al. 20241 (NY, UB); ib., km 135, 25.IV.1978 (fl, fr), H.C. Lima 400 (RB); rodovia Lagoa Santa
– Conceição do Mato Dentro – Diamantina, km 115, 29.IV.1973 (fl), J. Semir et al. CFSC 4094 (SP); ib., km
127-128, 10-15.XII.1973 (fl), J. Semir & D. Andrade Lima CFSC 4841 (SP); ib., km 132, 28.V.1972 (fl), J.
Semir et al. CFSC 2367 (SP); ib., km 132, 18-22.II.1973 (fl), M. Sazima & J. Semir CFSC 3911 (SP); ib., km
134, 23.V.1980 (fl), A. Furlan et al. CFSC 6108 (SP); Belo Horizonte – Conceição do Mato Dentro, MG-010,
km 118, APA Morro da Pedreira, próximo à estátua do Juquinha, 24.IX.1999 (fl), L.R. Lima et al. 64 (K, MO,
SPF); ib., km 125, 5.XI.1983 (fl, fr), M.L. Kawasaki et al. CFSC 9149 (SPF); ib., km 126, 2.II.1987 (fl), F.
Barros 1326 (SP); ib., km 132, 11.I.1981 (fl), N.M. Castro & M.G. Sajo CFSC 6939 (SP); ib., km 138,
18.XII.1979 (fl), N.L. Menezes CFSC 5837 (SP); ib., km 138, 15.XI.1984 (fl), H.M. Longhi-Wagner et al.
CFCR 6036 (RB, SPF); ib., bifurcação para Morro do Pilar, 9.X.1987 (fl), V. Abbud et al. CFSC 10760 (SPF).
Santana do Pirapama: 22.III.1982 (fl), J.R. Pirani et al. CFSC 9104 (SP, SPF); Serra Mineira, fazenda
Inhame, 18o55'S, 43o54'W, 22.III.1982 (fl, fr), J.R. Pirani et al. CFSC 8104 (SP, SPF). Congonhas do Norte:
Serra da Carapina (Serra Talhada), 18o53'S, 43o43'W, 2.III.1998 (fl), A. Rapini et al. 547 (SPF). Gouveia:
6.IX.1971 (fl), G. Hatschbach 27268 (MBM); Barro Preto, 20.III.1987 (fl), G. Hatschbach et al. 51158
(MBM). Serro: estrada Serro – Diamantina, 4.II.1987 (fl), S.J. Mayo et al. CFCR 10440 (SPF). Santo
Antônio do Itambé: Pico do Itambé, 5.V.1942 (fl), G.M. Magalhães 1975 (BHMH); ib., 11.II.1972 (fl), W.R.
Anderson et al. 35807 (F, MO, NY, R, UB); ib., 18o24'S, 43o21'W, 5.IV.1982 (fl), A. Furlan et al. CFCR
3032 (RB, SPF); ib., 18o24'05"S, 43o19'01"W, 7.IV.1998 (fl), V.C. Souza et al. 21033a (SPF). Diamantina:
21.V.1989 (fl), G. Hatschbach & V. Nicolack 53037 (MBM); Biribiri, 25.II.1975 (fl), G. Hatschbach et al.
36502 (MBM, NY); estrada Diamantina – Biribiri, 31.X.1981 (fl). A. Furlan et al. CFCR 2576 (RB, SPF); 12
km em direção a Biribiri, córrego Sentinela, 18o10'59"S, 43o37'06"W, 21.XII.1998 (fl), A. Rapini et al. 848
(SPF); estrada Diamantina – Conselheiro Mata, km 174, 28.I.1986 (fl), D.C. Zappi et al. CFCR 9434 (G, K,
RB, SPF); rodovia Guinda – Conselheiro Mata, 16.III.1987 (fl), G. Hatschbach et al. 50960 (MBM); Serra do
Gavião, 20.XI.1937 (fl), H.M. Barreto 9906 (BHMH). Joaquim Felício: Serra do Cabral, 17.IV.1981 (fl), L.
Rossi et al. CFCR 1063 (HB, RB, SPF); ib., 14.III.1997 (fl), G. Hatschbach et al. 66222 (MBM); ib.,
17o42'29"S, 44o11'31"W, 16.III.1999 (fl), V.C. Souza et al. 22418 (SPF).
Oxypetalum montanum é escandente, possui folhas geralmente híspidas, podendo
ser glabrescentes em indivíduos encontrados em solos encharcados; as inflorescências são
geralmente multifloras e os caudículos, desprovidos de projeção lateral, com a porção
escura situada no centro. Apresenta um grande polimorfismo, principalmente em relação ao
indumento e à forma dos lobos da corona. Os sinônimos foram apresentados por FontellaPereira et al. (1995).
Está restrita à Cadeia do Espinhaço, ocorrendo em campos rupestres, sobre solos
arenosos, freqüentemente encharcados, ou pedregosos, mais raramente em orla de matas
ciliares. Foi encontrada desde a Serra do Cipó até Diamantina, em Minas Gerais, e em
Catolés e Pico das Almas, na Bahia, tendo sido tratada como O. cipoense por Goyder
95
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
(1995). Floresce entre agosto e maio, principalmente de fevereiro a abril. As flores são
perfumadas, atraindo vespas.
6.4. Oxypetalum foliosum Mart., Nov. Gen. sp. pl. 1: 50. 1824. Tipo: BRASIL. São Paulo:
I (fl), C.F.P. Martius 475, no 971 in Herb. Fl. bras. (holótipo: M n.v.; isótipos: F; G
n.v., fotos MO, NY; P n.v.).
Asclepias pilosa Vell., Fl. flumin.:117. 1829; vol. 3: tab. 62. 1831. Tipo: Fl. flumin. vol. 3: tab. 62. 1831
(lectótipo).
Oxypetalum tricarunculatum Silveira, Fl. serr. Min.: 26. 1908. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: São João d'El
Rei, VIII.1894 (fl), A. Silveira 323 (holótipo: R).
Figura: 6 P-S; foto 45 a-b.
Erva a subarbusto, 0,4-1 m alt.; ramos pilosos a sublanosos. Pecíolo até 5 mm
compr.; lâmina oval, elíptica ou oblonga, 2-4 cm compr., 0,9-2,3 cm larg., pilosa a híspida,
mais densamente na margem e nas nervuras, patente a ereta; base cordada ou quase; ápice
mucronado. Cimeiras corimbiformes a umbeliformes, 4-17(-30) flores; pedúnculo 0,2-2
cm compr. Pedicelo 0,7-1,6 cm compr. Cálice abaxialmente piloso a híspido; sépalas
estreitamente triangulares a lineares, recurvadas no ápice, (4,5-)6-7 mm compr. Corola
alva, amarela ou esverdeada, abaxialmente pilosa a hirsuta, adaxialmente pubescente até a
base das lacínias, glabra no restante; tubo 1,5-2 mm compr.; lacínias lanceoladas a lineares,
7-8,5 mm compr., geralmente torcidas, espiraladas, eretas a recurvadas. Corona lilás ou
rósea; lobos escamiformes a oblongos, involutos, truncados, imbricados, adaxialmente
corniculados ou carunculados. Asas das anteras triangulares a sublanceoladas, quase do
tamanho do dorso; membrana apical oval, emarginada ou suboblonga. Retináculo
espatulado, estreitamente suboval no ápice, canaliculado, 0,5-0,75 mm compr.; caudículos
descendentes, com dente incluso, 0,25-0,35 mm compr.; polínios oblongos ou ovais, 0,450,5 mm compr. Apêndice do ginostégio alvo, bífido a partir da porção mediana, 5-7,5 mm
compr. Folículos pilosos, ca. 7 cm compr.
Material examinado. Ouro Preto: Saramenha, 5.I.1951 (fl), A. Macedo 2887 (MO); Campos de Maria
Soares, s.d. (st), L. Damazio 1501 (RB); Miguel Burnier, 27.XI.1922 (fl), P.C. Porto 1264 (RB); Morro do
Cachorro, 29.I.1972 (fl), A. Macedo 5246 (HB); ib., 9.VI.1974 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 902); Itacolomi,
1936 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 916); ib., 4.III.1994 (fl), M.C.T.B. Messias & M.B. Rosdiel s.n. (OUPR 1488A); Pico do Itacolomi, 30.I.1971 (fl), H.S. Irwin et al. 29436 (UB). Itabirito: Pico do Itabirito, 21.I.1995 (fl),
W.A. Teixeira s.n. (BHCB 26175, HB). Catas Altas: Serra do Caraça 17.II.1884 (fl), A.F.M. Glaziou 15236
(R); ib., 23.III.1957 (fl), E. Pereira 2624 & G. Pabst 3460 (HB, RB); ib., 14.XII.1978 (fl), H.F. Leitão Filho
9756 (UEC); ib., caminho para Bocaina, ca. 20o05'S, 43o30'W, 2.XII.1998 (fl), A. Rapini & M.L. Kawasaki
709 (SP); base da Serra do Caraça, 28.I.1971 (fl, fr), H.S. Irwin et al. 29298 (NY, UB). Santana do Riacho:
Serra do Cipó, IV.1905 (fl), A. Silveira 387 (R); ib., km 119, Cachoeira da Capivara, 22.II.1999 (fl, fr), R.C.
Forzza et al. 1085 (SPF); ib., km 120, 14.II.1968 (fl), H.S. Irwin et al. 20064a (MO, NY, UB); ib., km 132,
17.II.1968 (fl), H.S. Irwin et al. 20326a (NY); ib., km 132-133, 9.III.1985 (fl), T.M. Lewinsohn & R. Martins
18111 (UEC); ib., km 132, 16.II.1968 (fl), H.S. Irwin et al. 20308a (NY); ib., estrada para Conceição, km
149, 25.XI.1938 (fl), H.M. Barreto 8527 (F); rodovia Belo Horizonte – Conceição do Mato Dentro, km 123,
10.I.1981 (fl), J.R. Pirani et al. CFSC 6928 (F, SP). Gouveia: 24 km de Diamantina, 20.I.1969 (fl), H.S.
Irwin et al. 22338 (NY, UB). Datas: 24.I.1969 (fl), H.S. Irwin et al. 22548 (F, HB, MO, NY).
Oxypetalum foliosum inclui plantas eretas com inflorescências geralmente
multifloras; as sépalas superam o tubo da corola; as lacínias da corola são quase lineares,
torcidas e espiraladas; e a corona possui os lobos imbricados. O indumento híspido, a forma
96
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
e indumento das folhas e flores e os caudículos descendentes lembram O. montanum, mas o
hábito, exceto em alguns materiais da Serra da Canastra que podem apresentar-se volúveis,
(Maria Ana Farinnacio, com. pess.), os lobos da corona e o retináculo não permitem
confusão. Os sinônimos foram propostos por Fournier (1885) e Hoehne (1916),
respectivamente.
Ocorre em Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso,
geralmente em vegetações abertas (Fontella-Pereira et al. 1995), e floresce de outubro a
junho, atingindo o pico de floração em janeiro. Na Cadeia do Espinhaço de Minas Gerais, a
espécie é encontrada desde a região sul até Datas, no sul do Planalto de Diamantina.
6.5. Oxypetalum erectum Mart., Nov. Gen. sp. pl. 1: 50. 1824. Tipo: BRASIL. Minas
Gerais: Ouro Preto (“Villa Rica”), II (fl), C.F.P. Martius s.n. (holótipo: M n.v., fotos F,
MO).
Asclepias multicaulis Vell., Fl. flumin.: 117. 1829; vol. 3: tab. 60. 1831 [non A. multicaulis (E.Mey.) Schltr.,
Bot. Jahrb. Syst. 21(54): 8. 1896.]. Tipo: Fl. flumin. vol. 3: tab. 60. 1831 (lectótipo).
Asclepias arvensis Vell., Fl. flumin.: 117. 1829; vol. 3: tab. 63. 1831. Tipo: Fl. flumin. vol. 3: tab. 63. 1831
(lectótipo).
Oxypetalum campestre Decne. in DC., Prodr. 8: 585. 1844, nom. superfl. Sintipo: BRASIL. São Paulo: J.B.A.
Guillemin 317 (P n.v.); 1833 (fl), P.W. Lund 893 (C n.v., foto MO; P n.v.); P. Claussen 1379 (P n.v.);
s.c. no 364 in Herb. imp. brasil. (P n.v.). Minas Gerais: P. Claussen 150 (NY, P n.v.).
Oxypetalum floribundum Decne. in DC., Prodr. 8: 586. 1844. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Caeté, Serra da
Piedade, P. Claussen 128 (holótipo: P n.v., fragmento F; isótipo: G n.v., fotos MO, NY, SP).
Oxypetalum ampliflorum E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 276. 1885. Tipo: BRASIL. Minas
Gerais: Serra Tingua, J.B.E. Pohl 5164 (M n.v., fotos F, MO). Syn. nov.
Figura: 6 T-Z; foto 44 a-b.
Erva a subarbusto 50-70 cm alt.; ramos vilosos a sublanosos. Pecíolo até 5 mm
compr.; lâmina elíptica, oval ou oblonga, 2-5 cm compr., 1,2-2,5 cm larg., pilosa, híspida,
hirsuta ou glabrescente, ereta ou quase; base cordada a truncada; ápice mucronado a
acuminado. Cimeiras umbeliformes ou quase, 2-7 flores; pedúnculo até 1,2 cm compr.
Pedicelo 0,5-2 cm compr. Cálice abaxialmente hirsuto a viloso; sépalas estreitamente
triangulares, 0,5-1 cm compr. Corola abaxialmente castanho-avermelhada, eventualmente
esverdeada, pubescente, hirsuta ou vilosa, adaxialmente alva ou creme, levemente vinácea
na base, puberulenta até a fauce, glabrescente em direção ao ápice das lacínias; tubo 3-4,5
mm compr.; lacínias lanceoladas a suboblongas, 1-2,8 cm compr., levemente revolutas,
torcidas, patentes a eretas. Corona alvo-esverdeada, vinácea na base; lobos largamente
oblongos a escamiformes, freqüentemente emarginados e revolutos no ápice, adaxialmente
corniculados. Asas das anteras oblongas a subcuneiformes, maiores que o dorso; membrana
apical oblonga. Retináculo espatulado, oblongo no ápice, carenado a cimbiforme, 0,8-1,2(1,8) mm compr.; caudículos horizontais, com dente baso-lateral, 0,1-0,3 mm compr.;
polínios oblongos a reniformes, 0,55-0,8 mm compr. Apêndice do ginostégio vináceo,
bífidos a partir do terço basal, médio ou superior, (4,5-)8-18 mm compr.
Material examinado. Ouro Branco: 10.V.1948 (fl), P.C. Porto 515 (RB). Ouro Preto: s.d. (st), L. Damazio
1631 (RB); Campo da Cachoeira, 13.XI.1985 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 897); Campo do Falcão, 10.I.1975
(fl), M.A. Lisboa s.n. (OUPR 898); Falcão, 5.I.1975 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 891); Miguel Burnier, XI.1915
(fl), F.C. Hoehne 5993 (R); id. 5995 (R); id. s.n. (SP 25087); Rodrigo Silva, s.d. (fl), J. Badini s.n. (OUPR
97
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
901); ib., 12.XII.1978 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 895); Serra do Itatiaia, s.d. (fl), J. Badini s.n. (OUPR 896).
J.L.M. Wykrota & J.M.P. Costa s.n. (BHCB 13406); ib., 6.XI.1996 (fl), J.A. Lombardi 1473 (BHCB, SPF).
Moeda: Serra da Moeda, 1.XI.1987 (fl), J.L.M. Wykrota & J.M.P.C. Faria 54 (BHCB); ib., 28.XI.1987 (fl),
Itabirito: Barreira da BR-3, 21.XII.1974 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 893); ib., 26.XII.1974 (fl), M.A. Lisboa
s.n. (OUPR 900); Serra do Itabirito, 21.XII.1974 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 892); ib., 8.II.1968 (fl), H.S. Irwin
et al. 19559a (UB); Pico do Itabirito, 22.I.1994 (fl), W.A. Teixeira s.n. (BHCB 24064, F, HB). Catas Altas:
Serra do Caraça, III.1892 (fl), E. Ule 2638 (R); ib., 20.VIII.1977 (fl), G. Martinelli & A. Távora 2752 (RB);
ib., 24.V.1997 (fl), A. Rapini et al. 316 (K, SPF); Caraça, 15.IV.1933 (fr), H.M. Barreto 991 (BHMH); ib.,
2.III.1976 (fl), R.W. Windisch & A. Ghyllány 495 (HB); Serra do Canjerana, 8.III.1982 (fl, fr), N. Hensold et
al. CFCR 2927 (RB, SPF). Brumadinho: Serra do Rola-Moça, 18.XII.1959 (fl), B. Maguire et al. 44623
(NY); Serra da Calçada, s.d. (fl), L.A. Martens 33 (SPF). Belo Horizonte: estrada entre BR-040 e Casa
Branca, 16.I.1994 (fl), S. Atkins et al. CFCR 13904 (G, SPF); Serra do Taquaril, 6.XI.1938 (fl), F. Markgraf
& A.C. Brade 3593 (BHMH, RB). Caeté: XII.1915 (fl), J.G. Kuhlmann 6916 (R); Serra da Piedade, s.d. (fl),
L. Damazio s.n. (OUPR 899); ib., entre Sabará e Caeté, II.1905 (fl), A. Silveira 317 (R); ib., 27.III.1957 (fl),
E. Pereira 2690 & G. Pabst 3526 (HB, RB); ib., 13.I.1971 (fl), H.S. Irwin et al. 30218 (F, MO, NY, UB); ib.,
28.IX.1985 (fl), P.I.S. Braga & T.S.M. Grandi 1912 (BHCB); ib., 19o49'S, 43o40'W, 6.XII.1985 (fl), L. Lobo
& T.S.M. Grandi 2173 (BHCB, RB); ib., 28.XI.1987 (fl), G.R. Franco et al. 39 (BHCB). Diamantina: s.d.
(fl), R. Lenina s.n. (OUPR 894); 1.II.1947 (fl), D. Romariz 471110114 (RB); estrada Diamantina –
Mendanha, 10.XII.1992 (fl), H.F. Leitão Filho et al. 27652 (UEC); id. 27713 (UEC); estrada para Couto de
Magalhães, 15.XII.1979 (fl), G. Martinelli & G. Smith 6280 (RB); Chapada do Couto, 20.XI.1937 (fl), H.M.
Barreto 9898 (F); estrada Santo Hipólito – Diamantina, 30.XI.1976 (fl), G.J. Shepherd et al. 3853 (MBM,
NY, UEC); 3 km N de São João da Chapada, 28.III.1970 (fl), H.S. Irwin et al. 28492 (NY, UB); 2 km W da
estrada para Biribiri, 29.I.2000 (fl, fr), R. Mello-Silva & R.C. Forzza 1749 (BHCB, CTES, NY, R, SPF, UB,
W). Joaquim Felício: Serra do Cabral, 17.I.1996 (fl), G. Hatschbach & J.M. Silva 64242 (MBM).
Itacambira: estrada para Montes Claros, 29.XI.1984 (fl), M.L. Kawasaki et al. CFCR 6639 (SPF). Cristália:
Morro do Chapéu, 6.I.1986 (fl), C. Kameyama et al. CFCR 8930 (SPF). Grão-Mogol: Serra do Calixto,
11.XI.1938 (fl), F. Markgraf et al. 3343 (BHMH).
Oxypetalum erectum possui hábito ereto, inflorescências paucifloras, com flores
vistosas, avermelhadas ou esverdeadas externamente e alvas no interior. Apresenta amplo
polimorfismo ao longo da distribuição, reconhecido por Fournier (1885) e Hoehne (1916)
em níveis infra-específicos. Fournier (1885) tratou O. floribundum como variedade de O.
erectum, incluindo um material de São Paulo; Hoehne (1916) sinonimizou O. campestre
em O. erectum e utilizou o tamanho das flores associado a diferenças na cor da corola para
definir algumas subespécies e formas.
Na Cadeia do Espinhaço, foi verificada uma descontinuidade no tamanho do
polinário associada à forma do apêndice do ginostégio: plantas da Serra do Caraça e alguns
materiais da Serra da Piedade (e.g. Lobo 2173) apresentam o retináculo com cerca de 1,8
mm compr. e o apêndice do ginostégio bífido apenas no terço superior, enquanto os outros
materiais apresentam o retináculo com cerca de 1 mm compr. e o apêndice do ginostégio
bífido a partir da região mediana. As plantas com apêndice do ginostégio bífido apenas no
terço apical devem representar O. floribundum; no entanto, algumas características
apontadas por Decaisne (1844) para diferenciá-la de O. erectum, como o tamanho das
flores, não foram verificadas.
Como as espécies e/ou variações de O. erectum são definidas a partir de
descontinuidades sutis e uma definição mais segura dos limites de cada táxon exigiria um
estudo mais detalhado e sistemático do grupo ao longo da sua distribuição, foi preferível
adotar O. erectum em senso amplo (incluindo também O. ampliflorum). Ocorre em Santa
Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso,
chegando até a Bolívia, geralmente em regiões abertas ou em canga. Floresce entre
setembro e maio, com pico de floração entre novembro e janeiro. Foi coletada ao longo de
99
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
praticamente toda a Cadeia do Espinhaço de Minas Gerais, desde Ouro Preto até GrãoMogol. Entretanto, como Vellozia hirsuta Goethart & Henrard (Mello-Silva 1996), apesar
de comum e bem distribuída ao longo do Espinhaço, não foi encontrada na Serra do Cipó.
Chave para as espécies do Grupo de Oxypetalum insigne:
1. Ramos tomentulosos a pubescentes, glabrescentes. Lâmina foliar glabra ou quase. Cálice
abaxialmente com tricomas esparsos. Corola abaxialmente glabra ou quase,
adaxialmente glabra nas lacínias. Retináculo linear no ápice. Folículos esparsamente
pubescentes.......................................................................................6.6. O. glabrum (100)
1'. Ramos velutino-vilosos a lanosos. Lâmina foliar densamente indumentada em ambas as
faces. Cálice abaxialmente pubescente a viloso. Corola abaxialmente pubescente a
hirsuta, adaxialmente puberulenta a glabrescente nas lacínias. Retináculo oblongo ou
quase no ápice. Folículos velutinos a lanosos.
2. Ramos velutino-vilosos. Cimeiras corimbiformes. Lacínias da corola adaxialmente
puberulentas. Retináculo até 2,1 cm compr...................................6.7. O. insigne (101)
2'. Ramos lanosos. Cimeiras racemiformes. Lacínias da corola adaxialmente
glabrescentes em direção ao ápice. Retináculo com mais de 2,4 mm compr. (Planalto
de Diamantina- 28 e 30)..............................................................6.8. O. rusticum (102)
6.6. Oxypetalum glabrum (Decne.) Malme, Ark. Bot. 21A(3): 29. 1927. Calostigma
glabrum Decne. in DC., Prodr. 8: 581. 1844. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Caeté,
Serra da Piedade, s.d. (fl), P. Claussen 329 (holótipo: P n.v., fragmento F, fotos MO,
NY).
Calostigma glaziovii E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 286; tab. 81. 1885. Tipo: BRASIL. Rio de
Janeiro: Friburgo, 15.I.1882 (fl), A.F.M. Glaziou 14087 (holótipo: P n.v.; isótipo: R).
Oxypetalum kalanthum Silveira, Fl. serr. Min.: 25. 1908. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Aiuruoca, XI.1897
(fl), A. Silveira 318 (holótipo: R n.v.; isótipo: B n.v., foto F).
Oxypetalum nitidum Malme, Ark. Bot. 21A(3): 28. 1927. Tipo: BRASIL. São Paulo, Alto da Serra (14239,
n.v.). Provável isótipo: São Paulo, Alto da Serra, 19.XII.1917 (fl), F.C. Hoehne 1133 (MO).
Figura: 7 A-G; foto 46 a-b.
Trepadeira; ramos tomentulosos a pubescentes, glabrescentes. Pecíolo 0,7-1 cm
compr.; lâmina elíptica, oval ou oblonga, 3,5-5 cm compr., 1-2 cm larg., glabra ou com
tricomas na margem e nas nervuras; base cordada a truncada; ápice acuminado a
mucronado. Cimeiras corimbiformes, até 4 flores; pedúnculo 0,5-1,5 cm compr. Pedicelo
1-1,5 cm compr. Cálice abaxialmente com tricomas esparsos a isolados, adaxialmente
glabro; sépalas estreitamente triangulares, 4-5 mm compr. Corola creme-esverdeada,
abaxialmente glabra ou com tricomas isolados, adaxialmente barbelada na fauce, glabra nas
lacínias; tubo 2-3 mm compr.; lacínias suboblongas a sublineares, 1,1-1,8 cm compr.,
geralmente torcidas, espiraladas, patentes. Corona alva ou esverdeada; lobos escamiformes
a oblongos, emarginados, adaxialmente corniculados. Asas das anteras lineares, menores
que o dorso; membrana apical oval. Retináculo espatulado, linear no ápice, laminar, 1,551,7 mm compr.; caudículos horizontais, com dente baso-lateral, ca. 0,1 mm compr.;
polínios reniformes, ca. 0,4 mm compr. Apêndice do ginostégio alvo, levemente vináceo
na base, cilíndrico, 2,5-6 mm compr., ciatiforme ou bilobado no ápice; lobos deltóides ou
3-4-dentados. Folículos dacrióides, verde-arroxeados, esparsamente pubescentes, 7-9 cm
100
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
compr.
Material examinado. Ouro Preto: Itacolomi, s.d. (fl), C.T.M. Gomes 5 (SP); ib., 1888 (st), W. Bello 113 (R);
ib., 1904 (fl), A.W. Schwacke s.n. (BHCB 114); ib., 28.XII.1950 (fl), A. Macedo 2794 (MO); Planalto do
Itacolomi, s.d. (fl), L. Damazio s.n. (OUPR 800); id. 1346 (RB); topo do Itacolomi, s.d. (fl), M. Peron s.n.
(OUPR 799); caminho para o Itacolomi, 1892 (st), C.T.M. Gomes s.n. (R 102172). Catas Altas: Serra do
Caraça, Pico do Inficionado, 26.V.1997 (fl, fr), A. Rapini et al. 317 (K, MO, SPF, W); ib., Pico da Carapuça,
1.XII.1998 (fl), A. Rapini & M.L. Kawasaki 700 (SPF). Santana do Riacho: Serra do Cipó, 16.XI.1995 (fl),
J.A. Lombardi 1023 (BHCB). Gouveia: km 66 da estrada Curvelo – Diamantina, 18o36'S, 43o54'W,
9.IV.1982 (fl), A. Furlan et al. CFCR 3239 (RB, SPF).
Oxypetalum glabrum é reconhecida pela superfície pouco indumentada da maior
parte da planta, incluindo as flores. Os pedicelos são delgados e os retináculos possuem o
ápice linear, até 0,2 mm larg. Os primeiros sinônimos foram estabelecidos por Hoehne
(1916), que considerou Calostigma glaziovii uma variedade de C. glabrum, a qual
abrangeria também O. kalanthum. Posteriormente, Occhioni (1952) incluiu O. nitidum na
sinonímia de O. glabrum, mencionando sua ocorrência no Paraná, São Paulo, Rio de
Janeiro e Minas Gerais. Na Cadeia do Espinhaço, foi encontrada desde Ouro Preto até o sul
do Planalto de Diamantina, geralmente ocorrendo em topo de morro.
O táxon foi considerado por Fontella-Pereira e Schwarz (1983b) e Fontella-Pereira
et al. (1984) como O. insigne var. glabrum (Decne.) Fontella & E.A.Schwarz. Contudo, a
uniformidade do indumento e da forma do polinário, mesmo em simpatria com O. insigne,
sugere uma origem comum e exclusiva para esses indivíduos, permitindo sua delimitação
em nível específico, como proposto por Decaisne (1844) e mantido por outros autores
(Hoehne 1916, Malme 1927, Meyer 1951, Occhioni 1952).
6.7. Oxypetalum insigne (Decne.) Malme, Ark. Bot. 21A(3): 31. 1927. Calostigma
insigne Decne., Ann. Sci. Nat., Bot. 9: 344; tab. 12, fig. H 1-5. 1838. Oxypetalum
insigne (Decne.) T.Mey., Duseniana 2(6): 366. 1951 (“insignis”), nom. superfl. Tipo:
Brasil. São Paulo: C.G. Beaupre (Gaudichaud) no 375 in Herb. imp. brasil. (holótipo: P
n.v.; isótipo: F).
Calostigma baetaeanum Silveira, Fl. serr. Min.: 27; tab. 2. 1908. Oxypetalum baetaeanum (Silveira) Malme,
Ark. Bot. 21A(3): 31. 1927. Oxypetalum baetaeanum (Silveira) T.Mey., Duseniana 2(6): 366. 1951,
nom. superfl. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Ouro Preto, Serra da Cachoeira, III.1907 (fl), A.B. Neves
no 480 in Herb. Silveira (holótipo: R); id. 80 (provável isótipo: SP); id. s.n. (provável isótipo: OUPR
798).
Calostigma guilleminianum Decne. in DC., Prodr. 8: 581. 1844. Oxypetalum decaisneanum T.Mey.,
Duseniana 2(6): 366. 1951. Sintipo: BRASIL. Minas Gerais: J.B.A. Guillemin s.n. (P n.v.); 1834 (fl),
P. Claussen 354 (P n.v., fragmento F).
Figura: 7 H-N; foto 47.
Trepadeira; ramos velutino-vilosos, geralmente ferrugíneos. Pecíolo 0,3-1,2 cm
compr.; lâmina oblonga, elíptica ou oval, 3-6 cm compr., 1,5-2,7 cm larg., adaxialmente
hirsuta, pilosa ou subvilosa, abaxialmente pubescente, pilosa ou vilosa; base obtusa,
truncada ou levemente cordada; ápice agudo a mucronado. Cimeiras corimbiformes, até 5
flores; pedúnculo 0,5-1,2 cm compr. Pedicelo 0,7-3 cm compr. Cálice abaxialmente
pubescente a hirsuto; sépalas estreitamente triangulares, 2,5-5 mm compr. Corola alva,
creme ou esverdeada, abaxialmente hirsuta a pubescente, adaxialmente puberulenta,
101
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
barbelada na fauce; tubo 2-5 mm compr.; lacínias oblongas a lineares, 0,9-2 cm compr.,
levemente torcidas, patentes a recurvadas. Corona alva, freqüentemente vinácea na base;
lobos oblongos, emarginados a fendidos, adaxialmente corniculados. Asas das anteras
oblongas, pouco menores que o dorso; membrana apical oblonga, emarginada. Retináculo
espatulado, oblongo no ápice, laminar, carenado ou cimbiforme, 1,6-2,1 mm compr.;
caudículos horizontais, com dente baso-lateral, 0,25-0,26 mm compr.; polínios reniformes,
0,4-0,7 mm compr. Apêndice do ginostégio cilíndrico, 5-8 mm compr., ciatiforme,
coroniforme ou bilobado no ápice; lobos subdeltóides a rômbicos, ocasionalmente
bicorniculados. Folículos velutinos, ca. 8 cm compr.; sementes ca. 5,5 mm compr.
Material examinado. Ouro Preto: Andorinhas, 4.VI.1978 (fl), J. Fontella 1091 (RB); Camarinhas,
17.X.1943 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 921); ib., 20.XI.1979 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 919); Jardim Botânico,
25.X.1977 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 923); José Correia, 1904 (fl), A.W. Schwacke s.n. (BHCB 113); Miguel
Burnier, XI.1915 (fl), F.C. Hoehne 6108 (R); Morro do Cruzeiro, 1943 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 920); Morro
de São Sebastião, s.d. (fl), L. Damazio 1345 (RB); id. s.n. (OUPR 924); Serra do Itacolomi, s.d. (fl), J. Badini
& Jorge (J.L. Silva) s.n. (OUPR 917, SPF); ib., 1938 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 922); Serra de Ouro Preto, s.d.
(fl), J. Badini s.n. (OUPR 918); próximo a Rodrigo Silva, s.d. (st), A.W. Schwacke s.n. (R 102171). Catas
Altas: Serra do Caraça, próximo ao oratório, 3.XII.1998 (fr), A. Rapini & M.L. Kawasaki 716 (SP). Belo
Horizonte: Serra do Curral, 28.VII.1955 (fl), L. Roth 16335 (RB); Serra da Mutuca, 15.IV.1945 (fl), L.O.
Williams & V. Assis 6728 (MO, R). Caeté: Serra da Piedade, XI.1915 (fl), G.O.A. Malme 81 (SP); ib.,
XI.1915 (fl), F.C. Hoehne 5922 (R); id. 5923 (R). Santana do Riacho: rodovia MG-010, ca. 1,5 km antes da
bifurcação entre Morro do Pilar e Conceição do Mato Dentro, 22.V.1994 (fl), M.T.V.A. Campos & J.M.
Arcanjo CFSC 13715 (SPF).
Oxypetalum insigne possui indumento velutino-viloso, freqüentemente ferrugíneo,
folhas geralmente ovais e lacínias da corola até 2 cm compr. na Cadeia do Espinhaço, mas
em São Paulo, pode alcançar até 3 cm compr. A forma do apêndice do ginostégio é bastante
variável, em alguns casos aproximando-se de O. glabrum, e em outros, de O. rusticum.
Fontella-Pereira et al. (1984) preferiram tratar espécies deste grupo como variedades e
formas de O. insigne; no entanto, a uniformidade de caracteres, como a forma do
retináculo, evidenciam uma provável razão evolutiva entre essas variações e não apenas
resultado da ocupação de ambientes distintos, como sugerem os diferentes padrões de
indumento da parte vegetativa.
Ocorre em Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, geralmente
em matas ou capoeiras (Fontella-Pereira et al. 1984). Na Cadeia do Espinhaço, foi
encontrada principalmente em Ouro Preto, chegando até a Serra do Cipó.
6.8. Oxypetalum rusticum Rapini, sp. ined. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Datas
(“Diamantina”): estrada Diamantina – Gouveia, km 605, 14.II.1998 (fl), F.N. Costa et
al. 35 (holótipo: SPF; isótipo: K).
Figura: 7 O-S; foto 53 a-b.
Trepadeira; ramos lanosos. Pecíolo 0,7-2,5 cm compr.; lâmina elíptica ou oval, 4-9
cm compr., 2,2-7 cm larg., adaxialmente pilosa, vilosa nas nervuras, abaxialmente vilosa,
lanosa nas nervuras; base cordada a reniforme; ápice mucronado a acuminado. Cimeiras
racemiformes, até 6 flores; pedúnculo 0,4-2,5 cm compr. Pedicelo 0,7-1,5 cm compr.
Cálice abaxialmente hirsuto a viloso, sépalas estreitamente triangulares, quase lineares, 3,56 mm compr. Corola creme-esverdeada, base vinácea, abaxialmente hirsuta a pubescente,
102
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
adaxialmente puberulenta no tubo, barbelada na fauce, glabrescente em direção ao ápice
das lacínias; tubo 3-7 mm compr.; lacínias oblongas, 0,9-1,4 cm compr., torcidas, patentes.
Corona alva; lobos escamiformes a largamente oblongos, fendidos, corniculados
adaxialmente. Asas das anteras oblongas, pouco maiores que o dorso; membrana apical
suboblonga, emarginada. Retináculo espatulado, suboblongo no ápice, carenado a involuto,
2,5-2,6 mm compr.; caudículos horizontais, providos de dente baso-lateral, 0,12-0,25 mm
compr.; polínios reniformes, 0,65-0,85 mm compr. Apêndice do ginostégio alvo, vináceo
na base, 2,1-2,8 mm compr.; ápice coroniforme, levemente bilobado; lobos apiculados ou
deltóides. Folículos velutinos a lanosos, ca. 5,5 cm compr.
Material examinado. Datas: 15 km S de Diamantina, 5.II.1972 (fl), W.R. Anderson et al. 35535 (F, HB, MO,
NY, UB). Diamantina: VI.1936 (fl), A.C. Brade 13470 (RB); estrada Diamantina – Extração, 20.XI.1984
(fl), R.M. Harley et al. CFCR 6240 (R, SPF); 7 km de São João da Chapada, 29.III.1970 (fl), H.S. Irwin et al.
28575 (NY, UB); estrada Diamantina – Gouveia, 18.IV.1987 (fl, fr), D.C. Zappi et al. CFCR 10637 (SPF); 35
km em direção a Curvelo, 18o15'39"S, 43o40'29"W, 5.IV.1998 (fl), V.C. Souza et al. 20973 (SPF); km 10 da
BR-269, 24.II.1975 (fl), G. Hatschbach et al. 36464 (MBM, MO, NY); Guinda, 20.I.1972 (fl), G. Hatschbach
et al. 29062 (MBM).
Oxypetalum rusticum pode ser reconhecida pelo indumento lanoso dos ramos,
inflorescências racemiformes, apêndice do ginostégio e polinários característicos.
Assemelha-se a O. insigne, distinguindo-se pelo tipo de indumento, pelas folhas quase
sempre maiores, principalmente em relação à largura, e pelo retináculo, consideravelmente
maior. Ocorre no Planalto de Diamantina, onde foi coletada entre novembro e abril.
6.9. Oxypetalum jacobinae Decne. in DC., Prodr. 8: 584. 1844. Tipo: BRASIL. Bahia:
Jacobina, I.1843 (fl), J.S. Blanchet 3646 (holótipo: G n.v.; isótipos: B n.v., fotos F,
MO, NY; F; P n.v.)
Oxypetalum dentatum E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 263. 1885. Tipo: BRASIL. Minas Gerais:
fazenda Monte Novo, 1816-1821 (fl), A.F.C.P. Saint-Hilaire 1077 (holótipo: P n.v., fragmento F,
foto F).
Oxypetalum lagoense E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 264; tab. 74. 1885. Tipo: BRASIL. Minas
Gerais: Lagoa Santa, IV-V (fl), J.E.B. Warming 1864/2 (holótipo: C n.v.).
Figura: 7 T-Y.
Trepadeira; ramos vilosos a tomentosos, passando a pubescentes. Pecíolo 0,8-2 cm
compr.; lâmina elíptica, 5-8 cm compr., 1,5-4 cm larg., adaxialmente pubescente a hirsuta,
abaxialmente vilosa a sublanosa; base cordada, reniforme ou cuneada; ápice agudo a
acuminado. Cimeiras fasciculiformes a glomeruliformes ou quase, até 12 flores; pedúnculo
até 3 mm compr. Pedicelo 1-5 mm compr. Cálice abaxialmente pubescente a hirsuto;
sépalas estreitamente triangulares ou lanceoladas, 4-6 mm compr. Corola amarelada ou
alva, abaxialmente hirsuta a pubescente, adaxialmente tomentosa até o terço basal das
lacínias, glabra nos dois terços superiores; tubo 3,6-5 mm compr.; lacínias lineares a
lanceoladas, 0,7-1 cm compr., torcidas, eretas ou quase. Corona com lobos oblongos,
arredondados no ápice, adaxialmente corniculados ou carenados. Asas das anteras lineares,
maiores ou quase do tamanho do dorso; membrana apical ligulada a oval. Retináculo
espatulado, suboblongo no ápice, cimbiforme a carenado, 0,6-0,7 mm compr.; caudículos
horizontais, com dente lateral ou baso-lateral, 0,05-0,17 mm compr.; polínios subclavados,
levemente arqueados ou sub-reniformes, 0,45-0,6 mm compr. Apêndice do ginostégio
103
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
bífido a partir da porção mediana ou abaixo dela, 6-7 mm compr.
Material examinado. Ouro Preto: Salto, 27.III.1974 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 933); ib., 29.III.1974 (fl),
M.A. Lisboa s.n. (OUPR 925, SPF); Barro Branco, s.d. (fl), J. Badini s.n. (OUPR 930). Belo Horizonte:
IV.1898 (fl), A. Silveira 321 (R); Bairro do Bonfim, 8.IV.1940 (fl), G.M. Magalhães 139 (RB); Estação
Experimental, 8.V.1935 (fl), H.M. Barreto 3221 (HB, RB); ib., 23.V.1935 (fl), H.M. Barreto 3222 (F, RB);
Freitas, 23.V.1935 (fl), H.M. Barreto 3223 (RB, UB); Gorduras de Cima, 10.V.1939 (fl), H.M. Barreto 8615
(HB); id. s.n. (R 29320); Marzagão, 6.V.1956 (fl), L. Roth 16333 (RB); fazenda Taquaril, 8.IV.1933 (fl),
H.M. Barreto 968 (BHMH). Santana do Riacho: Morro da Pedreira, 24.V.1989 (fl), J.R. Stehmann et al. s.n.
(BHCB 18756). Diamantina: IV.1909 (fl), J. Gonzaga s.n. (R 102147).
Oxypetalum jacobinae pode ser reconhecida pelo hábito volúvel, com
inflorescências em fascículos pela redução do pedúnculo; a corola possui tubo evidente, é
conspicuamente tomentosa na região próximo à fauce e as lacínias são espiraladas e eretas.
Assemelha-se externamente a O. erianthum Decne., sendo distinta pelos lobos da corona
mais altos e os caudículos providos de um dente córneo baso-lateral, inexistente na outra
espécie. Os sinônimos foram propostos por Fontella-Pereira e Marquete (1972).
Foi encontrada no Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia, em campos, matas de cipó,
capões e ambientes perturbados (Fontella-Pereira et al. 1989). Floresce entre março e
junho, mais intensamente em maio. Na Cadeia do Espinhaço de Minas Gerais, foi coletada
no sul, chegando até Diamantina.
6.10. Oxypetalum aequaliflorum E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 283. 1885.
Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Lagoa Santa, 21.X.1863 (fl, fr), J.E.B. Warming 1822
(C n.v., fotos F, MO, NY).
Figura: 8 A-D.
Erva ca. 25 cm alt.; haste pubescente a subtomentosa, glabrescente em direção à
base. Pecíolo 1-2 mm compr.; lâmina linear, 3-6,5 cm compr., 2-3 mm larg., hirsuta a
pubescente; base cuneada a obtusa; ápice agudo. Cimeiras umbeliformes, ca. 8 flores;
pedúnculo 0,7-3 cm compr., geralmente bifurcado no ápice. Pedicelo 2-5 mm compr.
Cálice abaxialmente pubescente, freqüentemente subtomentoso na base; sépalas
lanceoladas, ca. 3,5 mm compr. Corola creme-acastanhada, abaxialmente pubescente a
hirsuta, adaxialmente glabra; tubo ca. 1,5 mm compr.; lacínias estreitamente lanceoladas,
ca. 6 mm compr., torcidas, patentes a eretas. Corona com lobos subquadrangulares,
bifurcados no ápice em dois lóbulos subulados, mais altos que o apêndice do ginostégio.
Asas das anteras suboblongas, do mesmo tamanho do dorso; membrana apical
depressamente oval. Retináculo oblongo, fistuloso, ca. 0,3 mm compr.; caudículos
horizontais, com dente lateral; polínios quase botuliformes a cilíndricos, ca. 0,5 mm compr.
Apêndice do ginostégio cilíndrico a clavado, ca. 2,7 mm compr.
Material examinado. Gouveia: 8 km N da cidade, 3.II.1972 (fl), W.R. Anderson et al. 35295 (NY, UB).
Diamantina: estrada Diamantina – Curvelo, 1.XI.1981 (fl), N.L. Menezes et al. CFCR 2606 (RB, SPF).
Oxypetalum aequaliflorum é, na região, a única espécie do gênero com folhas
lineares, característica compartilhada com O. stenophyllum Malme, O. lineare Decne. e O.
reflexum Malme. Ocorre em Goiás (M.A. Batalha 2270, SPF), Minas Gerais, São Paulo
105
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
(F.C. Hoehne & A. Gehrt 36558, MO; id. s.n., UB), Paraná (Fontella-Pereira et al. 1985) e
provavelmente chegue até a Argentina, se considerarmos que O. lynchianum T.Mey. possa
ser sinônimo de O. aequaliflorum. Na Cadeia do Espinhaço, foi coletada apenas no Planalto
de Diamantina.
6.11. Oxypetalum capitatum Mart., Nov. Gen. sp. pl. 1: 50. 1824. Lectótipo: BRASIL. “S.
Philippi prope Contendas”, VI (fl), C.F.P. Martius s.n. (M n.v., fotos F, MO).
Oxypetalum proboscideum E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 281. 1885. Tipo: BRASIL. Rio
Grande do Sul: estância do S. Donato, 1816-1821 (fl), A.F.C.P. Saint-Hilaire s.n. (holótipo: P n.v.,
fotos F, MO).*
Oxypetalum clavigerum S.Moore, Trans. Linn. Soc., Bot. 4(3): 397. 1885. Tipo: BRASIL. Mato Grosso:
Jangada, S. Moore 287 (holótipo: BM n.v.).**
Oxypetalum hasslerianum Chodat., Bull. Herb. Boissier 7(1): 79. 1899. Tipo: PARAGUAI. Sapucaí: E.
Hassler 253 (G n.v., fotos F, MO).*
Figura: 8 E-G.
Erva a subarbusto 25-40 cm alt.; ramos vilosos. Pecíolo 1-4 mm compr.; lâmina
estreitamente elíptica, 2,5-4,5 cm compr., 0,6-1,3 cm larg., pilosa a hirsuta, mais
densamente na face abaxial; base atenuada; ápice agudo a acuminado. Cimeiras
umbeliformes, 3-8 flores; pedúnculo até 2 cm compr., menor na região superior da planta.
Pedicelo 2-3 mm compr. Cálice abaxialmente hirtelo; sépalas triangulares, 4-4,5 mm
compr. Corola abaxialmente hirtela a quase hirsuta, adaxialmente esparsamente
puberulenta entre e na base das lacínias ou quase glabra; tubo ca. 3 mm compr.; lacínias
lanceoladas, geralmente recurvadas, 6-7 mm compr. Corona com lobos ovais, fendidos ou
sublanceolados, bífidos no ápice. Asas das anteras oblongas, quase do tamanho do dorso;
membrana apical suboval. Retináculo sublinear, levemente falcado no ápice, fistuloso a
conduplicado, 0,92-0,97 mm compr.; caudículos horizontais, com dente baso-lateral, 0,20,3 mm compr.; polínios oblongos, comprimidos lateralmente, 0,85-0,87 mm compr.
Apêndice do ginostégio 7-7,5 mm compr., fendido no quinto apical.
Material examinado. Ouro Preto: Miguel Burnier, s.d. (fl), s.c. (RB 2732). Caeté: XI.1915 (fl), F.C.
Hoehne 5885 (R); id. 5886 (R).
Oxypetalum capitatum pode ser reconhecida por seu hábito ereto, folhas elípticas e
pilosas e pedicelos curtos; os lobos da corona podem variar (vide Hoehne 1916) de fendidos
até profundamente partidos e o apêndice do ginostégio, bífido na região apical, pode variar
em relação ao comprimento e à espessura. Os sinônimos foram propostos por FontellaPereira et al. (1985, *) e Fontella-Pereira (1988, **), mas vários autores argentinos (Lillo
1919, Meyer 1943, Bacigalupo 1979, Pontirolis 1983) têm tratado O. proboscideum como
táxon à parte. Os materiais provenientes da Região Sul do Brasil, Argentina e Paraguai
possuem lobos da corona profundamente partidos e apêndice do ginostégio mais crasso; no
entanto, parece difícil estabelecer limites entre esses táxons em uma análise mais ampla.
Foi coletada na Região Sul do Brasil, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Goiás e Mato
Grosso, estendendo-se até o Paraguai, Argentina, Venezuela, Guiana e Suriname (FontellaPereira et al. 1989, Morillo 1997). Na Cadeia do Espinhaço de Minas Gerais, foi
encontrada no sul, não sendo recoletada há décadas.
106
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Chave para as espécies do Grupo de Oxypetalum strictum:
1. Erva a subarbusto, eventualmente volúvel, raramente trepadeira. Lacínias da corola até
1,5 cm compr. Apêndice do ginostégio bífido a partir da região mediana ou acima.
2. Cimeiras geralmente unifloras. Lacínias da corola quase sempre reflexas,
adaxialmente seríceo-tomentulosas, raramente glabrescentes. Lobos da corona
bifurcados em lóbulos lunados, eretos. Retináculo raramente com menos de 1,8 mm
compr.; polínios raramente com menos de 1,65 mm compr......6.12. O. strictum (107)
2’. Cimeiras geralmente bi-trifloras. Lacínias da corola geralmente eretas ou patentes,
adaxialmente puberulentas, glabrescentes em direção ao ápice. Lobos da corona
bifurcados em lóbulos oblongos a sublunados, divaricados. Retináculo geralmente até
1,35 mm compr.; polínios até 1,5 mm compr. (Serra do Cipó- 20, e Diamantina- 30)...
..............................................................................................6.13. O. polyanthum (110)
1. Trepadeira. Lacínias da corola com mais de 1,5 cm compr. Apêndice do ginostégio
completamente bífido em ramos filiformes.................................6.14. O. warmingii (111)
6.12. Oxypetalum strictum Mart., Nov. Gen. sp. pl. 1: 50. 1824. Tipo: BRASIL. Minas
Gerais: rio Paraopeba para a região entre São João d'El Rei e Ouro Preto (“Villa
Rica”), II (fl), C.F.P. Martius s.n. (holótipo: M n.v.).
Figura: 8 H-K; foto 54 a-c.
Erva a subarbusto, 30-80 cm alt., raramente trepadeira ou arbusto volúvel; ramos
hirsutos, velutino-tomentosos ou vilosos, geralmente glabrescentes em direção à base.
Pecíolo até 4(-7) mm compr.; lâmina elíptica, oblonga ou oval, 1,7-5,5 cm compr., 0,5-1,7(2,5) cm larg., hirsuta; base truncada, raramente cordada; ápice mucronado a acuminado.
Cimeiras 1(-3)-floras; pedúnculo até 5 mm compr. Pedicelo 0,35-1 cm compr. Cálice
abaxialmente hirtelo a viloso; sépalas estreitamente triangulares, 4,5-8 mm compr. Corola
abaxialmente verde-amarelada, freqüentemente com tubo vináceo, pubescente a hirtela,
adaxialmente seríceo-tomentulosa, às vezes glabrescente na base ou para o ápice; tubo 4-6
mm compr.; lacínias estreitamente triangulares, 1-1,5 cm compr., reflexas, raramente
eretas. Corona alva; lobos bilobulados, adaxialmente cristados; lóbulos lunados, eretos,
inclusos. Asas das anteras suboblongas, pouco maiores que o dorso; membrana apical
vinácea ou verde, longamente lanceolada. Retináculo clavado, lateralmente dolabriforme,
(1,5-)1,85-2,1 mm compr., conduplicado; caudículos horizontais, com dente baso-lateral,
ca. 0,3 mm compr.; polínios oblanceolóides, flexuosos a sigmóides, (1,4-)1,65-1,8 mm
compr. Apêndice do ginostégio vináceo, esverdeado no ápice, bífido a partir da região
mediana, raramente apenas no terço apical, 6,5-8,5 mm compr. Folículos velutinos a
subvilosos, 5-8,5 cm compr.; sementes 3,5-4,5 mm compr.
Material examinado. Ouro Branco: 26.XI.1922 (fl, fr), P.C. Porto 1204 (F, RB). Ouro Preto: Caveira,
28.V.1978 (fl, fr), J. Badini s.n. (OUPR 958); Falcão, 7.V.1974 (fl), M.A Lisboa s.n. (OUPR 961); ib.,
30.VI.1978 (fl, fr), J. Badini & J. Fontella s.n. (OUPR 972); ib., 5.VIII.1980 (fl, fr), M.C. Valente & J. Badini
s.n. (RB 201602); ib., 18.XII.1989 (fl, fr), R. Simão-Bianchini 177 (G, SPF, W); ib., 20.III.1998 (fl), A.
Rapini et al. 599 (SPF); Hargreaves, 9.I.1942 (fr), H.M. Barreto 11263 (BHMH); Miguel Burnier, 30.I.1921
(fl), F.C. Hoehne s.n. (SP 5215); Santo Antônio, 5.VIII.1980 (bt, fr), M.C. Valente & Nilda (N.Marquete F.S.)
107
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
s.n. (RB 201603); Serra Bico da Pedra, 20o28'45"S, 43o35'54"W, 16.I.1994 (fl), A.M. Giulietti et al. CFCR
13778 (SPF); Serra da Chapada s.d. (fl), J. Badini s.n. (OUPR 966); Serra do Itacolomi, 21.III.1998 (fl, fr), A.
Rapini et al. 617 (K, MO, SPF); Pico do Itacolomi, 26.V.1979 (fr), L. Mautone et al. 936 (RB); Itacolomi,
31.XII.1950 (fl), A. Macedo 2816 (MO); Serra do Itatiaia, s.d. (fl, fr), J. Badini s.n. (OUPR 968); ib.,
4.VI.1972 (fl, fr), J. Badini s.n. (OUPR 967); ib., 14.VI.1972 (fl, fr), M.A. Lisboa s.n. (OUPR 962); ib.,
5.I.1975 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 970); ib., 8.XII.1976 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 965); Serra de Lavras
Novas, 5.I.1975 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 971); Três Moinhos, s.d. (fl, fr), J. Badini s.n. (OUPR 969); ib.,
15.II.1974 (fl, fr), M.A. Lisboa s.n. (OUPR 963); ib., 19.III.1986 (fl), M. Peron s.n. (OUPR 960); estrada para
Rodrigo Silva, 5.VI.1978 (fl, fr), J. Fontella & J. Badini 1099 (RB); entre Rodrigo Silva e Cachoeira das
Andorinhas, 7.IX.1983 (fl), T.S.M. Grandi 1468 (BHCB). Belo Vale: Serra da Moeda, km 14 em direção à
BR-040, 20o26'46"S, 43o56'02"W, 15.VIII.1998 (fr), A. Rapini et al. 658 (SPF). Moeda: Serra da Moeda,
13.V.1986 (st), Kassis (A.K.O. Santos) et al. s.n. (OUPR 4166); ib., estrada para BR-040, 15.VIII.1998 (fr), A.
Rapini et al. 650 (SPF). Itabirito: Serra do Itabirito, 8.II.1968 (st), H.S. Irwin et al. 19559 (MO, NY, R); ib.,
30.VI.1978 (fl, fr), J. Badini & J. Fontella s.n. (OUPR 957); ib., 25.IV.1980, (fl, fr), J. Badini s.n. (OUPR
959); Pico do Itabirito, 19.V.1994 (fl, fr), W.A. Teixeira s.n. (BHCB 25017); id. s.n. (BHCB 21762, HB).
Catas Altas: Serra do Caraça, 22.I.1971 (fr), H.S. Irwin et al. 28889 (F, MO, NY, UB). Brumadinho: Retiro
das Pedras, 20o05'35"S, 43o59'01"W, 12.XII.1997 (fl), J.R. Stehmann 2314 (BHCB). Nova Lima: 28.III.1957
(fl), E. Pereira 2716 & G. Pabst 3552 (HB, RB); Morro do Chapéu, 25.XII.1980 (fl), T.S.M. Grandi 526
(BHCB); ib., 31.III.1982 (fl), T.S.M. Grandi 933 (BHCB). Belo Horizonte: Barreiro, 19.IV.1935 (fl), H.M.
Barreto & A.C. Brade 1336 (R, RB); Serra do Curral, 23.III.1929 (fl), A. Ducke s.n. (RB 22490); ib.,
15.III.1942 (fl), G.M. Magalhães 2157 (BHMH, HB); ib., 9.IV.1955 (fl, fr), L. Roth 16337 (RB); Serra do
Taquaril, 18.V.1933 (fl), H.M. Barreto 992 (F); ib., 27.IV.1933 (fl), H.M. Barreto 994 (BHMH); ib.,
15.I.1934 (fl), H.M. Barreto 997 (BHMH); ib., 16.II.1942 (fl), G.M. Magalhães 1489 (BHMH); ib.,
24.II.1943 (fl), H.M. Barreto s.n. (BHCB 102); fazenda Taquaril, 18.V.1933 (fr), H.M. Barreto s.n (R 95114).
Sabará: I.1916 (fl, fr), F.C. Hoehne 5895 (R); id. 6768 (R); id. 6791 (R). Caeté: XI.1915 (fl), F.C. Hoehne
5894 (R); id. s.n. (SP 25135); 24.I.1921 (fl, fr), F.C. Hoehne s.n. (SP 5095); Alto do Serrote, 2.XII.1933 (fr),
H.M. Barreto 988 (BHMH, R); Olhos d'Água, XI.1915 (fl, fr), F.C. Hoehne 5897 (R). Santa Luzia: s.d. (fl,
fr), L. Damazio s.n. (RB 48617). Itabira: Serra de Itabira do Campo, 28.XII.1888 (fl), A.W. Schwacke 6430
(RB); Turvo, 24.IV.1926 (fl, fr), F.C. Hoehne & A. Gehrt s.n. (SP 17480). Jaboticatubas: alto da Serra da
Lagoa Dourada, 12. II.1996 (fl, fr), N. Roque et al. 109 (G, SPF); Serra da Bandeirinha, 21.X.1997 (fl), A.
Rapini et al. 422 (SPF); Serra da Meia Libra, 16.XI.1942 (fl), G.M. Magalhães 2728 (BHMH); ca. 5 km de
Lapinha na direção da Serra do Cipó, 9.I.1998 (fl, fr), J.P. Souza et al. 2216 (ESA). Santana do Riacho:
Cardeal Mota, 15.V.1990 (fl, fr), M.M. Arbo et al. 4112 (BHCB, INPA, SPF); Serra do Cipó, 1938 (fl), J.
Badini & H.M. Barreto s.n. (OUPR 964); ib., 2.IX.1933 (fr), H.M. Barreto 993 (BHMH); ib., 3.II.1934 (fl),
A.J. Sampaio 6780 (HB, R); ib., 16.I.1951 (fl), J.G. Kuhlmann & L. Edmundo 39 (RB); ib., 4.III.1958 (fl),
E.P. Heringer s.n. & A. Castellanos 22079 (HB, R); ib., 16.III.1964 (fl), E. Pereira 8942 (HB); ib., 15.II.1968
(fl), H.S. Irwin et al. 20102 (MBM, MO, NY, UB); ib., 18.III.1968 (fl), O. Marquete s.n. (RB 145073); ib.,
18.II.1972 (fl), W.R. Anderson et al. 36222 (UB); ib., IV.1984 (fl, fr), A.F. Silva et al. 468 (SPF); ib., km 103104, 26.IV.1978 (fl), H.C. Lima 429 (RB); ib., km 108-109, 7.III.1985 (fl), R.P. Martins & T.M. Lewinson
18063 (UEC); ib., km 112, 14.III.1963 (bt), A.P. Duarte 7601 (RB); ib., km 132, 23.IV.1950 (fl, fr), A.P.
Duarte 1663 (MO, RB); Parque Nacional da Serra do Cipó, 18.VI.1992 (fl, fr), M. Pereira & M. Lucca 717
(BHCB); ib., caminho para a base do IBAMA, 1.V.1993 (fl, fr), J.R. Pirani & N. Roque CFSC 13055 (SPF);
rodovia Lagoa Santa – Conceição do Mato Dentro – Diamantina, km 110, 18-22.II.1973 (fl), M. Sazima & J.
Semir CFSC 3827 (SP); ib., km 113, 15.IV.1972 (fl), A.B. Joly et al. CFSC 1492 (SP); ib., km 118, 4.III.1972
(fl), A.B. Joly et al. CFSC 886 (SP); ib., km 118, 15.IV.1972 (fl), A.B. Joly et al. CFSC 1488 (SP); ib., km
118, 24.V.1980 (fl, fr), A. Furlan CFSC 6128 (SP); ib., km 126, 5.III.1972 (fl), A.B. Joly et al. CFSC 1042
(SP); ib., km 126, 17.IV.1972 (fl), A.B. Joly et al. CFSC 1948 (SP); ib., km 127, 13.XII.1971 (fl), J. Semir &
M. Sazima CFSC 492 (SP, UEC); ib., km 127, 7.II.1972 (fl), J. Semir & M. Sazima CFSC 737 (SP, UEC); ib.,
km 128, 5.III.1972 (fl), A.B. Joly et al. CFSC 1117 (SP); ib., km 128, 5.III.1972 (fl), A.B. Joly et al. CFSC
1143 (SP, UEC); ib., km 128, 29.V.1972 (fl, fr), A.B. Joly et al. CFSC 2439 (SP, UEC); ib., km 136,
30.III.1980 (fl), A.B. Joly et al. CFSC 6056 (SP); rodovia Belo Horizonte – Conceição do Mato Dentro,
21.III.2000 (fl), C.A. Garcia et al. 68 (SPF); ib., ca. 2 km após o córrego Vitalino, 12.I.1995 (bt), V.C. Souza
et al. 10283 (SPF); ib., ca. 2 km após o córrego Palácio, 12.I.1996 (fl), V.C. Souza et al. 10244 (ESA); ib., km
102, 18.XII.1998 (fl), A. Rapini et al. 843 (SPF); ib., fazenda Capivara, 19o14'59"S, 43o32'44"W, 10.III.1995
(fl), V.C. Souza et al. 8237 (ESA); ib., km 106, 19o17'S, 43o36'W, IV.1990 (fl, fr), G.M. Faria & M.
Mazucatu s.n. (HRCB, SPF 86556); ib., km 113, 26.I.1986 (fl), I. Cordeiro et al. CFSC 9520 (SPF); ib., km
108
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
114, 28.II.1981 (fl, fr), S.J. Mayo et al. CFSC 7020 (SP, SPF); ib., km 123, 10.I.1981 (fl), J.R. Pirani et al.
CFSC 6927 (SP); ib., km 125, 10.V.1987 (fl, fr), D.C. Zappi et al. CFSC 10170 (SPF); ib., km 135,
20.V.1989 (fl, fr), M.C. Assis & J.R. Pirani CFSC 11445 (SPF); estrada Lagoa Santa – Conceição do Mato
Dentro, km 109, 1.II.1987 (fl), F. Barros 1307 (SP); caminho para Conceição do Mato Dentro, 19o20'S
43o35'W, 8.II.1991 (fl), M.M. Arbo et al. 4646 (SPF); Estrada da Usina, 9.I.1981 (fl), M.C.H. Mamede et al.
CFSC 6875 (SP); ib., 21.III.1983 (fl), M.G.L. Wanderley et al. 603 (SP); próximo à estátua do Velho Juca,
26.I.1996 (fl), A.A. Conceição et al. 23 (SPF); Retiro do Alto Palácio, 1.V.1993 (fl), F. Barros 2774 (SP);
estrada para Lapinha, encosta oeste da Serra do Cipó, 19o04’S, 43o42’W, 5.III.1998 (fl), A. Rapini et al. 552
(SPF). Morro do Pilar: 14.II.1996 (fl, fr), N. Roque et al. 171 (SPF). Santana do Pirapama: fazenda
Inhame (Serra Mineira), 18o55'S, 43o54'W, 24.III.1982 (fl, fr), I. Cordeiro et al. CFSC 8207 (RB, SP, SPF,
W). Congonhas do Norte: Serra da Carapina (Serra Talhada), 18o55'S, 43o41'W, 3.III.1998 (fl, fr), A. Rapini
et al. 548 (BHCB, MBM, SPF). Serro: XI.1960 (fr), G.M. Magalhães 18070 (HB); entre Serro e Datas,
19.I.1972 (fl), G. Hatschbach et al. 28920 (HB, MBM); id. 28922 (HB, MBM); rodovia Datas – Serro,
18o33'14"S, 43o33'30"W, 1.III.1998 (fl), A. Rapini et al. 509 (SPF). Gouveia: Barro Preto, 29.XI.1985 (fl), G.
Hatschbach & J.M. Silva 50313 (MBM); ib., 20.III.1987 (fl, fr), G. Hatschbach et al. 51181 (MBM); ca. 33
km SW de Diamantina, 19.I.1969 (fl), H.S. Irwin et al. 22269 (NY). Datas: 24.I.1969 (fl, fr), H.S. Irwin et al.
22537 (MO, NY, R, UB); em direção a Serro, 4.IV.1957 (fl, fr), E. Pereira 2858 & G. Pabst 3694 (HB, RB).
Diamantina: próximo a Gouveia, 19.I.1969 (fl), H.S. Irwin et al. 22269 (UB); 23 km em direção a Gouveia,
18.I.1969 (fl, fr), H.S. Irwin et al. 22228 (F, HB, MO, NY, UB); estrada para São João da Chapada,
28.III.1970 (fl), H.S. Irwin et al. 28505 (UB). Itacambira: Serra Nova, 18 km de Itacambira, 13.III.1999 (fl,
fr), A. Rapini & M.L. Kawasaki 780 (SPF). Botumirim: ca. 18 km em direção a Adão Colares, 12.III.1999
(fl), A. Rapini & M.L. Kawasaki 767 (SPF, UB). Grão-Mogol: 32 km em direção a Cancela, 10.III.1999 (fl),
A. Rapini & M.L. Kawasaki 730 (SPF); 42o53'W, 16o35'S, 12.III.1999 (fl), A. Rapini & M.L. Kawasaki 753
(SPF). Francisco de Sá: 38 km da cidade, 13.II.1969 (fl), H.S. Irwin et al. 23248 (NY).
Oxypetalum strictum possui as lacínias da corola reflexas, geralmente seríceotomentulosas e freqüentemente alvacentas, e os lobos da corona bilunados. As anteras e os
polinários são semelhantes aos encontrados em O. warmingii, da qual pode ser distinguida
pelo tamanho e pela posição das lacínias, forma da corona e do apêndice do ginostégio.
Assemelha-se também a O. polyanthum, diferenciando-se principalmente pelo tamanho do
retináculo.
Existem alguns materiais que não se encaixam no padrão aqui apresentado: Rapini
552 e Rapini 780 e Irwin et al. 23248, por exemplo, são ervas volúveis com flores de
tamanho intermediário entre O. strictum e O. warmingii, lobos da corona bilunados, como
em O. strictum e apêndice do ginostégio bifido até a base, como em O. warmingii. Jorge
Fontella-Pereira e Maria Ana Farinaccio (com. pess.) consideraram sinonimizar O.
warmingii e O. strictum, tratando-as como subespécies; contudo, as diferenças entre as
formas típicas e predominantes desestimulam qualquer mudança nesse sentido.
As variações encontradas nos indivíduos classificados neste grupo devem ser
resultado de uma diferenciação incompleta. Os organismos atípicos seriam remanescentes
de uma população ancestral e/ou resultado de hibridações e introgressões sucessivas. A
dificuldade na delimitação precisa dessas espécies e, conseqüentemente, na classificação
segura de todos os organismos não deve, no entanto, ser simplificada a sinonimizações, o
que obscureceria a complexidade do grupo e tornaria a classificação menos informativa.
Dessa maneira, é preferível manter O. warmingii e O. strictum separadamente até que
estudos sistemáticos possam esclarecer a relação entre os indivíduos dessas espécies.
Ocorre predominantemente em campos da região sul da Cadeia do Espinhaço, até a
Serra do Cipó, mas sua distribuição estende-se desde Campos do Jordão, na Serra da
Mantiqueira de São Paulo, até a Cadeia do Espinhaço da Bahia. Apresenta-se ereta no sul,
tornando-se predominantemente volúvel e com folhas mais largas em direção ao norte,
variação já observada por Fontella-Pereira et al. (1989). No entanto, como foram coletados
109
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
subarbustos volúveis próximo a trepadeiras (Rapini 730; id. 753, em Grão-Mogol) e plantas
eretas (e.g. Rapini 767, em Botumirim), é preferível aceitar temporariamente um conceito
amplo para a espécie e adotar essa variação ao longo da distribuição. Foi coletada em
praticamente todos os meses, com pico de floração em março.
6.13. Oxypetalum polyanthum (Hoehne) Rapini, stat. ined. Oxypetalum strictum subsp.
polyanthum Hoehne, Comiss. Linhas Telegr. Estrateg. Mato Grosso-Amazonas
38(1): 103; tab. 9, fig. 3; tab. 52. 1916. Tipo: BRASIL. L. Damazio 8183 (holótipo:
OUPR? n.v.).
Figura: 8 L-P; foto 52 a-b.
Erva a subarbusto, 25-60 cm alt., raramente plantas volúveis; ramos velutinotomentosos, glabrescentes em direção à base. Pecíolo 0,2-1 cm compr.; lâmina elíptica ou
oval, 2,5-4 cm compr., 1,3-2,5 cm larg., setulosa, hirsuta ou vilosa; base levemente
cordada; ápice acuminado a mucronado. Cimeiras (1-)2-3-floras; pedúnculo 3-6 mm
compr. Pedicelo 3-5 mm compr. Cálice hirsuto a hirtelo; sépalas triangulares, 3-5,5 mm
compr. Corola abaxialmente creme, esverdeada ou acastanhada, hirsuta a hirtela,
adaxialmente arroxeada, puberulenta, glabrescente para o ápice das lacínias; tubo 3-4,5 mm
compr.; lacínias lanceoladas, 0,9-1,25(-1,5) cm compr., geralmente eretas a patentes.
Corona alva; lobos bilobulados, adaxialmente cristados; lóbulos oblongos a sublunados,
divaricados, inclusos. Asas das anteras suboblongas, menores que o dorso; membrana
apical longamente lanceolada. Retináculo subclavado, lateralmente dolabriforme,
conduplicado, 1,2-1,35(-1,5) mm compr.; caudículos horizontais, com dente baso-lateral,
ca. 0,2 mm compr.; polínios oblanceolados, flexuosos a subsigmóides, 1,2-1,5 mm compr.
Apêndice do ginostégio bífido a partir da região mediana ou do terço superior, ca. 7 mm
compr.
Material examinado. Santana do Riacho: 17.II.1982 (fl), A.M. Giulietti et al. CFSC 7839 (RB, SP); Parque
Nacional da Serra do Cipó, 21.III.1992 (fl), M. Pereira & M. Lucca 716 (BHCB); Serra do Cipó, 16.III.1964
(fl, fr), E. Pereira 8896 (F, HB, RB); ib., fazenda Palácio, 18.XI.1989 (fl), C.R. Lima s.n. (BHCB 16551); ib.,
km 103-104, 26.IV.1978 (fl, fr), H.C. Lima 428 (RB); ib., km 118, 15.III.1962 (fl), A.P. Duarte 6534 (RB);
ib., km 131, 4.XII.1940 (fl), I. Occhioni s.n. (RB 44052); ib., km 131-132, 4.XII.1949 (fl), A.P. Duarte 2037
(RB); ib., km 131, Palácio, 23.III.1940 (fl), H.M. Barreto 10732 (BHMH, HB, UB); ib., km 134, 24.IV.1950
(fl, fr), A.P. Duarte 2664 (RB); ib., km 139, Pilar, 11.I.1934 (fl), H.M. Barreto 996 (BHMH); id. s.n. (R
95112); Cardeal Mota, caminho para Conceição do Mato Dentro, 8.II.1991 (fl), M.M. Arbo et al. 4650 (SPF);
rodovia Lagoa Santa – Conceição do Mato Dentro – Diamantina, km 113, 15.IV.1972 (fl), A.B. Joly et al.
CFSC 1635 (SP); ib., km 114, 24.VII.1972 (fl), J. Semir & M. Sazima CFSC 2776 (SP); ib., km 114,
2.V.1973 (fl, fr), J. Semir et al. CFSC 4180 (SP); ib., km 115, 4.III.1972 (fl), A.B. Joly et al. CFSC 865 (SP);
rodovia Belo Horizonte – Conceição do Mato Dentro, km 107, 16.XI.1984 (fl), M.G. Arrais et al. CFSC 6070
(SPF); ib., km 117, 19.IV.1981 (fl), A. Furlan et al. CFSC 7213 (RB, SP); Serra da Lapinha, 27.III.1991 (fl),
J.R. Pirani et al. CFSC 12136 (SPF, UEC). Diamantina: Conselheiro Mata, 17.II.1973 (fl), G. Hatschbach &
J.M. Silva 31706 (MBM, MO, NY); estrada para Conselheiro Mata, 25.II.1987 (fl), D.C. Zappi et al. CFCR
10386 (K, SPF); ib., km 165, 15.III.1999 (fl), A. Rapini & M.L. Kawasaki 811 (SPF, UB, W); 20 km SW de
Diamantina, 21.I.1969 (fl), H.S. Irwin et al. 22361a (F).
Oxypetalum polyanthum inclui plantas geralmente eretas, com flores do tamanho
das encontradas em O. strictum. No entanto, as lacínias não são reflexas e o indumento é
menos denso na face adaxial, como nos indivíduos volúveis deste grupo de espécies afins.
110
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Os lobos da corona são semelhantes aos encontrados em O. warmingii, mas o apêndice do
ginostégio torna-se bífido apenas na região mediana ou acima dela, como em O. strictum. A
combinação de caracteres compartilhados com O. warmingii e O. strictum e a plasticidade
morfológica dificulta o reconhecimento de O. polyanthum. Esta espécie pode ser
reconhecida principalmente pelo tamanho do retináculo, que não ultrapassa 1,5 mm compr.;
na Cadeia do Espinhaço de Minas Gerais, as demais espécies do grupo possuem retináculo
em torno de 1,9 mm compr.
Foi tratada por Hoehne (1916) como subespécie de O. strictum. Ele considerou as
características desses indivíduos suficientes para o reconhecimento de uma nova espécie,
não o fazendo unicamente por causa das semelhanças encontradas nos polinários, ao menos
no que diz respeito à forma. O autor considerou, ainda, a possibilidade de uma origem
híbrida para a espécie. Mais recentemente, Fontella-Pereira et al. (1995) incluíram Pereira
2929 & Pabst 3765 [O. warmingii E.Fourn. (Fontella & Marquete)] em O. strictum subsp.
polyanthum, obtendo assim, uma delimitação distinta da aqui utilizada.
A espécie parece estar restrita à Serra do Cipó e ao Planalto de Diamantina, florindo
principalmente entre novembro e maio, com pico de floração em março.
6.14. Oxypetalum warmingii (E.Fourn.) Fontella & Marquete, Bol. Bot. Mus. Munic. 1: 2.
1971. Bustelma warmingii E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 288. 1885.
Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Lagoa Santa, 28.III.1864 (fl), J.E.B. Warming 1862
(lectótipo: C n.v., fotos F, MO, NY).
Oxypetalum bello-horizontinum Silveira, Fl. serr. Min.: 26. 1908. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Belo
Horizonte, II(“III”).1905 (fl, fr), A. Silveira 312 (holótipo: R; isótipo: B n.v., fragmento F).
Figura: 8 Q-U; foto 55 a-b.
Trepadeira; ramos velutinos a hirtelos. Pecíolo 0,5-2 cm compr.; lâmina oval a
lanceolada, 2,5-6 cm compr., 1-3 cm larg., adaxialmente pubescente a hirsuta, abaxialmente
pubescente a pilosa, vilosa na nervura central; base cordada a lobada; ápice acuminado a
apiculado. Cimeiras (1-)2-3(-4)-floras; pedúnculo até 1,3 cm compr. Pedicelo 4-9 mm
compr. Cálice abaxialmente hirtelo a setuloso; sépalas estreitamente triangulares a
lanceoladas, 0,5-1 cm compr. Corola abaxialmente amarelo-esverdeada, levemente vinácea
na base, hirtela a setulosa, adaxialmente ocre, levemente avermelhada, puberulenta até a
fauce ou pubescente apenas na base das lacínias, glabrescente para ao ápice; tubo 4-6 mm
compr.; lacínias lanceoladas, 2-2,7 cm compr., eretas. Corona alva; lobos bilobulados,
adaxialmente cristados; lóbulos retangulares, divaricados, inclusos. Asas das anteras
suboblongas, do tamanho do dorso; membrana apical vinácea, longamente lanceolada.
Retináculo subclavado, lateralmente dolabriforme, conduplicado, 1,82-1,95 mm compr.;
caudículos horizontais, com dente baso-lateral, ca. 0,1 mm compr.; polínios oblanceolados,
flexuosos a subsigmóides, 1,45-1,86 mm compr. Apêndice do ginostégio vináceo,
completamente bífido em ramos filiformes, ca. 8,5 mm compr. Folículos velutinos, 6-9 cm
compr.; sementes ca. 4 mm compr.
Material examinado. Belo Horizonte: s.d. (fl), F.C. Hoehne s.n. (SP 25099); Serra do Curral, 10.IV.1955
(fl), L. Roth 16339 (RB); Serra do Taquaril, 9.III.1933 (fl), H.M. Barreto s.n. (R 95119). Santana do Riacho:
caminho da base do IBAMA do rio Cipó para o Capão dos Palmitos, 25.III.1991 (fl), J.R. Pirani et al. CFSC
12013 (SPF); estrada para Lapinha, 19o04'S, 43o42'W, 4.III.1998 (fl, fr), A. Rapini et al. 592 (K, MO, SPF,
W); Serra do Cipó, hotel Veraneio, 7.IV.1957 (fl), E. Pereira 2929 & G. Pabst 3765 (HB, RB); ib., ao lado da
111
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
sede do IBAMA, próximo às pousadas do rio Cipó, 24.III.1998 (fl), J.A. Lombardi 2239 (BHCB, SPF).
Santana do Pirapama: 17.II.1971 (fl), L. Krieger 10106 (RB). Congonhas do Norte: estrada para Costa
Sena, 1.III.1998 (fl), A. Rapini et al. 517 (BHCB, SPF). Gouveia: BR-259, 23.II.1975 (fl), G. Hatschbach et
al. 36418 (MBM); 6 km N da cidade, 10.IV.1973 (fl), W.R. Anderson et al. 8573 (NY, UB); 8 km N da
cidade, 4.II.1972 (bt), W.R. Anderson et al. 35419 (NY, UB); 37 km em direção a Curvelo, 5.IV.1998 (fl),
V.C. Souza et al. 20886 (SPF). Datas: 24.I.1969 (fr), H.S. Irwin et al. 22535 (MO, NY, R, UB); Morro do
Coco, 18o26'S, 43o41'W, 21.III.1989 (fl), J.R.Pirani & R. Mello-Silva CFCR 12203 (G, SPF); estrada para
Serro, km 462, 18o28'12"S, 43o38'58"W, 13.III.1995 (fl), V.C. Souza et al. 8507 (ESA). Diamantina:
9.I.1988 (fl), R. Simão et al. CFCR 11765 (RB, SPF); estrada para Biribiri, 18.IV.1987 (fl), V.L. Scatena et al.
CFCR 10625 (SPF); ib., 8.XII.1992 (fl), H.F. Leitão Filho et al. 27444 (UEC); 12 km em direção a Biribiri,
córrego Sentinela, 18o10'59"S, 43o37'06"W, 21.XII.1998 (fl), A. Rapini et al. 846 (SPF); 25 km NE da cidade,
12.IV.1973 (fl), W.R. Anderson 8695 (MBM, MO, NY, UB); 25 km E da cidade, 15.III.1970 (fl), H.S. Irwin
et al. 27576 (NY, UB); estrada para Gouveia, km 605, 14.II.1998 (fl), P.T. Sano 906 (SPF, UB); 30 km em
direção a Gouveia, 13.I.1969 (fl), H.S. Irwin et al. 21853 (F, HB, MO, NY); estrada para Mendanha,
28.I.1969 (fl), H.S. Irwin et al. 22746 (NY); BR-367, km 167, ca. 18 km em direção a Mendanha, 15.III.1999
(fl, fr), A. Rapini & M.L. Kawasaki 807 (SPF); Mendanha, 16.XI.1971 (fl), G. Hatschbach & P. Pelanda
28036 (MBM); ca. 2 km de São João da Chapada, 25.III.1970 (fl), H.S. Irwin 28332 (F, MO, NY, UB); 2 km
N de São João da Chapada, 25.III.1970 (fl), H.S. Irwin et al. 28331 (UB). Rio Vermelho: Pedra Menina,
Morro do Ambrósio, 31.III.1985 (fl), N.L. Menezes et al. CFCR 7724 (SPF). Augusto de Lima: Serra do
Cabral, 17o59'38"S, 44o21'47"W, 20.III.1994 (fl, fr), C.M. Sakuragui et al. CFCR 15309 (SPF). Joaquim
Felício: Serra do Cabral, 14.III.1997 (fl), G. Hatschbach et al. 66272 (MBM); ib., 15.IV.1996 (fl), G.
Hatschbach et al. 64858 (MBM); ib., 16.IV.1996 (fl), G. Hatschbach et al. 64876 (MBM); ib., 17.IV.1996
(fl), G. Hatschbach & J.M. Silva 64332 (MBM); ib., 17o45'S, 44o12'W, 13.II.1988 (fl), W.W. Thomas et al.
5935 (CTES, NY, SPF); ib., 17o41'37"S, 44o17'04"W, 11.I.1998 (fl), A. Rapini et al. 453 (SPF); ib., 17o48’S,
44o18’W, 24.III.2000 (fl), L.R. Lima et al. 109 (F, SPF). Itacambira: estrada para Montes Claros, 9.I.1986
(fl), C. Kameyama et al. CFCR 9166 (RB, SPF).
Oxypetalum warmingii é reconhecida pelo hábito volúvel, as flores grandes, corola
geralmente com mais de 2,5 cm compr., lacínias eretas, freqüentemente unidas no ápice em
conseqüência da prefloração torcida; as membranas apicais das anteras, vistosas, são
eventualmente confundidas com os lobos da corona; os polinários são típicos do grupo,
com um retináculo conspícuo, clavado, dolabriforme lateralmente, e o apêndice do
ginostégio é completamente bífido em dois ramos filiformes. As anteras e polinários desta
espécie são semelhantes aos encontrados em O. strictum e a parte vegetativa assemelha-se a
O. appendiculatum, o que levou Hoehne (1916) a considerar O. bello-horizontinum (=O.
warmingii) um híbrido entre essas espécies. Oxypetalum warmingii aproxima-se mais de O.
strictum, espécie ereta, com flores geralmente solitárias, relativamente menores e com
lacínias reflexas. Apesar da considerável descontinuidade entre os estados de caracteres de
O. warmingii e O. strictum, formas intermediárias são eventualmente encontradas. O
sinônimo foi apresentado por Fontella-Pereira e Marquete (1971).
Foi coletada no Paraná e São Paulo, onde os indivíduos não apresentam o apêndice
do ginostégio bífido desde a base, e em Minas Gerais, Bahia e Goiás (Fontella-Pereira &
Marquete 1971). Costuma florir entre novembro e abril, mais intensamente em março. Na
Cadeia do Espinhaço de Minas Gerais, é encontrada mais freqüentemente na Serra do
Cabral e no Planalto de Diamantina; ocorre também em Itacambira, ao norte, e na base
oeste da Serra do Cipó, cujos representantes foram incluídos em O. strictum subsp.
polyanthum (Fontella-Pereira et al. 1995), chegando até Belo Horizonte.
113
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
6.15. Oxypetalum appendiculatum Mart., Nov. Gen. sp. pl. 1: 48; tab. 30. 1824. Tipo:
BRASIL. Minas Gerais: Lagoa Dourada, entre São João d'El Rei e Ouro Preto, I-II
(fl), C.F.P. Martius (holótipo: M n.v.).
Oxypetalum siliculae E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 266. 1885. Tipo: BRASIL. São Paulo: São
Carlos, I (fl), L. Riedel 2189 p.p. (holótipo: LE n.v.).
Figura: 9 A-E; foto 43 a-c.
Trepadeira; ramos pubescentes a tomentulosos, glabrescentes. Pecíolo 0,5-3 cm
compr.; lâmina oval, 3-9,5 cm compr., 1,1-4 cm larg., adaxialmente pubescente, hirtela ou
setulosa, abaxialmente pilosa a pubescente; base cordada, lobada ou reniforme; ápice agudo
a acuminado. Cimeiras corimbiformes, até 6 flores; pedúnculo 0,3-2,7 cm compr. Pedicelo
0,5-1,5 cm compr. Cálice abaxialmente hirtelo a pubescente; sépalas estreitamente
triangulares, 5-7 mm compr. Corola abaxialmente amarelada ou esverdeada, hirtela a
pubescente, adaxialmente amarelada, freqüentemente vinácea na base, glabra ou
esparsamente puberulenta em uma metade longitudinal das lacínias; tubo 4-6 mm compr.;
lacínias lanceoladas a triangulares, 1-2,1 cm compr., eretas. Corona creme-esverdeada;
lobos escamiformes, arredondados. Asas das anteras suboblongas, pouco maiores que o
dorso; membrana apical suboval, aguda. Retináculo clavado a cilíndrico, alado no terço
apical, fistuloso ou quase, 0,8-0,9 mm compr.; caudículos horizontais, com dente basolateral, 0,35-0,45 mm compr.; polínios reniformes, (0,45-)0,6-0,65 mm compr. Apêndice
do ginostégio vináceo, bífido acima da porção mediana, 0,7-1 cm compr. Folículos
velutinos passando a pubescentes, 5,5-10 cm compr.; sementes ca. 6 mm compr.
Material examinado. Ouro Preto: (“Villa Rica”), s.d. (fl), J.E.B. Pohl 3638 (NY); s.d. (fl), J. Badini s.n.
(OUPR 864); s.d. (fl), L. Damazio s.n. (OUPR 867); entre Ouro Branco e Itabirito, 17.VIII.1998 (fr), A.
Rapini et al. 679 (SPF); Ponte do Xavier, 11.VIII.1937 (fl), H.M. Barreto 9087 (UB); Águas Férreas, III.1944
(fl), M.A. Lisboa s.n. (OUPR 881); Alto das Dores, 28.V.1983 (fl), Kassis (A.K.O. Santos) s.n. (OUPR 2229);
Cachoeira das Andorinhas, s.d. (fl), J. Badini s.n. (OUPR 903); Cachoeira do Campo, 18.XII.1977 (fl), J.
Badini s.n. (OUPR 877); Camarinhas, 20.III.1998 (fl, fr), A. Rapini et al. 613 (BHCB, G, K, MO, SPF, W);
Saramenha, 7.I.1950 (fl), A. Macedo 2075 (MO); estrada Chapada – Santa Rita, 20.III.1998 (fl), A. Rapini et
al. 608 (SPF); Fazenda dos Macaquinhos, 15.II.1974 (fl, fr), M.A. Lisboa s.n. (OUPR 865); Gambá,
10.V.1977 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 869); Itacolomi, 28.I.1994 (fl), Jorge (J.L. Silva) & Miriam s.n. (OUPR
1290 A-C); base do Itacolomi, 14.IV.1975 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 870); ib., 10.V.1977 (fl), J. Badini s.n.
(OUPR 882); ib., 25.X.1980 (fl, fr), J. Badini s.n. (OUPR 883); id. s.n. (OUPR 884); Manso, 25.VIII.1978
(fl), J. Badini s.n. (OUPR 878); Fazenda do Manso, s.d. (fl, fr), J. Badini s.n. (OUPR 887); Miguel Burnier,
27.I.1921 (fl), F.C. Hoehne s.n. (SP 5137); Morro do Cruzeiro, 9.VI.1944 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 875); ib.,
22.III.1945 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 873); ib., 3.III.1983 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 886); ib., 15.I.1997 (fl),
M.A. Lisboa s.n. (OUPR 866); Morro da Forca, 9.VI.1944 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 876); Morro de Santana,
17.VI.1980 (fl, fr), J. Badini s.n. (OUPR 885); Morro de São João, 25.V.1981 (fl, fr), J. Badini s.n. (OUPR
888); Pedra de Amolar, 23.V.1978 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 872); Ribeirão da Cachoeira, 30.XII.1975 (fl), J.
Badini s.n. (OUPR 871); Serra de Ouro Preto, 25.XII.1893 (fl), A.F.M. Glaziou 20413 (R); Vellozo (fl), s.c.
(R 95010); Vila Aparecida, 15.I.1974 (fl, fr), J. Badini s.n. (OUPR 880). Mariana: 18.XII.1977 (fl), J. Badini
s.n. (OUPR 874); Passagem de Mariana, 18.XII.1977 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 879); Samarco, 22.XI.1977
(fl), J. Badini s.n. (OUPR 868); próximo à Vila Samarco, 16.I.1994 (fl), S. Atkins et al. CFCR 13801 (BHCB,
SPF). Moeda: Serra da Moeda, 13.V.1986 (fl), Cida (M.A. Zurlo) et al. s.n. (OUPR 4379); ib., Morro da
Piedade, 24.IV.1990 (fl), J.A. Paula & S.B. Velten s.n. (BHCB 17930). Itabirito: Pico do Itabirito,
16.III.1994 (fl), W.A. Teixeira s.n. (BHCB 23976, HB); BR-365, 20o12'41"S, 43o50'24"W, 27.V.1997 (fl, fr),
A. Rapini et al. 326 (SP). Catas Altas: km 17 da estrada do Caraça, 13.IV.1933 (fr), H.M. Barreto 987
(BHMH, R). Barão de Cocais: 13.I.1921 (fl), F.C. Hoehne s.n. (SP 4993). Nova Lima: Morro do Chapéu,
114
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
24.II.1980 (fl), T.S.M. Grandi s.n. (BHCB 99). Belo Horizonte: estrada Engenho Nogueira, 19.I.1940 (fl),
G.M. Magalhães 50 (HB, R); Estação Experimental, 23.V.1935 (fl), H.M. Barreto 3222a (F); Jardim
Botânico, 24.II.1935 (fl), H.M. Barreto 1357 (HB); Morro de Pedras, 12.II.1945 (fl), L.O. Williams & V. Assis
5544 (R). Sabará: XI.1915 (fl), F.C. Hoehne s.n. (SP 25093); I.1916 (fl), F.C. Hoehne 6849 (R). Caeté:
XI.1915 (fl), F.C. Hoehne 5908 (R); Serra da Piedade, 19.V.1993 (fl), J.A. Lombardi & F.R.N. Toledo 234
(BHCB); ib., 10.IV.1996 (fl), J.A. Lombardi 1252 (BHCB). Santana do Riacho: Serra do Cipó, 18.XI.1972
(fl), G. Hatschbach & C. Koczick 28874 (MBM); rodovia Belo Horizonte – Conceição do Mato Dentro, km
122, 11.I.1981 (fl, fr), A. Furlan et al. CFSC 6975 (RB, SP, SPF). Serro: Serra de Monjolos, 18 km N de
Serro, 5.V.1945 (fl), L.O. Williams & V. Assis 6801 (MO). Santo Antônio do Itambé: Pico do Itambé,
18.III.1963 (fl), G.M. Magalhães 18922 (HB, NY); id. 18923b (NY). Diamantina: 20.V.1955 (fl), E. Pereira
1359 (F); estrada Diamantina – Mendanha, 10.XII.1992 (fl), H.F. Leitão Filho et al. 27773 (UEC).
Nome popular: cipó-de-leite (in sched.).
Oxypetalum appendiculatum é facilmente reconhecida pela presença de um
apêndice membranáceo no terço apical do retináculo. Ocorre em campos, cerrados, cangas,
bordas de matas ciliares e vegetações perturbadas, em Mato Grosso, Minas Gerais, São
Paulo, Rio de Janeiro e na Região Sul do Brasil, chegando até o Paraguai, Uruguai,
Argentina (Fontella-Pereira et al. 1995) e Bolívia (w3TROPICOS). Floresce ao longo do
ano, principalmente entre dezembro e maio. Na Cadeia do Espinhaço, ocorre desde o sul
até o Planalto de Diamantina, sendo bastante comum em Ouro Preto e menos freqüente em
direção ao norte. O sinônimo foi proposto por Valente et al. (1973).
6.16. Oxypetalum arachnoideum E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 272. 1885.
Tipo: BRASIL. Minas Gerais (“Rio de Janeiro”): Barbacena, entre Antônio Carlos
(“Sítio”) e Barbacena, 10.XI.1884 (fl), A.F.M. Glaziou 14091 (holótipo: P n.v.;
isótipos: B n.v., fotos F, MO, NY; F; R).
Oxypetalum grandiflorum E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 272. 1885. Tipo: BRASIL. São Paulo:
1816-1821 (fl), A.F.C.P. Saint-Hilaire 1507 (lectótipo: P n.v., fragmento F, foto F).
Figura: 9 F-I.
Trepadeira; ramos tomentosos, glabrescentes em direção à base. Pecíolo ca. 1 cm
compr.; lâmina oval, 4-6 cm compr., 2-3,3 cm larg., adaxialmente velutina, abaxialmente
velutina a subvilosa; base lobada a reniforme; ápice agudo. Cimeiras racemiformes, ca. 3
flores; pedúnculo 2,5-3,5 cm compr. Pedicelo ca. 1,5 cm compr. Cálice abaxialmente
tomentoso; sépalas estreitamente triangulares, ca. 5,5 mm compr. Corola esverdeada,
abaxialmente hirtela a velutina, adaxialmente minutamente puberulenta, quase papilosa;
tubo ca. 4,5 mm compr.; lacínias estreitamente lanceoladas, quase filiformes, ca. 3 cm
compr, subpatentes. Corona alva; lobos subescutiformes, ondulados, adaxialmente
carunculados. Asas das anteras subcuneiformes, maiores que o dorso; membrana apical
oval. Retináculo linear ou quase, conduplicado, subfistuloso, 1,2 mm compr.; caudículos
horizontais, com dente baso-lateral, 0,3 mm compr.; polínios oblongos, ca. 0,8 mm compr.
Apêndice do ginostégio bífido a partir da região mediana, ca. 7 mm compr.
Material examinado. Monte Azul: via montividiu, 18.IV.1996 (fl), G. Hatschbach et al. 65009 (MBM).
Oxypetalum arachnoideum possui as lacínias da corola quase filiformes, com cerca
de 3 cm compr., as quais lhe dão o aspecto de uma aranha de cinco pernas. Ocorre em São
115
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia (Fontella-Pereira et al. 1989). Na Cadeia do
Espinhaço de Minas Gerais, foi coletada em mata de galeria, no norte, próximo à Bahia. O
sinônimo foi proposto por Fontella-Pereira (1970).
6.17. Oxypetalum banksii Schult., Syst. veg. 6: 91. 1820. Tipo: BRASIL. Rio de Janeiro,
1768 (fl), J. Banks & D.C. Solander (BM n.v.).
Asclepias communis Vell., Fl. flumin.: 115. 1829; vol. 3: tab. 53. 1831. Tipo: Fl. flumin. vol: 3: tab. 53. 1831
(lectótipo).
Oxypetalum maritimum Hook. & Arn., J. Bot. (Hooker) 1: 288. 1834. Prováveis tipos: BRASIL. Bahia:
1830-1831 (fl), P. Salzmann 329 (G n.v., foto F; NY); id. s.n. (MO).
Figura: 9 J-L.
Trepadeira; ramos glabrescentes. Pecíolo ca. 2,5 cm compr.; lâmina oval, ca. 6 cm
compr., ca. 4 cm larg., esparsamente setulosa; base lobada a auriculada; ápice acuminado.
Cimeiras corimbiformes, até 6 flores; pedúnculo 0,5-1 cm compr. Pedicelo 1,5-2 cm
compr. Cálice abaxialmente hirtelo, adaxialmente puberulento; sépalas triangulares a
lanceoladas, ca. 4 mm compr. Corola creme ou alvo-esverdeada, abaxialmente hirtela,
adaxialmente puberulenta; tubo ca. 1 mm compr.; lacínias estreitamente lanceoladas,
revolutas, ca. 1,5 cm compr., reflexas. Corona creme; lobos subescamiformes, truncados
no ápice. Asas das anteras oblongas, menores que o dorso; membrana apical suboblonga.
Retináculo cilíndrico a clavado, fistuloso, ca. 2 mm compr.; caudículos horizontais, com
dente baso-lateral, ca. 0,25 mm compr.; polínios cilíndricos a subsigmóides, ca. 1,2 mm
compr. Apêndice do ginostégio vináceo, bífido a partir da região mediana, ca. 5 mm
compr.
Material examinado. Caeté: 20.X.1915 (fl), F.C. Hoehne s.n. (SP 25112).
Oxypetalum banksii é uma trepadeira com folhas profundamente lobadas na base e
flores grandes com lacínias reflexas. Tem uma distribuição predominantemente litorânea,
desde o Rio Grande do Sul até a Bahia, ocorrendo em áreas perturbadas como clareiras e
bordas de mata ou em restingas, chegando até as dunas (Fontella-Pereira et al. 1971, 1985).
Na Cadeia do Espinhaço, o táxon é representado por uma única coleta na região de Belo
Horizonte, antes da década de vinte. Os materiais coletados em outras localidades
apresentam muitas vezes as folhas menores e a base da lâmina cordada; as flores também
costumam ser menores. Floresce ao longo de todo ano. Os sinônimos estão reunidos em
Fontella-Pereira et al. (1971).
Chave para as espécies do Grupo de Oxypetalum pilosum:
1. Lacínias da corola com menos de 6 mm compr. Apêndice do ginostégio reduzido (não
rostrado), capitado ou cônico, levemente bífido no ápice.................6.18. O. erostre (117)
1'. Lacínias da corola ca. 9 mm compr. Apêndice do ginostégio ca. 3,5 mm compr., bífido
no terço apical..................................................................................6.19. O. pilosum (117)
116
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
6.18. Oxypetalum erostre E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 265. 1885. Tipo:
BRASIL. Minas Gerais: 1816-1821 (fl), A.F.C.P. Saint-Hilaire 2129 (holótipo: P
n.v., fragmento F, foto F).
Oxypetalum pauperculum E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 265. 1885. Tipo: BRASIL. Minas
Gerais: entre Lagoa Santa e Serra da Lapa, s.d. (fl, fr), J.E.B. Warming 1853 (holótipo: C n.v., fotos
F, MO, NY).
Figura: 9 M-O.
Trepadeira; ramos pubescentes a quase tomentosos. Pecíolo 0,8-1,7 cm compr.;
lâmina oval, 2,5-4 cm compr., 1-2,5 cm larg., adaxialmente setosa a setulosa, abaxialmente
hirtela a subvilosa; base lobada; ápice agudo a levemente acuminado. Cimeiras
corimbiformes, ca. 5 flores; pedúnculo 0,5-1,5 cm compr. Pedicelo 0,5-1 cm compr. Cálice
abaxialmente hirtelo; sépalas triangulares, ca. 1,85 mm compr. Corola amareloavermelhada, abaxialmente hirtela, adaxialmente glabra a minutamente papilosa; tubo ca.
0,9-1,2 mm compr.; lacínias lanceoladas, 4,8-5,7 mm compr., patentes a reflexas. Corona
com lobos subescutiformes a sub-rômbicos, arredondados no ápice. Asas das anteras
suboblongas, maiores que o dorso; membrana apical semi-elíptica a subquadrangular.
Retináculo oblongo, atenuado na base, subfistuloso, 0,65-0,75 mm compr.; caudículos
horizontais, com dente baso-lateral, 0,1-0,2 mm compr.; polínios suboblongos a
botuliformes, 0,55-0,6 mm compr. Apêndice do ginostégio reduzido, capitado a subcônico,
levemente bífido no ápice. Folículos hirtelos, ca. 5,5 cm compr.; sementes ca. 6 mm compr.
Material examinado. Caeté: Serra da Piedade, XI.1915 (fl), F.C. Hoehne 5907 (R); id. 5910 (R); id. s.n. (SP
25130). Santana do Riacho: Estrada da Usina, 21.III.1983 (fl, fr), M.G.L. Wanderley et al. 592 (SP).
Diamantina: estrada para Mendanha, 10.XII.1992 (fl), H.F. Leitão Filho et al. 27662 (UEC); ca. 15 km E da
cidade, 20.III.1970 (fl), H.S. Irwin et al. 27986 (UB).
Oxypetalum erostre não apresenta o apêndice do ginostégio saliente como bem
destaca o epíteto específico. Foi considerado sinônimo de O. pilosum por Valente et al.
(1973); no entanto, além do ápice do ginostégio não estar prolongado em um apêndice
rostrado, como é comum no gênero, possui flores menores que naquela espécie, com
lacínias da corola mais curtas, não ultrapassando 6 mm compr. Apesar deste trabalho não
adotar a circunscrição proposta por Valente et al. (1973), o sinônimo foi baseado nessa
referência. Ocorre em Minas Gerais e Bahia e parece estar restrita à Cadeia do Espinhaço,
sendo coletada com flores de outubro a abril.
6.19. Oxypetalum pilosum Gardner, London J. Bot. 1: 539. 1842. Oxypetalum
propinquum Decne. in DC., Prodr. 8: 582. 1844, nom. superfl. Tipo: BRASIL. Rio de
Janeiro: Tijuca, Pedra Bonita, 1836 (fl), G. Gardner 226 (holótipo: K n.v.; isótipos: G
n.v., foto F; NY; P n.v., foto MO).
Oxypetalum deltoideum E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 269. 1885. Tipo: BRASIL. Rio de
Janeiro: L. Riedel s.n. (holótipo: LE n.v.).
Figura: 9 P-R.
Trepadeira; ramos pubescentes, glabrescentes para a base. Pecíolo 1-2 cm compr.;
lâmina oval, cordiforme, 4-5,5 cm compr., 1,5-2,5 cm larg., adaxialmente setulosa, hirtela
117
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
ou pilosa, abaxialmente pilosa a subvilosa; base lobada; ápice agudo a acuminado.
Cimeiras corimbiformes a umbeliformes, até 6 flores; pedúnculo 0,7-1,5 cm compr.
Pedicelo 0,6-1 cm compr. Cálice abaxialmente hirtelo; sépalas triangulares, ca. 2 mm
compr. Corola campanulada, abaxialmente hirtela, adaxialmente glabra ou puberulenta;
tubo ca. 1 mm compr.; lacínias estreitamente lanceoladas, espiraladas, ca. 9 mm compr.,
reflexas. Corona com lobos subescutiformes, arredondados no ápice. Asas das anteras
oblongas, menores que o dorso; membrana apical oblonga, emarginada. Retináculo
cilíndrico, conduplicado, ca. 0,7 mm compr.; caudículos horizontais, com dente basolateral, ca. 0,25 mm compr.; polínios reniformes a botuliformes, ca. 0,6 mm compr.
Apêndice do ginostégio bífido no terço superior, ca. 3,5 mm compr. Folículos imaturos
pubescentes.
Material examinado. Mariana: s.d (fl), J.B. Godoy s.n. (OUPR 956). Sabará: 20.XII.1915 (fl, fr), F.C.
Hoehne s.n. (SP 25096).
Oxypetalum pilosum assemelha-se a O. erostre, considerado sinônimo por Valente
et al. (1973). No entanto, esses dois táxons apresentam distribuições geográficas
particulares e podem ser distintos pelo comprimento das lacínias, mais longas em O.
pilosum, e pelo apêndice do ginostégio, reduzido em O. erostre. Ocorre no Rio de Janeiro,
raramente em Minas Gerais.
6.20. Oxypetalum pachygynum Decne. in DC., Prodr. 8: 583. 1844. Sintipo: BRASIL.
Minas Gerais: J.B.A. Guillemin 366 (P n.v.); P. Claussen 349 (P n.v.).
Oxypetalum vestitum Malme, Bih. Kongl. Svenska Vetensk.-Akad. Handl. 27(18): 18; fig. 3. 1901. Tipo:
PARAGUAI.
Figura: 9 S-W; foto 51 a-b.
Trepadeira; ramos pubescentes a glabrescentes. Pecíolo 1-1,5 cm compr.; lâmina
oval ou cordiforme, 3-4,5 cm compr., 1-3 cm larg., adaxialmente setulosa, hirtela ou pilosa
abaxialmente pilosa a subvilosa; base lobada a auriculada; ápice acuminado. Cimeiras
umbeliformes ou quase, até 3 flores; pedúnculo até 2 cm compr. Pedicelo 2-5 mm compr.
Cálice abaxialmente hirtelo; sépalas lanceoladas, 3-4 mm compr. Corola cremeesverdeada, geralmente arroxeada, abaxialmente hirtela, adaxialmente glabra no tubo,
esparsamente puberulenta nas lacínias; tubo ca. 3 mm compr.; lacínias lanceoladas a
triangulares, 5,5-8,5 mm compr., levemente torcidas, patentes a recurvadas. Corona creme;
lobos subcuneiformes, truncados, freqüentemente revolutos ou ondulados no ápice,
adaxialmente corniculados. Asas das anteras medianamente dentadas, maiores que o dorso;
membrana apical suboval. Retináculo cilíndrico, fistuloso a conduplicado, 1,1-1,2 mm
compr.; caudículos horizontais, com dente baso-lateral, 0,15-0,18 mm compr.; polínios
cilíndricos, 0,7-0,85 mm compr. Apêndice do ginostégio vináceo, bífido no terço superior,
3,5-6 mm compr. Folículos velutinos, ca. 8 cm compr.
Material examinado. Ouro Preto: Falcão, s.d. (fl), M.C. Valente & J. Badini s.n. (OUPR 955); ib.,
18.XI.1983 (fl, fr), J. Fontella & J. Badini s.n. (OUPR 944); Rancharia, 5.VIII.1980 (fl), M.C. Valente & J.
Badini s.n. (RB 201625); estrada Velha, ca. 16 km de Ouro Branco, 20o27'48"S, 43o35'24"W, 9.III.1995 (fl),
V.C. Souza et al. 8084 (SPF). Santana do Riacho: Serra do Cipó, 6.VIII.1972 (fl), G. Hatschbach 29966
(BHCB, MBM). Joaquim Felício: Serra do Cabral, 17o42'04"S, 44o19'00"W, 11.I.1998 (fl), A. Rapini et al.
118
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
446 (K, SPF).
Oxypetalum pachygynum pode ser reconhecida pelo hábito volúvel, inflorescências
paucifloras, lacínias da corola reflexas, asas das anteras medianamente dentadas e apêndice
do ginostégio crasso, bifurcado no ápice. Ocorre em campos, cerrados e brejos, no Paraná,
São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul, chegando até o
Paraguai (Fontella-Pereira et al. 1995). Floresce entre agosto e março, mais intensamente
em janeiro. Na Cadeia do Espinhaço, foi coletada nas Serras de Ouro Preto, do Cipó e do
Cabral. Oxypetalum vestitum foi reconhecida pelo próprio autor da espécie como sinônimo
de O. pachygynum (Malme 1927).
6.21. Oxypetalum wightianum Hook. & Arn., J. Bot. (Hooker) 1: 288. 1834. Tipo:
BRASIL. Rio Grande do Sul: próximo a Porto Alegre, J. Tweedie 227 (holótipo: K
n.v.).
Oxypetalum guilleminianum Decne. in DC., Prodr. 8: 582. 1844. Tipo: BRASIL. Rio de Janeiro: Serra dos
Órgãos, V.1839 (fl), J.B.A. Guillemin 915 (holótipo: P n.v., fragmento F, foto F; isótipo: G n.v., foto
MO).
Oxypetalum squamulatum E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 270. 1885. Tipo: BRASIL. F. Sellow
4317 (holótipo: B n.v.).
Figura: 9 X-BB; foto 56 a-c.
Trepadeira; ramos vilosos ou quase. Pecíolo 1-6 cm compr.; lâmina oval, mais
raramente elíptica ou oblonga, 4,5-10,5 cm compr., 1,8-4,5 cm larg., adaxialmente setosa,
abaxialmente pubescente, pilosa ou subvilosa; base lobada; ápice agudo a acuminado.
Cimeiras umbeliformes, 1-6 flores; pedúnculo 1,5-3 mm compr. Pedicelo 0,5-1,5 cm
compr. Cálice abaxialmente hirtelo; sépalas triangulares a lanceoladas, 2-3,5 mm compr.
Corola roxa passando a amarela em direção ao ápice das lacínias, eventualmente vermelha
ou castanha, abaxialmente hirtela, adaxialmente hirtela até a fauce, esparsamente
puberulenta ou velutinosa nas lacínias; tubo 1,9-2,8 mm compr.; lacínias estreitamente
lanceoladas, 1-1,3 cm compr., reflexas. Corona amarela; lobos trilobulados, adaxialmente
carunculados. Asas das anteras oblongas, maiores que o dorso; membrana apical oval.
Retináculo clavado, conduplicado, 0,4-0,5 mm compr.; caudículos horizontais, com dente
lateral, ca. 0,15 mm compr.; polínios reniformes, 0,35-0,45 mm compr. Apêndice do
ginostégio vináceo, bifurcado até abaixo da região mediana, 3-5,5 mm compr. Folículos
5,5-8 cm compr., verrugosos, velutinos a pubescentes; sementes 8-9,5 mm compr.
Material examinado. Ouro Preto: 1912 (st), H.S. Araújo 75 (R); 28.V.1923 (fl), J.B. Godoy s.n. (SP 8413);
19.II.1978 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 909, SPF); 15.III.1984 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 907, SPF); 13.II.1985
(fl), J. Badini s.n. (OUPR 977, SPF); Barra Longa, 13.IV.1975 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 910); Cachoeira do
Campo, 16.VI.1980 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 904); Falcão s.d. (fl), J. Badini s.n. (OUPR 974); ib., 4.VI.1974
(fl), M.A. Lisboa s.n. (OUPR 905); Lages, s.d. (fl), s.c. (R 95011); id. (R 95012); ib., H. Barbosa 193b (R); id.
1112 (R); Morro da Queimada, 17.VI.1980 (fl, fr), J. Badini s.n. (OUPR 908); id. s.n. (OUPR 913); id. s.n.
(OUPR 914); id. s.n. (OUPR 975); ib., 6.VIII.1980 (fr), M.C. Valente & J. Badini s.n. (RB 201623); São
Sebastião, VI.1905 (fl), L. Damazio s.n. (RB 48622); Serra de Antônio Pereira, 7.IV.1972 (fl), J. Badini s.n.
(OUPR 912); ib., 17.III.1974 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 973, SPF); ib., 17.VI.1980 (fl, fr), J. Badini s.n.
(OUPR 978); ib., 7.VIII.1980 (st), M.C. Valente & J. Badini s.n. (RB 201617); Estrada de Antônio Pereira,
29.III.1974 (fl), M.A. Lisboa s.n. (OUPR 906); Serra de Ouro Preto, 15.VI.1980 (fl), J. Badini s.n. (OUPR
976); Taquaral, 10.IX.1942 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 911); Tassara, 10.IX.1942 (fl), J. Badini s.n. (OUPR
934). Mariana: Passagem de Mariana, 14.VIII.1980 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 915); ib., 15.VIII.1980 (fl), J.
119
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Badini s.n. (RB 201616). Catas Altas: Serra do Caraça, beira do rio Caraça, ca. 20o05'S, 43o30'W, 2.XII.1998
(fl, fr), A. Rapini & M.L. Kawasaki 705 (BHCB, G, HB, K, MBM, MO, NY, SP, W). Itabira: Turvo,
24.IV.1926 (fl, fr), F.C. Hoehne & A. Gehrt s.n. (SP 17509).
Oxypetalum wightianum é uma trepadeira com flores roxas passando a amarelas em
direção ao ápice das lacínias e com folículos verrugosos. No Espinhaço, é facilmente
reconhecida pela corona com lobos quase sempre trilobulados, mas em outras regiões,
apresenta-os geralmente inteiros. Ocorre em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e
Região Sul do Brasil, chegando até o Paraguai, geralmente na orla de matas e capoeiras ou
na beira de estradas, em campos, cangas, brejos ou próximo a córregos (Fontella-Pereira et
al. 1985). Na Cadeia do Espinhaço, foi encontrada na região sul. O pico de floração é em
fevereiro, mas no Espinhaço, a floração se concentra entre fevereiro e agosto, mais
intensamente em junho. Os sinônimos foram propostos por Fontella-Pereira e Schwarz
(1981b).
7. Asclepias L.
Sp. pl.: 214. 1753. Lectótipo: A. syriaca L.
Acerates Elliott, Sketch Bot. 1: 316. 1817. Tipo: A. longifolia (Michx.) Elliott (Asclepias longifolia Michx.)
Podostigma Elliott, Sketch Bot. 1: 326. 1817. Tipo: P. pubescens Elliott
Anthanotis Raf., Fl. ludov. 52: 149. 1817. Tipo: A. procumbens Raf.
Anantherix Nutt., Gen. N. Amer. pl. 1: 169. 1818. Tipo: A. viridis (Walter) Nutt. (Asclepias viridis Walter)
Stylandra Nutt., Gen. N. Amer. pl. 1: 170. 1818. ≡ Podostigma Elliott
Otaria Kunth ex G.Don, Gen. Hist. 4: 144. 1838. Tipo: O. auriculata (Kunth) G.Don (Asclepias auriculata
Kunth)
Acerotis Raf., New Fl. 4: 49. 1838. ≡ Acerates Elliott
Oligoron Raf., New Fl. 4: 60. 1838. ≡ Acerates Elliott
Otanema Raf., New Fl. 4: 61. 1838. ≡ Acerates Elliott
Polyotus Nutt., Trans. Amer. Philos. Soc., ser. 2, 5: 199. 1837 (non Polyotus Gottsche, Syn. hepat.: 244.
1845.) ≡ Acerates Elliott
Asclepiodora A.Gray, Proc. Amer. Acad. Arts 12: 66. 1876. ≡ Anantherix Nutt.
Schizonotus A.Gray, Proc. Amer. Acad. Arts 7: 66. 1876 (non Schizonotus Lindl., Intr. nat. syst. bot.: 81.
1830, nom. rej. Rosaceae; nec Schizonotus Raf., New Fl. 3: 74. 1938, nom. rej. Rosaceae). ≡ Solanoa
Greene
Solanoa Greene, Pittonia 2: 67. 1890 (non Solanoa Lindl., Intro. nat. syst. bot.: 81. 1830, nom. rej.). Tipo: S.
purpurascens (A.Gray) Greene (Schizonotus purpurascens A.Gray)
Solanoana Kuntze, Rev. Gen. 2: 421. 1891. ≡ Solanoa Greene
Oxypteryx Greene, Pittonia 3: 234. 1897. Tipo: O. arenicola (Nash) Greene (Asclepias arenicola Nash)
Podostemma Greene, Pittonia 3: 235. 1897. Tipo: P. longicornu (Benth.) Greene (Asclepias longicornu
Benth.)
Biventraria Small, Man. s.e. fl.: 1072. 1933. Tipo: B. variegata (L.) Small (Asclepias variegata L.)
Asclepiodella Small, Man. s.e. fl.: 1073. 1933. Tipo: A. feayi (Chapman ex A.Gray) Small (Asclepias feayi
Chapman ex A.Gray)
Erva ou subarbusto; ramos esparsamente pubescentes, geralmente providos de
coléteres lateralmente aos pecíolos. Folhas opostas ou verticiladas, pecioladas a subsésseis,
geralmente elípticas ou lineares, quase glabras. Cimeiras umbeliformes, subaxilares,
alternas ou terminais. Cálice valvar, coléteres alternos às sépalas ou dispostos radialmente
ao longo da base. Corola fendida quase até a base, alva ou vermelha, reflexa ou rotácea,
adaxialmente glabra, passando a papilosa em direção à base, abaxialmente glabra. Corona
121
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
5-lobada, unida à coluna estaminal; lobos opostos às anteras, subcarnosos, cuculados,
papilosos, inconspicuamente auriculados na base, providos adaxialmente de um cornículo
falcado, arqueado sobre o ginostégio. Anteras com asas tringulares ou quase, maiores que o
dorso; membrana apical depressamente oval. Retináculo fistuloso; caudículos lineares,
descendentes, levemente torcidos, inseridos no terço basal ou médio do retináculo; polínios
uniformes, laminares, pendentes. Ginostégio levemente lobado no ápice, incluso. Folículos
fusiformes a elipsóides, geralmente lisos.
Asclepias é reconhecida principalmente pelas flores com corola reflexa, expondo a
corona, que possui lobos cuculados, corniculados e papilosos. Exclusivamente americano, o
gênero é constituído por cerca de 120 espécies, a maioria de clima temperado, na América
do Norte (Morillo 1997). A sinonímia foi proposta por Woodson (1954), que incluiu
também Gomphocarpus, gênero considerado à parte neste tratamento. Os gêneros incluídos
em Asclepias, em alguns casos, apresentam referências (Woodson 1954, Farr et al. 1979)
desencontradas em relação à espécie-tipo.
Chave para as espécies:
1. Corola e corona claras, alvas ou quase. Sépalas com 3,8-5,5 mm compr. Caudículos
com mais de 0,45 mm compr.
2. Lâmina foliar elíptica ou oval, com mais de 1,5 cm larg., coriácea. Lacínias da
corola ca. 1,1 cm compr. Lobos da corona prolongados no ápice. Polínios ca. 1,4
mm compr...................................................................................7.1. A. candida (122)
2'. Lâmina foliar geralmente linear, raramente com mais de 1,1 cm larg., membranácea
ou cartácea. Lacínias da corola até 1 cm compr. Lobos da corona arredondados ou
truncados no ápice. Polínios até 1,2 mm compr......................7.2. A. mellodora (123)
1'. Corola vermelha e corona laranja. Sépalas 2-3,8 mm compr. Caudículos até 0,45 mm
compr......................................................................................7.3. A. curassavica (124)
7.1. Asclepias candida Vell., Fl. flumin.: 118. 1829; vol. 3: tab. 65. 1831. Tipo: Fl. flumin.
vol. 3: tab. 65. 1831 (lectótipo).
Asclepias marginata Decne. in DC., Prodr. 8: 566. 1844, nom. superfl. Sintipo: BRASIL. Minas Gerais: P.
Claussen 348 (P n.v.); id. 364 (P n.v.).
Figura: 10 A-E.
Erva a subarbusto, 15-30 cm alt.; haste glabra ou esparsamente pubescente. Folhas
sésseis ou quase; lâmina elíptica ou oval, 3,5-10,5 cm compr., 1,8-4,5 cm larg., glabra ou
quase, coriácea; base cuneada a arredondada; ápice agudo a obtuso. Cimeiras 6-15-floras;
pedúnculo 1,5-4 cm compr. Pedicelo 1,2-2 cm compr. Cálice esparsamente pubescente na
face abaxial, adaxialmente glabro; sépalas oblongas ou triangulares, 3,8-5,5 mm compr.
Corola alva ou creme; lacínias elípticas, emarginadas, ca. 1,1 cm compr. Corona alva ou
levemente violácea; lobos sub-rômbicos, prolongados no ápice, abaxialmente glabros,
adaxialmente papilosos. Retináculo elipsóide a rombóide, 0,45-0,5 mm compr.; caudículos
ca. 0,6 mm compr.; polínios ovais a lanceolados, levemente arqueados no ápice, ca. 1,4 mm
compr. Ginostégio crateriforme no ápice.
122
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Material examinado. Ouro Preto: Cachoeira do Campo, 18.IX.1977 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 753);
Rodrigo Silva, 24.X.1980 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 751); ib., 15.X.1980 (fl), M.A. Lisboa s.n. (OUPR 752);
ib., 9.X.1976 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 754). Moeda: Serra da Moeda, 5.X.1985 (fl), C. Miranda & T.S.M.
Grandi 2052 (BHCB); ib., 4.X.1989 (fl), P.H.A. Pequeno 162 (BHCB); ib., 18.X.1997 (fl), A. Salino 3579
(BHCB). Itabirito: Serra do Itabirito, 13.X.1974 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 749, RB); id. s.n. (OUPR 750).
Belo Horizonte: Serra da Mutuca, 30.IX.1938 (fl), H.M. Barreto 8739 (BHMH); Serra do Curral, 15.IV.1956
(fl), L. Roth 15551 (RB). Santana do Riacho: Serra do Cipó, 25.III.1975 (fl), E.P. Heringer s.n. (HB 6970).
Datas: rodovia BR-259, 14.XI.1971 (fl), G. Hatschbach & P. Pelandra 27962 (MBM). Diamantina: estrada
para Corinto, 1.XII.1976 (fl), G.J. Shepherd et al. 3872 (UEC); Guinda, 5.X.1937 (fl), H.M. Barreto 9531
(BHMH, F); Padre Matias, 16.XI.1937 (fl), H.M. Barreto 9812 (BHMH, F).
Asclepias candida assemelha-se a A. mellodora e a distinção só é feita através de
detalhes, como apresentado na chave. As flores são geralmente alvas, justificando o epíteto
específico, mas podem ser esverdeadas ou lilases e apresentar odor. O sinônimo é
reconhecido desde Fournier (1885).
Costuma ocorrer em campos do Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato
Grosso (Fontella-Pereira et. al. 1985) e Rondônia, sendo mencionada também para a Bahia
(Goyder 1995), Argentina e Paraguai (Bollwinkel 1969). Floresce geralmente entre
setembro e dezembro, com pico de floração em outubro. Na Cadeia do Espinhaço de Minas
Gerais, foi coletada desde Ouro Preto e Belo Horizonte até o Planalto de Diamantina.
7.2. Asclepias mellodora A.St.-Hil., Hist. pl. remarq. Brésil.: 277. 1824. Tipo: URUGUAI.
Provincia de Rio Grande, 1816-1821 (fl), A.F.C.P. Saint-Hilaire 2553 (P n.v., foto F).
Asclepias nervosa Decne. in DC., Prodr. 8: 568. 1844. Sintipo: BRASIL. Mato Grosso: C.G. Beaupre
(Gaudichaud) no 104 in Herb. imp. brasil. (P n.v., foto F). Bahia: Jacobina, J.S. Blanchet s.n. (G n.v.;
provável sintipo: Blanchet 3643, MO).
Asclepias curupi E.Fourn., Ann. Sci. Nat. (Paris) 6(14): 384. 1882. Sintipo: PARAGUAI. B. Balansa 1361 (P
n.v., fragmento F, foto F). ARGENTINA. Buenos-Aires: J. Tweedie s.n. (LE? n.v.).
Asclepias jangadensis S.Moore, Trans. Linn. Soc. London, Bot. 4: 398. 1895. Tipo: BRASIL. Mato Grosso:
Jangada, S. Moore 251 (BM n.v.).
Asclepias papillosa Silveira, Fl. serr. Min.: 10. 1908. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: São João d'El Rei,
VIII.1894 (fl), A. Silveira 325 (holótipo: R).
Figura: 10 F-J; foto 2.
Erva, 15-40 cm alt.; haste unilateralmente puberulenta. Folhas subsésseis; lâmina
linear, raramente elíptica, 6-14,5 cm compr., 0,4-1,1(-2,6) cm larg., glabrescente ou com
tricomas na margem e na nervura central, membranácea ou cartácea; base cuneada a
atenuada; ápice agudo a acuminado, raramente obtuso. Cimeiras 6-21-floras; pedúnculo
1,5-6,5 cm compr. Pedicelo 1-2 cm compr. Cálice esparsamente puberulento a glabro na
face abaxial, adaxialmente glabro; sépalas elípticas, ovais ou lanceoladas, 3,8-4,5 mm
compr. Corola creme-esverdeada; lacínias elípticas, oblongas ou obovais, emarginadas,
7,5-10 mm compr. Corona alva ou quase, levemente rosada ou salmão; lobos obtrulados,
arredondados ou truncados no ápice, abaxialmente glabros, adaxialmente papilosos.
Retináculo subobovóide ou elipsóide, 0,35-0,55 mm compr.; caudículos 0,5-0,6 mm
compr.; polínios ovais ou quase, levemente arqueados, 1-1,2 mm compr. Ginostégio
pateliforme no ápice. Folículos glabros, ca. 4,5 cm compr.
Material examinado. Ouro Preto: Miguel Burnier, s.d. (fl), L. Damazio s.n. (OUPR 773); ib., II.1905 (fl), F.
Brandão s.n. (R 102162). Itabirito: Estrada dos Inconfidentes, próximo à barreira, 12.XI.1974 (fl), M.A.
123
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Lisboa s.n. (OUPR 772); próximo à barreira, 10.XI.1974 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 771); ib., s.d. (fl, fr), J.
Badini s.n. (OUPR 770). Brumadinho: Serra da Calçada, (BR 040), 20o8'S, 44o13'W, 1.XI.1994 (fl), L.A.
Martens 661 (SPF). Santana do Riacho: Serra do Cipó, 24.X.1974 (fl), G. Hatschbach & J. Fontella 35292
(MBM); ib., 24.IX.1993 (fl), J.A. Lombardi & F.R.N. Toledo 429 (BHCB); ib., km 107 da rodovia MG-010,
21.X.1997 (fl), P.T. Sano et al. 571 (SPF); Serra da Farofa, 21.X.1997 (fl), A. Rapini et al. 411 (K, SPF);
Estrada da Usina, 9.IX.1972 (fl), A.M. Joly & C. Müller CFSC 3455 (SP, UEC); ib., 18.X.1973 (fl), A.B. Joly
et al. CFSC 4554a (SP); rodovia Lagoa Santa – Conceição do Mato Dentro – Diamantina, km 114, 30.X.1973
(fl), J. Semir & M. Sazima CFSC 4723 (MBM, SP, UEC); 8 km da bifurcação para Lapinha, 13.X.1999 (fl),
N.L. Menezes 1399 p.p. (SPF). Gouveia: 12.XI.1971 (fl), G. Hatschbach & P. Pelandra 27802 (MBM);
Barro Preto, 29.XI.1985 (fl), G. Hatschbach & F.J. Zelma 50310 (MBM). Diamantina: 17 km em direção a
Curvelo, 1.XI.1981 (fl), N.L. Menezes et al. CFCR 2602 (RB, SPF); estrada Diamantina – Biribiri, 15.X.1984
(fl), M. Meguro et al. CFCR 5528 (SPF); Guinda, 5.XI.1937 (fl), H.M. Barreto 9532 (F). Joaquim Felício:
30.X.1988 (fl), M.G.L. Wanderley 1373 & R. Kral 75377 (SP).
Asclepias mellodora pode ser reconhecida por suas folhas geralmente lineares e
membranáceas e umbelas de flores brancas ou esverdeadas. Apresenta um odor melífero
intenso durante o dia, daí o epíteto específico. Alguns indivíduos apresentam folhas mais
largas e podem ser confundidos vegetativamente com A. curassavica. Suas flores são
praticamente iguais às de A. candida, distinguindo-se daquela espécie principalmente pelas
folhas geralmente mais estreitas e delicadas e os lobos da corona truncados a obtusos no
ápice. Bollwinkel (1969) incluiu diversas espécies na sinonímia de A. mellodora e
reconheceu três variedades baseadas principalmente na forma das folhas e tamanho do
cornículo dos lobos da corona: A. mellodora var. mellodora (A. umbellata Vell., A.
nervosa, A. curupi, A. jangadensis, A. hassleriana Malme, A. papillosa), A. mellodora var.
bodenbenderi Kuntze (A. campestris Decne., A. selloana E.Fourn., A. montevidensis
Spreng., A. subulata Larranaga) e A. mellodora var. multinervis (A. multinervis E.Fourn., A.
pallida E.Fourn.). A delimitação seguida aqui, no entanto, refere-se à variedade típica e os
sinônimos foram sugeridos por Fontella-Pereira (1990).
Ocorre no Pará, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Minas Gerais, São Paulo e Região Sul
do Brasil, chegando até o Uruguai, Argentina, Paraguai e Bolívia, geralmente em campos e
ocasionalmente na restinga (Fontella-Pereira et al. 1995). Na região estudada, foi
encontrada desde o sul da Cadeia até o Planalto de Diamantina e a Serra do Cabral,
florescendo geralmente entre outubro e novembro.
7.3. Asclepias curassavica L., Sp. pl. 1: 215. 1753 (non A. curassavica Griseb., Abh.
Konigl. Ges. Wiss. Got. Ingen. 19: 159. 1874, nom. illeg.; non A. curassavica Lour.,
Fl. cochinch.: 170. 1790, nom. illeg.; non A. curassavica Willd., Sp. pl. ed. 4, 1: 1266.
1798, nom. illeg.). Tipo: prot.
Asclepias bicolor Moench, Methodus: 717. 1794.
Figura: 10 K-N; foto 1 a-c.
Erva a subarbusto; ramos esparsamente pubescentes a glabrescentes. Pecíolo 0,11,3 cm compr.; lâmina elíptica, mais raramente oblonga, 5-13,5(-15) cm compr., 1-3(-5,5)
cm larg., glabra ou com tricomas esparsos na margem e na nervura central, membranácea;
base atenuada a cuneada; ápice agudo a acuminado. Cimeiras 6-11-floras; pedúnculo 2-5(9) cm compr. Pedicelo 1-2 cm compr. Cálice abaxialmente puberulento, adaxialmente
glabro; sépalas ovais a lanceoladas, 2-3,8 mm compr. Corola vermelha; lacínias elípticas,
oblongas ou obovais, emarginadas, 6-8,8 mm compr. Corona laranja; lobos ovais,
124
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
adaxialmente glabros, abaxialmente papilosos, ao menos no cornículo. Retináculo
oblongo, rombóide ou ligulóide, 0,3-0,4 mm compr.; caudículos 0,3-0,45 mm compr.;
polínios ovais ou quase, levemente arqueados, 0,85-1,1 mm compr. Ginostégio
subpateliforme no ápice. Folículos glabros, 6-8,5 cm compr.
Material examinado. Ouro Preto: s.d. (fl), V.B. Teixeira s.n. (OUPR 4230); 1912 (fl), A. Bueno & S. Araújo
74 (R); 3.IX.1974 (fl), M.A. Lisboa s.n. (OUPR 759); 31.III.1995 (fl), H.A. Souza s.n. (OUPR 4451);
Camarinhas, 20.III.1998 (fl, fr), A. Rapini et al. 610 (SPF); entre Águas Férreas e Taquaral, 20.X.1974 (fl),
M.A. Lisboa s.n. (OUPR 758); próximo à estação, s.d. (fl), s.c. (R 6097); Vila São Cristóvão, 22.IX.1974 (fl),
M.A. Lisboa s.n. (OUPR 757). Mariana: Passagem de Mariana, 16.XI.1984 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 763).
Catas Altas: Caraça, 27.III.1980 (fl), T.S.M. Grandi 253a (BHCB). Brumadinho: Serra da Calçada, 20o08'S,
44o13'W, 4.IV.1990 (fl), L.A. Martens 378 (SPF); ib., 29.VI.1990 (fl), L.A. Martens 411 (SPF); ib.,
27.VI.1990 (fl), L.A. Martens 412 (SPF). Nova Lima: Morro do Chapéu, 22.XII.1980 (fl), T.S.M. Grandi 509
(BHCB). Belo Horizonte: Renascência, 15.VIII.1945 (fl, fr), L.O. Williams 8036 (MO). Caeté: XI.1915 (fl),
F.C. Hoehne 5944 (R, SP). Jaboticatubas: VI.1908 (fl, fr), L. Damazio 1996 (OUPR 762, RB). Santana do
Riacho: Serra do Cipó, 23.XI.1987 (fl), G. Schemeda et al. 1060 (BHCB). Serro: 3 km da cidade, 12.V.1945
(fl) L.O. Williams & V. Assis 6846 (MO).
Nomes populares: camará-bravo, capitão-de-sala, cega-olho, erva-de-rato, falsa-erva-derato, oficial-de-sala, paina-de-sapo, paininha, xibança (in sched.).
Asclepias curassavica é facilmente reconhecida por suas flores conspícuas, de
pétalas vermelhas e corona laranja e exposta. A falsa-erva-de-rato ou oficial-de-sala, como
é mais conhecida, é famosa pela presença de glicosídeos cardioativos, responsáveis pela
intoxicação do gado, e pela estreita associação com Danaus plexippus, a borboleta-monarca
(veja outras interações).
Atualmente, a espécie possui distribuição mundial, principalmente tropical. Apesar
de inicialmente encontrada na América do Sul, a origem precisa dessas plantas é
desconhecida e elas apresentam mais afinidade com aquelas da América Central e América
do Norte (Bollwinkel 1969). Na Cadeia do Espinhaço, foi coletada desde a Serra de Ouro
Preto até Serro, reaparecendo no Pico das Almas, Bahia. Ocorre geralmente em ambientes
perturbados e ruderais, como beiras de estrada, pastagens e brejos, e floresce ao longo do
ano. O sinônimo foi compilado de W3TROPICOS.
8. Gomphocarpus R.Br.
Asclepiadeae: 26. 1810. Lectótipo: G. fruticosus (L.) W.T.Aiton (Asclepias fruticosa L.)
Erva a arbusto; ramos pubescentes, freqüentemente providos de coléteres
lateralmente aos pecíolos. Folhas opostas, pecioladas, elípticas, geralmente glabras ou
glabrescentes. Cimeiras umbeliformes, subaxilares, alternas ou terminais. Cálice valvar, 5
coléteres alternos às sépalas. Corola fendida quase até a base, reflexa, geralmente alva.
Corona 5-lobada, unida à coluna estaminal; lobos opostos às anteras, subcarnosos,
cuculados. Anteras com asas subtriangulares, maiores que o dorso; membrana apical
depressamente oval. Retináculo fistuloso; caudículos hialinos inseridos no terço basal do
retináculo; polínios uniformes, laminares, pendentes. Ginostégio depresso no ápice.
Folículos inflados, geralmente equinados.
Gomphocarpus assemelha-se a Asclepias, diferenciando-se basicamente pela
125
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
ausência do cornículo nos lobos da corona e pelos frutos inflados, globosos a ventricosos,
como em Calotropis. Abrange aproximadamente 50 espécies naturais da África tropical
(Tao et al. 1995).
8.1. Gomphocarpus physocarpus E.Mey., Comm. pl. Afr. austr.: 202. 1838. Tipo:
ÁFRICA DO SUL. G.F. Drège? (MO 2760892).
Figura: 10 O-U.
Arbusto; ramos pubescentes, glabrescentes em direção à base. Pecíolo 0,5-1 cm
compr.; lâmina estreitamente elíptica, 8-11 cm compr., 0,7-1,7 cm larg., glabrescente; base
atenuada; ápice acuminado. Cimeiras 4-8-floras; pedúnculo 3-4,5 cm compr. Pedicelo 1,32,5 cm compr. Cálice abaxialmente pubescente, adaxialmente puberulento na porção
superior; sépalas lanceoladas, 2,5-3,3 mm compr. Corola alva, esparsamente papilosa na
face adaxial, mais densamente na base, vilosa próximo a uma das margens, abaxialmente
glabra; lacínias elípticas, 7-9 mm compr. Corona com lobos cuculados em dois lóbulos
prolongados proximalmente, subtriangulares a quase falciformes no ápice, da altura do
ginostégio. Retináculo suboblongo, ca. 0,3 mm compr.; caudículos arqueados,
descendentes, ca. 0,2 mm compr.; polínios dolabriformes ou quase, ca. 1,3 mm compr.
Ginostégio crateriforme no ápice. Folículos globosos a ventricosos, ca. 5-6 cm compr.
Material examinado. Ouro Preto: Serra de Ouro Preto, s.d. (fl), L. Damazio s.n. (RB 48592); cultivada, s.d.
(fr), L. Damazio s.n. (OUPR 985); ib., III.1972 (fl, fr), M.A. Lisboa s.n. (OUPR 719); ib., s.d. (fl, fr), L.
Damazio s.n. (OUPR 982); ib., s.d. (fr), M. Gonçalves s.n. (OUPR 986). Mariana: s.d. (fl), J. Badini s.n.
(OUPR 984); passagem de Mariana, s.d. (fl), J. Badini s.n. (OUPR 981, SPF). Itabirito: cultivada, s.d. (fl, fr),
J. Badini s.n. (OUPR 983). Belo Horizonte: cultivada, 26.X.1935 (fl, fr), H.M. Barreto 3217 (BHMH, F).
Santana do Riacho: cultivada, km 131 da Serra do Cipó, Palácio, 21.III.1940 (fr), H.M. Barreto 10756
(BHMH).
Nomes populares: paina-de-seda, paineirinha, papo-de-anjo, saco-de-santo-antônio, sacode-adão (in sched.).
Gomphocarpus physocarpus inclui arbustos com flores alvas, apresentando uma
borda de cada lacínia ciliada, corona com lobos cuculados, falciformes no ápice proximal e
frutos inflados, providos de projeções filiformes. No Brasil, os materiais de Gomphocarpus
têm sido tratados como G. fruticosus (L) W.T.Aiton (e.g. Fontella-Pereira et al. 1984). No
entanto, G. fruticosus geralmente possui folhas lineares a oblongas, revolutas na margem e
de consistência coriácea ou quase, enquanto G. physocarpus possui folhas estreitamente
elípticas, mais largas, longas e membranáceas que em G. fruticosus. Materiais
intermediários entre esses estados são freqüentes e muitas vezes é difícil distinguir essas
espécies sem o fruto: em G. physocarpus, o fruto é globoso, enquanto em G. fruticosus, o
folículo é subelipsóide e acuminado.
De origem africana, G. physocarpus ocorre nas Américas de maneira subespontânea
ou cultivada em jardins (Fontella-Pereira et al. 1984). Na Cadeia do Espinhaço, foi coletada
na região sul, chegando até a Serra do Cipó.
126
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
9. Calotropis R.Br.
Asclepiadeae: 28. 1810 (non Calotropis Endl., Gen. Pl.: 1272. 1840, nom. illeg. Fabaceae).
Tipo: C. procera (Aiton) W.T.Aiton (Asclepias procera Aiton)
Madorius Kuntze, Revis. gen. pl. 2: 421. 1891, nom. illeg.
Subarbusto a arvoreta glabros. Folhas opostas, subsésseis, geralmente elípticas,
multiglandulosas na região basal da nervura central. Cimeiras umbeliformes ou
racemiformes, subaxilares, alternas. Cálice imbricado, glanduloso ao longo da base ou
alternadamente às sépalas. Corola campanulada, esbranquiçada, com tons vináceos. Corona
5-lobada, unida ao ginostégio, provida de membranas interestaminais discretas; lobos da
corona comprimidos lateralmente, subcarnosos, geralmente involutos na base. Anteras mais
largas que compridas; membrana apical depressamente oval. Retináculo fistuloso;
caudículos inseridos na região mediana do retináculo; polínios uniformes, laminares,
pendentes. Ápice do ginostégio plano a levemente convexo. Folículos inflados, lisos.
Calotropis possui a flor campanulada com as lacínias geralmente retas, os lobos da
corona comprimidos lateralmente, as anteras mais largas que compridas e os frutos inflados
e lisos. Inclui três espécies naturais da região tropical e subtropical da África e Ásia
(Rahman & Wilcock 1991).
9.1. Calotropis procera (Aiton) W.T.Aiton, Hortus Kew. ed. 2, 2: 78. 1811. Asclepias
procera Aiton, Hortus Kew. 1: 305. 1789. Tipo: Observ. bot. 3: tab. 69. 1768.
(lectótipo).
Apocynum syriacum S.G.Gmel., Reise Russland 2: 198, 257. 1774. Calotropis syriaca (S.G.Gmel.)
Woodson, Ann. Missouri Bot. Gard. 17: 148. 1930.
Calotropis hamiltonii Wight, Contr. bot. India: 53. 1834 (“hamiltoni”).
Calotropis wallichii Wight, Contr. bot. India: 53. 1834.
Calotropis heterophylla Wall. ex Wight, Contr. bot. India: 54. 1834.
Calotropis busseana K.Schum., Bot. Jahrb. Syst. 33: 323. 1903.
Calotropis persica Gandger, Bull. Soc. Bot. France 65: 59. 1918.
Calotropis inflexa Chiov., Atti Ist. Bot. Univ. Pavia 4(7): 139. 1936.
Figura: 10 V-Z; foto 7 a-c.
Arbusto a arvoreta até 4 m alt.; ramos glabros. Pecíolo até 3 mm compr.; lâmina
elíptica, 10,5-19,5 cm compr., 6-11 cm larg., glabra; base cordada a reniforme; ápice
agudo. Cimeiras racemiformes, freqüentemente condensadas no ápice, até 20 flores;
pedúnculo 4-5 cm compr. Pedicelo ca. 2 cm compr. Cálice multiglanduloso, glabro; sépalas
ovais, 4,3-6 mm compr. Corola campanulada, alva com as lacínias vináceas adaxialmente,
glabra; tubo 5-6 mm compr.; lacínias triangulares, 6,5-7,5 mm compr. Corona vinácea,
passando a alva em direção à base; lobos largamente sigmóides a suboblongos, esporados
na base, complanados, providos distalmente de papilas. Asas das anteras retangulares,
sulcadas proximalmente. Retináculo subelipsóide a oblongo, envolto por uma membrana,
0,4-0,45 mm compr.; caudículos descendentes, escuros, 0,25-0,3 mm compr.; polínios
subdacrióides, 1,3-1,35 mm compr. Ginostégio esverdeado, plano a obtuso. Folículos
ventricosos, glabros, ca. 9 cm compr.; sementes ca. 6 mm compr., puberulentas.
127
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Material examinado. Diamantina: estrada Santo Hipólito – Diamantina, 30.XI.1976 (fl), G.J. Shepherd et al.
3835 (MBM, NY, UEC). Francisco Sá: BR-251, 25 km de Montes Claros, 10.III.1999 (fl, fr), A. Rapini &
M.L. Kawasaki 877 (SPF). Monte Azul: subida via montevidiu, 14.I.1997 (fl), G. Hatschbach et al. 65754
(MBM).
Material adicionado. Minas Gerais. Curvelo, 38 km na estrada para Diamantina, 20.XI.1964 (fl), A.P.
Duarte 8487 (RB). Bahia: Rio de Contas, 41o50'W, 13o38'S, 20.1.1974 (fl), R.M. Harley et al. 15318 (SPF).
Nomes populares: algodão-de-seda, paina-de-sapo, paina-de-seda, pé-de-balão, saco-develho (in sched.).
Calotropis procera possui hábito ereto, geralmente caulescente. O córtex, quando
desenvolvido, evita a insolação e a desidratação dos tecidos internos e protege os ramos
contra a abrasão da areia. Essa casca possui profundas fissuras que parecem funcionar
como articulações, evitando o rompimento dos tecidos durante variações térmicas e ventos
fortes, condições comuns nos ambientes áridos onde plantas de C. procera ocorrem
naturalmente (Lev-Yadun 1999). As flores são vistosas, campanuladas, alvas com tons
vináceos e os frutos, ventricosos e lisos. Assemelha-se a C. gigantea (L.) W.T.Aiton,
espécie com lacínias mais longas (1- cm compr.), lobos da corona mais altos e lateralmente
auriculados no ápice. Os sinônimos foram apresentados por Rahman e Wilcock (1991).
Apresenta-se amplamente distribuída na Ásia e África, tendo sido introduzida na
Austrália e nas Américas (Rahman & Wilcock 1991). No Brasil, ocorre em regiões quentes
e forma populações numerosas na beira de algumas estradas que fazem limite com a metade
norte da Cadeia do Espinhaço de Minas Gerais.
10. Cynanchum L.
Sp. pl.: 212. 1753. Lectótipo: C. acutum L.
Lyonia Elliott, Sketch Bot. S.-Carolina Georgia 1: 316. 1817 (non Lyonia Raf., Med. Repos. 5: 353. 1808,
nom. rej. Polygonaceae; nec Lyonia Nutt., Gen. N. Amer. pl. 1: 266. 1818, nom. cons. Ericaceae). ≡
Macbridea Raf.
Macbridea Raf., Amer. Monthly Mag. & Crit. Ver. 3: 99. 1818 (non Macbridea Elliott ex Nutt., Gen. N.
Amer. pl. 2: 36. 1818. Lamiaceae). Tipo: M. maritima (Elliott) Raf. (“maratima”) [Lyonia maritima
Elliott, nom. illeg. (Ceropegia palustris Pursh)]
Bunburia Harv., Gen. S. Afr. pl. ed. 1: 416. 1838. Tipo: B. elliptica Harv.
Colostephanus Harv., Gen. S. Afr. pl. ed. 1: 416. 1838. Tipo: C. capensis L.
Cynoctonum E.Mey., Comm. pl. Afr. austr.: 215. 1838 (non Cynoctonum J.F.Gmel., Syst. nat. 2: 306. 1791.
Loganiaceae). ≡ Cyathella Decne.
Cyathella Decne., Ann. Sci. Nat., Bot. 9: 332; tab. 12. 1838. Tipo: non designatus
Decanema Decne., Ann. Sci. Nat., Bot. 9: 332; tab. 12. 1838. Tipo: D. bojerianum Decne. (“Bojeriana”)
Pycnoneurum Decne., Ann. Sci. Nat., Bot. 9: 340. 1838. Lectótipo: P. junciforme Decne.
Diploglossum Meisn., Pl. vasc. gen.: 269. 1840. Tipo: non designatus
Roulinia Decne. in DC., Prodr. 8: 516. 1844 (non Roulinia Brongn., Ann. Sci. Nat., Bot.: 320. 1840.
Liliaceae). ≡ Rouliniella Vail
Symphyoglossum Turcz., Bull. Soc. Imp. Naturalistes Moscou 21(1): 255. 1848 (non Symphyglossum Schltr.,
Orchis 13: 8. 1919, nom. cons. Orchidaceae). Tipo: S. hastatum (Bunge) Turcz. (Asclepias hastata
Bunge)
Sarcocyphula Harv., Thes. cap. 2: 58; tab. 128. 1863. Tipo: S. gerrardii Harv. (“gerrardi”)
Tylodontia Griseb., Cat. pl. cub.: 175. 1866. Tipo: T. cubensis Griseb.
129
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Telminostelma E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 218. 1885. Tipo: T. roulinioides E.Fourn.
Mellichampia A.Gray ex S.Watson, Proc. Amer. Acad. Arts 22: 437. 1887. Tipo: M. rubescens A.Gray ex
S.Watson
Pattalias S.Watson, Proc. Amer. Acad. Arts 24: 60. 1889. Tipo: P. palmeri S.Watson
Vohemaria Buchenau, Abh. Naturwiss. Vereine Bremen 10: 372. 1889. Tipo: V. messeri Buchenau
Perianthostelma Baill., Hist. pl. 10: 247. 1890. Tipo: non designatus
Scyphostelma Baill, Hist. pl. 10: 252. 1890. Tipo: S. granatensis Baill.
Flanagania Schltr., Bot. Jahrb. Syst. 43(45): 10. 1894. Tipo: F. orangeana Schltr.
Sarmasikia Bubani, Fl. Pyrenaea 1: 550. 1897 ≡ Cynanchum L.
Rouliniella Vail, Bull. Torrey Bot. Club 29: 662. 1902. Lectótipo: R. corymbosa (Decne.) Bullock (Roulinia
corymbosa Decne.)
Voharanga Const. & Boiss., Compt. Rend. Hebd. Séances Acad. Sci. 147: 259. 1908. Tipo: V.
madagascariensis Const. & Boiss.
Basistelma Barlett, Proc. Amer. Acad. Arts 44: 631. 1909. Tipo: non designatus
Mahafalia Jum. & H.Perrier, Rev. Gén. Bot. 23: 255. 1911. Tipo: M. nodosa Jum. & H.Perrier
Nematostemma Choux, Compt. Rend. Hebd. Séances Acad. Sci. 172: 1310. 1921. Tipo: N. perrieri Choux
Dicarpophora Speg., Physis 8: 269. 1926. Tipo: D. mazzuchii Speg.
Erva, subarbusto ou trepadeira; ramos freqüentemente providos de coléteres
interpeciolares. Folhas opostas, raramente verticiladas, pecioladas, geralmente ovais ou
oblongas, cordadas, glandulosas na base. Cimeiras terminais, subaxilares ou axilares,
alternas. Cálice valvar ou imbricado, até 3 coléteres entre as sépalas. Corola rotácea a
urceolada, geralmente alva a amarela, raramente vinácea, abaxialmente glabra ou com
tricomas curtos. Corona 5-lobada, unida à corola e ao ginostégio; lobos simples,
membranáceos, opostos ou alternos às anteras, livres entre si ou unidos na base. Retináculo
fistuloso; caudículos filiformes e hialinos ou escuros na porção superior e hialinos na basal;
polínios uniformes, pendentes. Ápice do ginostégio depresso a mamilado, incluso.
Folículos fusiformes.
Cynanchum é um gênero de ampla distribuição, com 150 (Morillo 1997) a 400
espécies (Liede 1997b). A delimitação do grupo é complexa e, dependendo do conceito
utilizado, o número de espécies pode ser ainda maior. Woodson (1941) incluiria em
Cynanchum muitos gêneros, como Astephanus R.Br., Metastelma R.Br., Ditassa R.Br. e
Tassadia Decne. Essas sinonimizações no nível genérico parecem, em muitos casos,
apropriadas; todavia, a adoção de uma delimitação mais abrangente implicaria em inúmeras
combinações pouco criteriosas sem estudos mais fundamentados que possibilitem uma
distinção precisa entre os grupos. Os sinônimos foram compilados de (Liede 1997a),
excluindo Endotropis Endl., sinônimo nomenclatório de Gymnema R.Br. (Farr et al. 1979),
gênero incluído em Marsdenieae (Omlor 1998).
Chave para as espécies:
1. Pedúnculo até 1,6 cm compr. Sépalas até 1,5 mm compr. Corola até 2,5 mm compr., tubo
maior que as lacínias. Lobos da corona alternos às anteras, da altura do ginostégio. Asas
das anteras menores que o dorso. Retináculo ca. 0,13 mm compr.; caudículos hialinos,
geniculados, inseridos na base do retináculo; polínios ca. 0,3 mm compr...........................
...................................................................................................10.1. C. roulinioides (131)
1'. Pedúnculo com mais de 1,6 cm compr. Sépalas ca. 2,7 mm compr. Corola ca. 7,5 mm
compr., tubo ca. 6,5 vezes menor que as lacínias. Lobos da corona opostos às anteras,
mais altos que o ginostégio. Asas das anteras maiores que o dorso. Retináculo ca. 0,3
130
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
mm compr.; caudículos escuros na porção superior, levemente arqueados, inseridos na
região mediana do retináculo; polínios ca. 0,45 mm compr...10.2. C. montevidense (132)
10.1. Cynanchum roulinioides (E.Fourn.) Rapini, comb. ined. Telminostelma roulinioides
E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 218. 1885. Tipo: BRASIL. Piauí: 1829
(fl), G. Gardner 2239 (holótipo: P n.v., foto F).
Roulinia parviflora Decne. in DC., Prodr. 8: 518. 1844. Telminostelma parviflorum (Decne.) Fontella &
E.A.Schwarz, Bol. Mus. Bot. Munic. 45: 4. 1981. Cynanchum contrapetalum Sundell, Evol. Monogr.
5: 61. 1981. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Serra de Cuiabá, A.L.P.S. Manso s.n. (holótipo: G n.v.,
fotos F, MO; isótipo: P n.v.).
Figura: 11 A-E; foto 8 a-c.
Trepadeira; ramos unilateralmente pubescentes, glabrescentes. Pecíolo 1,5-4 cm
compr.; lâmina oval, 3,2-8,5 cm compr., 1,9-4,8 cm larg., tricomas esparsos nas nervuras
adaxiais e na margem; base reniforme, lobada a auriculada, 2-3-glandulosa; ápice
acuminado. Cimeiras racemiformes, subaxilares, até 11 flores; pedúnculo 0,5-1,6 cm
compr. Pedicelo 1-8 mm compr. Cálice valvar ou imbricado, tricomas esparsos na margem
da base, 15-glanduloso; sépalas oblongas ou elípticas, 1,25-1,5 mm compr. Corola
campanulada, creme-vinácea, abaxialmente glabra, adaxialmente com raros tricomas; tubo
1,2-1,5 mm compr.; lacínias triangulares, 0,8-1 mm compr. Corona com lobos oblongos,
involutos, truncados, alternos às anteras, unidos entre si na base, da altura do ginostégio.
Asas das anteras lineares, menores que o dorso; membrana apical triangular. Retináculo
estreitamente ovóide a elipsóide, ca. 0,13 mm compr.; caudículos filiformes, hialinos,
geniculados, subhorizontais, ca. 0,15 mm compr., inseridos na base do retináculo; polínios
oblongos, ca. 0,3 mm compr. Ginostégio apiculado no ápice. Folículo glabro, ca. 4 cm
compr.
Material examinado. Belo Horizonte: Estação Experimental, 23.II.1935 (fl, fr), H.M. Barreto 1831 (BHMH,
F, R, RB); Jardim Botânico, 8.III.1937 (fl), H.M. Barreto 7730 (F, HB); Morro das Pedras, 4.III.1945 (fl),
L.O. Williams & V. Assis 6001 (MO). Joaquim Felício: Serra do Cabral, 9.III.1970 (fl), H.S. Irwin et al.
27246 (UB); ib., 3km W de Cantoni, 9.III.1970 (fl), H.S. Irwin et al. 27245 (MO). Francisco Sá: 20.III.1980
(fl), G. Hatschbach 42834 (MO); 50 km na direção de Salinas, 13.II.1969 (fl), H.S. Irwin et al. 23252 (HB,
MO, UB). Grão-Mogol: estrada para Montes Claros, 15 km da cidade, 12.IV.1981 (fl), A. Furlan et al.
CFCR 699 (SPF); Serraria, 42o55'W, 16o25'S, 11.III.1999 (fr), A. Rapini & M.L. Kawasaki 740 (SPF). Riacho
dos Machados: Serra da Bocaina, km 400 da BR-251, 10.III.1999 (fl), A. Rapini & M.L. Kawasaki 726
(SPF).
Cynanchum roulinioides pode ser reconhecida pela corona contínua na base, com os
lobos alternos às anteras, opostos às lacínias, como bem ressalta o epíteto específico
proposto por Sundell (1981). Telminostelma roulinioides é sinônimo de Roulinia parviflora
(Fontella-Pereira & Schwarz 1981c, Liede 1997b), mas em Cynanchum, o nome correto do
táxon é C. roulinioides (capítulo IV).
Ocorre no Ceará, Piauí, Mato Grosso, Bahia, Goiás e Minas Gerais (Fontella-Pereira
& Schwarz 1981c), chegando até o Paraguai (E.M. Zardini & L. Guerreiro 46524, MO;
J.C. Solomon et al. 7062, MO). Foi encontrada com flores entre janeiro e abril, mais
intensamente em fevereiro e março.
131
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
10.2. Cynanchum montevidense Spreng., Syst. veg. 1: 851. 1824. Vincetoxicum
montevidense (Spreng.) Kuntze, Revis. gen. pl. 2: 424. 1891. Roulinia
montevidensis (Spreng.) Malme, Ark. Bot. 16(15): 17. 1920. Tipo: URUGUAI.
Montevidéu: F. Sellow s.n. (lectótipo: foto do holótipo B destruído, GH n.v.;
isolectótipos: fotos F, MO, NY).
Asclepias cordata Vell., Fl. flumin.: 116. 1829; vol. 3: tab. 56. 1831. Roulinia cordata (Vell.) J.F.Macbr.,
Candollea 5: 401. 1934. Tipo: Fl. flumin. vol. 3: tab. 56. 1831 (lectótipo). ***
Cynanchum tamifolium Hook. & Arn., J. Bot. (Hooker) 1: 294. 1834. Roulinia tamifolia (Hook. & Arn.)
Decne. in DC., Prodr. 8: 517. 1844. Tipo: BRASIL. Rio Grande do Sul: Porto Alegre, J. Tweedie s.n.
(lectótipo: K n.v.).***
Roulinia versicolor Lemaire, Herb. Gén. Amateur 4: 1. 1844. Tipo?: descrição de Lemaire (lectótipo).**
Roulinia acuta Decne. in DC., Prodr. 8: 517. 1844. Tipo: BRASIL. São Paulo: 1833 (fl), C.G. Beaupre
(Gaudichaud) no 378 in Herb. imp. brasil. (holótipo: P n.v., foto F; isótipo: NY n.v.).***
Roulinia convolvulacea Decne. in DC., Prodr. 8: 517. 1844. Tipo: BRASIL. São Paulo: 1833 (fl), C.G.
Beaupre (Gaudichaud) no 388 in Herb. imp. brasil. (holótipo: P n.v., foto F; isótipo: NY n.v.).***
Roulinia fluminensis Decne. in DC., Prodr. 8: 517. 1844, nom. superfl. Tipo: BRASIL. Rio Grande do Sul:
1833 (fl), C.G. Beaupre (Gaudichaud) no 712 in Herb. imp. brasil. (holótipo: P n.v., foto F; isótipo:
NY n.v.).***
Roulinia modesta Decne. in DC., Prodr. 8: 517. 1844. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Serra de Cuiabá,
A.L.P.S. Manso 1832 (holótipo: G n.v., fotos F, MO; isótipo: P n.v.).***
Roulinia blanda Decne. in DC., Prodr. 8: 517. 1844. Tipo: BRASIL. s.c. (holótipo: P n.v.).*
Enslenia jamaicensis Griseb., Fl. Brit. W. I.: 418. 1862. Roulinia jamaicensis (Griseb.) Benth. & B.D.Jacks.,
Index kew. 2: 743. 1895. Cynanchum jamaicense (Griseb.) Woodson, Ann. Missouri Bot. Gard. 28:
210. 1941. Rouliniella jamaicensis (Griseb.) Rendle., London J. Bot. 74: 340. 1936. Tipo:
JAMAICA. Wilson s.n. (holótipo: K n.v.).**
Roulinia selloana E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 216. 1885. Tipo: BRASIL. Sudeste, F. Sellow
578 (lectótipo: GH n.v.; isolectótipo: B n.v., fotos F, MO).*
Roulinia riedelii E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 217. 1885. Tipo: BRASIL. Rio de Janeiro: L.
Riedel 601 (holótipo: LE n.v.; isótipos: GH n.v.; K n.v.; M n.v., fotos F, MO; NY n.v.; S n.v.).***
Roulinia mannii Rusby, Mem. N.Y. Bot. Gard. 7: 333. 1927. Tipo: BOLÍVIA. Beni: Trinidade, rio Mamone,
Cardenas 9 (holótipo: M n.v.; isótipo: BR n.v.).**
Roulinia voglii Suess., Mitt. Bot. Staatssamml. Munchen 1: 13. 1950. Tipo: VENEZUELA. Aragua: próximo
de Maracai, Vogl 1407 (holótipo: M n.v.; isótipo: BR n.v.).***
Cynanchum magdalenicum Dugand, Caldasia 9: 408. 1966. Tipo: COLÔMBIA. Bolivar: Calamar, 2324.XI.1926 (fl, fr), E.P. Killip & A.C. Smith 14715 (holótipo: NY n.v.; isótipos: MO, US n.v.).**
Figura: 11 F-J.
Trepadeira; ramos puberulentos, glabrescentes. Pecíolo (1,5-)2,5-2,7 cm compr.;
lâmina oval, ca. 7,5 cm compr., ca. 4 cm larg., esparsamente pubescente em ambas as faces;
base cordada a lobada, 8-glandulosa; ápice agudo. Cimeiras corimbosas, subaxilares, até 9
flores; pedúnculo 2-2,5 cm compr. Pedicelo 0,7-1,2 cm compr. Cálice imbricado, 5glanduloso, glabrescente ou pubescente na margem e na base da face abaxial; sépalas
subovais, ca. 2,7 mm compr. Corola sub-rotácea, creme, abaxialmente glabra,
adaxialmente com nervação vinácea, esparsamente puberulenta na fauce; tubo ca. 1 mm
compr.; lacínias ovais, revolutas na margem, ca. 6,5 mm compr. Corona com lobos
subtrulados, incurvados, emarginados, adaxialmente sulcados, opostos às anteras,
levemente unidos entre si na base, mais altos que o ginostégio. Asas das anteras
suboblongas, maiores que o dorso; membrana apical suborbicular. Retináculo cônico a
elipsóide, ca. 0,3 mm compr.; caudículos escuros na porção superior, levemente arqueados,
subhorizontais, ca. 0,1 mm compr., inseridos na região mediana do retináculo; polínios
largamente oblongos, ca. 0,45 mm compr. Ginostégio apiculado no ápice. Folículos
132
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
glabros desde jovens.
Material examinado. Espinosa: 13.II.1991 (fl), G. Hatschbach & O.S. Ribas 55109 (MBM).
Nome popular: mama-de-boto (in sched.).
Cynanchum montevidense pode ser reconhecida pelas folhas ovais, cordadas na base
e flores com lobos da corona levemente unidos entre si na base. Fontella-Pereira e Schwarz
(1981c) incluíram C. montevidense na sinonímia de Telminostelma foetidum (Cav.)
Fontella & E.A.Schwarz. No entanto, os autores não analisaram os tipos de Asclepias
foetidum Cav., nem de C. montevidense. Sundell (1981) realizou uma revisão para as
espécies de Cynanchum subgênero Mellichampia, considerando C. foetidum (Cav.) Kunth
distinto de C. montevidense e Liede (1997b) ressaltou a discrepância entre os dois táxons.
Recentemente, o mesmo procedimento vem sendo adotado por Fontella-Pereira (in shed.).
Os sinônimos apresentados foram reunidos a partir de Fontella-Pereira e Schwarz (1981c,
*) e Sundell (1981, **). Apesar da maioria das sinonimizações terem sido propostas nos
dois trabalhos (***), existem algumas divergências entre os tratamentos, como o conceito
de Roulinia blanda Decne., por exemplo.
Ocorre desde o Rio Grande do Sul, Argentina e Paraguai, até o norte da América do
Sul, Panamá e Jamaica (Sundell 1981). No Brasil, foi coletada com flores principalmente
de dezembro a junho, mais freqüentemente entre janeiro e abril. Na Cadeia do Espinhaço de
Minas Gerais, foi encontrada uma única vez, quase na divisa com a Bahia.
11. Metastelma R.Br.
Asclepiadeae: 41. 1810. Tipo: M. parviflorum (Sw.) R.Br. ex Schult. (Cynanchum
parviflorum Sw.)
Acrocoryne Turcz., Bull. Soc. Imp. Naturalistes Moscou 25(2): 316. 1852. Tipo: A. caribaea Turcz.
Decastelma Schltr. in Urban, Symb. antill. 1(2): 264. 1899. Tipo: D. broadwayi Schltr.
Esmeraldia E.Fourn., Ann. Sci. Nat., Bot. ser. 6, 14: 367. 1882 (non Esmeralda H.J.Rchb., Xenia 2: 38. 1862.
Orchidaceae). ≡ Meresaldia.
Epicion Small, Fl. Miami: 149. 1913. Tipo: E. bahamense (Griseb.) Small (Metastelma bahamense Griseb.)
Irmischia Schltdl., Linnaea 19: 738. 1847. Tipo: I. floribunda Schltdl.
Meresaldia Bullock, Kew Bull. 19: 203. 1965. Tipo: M. stricta (E.Fourn.) Bullock (Esmeraldia stricta
E.Fourn.)
Stelmation E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 226. 1885. Tipo: S. myrtifolium (Decne.) E.Fourn.
(Metastelma myrtifolium Decne.)
Trepadeira, geralmente com 1 par de coléteres próximo aos pecíolos. Folhas
opostas, geralmente pecioladas, elípticas a ovais, biglandulosas na base. Tirsóides
frondosos a áfilos, axilares, compostos de cimeiras subaxilares e alternas ou mais raramente
axilares e opostas. Cálice imbricado, geralmente 2 coléteres entre as sépalas. Corola
subcampanulada a sub-rotácea, geralmente glabra na face abaxial, adaxialmente papilosa.
Corona 5-lobada, raramente aneliforme, unida à corola e ao ginostégio; lobos simples,
raramente duplos, opostos às anteras, livres entre si. Retináculo elipsóide, oblongo ou
subovóide, fistuloso; caudículos hialinos, freqüentemente geniculados, inseridos na base do
retináculo; polínios uniformes, pendentes. Ginostégio geralmente mamilado no ápice,
incluso. Folículos fusiformes ou quase, lisos.
133
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Metastelma está entre os gêneros mais difíceis de serem delimitados e alguns
autores (e.g. Woodson 1941, Morillo 1997) têm incluído as espécies deste gênero em
Cynanchum. Metastelma é tradicionalmente reconhecido pelos tirsóides frondosos, com
cimeiras subaxilares e alternas, e lobos da corona simples. A distinção entre Metastelma,
Ditassa, Tassadia e Orthosia, no entanto, está baseada em estados de caracteres gradativos
e possivelmente Metastelma deva incluir espécies tradicionalmente classificadas em
Tassadia e Orthosia (capítulo IV).
Chave para as espécies:
1. Ramos uniformemente indumentados. Lâmina foliar elíptica, com mais de 9 mm larg.,
esparsamente indumentada. Tirsóides frondosos; cimeiras com 3-10 flores. Corola
adaxialmente papilosa. Corona com lobos trilobulados. Retináculo até 0,07 mm compr.;
caudículos retos; polínios ca. 0,05 mm compr.............................11.1. M. burchellii (134)
1'. Ramos glabros ou com uma estria longitudinal pubescente. Lâmina foliar oblonga a
linear, ca. 1 mm larg., tricomas esparsos na margem. Tirsóides bracteosos ou áfilos;
cimeiras até 3-floras. Corola glabra. Corona aneliforme, levemente lobada. Retináculo
com mais de 0,07 mm compr.; caudículos arqueados; polínios com mais de 0,05 mm
compr..........................................................................................11.2. M. scoparium (135)
11.1. Metastelma burchellii (Hook. & Arn.) Rapini, comb. ined. Ditassa burchellii Hook.
& Arn., J. Bot. (Hooker) 1: 295. 1834. Tipo: BRASIL. Rio Grande do Sul: J. Tweedie
224 (K? n.v.).
Ditassa anomala Mart., Flora 20(2): 99. 1837. Tipo: BRASIL. Rio de Janeiro: C.F.P. Martius no 107 in Herb.
Fl. bras. (holótipo: M n.v., fotos F, MO; isótipos: F, G n.v., MO, P n.v.).
Madarosperma confusum E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 214. 1885. Tipo: BRASIL. C.F.P.
Martius s.n. (holótipo: M n.v., fotos MO, NY).
Figura: 11 K-Q.
Trepadeira; ramos uniformemente hirsutos, pilosos ou pubescentes. Pecíolo 2-10
mm compr.; lâmina elíptica, 1,5-4 cm compr., 1-1,5 cm larg., esparsamente setosa a pilosa,
submembranácea, freqüentemente discolor; base cuneada a obtusa; ápice agudo a
acuminado. Tirsóides frondosos; cimeiras umbeliformes, 3-10 flores; pedúnculo 1-5 mm
compr. Pedicelo 1,5-2 mm compr. Cálice abaxialmente piloso ou hirsuto, adaxialmente
glabro; sépalas ovais, 0,8-1 mm compr. Corola campanulada, esparsamente hirsuta a glabra
na face abaxial, adaxialmente com papilas alongadas próximo à margem e na região apical;
tubo 0,4-0,6 mm compr.; lacínias lanceoladas a suboblongas, 1,65-1,95 mm compr.
Corona com lobos trilobulados, lóbulo intermediário maior, globoso a obovóide, mais
baixos que as anteras, simples ou providos de uma lígula membranácea abaxialmente. Asas
das anteras suboblongas a largamente falcadas, maiores que o dorso; apêndice
membranáceo semicircular a depressamente oval. Retináculo largamente oblongo a
subobovóide, 0,05-0,07 mm compr.; caudículos horizontais, retos, 0,04-0,05 mm compr.;
polínios elipsóides, obovóides ou fusiformes, ca. 0,05 mm compr. Ginostégio levemente
obtuso a apiculado no ápice.
Material examinado. Belo Horizonte: Bento Pires, III.1945 (fl), L.O. Williams & V. Assis 6101 (MO, R).
Caeté: I.1915 (fl), F.C. Hoehne s.n. (SP 25074); id. (SP 25081).
134
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Metastelma burchellii é uma trepadeira composta de ramos floríferos com
numerosas cimeiras de flores pequenas, corola com papilas conspicuamente alongadas
próximo à margem e na região subapical das lacínias. Por causa da inflorescência frondosa
e da corona dupla, características presentes na maioria dos materiais, esta espécie era
incluída em Ditassa. O táxon, no entanto, apresenta-se variável, principalmente em relação
ao tamanho das papilas da corola e à forma da corona, o que talvez explique a dificuldade
na sua compreensão taxonômica, evidente nos epítetos das espécies consideradas sinônimos
de M. burchellii: “anomala” e “confusum”; dificuldade também ressaltada por Hooker e
Arnott (1834: 295): “Ditassa ? burchellii”.
Ocorre desde a Argentina e Paraguai até Minas Gerais e Rio de Janeiro (Alencastro
et al. 1971; Fontella-Pereira et al. 1985). Na Cadeia do Espinhaço, foi encontrada na região
de Belo Horizonte, com flores em janeiro e março, não sendo recoletada na área há mais de
50 anos.
11.2. Metastelma scoparium (Nutt.) Vail in Small, Fl. S. U.S.: 950. 1903. Cynanchum
scoparium Nutt., Am. J. Sci. Arts 5: 291. 1822. Cynoctonum scoparium (Nutt.)
Chapm., Fl. South. U.S.: 367. 1860. Vincetoxicum scoparium (Nutt.) A.W.Wood,
Amer. bot. fl.: 274. 1870. Amphistelma scoparium (Nutt.) Small, Fl. Miami: 149.
1913 (“scoparia”). Tipo: ESTADOS UNIDOS. Flórida: X-XI.1821 (fl), A. Ware (?).
Cynanchum aphyllum Vell., Fl. flumin.: 122. 1829; vol. 3: tab. 83. 1831, nom. illeg. (non C. aphyllum L.,
Syst. ed. 12(3): 235. 1768).* Metastelma aphyllum (Vell.) Decne. in DC., Prod. 8: 515. 1884.**
Amphistelma aphyllum (Vell.) E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 225. 1885.** Orthosia
aphylla (Vell.) Malme, Ark. Bot. 16(15): 16. 1920. Tipo: Fl. flumin. vol. 3: tab. 83. 1831
(lectótipo).**
Cynanchum subulatum Vell., Fl. flumin.: 122. 1829; vol. 3: tab. 85. 1831. Tassadia subulata (Vell.) Fontella
& E.A.Schwarz, Bol. Mus. Bot. Munic. 57: 1. 1982. Tipo: Fl. flumin. vol. 3: tab. 85. 1831
(lectótipo).* Syn. nov.
Cynanchum floridum Vell., Fl. flumin.: 123. 1829; vol. 3: tab. 86. 1831. Tipo: Fl. flumin. vol. 3: tab. 86.
1831 (lectótipo).**
Vincetoxicum melanthum Decne. in DC., Prodr. 8: 526. 1844. Amphistelma melanthum (Decne.) E.Fourn.
in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 226; tab. 61. 1885. Metastelma melanthum (Decne.) K.Schum. in
Engler, Nat. Pflanzenfam. 4(2): 241. 1895 (“melananthum”). Orthosia melantha (Decne.) Malme,
Ark. Bot. 16(15): 17. 1920. Cynanchum melanthum (Decne.) T.Mey. in Descole, Gen. Sp. pl. arg.
2: 141; tab. 63. 1944. Tipo: BRASIL. s.c. no 719 in Herb. imp. brasil. (holótipo: P n.v.).*
Amphistelma angulatum E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 226. 1885. Tipo: BRASIL. Rio de
Janeiro: Canta Galo, T. Peckolt s.n. (lectótipo: BR n.v.).***
Amphistelma tomentosum E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 226. 1885. Orthosia tomentosa
(E.Fourn.) Malme, Ark. Bot. 16(15): 17. 1920. Sintipo: BRASIL. Minas Gerais: J.F. Widgren 49
(M? n.v.); Burrero d'Acaxa, A.F.C.P. Saint-Hilaire s.n. (P? n.v.). Rio de Janeiro: A.F.M. Glaziou
11602 (P n.v.); s.d. (fl), L. Riedel s.n. (LE n.v.); W.J. Burchell 3814 (K? n.v.).****
Figura: 11 R-V; foto 42 a-b.
Trepadeira; ramos glabros ou com uma estria longitudinal pubescente. Pecíolo ca.
1 mm compr.; lâmina oblonga a linear, 1-1,8 cm compr., ca. 1 mm larg., reduzida ou
ausente nos ramos floridos, tricomas esparsos na margem, membranácea; base cuneada;
ápice agudo a acuminado. Tirsóides bracteosos ou áfilos; cimeiras fasciculiformes, até 3
flores. Pedicelo 1-2 mm compr. Cálice abaxialmente glabro ou puberulento, adaxialmente
glabro; sépalas ovais ou rômbicas, ca. 0,5 mm compr. Corola campanulada, vinácea (ou
esverdeada), glabra; tubo 0,8-1 mm compr.; lacínias lanceoladas, 1,8-1,9 mm compr.
135
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Corona aneliforme, levemente lobada, pouco mais alta que a base das anteras. Asas das
anteras suboblongas, menores que o dorso; membrana apical rômbica, acuminada ou oval.
Retináculo oblongo, 0,1-0,12 mm compr.; caudículos descendentes, arqueados, ca. 0,07
mm compr.; polínios dacrióides, levemente arqueados, 0,1-0,14 mm compr. Ginostégio
truncado ou quase no ápice. Sementes oblongas a lineares, ca. 4 mm compr., lisas.
Material examinado. Ouro Preto: s.d. (fl), L. Damazio s.n. (OUPR 769); 30.V.1895 (fl), C.T.M. Gomes
2515 (RB, SP); Camarinhas, Morro de São Sebastião, 1912 (fl), A. Bueno & S. Araújo 73 (R); Itacolomi, s.d.
(fl), A.W. Schwacke s.n. (BHCB 117). Catas Altas: Serra do Caraça, 22.III.1957 (fl), E. Pereira 2605 & G.
Pabst 3441 (RB); ib., 7.III.1982 (fl), N. Hensold et al. CFCR 2917 (RB, SPF); ib., 23.V.1997 (fl), A. Rapini et
al. 302 (CTES, HB, SP, SPF); Caraça, caminho da Cascatinha, 16.VII.1980 (fl), Tales 264 (BHCB). Caeté:
30.XI.1933 (fl), H.M. Barreto 9515 (R 95111). Santana do Riacho: rodovia Belo Horizonte – Conceição do
Mato Dentro, km 134, 23.V.1980 (fl, fr), A. Furlan & J.R. Pirani CFSC 6107 (RB, SP, SPF).
Nomes populares: isipho cambui, isipho leche (Argentina, in sched.).
Metastelma scoparium geralmente forma grandes emaranhados sobre outras plantas;
seus ramos são clorofilados e normalmente áfilos quando floridos; as flores, vináceas ou
amarelo-esverdeadas, possuem a corona levemente lobada, superando brevemente a base
das anteras. Os sinônimos estão baseados em Fontella-Pereira e Schwarz (1982, *, **) e
Fontella-Pereira (1990, ***, ****). Eles consideraram três variedades para Tassadia
subulata, incluída na sinonímia de M. scoparium: T. subulata var. subulata, com ramos
quase glabros e flores vináceas (*); T. subulata var. florida (Vell.) Fontella & E.A.Schwarz
(**, ***), com ramos quase glabros e flores claras; e T. subulata var. tomentosa (E.Fourn.)
Fontella (****), com ramos pubescentes a tomentosos e flores escuras. Cynanchum
lanceolatum Kunth, descrita para a Venezuela, pode representar um nome mais antigo para
este táxon; no entanto, a existência de M. lanceolatum Schltr., inviabilizaria a combinação
utilizando esse epíteto em Metastelma.
Ocorre em capões e orlas de mata desde a Argentina e Paraguai até Minas Gerais,
no Brasil, reaparecendo na Venezuela, ilhas do Caribe e sudeste dos Estados Unidos
(capítulo IV). Floresce ao longo do ano, mais intensamente entre março e julho. Na Cadeia
do Espinhaço, foi coletada no sul, chegando até a Serra do Cipó. Os indivíduos encontrados
na região possuem ramos glabros ou quase e flores geralmente vináceas, mas plantas com
flores claras também foram mencionadas para Ouro Preto (Fontella-Pereira et al. 1984) e
Serra do Caraça (Ruy J.V. Alves, com. pess.).
12. Tassadia Decne.
in DC., Prodr. 8: 579. 1844. Lectótipo: T. obovata Decne.
Madarosperma Benth. in Benth. & Hook., Gen. pl. 2: 1241. 1876. Tipo: M. trailiana Benth.
Glaziostelma E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 227. 1885. Tipo: G. ovalifolium E.Fourn.
Sattadia E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 231. 1885. Tipo: S. burchellii E.Fourn.
Trepadeira, geralmente apresentando 1 par de coléteres lateralmente aos pecíolos.
Folhas opostas, pecioladas, elípticas a lanceoladas, biglandulosas na base. Tirsóides
geralmente bracteosos a áfilos, axilares, compostos de cimeiras subaxilares, alternas,
geralmente subsésseis. Cálice imbricado, até 4 coléteres entre as sépalas ou distribuídos ao
136
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
longo da axila. Corola rotácea a campanulada, geralmente glabra abaxialmente, podendo
apresentar vários tipos de indumento na face adaxial. Corona 5-lobada, raramente
aneliforme, unida à corola e ao ginostégio; lobos simples ou mais raramente duplos,
opostos às anteras, unidos entre si na base. Retináculo geralmente oblongo ou linear,
fistuloso; caudículos hialinos, filiformes, geralmente geniculados ou arqueados, inseridos
na base do retináculo; polínios uniformes ou hialinos no ápice, pendentes. Ginostégio
geralmente mamilado a quase plano no ápice, incluso. Folículos geralmente cilíndricos ou
fusiformes, lisos.
Tassadia distingue-se de Ditassa e Metastelma pelos tirsóides axilares (FontellaPereira 1977). Esse padrão de inflorescência é resultado da redução das folhas dos ramos
floríferos (inflorescências bracteosas), freqüentemente áfilos nos ramos terminais
(inflorescências ebracteosas). Em Ditassa e Metastelma, as inflorescências são
denominadas cimeiras, extra-axilares (subaxilares) e alternas (Fontella-Pereira 1977), mas
poderiam ser caracterizadas como tirsóides axilares e frondosos, ou seja, com folhas
normais nos ramos floríferos. Portanto, a diferença entre esses gêneros está baseada na
variação do tamanho das folhas na inflorescência e não no tipo de inflorescência (vide
seção Inflorescência e capítulo IV).
O gênero inclui cerca de 25 espécies, distribuídas na América do Sul e América
Central. São trepadeiras com flores diminutas, dispostas geralmente em numerosas cimeiras
fasciculiformes, localizadas em ramos bracteosos, ebracteosos ou raramente frondosos. Os
caudículos são filiformes, formados por um corpo principal hialino. Os sinônimos estão
reunidos em Liede (1997a).
12.1. Tassadia propinqua Decne. in DC., Prodr. 8: 579. 1844. Tipo: GUIANA. R.H.
Schomburgk 232 (lectótipo: P n.v.; isolectótipos: B n.v., fragmento F, foto F; G n.v.;
L n.v.; UPS n.v.).
Tassadia lanceolata Decne. in DC., Prodr. 8: 579. 1844. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: P. Claussen s.n.
(holótipo: P n.v.; isótipos: G n.v., L n.v.). Provável isótipo: P. Claussen 361 (B? n.v., foto MO).
Tassadia sprucei E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 229. 1885. Tipo: BRASIL. Pará: São José da
Laranjeira, W.J. Burchell 9900 (lectótipo: P n.v.; isolectótipos: L n.v., US n.v.).
Tassadia comosa E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 229. 1885. Tipo: BRASIL. C.F.P. Martius s.n.
(holótipo: M n.v., foto MO).
Tassadia angustifolia Malme, Ark. Bot. 29A(13): 2. 1939. Tipo: BRASIL. Amazonas: Cucuí, rio Negro,
4.II.1930 (fl), E.G. Holt & W. Gehriger 367 (holótipo: S n.v.; isótipos: MO n.v., NY, RB n.v., US
n.v., VEN n.v.).
Tassadia minutiflora Malme, Ark. Bot. 21A(13): 3. 1939. Tipo: BRASIL. Mato Grosso: Jurema, F.C.
Hoehne 5168 (holótipo: S n.v.).
Figura: 11 W-AA.
Trepadeira; ramos glabros ou unilateralmente pubescentes ou hirtelos. Pecíolo 3-7
mm compr.; lâmina elíptica a estreitamente oval, 2,5-8,5 cm compr., 0,8-3 cm larg.,
reduzida ou ausente nos ramos floridos, pubescente na base, margem e nervura central, ou
glabrescente, coriácea; base obtusa; ápice agudo a mucronado. Tirsóides bracteosos ou
áfilos; cimeiras quase fasciculiformes, até 7 flores; pedúnculo até 1,5 mm compr. Pedicelo
0,5-2(-3) mm compr. Cálice esparsamente pubescente na face abaxial, adaxialmente
glabro; sépalas ovais, 0,65-0,8 mm compr. Corola sub-rotácea, creme, abaxialmente
glabra, adaxialmente puberulenta; tubo 0,4-0,45 mm compr.; lacínias ovais, 1,2-1,4 mm
137
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
compr. Corona com lobos sub-retangulares, trilobulados, adaxialmente côncavos, mais
baixos que as anteras. Asas das anteras oblongas, menores ou da altura do dorso; membrana
apical oval. Retináculo cônico a oblongo, 0,05-0,1 mm compr.; caudículos subhorizontais,
geniculados, 0,05-0,1 mm compr.; polínios elipsóides a ovóides, ca. 0,1 mm compr.
Ginostégio mamilado ou biapiculado no ápice. Frutos geralmente bifoliculares; folículos
falcados a quase cilíndricos, esparsamente pubescentes a seríceo-puberulentos, 1-3 cm
compr.; sementes ovais, ca. 8 mm compr., lisas.
Material examinado. Diamantina: 5.VI.1985 (fl, fr), M.A.V. Cruz 74 (SP); 25 km E de Diamantina,
21.III.1970 (fl), H.S. Irwin et al. 28015 (F, MO, NY, UB); Conselheiro Mata, 17.II.1974 (fl), G. Hatschbach
& Z. Ahumada 31714 (MBM, MO, R, RB). Buenópolis: Serra do Cabral, 17o53'S, 44o15'W, 13.X.1988 (fr),
R.M. Harley et al. 24946 (BHCB, HB, INPA, SPF). Joaquim Felício: Serra do Cabral, 1 km da cidade,
5.III.1970 (fl), H.S. Irwin et al. 26988 (F, MO, NY, UB).
Tassadia propinqua pode ser reconhecida pelas folhas coriáceas, inflorescências
bracteosas, áfilas nos ramos terminais e flores creme, com os lobos da corona trilobulados,
mais baixos que as anteras. Foi coletada em Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso, Maranhão,
Pará, Amazonas, Amapá e Roraima, chegando até o Suriname, Guianas, Venezuela e
Colômbia; é freqüente no norte da América do Sul, mas ocasional na região central do
Brasil, ocorrendo geralmente em matas de galeria, capões e restingas e florescendo ao
longo do ano (Fontella-Pereira 1977; Fontella-Pereira et al. 1989), mais freqüentemente
entre novembro e abril. Na Cadeia do Espinhaço, foi coletada no Planalto de Diamantina e
na Serra do Cabral.
13. Ditassa R.Br.
Asclepiadeae: 38. (1810). Tipo: D. banksii Schult.
Husnotia E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 211. 1885. Tipo: H. rotundifolia E.Fourn.
Calathostelma E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 219. 1885. Tipo: C. ditassoides E.Fourn.
Nematuris Turcz., Bull. Soc. Naturalistes Moscou 23(1): 254. 1848. Tipo: N. volubilis (Karst.) Turcz.
(Enslenia volubilis Karst.)
Trepadeira, erva ou subarbusto, eventualmente cespitosos, geralmente com coléteres
próximo aos pecíolos. Folhas opostas, eventualmente verticiladas ou helicoidais em plantas
eretas, freqüentemente diminutas, revolutas, cimbiformes ou planas. Tirsóides frondosos,
ramificados em cimeiras racemiformes a umbeliformes, mais raramente 1-2 flores,
subaxilares, ocasionalmente axilares em plantas eretas, alternas, freqüentemente sésseis.
Cálice imbricado ou valvar, adaxialmente apresentando até 3 coléteres entre as sépalas.
Corola clara, urceolada a rotácea, geralmente papilosa na porção superior e barbada na
porção basal da face adaxial das lacínias. Corona 5-lobada, raramente ausente, unida à
corola e ao ginostégio; lobos duplos, raramente simples, opostos às anteras, livres entre si,
unidos na base ou ciatiformes, membranáceos. Retináculo fistuloso; caudículos simples ou
providos de membrana reticulada; polínios uniformes, pendentes. Ápice do ginostégio
geralmente mamilado, incluso. Folículos fusiformes, clavados ou falcados, prolongados no
ápice.
Ditassa é tradicionalmente reconhecida pelas inflorescências subaxilares e alternas,
glabra, corola geralmente barbada adaxialmentre e lobos da corona duplos com segmentos
139
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
livres entre si (e.g. Araújo 1950; Fontella-Pereira 1977, 1980a; Liede 1997b); aqui, no
entanto, o gênero inclui as espécies anteriormente classificadas em Ditassa e espécies
relacionadas a essas e que, por não possuírem corona dupla, estavam ou estariam
classificadas em outros gêneros. Espécies próximas foram reunidas em grupos informais
que talvez possam futuramente ser organizados em gêneros independentes. Esse recurso
não elimina a artificialidade do gênero, mas tenta, com o mínimo de mudanças
nomenclatórias, tornar Ditassa mais coerente do ponto de vista evolutivo. Para uma
resolução mais apropriada, Metastelmatinae deveria ser analisada como um todo.
Atualmente, Ditassa inclui cerca de 150 espécies restritas à América do Sul, a
maioria no Brasil (Morillo 1997). Os sinônimos foram reunidos por Liede (1997a).
Chave para as espécies e grupos de espécies afins:
1. Planta ereta, ocasionalmente volúvel nos ramos terminais, raramente erva prostrada.
Lâmina foliar revoluta, indumentada (geralmente hirsutas) em ambas as faces, raramente
glabrescente. Corona presente.
2. Lâmina foliar cordiforme a triangular, subcordada na base.
3. Lâmina foliar patente a obliquamente ereta. Corola geralmente amarela,
adaxialmente glabra no centro e na base das lacínias. Lobos da corona duplos;
segmentos mais altos que o ginostégio ou quase. Caudículos articulados..................
.............................................................................................13.1. D. decussata (142)
3'. Lâmina foliar ereta ou quase. Corola geralmente alva, adaxialmente barbada a
setulosa no centro e/ou na base das lacínias. Lobos da corona providos
adaxialmente de uma prega freqüentemente inconspícua. Caudículos geniculados
ou retos, mas não articulados.............................................Grupo de D. parva (144)
2'. Lâmina foliar oblonga ou quase, obtusa a cuneada na baseGrupo de D. acerosa (148)
1'. Planta volúvel; quando ereta ou prostrada, lâmina foliar plana ou quase, cimbiforme e/ou
carenada (raramente revoluta e então corona ausente), glabra, escabrosa, esparsamente
pubescente na face abaxial ou com tricomas na margem.
4. Planta volúvel com folhas indumentadas.
5. Lâmina foliar com mais de 1,3 cm larg. Corola abaxialmente glabra, com mais de
3,5 mm compr. Lobos da corona duplos; segmentos internos quase da altura ou
mais altos que o ginostégio......................................................13.8. D. hispida (153)
5'. Lâmina foliar com menos de 1,3 cm larg. e corola abaxialmente hirsuta, com
menos de 3 mm compr., ou então, lobos da corona simples ou mais
freqüentemente, providos de uma prega ou carúncula adaxial mais baixa que o
ginostégio...................................................................Grupo de D. tomentosa (154)
4'. Planta ereta; quando volúvel, folhas glabras ou com tricomas esparsos na margem
e/ou na nervura central, geralmente na face adaxial.
6. Lâmina foliar mucronada no ápice, raramente com menos de 1,3 cm compr. e então
trepadeira, ou subarbusto volúvel e lâmina foliar com mais de 5 mm larg.
7. Corona ciatiforme; lobos quase da altura ou mais baixos que o ginostégio..........
.............................................................................Grupo de D. myrtilloides (164)
7'. Corona com lobos livres ou levemente unidos na base; segmentos externos mais
altos que o ginostégio, raramente da mesma altura.
8. Lâmina foliar até 1 cm compr. Sépalas até 1 mm compr. Corola até 2,65
mm compr.............................................................13.20. D. obcordata (166)
140
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
8'. Lâmina foliar com mais de 1 cm compr. ou então sépalas com mais de 1
mm compr. e corola com mais de 3 mm compr.
9. Cimeiras 13-25-floras. Segmentos externos da corona alargados próximo
à base. Caudículos articulados. Ápice do ginostégio apiculado.................
.......................................................................13.21. D. lenheirensis (168)
9'. Cimeiras até 12-floras. Segmentos externos da corona regulares,
raramente trilobados. Caudículos retos a arqueados, mas não articulados.
Ápice do ginostégio convexo, mamilado ou globoso.
10. Polínios com mais de 0,4 mm compr.......Grupo de D. eximia (169)
10'. Polínios com menos de 0,4 mm compr......Grupo de D. retusa (173)
6' Lâmina foliar aguda a acuminada no ápice, raramente mucronada e então
subarbusto, freqüentemente volúvel nos ramos terminais e lâmina foliar até 1 cm
compr. e 3,5 mm larg.
10. Base foliar cordada a fendida. Corona ausente ou inconspícua (Serra do Cipó18, 20, e Diamantina- 30)...................................Grupo de D. grazielae (179)
10'. Base foliar obtusa a atenuada ou hastada a truncada. Corona presente.
11. Cálice e corola abaxialmente escabrosos (Diamantina- 30)........................
...........................................................................13.30. D. bifurcata (180)
11'.Cálice e corola abaxialmente glabros, eventualmente com tricomas
esparsos nas sépalas e então geralmente na margem.
12. Subarbusto cespitoso. Folhas reflexas, opostas, até 4 mm compr.
Lacínias da corola até 0,85 mm compr. Polínios até 0,07 mm
compr. (Planalto de Diamantina- 26-28 e 30).....................................
................................................................13.31. D. refractifolia (181)
12'. Planta volúvel ou não, mas raramente cespitosa. Folhas patentes a
eretas, raramente com menos de 4 mm compr. e então verticiladas
ou helicoidais. Lacínias da corola com mais de 1 mm compr.
Polínios com mais de 0,08 mm compr.
13. Erva ou subarbusto ereto, raramente decumbente. Lâmina foliar
até 1 cm compr., eventualmente até 1,5 cm compr. e então
lanceolada. Segmentos da corona inteiros ou quase.
14. Ramos pubescentes. Lobos da corona simples. Caudículos
com membrana reticulada (sul da Cadeia- 6 e 8).................
.............................................13.32. D. monocoronata (182)
14'. Ramos glabros, escabrosos ou hirsutos. Lobos da corona
duplos. Caudículos simples (Serra do Cipó- 20, e
Diamantina- 30)................Grupo de D. polygaloides (184)
13'. Trepadeira, subarbusto volúvel no ápice dos ramos, arbusto
prostrado ou volúvel; quando ereto, segmentos externos da
corona tridentados, longamente subulados medianamente, ou
então, lâmina foliar linear, com mais de 1 cm compr.
16. Pecíolo com mais de 5 mm compr. Lâmina foliar
geralmente triangular ou trulada, hastada a truncada na
base.....................................................13.37. D. hastata (188)
16'. Pecíolo até 4 mm compr. Lâmina foliar geralmente linear,
elíptica ou lanceolada, atenuada a obtusa na base............
...........................................Grupo de D. capillaris (189)
141
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
13.1. Ditassa decussata Mart., Nov. Gen. sp. pl. 1: 51; tab. 31. 1824. Tipo: BRASIL.
Minas Gerais: Diamantina (“districtu adamantum”), Lavras da Pindaíba, VI (fl),
C.F.P. Martius s.n. (holótipo: M n.v.).
Ditassa passerinoides Mart., Nov. Gen. sp. pl. 1: 53. 1824. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Diamantina
(“districtus adamantum”), V (fl), C.F.P. Martius 1841, no 975 in Herb. Fl. bras. (F; G n.v., fotos F,
MO; M n.v., foto F; MO).
Figura: 12 A-D; foto 15 a-c.
Subarbusto, geralmente cespitoso, ou arbusto, 25-60 cm alt.; ramos hirsutos,
híspidos, velutinos ou vilosos. Folhas opostas, patentes a obliquamente eretas; pecíolo até 2
mm compr.; lâmina cordiforme ou triangular, raramente depressamente oval, revoluta a
quase complanada, 0,3-1,4 cm compr., 0,25-1,4 cm larg., hirsuta, setulosa ou pilosa; base
subcordada; ápice arredondado. Cimeiras corimbiformes a umbeliformes, subaxilares, até
3 flores; pedúnculo 0,9-3 mm compr. Pedicelo 0,9-3 mm compr. Cálice abaxialmente
hirsuto a piloso; sépalas ovais, triangulares ou elípticas, 0,75-1,55 mm compr. Corola
subcampanulada, amarela, creme ou esverdeada, abaxialmente hirsuta a pilosa,
adaxialmente papilosa a puberulenta, escavada e glabra no centro e na base das lacínias;
tubo 0,25-0,85 mm compr.; lacínias subovais, 1,1-1,8 mm compr. Corona com lobos
duplos; segmentos lineares, subiguais, ocasionalmente os externos mais baixos que os
internos, ambos mais altos que o ginostégio ou quase. Asas das anteras oblongas, quase do
tamanho do dorso; membrana apical depressamente oval a subcircular, incurvada.
Retináculo oblongo a estreitamente cônico, 0,1-0,16 mm compr.; caudículos simples,
articulados, 0,08-0,15 mm compr.; polínios subovóides, 0,15-0,23 mm compr. Ginostégio
apiculado no ápice. Folículos hirsutos, pilosos, tomentosos ou vilosos, 2,5-5 cm compr.;
sementes 4-5,5 mm compr.
Material examinado. Ouro Branco: estrada para Ouro Preto, 20o29'S, 43o37'W, 16.I.1994 (fl), A.M. Giulietti
et al. CFCR 13744 (BHCB, MBM, R, SPF); Serra de Ouro Branco, 18.IV.1957 (fl), E. Pereira 2958 & G.
Pabst 3794 (HB, RB); ib., 12.II.1884 (fl), A.F.M. Glaziou 15232 (R); ib., 15.V.1988 (fl, fr), M.T.K. Campos
et al. s.n. (BHCB 13038); ib., 20o30'19"S, 43o38'02"W, 16.VIII.1998 (fr), A. Rapini et al. 666 (SPF); 7 km da
estrada Velha para Ouro Preto, 20o30'27,8"S, 43o38'18"W, 9.III.1995 (fl), V.C. Souza et al. 8010 (SPF). Ouro
Preto: estrada para Ouro Preto, km 44, 13.IX.1964 (fl, fr), E. Pereira 9214 & G. Pabst 8215 (HB); Campo da
Caveira, 25.V.1978 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 822); Chapada, 25.V.1978 (fl), J. Fontella & J. Badini 1070
(OUPR, RB); ib., 31.V.1978 (fl, fr), J. Badini s.n. (OUPR 827); ib., 5.VIII.1980 (fl, fr), M.C. Valente & J.
Badini s.n. (RB 201622); Falcão, 25.V.1978 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 828); ib., 20.III.1998 (fl), A. Rapini et
al. 601 (G, MBM, NY, SPF); Saramenha, 28.XII.1950 (fl), A. Macedo 2783 (MO); Caixa d'Água das Lages,
20.I.1957 (fl), M.A. Lisboa s.n. (OUPR 824); Lavras Novas, 25.V.1978 (fl, fr), J. Badini s.n. (OUPR 826);
Serra de Cachoeira do Campo, s.d. (fl), A.W. Schwacke 10465 (BHCB); Serra do Itacolomi, 21.III.1998 (fl,
fr), A. Rapini et al. 619 (K, MO, SPF, W); Pico do Itacolomi, 30.I.1971 (fl, fr), H.S. Irwin et al. 29359
(MBM, MO, UB); ib., 26.V.1979 (fl), L. Mautone et al. 891 (RB); Serra de Ouro Preto, s.d. (fl), s.c. (R 5923);
ib., III.1892 (fl), E. Ule 2637 (R); Villas, s.d. (fl), L. Damazio s.n. (OUPR 823, RB). Belo Vale: Serra da
Moeda, km 14 em direção à BR-040, 20o26'46"S, 43o56'02"W, 15.VIII.1998 (fr), A. Rapini et al. 657 (SPF).
Itabirito: Serra de Itabirito, 9.VI.1978 (fl), J. Fontella 1133 (RB); ib., 9.VIII.1980 (fl), M.C. Valente & J.
Badini s.n. (RB 201608); ib., 23.I.1986 (fl), L. Krieger 21115 (RB); ib., 12.II.1968 (fl, fr), H.S. Irwin et al.
19883 (MO, UB); Pico do Itabirito, 19.V.1994 (fl), W.A. Teixeira s.n. (BHCB 25015, HB); Rodovia dos
Inconfidentes (BR-365), km 46, 20o12'43"S, 43o50'24"W, 17.VIII.1998 (fr), A. Rapini et al. 676 (RB, SPF).
Catas Altas: Serra do Caraça, s.d. (fl), L. Damazio 1633a (RB); ib., 17.II.1884 (fl), A.F.M. Glaziou 15233
(R); ib., VI.1907 (fl), L. Damazio s.n. (RB 48577); ib., 18.I.1921 (fl), F.C. Hoehne s.n. (SP 5015); ib.,
18.IV.1933 (fl), H.M. Barreto 983 (F, RB); ib., 25.III.1957 (fl), E. Pereira 2634 & G. Pabst 3470 (HB, RB);
142
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
ib., 24.V.1987 (fl), D.C. Zappi & V.L. Scatena CFCR 10949 (SPF); ib., 14.V.1990 (fl), M.M. Arbo et al. 4039
(SPF, UB); ib., 16.I.1994 (fl), R.M. Harley et al. CFCR 13855 (BHCB, SPF); ib., 12 km de Barão de Cocais,
28.I.1971 (fl), H.S. Irwin et al. 29313 (UB); Caraça, 18.IV.1933 (fl), H.M. Barreto 5162 (R); ib., caminho
para piscina do Imperador, 23.V.1987 (fl), J.A. Trindade 16 (BHCB, F); ib., 25.V.1987 (st), T.S.M. Grandi et
al. s.n. (BHCB 12815). Santa Bárbara: Boa Vista, Serra da Conceição, 6.III.1982 (fl), N. Hensold et al.
CFCR 2895 (RB, SPF, UB). Belo Horizonte: Serra do Curral, II.1905 (st), A. Silveira 282 (R); ib.,
24.VII.1949 (fl, fr), J. Vidal s.n. (R 105909). Caeté: Serra da Piedade, 15.I.1971 (fl), H.S. Irwin et al. 30386a
(MO); ib., 19o49'S, 43o40'W, 27.IV.1986 (fl), T.M.S. Grandi 2226 (BHCB, F). Itabira: 20.XII.1888 (fl, fr),
A.W. Schwacke s.n. (R 95245); Pico d'Itabira do Campo, 20.XII.1888 (fl, fr), A.W. Schwacke 6403 (RB); id.
s.n. (R 5126). Santana do Riacho: Serra do Cipó, 3.IV.1958 (fl), F. Atala 137 (R); ib., 15.III.1962 (fl), A.P.
Duarte 6524 (RB); ib., 18.III.1968 (fl, fr), O. Marquete s.n. (RB 145068); ib., 17.I.1972 (fl), G. Hatschbach
28781 (MBM); ib., km 103-104, 26.IV.1978 (fl, fr), G. Martinelli 4320 (RB); ib., km 134, 15.IV.1935 (fl, fr),
H.M. Barreto 1115 & A.C. Brade 14899 (F, RB); ib., fazenda Capivara, 4.VIII.1990 (fl), C.M. Sakuragui &
V.C. Souza 132 (ESA); ib., km 137 da estrada para Conceição, 21.IV.1955 (fl, fr), A.P. Duarte 2578 (F,
MBM, MO, RB); ib., km 138, 22.III.1966 (fl), A.P. Duarte 9705 (RB); estrada para Lapinha, 19o08'17"S,
43o41'41"W, 4.III.1998 (fl), A. Rapini et al. 587 (MBM, SPF); rodovia Lagoa Santa – Conceição do Mato
Dentro – Diamantina, km 127, 7.II.1972 (fl), J. Semir & M. Sazima CFSC 740 (SP, UEC); ib., km 132,
30.IV.1972 (fl), J. Semir & M. Sazima CFSC 2027 (SP); ib., km 139, 8.VI.1970 (fl, fr), A.B. Joly et al. CFSC
308 (SP, UEC); ib., km 139, 17.IV.1972 (fl), A.B. Joly et al. CFSC 1908 (SP, UEC); ib., km 140, 6.III.1972
(fl), A.B. Joly et al. CFSC 1335 (SP, UEC); rodovia Belo Horizonte – Conceição do Mato Dentro, km 127,
23.V.1996 (fl, fr), A. Rapini et al. 130 (SP); ib., km 130, 11.I.1981 (fl), N.M. Castro & M.G. Sajo CFSC 6952
(F, SP, SPF); ib., km 138, 15.XI.1984 (fl, fr), G.L. Esteves et al. CFCR 6039 (RB, SPF); ib., próximo à
fazenda Boa Vista, 17.II.1982 (fl), G.P. Lewis et al. CFSC 7811 (F, RB, SP, SPF); Parque Nacional da Serra
do Cipó, 18.IV.1992 (fl), M. Pereira & M. Lucca 715 (BHCB); ib., 6.I.1993 (fl), M. Lucca et al. 94 (BHCB).
Congonhas do Norte: em direção a Conceição do Mato Dentro, 9.II.1991 (fl), M.M. Arbo et al. 4698 (F, R,
SPF); Serra da Carapina (Serra Talhada), 18o53'S, 43o43'W, 2.III.1998 (fl), A. Rapini et al. 540 (SPF); ib.,
3.III.1998 (fl), A. Rapini et al. 553 (INPA, SPF, UB); ib., 3.III.1998 (fl), A. Rapini et al. 556 (BHCB, CTES,
G, K, MO, NY, SPF). Serro: estrada para Datas, 19.IV.1987 (fl), D.C. Zappi et al. CFCR 10670 (NY, RB,
SPF). Gouveia: estrada Curvelo – Diamantina, 18o36'S, 43o54'W, 9.IV.1982 (fl, fr), A. Furlan et al. CFCR
3234 (CTES, F, HB, INPA, RB, SPF, UB); Barro Preto, Torre Telemig, 20.III.1987 (fl), G. Hatschbach et al.
51171 (MBM). Diamantina: subida para o Cruzeiro, 13.I.1963 (fl), A.P. Duarte & Graziela (G.M. Barroso)
7869 (HB, RB); 25 km de Diamantina, 30.X.1981 (fl, fr), A.M. Giulietti et al. CFCR 2329 (RB, SPF); estrada
para Curvelo, 13.XII.1974 (fl, fr), N.L. Menezes & E. Froelich CFCR 1198 (CEPEC, G, MO, RB, SPF, W);
estrada para Gouveia, 15.I.1969 (fl), H.S. Irwin et al. 22021 (HB, MO, UB); estrada para São João da
Chapada, 23.XI.1985 (fl), R. Mello-Silva et al. CFCR 8618 (RB, SPF, W); 2 km de São João da Chapada,
26.III.1970 (fl), H.S. Irwin et al. 28373 (F, MO, UB); estrada para Conselheiro Mata, 14.III.1999 (fl), V.C.
Souza & J.P. Souza 22162 (SPF). Joaquim Felício: Serra do Cabral, 7.III.1970 (fl), H.S. Irwin et al. 27119
(F, HB, MO, UB); ib., 17.IV.1980 (fl), L. Rossi et al. CFCR 1125 (RB); ib., 16.I.1996 (fl), G. Hatschbach &
J.M. Silva 64312 (MBM); ib., 16.IV.1996 (fl), G. Hatschbach et al. 64866 (MBM); ib., 16.III.1997 (fl), G.
Hatschbach et al. 66292 (MBM, MO). Itacambira: estrada para Montes Claros, 9.I.1986 (fl, fr), J.R. Pirani
et al. CFCR 9129 (BHCB, G, NY, RB, SPF); próximo ao córrego Chacrinha, 10 km de Itacambira na estrada
para Juramento, 1.X.1997 (fl, fr), A. Rapini et al. 372 (INPA, MBM, R, SP, SPF, UB). Itacambira: Serra
Nova, 16 km de Itacambira, 13.III.1999 (fl), A. Rapini & M.L. Kawasaki 784 (K, SPF). Botumirim:
contrafortes orientais da Serra da Canastra, trilha do Cruzeiro a partir do posto de gasolina, 29.IX.1997 (fl, fr),
A. Rapini et al. 359 (SP, SPF); id. 360 (K, MO, SP, SPF); ca. 18 km em direção a Adão Colares, 12.III.1999
(fl), A. Rapini & M.L. Kawasaki 766 (BHCB, CTES, SPF). Grão-Mogol: 32 km em direção a Cancela,
10.III.1999 (fl, fr), A. Rapini & M.L. Kawasaki 731 (K, MO, SPF).
Ditassa decussata é reconhecida pelas folhas geralmente cordiformes, buladas,
inversamente cimbiformes, patentes a obliquamente eretas. Eventuamente confundida com
D. ditassoides, pode ser distinta facilmente pelas flores geralmente amarelas, reduzidas,
lobos da corona providos de dois segmentos conspícuos e caudículos articulados. Ocorre
geralmente entre rochas, nos campos rupestres de Minas Gerais, desde Ouro Branco até
Grão-Mogol, tendo sido citada também para o Espírito Santo, em restinga (Fontella-Pereira
et al. 1995). Floresce ao longo do ano, mais intensamente entre janeiro e maio. O sinônimo
143
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
foi proposto por Fontella-Pereira (1965).
Chave para as espécies do Grupo de Ditassa parva:
1. Lacínias da corola com mais de 2 mm compr., adaxialmente barbada a barbelada no
centro das lacínias. Asas das anteras menores que o dorso......13.2. D. ditassoides (144)
1'. Lacínias da corola com menos de 2 mm compr., adaxialmente barbelada a barbada na
base ou setulosa no centro basal das lacínias. Asas das anteras maiores que o dorso.
2. Planta com mais de 20 cm alt. Sépalas 1,35-1,75 mm compr. Corola abaxialmente
hirsuta, adaxialmente setulosa no centro basal das lacínias. Retináculo com mais de
0,15 mm compr.......................................................................13.3. D. lourteigiae (146)
2'. Planta até 20 cm alt. Sépalas 0,8-1,35 mm compr. Corola abaxialmente glabra a
esparsamente hirsuta, adaxialmente barbelada a barbada na base das lacínias.
Retináculo ca. 0,1 mm compr. (Serra do Caraça a Diamantina- 7-30)............................
........................................................................................................13.4. D. parva (147)
13.2. Ditassa ditassoides (Silveira) Fontella, Loefgrenia 43: 1. 1970. Barjonia ditassoides
Silveira, Fl. serr. Min.: 12; tab. 3, fig. 1. 1908. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Serra
do Cipó, IX.1905 (fl), A. Silveira 384 (holótipo: R; isótipo: B n.v., fotos F, MO, NY).
Figura: 12 E-I; foto 17 a-c.
Erva ou subarbusto freqüentemente cespitoso, 13-50 cm alt.; ramos hirsutotomentosos. Folhas opostas, raramente verticiladas, geralmente eretas; pecíolo até 1(-2)
mm compr.; lâmina estreitamente cordiforme ou triangular, revoluta, 0,6-1,9 cm compr., 29 mm larg., adaxialmente hirsuta, raramente hirtela a subtomentosa, abaxialmente alvotomentosa a vilosa; base subcordada; ápice arredondado. Cimeiras glomeruliformes,
subaxilares, até 6 flores; pedúnculo até 1(-4) mm compr. Pedicelo até 1(-2) mm compr.
Cálice abaxialmente hirsuto; sépalas lanceoladas ou quase, 1,4-2,2 mm compr. Corola
subcampanulada, alva, creme ou esverdeada, abaxialmente hirsuta, adaxialmente papilosa
no terço superior, barbada a barbelada no centro das lacínias; tubo 0,3-1 mm compr.;
lacínias ovais, lanceoladas ou oblongas, freqüentemente recurvadas, 2,2-3,9 mm compr.
Corona com lobos triangulares a lanceolados, pouco mas altos ou da altura do ginostégio,
adaxialmente providos de uma prega freqüentemente inconspícua. Asas das anteras
oblongas ou quase, menores que o dorso; membrana apical depressamente oval. Retináculo
oblongo ou elipsóide, 0,12-0,18 mm compr.; caudículos simples, retos, 0,04-0,08 mm
compr.; polínios ovóides ou oblongos, 0,2-0,23 mm compr. Ginostégio mamilado, mais
raramente apiculado no ápice. Folículos pubescentes a hirtelos, 4-5,5 cm compr.; sementes
ca. 6 mm compr.
Material examinado. Jaboticatubas: Serra do Cipó, km 106, 15.III.1964 (fl), E. Pereira 8845 (HB). Itambé
do Mato Dentro: Serra Cabeça de Boi, 13.I.1982 (fl), N. Hensold et al. CFCR 2846 (RB, SPF). Santana do
Riacho: Cardeal Mota, 19o20'S, 43o35'W, 15.V.1994 (fl), M.M. Arbo et al. 4115 (RB, SPF); Serra do Cipó,
2.II.1934 (fl), A.J. .Sampaio 6873 (BHMH, R); ib., 22.XII.1948 (fl), Palacios et al. 3584 (R); ib., 17.I.1951
(fl), A.B. Joly et al. 1016 (SP); ib., 5.VIII.1956 (fl), E.P. Heringer s.n. (HB 29982); ib., XII.1957 (fl), J. Vidal
s.n. (R 104566); ib., 4.III.1958 (fl), E.P. Heringer 6071 & A. Castellanos (RB, UB); ib., 16.III.1964 (fl), E.
Pereira 8910 (RB); ib., 14.II.1968 (fl), H.S. Irwin et al. 19997 (MBM, RB, UB); ib., km 111-112 da estrada
para Conceição do Mato Dentro, 26.I.1986 (fl), G. Martinelli et al. 11353 (RB); ib., km 127, 14.II.1963 (fl),
144
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
A.P. Duarte 7585 (HB, RB); ib., km 129, 10.XII.1949 (fl), A.P. Duarte 2396 (RB); ib., km 131, Palácio,
22.III.1940 (fl), H.M. Barreto 10774 (HB); ib., km 137 da estrada para Pilar, 3.II.1934 (fl), A.J. Sampaio
6781 (BHMH, R, RB); ib., km 138, 15.IV.1935 (fl), H.M. Barreto 1119 & A.C. Brade 14901 (RB, UB); ib.,
Travessão, 11.I.1999 (fl), R.C. Forzza et al. 1083 (SPF); Serra da Farofa, 21.X.1997 (fl), A. Rapini et al. 409
(SPF); rodovia Lagoa Santa – Conceição do Mato Dentro – Diamantina, km 115, 4.I.1973 (fl), J. Semir &
A.M. Joly CFSC 3700 (SP, UEC); ib., km 118, 4.III.1972 (fl), A.B. Joly et al. CFSC 887 (SP, UEC); ib., km
118, 4.III.1972 (fl), A.B. Joly et al. CFSC 891 (SP); ib., km 119,5, 16.IV.1972 (fl), A.B. Joly et al. CFSC 1788
(SP, UEC); ib., km 120, 1.V.1972 (fl), J. Semir & M. Sazima CFSC 2072 (SP, UEC); ib., km 121, 5.I.1973
(fl), J. Semir & M. Sazima CFSC 3720 (SP); ib., km 127, 13.XII.1971 (fl, fr), J. Semir & M. Sazima CFSC
491 (SP, UEC); ib., km 128, 5.III.1972 (fl), A.B. Joly et al. CFSC 1099 (SP); ib., km 128, 5.III.1972 (fr), A.B.
Joly et al. CFSC 1142 (SP); estrada Conceição do Mato Dentro – Belo Horizonte, km 115, 28.I.1998 (fl, fr),
A.Y. Kytakawa 3 (SPF); ib., Alto Palácio, 2.VI.1991 (fl, fr), R. Simão-Bianchini & S. Bianchini CFSC 12791
(MO, SPF); estrada Lagoa Santana – Conceição do Mato Dentro, km 109, 1.II.1987 (fl), F. Barros 1314 (SP);
rodovia Belo Horizonte – Conceição do Mato Dentro, 2 km após o córrego Vitalino, 12.I.1996 (fl, fr), V.C.
Souza et al. 10306 (ESA); ib., ca. 5 km após o Chapéu do Sol, 19o17'11"S, 43o35'20"W, 10.III.1995 (fl), V.C.
Souza et al. 8123 (ESA); Retiro do Alto Palácio, 1.V.1993 (fl), F. Barros 2758 (SP); estrada para Lapinha,
18.II.1982 (fl), A.M. Giulietti et al. CFSC 7924 (RB, SP, SPF). Santana do Pirapama: fazenda Inhame
(Serra Mineira), 18o55'S, 43o54'W, 22.III.1982 (fl), J.R. Pirani et al. CFSC 8117 (RB, SP, SPF); ib.,
23.III.1982 (fl), I. Cordeiro et al. CFSC 8145 (RB, SP, SPF). Congonhas do Norte: Serra da Carapina (Serra
Talhada), 18o52'S, 43o44'W, 2.III.1998 (fl), A. Rapini et al. 529 (SPF); ib., 18o55'S, 43o41'W, 3.III.1998 (fl,
fr), A. Rapini et al. 551 (SPF); id. 555 (SPF); id. 557 (BHCB, MBM, SPF). Serro: ca. 11 km em direção a
Milho Verde, 11.III.1995 (fl), V.C. Souza et al. 8320 (SPF). Gouveia: 13.XI.1971 (fl), G. Hatschbach & P.
Pelandra 27827 (MBM); 8 km em direção a Diamantina, 4.II.1972 (fl), W.R. Anderson et al. 35392 (MO,
UB); km 60 da estrada para Curvelo, 11.IV.1973 (fl), W.R. Anderson et al. 8608 (MO, UB). Datas:
23.II.1983 (fl, fr), I. Cordeiro & E. Simonis CFCR 4023 (RB, SPF); Morro do Coco, 8.I.1988 (fl), J.R. Pirani
et al. CFCR 11662 (MBM, MO, SPF). Diamantina: 13.VI.1955 (fl), E. Pereira 1731 (RB); Água Fria,
2.IV.1957 (fl), E. Pereira 2811 & G. Pabst 3647 (RB); BR-259, km 606, 28.II.1998 (fl, fr), R.C. Forzza et al.
665 (SPF), 12 km NE na direção de Mendanha, 27.I.1969 (fl), H.S. Irwin et al. 22705 (MO, R, UB); 18o11'S,
43o45'W, 19.V.1990 (fl), M.M. Arbo 4447 (SPF); Galheiro de Cima, ca. 8 km do Pau Grande, 3.X.1997 (fl,
fr), A. Rapini et al. 396 (SP, SPF); Pau Grande, 3.X.1997 (fr), A. Rapini et al. 395 (SP, SPF); estrada para
Biribiri, 17.IV.1987 (fl, fr), D.C. Zappi et al. CFCR 10608 (SPF); ib., 8.XII.1997 (fl), L.R. Lima et al. 4
(SPF); ib., 8.XII.1997 (fl), R.C. Forzza et al. 531 (SPF); ib., 9 km de Diamantina, 29.I.2000 (fl), R.C. Forzza
& R. Mello-Silva 1473 (SPF); ib., 18o10'56"S, 43o37'08"W, 28.II.1998 (fl), A. Rapini et al. 500 (SPF); 5 km
na estrada para Biribiri, 29.I.2000 (fl), R. Mello-Silva & R.C. Forzza 1736 (BHCB, CTES, G, K, MBM, NY,
SPF, UB); 5,7 km em direção a Biribiri, 18o15'S, 43o40'W, 22.VIII.1994 (fl), S. Splett 551 (HB, UB); ib.,
18o15'S, 43o40'W, 22.VIII.1994 (fl), S. Splett 781 (HB, UB); Biribiri, Cachoeira dos Cristais, 18o09'24"S,
43o36'04"W, 21.XII.1998 (fl), A. Rapini et al. 849 (SPF); estrada para Conselheiro Mata, 18.XI.1984 (fl), B.L.
Stannard et al. CFCR 6110 (SPF); ib., 29.I.1986 (fl, fr), H.M. Longhi-Wagner et al. CFCR 9410 (G, K, SPF);
ib., 4.II.1987 (fl, fr), S.J. Mayo et al. CFCR 10431 (SPF); km 165 da MG-220, 15.III.1999 (fl), M.L.
Kawasaki & A. Rapini 1130 (NY, SP, SPF); ca. 15 km S de Diamantina na BR-367, 29.I.2000 (fl), R. MelloSilva & R.C. Forzza 1750 (MO, RB, SPF, UB, UEC); estrada para o Cruzeiro, 11.I.1963 (fl), A.P. Duarte &
Graziela (G.M. Barroso) 7944 (RB); estrada para Gouveia, 7.XII.1997 (fl), R.C. Forzza et al. 481 (SPF);
estrada para São João da Chapada, 11.XII.1997 (fl), P.T. Sano et al. 783 (SPF); 3 km N de São João da
Chapada, 24.III.1970 (fl, fr), H.S. Irwin et al. 28267 (F, MO, UB); rodovia Guinda – Conselheiro Mata,
19.III.1997 (fl), G. Hatschbach et al. 66493 (MBM). Itacambira: Serra de Itacambira, 14.II.1988 (fl), J.R.
Pirani et al. 2243 (SPF); ib., estrada para Juramento, 30.IX.1997 (fl), A. Rapini et al. 370 (R, SP, SPF);
estrada para Montes Claros, 29.XI.1984 (fl), J.D.P. Oliveira et al. CFCR 6577 (RB, SPF); ib., 29.XI.1984
(fl), M.L. Kawasaki et al. CFCR 6612 (RB, SPF); ib., 9.I.1986 (fl), C. Kameyama et al. CFCR 9118 (RB,
SPF); Serra Nova, 16 km de Itacambira, 13.III.1999 (fl, fr), A. Rapini & M.L. Kawasaki 783 (SPF). GrãoMogol: 24.II.1983 (fl), E. Simonis & I. Cordeiro CFCR 4081 (RB, SPF); 18 km W da cidade, 21.II.1969 (fl),
H.S. Irwin et al. 23661 (HB, UB); Serra de Grão-Mogol, 26.VIII.1988 (fl), T.S.M. Grandi et al. s.n. (BHCB
13613); ib., 27.VIII.1988 (fl, fr), T.S.M. Grandi et al. s.n. (BHCB 13629); estrada para Cristália, 15.IV.1981
(fl), I. Cordeiro et al. CFCR 953 (RB, SPF); estrada para o rio Ventania, 25.II.1986 (fl, fr), N.L. Menezes et
al. CFCR 9641 (G, RB, SPF, UEC); Morro Papo de Ema para Jambeiro, 15.VI.1990, (fl, fr), D.C. Zappi et al.
CFCR 13082 (RB, SPF, W); contrafortes a leste da Trilha da Tropa, 27.IX.1997 (fl, fr), A. Rapini et al. 343
(F, MBM, SP, SPF, W); Trilha da Lapa, 11.XII.1989 (fl, fr), A. Freire-Fierro et al. CFCR 12467 (RB, SPF);
145
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
16o32'38"S, 42o54'52"W, 28.XII.1998 (fl), A. Rapini et al. 855 (SPF); trilha para o topo da Serra do Barão, ca.
16o32’S, 42o55’W, 22.III.2000 (fl, fr), P. Fiaschi et al. 171 (SPF). Riacho dos Machados: Serra da Bocaina,
km 400 da BR-251, próximo à torre da Telemig, 10.III.1999 (fl, fr), A. Rapini & M.L. Kawasaki 747 (BHCB,
NY, SPF). Rio Pardo de Minas: Retiro, 11 km de Mato Verde, 15o22'41"S, 42o41'54"W, 17.III.1994 (fl),
C.M. Sakuragui et al. CFCR 15133 (K, MO, SPF, UB).
Ditassa ditassoides pode ser reconhecida pelas folhas eretas ou quase, flores
geralmente alvas, adaxialmente barbadas no centro das lacínias, anteras com asas menores
que o dorso e polinários com caudículos simples, hialinos. Assemelha-se a D. cordata
(Turcz.) Fontella, D. virgata E.Fourn. (nom. superfl.) e D. abortiva E.Fourn., consideradas
por Fontella-Pereira (1989a) variedades de uma mesma espécie (D. cordata) e que também
estariam incluídas neste grupo de espécies afins.
Ocorre em campos rupestres de Minas Gerais, Tocantins e Goiás (Fontella-Pereira
et al. 1995). Na Cadeia do Espinhaço, ocorre desde a Serra do Cipó até Mato Verde, no
norte de Minas Gerais, geralmente em solo arenoso, mas também em solo pedregoso ou
entre rochas. Floresce quase o ano todo, atingindo o pico de floração em fevereiro e março.
13.3. Ditassa lourteigiae Fontella, Eugeniana 16: 23; tab. 1, figs. a-d. 1989 (“lourteigii”).
Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Morro das Pedras, ca. 25 km de Patrocínio, 28.I.1970
(fl), H.S. Irwin et al. 25458 (holótipo: RB; isótipos: MO, UB).
Figura: 12 J-O; foto 24.
Erva, 25-45 cm alt.; ramos hirsutos. Folhas opostas, eretas, subsésseis; lâmina
triangular ou quase, revoluta, 5,5-10 mm compr., 2-4 mm larg., esparsamente hirsuta; base
subcordada; ápice arredondado. Cimeiras glomeruliformes, subaxilares, até 4 flores;
pedúnculo até 0,5 mm compr. Pedicelo até 1 mm compr. Cálice abaxialmente hirsuto;
sépalas ovais a lanceoladas, 1,35-1,75 mm compr. Corola subcampanulada, alva ou creme,
abaxialmente hirsuta, adaxialmente papilosa, setulosa no centro basal das lacínias; tubo
0,65-0,75 mm compr.; lacínias ovais a triangulares, 1,57-1,9 mm compr. Corona com
lobos largamente ovais a sub-rômbicos, mais baixos que o ginostégio, providos
adaxialmente de uma prega depressamente oval a inconspícua. Asas das anteras
suboblongas a subcuneiformes, maiores que o dorso; membrana apical depressamente oval.
Retináculo oblongo a elipsóide, 0,18-0,19 mm compr.; caudículos simples, geniculados ou
retos, 0,06-0,08 mm compr.; polínios elipsóides ou ovóides, 0,15-0,22 mm compr.
Ginostégio levemente mamilado no ápice.
Material examinado. Augusto de Lima: Serra do Cabral, 18o00'40"S, 44o19'41"W, 20.III.1994 (fl), C.M.
Sakuragui et al. CFCR 15271 (SPF). Joaquim Felício: Serra do Cabral, 16.I.1996 (fl), G. Hatschbach & J.M.
Silva 64335 (MBM); ib., 17o42'04"S, 44o19'00"W, 11.I.1998 (fl), R.C. Forzza et al. 588 (SPF).
Ditassa lourteigiae é uma forma intermediária entre D. ditassoides e D. parva.
Distingue-se de D. ditassoides pelas folhas geralmente menores e mais revolutas, lacínias
providas adaxialmente de tricomas curtos e rígidos na região mediana e anteras com asas
maiores que o dorso; de D. parva, principalmente pelo porte maior e indumento adaxial da
corola distinto. Apresenta uma distribuição descontínua, ocorrendo em Cuiabá, Mato
Grosso (J.R. Pirani 1308, SPF), Patrocínio, no oeste de Minas Gerais, na Serra do Cabral e
provavelmente em Ibitipoca, geralmente em campos arenosos e úmidos. Foi coletada com
146
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
flores em janeiro e março.
13.4. Ditassa parva (Silveira) Fontella, Loefgrenia 43: 1. 1970. Barjonia parva Silveira,
Fl. serr. Min.: 12; tab. 3, fig. 2. 1908. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Serra do Cipó,
IV.1905 (fl), A. Silveira 391 (holótipo: R).
Figura: 12 P-U; foto 29 a-b.
Erva ou subarbusto cespitoso 7-15(-20) cm alt.; ramos hirsutos. Folhas opostas,
eretas ou quase, subsésseis; lâmina estreitamente triangular a elíptica, revoluta, 3,5-6 mm
compr., 1-1,8(-2,5) mm larg., esparsamente hirsuta ou setulosa a glabrescente; base
subcordada; ápice arredondado. Cimeiras geralmente uni ou bifloras, subaxilares, sésseis
ou quase. Pedicelo 0,5-1 mm compr. Cálice abaxialmente hirsuto, ao menos na base e na
margem; sépalas elípticas ou lanceoladas, 0,8-1,35 mm compr. Corola subcampanulada a
urceolada, alva, creme ou esverdeada, abaxialmente glabra a esparsamente hirsuta,
adaxialmente papilosa, barbelada a barbada na base das lacínias; tubo 0,5-1 mm compr.;
lacínias subovais a largamente triangulares, 1,1-1,65 mm compr. Corona com lobos
suboblongos, involutos, quase da altura ou superando brevemente o ginostégio, providos
adaxialmente de uma prega oblonga a inconspícua. Asas das anteras suboblongas, pouco
maiores que o dorso; membrana apical depressamente oval. Retináculo oblongo a
elipsóide, ca. 0,1 mm compr.; caudículos simples, geniculados, ca. 0,05-0,08 mm compr.;
polínios dacrióides, piriformes ou ovóides, 0,13-0,17 mm compr. Ginostégio mamilado a
apiculado no ápice. Folículos hirtelos ou setulosos, 2,5-3,5 cm compr.
Material examinado. Catas Altas: Serra do Caraça, s.d. (fl), L. Damazio s.n. (RB 48587). Santana do
Riacho: Serra do Cipó, 6.II.1938 (fl), H.M. Barreto 8868 (BHMH, F, R); ib., km 142, 16.IV.1935 (st), H.M.
Barreto 1122 & A.C. Brade 14895 (BHMH, RB); estrada para Lapinha, 19o04'S, 43o42'W, 4.III.1998 (fl), A.
Rapini et al. 598 (SPF). Santana do Pirapama: fazenda Inhame (Serra Mineira), 18o55'S, 43o54'W,
22.III.1982 (fl), J.R. Pirani et al. CFSC 8084 (RB, SP); ib., 23.III.1982 (fl), I. Cordeiro et al. CFSC 8138
(RB, SP, SPF). Congonhas do Norte: Serra da Carapina (Serra Talhada), 18o53'S, 43o43'W, 2.II.1998 (fl), A.
Rapini et al. 539 (SPF). Datas: km 607 da Rodovia Diamantina – Datas, BR-367, 1.II.2000 (fl), R. MelloSilva & R.C. Forzza 1784 (SPF). Diamantina: s.d. (st), A.W. Schwacke 8048 (BHCB); Conselheiro Mata,
VI.1934 (fl, fr), A.C. Brade 13468 (RB); 20 km SW da cidade, 21.I.1969 (fl), H.S. Irwin et al. 22361 (MO,
RB, UB); entre Diamantina e Mendanha, 12.XII.1980 (fl), I. Cordeiro et al. CFCR 564 (MO, RB, SPF, UB);
8,6 km depois do asfalto, em direção a Conselheiro Mata, 23.IX.1994 (fr), S. Splett 652 (HB); ib., 15.III.1995
(fl), S. Splett 943 (HB, UB); estrada Diamantina – Conselheiro Mata, MG-220, ca. 3 km do Córrego das
Pedras, 3.X.1997 (fl), A. Rapini et al. 394 (BHCB, G, K, NY, SP, SPF, W); Guinda, 20.I.1972 (fl), G.
Hatschbach 29058 (MBM); estrada para Milho Verde, 13,5 km de Diamantina, 30.I.2000 (fl), R.C. Forzza &
R. Mello-Silva 1483 (CTES, F, SPF, UEC).
Ditassa parva possui dimensões bastante reduzidas, formando touceiras geralmente
até 15 cm de altura. Nas chaves apresentadas por Fontella-Pereira (1989a) e FontellaPereira et al. (1995), D. parva poderia ser distinguida de espécies afins por possuir a face
adaxial das folhas glabra e a face abaxial da corola glabra ou quase. Essas características
não foram consistentes na maioria dos materiais analisados, podendo ser encontrados na
mesma população (e.g. CFSC 8138), indivíduos com a corola abaxialmente glabra ou
esparsamente hirsuta. Além disso, muitos indivíduos apresentam as folhas adaxialmente
com tricomas esparsos, muitas vezes restritos à região lateral. Esse equívoco deve ter
levado à inclusão de CFSC 8084 em D. cordata var. abortiva (E.Fourn.) Fontella na Flora
147
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
da Serra do Cipó (Fontella-Pereira et al. 1995), táxon provavelmente restrito à região de
São João d'El Rei, ao sul da Cadeia do Espinhaço.
Esta espécie ocorre em solos arenosos ou areno-pedregosos de campos rupestres,
desde a Serra do Caraça até Diamantina. Floresce de outubro a abril, com pico de floração
em março.
Chave para as espécies do Grupo de Ditassa acerosa:
1. Folhas opostas; lâmina 1,5-3(-5) mm compr. Corola abaxialmente glabra ou quase.
Caudículos retos ou arqueados..................................................13.5. D. micromeria (148)
1'. Folhas verticiladas, ao menos nos ramos terminais; lâmina 4-13 mm compr. Corola
abaxialmente indumentada. Caudículos geniculados.
2. Subarbusto, freqüentemente volúvel no ápice dos ramos. Ramos, folhas e face abaxial
do cálice e corola geralmente hirsutos, raramente tomentosos ou escabrosos.
Cimeiras racemiformes ou umbeliformes. Pedicelo com mais de 1 mm compr.
Segmentos da corona triangulares ou quase, os internos mais baixos que o
ginostégio e que os externos.....................................................13.6. D. acerosa (149)
2'. Erva prostrada. Ramos, folhas e face abaxial do cálice e corola alvo-tomentulosos.
Cimeiras unifloras. Pedicelo até 0,5 mm compr. Segmentos da corona lineares, os
internos mais altos que o ginostégio, quase da mesma altura dos externos.
(Dimantina- 30)............................................................13.7. D. diamantinensis (151)
13.5. Ditassa micromeria Decne. in DC., Prodr. 8: 578. 1844. Tipo: BRASIL. Minas
Gerais: P. Claussen 360 (P n.v., fotos F, MO). Provável isótipo: P. Claussen s.n. (F
998489).
Figura: 12 V-Z; foto 26.
Erva a subarbusto, 15-50 cm alt.; ramos hirtelos, setulosos ou escabrosos. Folhas
opostas, patentes a obliquamente eretas; pecíolo raramente alcançando 1 mm compr.;
lâmina oblonga ou quase, revoluta, 1,5-3(-5) mm compr., 0,4-1 mm larg., escabrosa a
hirtela; base obtusa; ápice arredondado. Cimeiras fasciculiformes, subaxilares, 1-2(-4)
flores. Pedicelo até 1 mm compr. Cálice abaxialmente hirtelo a escabroso; sépalas ovais ou
elípticas, 0,65-1 mm compr. Corola campanulada, alva ou creme, freqüentemente
esverdeada, abaxialmente glabra ou quase, adaxialmente minutamente papilosa; tubo 0,30,6 mm compr.; lacínias ovais, 0,95-1,15 mm compr. Corona com lobos duplos; segmentos
externos subligulados a sublanceolados, geralmente mais altos que o ginostégio, os internos
oblongos, quase da altura do ginostégio. Asas das anteras suboblongas, quase do tamanho
do dorso; membrana apical escamiforme, circular ou depressamente oval. Retináculo
oblongo a elipsóide, ca. 0,05-0,06 mm compr.; caudículos simples, retos ou arqueados,
0,05-0,07 mm compr.; polínios dacrióides ou ovóides, 0,1-0,14 mm compr. Ginostégio
estipitado no centro e nos vértices do ápice. Folículos escabrosos, ca. 3 cm compr.
Material examinado. Itabirito: Serra do Itabirito, 8.II.1968 (fl), H.S. Irwin et al. 19556 (MBM, MO, R, UB).
Belo Horizonte: Serra da Mutuca, II.1945 (fl), L.O. Williams & V. Assis 5700 (MO, R); Serra do Curral,
20.V.1934 (bt), H.M. Barreto 979 (F). ib., 15.III.1942 (fl), G.M. Magalhães 1929 (BHMH); ib., IV.1954 (fl),
L. Roth 16329 (RB); Serra do Taquaril, 20.XII.1932 (fl), H.M. Barreto 977 (BHMH, F, R); ib., 18.V.1933
148
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
(st), H.M. Barreto 978 (BHMH, F, R, RB). Caeté: Olhos d'Água, XI.1945 (fr), F.C. Hoehne 5945 (R).
Jaboticatubas: estrada Belo Horizonte – Conceição do Mato Dentro, km 72, 19o40'S, 43o55'W, 2.V.1952 (fl),
L.B. Smith 7060 (R); 19o18'S, 43o35'W, s.d. (st), G. Eiten & L.T. Eiten 11083 (SP). Santana do Riacho: Serra
do Cipó, IV.1905 (st), A. Silveira 390 (R); ib., 15.III.1962 (fl), A.P. Duarte 7975 (F, RB); ib., Palácio,
2.II.1934 (fl), A.J. Sampaio 6745 (BHMH, F); ib., km 129, 18.IV.1950 (fl), A.P. Duarte 2486 (RB); rodovia
Lagoa Santa – Conceição do Mato Dentro – Diamantina, km 115, 4.III.1972 (fl), A.B. Joly et al. CFSC 852
(MBM, SP, UEC); id. CFSC 876 (SP, UEC); rodovia Belo Horizonte – Conceição do Mato Dentro, km 106,
19o17'S, 43o36'W, IV.1990 (fl), G.M. Faria & M. Mazucatu 72 (SPF); ib., km 109, 1.II.1987 (fl), F. Barros
1302 (SP); ib., km 110-1, 11.I.1988 (fl), R. Simão et al. CFSC 11026 (RB, SPF); Estrada da Usina, 9.I.1981
(fl), M.C.H. Mamede et al. CFSC 6878 (F, SP). Santana do Pirapama: fazenda Inhame (Serra Mineira),
24.III.1982 (fl), I. Cordeiro et al. CFSC 8205 (RB, SP, SPF). Joaquim Felício: Serra do Cabral, 16.IV.1996
(fl), G. Hatschbach et al. 64863 (MBM); ib., Córrego do Veado Esfolado, 14.III.1997 (fl), G. Hatschbach et
al. 66226 (MBM). Itacambira: Serra Nova, 13.III.1999 (fl, fr), M.L. Kawasaki & A. Rapini 1115 (NY, SP,
SPF). Botumirim: ca. 18 km em direção a Adão Colares, 12.III.1999 (fl), A. Rapini & M.L. Kawasaki 770
(K, MO, SPF).
Ditassa micromeria possui dimensões bem reduzidas, tanto na parte vegetativa
como na floral. Ocorre em Minas Gerais, Bahia, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul
(Fontella-Pereira et al. 1995). Floresce entre novembro e maio, mais intensamente a partir
de fevereiro. Na Cadeia do Espinhaço, foi coletada desde Itabirito até Botumirim, não tendo
sido encontrada no Planalto de Diamantina.
13.6. Ditassa acerosa Mart., Nov. Gen. sp. pl. 1: 53. 1824. Tipo: BRASIL. Minas Gerais:
Santo Antônio do Itambé (“monte Itambé da Villa do Principe”), V (fl), C.F.P.
Martius s.n. (holótipo: M n.v., fotos F, MO).
Ditassa ericoides Decne. in DC., Prodr. 8: 578. 1844. Tipo: BRASIL. São Paulo: C.G. Beaupre (Gaudichaud)
no 114 in Herb. imp. brasil. (lectótipo: P n.v.).
Figura: 12 AA-CC; foto 9 a-c.
Subarbusto, ocasionalmente cespitoso, 0,2-1 m alt.; ramos freqüentemente volúveis
no ápice, hirsutos a hirtelos, raramente tomentosos. Folhas verticiladas ou opostas,
patentes; pecíolo até 1,3 mm compr.; lâmina oblonga, revoluta, 0,4-1,3 cm compr., 0,7-1(2,6) mm larg., hirsuta a setulosa, raramente tomentosa ou escabrosa; base obtusa a cuneada;
ápice arredondado. Cimeiras racemiformes a umbeliformes, subaxilares, até 6 flores;
pedúnculo ca. 1-2,5(-5) mm compr. Pedicelo 1,5-5 mm compr. Cálice abaxialmente
hirsuto, raramente subtomentoso; sépalas ovais, triangulares ou lanceoladas, 0,8-1,5 mm
compr. Corola subcampanulada, amarela, creme ou esverdeada, abaxialmente hirsuta a
setulosa, raramente subtomentosa, adaxialmente papilosa, glabra a barbelada na base das
lacínias; tubo 0,2-0,8 mm compr.; lacínias ovais a sublanceoladas, 1,1-1,7 mm compr.
Corona com lobos duplos; segmentos externos estreitamente triangulares, quase da altura
ou mais altos que o ginostégio, os internos triangulares a depressamente ovais, mais baixos
que o ginostégio. Asas das anteras suboblongas, maiores que o dorso; membrana apical
depressamente oval. Retináculo estreitamente oblongo, cônico ou subgloboso, 0,1-0,15
mm compr.; caudículos simples, geniculados, 0,06-0,13 mm compr.; polínios dacrióides a
subovóides, 0,1-0,22 mm compr. Ginostégio achatado a levemente mamilado no ápice.
Folículos hirtelos a hirsutos ou glabrescentes, 2,5-3,2 cm compr.; sementes ca. 0,5 mm
compr.
Material examinado. Ouro Preto: Miguel Burnier, 27.I.1921 (fl), F.C. Hoehne s.n. (SP 5171); ib., 31.I.1921
149
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
(fl, fr), F.C. Hoehne s.n. (SP 5238); Serra do Batatal, 22.III.1976 (st), J. Badini s.n. (OUPR 805); ib.,
22.IX.1976 (st), J. Badini & M.A. Zurlo s.n. (OUPR 808); Serra do Capanema, s.d. (fl), J. Badini & M.A.
Zurlo s.n. (OUPR 810); ib., 22.IX.1976 (fl), J. Badini & M.A. Zurlo s.n. (OUPR 806); ib., 22.IX.1976 (st), J.
Badini et al. (OUPR 809); ib., 29.V.1978 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 811). Moeda: km 386, entre Congonhas e
Belo Horizonte, 16.III.1957 (fl), E. Pereira 2400 & G. Pabst 3236 (RB). Itabirito: 19.XII.1970 (fl), P.I.S.
Braga et al. 2017 (RB); 19.XII.1970 (fl), L. Krieger 9694 (RB); 10.VI.1971 (fl), L. Krieger 10666 (RB);
Serra de Itabirito, s.d. (fl), J. Badini s.n. (OUPR 814); ib., 29.V.1978 (fl), J. Fontella & J. Badini 1076
(OUPR, RB); ib., 29.V.1978 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 813); ib., 9.VIII.1980 (fl, fr), M.C. Valente & J.
Badini s.n. (RB 201615); ib., 12.V.1983 (fl, fr), M.A. Zurlo & Jorge (J.L. Silva) s.n. (OUPR 807); Pico do
Itabirito, 19.V.1994 (fl), W.A. Teixeira s.n. (BHCB 25016, HB). Brumadinho: Serra do Rola-Moça, 1934
(fl), G.M. Magalhães s.n. (UB 14151); ib., 5.III.1940 (st), H.M. Barreto 10668 (BHMH, R). Santa Bárbara:
São Bento, 8.VI.1880 (fl), A.W. Schwacke 132 (R). Nova Lima: entre Belo Horizonte e Itabirito, 23.IV.1957
(fl), E. Pereira 3103 & G. Pabst 3938 (HB, RB); ib., 31.VII.1976 (fl, fr), P.H. Davis & G.J. Shepherd 59694
(MBM, UEC); Serra do Curral, 24.III.1945 (fl), L.O. Williams & V. Assis 6350 (F, MO, R, RB, SP). Belo
Horizonte: Marzagão, 6.III.1934 (fl), A.J. Sampaio 7460 (BHMH); ib., 6.III.1934 (bt), H.M. Barreto 972 (F,
RB); Serra do Curral, 18.V.1934 (fl), H.M. Barreto 980 (F, BHMH, R, RB); ib., VI.1949 (fl, fr), J. Vidal s.n.
(R 105908); ib., VII.1949 (fl, fr), J. Vidal s.n. (R 114121); id. s.n. (R 114122); ib., 9.IV.1955 (fl, fr), L. Roth
15554. (RB); Serra do Taquaril, 29.III.1933 (fl), H.M. Barreto 971 (BHMH, R); Serra da Mutuca, V.1958 (fl),
G.M. Magalhães s.n. (UB 33817). Caeté: XI.1915 (fl), F.C. Hoehne s.n. (SP 25116); Morro do Funil,
XI.1915 (fl), F.C. Hoehne 5982 (R); Serra da Piedade, 15.I.1971 (fl), H.S. Irwin et al. 30386 (MBM, UB); ib.,
28.IV.1985 (fl), E.B. Sander & T.S.M. Grandi 1666 (BHCB, SPF); ib., 19o49'S, 43o40'W, 28.IV.1985 (fl),
T.S.M. Grandi & E. Braun 1666 (BHCB); ib., 28.IV.1985 (fl), T.S.M. Grandi et al. 1686 (BHCB, F); ib.,
28.IV.1985 (fl), T.S.M. Grandi et al. 1702 (BHCB); ib., 28.IV.1985 (fl), L. Cunha et al. 58569 (RB); ib.,
19o49'23"S, 43o41'07"W, 11.I.1996 (fl), V.C. Souza et al. 10135 (SPF). Itabira: Turvo, 25.IV.1926 (fl), F.C.
Hoehne & A. Gehrt s.n. (SP 17558). Santana do Riacho: Serra do Cipó, 2.II.1938 (fl), H.M. Barreto 8999
(BHMH, F, R); ib., 3.III.1958 (fl), E.P. Heringer s.n. & A. Castellanos 22044 (R); ib., 3.III.1958 (fl), E.P.
Heringer & A. Castellanos s.n. (UB 14150); ib., 16.III.1964 (fl), E. Pereira 8948 (F, HB, RB); ib., 18.II.1968
(fl), H.S. Irwin et al. 20448 (F, MO, RB, UB); ib., 20.II.1972 (fl), W.R. Anderson et al. 36359 (F, MO, SPF,
UB); Parque Nacional da Serra do Cipó, 14.III.1993 (fl), M. Lucca 93 (BHCB, MO); rodovia Lagoa Santa –
Conceição do Mato Dentro – Diamantina, km 115, 4.III.1972 (fl), A.B. Joly et al. CFCR 877 (MBM, SP,
UEC). Santana do Pirapama: fazenda Inhame (Serra Mineira), 18o55'S, 43o54'W, 20.III.1982 (fl, fr), J.R.
Pirani et al. CFCR 7954 (BHCB, CEPEC, CTES, F, G, INPA, MBM, NY, RB, SP, SPF, W). Congonhas do
Norte: caminho para Gouveia, 18o41'S, 43o42'W, 13.II.1991 (fl), M.M. Arbo et al. 5014 (SPF). Serro:
rodovia Datas – Serro, 18o33'14"S, 43o33'30"W, 1.III.1998 (fl), A. Rapini et al. 507 (MO, SPF). Gouveia:
Barro Preto, 29.XI.1985 (fl), G. Hatschbach & F.J. Zelma 50311 (MBM, MO, SPF). Diamantina: 25.V.1955
(fl), E. Pereira 1511 (F, MBM, RB); 18 km da cidade, 1970 (fl), H.S. Irwin et al. 27474 (F, MO, UB);
Conselheiro Mata, VI.1934 (st), A.C. Brade 13469 (RB); Distrito de Biribiri, Serra dos Cristais, 2.X.1997 (fr),
A. Rapini et al. 383 (CTES, F, G, K, SP, SPF, W); ib., Cachoeira dos Cristais, 18o09'24,6"S, 43o36'04,8"W,
25.XII.1998 (fl, fr), A. Rapini et al. 875 (SPF); entre Sopa e São João da Chapada, 25.I.1978 (fl), G.
Hatschbach 40900 (MBM); estrada Conselheiro Mata – Diamantina, 29.I.1986 (fl), D.C. Zappi et al. CFCR
9409 (G, R, SPF); estrada Guinda – Sopa, 18o10'56"S, 43o42'18"W, 14.I.1998 (fl), A. Rapini et al. 480
(MBM, NY, SPF); rodovia Guinda – Conselheiro Mata, 19.III.1997 (fl), G. Hatschbach et al. 66489 (MBM).
Joaquim Felício: Serra do Cabral, 6.III.1970 (fl), H.S. Irwin et al. 27058 (F, HB, MO, UB); ib., 19.III.1994
(fl), C.M. Sakuragui et al. CFCR 15227 (G, NY, R, SPF, W); ib., 12.III.1995 (fl), G. Hatschbach & J.M. Silva
61799 (MBM); ib., 16.I.1996 (fl), G. Hatschbach & J.M. Silva 64189 (MBM); ib., 14.IV.1996 (fl), G.
Hatschbach et al. 64673 (MBM); ib., 13.III.1997 (fl), G. Hatschbach et al. 66193 (MBM); ib., 17o43'48"S,
44o10'25"W, 13.III.1999 (fl), V.C. Souza & J.P. Pereira 22069 (SPF); 3 km de Cantoni, 9.III.1970 (fl), H.S.
Irwin et al. 27249 (F, MO, UB). Itacambira: Serra de Itacambira, estrada Juramento – Itacambira,
30.IX.1997 (fl), A. Rapini et al. 371 (SP, SPF). Juramento: Serra do Catuni, entre Montes Claros e
Itacambira, 17.III.1997 (fl), G. Hatschbach et al. 66369 (MBM, RB); ca. 1 km de Pau d'Óleo em direção a
Itacambira, 13.III.1999 (fl), A. Rapini & M.L. Kawasaki 775 (SPF). Itacambira: Serra Nova, 13.III.1999 (fl),
M.L. Kawasaki & A. Rapini 1114 (NY, SP, SPF). Botumirim: ca. 18 km em direção a Adão Colares,
12.III.1999 (fl), A. Rapini & M.L. Kawasaki 769 (K, NY, SPF). Grão-Mogol: s.d. (fl), G.M. Magalhães
18397 (HB, UB); 14 km na estrada para Francisco Sá, 9.V.1979 (bt), G. Martinelli 5786 (RB); id. 5798 (RB);
ib., 9.V.1979 (fl, fr), H.C. Lima 951 (RB); estrada Grão-Mogol – Montes Claros, 16.IV.1981 (fl), L. Rossi et
al. CFCR 1008 (CEPEC, RB, SPF, UB, UEC); ib., 68 km de Grão-Mogol, 12.IV.1981 (fl), A. Furlan et al.
150
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
CFCR 689 (CTES, INPA, RB, SPF, US); Torre Telemig, 12.VI.1990 (fl, fr), G. Hatschbach et al. 54174
(MBM). Francisco Sá: 30 km NE da cidade, 10.II.1969 (fl), H.S. Irwin et al. 22976 (MBM, MO, R, UB); ca.
10 km da cidade na BR-251 em direção a Salinas, 10.III.1999 (fl), A. Rapini & M.L. Kawasaki 721 (SPF).
Nome popular: poejo (in sched.).
Ditassa acerosa pode ser reconhecida por seu hábito ereto, geralmente volúvel nos
ramos terminais e lobos da corona bursiculares, com segmentos geralmente triangulares,
unidos na base. O indumento da planta é geralmente hirsuto, formado por tricomas
relativamente rígidos e compridos; no entanto, espécimes do sul da Cadeia do Espinhaço
apresentam freqüentemente tricomas curtos, dando às folhas aspecto escabroso, e no flanco
oeste da Serra do Cabral, são encontrados espécimes tomentosos. O sinônimo foi proposto
por Fontella-Pereira (1979a).
Ocorre no Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo,
Bahia e na Argentina, em campos e cerrados, raramente em restinga (Fontella-Pereira et al.
1995). Floresce ao longo do ano, principalmente entre janeiro e maio, sendo o pico de
floração em março. Foi encontrada ao longo de toda a Cadeia do Espinhaço de Minas
Gerais, geralmente em solo arenoso ou entre pedras.
13.7. Ditassa diamantinensis Fontella, Bradea 6(27): 237; fig. 1. 1993. Tipo: BRASIL.
Minas Gerais: Diamantina, estrada para Conselheiro Mata, km 165, 18.VII.1987 (fl),
C. Kameyama et al. CFCR 11282 (holótipo: SPF; isótipo: RB).
Figura: 12 DD-FF; foto 16 a-c.
Erva prostrada, 10-20 cm alt.; ramos alvo-tomentulosos. Folhas verticiladas ou
opostas, patentes, subsésseis; lâmina oblonga, revoluta, 4-6 mm compr., 0,5-1 mm larg.,
alvo-tomentulosa; base obtusa; ápice arredondado. Cimeiras unifloras, subaxilares;
pedúnculo até 1 mm compr. Pedicelo até 0,5 mm compr. Cálice abaxialmente tomentuloso,
adaxialmente glabro; sépalas subelípticas, ca. 1,2 mm compr. Corola creme, abaxialmente
tomentulosa, adaxialmente papilosa, barbelada na base das lacínias; tubo ca. 0,5 mm
compr.; lacínias subovais, ca. 2 mm compr. Corona com lobos duplos; segmentos internos
e externos lineares, subiguais, mais altos que o ginostégio. Asas das anteras suboblongas,
maiores que o dorso; membrana apical depressamente oval. Retináculo suboblongo, ca. 0,1
mm compr.; caudículos simples, geniculados, ca. 0,8 mm compr.; polínios ovóides a
subglobosos, ca. 0,13 mm compr. Ginostégio mamilado a subgloboso no ápice.
Material examinado. Diamantina: estrada para Conselheiro Mata, km 165, 15.III.1999 (fl, fr), A. Rapini &
M.L. Kawasaki 810 (K, SPF).
Ditassa diamantinensis assemelha-se a D. acerosa, mas são plantas mais delicadas,
prostradas, com inflorescências unifloras, sésseis ou quase e lobos da corona com
segmentos internos e externos lineares, ambos mais altos que o ginostégio. O indumento
alvo e suavemente tomentoso, citado como uma característica diagnóstica na descrição
original, deve ser analisado com cuidado; na Serra do Cabral são encontrados espécimes de
D. acerosa com indumento densamente tomentoso. Ditassa diamantinensis, todavia, possui
indumento relativamente mais delicado.
Esta espécie é representada apenas por uma população de poucos indivíduos,
151
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
encontrados no Planalto de Diamantina.
13.8. Ditassa hispida (Vell.) Fontella, Bradea 3(2): 5. 1979. Asclepias hispida Vell., Fl.
flumin.: 115. 1829; vol. 3: tab. 52. 1831. Tipo: Fl. flumin. vol. 3: tab. 52. 1831
(lectótipo).
Metastelma hirsutum Klotzsch, Linnaea 14: 290. 1840. Tipo: BRASIL. Bahia: Cruz de Cosme (“Cruz de
Casma”), VII (fl), B. Luschnath 73 (holótipo: LE? n.v.; isótipo: MO; provável isótipo: Luschnath
s.n., MO).
Ditassa consanguinea Decne. in DC., Prodr. 8: 575. 1844. Tipo: BRASIL. Bahia: 1830 (fl), P. Salzmann 330
(holótipo: P n.v.; isótipos: G n.v., fotos F, MO; provável isótipo: P. Salzmann s.n., MO).
Ditassa guilleminiana Decne. in DC., Prodr. 8: 574. 1844. Tipo: BRASIL. Rio de Janeiro: Corcovado, J.B.
Guillemin 556 (holótipo: P n.v.).
Ditassa rufescens Decne. in DC., Prodr. 8: 574. 1844. Tipo: C.G. Beaupre (Gaudichaud) no 383 in Herb. imp.
brasil. (lectótipo: P n.v.).
Ditassa klotzschii E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 247. 1885, nom. superfl. Tipo: BRASIL. Bahia:
Cruz de Cosme, B. Luschnath 234 (holótipo: LE n.v.).
Ditassa riedelii E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 247. 1885. Tipo: BRASIL. Bahia: Ilhéus, L. Riedel
308 (holótipo: LE n.v.).
Figura: 13 A-E.
Trepadeira; ramos híspidos a pilosos. Pecíolo 0,2-1,5 cm compr.; lâmina elíptica,
3-8 cm compr., 1,4-4 cm larg., menor no ápice dos ramos, híspida a pilosa; base cuneada a
arredondada; ápice agudo a acuminado. Cimeiras umbeliformes a quase fasciculares,
subaxilares, 5-16 flores; pedúnculo até 2 mm compr. Pedicelo 5-7 mm compr. Cálice
abaxialmente híspido a hirsuto; sépalas ovais, 1,15-1,7 mm compr. Corola
subcampanulada, creme ou amarelada, abaxialmente glabra, adaxialmente puberulenta,
glabra no centro das lacínias ou barbelada na base das lacínias; tubo 0,55-0,9 mm compr.;
lacínias oblongas a lanceoladas, levemente torcidas ou não, 3,3-3,8 mm compr. Corona
com lobos duplos; segmentos quase da altura ou mais altos que o ginostégio, os externos
estreitamente lanceolados a lineares, os internos lanceolados. Asas das anteras oblongas,
maiores que o dorso; membrana apical depressamente oval. Retináculo elipsóide a
oblongo, 0,2-0,23 mm compr.; caudículos providos de membrana reticulada delgada,
levemente arqueados, 0,06-0,1 mm compr.; polínios elipsóides ou quase, 0,2-0,23 mm
compr. Ginostégio subgloboso no ápice.
Material examinado. Serro: estrada para Diamantina, 25.II.1968 (fl), H.S. Irwin et al. 20826 (MBM, MO,
UB). Grão-Mogol: ca. 4 km da cidade em direção a Porto Mandacaru, 10.V.1979 (fl), V.F. Ferreira et al.
772 (RB).
Ditassa hispida é reconhecida por seus ramos e folhas densamente pilosos e
híspidos; suas inflorescências multifloras e odoríferas; e os lobos da corona duplos e
isolados entre si. Os segmentos externos são freqüentemente mais altos que os internos; em
Serro, ambos são mais altos que o ginostégio, enquanto em Grão-Mogol, eles são da mesma
altura. O indumento também parece variar e talvez algumas espécies, como D. blanchetii
Decne., representem apenas formas mais glabras, como indicado por Decaisne (1844) nos
comentários de D. consanguinea. Esta espécie faz parte de um complexo (Fontella-Pereira
et al. 1989) e no Espírito Santo (G. Hatschbach 4768, MO) apresenta grande similaridade
com Metastelma burchellii. Os sinônimos foram propostos por Fontella-Pereira (1979a),
153
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
mas possivelmente outras espécies, como D. fulva E.Fourn. e D. ramosa E.Fourn., devam
fazer parte deste complexo.
Ocorre no Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia (FontellaPereira et al. 1989), porém estudos mais abrangentes sobre sua distribuição devem
confirmar a ocorrência desta espécie no Peru, Colômbia e Venezuela. Na Cadeia do
Espinhaço de Minas Gerais, foi coletada em Serro e Grão-Mogol, em campo rupestre e
cerrado.
Chave para as espécies do Grupo de Ditassa tomentosa:
1. Lobos da corona duplos; segmentos internos lineares a filiformes, incurvados,
geralmente mais altos que o ginostégio......................................13.9. D. mucronata (155)
1'. Lobos da corona simples ou providos adaxialmente de uma prega ou carúncula mais
baixa que o ginostégio.
3. Sépalas 0,7-1,1 mm compr. Retináculo subcônico a campanulado, até 0,13 mm
compr.; caudículos plicados ou articulados. (Ouro Preto a Diamantina- 2-30)...............
..........................................................................................13.10. D. aequicymosa (156)
3'. Sépalas com mais de 1 mm compr. Retináculo elipsóide a oblongo, com mais de 0,13
mm compr.; caudículos retos ou geniculados, mas não articulados.
4. Lâmina foliar geralmente até 3 mm larg., abaxialmente velutino-tomentosa.
Cimeiras até 17 flores. Corola adaxialmente puberulenta a glabra, com menos de
2,5 mm compr.....................................................................13.11. D. pohliana (157)
4'. Lâmina foliar geralmente com mais de 6 mm larg., se mais estreita, abaxialmente
hirsuta apenas na nervura central. Cimeiras até 7 flores. Corola adaxialmente
vilosa ou tomentosa, mais raramente papilosa a puberulenta próximo à margem
das lacínias ou pubescente, geralmente pilosa, setosa a barbada próximo à fauce,
com mais de 2,5 mm compr.
5. Lâmina foliar abaxialmente hirsuta na nervura central. Lobos da corona
lineares, mais altos que o ginostégio. Asas das anteras quase do tamanho do
dorso. Caudículos simples, geniculados...................13.12. D. longicaulis (159)
5'. Lâmina foliar geralmente vilosa, hirsuta, setosa, pilosa ou esparsamente
pubescente na face abaxial. Lobos da corona sub-rômbicos, elípticos, subretangulares ou depressamente ovais, mais baixos ou quase da altura do
ginostégio. Asas das anteras maiores que o dorso. Caudículos com membrana
reticulada, retos.
6. Sépalas com menos de 2,5 mm compr. Polínios 0,17-0,23 mm compr.
7. Ramos velutino-tomentosos. Lacínias da corola lanceoladas, com mais
de 4 mm compr. Lobos da corona sub-rômbicos.......................................
..........................................................................13.13. D. tomentosa (159)
7'. Ramos vilosos. Lacínias da corola triangulares, com menos de 2,5 mm
compr. Lobos da corona sub-retangulares (Serra do Cipó- 20 e 24)..........
...........................................................................13.14. D. cipoensis (160)
6'. Sépalas com mais de 2,5 mm compr. Polínios 0,23-0,33 mm compr.
8. Pecíolo até 5 mm compr. Corola rotácea, adaxialmente puberulenta a
papilosa próximo à margem, setosa a híspida próximo à fauce (sul da
Cadeia- 1, 2, 6 e 7).......................................13.15. D. longisepala (161)
154
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
8'. Pecíolo 5-10 mm compr. Corola subcampanulada, adaxialmente vilosa
(Pico do Itambé- 29).....................................13.16. D. itambensis (162)
13.9. Ditassa mucronata Mart., Nov. Gen. sp. pl. 1: 52; tab. 31, fig. 2. 1824. Tipo:
BRASIL. Minas Gerais: Ouro Preto (“Morro de Villa Rica”), III (fl), C.F.P. Martius
s.n. (holótipo: M n.v.).
Ditassa crassinervia Decne. in DC., Prodr. 8: 577. 1844. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: P. Claussen 363
(holótipo: P n.v.; isótipo: B n.v., fotos F, MO).
Ditassa montana Decne. in DC., Prodr. 8: 576. 1844. Tipo: BRASIL. Rio de Janeiro: Serra dos Órgãos, 1838
(fl), G. Gardner 529 (holótipo: K n.v., foto F; isótipos: F; G n.v., fotos F, MO; US n.v., foto MO).
Figura: 13 F-K; foto 27 a-b.
Trepadeira; ramos velutino-tomentosos. Pecíolo 1,5-3 mm compr.; lâmina
geralmente elíptica ou oboval, revoluta na margem, 0,8-2,5 cm compr., 2-9 mm larg.,
hirsuta a setulosa; base cuneada; ápice mucronado. Cimeiras subfasciculiformes a
glomeruliformes, subaxilares, 3-7 flores; pedúnculo até 2 mm compr. Pedicelo 1,5-3,5 mm
compr. Cálice abaxialmente hirsuto; sépalas ovais ou triangulares, 0,75-0,9 mm compr.
Corola rotácea, alva ou esverdeada, abaxialmente hirsuta, adaxialmente tomentulosa,
geralmente barbelada na base das lacínias; tubo 0,25-0,5 mm compr.; lacínias ovais,
eventualmente recurvadas, 1,5-1,6 mm compr. Corona com lobos alvos, duplos; segmentos
externos subelípticos, lanceolados ou escamiformes, subulados, flexuosos no ápice, mais
altos que o ginostégio, os internos lineares a filiformes, incurvados, geralmente mais altos
que o ginostégio. Asas das anteras suboblongas, maiores que o dorso; membrana apical
depressamente oval. Retináculo elipsóide, ligulado ou oblongo, 0,1-0,14 mm compr.;
caudículos simples ou quase, geniculados, 0,05-0,1 mm compr.; polínios suboblongos a
estreitamente piriformes, 0,17-0,2 mm compr. Ginostégio levemente mamilado no ápice.
Folículos hirsutos, ca. 3 cm compr.
Material examinado. Ouro Branco: Serra de Ouro Branco, 17.IV.1957 (fl), E. Pereira 2939 & G. Pabst
3775 (HB, MBM, RB); ib., 20o30'14"S, 43o38'44"W, 28.V.1997 (fl, fr), A. Rapini et al. 328 (NY, SP, SPF);
ib., 20o30'19"S, 40o38'02"W, 16.VIII.1998 (fl), A. Rapini et al. 664 (SPF); ib., 20o30'19"S, 40o38'02"W,
16.VIII.1998 (fr), A. Rapini et al. 670 (SPF). Ouro Preto: s.d. (st), A. Silveira 283 (R); s.d. (fl), M.A. Zurlo et
al. s.n. (OUPR 4364); 28.V.1923 (fl), J.B. Godoy s.n. (SP 8411); Bico de Pedra, s.d. (fl), J. Badini s.n.
(OUPR 847); Camarinhas, 26.V.1978 (fl), J. Fontella & J. Badini 1072 (RB); ib., 6.VIII.1980 (fr), M.C.
Valente & J. Badini s.n. (RB 201611); ib., 20.III.1998 (fl), A. Rapini et al. 611 (F, G, HB, SPF); chácara A.
Bento, s.d. (fl, fr), s.c. (R 5924); Estação Ecológica Tripuí, 11.III.1992 (fl), Oliveira et al. s.n. (HXBH
10145); estrada Chapada – Santa Rita, 20.III.1998 (fl), A. Rapini et al. 605 (BHCB, K, MBM, MO, SPF, W);
Fazenda do Manso, 15.IV.1974 (fl), M.R. Lisboa s.n. (OUPR 844); ib., 6.VIII.1980 (fl), M.C. Valente & J.
Badini s.n. (RB 201626); Fazenda do Tesoureiro, 15.IV.1974 (fl), M.R. Lisboa s.n. (OUPR 843); Morro do
Cruzeiro, s.d. (fl), J. Badini s.n. (OUPR 841); ib., s.d. (fl), J. Badini s.n. (OUPR 849); ib., 15.IV.1974 (fl),
M.R. Lisboa s.n. (OUPR 850); Morro da Forca, s.d. (fl), C.T.M. Gomes 1960 (SP); Serra do Antônio Pereira,
7.VIII.1980 (fl), M.C. Valente & J. Badini s.n. (RB 201620); Serra do Itacolomi, 21.III.1998 (fl), A. Rapini et
al. 621 (SPF); Itacolomi, s.d. (fl), J. Badini s.n. (OUPR 846); Itacolomi, 14.IV.1994 (fl), J.L. Silva et al. s.n.
(OUPR 1379 A, B); Três Moinhos, 9.III.1997 (fl), M.C.T.B. Messias s.n. (OUPR 6735); Vellozo, 18.II.! (fl),
L. Damazio 1632 (RB). Mariana: fazenda dos Macaquinhos, s.d. (fl), J. Badini s.n. (OUPR 848); ib.,
4.IV.1974 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 842); ib., 15.IV.1974 (fl), M.R. Lisboa s.n. (OUPR 845); Santa Rita
Durão, s.d. (fl), J. Badini s.n. (OUPR 821). Moeda: Serra da Moeda, s.d. (fl), Amélia (A.K.O. Santos) et al.
s.n. (OUPR 4379). Itabirito: Pico do Itabirito, 29.III.1994 (fl), W.A. Teixeira s.n. (BHCB 23934, F, HB).
Catas Altas: Caraça, Cruzeiro, 3.IV.1980 (fl), Tales s.n. (BHCB 1970); caminho para a Cascatona, ca.
20o05'S, 43o30'W, 3.XII.1998 (bt), A. Rapini & M.L. Kawasaki 717 (BHCB, HB, SPF). Santa Bárbara:
155
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
13.IV.1933 (fl), H.M. Barreto 974 (R, RB); 6 km da cidade, 13.IV.1933 (fl), H.M. Barreto 5160 (R).
Jaboticatubas: rodovia Lagoa Santa – Conceição do Mato Dentro – Diamantina, 28.V.1972 (fl), J. Semir et
al. CFSC 2345 (SP).
Ditassa mucronata inclui trepadeiras ramificadas, freqüentemente repletas de flores
alvas ou esverdeadas, com folhas hirsutas e de margem revoluta; as lacínias da corola são
adaxialmente barbeladas na base e as papilas alongadas formam um indumento
tomentuloso até a porção superior; os lobos da corona são compostos por dois segmentos
alongados e exclusos, ao menos os externos. Os sinônimos foram propostos por FontellaPereira (1970) e Fontella-Pereira et al. (1995), respectivamente.
Ocorre em campos de altitude do Rio de Janeiro (Fontella-Pereira et al. 1995) e na
beira de estradas e capoeiras de Minas Gerais, desde São Tomé das Letras, ao sul da Cadeia
do Espinhaço, até a Serra do Cipó, sendo mais comum em Ouro Preto. Floresce entre
fevereiro e julho, principalmente em março e abril.
13.10. Ditassa aequicymosa E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 248. 1885. Tipo:
BRASIL. Minas Gerais: Serra da Piedade, J.E.B. Warming 137a (lectótipo: C n.v.).
Ditassa gomesii Malme, Ark. Bot. 28A(5): 13; tab. 7, fig. a, b. 1936. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Belo
Horizonte, 16.III.1919 (fl), A. Gehrt s.n. (S? n.v.; SP 3262) (“A. Gehrt 2362”).
Figura: 13 L-P; foto 10 a-b.
Trepadeira; ramos hirsutos, ocasionalmente tomentosos ou vilosos. Pecíolo 1,5-2,5
mm compr.; lâmina revoluta, pelo menos na margem, suborbicular a estreitamente elíptica,
raramente oboval, 0,5-1,7 cm compr., 2,5-7 mm larg., adaxialmente hirsuta a híspida,
abaxialmente hirsuta a pilosa; base cuneada a obtusa; ápice mucronado. Cimeiras
umbeliformes, subaxilares, até 5 flores; pedúnculo 1,5-5,5 mm compr. Pedicelo 2-5(-7) mm
compr. Cálice abaxialmente hirsuto; sépalas ovais ou triangulares, 0,7-1,1 mm compr.
Corola rotácea a campanulada, alva, creme ou esverdeada, abaxialmente hirsuta,
adaxialmente papilosa a puberulenta nas lacínias; tubo 0,2-0,6 mm compr.; lacínias ovais,
1,1-2,35 mm compr. Corona com lobos triangulares ou oblongos, mais altos ou quase da
altura do ginostégio, geralmente providos adaxialmente de uma prega ligulada a
suboblonga, mais baixa que o ginostégio. Asas das anteras oblongas, maiores que o dorso;
membrana apical depressamente oval. Retináculo subcônico a campanulado, raramente
elipsóide, 0,08-0,13 mm compr.; caudículos simples, plicados a articulados, 0,07-0,1 mm
compr.; polínios dacrióides a piriformes, 0,17-0,2 mm compr. Ginostégio plano a
levemente apiculado no ápice. Folículos hirsutos a hirtelos, 3,5-4,5 cm compr.
Material examinado. Ouro Preto: s.d. (fl), L. Damazio 1635 (RB); id. s.n. (OUPR 818); s.d. (fl), C.T.M.
Gomes no 295 in Herb. Silveira (SP); Cachoeira das Andorinhas, 29.VI.1982 (fr), T.S.M. Grandi et al. 1064
(BHCB); Camarinhas, 26.V.1978 (fl), J. Fontella & J. Badini s.n. (OUPR 816); id. s.n. (OUPR 817); id. s.n.
(OUPR 863); id. 1073 (RB); ib., 6.VIII.1980 (fr), M.C. Valente & J. Badini s.n. (RB 201612); ib., 20.III.1998
(fl), A. Rapini et al. 615 (MO, R, SPF, W); Morro de São Sebastião, s.d. (st), s.c. (R 5922); Santo Antônio do
Leite, 12.VIII.1980 (bt, fr), M.C. Valente s.n. (RB 201619); Serra de Antônio Pereira, 7.VIII.1980 (fr), M.C.
Valente & J. Badini s.n. (RB 201621); Serra de Ouro Preto, 26.V.1978 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 819).
Itabirito: Pico do Itabirito (“Itabirussu”), 11.IX.1887 (st), A.W. Schwacke 5861 (RB). Catas Altas: Serra do
Caraça, 10 km de Barão de Cocais, 27.I.1971 (fl), H.S. Irwin et al. 29248 (MBM, MO, UB); ib., 22.III.1987
(fl), E. Pereira 2579 & G. Pabst 3415 (HB, RB); ib., 23.V.1997 (fl, fr), A. Rapini et al. 304 (SPF); ib.,
24.V.1997 (fl), A. Rapini et al. 315 (SPF); caminho para a Cascatona, ca. 20o05'S, 43o30'W, 3.XII.1998 (fr),
156
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
A. Rapini & M.L. Kawasaki 719 (SPF). Nova Lima: Serra do Curral, 30.III.1945 (fl), L.O. Williams & V.
Assis 6393 (MO). Belo Horizonte: 10.II.1927 (fl), F.C. Hoehne s.n. (SP 18507); 22.II.1932 (fl), P.C. Porto &
Fagundes 2163 (RB); Serra do Curral, 12.III.1955 (fl), L. Roth 16331 (RB); Serra da Mutuca, V.1958 (fl),
G.M. Magalhães s.n. (UB s.n.). Sabará: I.1916 (fl), F.C. Hoehne 6801 (R). Caeté: Serra da Piedade, 19o49'S,
43o40'W, 27.IV.1986 (fl), T.S.M. Grandi et al. 2225 (BHCB). Itabira: Cauê, 12.II.1934 (fl), A.J. Sampaio
7009 (R). Santana do Riacho: Serra do Cipó, 1938 (fl), J. Badini & H.M. Barreto s.n. (OUPR 815); ib., alto
do Palácio, próximo à sede do IBAMA, 1.V.1993 (fl), V.C. Souza & C.M. Sakuragui 3360 (ESA); ib., km
125,5 da MG-010, 17.III.1999 (fl), A. Rapini & M.L. Kawasaki 828 (F, SPF); ib., km 134, 15.III.1962 (fl),
A.P. Duarte 6545 (HB, MBM, MO, RB); ib., km 136, 6.IV.1957 (fl), E. Pereira 2891 & G. Pabst 3727 (RB);
ib., km 139, 15.IV.1935 (st), H.M. Barreto & A.C. Brade 1113 (BHMH, F, R); ib., km 139, 15.IV.1955 (fl),
H.M. Barreto 143 & A.C. Brade 14897 (RB); Retiro do Alto Palácio, 1.V.1993 (fl), F. Barros 2769 (SP).
Diamantina: estrada Guinda – Conselheiro Mata, 4.VI.1985 (fl), J.Y. Tamashiro et al. 17368 (UEC); Guinda,
16.III.1999 (fl), A. Rapini & M.L. Kawasaki 817 (G, K, NY, SPF); estrada para Conselheiro Mata, 17.V.1977
(fl), P.E. Gibbs et al. 5202 (MBM, UEC); ib., 21 km de Diamantina, 31.I.2000 (fl), R.C. Forzza & R. MelloSilva 1506 (G, SPF, W); fazenda Bandeirinha, divisa Diamantina – Datas, na rodovia BR-367, nascentes do
córrego Canudos, 3.X.1997 (fl), A. Rapini et al. 391 (SP, SPF).
Ditassa aequicymosa pode ser reconhecida pelo hábito volúvel, bastante ramificado
e folhas hirsutas, geralmente numulariformes, suborbiculares, exceção feita aos espécimes
encontrados na Serra do Caraça, que possuem folhas elípticas, como em D. mucronata.
Pode ser distinta daquela espécie, no entanto, pelo indumento adaxial da corola papiloso a
puberulento e os lobos da corona quase da mesma altura ou ultrapassando brevemente o
ginostégio. O sinônimo foi proposto por Fontella-Pereira & Marquete (1972). Ocorre desde
o sul da Cadeia do Espinhaço até Diamantina, florescendo geralmente entre janeiro e junho,
com pico de floração em maio.
13.11. Ditassa pohliana E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 244. 1885. Tipo:
BRASIL. Entre Chapada e Água, J.B.E. Pohl s.n. (W? n.v.).
Figura: 13 Q-S; foto 30.
Trepadeira; ramos velutino-tomentosos. Pecíolo 2-6 mm compr.; lâmina
geralmente oblonga ou elíptica, revoluta na margem, 1-4 cm compr., 1-3(-5,5) mm larg.,
menores em direção ao ápice, adaxialmente velutina, pubescente ou pilosa, abaxialmente
velutino-tomentosa; base cuneada, truncada ou obtusa; ápice mucronado. Cimeiras
umbeliformes, freqüentemente bifurcadas na base, até 17 flores; pedúnculo até 3 mm
compr. Pedicelo ca. 2-5 mm compr. Cálice abaxialmente hirsuto; sépalas lanceoladas, 1,11,4 mm compr. Corola geralmente creme, rotácea, abaxialmente hirsuta, adaxialmente
puberulenta a glabra; tubo 0,25-0,4 mm compr.; lacínias ovais, 1,4-1,95 mm compr.
Corona com lobos oblongos, mais baixos que o ginostégio, adaxialmente formando uma
carúncula sob o dorso das anteras. Asas das anteras suboblongas, maiores que o dorso;
membrana apical depressamente oval. Retináculo elipsóide ou cônico, 0,15-0,2 mm
compr.; caudículos providos de membrana reticulada, retos, 0,05-0,1 mm compr.; polínios
obovóides a oblongos, ca. 0,25 mm compr. Ginostégio mamilado ou capitado no ápice.
Material examinado. Cristália: rodovia para Grão-Mogol, 15.V.1988 (fl), G. Hatschbach & F.J. Zelma
52040 (MBM, MO). Grão-Mogol: 12.VI.1990 (fl), G. Hatschbach et al. 54159 (HXBH, MBM, MO, UB);
rodovia para Cristália, 22.IV.1978 (fl), G. Hatschbach 41399 (MBM); vale do rio das Mortes, 24.V.1987 (fl),
J.R. Pirani & R. Mello-Siva CFCR 10890 (NY, RB, SPF). Monte Azul: via montividiu, 18.IV.1996 (fl), G.
Hatschbach et al. 65000 (MBM).
157
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Ditassa pohliana pode ser reconhecida pelo hábito volúvel, folhas oblongas ou
quase, geralmente velutinas, flores pequenas e numerosas e a forma da corona, com lobos
unidos na base. Ocorre em Minas Gerais, Bahia e Goiás, geralmente em campo rupestre e
caatinga (Fontella-Pereira et. al. 1989), e floresce de abril a julho com pico de floração em
junho. Na Cadeia do Espinhaço de Minas Gerais, foi coletada no norte, a partir de Cristália.
13.12. Ditassa longicaulis (E.Fourn.) Rapini, comb. ined. Metastelma longicaule E.Fourn.
in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 210. 1885. Sintipo: BRASIL. Minas Gerais: XI
(fl), L. Riedel 857 (LE? n.v.); J.F. Widgren 45 (M n.v., fotos F, MO).
Figura: 14 A-F.
Trepadeira; ramos velutino-tomentosos. Pecíolo 2-5 mm compr.; lâmina
estreitamente elíptica a oblonga, revoluta ao menos na margem, 2-5 cm compr., 0,2-1,2 cm
larg., adaxialmente hirsuta a esparsamente hirtela, abaxialmente hirsuta na nervura central;
base cuneada; ápice mucronado. Cimeiras glomeruliformes, subaxilares, até 7 flores.
Pedicelo até 2 mm compr. Cálice abaxialmente hirtelo a hirsuto; sépalas ovais a
lanceoladas, 1,75-2 mm compr. Corola campanulada, alva ou creme, abaxialmente hirtela a
esparsamente hirsuta, adaxialmente tomentosa, barbada na base das lacínias; tubo ca. 0,50,8 mm compr.; lacínias ovais a lanceoladas, 2,5-3 mm compr. Corona com lobos lineares,
flexuosos no ápice, mais altos que o ginostégio, eventualmente providos de uma prega
adaxial diminuta. Asas das anteras suboblongas, quase do tamanho do dorso; membrana
apical semi-orbicular. Retináculo oblongo a subobovóide, ca. 0,2 mm compr.; caudículos
simples, geniculados, ca. 0,1 mm compr.; polínios oblongos a elipsóides, 0,25-0,3 mm
compr. Ginostégio capitado ou apiculado no ápice. Folículos velutinos ou hirsutos, ca. 5
cm compr.; sementes ca. 6 mm compr.
Material examinado. Belo Horizonte: IV.1898 (fl, fr), A. Silveira 296 (R). Sabará: I.1916 (fl), F.C. Hoehne
6743 (R); id. 6744 (R). Serro: rodovia MG-2, próximo a Pedro Lessa, 10.VIII.1972 (fl), G. Hatschbach
30151 (MBM). Diamantina: estrada para Gruta do Salitre e Extração, 9.XII.1992 (fr), H.F. Leitão Filho et
al. 27562 (UEC).
Ditassa longicaulis pode ser reconhecida pelas folhas estreitamente elípticas,
fortemente revolutas na margem, quase glabras abaxialmente, com tricomas restritos à
nervura central, e corona com lobos lineares, exclusos, ocasionalmente providos de uma
prega oculta sob o dorso das anteras (e.g. Hatschbach 30151).
Foi coletada em Minas Gerais e Bahia (Fontella-Pereira et al. 1989) e, na Cadeia do
Espinhaço de Minas Gerais, foi encontrada na região de Belo Horizonte e no Planalto de
Diamantina, ocorrendo em orla de mata.
13.13. Ditassa tomentosa (Decne.) Fontella, Bol. Bot. Mus. Munic. 39: 1. 1979.
Metastelma tomentosum Decne. in DC., Prodr. 8: 514. 1844. Tipo: BRASIL. Rio
de Janeiro: Tijuca (“Tejuca”), Vauthier s.n. (holótipo: P n.v.; isótipo: G n.v., fotos F,
MO).
Metastelma venosum Decne. in DC., Prodr. 8: 514. 1844. Tipo: BRASIL. São Paulo: s.c. no 384 in Herb. imp.
brasil. (holótipo: P n.v., foto F).
Ditassa fallax E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 248. 1885. Tipo: BRASIL. São Paulo: W.J.
Burchell 4731 (lectótipo: K n.v.).
159
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Metastelma obscurum E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 208. 1885. Tipo: BRASIL. Minas Gerais:
Serra de Araxá, 1816-1821 (fl), A.F.C.P. Saint-Hilaire 449 (holótipo: P n.v., fragmento F, foto F).
Ditassa venosa E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 249. 1885. Tipo: BRASIL. C.F.P. Martius s.n.
(holótipo: M n.v., fotos F, MO).
Metastelma heterodontum Silveira, Fl. serr. Min.: 13; tab. 4, fig. 2. 1908. Sintipo: BRASIL. Minas Gerais:
Serra de Treituba, IV.1897, A. Silveira; Serra do Lenheiro, IV.1997, A. Silveira; Serra de Ibitipoca,
IV.1897, Henrique Magalhães no 293 in Herb. Silveira (B n.v., fragmento F; R); Mariana, J.B.
Godoy (?); ib., s.d. (fl), C.T.M. Gomes 934 (SP).
Figura: 14 G-M.
Trepadeira; ramos velutino-tomentosos. Pecíolo 2-4 mm compr.; lâmina elíptica,
revoluta na margem, 3-4 cm compr., 0,7-1,6 cm larg., hirsuta, setosa ou pilosa; base
cuneada; ápice mucronado. Cimeiras quase glomeruliformes, subaxilares, 3-6 flores;
pedúnculo até 2 mm compr. Pedicelo 1-1,5 mm compr. Cálice abaxialmente hirsuto;
sépalas ovais a lanceoladas, 2-2,2 mm compr. Corola campanulada, alva, abaxialmente
glabra, adaxialmente tomentosa, pilosa próximo à fauce; tubo 1,2-1,3 mm compr.; lacínias
lanceoladas, 4,4-4,5 mm compr. Corona com lobos sub-rômbicos, freqüentemente
tridentados no ápice, mais baixos que o ginostégio, providos adaxialmente de uma prega
inconspícua. Asas das anteras oblongas, maiores que o dorso; membrana apical triangular
ou quase. Retináculo elipsóide, 0,22-0,23 mm compr.; caudículos com membrana
reticulada, retos, ca. 0,6 mm compr.; polínios elipsóides ou ovóides, ca. 0,23 mm compr.
Ginostégio capitado, subgloboso ou mamilado no ápice.
Material examinado. Ouro Preto: s.d. (fl), L. Damazio 1639 (RB); Cachoeira Andorinhas, 21.III.1979 (fl), J.
Badini s.n. (OUPR 820); Camarinhas, s.d. (fl), L. Damazio s.n. (OUPR 740); ib., 20.III.1998 (fl), A. Rapini et
al. 616 (BHCB, G, K, MO, SPF, W); Chapada, s.d. (fl), J. Badini s.n. (OUPR 742); ib., 26.V.1980 (fl),
J.Badini s.n. (OUPR 861); fazenda Manso, 5.VIII.1980 (fl), M.C. Valente & J. Badini s.n. (RB 201609); ib.,
6.VIII.1980 (fl), M.C. Valente & Nilda (N. Marquete F.S.) s.n. (RB 201610); Gambá, s.d. (fl), s.c. (R 6083);
base do Itacolomi, 15.IV.1973 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 743); Saramenha, s.d. (fl), L. Damazio 1484 (RB);
Serra do Frasão, 26.XI.1974 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 862); Serra de Lavras Novas, 26.V.1980 (fl), J.Badini
s.n. (OUPR 860). Catas Altas: Caraça, 17.IV.1933 (fl), H.M. Barreto 949 (BHMH); id. s.n (R 95135). Santa
Bárbara: serra Gongo Socco, km 67, 12.IV.1933 (fl), H.M. Barreto 950 (BHMH, F, R, RB). Caeté: Serra da
Piedade, XI.1915 (fl), F.C. Hoehne 5930 (R).
Ditassa tomentosa possui inflorescências quase glomeruliformes e flores com
lacínias alongadas, com mais de 4 mm compr. Os sinônimos foram propostos por FontellaPereira (1979b) ao transferir Metastelma tomentosum para Ditassa. Ocorre em beira de
córregos, beira de matas, capões e terrenos perturbados, no Paraná, São Paulo, Rio de
Janeiro, Minas Gerais (Fontella-Pereira et. al. 1995) e Distrito Federal (E.P. Heringer et al.
7199, MO; H.S. Irwin 5412, MO; id. 18165a, MO; id. 15797, MO). Floresce ao longo do
ano, principalmente em março. Na Cadeia do Espinhaço, foi encontrada no sul, nas Serras
de Ouro Preto, do Caraça e da Piedade.
13.14. Ditassa cipoensis (Fontella) Rapini, stat. ined. D. tomentosa var. cipoensis Fontella,
Bradea 5(49): 478. 1991 (“cipoense”). Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Fazenda Alto
Palácio, 14.II.1973 (fl), G. Hatschbach & Z. Ahumada 31597 (holótipo: MBM).
Figura: 14 N-Q; foto 12 a-b.
160
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Trepadeira; ramos vilosos. Pecíolo 3-7 mm compr.; lâmina elíptica, revoluta na
margem, 2-4,3 cm compr., 1-2 cm larg., adaxialmente pilosa a hirsuta; abaxialmente vilosa
a pilosa; base cuneada; ápice geralmente mucronado. Cimeiras glomeruliformes ou quase,
subaxilares, 3-6 flores; pedúnculo até 2 mm compr. Pedicelo até 1 mm compr. Cálice
abaxialmente hirsuto; sépalas triangulares a lanceoladas, 2,1-2,35 mm compr. Corola
campanulada, alva, esparsamente hirsuta ou setosa a glabra na face abaxial, adaxialmente
pubescente, pilosa a quase barbada na base das lacínias e ao longo da fauce ou
completamente tomentosa; tubo 1,1-1,6 mm compr.; lacínias triangulares, recurvadas, 1,92,35 mm compr. Corona com lobos sub-retangulares, irregularmente dentados no ápice,
mais baixos que o ginostégio. Asas das anteras oblongas, maiores que o dorso; membrana
apical cordiforme. Retináculo elipsóide a oblongo, 0,15-0,2 mm compr.; caudículos com
membrana reticulada, retos, ca. 0,07-0,08 mm compr.; polínios elipsóides ou ovóides, ca.
0,17-0,22 mm compr. Ginostégio capitado ou subcônico no ápice. Folículos hirtelos, ca.
4,5 cm compr.
Material examinado. Santana do Riacho: Serra do Cipó, 18.I.1972 (fl), G. Hatschbach et al. 28821 (MBM);
ib., 17.II.1972 (fl), W.R. Anderson et al. 36111 (HB, MO, UB); ib., Cachoeira da Capivara, 17.III.1999 (fl), A.
Rapini & M.L. Kawasaki 827 (SPF); ib., ca. km 132, 16.II.1968 (fl), H.S. Irwin et al. 20260 (MO); entre
Palácio e Morro do Pilar, II.1953 (fl), J. Vidal 6002 (R); id. 6047 (R); Parque Nacional da Serra do Cipó,
próximo à sede do IBAMA do Alto Palácio, 24.III.1991 (fl), J.R. Pirani et al. CFSC 11906 (SPF).
Congonhas do Norte: Serra da Carapina (Serra Talhada), 18o53'S, 43o43'W, 2.III.1998 (fl), A. Rapini et al.
546 (K, RB, SPF).
Ditassa cipoensis assemelha-se a D. tomentosa, sendo considerada por FontellaPereira (1991) e Fontella-Pereira et al. (1995) uma variedade daquela espécie. Pode ser
distinguida, no entanto, pelas lacínias mais curtas e recurvadas, não ultrapassando 2,5 mm
compr. e os lobos da corona sub-retangulares, mais largos que longos. Esta delimitação não
é a mesma definida para a variedade, baseada principalmente nas características da lâmina
foliar e excluindo Vidal 6002 e 6047, materiais incluídos em D. tomentosa var. tomentosa
(Fontella-Pereira et al. 1995). De acordo com a delimitação aqui proposta, não foram
encontrados representantes de D. tomentosa na Serra do Cipó.
Endêmica da Serra do Cipó, D. cipoensis foi coletada com flores entre janeiro e
março.
13.15. Ditassa longisepala (Hua) Fontella & E.A.Schwarz, Bradea 3(22): 159. 1981.
Metastelma longisepalum Hua, Bull. Herb. Boissier 5(2): 97. 1905. Tipo: BRASIL.
Minas Gerais: III (fl), L. Damazio 1362 (holótipo: G n.v.).
Metastelma cordatifolium Silveira, Fl. serr. Min.: 14; tab. 4, fig. 3. 1908. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Ouro
Preto, Morro de São Sebastião, XI.1900 (fl), A. Silveira 294 (holótipo: R; isótipo: B n.v., fotos F,
MO).
Figura: 14 R-T; foto 23 a-b.
Trepadeira; ramos hirsuto-tomentosos. Pecíolo 2-5 mm compr.; lâmina elíptica a
oval, revoluta na margem, 2,5-4,2 cm compr., 1,2-2,5 cm larg., adaxialmente setulosa a
quase glabra, esparsamente pubescente a setulosa na face abaxial; base cordada ou obtusa;
ápice minutamente mucronado. Cimeiras quase glomeruliformes, subaxilares, 3-6 flores;
pedúnculo 1-3(-5) mm compr. Pedicelo até 2 mm compr. Cálice abaxialmente hirsuto a
161
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
setuloso; sépalas lanceoladas a estreitamente triangulares, 2,8-3,95(-5) mm compr. Corola
rotácea, creme, levemente rosada, abaxialmente com tricomas setosos esparsos ou glabra,
adaxialmente puberulenta a papilosa próximo à margem, setosa a híspida próximo à fauce;
tubo 0,8-1 mm compr.; lacínias triangulares a largamente ovais, 2,5-3,3 mm compr.
Corona com lobos elípticos, sub-rômbicos ou depressamente ovais, prolongados a
subulados, quase da altura ou pouco mais altos que o ginostégio. Asas das anteras oblongas,
maiores que o dorso; membrana apical largamente oblonga. Retináculo elipsóide, 0,25-0,3
mm compr.; caudículos com membrana reticulada, retos, 0,08-0,1 mm compr.; polínios
elipsóides, 0,3-0,33 mm compr. Ginostégio mamilado no ápice. Folículos esparsamente
setulosos ou puberulentos, 4-5 cm compr.
Material examinado. s.d. (fl), A.W. Schwacke 9138 (RB); id. 9219 (RB); s.d. (fl), L. Damazio s.n. (RB
48595); 1892 (fl), E. Ule 141 (R). Ouro Branco: Serra de Ouro Branco, 1904 (fl), A.W. Schwacke s.n.
(BHCB 108). Ouro Preto: Cachoeira das Andorinhas, s.d. (fl), J. Badini s.n. (OUPR 839); Camarinhas,
21.III.1976 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 737); id. (OUPR 840); ib., 26.V.1978 (fl), J. Fontella & J. Badini s.n.
(OUPR 829); id. 1071 (RB); ib., 6.VIII.1980 (fl), M.C. Valente & J. Badini s.n. (RB 201605); ib., 20.III.1998
(fl), A. Rapini et al. 614 (MBM, NY, SPF); Morro de São Sebastião, XI.1900 (fl), A. Silveira 294 (R);
Itacolomi, s.d. (fl), L. Damazio 1362 (RB); id. s.n. (OUPR 734); ib.,15.II.1901 (fl), J.S. Novaes s.n. (SP
17953); Manso, 11.XI.1943 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 738); Saramenha, XI.1943 (fl), J. Badini s.n. (OUPR
739); Serra de Ouro Preto, s.d. (st), s.c. (R 5914). Itabirito: Pico do Itabirito, 15.II.1994 (fl), W.A. Teixeira
s.n. (BHCB 26241, HB). Catas Altas: Serra do Caraça, 11.IX.1990 (fl), J.R. Stehmann et al. s.n. (BHCB
18832); ib., trilha do Pico da Carapuça, ca. 20o05'S, 43o30'W, 1.XII.1998 (fr), A. Rapini & M.L. Kawasaki
690 (BHCB, K, MO, SPF).
Ditassa longisepala pode ser reconhecida pelas flores aglomeradas, com as sépalas
superando a corola e a corona com lobos simples. Está restrita ao sul da Cadeia do
Espinhaço, ocorrendo principalmente em vegetações perturbadas de Ouro Preto. Não
apresentou padrão de floração definido. Os sinônimos foram reunidos em Fontella-Pereira e
Schwarz (1981b).
13.16. Ditassa itambensis Rapini, sp. ined. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Santo Antônio
do Itambé, Pico do Itambé, 12.II.1972 (fl, fr), W.R. Anderson et al. 35888 (holótipo:
MBM; isótipos: HB, MO, NY, UB).
Figura: 14 U-Y.
Trepadeira; ramos hirsutos. Pecíolo 5-10 mm compr.; lâmina elíptica, revoluta na
margem, 3-4,5 cm compr., 1,5-3 cm larg., esparsamente hirsuta a setulosa; base cuneada a
obtusa; ápice mucronado. Cimeiras umbeliformes, subaxilares, ca. 6 flores; pedúnculo 2-4
mm compr. Pedicelo ca. 2 mm compr. Cálice abaxialmente setuloso; sépalas lanceoladas,
ca. 2,8 mm compr. Corola subcampanulada, alva ou creme, abaxialmente glabra ou quase,
adaxialmente vilosa nas lacínias; tubo 0,9-1,6 mm compr.; lacínias triangulares ou quase,
1,8-2,6 mm compr. Corona com lobos sub-rômbicos, acuminados, quase da altura ou mais
baixos que o ginostégio. Asas das anteras oblongas, maiores que o dorso; membrana apical
oval. Retináculo elipsóide, 0,17-0,25 mm compr.; caudículos com membrana reticulada,
retos, 0,05-0,1 mm compr.; polínios elipsóides a reniformes, 0,23-0,28 mm compr.
Ginostégio mamilado a subgloboso no ápice. Folículo setuloso a hirtelo, ca. 4 cm compr.
Material examinado. Santo Antônio do Itambé: Pico do Itambé, 18o24'05"S, 43o19'01"W, 7.IV.1998 (fl),
162
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
V.C. Souza et al. 21033b (SPF).
Ditassa itambensis assemelha-se a D. longisepala, distinguindo-se pelo pecíolo
maior, lâmina cuneada a obtusa na base, lacínias da corola eretas ou quase e vilosas
adaxialmente. Foi coletada apenas no Pico do Itambé.
Chave para as espécies do Grupo de Ditassa myrtilloides:
1. Cimeiras subsésseis. Sépalas lanceoladas, ca. 2,5 mm compr......13.17. D. glazioui (164)
1'. Cimeiras com pedúnculo de 3 mm compr. ou mais. Sépalas ovais, com menos de 2 mm
compr.
2. Trepadeira; ramos hirsutos. Pecíolo com mais de 2 mm compr. Cimeiras geralmente
unifloras; pedúnculo 0,3-1 cm compr.; pedicelo 3-9 mm compr....................................
...........................................................................................13.18. D. conceptionis (165)
2'. Arbusto; ramos glabros. Pecíolo até 1,5 mm compr. Cimeiras ca. 8-floras; pedúnculo
1-1,5 cm compr.; pedicelo ca. 1 cm compr. (sul da Cadeia- 5 e 9).................................
............................................................................................13.19. D. myrtilloides (165)
13.17. Ditassa glazioui E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 250. 1885 (“glaziovi”).
Tipo: BRASIL. “Rio de Janeiro”: A.F.M. Glaziou 11200 (holótipo: P n.v.; isótipo: B
n.v., fotos F, MO).
Figura: 15 A-C.
Trepadeira; ramos unilateralmente pubescentes, suberificados em direção à base.
Pecíolo ca. 3 mm compr.; lâmina geralmente elíptica, revoluta na margem, ca. 1,3(-3,5) cm
compr., ca. 0,4(-1,2) cm larg., glabra ou com tricomas esparsos nas margens e na nervura
central; base cuneada; ápice mucronado. Cimeiras geralmente unifloras, subsésseis.
Pedicelo ca. 5 mm compr. Cálice esparsamente pubescente na base da face abaxial; sépalas
lanceoladas, ca. 2,5 mm compr. Corola subcampanulada, creme-esverdeada, abaxialmente
glabra, adaxialmente papilosa; tubo ca. 0,7 mm compr.; lacínias ovais, ca. 2,7 mm compr.
Corona ciatiforme com lobos duplos; segmentos triangulares, quase da mesma altura ou
mais baixos que o ginostégio. Asas das anteras oblongas, maiores que o dorso; membrana
apical depressamente oval. Retináculo elipsóide, ligulado ou rombóide, ca. 0,34 mm
compr.; caudículos com membrana reticulada, retos, ca. 0,05 mm compr.; polínios
obovóides a oblongos, ca. 0,35 mm compr. Ginostégio mamilado no ápice.
o
o
Material examinado. Grão-Mogol: vale do rio Itacambiruçu, 16 36'S, 42 55'W, 12.XII.1989 (fl, fr), T.R.S.
Silva et al. CFCR 12551 (SPF).
Material adicionado. Minas Gerais. Medina: BR-116, 13.V.1983 (fl), G. Hatschbach 46326 (MBM).
Ditassa glazioui pode ser reconhecida pelas sépalas longas e corona com lobos da
corona visivelmente unidos entre si. Ocorre principalmente na caatinga da Bahia (FontellaPereira et al. 1989). O materia-tipo apresenta fragmentos aparentemente distintos entre si;
sua localidade talvez esteja equivocada e possivelmente esta espécie não esteja
representada no Rio de Janeiro. O nome apresentava um erro ortográfico, possibilitando
164
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
duas correções: adicionar um “i” no final do epíteto específico (veja Arts 60.7 e 60.11,
ICBN) ou substituir o “v” por “u” (veja Arts 60.1 e 60.5, ICBN); neste caso, é preferível a
segunda alternativa, adequando o nome às práticas modernas.
13.18. Ditassa conceptionis Fontella, Dusenia 12(1): 6; fig. 1. 1980. Calathostelma
ditassoides E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 219. 1885. Tipo: BRASIL.
Minas Gerais: Serra Negra e próximo à Casca d’Anta, 1816-1821 (fl), A.F.C.P.
Saint-Hilaire 95 (holótipo: P n.v.; isótipo: B? n.v., fragmento F, fotos F, MO).
Figura: 15 D-G; foto 13 a-c.
Trepadeira; ramos hirsutos. Pecíolo 4-5 mm compr.; lâmina elíptica, 2-3,5 cm
compr., 1-1,4 cm larg., glabra ou com tricomas na margem; base cuneada; ápice mucronado
a cuspidado. Cimeiras geralmente unifloras, subaxilares; pedúnculo 0,3-1 cm compr.
Pedicelo 3-9 mm compr. Cálice glabro; sépalas largamente ovais, ca. 1,2 mm compr.
Corola rotácea, creme, abaxialmente glabra, adaxialmente papilosa, glabra no centro das
lacínias; tubo ca. 0,75 mm compr.; lacínias ovais, ca. 2,85 mm compr. Corona ciatiforme
com lobos triangulares, quase da altura do ginostégio, providos internamente de uma prega
mais baixa que as anteras. Asas das anteras oblongas, maiores que o dorso; membrana
apical subcircular. Retináculo elipsóide a oblongo, ca. 0,3 mm compr.; caudículos com
membrana reticulada, levemente arqueados, ca. 0,17 mm compr.; polínios elipsóides, ca.
0,3 mm compr. Ginostégio levemente mamilado no ápice.
Material examinado. Catas Altas: Serra do Caraça, 20o08'05"S, 43o27'05"W, 26.V.1997 (fl), A. Rapini et al.
318 (K, NY, SP, SPF); Caraça, Pico da Carapuça, 1.XII.1998 (fl), A. Rapini et al. 837 (SPF).
Ditassa conceptionis pode ser reconhecida por sua corona ciatiforme, com os lobos
visivelmente unidos entre si; o filete apresenta-se carunculado, como um segmento interno
discreto, abaixo do dorso. Ocorre no Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo (A. Loefgren
& G. Edwall 2449, SP), tendo sido coletada na Serra da Canastra, da Mantiqueira (Fontella
Pereira 1980b) e do Caraça.
13.19. Ditassa myrtilloides Fenzl ex E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 251. 1885.
Sintipo: BRASIL. Minas Gerais: Serra da Moeda, F. Sellow 846 (B? n.v.); H.W.
Schott 5382 (W n.v., fotos F, MO).
Figura: 15 H-K.
Arbusto ca. 50 cm alt.; ramos glabros. Pecíolo até 1,5 mm compr.; lâmina
largamente oval, ca. 2 cm compr., ca. 1,5 cm larg., glabra; base cordada; ápice mucronado.
Cimeiras umbeliformes, subaxilares, ca. 8 flores; pedúnculo 1-1,5 cm compr. Pedicelo ca.
1 cm compr. Cálice glabro; sépalas ovais, ca. 1,45 mm compr. Corola rotácea,
abaxialmente glabra, adaxialmente papilosa; tubo ca. 0,75 mm compr.; lacínias ovais, ca.
3,3 mm compr. Corona ciatiforme com lobos suboblongos, quase da altura do ginostégio,
internamente providos de segmentos subligulados, menores que o ginostégio. Asas das
anteras oblongas, maiores que o dorso; membrana apical depressamente oval. Retináculo
elipsóide a quase globoso, ca. 0,22 mm compr.; caudículos providos de membrana
165
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
reticulada, retos, ca. 0,15 mm compr.; polínios elipsóides a subobovóides, ca. 0,32 mm
compr. Ginostégio levemente mamilado no ápice.
Material examinado. Santa Bárbara: São Bento, 13.IV.1933 (fl), H.M. Barreto 982 (RB).
Ditassa myrtilloides assemelha-se a D. umbellata Decne., considerada sinônimo de
D. banksii Schult. (Alencastro et al. 1971), espécie característica das restingas do Rio de
Janeiro (Fontella-Pereira et al. 1997), mas que estende-se até Lagoa Santa (Hoehne s.n. SP
25083 e SP 25113), Minas Gerais. Pode ser distinta daquela espécie pelo hábito ereto e os
polínios com mais de 0,3 mm compr., maiores que o retináculo, enquanto D. banksii inclui
plantas volúveis, cujos polínios são quase do mesmo tamanho do retináculo, não
alcançando 0,24 mm compr. A forma da corona não corresponde àquela apresentada na
descrição original, mas o hábito, a forma das cimeiras e a distribuição geográfica indicam
D. myrtilloides como melhor espécie para incluir este material.
A espécie, originalmente endêmica da Serra da Moeda, parece ocorrer também na
Serra do Caraça, não sendo recoletada desde a década de 30.
13.20. Ditassa obcordata Mart., Nov. Gen. sp. pl. 1: 53. 1824. Tipo: BRASIL. Minas
Gerais: Diamantina (“districtus adamantum”), V (fl), C.F.P. Martius s.n. (holótipo:
M n.v., fotos F, MO).
Ditassa myriantha Silveira, Fl. serr. Min.: 20. 1908. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Belo Horizonte, IV.1898;
entre Santa Luzia do Rio das Velhas e Ribeirão, IV.1905 (fl), A. Silveira 279 (lectótipo: R).
Figura: 15 L-R; foto 28.
Trepadeira; ramos pubescentes, geralmente com regiões glabras. Pecíolo 1-3 mm
compr., lâmina elíptica a orbicular, 0,5-1 cm compr., 3-6,5 mm larg., glabra ou com raros
tricomas na margem da base; base cuneada a arredondada; ápice freqüentemente retuso,
mucronado. Cimeiras fasciculiformes a umbeliformes, subaxilares, até 6 flores; pedúnculo
até 3 mm compr. Pedicelo 2,5-5 mm compr. Cálice glabro; sépalas ovais ou elípticas,
freqüentemente revolutas, 0,7-1 mm compr. Corola rotácea a campanulada, alva,
abaxialmente glabra, adaxialmente puberulenta, glabrescente em direção à base; tubo 0,10,4 mm compr.; lacínias ovais a lanceoladas, freqüentemente revolutas, 2-2,25 mm compr.
Corona com lobos duplos, freqüentemente unidos na base; segmentos externos
subtriangulares, elípticos ou oblongos, geralmente prolongados, mais altos que o
ginostégio, os internos digitiformes, menores que o ginostégio, raramente ausentes. Asas
das anteras oblongas a cuneiformes, maiores que o dorso; membrana apical depressamente
oval. Retináculo elipsóide a subgloboso, 0,15-0,23 mm compr.; caudículos providos de
membrana reticulada, retos, 0,05-0,1 mm compr.; polínios oblongos, lanceolóides,
elipsóides ou obovóides, 0,22-0,29 mm compr. Ginostégio capitado a mamilado no ápice.
Material examinado. Belo Horizonte: Serra do Taquaril, 24.V.1932 (fl), H.M. Barreto 973 (RB).
Diamantina: Biribiri, s.d. (fl), C.T.M. Gomes 3468 (SP, sintipo de D. myriantha); ib., 1892 (st), A.W.
Schwacke s.n. (R 102513, sintipo de D. myriantha); Rio dos Cristais, 6.VI.1967 (fl), A.P. Duarte 10442 (RB).
Grão-Mogol: Torre Telemig, 12.VI.1990 (fl), G. Hatschbach et al. 54210 (MBM). Juramento?: estrada
entre Montes Claros e Grão-Mogol, 12.IV.1981 (fl), A. Furlan et al. CFCR 687 (G, MO, SPF). Monte Azul:
via montividiu, G. Hatschbach et al. 65055 (MBM).
166
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Ditassa obcordata pode ser reconhecida pelo hábito volúvel, folhas quase
orbiculares, pequenas e glabras, e lobos da corona freqüentemente unidos na base,
superando brevemente o ginostégio e apresentando uma prega adaxial eventualmente
reduzida. O sinônimo foi proposto por Fontella-Pereira (1979a). Ocorre em São Paulo,
Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Distrito Federal, Pará (W.R. Anderson et al. 10615,
MO) e Roraima (E.L. Sette Silva 516, MO) sendo citada também para Rondônia (FontellaPereira 1979a). Floresce praticamente o ano todo.
13.21. Ditassa lenheirensis Silveira, Fl. serr. Min.: 20; tab. 6. 1908. Tipo: BRASIL. Minas
Gerais: São João d'El Rei, Serra do Lenheiro, IV.1896 (fl), A. Silveira 277
(holótipo: R; isótipo: B n.v., fragmento F).
Ditassa hoehnei Malme, Ark. Bot. 28A(5): 19; fig. 11. 1936. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Itabira, Turvo,
24.IV.1926 (fl), F.C. Hoehne & A. Gehrt s.n. (S? n.v., SP 17482). Syn. nov.
Figura: 16 A-F.
Trepadeira; ramos com uma estria longitudinal pubescente. Pecíolo 4-6 mm
compr.; lâmina oboval a elíptica, 1,5-3,2 cm compr., 0,8-1,5 cm larg., tricomas esparsos na
margem e na face adaxial da nervura central; base cuneada; ápice mucronado. Cimeiras
subglomeruliformes a fasciculiformes, subaxilares, 13-25 flores; pedúnculo 1-2 mm compr.
Pedicelo 1-4 mm compr. Cálice ciliado; sépalas largamente ovais ou elípticas, 0,9-1,3 mm
compr. Corola subcampanulada, rosada, abaxialmente glabra, adaxialmente puberulenta,
com tricomas retrorsos a barbelada na porção basal das lacínias; tubo 0,5-0,9 mm compr.;
lacínias subelípticas, 2,3-2,5 mm compr. Corona com lobos duplos; segmentos externos
estreitamente triangulares a quase oblongos, alargados próximo à base, mais altos que o
ginostégio, os internos triangulares ou quase, mais baixos que o ginostégio. Asas das
anteras suboblongas, subdentadas medianamente, menores ou quase do tamanho do dorso;
membrana apical largamente obcordiforme. Retináculo elipsóide a oblongo, 0,2-0,25 mm
compr.; caudículos articulados, providos de uma membrana reticulada estreita, 0,09-0,2
mm compr.; polínios ovais, dacrióides ou elipsóides, 0,3-0,35 mm compr. Ginostégio
apiculado no ápice.
Material examinado. Nova Lima: Morro do Chapéu, 1.V.1983 (fl), P.M. Andrade et al. 1373 (BHCB).
Sabará: Cubango, 29.IV.1937 (fl), J. Steyermark 21872 (R); ib., 29.IV.1937 (st), H.M. Barreto 7731
(BHMH, F, R). Santana do Riacho: 27.IV.1993 (fl), J.A. Lombardi & F.R.N. Toledo 192 (BHCB). Joaquim
Felício: Serra do Cabral, 24.V.1982 (fl), E.F. Almeida 273 (RB).
Ditassa lenheirensis é reconhecida pela corona com os lobos simulando uma coluna
na base, os caudículos articulados e os polínios com uma região estéril no ápice. O
material-tipo (Silveira 277, R) apresenta somente poucas folhas, mas a descrição
apresentada pelo autor (Silveira 1908), associada ao desenho, à localização da coleta e
outras coleções provenientes da Serra do Lenheiro (e.g. E. Pereira 3147 & G. Pabst 3982,
F, RB), permitem inferir que D. hoehnei seja sinônimo de D. lenheirensis. Ocorre em
campos e cerrados de Minas Gerais, Bahia (V.C. Souza et al. 22754, SPF), Goiás (G.
Hatschbach 36712, MO) e Distrito Federal (B.A.S. Pereira 242, MO; W.R. Anderson et al.
10217, MO; E.P. Heringer et al. 2471, MO). Floresce no primeiro semestre do ano,
principalmente em abril e maio.
168
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Chave para as espécies do Grupo de Ditassa eximia:
1. Lacínias da corola com 2,6-4,3 mm compr., adaxialmente puberulenta a glabra,
geralmente com tricomas retrorsos na base. Segmentos internos da corona lanceolados
a filiformes............................................................................13.22. D. succedanea (169)
1'. Lacínias da corola com 4,2-5,5 mm compr., adaxialmente com tricomas esparsos a
glabra na metade superior, densamente barbada na basal. Segmentos internos da corona
cuculados.......................................................................................13.23. D. eximia (170)
13.22. Ditassa succedanea Rapini, nom. ined. Ditassa subulata Silveira, Fl. serr. Min.: 19.
1908, nom. illeg. (non D. subulata J.R.Johnst., Proc. Amer. Acad. Arts 40: 694.
1905.). Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Serra de Treituba, entre Serraria e Ubá,
IV.1897 (fl), A. Silveira 278 (holótipo: R).
Figura: 16 G-Q; 33 a-b.
Trepadeira ou subarbusto volúvel; ramos pubescentes, hirsutos ou glabros. Pecíolo
0,2-1 cm compr.; lâmina elíptica, oblonga, oboval ou suborbicular, 0,7-5,5 cm compr., 0,62,7 cm larg., glabra ou com tricomas na margem e adaxialmente na nervura central; base
obtusa a cuneada; ápice retuso ou arredondado, mucronado. Cimeiras corimbiformes a
umbeliformes, subaxilares, até 5 flores; pedúnculo 1-4 mm compr. Pedicelo 2-7 mm compr.
Cálice glabro, ciliado ou com tricomas esparsos abaxialmente; sépalas subelípticas, ovais
ou suborbiculares, 1,6-2,6 mm compr. Corola rotácea a subcampanulada, alva, cremerosada ou esverdeada, abaxialmente glabra, adaxialmente puberulenta a glabra ou glabra no
centro e com tricomas retrorsos na base das lacínias; tubo 0,7-1,5 mm compr.; lacínias
triangulares, ovais ou lanceoladas, 2,5-4,3 mm compr. Corona com lobos duplos;
segmentos externos suboblongos ou obovais, trilobados ou sinuosos em direção ao ápice,
prolongados, subulados ou caudados, geralmente mais altos que o ginostégio, os internos
lanceolados a filiformes, quase da altura ou mais altos que o ginostégio. Asas das anteras
oblongas a cuneiformes, maiores que o dorso; membrana apical depressamente oval a
subquadrangular. Retináculo ligulado, elipsóide, largamente oboval ou subgloboso, 0,20,28 mm compr.; caudículos providos de membrana reticulada, retos a arqueados, ca. 0,070,2 mm compr.; polínios oblongos, obovóides ou elipsóides, 0,45-0,55 mm compr.
Ginostégio mamilado no ápice. Folículos densamente hirsutos a sublanosos, ca. 3,5-5 cm
compr.; sementes ca. 6 mm compr.
Material examinado. Santana do Riacho: estrada Conceição do Mato Dentro – Belo Horizonte, km 180,
30.I.1998 (fl), A.Y. Kytakawa 5 (SPF). Diamantina: estrada para Turmalina, 13.V.1979 (fl), H.C. Lima 1071
(RB); estrada Guinda – Sopa, 18o10'56"S, 43o42'18"W, 14.I.1998 (fl), A. Rapini et al. 481 (MO, R, SPF); 3
km N de São João da Chapada, 24.III.1970 (fl), H.S. Irwin 28284 (F, MO, UB); Biribiri, Cachoeira dos
Cristais, 29.I.2000 (fl), R. Mello-Silva & R.C. Forzza 1744 (F, G, MBM, SPF, UEC). Rio Vermelho: Pedra
Menina, 14.VII.1984 (fl), A. Furlan et al. CFCR 4475 (RB, SP, SPF); ib., Morro do Ambrósio, 15.VII.1984
(fl), A. Furlan et al. CFCR 4521 (RB, SP, SPF); ib., Morro do Ambrósio, 31.III.1985 (fl), N.L. Menezes et al.
CFCR 7688 (F, MBM, R, RB, SPF). Joaquim Felício: 5.VII.1985 (fr), M.G.L. Wanderley et al. 788 (SP);
5.VII.1985 (fl), R. Kral et al. 72574 (SP); Serra do Cabral, 17.IV.1981 (fl), L. Rossi et al. CFCR 1112
(BHCB, G, K, MO, RB, SPF); ib., 16.IV.1996 (fl), G. Hatschbach et al. 64896 (MBM); ib., 17o41'26"S,
44o11'57"W, 16.V.1999 (fr), V.C. Souza et al. 22601 (SPF); ib., estrada para Augusto de Lima, 16 km da
ponte sobre o Rio da Onça, ca. 17o48'S, 44o18'W, 24.III.2000 (fl), P. Fiaschi et al. 191 (HB, SPF); ib.,
17o48'S, 44o18'W, 24.III.2000 (fl), L.R. Lima et al. 106 (CTES, K, SPF). Itacambira: estrada para Juramento,
169
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
5 km de Itacambira, entre o córrego Lageado e Rancharia, 1.X.1997 (fr), A. Rapini et al. 376 (SP, SPF); Serra
de Itacambira, 14.II.1988 (fl), J.R. Pirani et al. 2247 (MO, SPF); Serra Nova, 16 km de Itacambira em direção
a Juramento, 13.III.1999 (fl), A. Rapini & M.L. Kawasaki 781 (G, SPF, UB, W); rodovia para Juramento,
17o04'S, 43o18'W, 14.II.1988 (fl), J.R. Pirani et al. 2282 (SPF). Grão-Mogol: 13.IV.1981 (fl), I. Cordeiro et
al. CFCR 785 (RB, SPF); estrada para Ventania, 25.II.1986 (fl), J. Semir et al. CFCR 9632 (SPF). Rio Pardo
de Minas: serra Deus-Me-Livre, estrada para Serranópolis, 15o58'S, 42o49'W, 13.V.1998 (fl), R.C. Forzza et
al. 793 (CEPEC, SPF). Mato Verde: estrada para Montezuma, Serra do Mandaçaia, 15o23'03"S, 42o46'27"W,
17.III.1994 (bt), C.M. Sakuragui et al. CFCR 15164 (SPF, UB).
Ditassa succedanea é um nome novo para D. subulata Silveira; o nome designado
por Silveira (1908) é um homônimo posterior de D. subulata J.R.Johnst., uma espécie
venezuelana (Johnston 1905). Assemelha-se a D. eximia, distinguindo-se pela corola
abaxialmente com tricomas esparsos na base das lacínias (vs. densamente barbada) e
segmentos internos da corona estreitos e planos, em vez de largos e cuculados.
A espécie pode ser dividida em dois padrões básicos: as coleções mais ao sul na
Cadeia do Espinhaço, principalmente da Serra do Cabral e Planalto de Diamantina,
possuem folhas geralmente elípticas, com mais de 2,5 cm compr. e lacínias da corola com
2,5-3,7 mm compr., adaxialmente glabras ou esparsamente puberulentas próximo à margem
e com tricomas retrorsos na base; aquelas encontradas mais ao norte, principalmente entre
Itacambira e Grão-Mogol, apresentam folhas menores, freqüentemente obovais ou
subcirculares, não ultrapassando 2,5 cm compr. e lacínias da corola mais longas, 3,6-4,3
mm compr., quase totalmente puberulenta adaxialmente. Os lobos da corona também
apresentam variação significativa ao longo da distribuição geográfica, indo desde a altura
do ginostégio, com segmentos externos tridentados no ápice e internos lanceolados, até bem
mais altos que o ginostégio, com segmentos externos sinuosos e caudados, e internos
filiformes. Apesar do reconhecimento dos padrões, a sobreposição dos estados desses
caracteres dificultou uma formalização dessas diferenças.
Foi encontrada ao sul da Cadeia do Espinhaço, próximo a Ubá (coleção-tipo) e em
São Tomé das Letras (G. Hatschbach et al. 36534, MO; R. Mello-Silva et al. 1599, SPF);
na Cadeia do Espinhaço, ocorre desde o nordeste da Serra do Cipó até Rio Pardo de Minas,
no extremo norte. Floresce principalmente entre janeiro e maio.
13.23. Ditassa eximia Decne. in DC., Prodr. 8: 574. 1844. Tipo: BRASIL. C.F.P. Martius
s.n. (holótipo: M n.v., fotos F, MO).
Ditassa apiculata K.Schum., Bot. Jahrb. Syst. 25(60): 21. 1898 (non D. apiculata Rusby, Bull. New York
Bot. Gard. 4: 412. 1907, nom. illeg.). Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Diamantina, Biribiri, III.1892
(fl), A.W. Schwacke 8180 (holótipo: B n.v., fotos F, MO; isótipo: RB n.v.).
Ditassa rosea Silveira, Fl. serr. Min.: 21; tab. 5. 1908. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Belo Horizonte, Serra
do Curral, V.1905 (fl), A. Silveira 385 (holótipo: R, deteriorado; isótipo: B n.v., fotos F, MO).
Ditassa heterostemma Silveira, Fl. serr. Min.: 23; tab. 8. 1908. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Serra do Cipó,
IV.1905 (fl), A. Silveira 275 (holótipo: R, deteriorado; isótipo B n.v., fotos F, MO).
Ditassa macrantha Malme, Ark. Bot. 29A(4): 4. 1937. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Serra do Cipó, km 134,
15.IV.1935 (fl), H.M. Barreto 1120 & A.C. Brade 14894 (F, RB, S? n.v.).
Figura: 16 R-Y; foto 18 a-b.
Trepadeira ou raramente arbusto prostrado; ramos com 1-2 estrias pubescentes ou
hirtelas. Pecíolo 0,2-1 cm compr.; lâmina elíptica a quase orbicular ou oboval, 1,5-4,2 cm
compr., 1-3,3 cm larg., glabra ou com tricomas na margem e na face adaxial da nervura
170
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
central; base cuneada a obtusa; ápice freqüentemente retuso, mucronado a cuspidado.
Cimeiras umbeliformes, subaxilares, 3-10 flores; pedúnculo até 5 mm compr. Pedicelo 4-7
mm compr. Cálice ciliado; sépalas ovais a elípticas, 2,2-3 mm compr. Corola rotácea, alva
ou creme, freqüentemente com tons vináceos, abaxialmente glabra, adaxialmente com
tricomas esparsos a glabra na metade superior das lacínias, densamente barbada na basal;
tubo 1-2 mm compr.; lacínias ovais, 4,2-5,5 mm compr. Corona com lobos duplos;
segmentos externos alvos, oblongos ou quase, subulados, mais altos que o ginostégio, os
internos cuculados, freqüentemente corniculados abaxialmente, apiculados ou crenados no
ápice, quase da altura ou mais altos que o ginostégio. Asas das anteras oblongas, maiores
que o dorso; membrana apical depressamente oval, obcordada. Retináculo elipsóide ou
quase, 0,25-0,35 mm compr.; caudículos providos de membrana reticulada, levemente
arqueados, 0,1-0,13 mm compr.; polínios elipsóides a oblongos, 0,45-0,5 mm compr.
Ginostégio levemente mamilado no ápice. Folículos velutinos ou tomentosos, 5-5,5 cm
compr.
Material examinado. Santana do Riacho: Serra do Cipó, 15.IV.1935 (fl), H.M. Barreto 1120 & A.C. Brade
15341 (R, RB); ib., 6.III.1958 (fl), E.P. Heringer 6209 & A. Castellanos 22172 (R, RB, UB); ib., 3.IV.1958
(fl), F. Atala 102 (R); id. 235 (R); ib., 18.I.1972 (fl), G. Hatschbach et al. 28824 (MBM); ib., IV.1974 (fl),
A.F. Silva et al. 397 (SPF); ib., 6.III.1987 (fl), M. Sazima 18945 (UEC); ib., 6.IV.1995 (fl), J.A. Lombardi 718
(BHCB, HB); ib., 18.II.1973 (fl), W.R. Anderson et al. 36195 (MO, UB); ib., fazenda Palácio, 14.II.1973 (fl),
G. Hatschbach & Z. Ahumada 31554 (MBM, MO); ib., alto do Palácio, próximo à sede do IBAMA, 1.V.1993
(fl, fr), V.C. Souza & C.M. Sakuragui 3366 (ESA); ib., alto do Palácio, próximo à estátua do Juquinha,
2.V.1993 (fl), V.C. Souza & C.M. Sakuragui 3432 (ESA); id. 3435 (SPF); ib., fazenda Capivara, 4.VII.1996
(fl, fr), V.C. Souza et al. 11611 (ESA); id. 11630 (ESA); ib., entrada para a Cachoeira da Capivara, IV.1997
(fl, fr), J.P. Souza et al. 2195 (ESA); id. 2205 (SPF); ib., 19o10'S, 43o35'W, 28.IV.1952 (fl), L.B. Smith 6776
(R); ib., km 109, 1.IV.1983 (fl), A.F. Silva et al. 459 (RB); ib., km 117, 26.IV.1978 (fl), G. Martinelli 4242
(RB); ib., km 134, 3.II.1934 (fl), A.J. Sampaio 6782 (F, RB); ib., km 134, 15.III.1962 (fl), A.P. Duarte 6527
(RB); ib., km 135, 15.IV.1950 (fl), A.P. Duarte 2472 (MO, RB); ib., km 136, 3.II.1934 (fl), s.c. (R 95091);
ib., km 136, 6.IV.1957 (fl), E. Pereira 2889 & G. Pabst 3725 (HB, RB); ib., km 140, 22.III.1966 (fl), A.P.
Duarte 9709 (RB); ib., 19o17'S, 43o33'W, 11.III.1969 (fl), G. Eiten & L.T. Eiten 11037 (UB); Serra da
Lapinha, 27.III.1991 (fl), J.R. Pirani et al. CFSC 12195 (BHCB, SPF); Alto Palácio, 1.VI.1991 (fl, fr), R.
Simão-Bianchini & S. Bianchini CFSC 12758 (SPF); ib., 2.V.1993 (fl), F. Barros 2801 (SP); Cardeal Mota,
caminho para Conceição do Mato Dentro, 19o20'S, 43o35'W, 15.V.1990 (fl), M.M. Arbo et al. 4116 (SPF); ib.,
8.II.1991 (fl), M.M. Arbo et al. 4585 (SPF); Morro do Breu, 19o04'20"S, 43o39'20"W, 17.II.1982 (fl), N.
Hensold 482 (RB, SPF); Parque Nacional da Serra do Cipó, 5.VI.1992 (fr), M. Pereira et al. 719 (BHCB);
rodovia Lagoa Santa – Conceição do Mato Dentro – Diamantina, km 114, 29.V.1972 (fl), A.B. Joly et al.
CFSC 2567 (SP, UEC); ib., km 115, 29.IV.1973 (fl), J. Semir et al. CFSC 4108 (SP, UEC); ib., km 119,5,
16.IV.1972 (fl), A.B. Joly et al. CFSC 1799 (SP); ib., km 127, 27.V.1972 (fl), A.B. Joly et al. CFSC 2191 (SP,
UEC); ib., km 127, 29.V.1972 (fl), A.B. Joly et al. CFSC 2413 (SP, UEC); ib., km 128, 29.V.1972 (fl), A.B.
Joly et al. CFSC 2440 (SP); id. CFSC 2450 (SP); ib., km 132, 7.VI.1970 (fl), A.B. Joly et al. CFSC 239 (SP);
ib., km 132, 6.III.1972 (fl), A.B. Joly et al. CFSC 1359 (SP, UEC); ib., km 132, 30.IV.1972 (fl), J. Semir &
M. Sazima CFSC 2024 (IBGE, SP, UEC); ib., km 132, 28.V.1972 (fl), J. Semir et al. CFSC 2370 (SP, UEC);
ib., km 132, 16-24.II.1973 (fl), M. Sazima & J. Semir CFSC 3908 (SP); ib., km 139, 17.IV.1972 (fl), A.B. Joly
et al. CFSC 1926 (SP, UEC); rodovia Belo Horizonte – Conceição do Mato Dentro, km 125, 26. III.1991 (fl),
J.R. Pirani et al. CFSC 12082 (SPF); ib., km 117, 19.IV.1981 (fl), A. Furlan et al. CFSC 7214 (RB, SP); ib.,
km 130, 11.I.1981 (fl), N.M. Castro & M.G. Sajo CFSC 6949 (F, SP); fazenda Capivara, 12.III.1990 (fl), F.A.
Vitta & V.C. Souza CFSC 11778 (RB, SPF). Morro do Pilar: entre Palácio e Pilar, II.1953 (fl), J. Vidal 6036
(R); id. 6039 (R); estrada para Conceição do Mato Dentro, s.d.? (fl), H.C. Lima 488 (RB); id. 488a (RB).
Conceição do Mato Dentro: Rio das Pedras, 3.IV.1957 (fl), E. Pereira 2828 & G. Pabst 3664 (HB, RB).
Santana do Pirapama: fazenda Inhame (Serra Mineira), 18o55'S, 43o54'W, 22.III.1982 (fl), J.R. Pirani et al.
CFSC 8080 (RB, SP, SPF). Congonhas do Norte: Serra da Carapina (Serra Talhada), 18o56'S, 43o41'W,
3.III.1998 (fl), A. Rapini et al. 558 (G, SPF); id. 570 (K, NY, SPF); Serra da Mangabeira, 18o50'S, 43o49'W,
23.IV.1982 (fl), A. Furlan et al. CFSC 8444 (RB, SP, SPF). Serro: Lapinha, 18 km N em direção a
172
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Diamantina, 23.II.1968 (fl), H.S. Irwin et al. 20682 (HB, MO, UB); Serra do Itambé, 29.IV.1945 (fl), L.O.
Williams & V. Assis 6978 (MO, R); ca. 11 km em direção a Milho Verde, 11.III.1995 (fl), V.C. Souza et al.
8313 (SPF). Gouveia: 23.II.1975 (fl), G. Hatschbach et al. 36432 (MBM, MO); 14.IV.1987 (fl), F.R.S. Pires
et al. CFCR 10473 (SPF); Barro Branco, Torre Telemig, 22.V.1989 (fl, fr), G. Hatschbach et al. 53066
(MBM); estrada Curvelo – Diamantina, 18o31'S, 43o55'W, 9.IV.1982 (fl), A. Furlan et al. CFCR 3251 (RB,
SPF). Datas: entre Serro e Diamantina, 31.I.1965 (fl), A.P. Duarte 9060 (F, RB); estrada Curvelo –
Diamantina, km 110, 5.IV.1983 (fl), G. Martinelli & B.E. Lewenberger 9131 (RB); BR-367, km 605,
16.III.1999 (fl), M.L. Kawasaki & A. Rapini 1139 (MBM, NY, SP, SPF); 30 km SW de Diamantina em
direção a Gouveia, 13.I.1969 (fl), H.S. Irwin et al. 21831 (F, MO, UB). Diamantina: 5.VI.1955 (fl), E.
Pereira 1687 (RB); 15.IV.1995 (fl, fr), M. Kirizawa & H. Makino-Watanabe 3035 (SP); Bandeirinha,
13.III.1982 (fl), G. Hatschbach 44672 (MBM); estrada para Conselheiro Mata, 14.III.1999 (fl), V.C. Souza &
J.P. Souza 22172 (SPF); ib., 18o16'S, 43o43'W, 11.IV.1982 (fl, fr), L. Rossi et al. CFCR 3325 (RB, SPF); ib.,
11.IV.1982 (fl, fr), L. Rossi et al. CFCR 3334 (RB, SPF); rodovia para Gouveia, km 606, 18o21'07"S,
43o40'52"W, 28.III.1998 (fl), A. Rapini et al. 493 (MO, SPF); 18 km SW na estrada para Curvelo, 10.IV.1973
(fl), W.R. Anderson et al. 8456 (MO, UB); 20 km SW da cidade, 21.I.1969 (fl), H.S. Irwin et al. 22360 (UB);
Tombador, 6.IV.1892 (fl), A.F.M. Glaziou 19642 (R).
Ditassa eximia pode ser reconhecida pelo hábito volúvel, corola densamente
barbada na face adaxial e segmentos internos da corona cuculados. Os sinônimos foram
reunidos por Fontella-Pereira & Schwarz (1981d). No entanto, de acordo com a descrição
de Silveira (1908), Ditassa rosea não se enquadra em D. eximia e o material-tipo dessa
espécie (A. Silveira 385, R) foi coletado na Serra do Curral, não havendo nenhuma outra
coleção incluída em D. eximia ao sul da Serra do Cipó. Dessa maneira, D. rosea parece não
ser sinônimo de D. eximia, o que não pode ser verificado, pois o holótipo encontra-se
destruído. A foto do material-tipo (SP n.v.) citada por Fontella-Pereira & Schwarz (1981d)
não foi localizada, mas a julgar pela foto do material de Berlim (F, MO) e descrição
original, D. rosea parece se enquadrar mais adequadamente como sinônimo de D. retusa ou
D. lenherensis, semelhança já ressaltada no comentário do próprio autor (Silveira 1908).
Ditassa eximia ocorre desde a Serra do Cipó até Diamantina. Floresce de janeiro a
junho, com pico de floração em abril.
Chave para as espécies do Grupo de Ditassa retusa:
1. Pedúnculo 0,5-1,5 cm compr. Segmentos externos da corona trilobados (sul da Cadeia- 2,
5 e 6).......................................................................................13.24. D. pedunculata (174)
1'. Pedúnculo até 0,6 cm compr. Segmentos externos da corona subulados, prolongados ou
sublineares.
2. Lacínias da corola até 1,95 mm compr. Segmentos externos da corona prolongados
ou sublineares. Asas das anteras menores ou quase do tamanho do dorso (sul da
Cadeia- 2, 10 e 15)........................................................................13.25. D. laevis (174)
2'. Lacínias da corola com mais de 1,95 mm compr. Segmentos externos da corona
longamente subulados. Asas das anteras maiores que o dorso.
3. Subarbusto prostrado, raramente trepadeira. Lâmina foliar estreitamente elíptica,
oblonga a linear. Segmentos internos da corona geralmente mais altos que o
ginostégio. Folículos hirsutos a glabros................................13.26. D. linearis (175)
3'. Trepadeira. Lâmina foliar oboval ou elíptica. Segmentos internos da corona mais
baixos que o ginostégio. Folículos densamente hirsutos a lanosos.............................
.................................................................................................13.27. D. retusa (176)
173
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
13.24. Ditassa pedunculata Malme, Ark. Bot. 28A(5): 17; fig. 10. 1936. Tipo: BRASIL.
Minas Gerais: Ouro Preto, Miguel Burnier, 31.I.1921 (fl), F.C. Hoehne s.n. (S? n.v.,
SP 5235).
Figura: 17 A-D.
Subarbusto ou trepadeira; ramos pubescentes, ao menos unilateralmente. Pecíolo
2-5 mm compr.; lâmina geralmente elíptica a oboval, 1,8-4,5 cm compr., 0,6-1,6 cm larg.,
glabra ou com tricomas esparsos na margem; base cuneada; ápice mucronado. Cimeiras
umbeliformes, subaxilares, 5-12 flores; pedúnculo 0,5-1,5 cm compr. Pedicelo 2-3 mm
compr. Cálice glabro ou com tricomas esparsos na margem próximo à base; sépalas ovais a
largamente ovais, 1,1-1,6 mm compr. Corola sub-rotácea, alva ou creme-esverdeada,
abaxialmente glabra, adaxialmente puberulenta, esparsamente pilosa, subvilosa a barbada
na porção basal das lacínias; tubo 0,4-0,6 mm compr.; lacínias ovais, 2,25-2,6 mm compr.
Corona com lobos duplos; segmentos externos trilobados, medianamente prolongados,
mais altos ou quase da altura do ginostégio, os internos lanceolados, mais altos que o
ginostégio. Asas das anteras oblongas, maiores que o dorso; membrana apical
depressamente oval, emarginada. Retináculo oblongo, 0,2-0,25 mm compr.; caudículos
providos distalmente de membrana reticulada, levemente arqueados ou retos, 0,07-0,15 mm
compr.; polínios oblongos a reniformes, 0,27-0,3 mm compr. Ginostégio convexo a
mamilado no ápice. Folículos hirsutos, 2,5-3 cm compr.
Material examinado. s.d. (fl), F. Sellow s.n. (F 619591). Moeda: Serra da Moeda, 20o18'S, 43o58'W,
1.XI.1987 (fl), V.C. Furtado s.n. (BHCB 11491); Serra da Moeda, estrada para BR-040, 15.VIII.1998 (fl, fr),
A. Rapini et al. 652 (SPF). Itabirito: 19.XII.1970 (fl), L. Krieger 9703 (RB); Pico do Itabirito, 11.II.1968 (fl),
H.S. Irwin et al. 19811a (UB); ib., 1.III.1994 (fl), W.A. Teixeira s.n. (BHCB 24106, HB).
Ditassa pedunculata pode ser reconhecida pelo pedúnculo evidente e os segmentos
externos da corona trilobados, quase da mesma altura do ginostégio. Está restrita ao sul da
Cadeia dos Espinhaço, florescendo principalmente entre novembro e março.
13.25. Ditassa laevis Mart., Nov. Gen. sp. pl. 1: 53. 1824. Tipo: BRASIL. Minas Gerais:
Itambé do Mato Dentro, V (fl), C.F.P. Martius s.n. (holótipo: M n.v., fotos F, MO).
Figura: 17 E-J.
Subarbusto 10-40 cm alt., freqüentemente prostrado, raramente trepadeira; ramos
hirtelos a pubescentes, ao menos unilateralmente. Pecíolo 1-4 mm compr.; lâmina
estreitamente elíptica, 2-3 cm compr., 0,4-1 cm larg., glabra ou com tricomas esparsos na
margem; base cuneada; ápice mucronado. Cimeiras glomeruliformes a umbeliformes,
subaxilares, até 10 flores; pedúnculo 1,5-3 mm compr. Pedicelo 1-2 mm compr. Cálice
glabro; sépalas ovais a subelípticas, 1,25-1,6 mm compr. Corola subcampanulada, brancoamarelada, abaxialmente glabra, adaxialmente puberulenta próximo à margem,
freqüentemente setulosa a barbada próximo à fauce; tubo 0,55-0,7 mm compr.; lacínias
ovais, 1,2-1,95 mm compr. Corona com lobos duplos; segmentos externos ovais a
elípticos, prolongados ou sublineares e flexuosos, da altura ou mais altos que o ginostégio,
os internos lineares a lanceolados, mais baixos que o ginostégio ou reduzidos a pregas.
174
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Asas das anteras subcuneiformes a suboblongas, menores ou quase do tamanho do dorso;
membrana apical semicircular, obcordada. Retináculo ovóide, elíptico ou oblongo, 0,170,2 mm compr.; caudículos providos de membrana reticulada delgada, retos ou levemente
arqueados, 0,07-0,1 mm compr.; polínios estreitamente piriformes ou quase, 0,2-0,3 mm
compr. Ginostégio convexo a mamilado no ápice. Folículos hirsutos, ao menos quando
jovens.
Material examinado. Ouro Preto: Serra do Itacolomi, 18.IV.1981 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 831); ib.,
14.XI.1987 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 833, SP); Pico do Itacolomi, s.d. (fl), J. Badini s.n. (OUPR 834);
Itacolomi, s.d. (fl), L. Damazio s.n. (OUPR 836); ib., II.1892 (fl), E. Ule 2636 (R); ib., 1904 (fl), A.W.
Schwacke s.n. (BHCB 110); ib., 15.II.1907 (fl), J.S. Novaes s.n. (SP 17954); ib., 28.XII.1950 (fl), A. Macedo
2800 (MO); ib., 5.V.1983 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 832); ib., 6.IV.1986 (fl), M. Peron s.n. (OUPR 835); ib.,
25.II.1987 (fl), T.S.M. Grandi et al. 2409 (BHCB). Barão de Cocais: Serra do Garimpo, 19o51-52'S, 43o3032'W, 4.V.1982 (fl), N. Hensold et al. CFCR 3931 (SPF). Caeté: Serra da Piedade, 20.I.1970 (fl), M.B.
Ferreira 92 (UB).
Ditassa laevis assemelha-se a D. linearis principalmente pelo hábito e
inflorescências, mas pode ser reconhecida pela corona com segmentos externos mais curtos
e asas das anteras geralmente menores que o dorso. Os materiais analisados não estão
completamente de acordo com a chave proposta por Fontella-Pereira e Schwarz (1981d),
apresentando as lacínias da corola geralmente bem maiores que o tubo, mais de 3 vezes no
material coletado em Barão de Cocais. Ocorre principalmente em Ouro Preto e foi coletada
entre novembro e maio.
13.26. Ditassa linearis Mart., Nov. Gen. sp. pl. 1: 53. 1824. Tipo: BRASIL. Minas Gerais:
Ouro Preto (“Morro de Villa Rica”), III (fl), C.F.P. Martius 807 (holótipo: M n.v.,
fotos F, MO).
Ditassa hilariana E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 254. 1885. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Serra
de Ibitipoca, A.F.C.P Saint-Hilaire 282 (holótipo: P, fragmento F; isótipo: B n.v., fotos F, MO).
Ditassa odorata K.Schum., Bot. Jahrb. Syst. 25(60): 21. 1898. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Serra de Ouro
Preto, s.d. (fl), A.W. Schwacke 9203 (lectótipo: RB).
Ditassa saxatilis Silveira, Fl. serr. Min.: 21. 1908. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Aiuruoca, Serra do
Papagaio, XI.1897 (fl), A. Silveira 280 (holótipo: R, deteriorado).
Figura: 17 K-S; foto 22 a-c.
Subarbusto prostrado, raramente trepadeira; ramos pubescentes a hirsutos, ao
menos em uma estria longitudinal. Pecíolo 2-5 mm compr.; lâmina estreitamente elíptica,
oblonga a linear, freqüentemente revoluta, 1,3-4(-6,2) cm compr., 0,1-2 cm larg., glabra ou
com tricomas esparsos na margem e na face adaxial da nervura central; base cuneada; ápice
mucronado. Cimeiras geralmente glomeruliformes, subaxilares, até 10 flores; pedúnculo
até 5 mm compr. Pedicelo 1-5 mm compr. Cálice glabro ou esparsamente pubescente na
margem; sépalas ovais ou elípticas, 0,9-2,2 mm compr. Corola subcampanulada a subrotácea, alva ou creme-esverdeada, abaxialmente glabra; adaxialmente puberulenta, pilosa,
raramente vilosa ou glabrescente medianamente, com tricomas retrorsos a barbelada na
base das lacínias; tubo 0,4-0,75 mm compr.; lacínias ovais, lanceoladas ou triangulares, 2,33,85 mm compr. Corona com lobos duplos; segmentos externos lanceolados, oblongos ou
rômbicos, longamente subulados, adaxialmente canaliculados, mais altos que o ginostégio,
os internos lanceolados ou lineares, geralmente mais altos que o ginostégio. Asas das
175
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
anteras oblongas, maiores que o dorso; membrana apical oval ou reniforme, emarginada.
Retináculo oblongo, elipsóide ou subgloboso, 0,15-0,3 mm compr.; caudículos com
membrana reticulada, levemente arqueados, 0,05-0,1 mm compr.; polínios elipsóides ou
dacrióides, 0,16-0,35 mm compr. Ginostégio mamilado ou globoso no ápice. Folículos
hirsutos a glabros, 3-4 cm compr.; sementes ca. 5 mm compr.
Material examinado.. Ouro Branco: Serra de Ouro Branco, 20o30'14"S, 43o38'44"W, 28.V.1997 (fl, fr), A.
Rapini et al. 329 (BHCB, K, MBM, MO, NY, R, SP, SPF). Ouro Preto: base do Itacolomi, 1.II.1971 (fl),
H.S. Irwin et al. 29535 (R, UB); Campo da Caveira, 5.VI.1978 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 837); ib., 8.II.1973
(fl), J. Badini s.n. (OUPR 838); Falcão, 20.IV.1998 (fl), A. Rapini et al. 600 (K, MBM, MO, SPF); Serra de
Ouro Preto, s.d. (fl), L. Damazio 1892 (RB); ib., II.1892 (fl), E. Ule 2634 (R). Moeda: Serra da Moeda,
Morro da Piedade, 24.IV.1990 (fl), J.A. Paula & S.B. Velten s.n. (BHCB 17928). Catas Altas: Serra do
Caraça, 22.III.1957 (fl), E. Pereira 2602 & G. Pabst 3438 (RB); ib., 24.V.1997 (fl, fr), A. Rapini et al. 314
(BHCB, F, G, RB, SP, SPF, W). Brumadinho: Retiro das Pedras, 24.IV.1983 (fl), R.C.F. Carvalho 77
(BHCB); Serra da Calçada, 20o08'S, 44o13'W, (fl), s.d. (fl), L.A Martens 35 (SPF); ib., 12.III.1990 (fl), L.A
Martens 410 (SPF). Santa Bárbara: Boa Vista, Serra da Conceição, 6.III.1982 (fl), N. Hensold et al. CFCR
2891 (RB, SPF). Nova Lima: Serra do Curral, 30.III.1945 (fl), L.O. Williams & V. Assis 6392 (MO, R).
Betim: Serra da Caveira, 11.III.1945 (fl), L.O. Williams & V. Assis 6219 (R). Belo Horizonte: 10.II.1927 (fl),
F.C. Hoehne s.n. (SP 18511); Serra do Curral, 24.VII.1949 (fl), J. Vidal s.n. (R s.n.); Serra da Mutuca,
22.II.1945 (fl), L.O. Williams & V. Assis 5567 (MO); Fecho do Funil, 14.II.1957 (fl), L. Roth 16330 (RB).
Caeté: XI.1915 (fl), F.C. Hoehne 5926 (R); Serra da Piedade, XI.1915 (fl), F.C. Hoehne 5924 (SP 25115);
ib., 27.III.1957 (fl), E. Pereira 2694 & G. Pabst 3530 (RB); ib., 13.I.1971 (fl), H.S. Irwin et al. 30237 (MO,
UB, UEC); ib., 15.I.1971 (fl), H.S. Irwin et al. 30379 (MO); ib., 27.II.1986 (fl), P.I.S. Braga et al. 2217
(BHCB, RB); ib., 23.III.1986 (fl), R. Mello-Silva et al. CFCR 9733 (SPF); ib., 24.II.1987 (fl), D.C. Zappi et
al. CFCR 10350 (SPF); ib., 15.VI.1987 (fl), T.S.M. Grandi et al. 2494 (BHCB); ib., 12.III.1988 (fl), M.M.N.
Braga et al. 181 (BHCB); ib., 19o49'23"S, 43o41'07"W, 11.I.1996 (fl), V.C. Souza et al. 10121 (SPF).
Itabira: Cauê, 12.II.1934 (fl), A.J. Sampaio 7007 (R). Conceição do Mato Dentro: Rio das Pedras,
27.IV.1892 (fl), A.F.M. Glaziou 19632 (R).
Ditassa linearis inclui geralmente subarbustos prostrados com folhas estreitamente
elípticas ou quase, inflorescências glomeruliformes (apresentando pedúnculos
desenvolvidos apenas em Martens 35, da Serra da Moeda, onde é simpátrida com D.
pedunculata), e lobos da corona com segmentos internos e externos mais altos que o
ginostégio. Os sinônimos foram reunidos por Fontella-Pereira (1990).
Ocorre principalmente no sul da Cadeia do Espinhaço, geralmente crescendo entre
rochas. Floresce de novembro a julho, atingindo o pico de floração em março.
13.27. Ditassa retusa Mart., Nov. Gen. sp. pl. 1: 53. 1824. Tipo: BRASIL. Minas Gerais:
Catas Altas, Serra do Caraça, C.F.P. Martius (holótipo: M n.v.).
Figura: 17 T-W; foto 32.
Trepadeira; ramos uni ou bilateralmente pubescentes, suberificados em direção à
base. Pecíolo 2-5(-10) mm compr.; lâmina oboval ou elíptica, revoluta na margem, 1,2-3,5
cm compr., 0,4-1,5 cm larg., glabra ou com tricomas na margem; base cuneada; ápice
arredondado a retuso, mucronado. Cimeiras corimbiformes, subaxilares, até 11 flores;
pedúnculo 1-6 mm compr. Pedicelo 2-8 mm compr. Cálice glabro, raramente ciliado;
sépalas orbiculares a oblongas, 1-1,4 mm compr. Corola rotácea, alva ou creme,
abaxialmente glabra, adaxialmente puberulenta, freqüentemente barbelada a glabra no
centro das lacínias; tubo 0,4-1,15 mm compr.; lacínias ovais a lanceoladas, 2-3,2 mm
176
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
compr. Corona com lobos duplos; segmentos externos da corona longamente subulados,
mais altos que o ginostégio, os internos oblongos, mais baixos que o ginostégio. Asas das
anteras oblongas a cuneiformes, maiores que o dorso; membrana apical depressamente oval
a subcircular. Retináculo ovóide, ligulado ou elipsóide, 0,15-0,23 mm compr.; caudículos
providos de membrana reticulada, retos ou arqueados, ca. 0,05-0,1 mm compr.; polínios
ovóides a oblongos, 0,25-0,37 mm compr. Ginostégio mamilado no ápice. Folículos
densamente hirsutos a lanosos, 3,5-5,5 cm compr.; sementes ca. 5 mm compr.
Material examinado. Ouro Preto: base da Serra de Antônio Pereira, s.d. (fl, fr), J. Badini s.n. (OUPR 854).
Mariana: 5.VI.1972 (fl), J.R. Mario 73 (OUPR). Itabirito: 21.III.1963 (fl), E. Pereira 7276 (HB, RB);
19.XII.1970 (fl), L. Krieger 9749 (RB); 10.VI.1971 (fr), L. Krieger 10670 (RB); Serra de Itabirito, s.d. (fl), J.
Badini et al. s.n. (OUPR 852); Pico do Itabirito, 11.II.1968 (fl), H.S. Irwin et al. 19811 (F, MO, R); ib.,
22.III.1994 (fl), W.A. Teixeira s.n. (BHCB 24246, F, HB); 22 km de Cachoeira do Campo, 9.VI.1978 (fl), J.
Fontella 1135 (RB); rodovia dos Inconfidentes, BR-365, 20o12'41"S, 43o50'24"W, 27.V.1997 (fl), A. Rapini
et al. 324 (CEPEC, CTES, INPA, NY, SPF); ib., km 46, 20o12'43"S, 43o50'24"W, 17.VIII.1998 (fl, fr), A.
Rapini et al. 677 (MO, SPF). Catas Altas: Serra do Caraça, s.d. (fr), J.R. Stehmann et al. s.n. (BHCB 28349,
HB); ib., 11.IX.1990 (fl), A. Freire-Fierro & D.C. Zappi 1638 (SPF); ib., 20o05'46"S, 43o28'45"W,
30.VIII.1997 (fr), J.R. Stehmann et al. s.n. (BHCB 38835); Caraça, Capelinha, 3.IV.1980 (fl), Tales s.n.
(BHCB 1969); ib., Caminho da Capelinha, 5.IV.1980 (fl), Tales s.n. (BHCB 436, HB). Nova Lima: Morro do
Chapéu, 31.III.1982 (fl), T.S.M. Grandi et al. 932 (BHCB). Caeté: Serra da Piedade, 10.IV.1996 (fl), J.A.
Lombardi 1247 (BHCB, MO); ib., 7.VI.1997 (fr), A. Salino 3132 (BHCB, ESA, SPF); ib., 19o49'S, 43o40'W,
5.IV.1986 (fl), J.A. Paula et al. s.n. (BHCB 7356); ib., 19o49'03"S, 43o40'27"W, 27.V.1997 (fl), A. Rapini et
al. 322 (SPF, W). Itambé do Mato Dentro: 27.V.1990 (fl), J.R. Stehmann s.n. (BHCB 18008). Santana do
Riacho: rodovia Lagoa Santa – Conceição do Mato Dentro – Diamantina, km 114, 6.III.1972 (fl), A.B. Joly et
al. CFSC 1393 (SP, UEC); ib., km 114, 21.VII.1980 (fl), N.L. Menezes et al. CFSC 6320 (F, RB, SP, SPF);
rodovia Belo Horizonte – Conceição do Mato Dentro, km 116, 19.IV.1981 (fl), L. Rossi & M.C.E. Amaral
CFSC 7259 (RB, SP, SPF); estrada para Lapinha, 19o08'17"S, 43o41'41"W, 4.III.1998 (bt), A. Rapini et al.
582 (R, SPF). Santana do Pirapama: fazenda Inhame (Serra Mineira), 18o55'S, 43o54'W, 21.III.1982 (fl),
J.R. Pirani et al. CFSC 8024 (RB, SP, SPF). Conceição do Mato Dentro: estrada Santana do Riacho – Serro,
km 155, 5.VII.1996 (fl, fr), V.C. Souza et al. 11757 (SPF). Gouveia: 3.VI.1985 (fl), F. Barros 1065 (SP);
estrada Curvelo – Diamantina, 18o31'S, 43o55'W, 9.IV.1982 (fl), A. Furlan et al. CFCR 3249 (RB, SPF).
Datas: rodovia para Serro, 18o33'38"S, 43o38'18"W, km 451, 1.III.1998 (bt), A. Rapini et al. 502 (SPF).
Diamantina: 17.III.1970 (fl), H.S. Irwin et al. 27727 (MO, R); Água Fria. 2.IV.1957 (fl), E. Pereira 2806 &
G. Pabst 3642 (HB, RB); Distrito de Biribiri, Serra dos Cristais, 2.X.1997 (bt, fr), A. Rapini et al. 380 (SP,
SPF); estrada para Conselheiro Mata, 5.IV.1983 (fl), G. Martinelli & B.E. Lewenberger 9192 (RB); estrada
para Mendanha, 13.I.1998 (fl), R.C. Forzza et al. 613 (SPF); rodovia Guinda – Conselheiro Mata, 16.III.1987
(fl), G. Hatschbach et al. 50942 (MBM); 25 km NE da cidade, 9.IV.1973 (fl), W.R. Anderson 8351 (HB,
MBM, MO); 3,5 km SW da cidade, 14.IV.1973 (fl), W.R. Anderson 8926 (MO); 18o11'S, 43o45'W, 19.V.1990
(fl, fr), M.M. Arbo et al. 4446 (SPF); 5 km em direção a Curvelo, 5.IV.1998 (fl), V.C. Souza et al. 20964
(SPF). Joaquim Felício: 8 km W da cidade, 7.III.1970 (fl), H.S. Irwin et al. 27083 (F, MO); Serra do Cabral,
17o42'29"S, 44o11'31"W, 16.V.1999 (fl), V.C. Souza et al. 22452 (SPF). Itacambira: Serra de Itacambira, 3,5
km em direção a Juramento, 14.III.1999 (fl), A. Rapini & M.L. Kawasaki 786 (F, G, SPF). Botumirim:
estrada Botumirim – Barrocão, ca. 3 km de Adão Colares, 30.IX.1997 (bt, fr), A. Rapini et al. 365 (NY, SP,
SPF, UB). Grão-Mogol: 22.VII.1978 (fl), G. Hatschbach 41474 (MBM); 13.I.1981 (fl), I. Cordeiro et al.
CFCR 832 (RB, SPF); córrego Santo Antônio, afluente do rio Itacambiruçu, 12.IV.1981 (fl), A. Furlan et al.
CFCR 711 (RB, SPF); 16o33'S, 42o53'W, 21.V.1982 (fl), M.C.H. Mamede et al. CFCR 3391 (RB, SPF);
córrego Escurona, 16o35'S, 42o57'W, 26.V.1988 (fl), A. Bidá et al. CFCR 11959 (HUEFS, RB, SPF); vale do
córrego Escurona, ca. 16o36'S, 42o58'W, 13.VI.1990 (fl), R. Simão-Bianchini et al. CFCR 12821 (RB, SPF).
Riacho dos Machados: Serra da Bocaina, km 400 da BR-251, próximo à torre da Telemig, 10.III.1999 (fl),
A. Rapini & M.L. Kawasaki 727 (BHCB, SPF, UEC).
Ditassa retusa pode ser reconhecida por seu hábito volúvel, corola adaxialmente
puberulenta, segmentos externos da corona longamente subulados e exsertos e os internos
inclusos. Ditassa rosea talvez represente um sinônimo deste táxon e não de D. eximia (veja
178
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
comentários em D. eximia) como proposto por Fontella-Pereira & Schwarz (1981d). Ocorre
em campos rupestres ou capões, na Bahia, Minas Gerais e mais esporadicamente em São
Paulo e Mato Grosso (H.S. Irwin et al. 16286, MO). Floresce praticamente o ano todo, mais
intensamente entre março e abril e foi coletada ao longo de praticamente toda a Cadeia do
Espinhaço de Minas Gerais.
Chave para as espécies do Grupo de Ditassa grazielae:
1. Folhas patentes a reflexas; lâmina revoluta. Sépalas estreitamente triangulares, com mais
de 2 mm compr. Anteras dividas em asas e dorso. (Serra do Cipó- 18 e 20).......................
.........................................................................................................13.28. D. semirii (179)
1'. Folhas reflexas; lâmina cimbiforme. Sépalas ovais a suboblongas, até 1,5 mm compr.
Anteras não divididas em asas e dorso. (Diamantina- 30)...........13.29. D. grazielae (180)
13.28. Ditassa semirii (Fontella) Rapini, comb. ined. Astephanus semirii Fontella, Bradea
4(48): 379; tab. 1, figs. B, D, F; tab. 4, fig. Q. 1987 (“Semiri”). Tipo: BRASIL.
Minas Gerais: Santana do Riacho, rodovia Lagoa Santa – Conceição do Mato
Dentro – Diamantina, km 115, 15.XII.1971 (fl, fr), J. Semir & M. Sazima CFSC 609
(holótipo: RB; isótipos: MBM, NY, SP, UEC).
Figura: 18 A-E.
Subarbusto cespitoso ca. 40 cm alt.; ramos escabrosos. Folhas opostas, patentes a
reflexas; pecíolo até 0,4 mm compr.; lâmina cordiforme, revoluta, 1,5-3 mm compr., ca. 2
mm larg., adaxialmente glabra ou minuta e esparsamente escabrosa, abaxialmente glabra;
base cordada; ápice agudo. Cimeiras uni ou bifloras, axilares, subsésseis. Pedicelo até 0,7
mm compr. Cálice glabro; sépalas estreitamente triangulares, 2,2-2,3 mm compr. Corola
subcampanulada, creme-esverdeada ou amarronzada, abaxialmente glabra, adaxialmente
papilosa no terço superior, pilosa a barbada na metade basal das lacínias; tubo 0,5-0,8 mm
compr.; lacínias lanceoladas, 2,35-2,5 mm compr. Corona ausente ou inconspícua. Asas
das anteras suboblongas, maiores que o dorso; membrana apical semi-orbicular. Retináculo
subovóide ou elipsóide, 0,17-0,2 mm compr.; caudículos simples, retos, ca. 0,05 mm
compr.; polínios elipsóides, 0,2-0,23 mm compr. Ginostégio obtuso a levemente mamilado
no ápice. Folículos escabrosos, ca. 1 cm compr.
Material examinado. Jaboticatubas: Serra do Cipó, 16.I.1951 (fl), Dardano (D. Andrade Lima) 40 (RB).
Santana do Riacho: Serra do Cipó, km 132, 17.II.1968 (fl), H.S. Irwin et al. 20335 (MO); Parque Nacional
da Serra do Cipó, km 107 da estrada Lagoa Santa – Conceição do Mato Dentro, 4.II.2000 (fl), G.W. Fernades
s.n. (BHCB, K, SPF 141909).
Ditassa semirii foi descrita em Astephanus R.Br., gênero redefinido por Liede
(1994). Segundo a autora, Astephanus é caracterizado principalmente pelo látex incolor e
está restrito à África do Sul. Embora Ditassa seja tradicionalmente definido pela corona
dupla e D. semirii seja destituída de corona, esta espécie possui o hábito, as dimensões,
formas e indumento da parte vegetativa e floral semelhantes aos encontrados em espécies
incluídas neste gênero. Assemelha-se a D. grazielae, distinguindo-se pelas folhas quase
glabras, revolutas e geralmente patentes, sépalas mais longas e anteras com asas
suboblongas, maiores que o dorso. Está restrita à Serra do Cipó, onde foi coletada com
179
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
flores de dezembro a fevereiro.
13.29. Ditassa grazielae (Fontella & Marquete) Rapini, comb. ined. Astephanus grazielae
Fontella & Marquete, Bradea 2(3): 9; tab. 1, fig. A, C, E; tab. 4, fig. R. 1975. Tipo:
BRASIL. Minas Gerais: Diamantina, Rio dos Cristais, 25.III.1966 (fl), A.P. Duarte
9707 (holótipo: RB).
Figura: 18 F-L; foto 20.
Subaarbusto cespitoso 0,3-1 m alt.; ramos escabrosos. Folhas opostas, reflexas;
pecíolo até 0,55 mm compr.; lâmina cordiforme a suborbicular ou lanceolada, cimbiforme,
2,1-3,2 mm compr., 0,5-2,2 mm larg., escabrosa; base cordada a fendida; ápice agudo.
Cimeiras uni, raramente bifloras, axilares, subsésseis. Pedicelo diminuto. Cálice
abaxialmente glabro ou escabroso; sépalas ovais a suboblongas, 0,8-1,5 mm compr. Corola
urceolada, alva ou creme, abaxialmente glabra ou escabrosa, adaxialmente minutamente
papilosa no terço apical, pilosa a barbada na metade basal das lacínias; tubo 0,85-1 mm
compr.; lacínias ovais, lanceoladas ou triangulares, 1,8-2,5 mm compr. Corona ausente.
Asas das anteras indefinidas, formando uma antera indivisa; membrana apical semiorbicular a oval. Retináculo largamente obovóide a escutiforme ou subgloboso, ca. 0,15
mm compr.; caudículos simples, retos, ca. 0,05 mm compr.; polínios elipsóides, 0,2-0,22
mm compr. Ginostégio obtuso no ápice. Folículos escabrosos, 0,8-1,1 cm compr.;
sementes ca. 4,5 mm compr.
Material examinado. Diamantina: Biribiri, 25.II.1975 (fl), G. Hatschbach et al. 36496 (HB, MBM, MO,
SPF, UB); ib., Serra dos Cristais, 2.X.1997 (fl, fr), A. Rapini et al. 379 (CTES, K, NY, SP, SPF); ib.,
Cachoeira dos Cristais, 29.I.2000 (fl, fr), R. Mello-Silva & R.C. Forzza 1742 (BHCB, CTES, K, MBM, MO,
R, SPF, W); estrada para Biribiri, 8.XII.1997 (fl), R.C. Forzza et al. 520 (G, SPF); ib., próximo ao córrego
Sentinela, 28.II.1998 (fl), R.C. Forzza et al. 668 (NY, R, SPF, W); Conselheiro Mata, VI.1934 (fl), A.C.
Brade 13467 (RB); estrada para São João da Chapada, 18o09'S, 43o43'W, 11.V.1982 (fl), A. Furlan et al.
CFCR 3354 (F, MBM, RB, SPF, W); estrada Guinda – São João da Chapada, 10.XII.1997 (fl, fr), P.T. Sano
et al. 753 (BHCB, F, NY, SPF); Coroado (Extração), 1 km da Gruta do Salitre, 18o16'40,4"S, 43o31'48"W,
23.XII.1998 (fl), A. Rapini et al. 876 (SPF).
Ditassa grazielae pode ser reconhecida pelas folhas cordiformes, diminutas e
reflexas; as flores são geralmente solitárias, alvas e urceoladas, desprovidas de corona e
inseridas na axila das folhas; as anteras são inteiras, não havendo distinção clara entre dorso
e asa. Diferente da maioria das Asclepiadoideae, esta espécie não apresenta coma nas
sementes. Assemelha-se a D. semirii e, pelos mesmos motivos apresentados para aquela
espécie, foi transferida para este gênero. Está restrita ao Planalto de Diamantina, onde é
geralmente encontrada formando touceiras entre rochas. As coleções não apontaram um
período de floração definido.
13.30. Ditassa bifurcata Rapini, sp. ined. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Diamantina, 18
km da cidade, 19.III.1970 (fl, fr), H.S. Irwin et al. 27896a (holótipo: MBM;
isótipos: F, MO, NY? n.v., R).
Figura: 18 M-R.
180
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Subarbusto; ramos setulosos a escabrosos. Folhas opostas, patentes; pecíolo ca. 0,5
mm compr.; lâmina elíptica, 2,5-4 mm compr., ca. 1,5 mm larg., escabrosa; base cuneada;
ápice agudo. Cimeiras uni ou bifloras, subaxilares; pedúnculo 0,8-1 mm compr. Pedicelo
0,7-1 mm compr. Cálice abaxialmente escabroso; sépalas suboblongas, revolutas, ca. 0,8
mm compr. Corola campanulada, quase urceolada, abaxialmente escabrosa, adaxialmente
puberulenta na metade apical das lacínias, tomentosa a vilosa na basal, com tricomas
retrorsos na base das lacínias; tubo 0,7-0,9 mm compr.; lacínias triangulares, 1,1-1,3 mm
compr. Corona com lobos inteiros na base, bifurcando-se na metade apical; segmentos
externos e internos lineares, subiguais, mais altos que o ginostégio. Asas das anteras
suboblongas, maiores que o dorso; membrana apical semicircular. Retináculo oblongo, ca.
0,16 mm compr.; caudículos simples, arqueados, ca. 0,04 mm compr.; polínios subovóides,
ca. 0,11 mm compr. Ginostégio subgloboso no ápice. Folículos escabrosos, ca. 1 cm
compr.
Ditassa bifurcata assemelha-se a D. refractifolia pelo hábito e a D. micromeria pelo
indumento escabroso. Pode ser distinta das demais espécies de Ditassa por ser
completamente coberta por tricomas curtíssimos e retos, dando à planta um aspecto
escabroso e por possuir os lobos da corona com os segmentos externos e internos fundidos,
bifurcando-se na metade apical. É conhecida apenas pelo material-tipo.
13.31. Ditassa refractifolia K.Schum., Bot. Jahrb. Syst. 25(60): 22. 1898. Sintipo:
BRASIL. Minas Gerais: Diamantina, Biribiri, 23.III.1892 (fl), A.F.M. Glaziou
19638 (B n.v., fragmento F; P n.v.); id. 19639 (C n.v., fotos F, MO; R); s.d. (fl),
A.W. Schwacke 8167 (RB).
Figura: 18 S-W; foto 31 a-b.
Subarbusto cespitoso 20-40 cm alt.; ramos pubescentes. Folhas opostas, reflexas;
pecíolo até 1 mm compr.; lâmina sublanceolada, geralmente cimbiforme, carenada, 2-4 mm
compr., 0,5-0,6 mm larg., adaxialmente glabra, esparsamente pubescente abaxialmente;
base subcuneada; ápice agudo. Cimeiras umbeliformes a fasciculiformes, subaxilares, 3-6
flores; pedúnculo ca. 1 mm compr. Pedicelo ca. 1 mm compr. Cálice abaxialmente glabro
ou pubescente na base; sépalas ovais ou quase, 0,5-0,75 mm compr. Corola
subcampanulada, creme-esverdeada, abaxialmente glabra ou com tricomas esparsos,
adaxialmente papilosa passando a puberulenta em direção à base das lacínias; tubo 0,350,45 mm compr.; lacínias triangulares, 0,75-0,85 mm compr. Corona com lobos duplos;
segmentos externos e internos oblongos a triangulares, subiguais, quase da altura do
ginostégio. Asas das anteras suboblongas, maiores que o dorso; membrana apical oval.
Retináculo elipsóide, 0,05-0,06 mm compr.; caudículos simples, retos, ca. 0,03-0,06 mm
compr.; polínios subobovóides a elipsóides, 0,06-0,07 mm compr. Ginostégio levemente
mamilado a quase plano no ápice. Folículos glabrescentes, 2,5-3 cm compr.
Material examinado. Serro: Trinta Réis, 1.III.1998 (fl), A. Rapini et al. 510 (NY, SPF); ib., estrada para
Diamantina, 27.I.1986 (fl, fr), N.L. Menezes et al. CFCR 9269 (BHCB, HB, MBM, MO, RB, SPF); ca. 11 km
em direção a Milho Verde, 11.III.1995 (fl), V.C. Souza et al. 8326 (SPF). Gouveia: fazenda Prata,
19.VII.1980 (fl), J. Semir et al. CFCR 174 (RB, SPF). Datas: 24.I.1969 (fl), H.S. Irwin et al. 22567 (MBM,
MO, R, UB); 15 km S de Diamantina, 5.II.1972 (fl), W.R. Anderson et al. 35536 (F, HB, MO, UB).
Diamantina: 1,5 km na estrada para Biribiri, 30.I.2000 (fl), R. Mello-Silva & R.C. Forzza 1760 (BHCB,
181
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
CTES, F, G, SPF); km 578 da BR-367, próximo ao córrego Soberbo, 15.III.1999 (fl, fr), A. Rapini & M.L.
Kawasaki 797 (CTES, INPA, SPF); estrada para Conselheiro Mata, 23.II.1986 (fl), J. Semir et al. CFCR 9512
(MBM, RB, SPF, UEC); ib., 18o16'S, 43o43'W, 11.IV.1982 (fl, fr), L. Rossi et al. CFCR 3329 (RB, SPF);
estrada Guinda – Conselheiro Mata, 16.III.1987 (fl), G. Hatschbach et al. 50933 (MBM); ib., 18o17'S,
43o50'W, 12.I.1998 (fl), A. Rapini et al. 465 (K, SPF); ib., 18o17'55"S, 43o50'17"W, 12.I.1998 (fl), A. Rapini
et al. 467 (R, SPF); 28 km em direção a Gouveia, 14.I.1969 (fl), H.S. Irwin et al. 21897 (F, HB, MO, UB);
estrada para Gouveia, BR-259, km 606, 28.II.1998 (fl), R.C. Forzza et al. 663 (G, SPF, UB, W); Rio dos
Cristais, 25.III.1966 (fl), A.P. Duarte 9708 (HB, RB).
Ditassa refractifolia inclui subarbustos formando touceiras com ramos pubescentes,
folhas diminutas e reflexas, flores bastante reduzidas e corona dupla. Restrita ao Planalto de
Diamantina, é encontrada sobre rochas, florescendo principalmente nos primeiros meses do
ano.
13.32. Ditassa monocoronata Rapini, sp. ined. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Itabirito,
Pico do Itabirito, 13.IV.1994 (fl, fr), W.A. Teixeira s.n. (holótipo: BHCB 25014;
isótipos: F, HB).
Figura: 18 X-BB.
Erva ca. 10 cm alt. ou subarbusto decumbente; ramos pubescentes. Folhas opostas,
patentes; pecíolo ca. 1 mm compr.; lâmina oval a lanceolada, levemente cimbiforme, 4,5-6
mm compr., 1,5-2,4 mm larg., tricomas na margem; base obtusa; ápice agudo. Cimeiras
uni ou bifloras, subaxilares; pedúnculo até 1,5 mm compr. Pedicelo 0,8-2 mm compr.
Cálice glabro ou com tricomas na margem; sépalas ovais a lanceoladas, ca. 1,1 mm compr.
Corola rotácea a campanulada, alva ou creme-acastanhada, abaxialmente glabra,
adaxialmente papilosa, barbada na metade basal das lacínias; tubo 0,45-0,6 mm compr.;
lacínias ovais a lanceoladas, 1,7-2 mm compr. Corona com lobos estreitamente
lanceolados a lineares, mais altos ou quase da altura do ginostégio. Asas das anteras
suboblongas, maiores que o dorso; membrana apical depressamente oval. Retináculo
largamente oblongo, ca. 0,15 mm compr.; caudículos com membrana reticulada, levemente
arqueados ou retos, ca. 0,05 mm compr.; polínios elipsóides, 0,15-0,18 mm compr.
Ginostégio mamilado no ápice. Folículos glabros, 0,8-1 cm compr.
Material examinado. Brumadinho: Serra do Rola-Moça, 4.II.1961 (fl, fr), D. Andrade-Lima 3734 (RB).
Ditassa monocoronata assemelha-se a D. hemipogonoides pelo hábito e disposição
das folhas e a D. refractifolia pelos ramos pubescentes. Difere da maioria das espécies
incluídas em Ditassa pelos lobos simples da corona, sendo incluída neste gênero
principalmente pelo hábito subarbustivo, tipo de inflorescência, dimensões das estruturas
florais e indumento adaxial da corola. Foi coletada em “canga”, no Pico do Itabirito e na
Serra do Rola-Moça, no sul da Cadeia do Espinhaço. Deve ser um táxon gravemente
ameaçado de extinção, já que as duas localidades onde foi encontrado vêm sendo
intensamente exploradas por mineradoras.
182
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Chave para as espécies do Grupo de Ditassa polygaloides:
1. Ramos hirsutos a pubescentes. Folhas opostas, eretas ou quase. Cimeiras subaxilares.
Lobos da corona não superando o ginostégio.
2. Corola rósea ou lilás, raríssimo creme, adaxialmente com tricomas retrorsos ou
patentes próximo à base das lacínias. (Serra do Cipó- 20)..............................................
...........................................................................................13.33. D. polygaloides (184)
2'. Corola creme ou amarelada, adaxialmente barbada com tricomas involutos no terço
basal das lacínias. (Diamantina- 30)..................................13.34. D. inconspicua (185)
1'. Ramos glabros a escabrosos. Folhas geralmente verticiladas ou helicoidais, patentes ou
quase. Cimeiras axilares. Lobos da corona superando o ginostégio. (Serra do Cipó- 20)
3. Lâmina foliar ca. 6 mm compr. Pedicelo ca. 1 mm compr. Corola adaxialmente com
tricomas retrorsos na base das lacínias. Segmentos externos da corona subulados,
mais altos que o ginostégio e que os segmentos internos. Asas das anteras cuneadas;
membrana apical suboval. Ápice do ginostégio apiculado...........................................
........................................................................................13.35. D. magisteriana (186)
3'. Lâmina foliar até 4 mm compr. Pedicelo ca. 2 mm compr. Corola adaxialmente
barbada na base das lacínias. Segmentos externos da corona lineares, superando
brevemente o ginostégio e quase da altura dos internos. Asas das anteras
subtriangulares; membrana apical depressamente oval. Ápice do ginostégio
levemente mamilado.................................................13.36. D. hemipogonoides (186)
13.33. Ditassa polygaloides Silveira, Fl. serr. Min.: 23; tab. 7, fig. 1. 1908. Blepharodon
polygaloides (Silveira) Fontella, Bradea 5(49): 478. 1991. Tipo: BRASIL. Minas
Gerais: Serra do Cipó, III.1892 (fr), A.W. Schwacke 8184, no 2835 in herb.
Magalhães Gomes (lectótipo: SP; isolectótipo: OUPR).
Figura: 19 A-G.
Erva a subarbusto 7-20 cm alt.; ramos hirsutos, ao menos unilateralmente. Folhas
opostas, subsésseis, eretas ou quase, geralmente imbricadas; lâmina lanceolada, geralmente
cimbiforme, 0,6-1,5 cm compr., 1,5-2 mm larg., glabra ou com tricomas na margem; base
atenuada a obtusa; ápice acuminado. Cimeiras unifloras, subaxilares, sésseis. Pedicelo até
2,5 mm. compr. Cálice glabro; sépalas ovais, 1-2,25 mm compr. Corola campanulada,
rósea ou lilás, raramente creme, abaxialmente glabra, adaxialmente minutamente papilosa,
com tricomas patentes ou retrorsos próximo à base das lacínias; tubo 1-1,6 mm compr.;
lacínias ovais, 1,8-2,1 mm compr. Corona com lobos duplos; segmentos externos
largamente oblongos a triangulares, mais baixos que o ginostégio, os internos oblongos ou
triangulares, mais baixos ou quase da altura do ginostégio. Asas das anteras suboblongas,
maiores que o dorso; membrana apical oval a depressamente oval. Retináculo oblongo a
elipsóide, 0,1-0,15 mm compr.; caudículos simples, retos, ca. 0,05 mm compr.; polínios
elipsóides a subglobosos, 0,1-0,25 mm compr. Ginostégio mamilado a quase plano no
ápice. Folículos glabros, ca. 3,5 cm compr.
Material examinado. Santana do Riacho: Serra do Cipó, IV.1905, A. Silveira 392 (R, sintipo destruído); ib.,
16.IV.1935 (fl), H.M. Barreto & A.C. Brade s.n. (RB 313515); ib., km 137, 6.XII.1949 (fl), A.P. Duarte 2138
(RB); ib., km 142 da estrada para Conceição do Mato Dentro, 16.IV.1935 (fl), H.M. Barreto 1122a & A.C.
184
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Brade 15340 (RB); ib., Alto Palácio, 13.XII.1985 (fl), C. Kameyama et al. CFSC 9448 (SPF); rodovia Belo
Horizonte – Conceição do Mato Dentro, fazenda Capivara, 19o14'59"S, 43o32'44"W, 10.III.1995 (fl), V.C.
Souza et al. 8258 (ESA); ib., km 126, 2.II.1987 (fl, fr), F. Barros 1343 (SP); ib., km 132, 30.X.1981 (fl, fr),
M.G. Sajo & N.M. Castro CFSC 7610 (NY, SP, SPF); ib., km 133, 3.II.1981 (fl), N.L. Menezes & N. Hensold
CFSC 7695 (RB, SPF); ib., km 140, 6.III.1972 (fl), A.B. Joly et al. CFSC 1295 (SP).
Ditassa polygaloides inclui ervas pouco ramificadas na base, com folhas estreitas,
eretas e flores solitárias, geralmente róseas, alternas e concentradas na porção superior da
planta. Fontella-Pereira (1991) transferiu a espécie para Blepharodon, designando o
lectótipo. A mudança de gênero parece estar relacionada à forma dos lobos da corona, com
segmentos unidos na base e interpretados como semelhantes aos encontrados em
Blepharodon. Esse tipo de lobo, assim como as demais características analisadas nesta
espécie, no entanto, estão presentes em espécies incluídas em Ditassa, justificando a
classificação inicialmente proposta por Silveira (1908). Ditassa polygaloides está restrita à
Serra do Cipó, ocorrendo em solos arenosos e freqüentemente úmidos, e foi coletada com
flores e frutos de outubro a abril.
13.34. Ditassa inconspicua Rapini, sp. ined. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Diamantina,
Pedra da Ferradura, estrada para Conselheiro Mata à 6 km da estrada Curvelo –
Diamantina, 17.XII.1985 (fl), V.C. Souza et al. CFCR 8769 (holótipo: SPF).
Figura: 19 H-N.
Erva 5-15(-35) cm alt.; ramos bilateralmente hirtelos. Folhas opostas, subsésseis,
eretas ou quase; lâmina estreitamente lanceolada a linear, 0,5-1 cm compr., 1-1,5 mm larg.,
glabra ou com tricomas esparsos na margem; base atenuada a obtusa; ápice agudo.
Cimeiras unifloras, subaxilares, sésseis ou quase. Pedicelo ca. 1 mm compr. Cálice glabro;
sépalas ovais, 1,2-1,35(-1,7) mm compr. Corola subcampanulada, creme ou amarelada,
abaxialmente glabra, adaxialmente minutamente papilosa, barbada com tricomas introrsos
no terço basal das lacínias; tubo 1-1,15(-1,5) mm compr.; lacínias ovais a lanceoladas, 1,52(-2,5) mm compr. Corona com lobos duplos; segmentos externos e internos oblongos ou
quase, mais baixos que o ginostégio, os internos ligeiramente menores que os externos.
Asas das anteras suboblongas a subcuneadas, maiores que o dorso; membrana apical
depressamente oval. Retináculo elipsóide a suboblongo, 0,13-0,18 mm compr.; caudículos
simples, retos, (0,03-)0,07-0,08 mm compr.; polínios elipsóides ou ovóides, 0,2-0,23 mm
compr. Ginostégio rugoso no ápice. Folículos glabros, ca. 2,5 mm compr.
Material examinado. Diamantina: 20.I.1972 (fl), G. Hatschbach 28981 (MBM); estrada para Mendanha, km
578, 18o11'S, 44o36'W, 22.III.1995 (fl), S. Splett 1015 (HB, UB); 8,6 km depois do asfalto, em direção a
Conselheiro Mata, 23.IX.1994 (fr), S. Splett 652a (UB).
Ditassa inconspicua assemelha-se a D. polygaloides tanto na parte vegetativa como
na floral. Distingue-se daquela espécie pela ausência de ramificações, internós mais longos,
folhas menores e mais esparsas que, apesar de eretas, não ficam imbricadas, e corola
geralmente creme, provida adaxialmente de um tufo denso de tricomas macios e involutos
que ocupam o terço basal das lacínias. Nas coleções analisadas, há grande variação na
altura dos indivíduos e na dimensão das flores. Está restrita a Diamantina, onde foi coletada
entre novembro e março.
185
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
13.35. Ditassa magisteriana Rapini, sp. ined. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Santana do
Riacho, estrada para Lapinha, 19o04'S, 43o42'W, 5.III.1998 (fl, fr), A. Rapini et al.
597 (holótipo: SPF; isótipos: BHCB, K, MBM, MO, NY, RB).
Figura: 19 O-T; foto 25.
Subarbusto cespitoso ca. 30 cm alt.; ramos escabrosos. Folhas opostas, verticiladas
ou helicoidais, patentes ou quase; pecíolo até 1 mm compr.; lâmina linear a suboblonga,
carenada, ca. 6 mm compr., 0,5-1 mm larg., glabra; base atenuada; ápice acuminado.
Cimeiras geralmente unifloras, axilares, subsésseis. Pedicelo ca. 1 mm compr. Cálice
glabro; sépalas lanceoladas, 1-1,3 mm compr. Corola campanulada, alva, abaxialmente
glabra, adaxialmente papilosa, com tricomas retrorsos na base das lacínias; tubo ca. 0,75
mm compr.; lacínias subovais a lanceoladas, 1,8-2 mm compr. Corona com lobos duplos,
curtamente pedunculados; segmentos externos largamente elípticos, subulados, mais altos
que o ginostégio, os internos triangulares, quase da altura do ginostégio. Asas das anteras
cuneadas, maiores que o dorso; membrana apical suboval. Retináculo elipsóide ou quase,
ca. 0,15 mm compr.; caudículos simples, retos a levemente geniculados, 0,05-0,1 mm
compr.; polínios oblongos ou ovóides, ca. 0,15 mm compr. Ginostégio apiculado no ápice.
Folículos glabros, ca. 1 cm compr.
Ditassa magisteriana é uma espécie intermediária entre D. polygaloides e D.
hemipogonoides. Difere da primeira pelo hábito bastante ramificado, ramos escabrosos,
com tricomas curtíssimos, folhas mais estreitas, patentes, verticiladas, opostas ou
helicoidais; flores alvas, inseridas nas axilas foliares e distribuídas ao longo dos ramos (vs.
concentradas na zona terminal da planta); e corona com os segmentos externos subulados,
bem mais altos que o ginostégio. Difere de D. hemipogonoides pelas folhas mais longas,
corola adaxialmente com tricomas retrorsos na base das lacínias, mas não densamente
barbada, corona com segmentos externos bem mais altos que os internos e asas das anteras
estreitamente cuneadas. Como D. hemipogonoides e D. grazielae, essa espécie também
possui sementes desprovidas de coma. É conhecida apenas pelo material-tipo, coletado
sobre rochas no flanco oeste da Serra do Cipó.
13.36. Ditassa hemipogonoides E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 238. 1885.
Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Serra da Lapa, XI.1824 (fl), L. Riedel 977 (LE? n.v.).
Figura: 19 U-Y.
Subarbusto 30-50 cm alt.; ramos glabros a minutamente escabrosos. Folhas
verticiladas ou helicoidais, patentes ou quase; pecíolo ca. 0,65 mm compr.; lâmina
lanceolada, 3-4 mm compr., 0,4-0,7 mm larg., minutamente escabrosa, quase glabra; base
atenuada; ápice agudo. Cimeiras uni ou bifloras, axilares; pedúnculo brevíssimo. Pedicelo
ca. 2 mm compr. Cálice glabro; sépalas liguladas a lanceoladas, ca. 0,93 mm compr.
Corola campanulada, abaxialmente glabra, adaxialmente papilosa na metade apical,
barbada na basal; tubo 0,13-0,25 mm compr.; lacínias elípticas, 1,25-1,3 mm compr.
Corona com lobos duplos; segmentos internos e externos quase iguais, lineares, superando
brevemente o ginostégio. Asas das anteras subtriangulares, maiores que o dorso; membrana
apical depressamente oval. Retináculo subobtrulóide, ca. 0,15 mm compr.; caudículos
186
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
simples, retos, ca. 0,08 mm compr.; polínios elipsóides a subglobosos, 0,14-0,16 mm
compr. Ginostégio levemente mamilado no ápice. Folículos minutamente escabrosos a
glabros, ca. 8,5 mm compr.
Material examinado. Santana do Riacho: Serra do Cipó, s.d. (fl, fr), L. Damazio s.n. (RB 48573); ib.,
22.IV.1892 (st), A.W. Schwacke 8181 (OUPR); ib., 28.IV.1892 (fl, fr), A.F.M. Glaziou 19637 (F, R).
Ditassa hemipogonoides é reconhecida pelo hábito ereto e folhas lanceoladas,
minuta e esparsamente escabrosas, flores barbadas internamente na região basal da corola e
lobos da corona com segmentos lineares, quase iguais entre si. Como em D. grazielae, não
apresenta coma nas sementes (Fontella-Pereira et. al. 1995). Foi coletada apenas na Serra
do Cipó e não é recoletada há mais de 100 anos, sendo considerada provavelmente extinta
(Conselho Estadual de Política Ambiental 1997, Mendonça & Lins 2000, mas veja capítulo
VII).
13.37. Ditassa hastata Decne. in DC., Prodr. 8: 575. 1844. Tipo: BRASIL. Piauí: V.1840
(fl), G. Gardner 2236 (holótipo: K n.v.; isótipos: F; G n.v., foto MO).
Ditassa castellana Fontella & Valente, Loefgrenia 31: 1; tab. 1. 1969. Tipo: BRASIL. Bahia: Mina Boquira,
Morro Pelado, 1.IV.1956 (fl), A. Castellanos 25967 (holótipo: HB). Syn. nov.
Figura: 20 A-F; foto 21 a-c.
Arbusto prostrado; ramos glabros, os mais velhos suberificados. Pecíolo 1-2 cm
compr.; lâmina geralmente triangular ou trulada, 2-2,5 cm compr., ca. 1,2 cm larg. na base,
glabra; base hastada a truncada; ápice acuminado. Cimeiras subcorimbiformes,
subaxilares, até 6 flores; pedúnculo 0,8-2 cm compr. Pedicelo 4-7 mm compr. Cálice
glabro; sépalas ovais, 1-1,4 mm compr. Corola sub-rotácea, alva, abaxialmente glabra,
adaxialmente papilosa a puberulenta, setulosa na base; tubo 0,4-0,7 mm compr.; lacínias
lanceoladas a ovais, 2,85-3,2 mm compr. Corona com lobos duplos; segmentos externos
longamente subulados, os internos lineares a subulados, mais baixos que os externos;
ambos mais altos que o ginostégio. Asas das anteras cuneadas, maiores que o dorso;
membrana depressamente oval. Retináculo oblongo ou quase, 0,13-0,15 mm compr.;
caudículos retos ou arqueados, providos de membrana delgada, 0,05-0,08 mm compr.;
polínios subelipsóides, 0,2-0,25 mm compr. Ginostégio mamilado a subcônico no ápice.
Folículos glabros, 2,5-3,5 cm compr.; sementes ca. 4 mm compr.
Material examinado. Juramento: Serra do Catuni, ca. 1 km de Pau d'Óleo em direção a Itacambira,
13.III.1999 (fl, fr), A. Rapini & M.L. Kawasaki 777 (K, MO, SPF, W); Serra do Juramento, estrada Montes
Claros – Itacambira, 17.III.1997 (fl), G. Hatschbach et al. 66404 (MBM). Monte Azul: 14.III.1995 (fl), G.
Hatschbach & J.M. Silva 61852 (MBM).
Ditassa hastata é facilmente reconhecida pelo córtex espesso na base da planta e
pelas folhas delicadas, geralmente triangulares ou hastiformes, truncadas ou
proeminentemente alargadas na base. A espécie está incluída em um complexo com
polimorfismo crescente em direção ao norte e as diferenças apontadas por Fontella e
Valente (1969) para reconhecer D. castellana e D. maranhensis Fontella & Valente
parecem muito sutis e nem sempre consistentes. A lâmina foliar foi considerada diagnóstica
no reconhecimento dos táxons, mas apresenta-se muito plástica em relação à forma e ao
188
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
tamanho; a observação dos desenhos (Fontella-Pereira & Valente 1969, Figura 1d, Figura
2d) demonstra a rigidez com que os autores consideraram a forma da folha na delimitação
desses táxons. O tamanho dos segmentos internos da corona, outro caráter diagnóstico,
também é variável, sendo difícil estabelecer um limite taxonômico sustentável baseado na
altura desses segmentos. Eles podem ser do tamanho do ginostégio até significativamente
mais altos, podendo apresentar-se inclusive tridentados em plantas de Goiás (Anderson et
al. 6914, MO). Os segmentos externos, quase sempre muito mais altos que o ginostégio,
podem apresentar-se reduzidos em plantas do Maranhão (e.g. Eiten & Eiten 4496, MO).
Apesar da existência de formas que mereçam ser reconhecidas no nível específico (e.g.
G.T. Prance & N.T. Silva 58538, MO, proveniente do norte de Goiás), não foram
observadas diferenças significativas entre D. castellana e D. hastata que justificassem o
reconhecimento de dois táxons.
Ditassa hastata ocorre em Minas Gerais, Goiás, Bahia, Pernambuco, Maranhão,
Piauí e Ceará, geralmente em cerrado, caatinga ou afloramentos rochosos (Fontella-Pereira
et al. 1989), e floresce preferencialmente em março e abril. Na Cadeia do Espinhaço de
Minas Gerais, ocorre na região norte, onde as plantas apresentam-se com os segmentos da
corona estreitos e mais altos que o ginostégio.
Chave para as espécies do Grupo de Ditassa capillaris:
1. Arbusto, geralmente volúvel no ápice dos ramos. Segmentos externos da corona
tridentados, longamente subulados medianamente (Serra do Cipó a Botumirim- 20-38)...
...................................................................................................13.38. D. fasciculata (189)
1'. Trepadeira ou arbusto ereto. Segmentos externos da corona retangulares, rômbicos,
escamiformes ou ovais, raramente tridentados e então não subulados.
2. Corola adaxialmente não barbelada; lacínias com mais de 4 vezes o comprimento do
tubo. Segmentos externos da corona retangulares. Retináculo do tamanho dos
polínios; caudículos retos........................................................13.39. D. capillaris (191)
2'. Corola adaxialmente barbelada; lacínias com menos de 3,5 vezes o comprimento do
tubo. Segmentos externos da corona rômbicos, ovais ou escamiformes. Retináculo
mais comprido que os polínios; caudículos geniculados ou arqueados. (norte do
Espinhaço de Minas Gerais- 36, 38-40 e 43)
3. Planta volúvel. Corola alva a amarelada, com menos de 3 mm compr. Segmentos
externos da corona rômbicos ou escamiformes, eventualmente tridentados no
ápice. (norte do Espinhaço de Minas Gerais- 38-40 e 43).........................................
.......................................................................................13.40. D. cordeiroana (191)
3'. Arbusto ereto. Corola amarela, com mais de 3 mm compr. Segmentos externos da
corona ovais, acuminados e freqüentemente recurvados no ápice. (Itacambira- 36).
............................................................................................13.41. D. auriflora (192)
13.38. Ditassa fasciculata E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 253; tab. 71, fig. 2.
1885. Sintipo: BRASIL. Minas Gerais: Penha, J.E.B. Pohl s.n. (M n.v., fotos F,
MO); 1816-1821 (fl), A.F.C.P. Saint-Hilaire s.n. (P? n.v.); Diamantina, XII (fl), L.
Riedel 1217 (LE? n.v.).
Figura: 20 G-M; 19 foto a-c.
189
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Subarbusto geralmente volúvel no ápice dos ramos; ramos unilateralmente
pubescentes. Pecíolo 0,7-2 mm compr.; lâmina elíptica, oblonga, oval ou lanceolada,
freqüentemente revoluta, 0,4-1 cm compr., 1-3,5 mm larg., glabra ou quase; base cuneada a
obtusa; ápice agudo a mucronado. Cimeiras umbeliformes, subaxilares, geralmente 3
flores; pedúnculo 1-3 mm compr. Pedicelo 2-3(-5) mm compr. Cálice com tricomas
esparsos, ao menos na margem; sépalas ovais ou triangulares, 0,55-0,95 mm compr. Corola
rotácea, alva, esverdeada ou creme, abaxialmente glabra, adaxialmente puberulenta,
barbelada na base das lacínias; tubo 0,6-1,05 mm compr.; lacínias liguladas a ovais, 1,452,35 mm compr. Corona com lobos duplos; segmentos externos tridentados, longamente
subulados medianamente, mais altos que o ginostégio, os internos lineares, quase da altura
ou mais altos que o ginostégio, mais baixos que os externos. Asas das anteras cuneiformes
a lunadas, maiores que o dorso; membrana apical largamente oval. Retináculo oblongo a
elipsóide, 0,08-0,12 mm compr.; caudículos simples, retos, 0,04-0,05 mm compr.; polínios
elipsóides a oblongos, 0,09-0,13 mm compr. Ginostégio apiculado a mamilado no ápice.
Folículos glabros, 3-4,5 cm compr.; sementes ca. 4,5 mm compr.
Material examinado. Santana do Riacho: estrada Conceição do Mato Dentro – Belo Horizonte, km 180,
30.I.1998 (fl), A.Y. Kytakawa 6 (SPF); estrada para Lapinha, 19o04'S, 43o42'W, 4.III.1998 (fl), A. Rapini et al.
596 (CTES, SPF, W). Presidente Kubitschek: estrada para Costa Sena, 18o39'10"S, 43o40'20"W, 1.III.1998
(fl), A. Rapini et al. 514 (NY, SPF). Datas: rodovia Datas – Serro, km 451, 18o33'38"S, 43o38'18"W,
1.III.1998 (fl, fr), A. Rapini et al. 503 (SPF). Diamantina: IV.1960 (fl), G.M. Magalhães 17352 (HB);
28.I.1986 (fl), I. Cordeiro et al. CFCR 9288 (SPF); Dr. Lizardo, 4.IX.1937 (fl), H.M. Barreto 9948 (F);
estrada para Biribiri, 8.XII.1992 (fl, fr), H.F. Leitão Filho et al. 27475 (UEC); ib., próximo ao córrego
Sentinela, 28.II.1998 (fl), R.C. Forzza et al. 667 (SPF); ib., próximo à Cachoeira dos Cristais, 29.I.2000 (fl,
fr), R.C. Forzza & R. Mello-Silva 1469 (CTES, ESA, F, SPF, UEC); Biribiri, 11.VIII.1974 (fl, fr), G.
Hatschbach 30185 (MBM, MO); ib., 8.XII.1992 (fl, fr), J.A. Lombardi 163 (BHCB); ib., 8.XII.1997 (fl, fr),
R.C. Forzza et al. 519 (SPF); ib., Serra dos Cristais, 2.X.1997 (fl), A. Rapini et al. 378 (BHCB, G, K, MBM,
MO, SP, SPF); ib., Cachoeira dos Cristais, 18o09'24"S, 43o36'04"W, 22.XII.1998 (fl, fr), A. Rapini et al. 851
(SPF); ib., Cachoeira dos Cristais, 18o09'24"S, 43o36'04"W, 25.XII.1998 (fl, fr), A. Rapini et al. 853 (SPF);
ib., 18.IV.1987 (fl, fr), D.C. Zappi et al. CFCR 10629 (RB, SPF, W); ib., 31.X.1981 (fl), J.R. Pirani et al.
CFCR 2544 (HB, K, NY, RB, SPF); Conselheiro Mata, VI.1934 (fl), A.C. Brade 13471 (RB); estrada para
Curralinho, 11.XII.1980 (fl), I. Cordeiro et al. CFCR 504 (RB, SPF); estrada para Curvelo, 30.X.1981 (fl, fr),
A.M. Giulietti et al. CFCR 2295 (CTES, G, RB, SPF, UB); estrada Guinda – Sopa, 18o10'56"S, 43o42'18"W,
14.I.1998 (fl), A. Rapini et al. 479 (SPF); estrada para Turmalina, 13.V.1979 (fl), G. Martinelli 5922 (RB);
subida para o Cruzeiro, 14.I.1963 (fl), A.P. Duarte & Graziela (G.M. Barroso) 7881 (F, RB); 18 km W da
cidade, 19.III.1970 (fl, fr), H.S. Irwin et al. 27896 (MBM, MO, RB, UB); estrada para São João da Chapada,
11.XII.1997 (fl, fr), P.T. Sano et al. 780 (SPF); id. 780a (SPF). Rio Vermelho: Pedra Menina, Morro do
Ambrósio, 14.VII.1984 (fl), E. Varanda et al. CFCR 4474 (RB, SP, SPF); ib., Morro do Espigão do Meio,
13.X.1984 (fl), M. Meguro et al. CFCR 5398 (RB, SP, SPF); ib., Morro da Virada do Mato Virgem,
14.X.1984 (fl), M. Meguro et al. CFCR 5498 (RB, SP, SPF). Itamarandiba: Alto do Barro Preto, Serra do
Ambrósio, 23.XI.1937 (fl), H.M. Barreto 9993 (F). Joaquim Felício: Serra do Cabral, 21.XI.1984 (fl), R.M.
Harley et al. CFCR 6269 (RB, SPF); ib., 22.XI.1984 (fl), B.L. Stannard et al. CFCR 6306 (F, K, RB, SPF);
ib., 30.X.1988 (fl), M.G.L. Wanderley 1385 & R. Kral 75389 (SP). Itacambira: Serra de Itacambira, 9 km em
direção a Juramento, 14.III.1999 (fl), A. Rapini & M.L. Kawasaki 793 (SPF).
Ditassa fasciculata pode ser reconhecida por seu hábito arbustivo, com ramos
volúveis e folhas pequenas, geralmente aglomeradas em alguns nós. As flores apresentam
freqüentemente odor intenso, lacínias da corola patentes a reflexas, deixando expostos os
lobos da corona com segmentos externos trilobulados, longamente prolongados
medianamente. Ocorre desde a Serra do Cipó até Botumirim, onde foi coletada estéril; é
mais comum no Planalto de Diamantina, sendo encontrada geralmente entre rochas, mas
190
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
também em cerrados e campos úmidos (in sched.). Floresce praticamente o ano todo,
principalmente entre outubro e março.
13.39. Ditassa capillaris E.Fourn., in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 253. 1885. Tipo:
BRASIL. Piauí: IV (fl), G. Gardner 2235 (“2335”) (holótipo: P n.v.; isótipo: K n.v.;
B n.v., fotos F, MO).
Ditassa praecincta E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 253. 1885. Tipo: BRASIL. São Paulo (“Rio de
Janeiro”): serra Mambucaba, 14.II.1876 (fl), A.F.M. Glaziou 11199 (holótipo: P n.v.; isótipo: R).
Orthosia bahiensis Schltr., Notizbl. Bot. Gart. Berlin-Dahlem 6(55): 177. 1914. Tipo: BRASIL. Bahia: Serra
da Jabuticaba, E. Ule 6990 (holótipo: HBG n.v.; isótipos: B n.v., fragmento F; L n.v.).
Figura: 20 N-R.
Trepadeira; ramos unilateralmente pubescentes. Pecíolo 2-4 mm compr.; lâmina
linear, revoluta na margem, 0,6-1,5 cm compr., 0,3-1,5 mm larg., glabra ou com tricomas
esparsos na base e na nervura adaxial; base cuneada a obtusa; ápice agudo a acuminado.
Cimeiras umbeliformes, subaxilares, 1-2(-3) flores; pedúnculo 0,3-1 cm compr. Pedicelo
0,5-1 cm compr. Cálice glabro; sépalas ovais, 1,2-1,5 mm compr. Corola rotácea, creme ou
alva, abaxialmente glabra, adaxialmente puberulenta; tubo 0,3-0,6 mm compr.; lacínias
ovais, 2,5-3 mm compr. Corona com lobos duplos, unidos entre si na base; segmentos
externos sub-retangulares, mais baixos que o ginostégio, os internos lanceolados, levemente
cuculados. Asas das anteras suboblongas, maiores que o dorso; membrana apical
depressamente oval. Retináculo elipsóide a ligulado, 0,2-0,23 mm compr.; caudículos com
membrana reticulada, retos, 0,05-0,1 mm compr.; polínios elipsóides, 0,2-0,23 mm compr.
Ginostégio mamilado no ápice.
Material examinado. Cristália: Rio Mumbuca, 11.II.1991 (fl), G. Hatschbach et al. 55065 (MBM, MO).
Grão-Mogol: bacia do Ribeirão das Mortes, 16o34'S, 42o54'W, 4.XI.1987 (fl), J.R. Pirani et al. CFCR 11471
(RB, SPF); ca. 16o35'S, 42o54'30"W, 16.VI.1990 (fl), J.R. Pirani et al. CFCR 13169 (K, MO, RB, SPF);
16o33'57"S, 42o52'55"W, 29.XII.1998 (fl), A. Rapini et al. 857 (SPF).
Ditassa capillaris pode ser reconhecida pelo hábito volúvel, folhas lineares e flores
rotáceas com os segmentos externos dos lobos da corona quase retangulares e unidos entre
si na base. Ocorre em São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Piauí e Ceará, em cerrado, caatinga,
capões e brejos (Fontella-Pereira et al. 1989). Foi coletada com flores entre novembro e
junho, principalmente até março. Os sinônimos foram propostos por Fontella-Pereira
(1988). Na Cadeia do Espinhaço de Minas Gerais, foi coletada apenas na região de GrãoMogol.
13.40. Ditassa cordeiroana Fontella, Bradea 6(27): 238. 1993. Tipo: BRASIL. Minas
Gerais: Grão-Mogol, Trilha da Tropa, 42o55'W, 16o32'30"S, 3.XI.1987 (fl), R.
Mello-Silva et al. CFCR 11457 (holótipo: SPF; isótipos: K, MO, RB).
Figura: 20 S-Y; foto 14 a-c.
Trepadeira ou arbusto volúvel; ramos pubescentes, ao menos unilateralmente,
raramente glabros, suberificados em direção à base. Pecíolo 1-4 mm compr.; lâmina linear,
revoluta na margem, 0,8-4,5 cm compr., 0,5-1 mm larg., glabra ou quase; base cuneada;
191
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
ápice agudo a acuminado. Cimeiras umbeliformes, subaxilares, 1-3(-5) flores; pedúnculo
1-5 mm compr. Pedicelo 2-4 mm compr. Cálice glabro ou com tricomas na margem;
sépalas ovais, triangulares ou lanceoladas, 0,8-1 mm compr. Corola campanulada ou quase,
amarelada, alva, creme, ou esverdeada, abaxialmente glabra, adaxialmente papilosa ou
puberulenta, barbelada abaixo das lacínias; tubo 0,7-1 mm compr.; lacínias ovais ou quase,
1,5-2 mm compr. Corona com lobos duplos; segmentos externos rômbicos ou
escamiformes, agudos, prolongados ou tridentados no ápice, maiores que o ginostégio, os
internos oblongos a digitiformes, mais baixos até mais altos que o ginostégio. Asas das
anteras suboblongas a cuneiformes, maiores que o dorso; membrana apical semicircular.
Retináculo estreitamente elipsóide a oblongo, discretamente alado lateralmente, 0,14-0,18
mm compr.; caudículos simples ou com membrana delgada, geniculados ou arqueados,
0,06-0,08 mm compr.; polínios subglobosos a piriformes, 0,1-0,14 mm compr. Ginostégio
mamilado ou quase no ápice. Folículos glabros, 2,5-4,3 cm compr.
Material examinado. Botumirim: 25.VIII.1991 (fl), M.G.S. & S.T.S. 465 (BHCB). Cristália: Morro do
Chapéu, 13.IX.1991 (fl), M.G.S. & S.T.S. 538 (BHCB, MO); Bem Querer, 23.III.1980 (fl), G. Hatschbach
42889 (MBM); Vale do córrego Jacuba, entre Cristália e Botumirim, 28.IX.1997 (fl), A. Rapini et al. 347
(BHCB, G, R, SP, SPF); ca. 10 km W de Grão-Mogol, em direção a Cristália, 19.II.1969 (fl), H.S. Irwin et al.
23566 (F, MO, UB); Serra do Batieiro, ca. 10 km do rio Itacambiruçu em direção a Cristália, ca. 42o53'W,
16o33'S, 12.III.1999 (fl, fr), A. Rapini & M.L. Kawasaki 756 (SPF, UB). Grão-Mogol: XI.1960 (fl), G.M.
Magalhães 18352 (HB); 6 km da cidade, 10.V.1979 (fl), V.F. Ferreira et al. 707 (RB); id. 740 (RB); km 14
da estrada para Francisco Sá, 10.V.1979 (fl, fr), G. Martinelli 5826 (RB); 15 km N de Grão-Mogol,
18.II.1969 (fl), H.S. Irwin et al. 23515 (F); córrego Escurinho, 23.VII.1986 (fl), A.M. Giulietti et al. CFCR
9854 (CEPEC, G, NY, RB, SPF); Ribeirão dos Bois, 2.IX.1985 (fl), I. Cordeiro & R. Mello-Silva CFCR
10017 (SPF); rio Itacambiruçu, 22.III.1978 (fl), G. Hatschbach 41325 (MBM); ib., 9.II.1991 (fl, fr), G.
Hatschbach & O. Ribas 54943 (MBM); margem direita do rio Itacambiruçu, entre a ponte para Cristália e a
fazenda Jambeiro, 16o35'S, 42o45'W, 28.V.1988 (fl, fr), D.C. Zappi et al. CFCR 12052 (F, HB, RB, SPF);
vale do rio Itacambiruçu, 4.IX.1985 (fl, fr), M.L. Kawasaki et al. CFCR 8370 (RB, SPF, W); Rio da Mortes,
15.V.1988 (fl, fr), G. Hatschbach & O. Ribas 52021 (MBM); próximo ao Córrego das Mortes, 6.I.1986 (fl,
fr), I. Cordeiro et al. CFCR 8978 (RB, SPF); 16o33'22"S, 42o53'30"W, 27.XI.1998 (fl, fr), A. Rapini et al. 854
(SPF); base do Morro do Jambeiro, Vale do Rio Itacambiruçu, ca. 16o34'S, 42o56'W, 21.III.2000 (fl, fr), P.
Fiaschi et al. 166 (R, SPF). Rio Pardo de Minas: Serra de Poções, estrada para Serranópolis, 15o58'06"S,
42o49'09"W, 13.V.1998 (fl), J.R. Pirani et al. 4291 (K, MO, SPF).
Ditassa cordeiroana inclui plantas volúveis, com folhas lineares, corola geralmente
amarelada e corona com lobos de formas variáveis, quase isolados entre si e providos
adaxialmente de um segmento geralmente oblongo. Ocorre desde Botumirim até Rio Pardo
de Minas, principalmente em Grão-Mogol, sendo encontrada em campos, cerrados abertos
e “carrascos”, geralmente em solos arenosos, sobre arbustos ou entre pedras. Floresce ao
longo do ano, tendo sido mais coletada em setembro.
13.41. Ditassa auriflora Rapini, sp. ined. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Itacambira, Serra
Nova, ca. 16 km em direção a Juramento, 13.III.1999 (fl, fr), A. Rapini & M.L.
Kawasaki 785 (holótipo: SPF; isótipos: BHCB, CTES, K, MBM, MO, NY, RB, W).
Figura: 20 Z-FF; foto 11 a-c.
Subarbusto 0,5-1 m alt.; ramos pubescentes, ao menos bilateralmente, os mais
velhos suberosos. Pecíolo 2-3 mm compr.; lâmina linear, 1,5-4 cm compr., 0,8-1,5 mm
larg., glabra ou com tricomas esparsos na margem; base atenuada; ápice agudo. Cimeiras
192
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
umbeliformes ou quase, subaxilares, 3-5 flores; pedúnculo até 5 mm compr. Pedicelo 2-5
mm compr. Cálice glabro ou com tricomas esparsos na margem; sépalas ovais ou
triangulares, 0,9-1,25 mm compr. Corola campanulada, amarela, abaxialmente glabra,
adaxialmente papilosa a puberulenta, barbelada abaixo da base das lacínias; tubo 1-1,35
mm compr.; lacínias lanceoladas, raramente revolutas, 2,37-3,4 mm compr. Corona com
lobos duplos; segmentos externos ovais, acuminados, freqüentemente recurvados no ápice,
quase da altura ou pouco mais altos que o ginostégio, os internos suboblongos,
eventualmente involutos, mais baixos ou quase da altura do ginostégio. Asas das anteras
subcuneiformes, maiores que o dorso; membrana apical subquadrangular, apiculada, ou
oval. Retináculo oblongo a elipsóide, 0,17-0,22 mm compr.; caudículos simples ou com
membrana inconspícua, levemente geniculados, 0,05-0,11 mm compr.; polínios ovóides a
subglobosos, 0,11-0,16 mm compr. Ginostégio globoso ou arredondado no ápice. Folículos
glabros, 3-4 cm compr.; sementes ca. 5 mm compr.
Material examinado. Itacambira: estrada para Montes Claros, 29.XI.1984 (fl, fr), J.D.P. Oliveira et al.
CFCR 6561 (CEPEC, CTES, F, HB, MBM, MO, RB, SPF, UB); estrada para Grão-Mogol, 9.I.1986 (fl, fr),
J.R. Pirani et al. CFCR 9123 (BHCB, NY, R, RB, SPF, W); Serra de Itacambira, estrada para Juramento,
30.IX.1997 (fl, fr), A. Rapini et al. 366 (CTES, K, MBM, MO, RB, SP, SPF, UEC).
Ditassa auriflora assemelha-se a D. cordeiroana, distinguindo-se pelo hábito ereto
e corola maior, com mais de 3 mm compr., e de amarelo intenso. Foi encontrada sobre
solos rochosos e entre pedras, unicamente na Serra de Itacambira, ao sul da área de
distribuição de D. cordeiroana.
14. Hemipogon Decne.
in DC., Prodr. 8: 509. 1844. Lectótipo: H. acerosus Decne.
Erva, subarbusto ereto, escandente ou trepadeira; ramos indumentados a glabros. Folhas
geralmente opostas, eventualmente verticiladas ou espiraladas em plantas eretas, sésseis ou
curtamente pecioladas, estreitamente elípticas a filiformes. Cimeiras subaxilares, alternas.
Cálice imbricado ou valvar, freqüentemente com coléteres entre as sépalas. Corola
campanulada, urceolada ou globosa, abaxialmente glabra, geralmente papilosa com regiões
barbadas na face adaxial. Corona geralmente ausente, inconspícua, mais raramente 5lobada, unida à corola e ao ginostégio; lobos membranáceos opostos às anteras. Retináculo
fistuloso, raramente laminar; caudículos hialinos ou providos de membrana reticulada;
polínios uniformes, pendentes. Ápice do ginostégio geralmente plano a apiculado. Folículos
fusiformes, dacrióides, lanceolóides ou falciformes, prolongados no ápice, glabros.
Hemipogon pode ser reconhecido pelas folhas estreitas, corona freqüentemente
ausente ou composta por cinco lobos simples e asas das anteras geralmente triangulares ou
falcadas medianamente. Era incluído na subtribo Astephaninae, definida pela ausência de
corona, e distinguia-se de Astephanus R.Br. e Nautonia Decne. pelo hábito ereto (Fournier
1885). Esse caráter não é consistente; H. luteus, por exemplo, apresenta-se geralmente
volúvel, mas indivíduos eretos são eventualmente encontrados, e H. sprucei E.Fourn. é
geralmente volúvel, mas indivíduos eretos não são raros.
As espécies de trepadeiras com folhas estreitas e flores desprovidas de corona, antes
194
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
classificadas em Astephanus, foram incluídas em Hemipogon e aqui são tratadas como
grupo informal; as espécies de Metastelma com hábito ereto e folhas acerosas também
foram transferidas para este gênero, ampliando, portanto, a abrangência de Hemipogon
(capítulo IV). O gênero, como aqui delimitado, conta com cerca de dez espécies e está
distribuído predominantemente na região central do Brasil.
Chave para as espécies e grupo de espécies afins:
1. Planta volúvel ou escandente, raramente subarbusto ereto e então com as lacínias da
corola mais curtas que o tubo.....................................................Grupo de H. luteus (195)
1'. Planta ereta. Lacínias da corola mais longas que o tubo.
2. Folhas verticiladas. Lacínias da corola com 3,5-6,5 mm compr. Corona ausente...........
...................................................................................................14.5. H. acerosus (199)
2'. Folhas opostas ou espiraladas. Lacínias da corola com 1,3-3,5 mm compr. Corona
presente.
3. Plantas com até 20 cm alt. Folhas espiraladas, recurvadas; lâmina com 0,7-1,2 cm
compr. e menos de 0,2 mm larg. Lacínias da corola com mais de 2,5 mm compr.
(Serra do Cipó- 20).............................................................14.6. H. abietoides (201)
3'. Planta com mais de 20 cm alt. Folhas opostas, eretas; lâmina com 1,2-4,5 cm
compr. e mais de 0,2 mm larg. Lacínias da corola com menos de 2,5 mm compr.
(Ouro Preto a Itacambira- 2, 17, 20, 23, 24, 30, 33, 36)
4. Pedúnculo das cimeiras até 1 mm compr. Corola creme, amarela, esverdeada ou
castanha. Lobos da corona mais altos que o ginostégio. Asas das anteras
suboblongas, quase do tamanho do dorso. Polínios com 0,17-0,25 mm compr.
Ápice do ginostégio obtuso.................................14.7. H. hemipogonoides (202)
4'. Pedúnculo das cimeiras com mais de 2 mm compr. Corola vinácea. Lobos da
corona da altura do ginostégio ou reduzidos a pregas. Asas das anteras falcadas
na metade superior, maiores que o dorso. Polínios com 0,25-0,33 mm compr.
Ápice do ginostégio comprimido ou plano. (Serra do Cipó- 20)...........................
...................................................................................14.8. H. hatschbachii (203)
Chave para as espécies do Grupo de Hemipogon luteus:
1. Lacínias da corola triangulares, ovais ou suboblongas, com até 2,5 mm compr.
Retináculo não alado.
2. Lâmina foliar linear a estreitamente elíptica, com mais de 0,5 mm larg., peciolada.
Corola adaxialmente barbada na porção superior, serícea na região mediana. Asas das
anteras falcadas na porção superior ou triangulares quase até a base.
3. Corola adaxialmente barbada nas lacínias. Asas das anteras falcadas na porção
superior. Caudículos simples ou com membrana reticulada inconspícua...................
..........................................................................................14.1. H. carassensis (196)
3'. Corola adaxialmente barbada na base das lacínias. Asas das anteras triangulares
quase até a base. Caudículos providos de membrana reticulada (Santana do
Pirapama- 23)...........................................................................14.2. H. piranii (197)
2'. Lâmina foliar geralmente filiforme, conduplicada, ca. 0,5 mm larg.; pecíolo não
diferenciado. Corola adaxialmente seríceo-puberulenta. Asas das anteras triangulares
na metade superior.........................................................................14.3. H. luteus (197)
195
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
1'. Lacínias da corola espiraladamente sigmóides, com mais de 3 mm compr. Retináculo
discretamente alado (Serra do Catuni- 37, 41?)...............................14.4. H. furlanii (199)
14.1. Hemipogon carassensis (Malme) Rapini, comb. ined. Astephanus carassensis
Malme, Ark. Bot. 21A(12): 5. 1927. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Catas Altas,
Caraça (“carassa”), IV.1885 (fl), E.A. Vanio (holótipo: TUR n.v.).
Figura: 21 A-F; foto 36 a-b.
Trepadeira ou erva volúvel; ramos glabros ou glabrescentes. Pecíolo 1-3(-5) mm
compr.; lâmina linear a estreitamente elíptica, 2-6 cm compr., 1-6 mm larg., glabra ou com
tricomas esparsos na margem; base atenuada a cuneada; ápice agudo a acuminado.
Cimeiras umbeliformes, eventualmente racemiformes, até 7(-9) flores; pedúnculo 0,8-3(-5)
cm compr. Pedicelo 0,4-1 cm compr. Cálice glabro; sépalas ovais a triangulares, 1-1,65
mm compr. Corola urceolada, alva, creme, amarelada, freqüentemente esverdeada ou com
tons vináceos, abaxialmente glabra, adaxialmente barbada nas lacínias, serícea na região
mediana, glabra no terço basal; tubo 1,8-3 mm compr.; lacínias ovais, triangulares ou
suboblongas, 1-2,3 mm compr. Corona ausente. Asas das anteras falcadas na porção
superior, maiores que o dorso; membrana apical oval ou escutiforme. Retináculo oblongo a
elipsóide, 0,2-0,3 mm compr.; caudículos, simples ou com membrana reticulada
inconspícua, quase retos, 0,1-0,25 mm compr.; polínios oblongos, piriformes ou ovóides,
0,3-0,5 mm compr. Ginostégio mamilado no ápice. Folículos 2,3-5,5 cm compr.
Material examinado. s.d. (fl), A.W. Schwacke 8171 (RB). Ouro Branco: Serra de Ouro Branco, 15.V.1988
(fl), W. Silveira et al. s.n. (BHCB 13174); ib., 20o30'19"S, 43o38'02"W, 15.VIII.1998 (fr), A. Rapini et al. 667
(SPF); ib., 20o30'09"S, 43o37'46"W, 8.III.1995 (fl), V.C. Souza et al. 7886 (SPF). Ouro Preto: Chapada,
Serra do Itatiaia, 19.XI.1987 (fl), M. Peron 519 (OUPR). Moeda: Serra da Moeda, s.d. (fl), Cida (M.A. Zurlo)
et al. s.n. (OUPR 3449); id. s.n. (OUPR 4625). Itabirito: 19.XII.1970 (fl), L. Krieger 9772 (RB); Serra dos
Inconfidentes, Pico do Itabirito, 11.IV.1994 (fl), W.A. Teixeira s.n. (BHCB 24005, F, HB); Serra do Itabirito,
9.VIII.1980 (fl, fr), M.C. Valente & J. Badini s.n. (RB 201606); 22 km de Cachoeira do Campo, 9.VI.1978 (fl,
fr) J. Fontella 1137 (RB). Catas Altas: Serra do Caraça, III.1892 (fl), E. Ule 2639 (R). Belo Horizonte:
Serra do Taquaril, 31.III.1933 (fl), H.M. Barreto 939 (R, RB). Santana do Riacho: Serra do Cipó, 4.III.1958
(fl), E.P. Heringer & A. Castellanos 5978 (RB); ib., 4.III.1958 (fl), E.P. Heringer s.n. & A. Castellanos
22076 (R); ib., 21.III.1992 (fl), M. Pereira & M. Lucca 718 (BHCB); ib., km 129, 19.IV.1950 (fl), A.P.
Duarte 2625 (RB); ib., km 131, 15.IV.1935 (fl), H.M. Barreto 1112 & A.C. Brade 14898 (BHMH, RB); ib.,
km 134, 15.III.1962 (fl), A.P. Duarte 7981 (RB); ib., 19o08'17"S, 43o41'41"W, 4.III.1998 (fl), A. Rapini et al.
586 (SPF); caminho da base do IBAMA do rio Cipó para o capão da Serra do Cipó, 25.III.1991 (fl), J.R.
Pirani et al. CFSC 11954 (SPF); id. CFSC 11980 (K, SPF); Estrada de Pedra dos Escravos, 27.III.1991 (fl),
J.R. Pirani et al. CFSC 12124 (G, SPF); Estrada da Usina, 16.IV.1972 (fl), A.B. Joly et al. CFSC 1717 (SP);
rodovia Lagoa Santa – Conceição do Mato Dentro – Diamantina, km 118, 15.IV.1972 (fl), A.B. Joly et al.
CFSC 1627 (SP); ib., km 112,5, 15.IV.1972 (fl), A.B. Joly et al. CFSC 1400 (SP); rodovia Belo Horizonte –
Conceição do Mato Dentro, km 89, 25.III.1977 (fl), M.G.L. Wanderley 47 (SP); ib., km 111, 26.I.1986 (fl),
H.M. Longhi-Wagner et al. CFSC 9540 (SPF); ib., km 119, 1.III.1981 (fl), J.R. Pirani et al. CFSC 7087 (RB,
SP, SPF); Usina, 8.IV.1987 (fl), F.A. Vitta et al. CFSC 10142 (SPF). Gouveia: BR-259, 23.II.1975 (fl), G.
Hatschbach et al. 36405 (MBM, MO); 37 km de Gouveia em direção a Curvelo, 18o35'39"S, 43o57'50"W,
5.IV.1998 (fl), V.C. Souza et al. 20898 (ESA). Diamantina: s.d. (fl), C.T.M. Gomes 2838 (SP); 14.IV.1995
(fl), M. Kirizawa & H. Makino-Watanabe 3005 (SP); Biribiri, 29.III.1892 (fl), A.F.M. Glaziou 19644 (F, R);
Conselheiro Mata, VI.1934 (fl), A.C. Brade 13472 (RB); Piruruca, 28.V.1955 (fl, fr), E. Pereira 1602 (RB);
estrada para o Distrito de Extração, 9.XII.1992 (fl), H.F. Leitão Filho et al. 27639 (UEC); estrada Guinda –
São João da Chapada, 10.XII.1997 (fl), P.T. Sano et al. 752 (SPF); ca. 3 km N de São João da Chapada,
24.III.1970 (fl), H.S. Irwin et al. 28231 (F, HB); 14 km E da cidade, 14.III.1970 (fl), H.S. Irwin et al. 27529
196
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
(MO); 25 km NE da cidade, ca. 1,5 km do rio Jequiti, 12.IV.1973 (fl), W.R. Anderson 8709 (MO, NY); ca. 30
km SW da cidade, 13.I.1968 (fl), H.S. Irwin et al. 21826 (HB, MO); próximo ao km 167 da BR-367,
15.III.1999 (fl), A. Rapini & M.L. Kawasaki 809 (SPF). Joaquim Felício: Serra do Cabral, 14.IV.1966 (fl),
G. Hatschbach et al. 64661 (MBM). Itacambira: Serra Nova, 21 km de Itacambira em direção a Juramento,
13.III.1999 (fl), A. Rapini & M.L. Kawasaki 778 (SPF, W). Grão-Mogol: estrada Grão-Mogol – Virgem da
Lapa, 15.IV.1981 (fl, fr), I. Cordeiro et al. CFCR 994 (RB, SPF); 8 km da cidade, 15.II.1969 (fl), H.S. Irwin
et al. 23324 (MO); 14 km na estrada para Francisco Sá, 9.V.1979 (fl), H.C. Lima 956 (RB); Vale do córrego
Escurona, ca. 16o36'S, 42o58'W, 13.VI.1990 (fl, fr), R. Simão-Bianchini et al. CFCR 12854 (RB, SPF). Rio
Pardo de Minas: Montezuma, Serra Pau d'Arco, 15o04'55"S, 42o38'27"W, 15.III.1994 (fl), C.M. Sakuragui et
al. CFCR 15099 (SPF).
Hemipogon carassensis pode ser reconhecido pelas folhas geralmente lineares,
flores adaxialmente barbadas na porção apical da corola, asas das anteras falcadas no terço
superior e caudículos lineares. Ocorre em campos rupestres, cerrados e em orlas de mata,
em solo arenoso ou pedregoso, desde São Paulo até a Bahia. Floresce praticamente o ano
todo, principalmente em março e abril.
14.2. Hemipogon piranii (Fontella) Rapini, comb. ined. Astephanus piranii Fontella,
Bradea 4(48): 381; tab. 2, fig. K; tab. 3, fig. M; tab. 4, fig. V. 1987. Tipo: BRASIL.
Minas Gerais: Santana do Pirapama, 18o55'S, 43o54'W, fazenda Inhame (Serra
Mineira), 20.III.1982 (fl), J.R. Pirani et al. CFSC 7969 (holótipo: SPF; isótipo: SP).
Figura: 21 G-J.
Erva escandente; ramos glabros. Pecíolo até 2 mm compr.; lâmina linear, 2-7 cm
compr., 1-2 mm larg., glabra ou com raros tricomas na margem; base atenuada; ápice
agudo. Cimeiras umbeliformes, até 4 flores; pedúnculo 1-2,5 cm compr. Pedicelo 5-7 mm
compr. Cálice glabro; sépalas ovais a triangulares, 1,7-1,8 mm compr. Corola urceolada,
alva, abaxialmente glabra, adaxialmente barbada na base das lacínias, serícea na região
mediana, glabra na base; tubo 2,5-2,8 mm compr.; lacínias ovais, 2,2-2,5 mm compr.
Corona ausente. Asas das anteras triangulares quase até a base, pouco maiores que o dorso;
membrana apical oval. Retináculo suboblongo, laminar, 0,35-0,36 mm compr.; caudículos
com membrana reticulada, retos, ca. 0,15 mm compr.; polínios oblongos, ca. 0,5 mm
compr. Ginostégio levemente mamilado no ápice. Folículos 4,3-4,7 cm compr.
Hemipogon piranii não se distingue externamente de H. carassensis; o próprio
parátipo (CFSC 9540) pertence àquela espécie. No entanto, adaxialmente, a corola possui
indumento distinto e as asas das anteras e os polinários desta espécie são mais parecidos
àqueles encontrados em H. luteus. Foi coletada apenas duas vezes, em Santana do
Pirapama.
Material examinado. Santana do Pirapama: Fazenda do Inhame, ca. 18o57'S, 43o46'W, 20.VI.2000 (fl, fr),
P. Fiaschi & F.N. Costa 339 (MO, SPF).
14.3. Hemipogon luteus E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 197. 1885.
Astephanus luteus (E.Fourn.) Malme, Ark. Bot. 21A(12): 6. 1927. Tipo: BRASIL.
Minas Gerais: Serra da Lapa, I (fl), L. Riedel 1341 (holótipo: P n.v.).
197
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Hemipogon laxifolius K.Schum., Bot. Jahrb. Syst. 25(60): 20. 1898. Astephanus laxifolius (K.Schum.)
Malme, Ark. Bot. 21A(12): 6. 1927. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Serra do Cipó, IV (fl), A.W.
Schwacke 8170 (isótipo: RB).
Figura: 21 K-P; foto 39 a-b.
Trepadeira a arbusto escandente, raramente subarbusto ereto ca. 40 cm alt.; ramos
glabros. Pecíolo não diferenciado; lâmina filiforme, mais raramente linear, conduplicada, 310 cm compr., ca. 0,5 mm larg., glabra; base atenuada; ápice acuminado. Cimeiras
umbeliformes, 3-4(-8) flores; pedúnculo 0,5-2 cm compr. Pedicelo 3-10 mm compr. Cálice
glabro; sépalas ovais, ca. 1,5 mm compr. Corola urceolada, alva, creme, freqüentemente
esverdeada, abaxialmente glabra, adaxialmente seríceo-puberulenta, glabra na base e em
estrias em direção às lacínias; tubo 2,5-4 mm compr.; lacínias triangulares, 1,5-2 mm
compr. Corona ausente. Asas das anteras triangulares na metade superior, maiores que o
dorso; membrana apical oval. Retináculo oblanceolóide a oblongo, ca. 0,35-0,4 mm
compr., canaliculado; caudículos com membrana reticulada, levemente arqueados, até 0,2
mm compr.; polínios ovóides ou oblongos, 0,45-0,63 mm compr. Ginostégio levemente
apiculado a comprimido no ápice. Folículos 1,5-3,5(-5,5) cm compr.
Material examinado. Santana do Riacho: Serra do Cipó, 14.II.1968 (fl), H.S. Irwin et al. 20004 (MO, RB);
ib., 17.I.1972 (fl), G. Hatschbach et al. 28775 (MBM); ib., 14.II.1973 (fl), G. Hatschbach & Z. Ahumada
31542 (MBM); ib., 23.XI.1991 (fl), M. Pereira et al. 966 (BHCB); ib., próximo a Lapinha, IV.1905 (fr), A.
Silveira 382 (R); ib., próximo à estátua do Juquinha, 14.II.1996 (fl, fr), R.C. Forzza et al. 216 (SPF); ib.,
Travessão, 11.I.1999 (fl), R.C. Forzza 1084 (SPF); ib., km 103-104, 26.IV.1978 (fl), G. Martinelli 4301 (RB);
ib., km 109, 1.IV.1983 (fl), L.S. Moura 370 (RB); ib., km 121, 6.VIII.1936 (fl), W.A. Archer & H.M. Barreto
4928 (F); ib., km 125, 13.I.1934 (fl), H.M. Barreto 9564 (R); ib., km 136 da estrada para Conceição do Mato
Dentro, 26.I.1986 (fl), G. Martinelli et al. 11369 (RB); rodovia Lagoa Santa – Conceição do Mato Dentro –
Diamantina, km 114, 26.II.1973 (fl, fr), A.M Giulietti & N.L. Menezes CFSC 3969 (SP); ib., km 114,
29.III.1980 (fl, fr), I. Cordeiro et al. CFSC 6044 (SP); ib., km 115, 15.XII.1971 (fl), J. Semir & M. Sazima
CFSC 616 (SP, UEC); ib., km 118, 4.III.1972 (fl), A.B. Joly et al. CFSC 892 (SP, UEC); rodovia Belo
Horizonte – Conceição do Mato Dentro, km 110-111, 11.I.1988 (fl), R. Mello-Silva et al. CFSC 11024 (SPF);
ib., km 114, 27.I.1991 (fl), N.L. Menezes 1253a (SPF); ib., km 115, 28.I.1998 (fl, fr), A.Y. Kytakawa 2 (SPF);
caminho para Conceição do Mato Dentro, 19o20'S, 43o35'W, 15.V.1990 (fl, fr), M.M. Arbo et al. 4129 (SPF).
Conceição do Mato Dentro: Serra do Cipó, 15.I.1951 (fl), A. Macedo 2996 (MO). Congonhas do Norte:
Serra Talhada, 21.IV.1982 (fl, fr), A. Furlan et al. CFSC 8351 (MO, SP). Diamantina: estrada Diamantina –
Conselheiro Mata, 10.XII.1997 (fl), P.T. Sano et al. 764 (SPF); ib., 18o18'47"S, 43o54'30"W, 1.I.1998 (fl),
R.C. Forzza et al. 610 (K, SPF); km 606 da BR-259, estrada para Gouveia, 28.II.1998 (fl), R.C. Forzza et al.
664 (SPF); 12 km NE em direção a Diamantina, 27.I.1969 (fl), H.S. Irwin 22734 (MO); estrada para
Mendanha, km 578, 18o11'S, 44o36'W, 22.III.1995 (fl), S. Splett 1016 (HB, UB); km 158 da BR-367,
15.III.1999 (fl), A. Rapini & M.L. Kawasaki 798 (SPF); km 185 da MG-220, 15.III.1999 (fl), M.L. Kawasaki
& A. Rapini 1131 (NY, SP, SPF).
Hemipogon luteus pode ser reconhecido pelas folhas filiformes e indumento
puberulento da face adaxial da corola. As flores são geralmente alvas ou creme, raramente
amareladas; o epíteto específico deve estar relacionado à cor das flores que, depois de
herborizadas, tornam-se amarelas. Encontra-se restrita à Serra do Cipó e ao Planalto de
Diamantina, florescendo principalmente entre novembro e maio, mais intensamente em
janeiro e fevereiro. Os sinônimos foram apontados por Fontella-Pereira e Schwarz (1983b).
198
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
14.4. Hemipogon furlanii (Fontella) Rapini, comb. ined. Astephanus furlanii Fontella,
Bradea 4(48): 380; tab. 2, fig. G; tab. 3, fig. N; tab. 4, fig. S. 1987. Tipo: BRASIL.
Minas Gerais: 68 km de Grão-Mogol em direção a Montes Claros, 12.IV.1981 (fl), A.
Furlan et al. CFCR 686 (holótipo: SPF; isótipos: BHCB, G, K, MBM, MO, NY, RB).
Figura: 21 Q-V; foto 37 a-b.
Trepadeira ou subarbusto escandente, 30-50 cm compr.; ramos glabros. Pecíolo
indiferenciado; lâmina filiforme, 4-6 cm compr., ca. 0,5 mm larg., glabra ou com raros
tricomas; base atenuada; ápice agudo. Cimeiras racemiformes, eventualmente
umbeliformes, 3-5 flores; pedúnculo 0,4-1,7 cm compr. Pedicelo 3,5-8,5 mm compr. Cálice
glabro; sépalas ovais a triangulares, 1-1,5 mm compr. Corola quase urceolada, alva a rósea,
abaxialmente glabra, adaxialmente vilosa nas lacínias, 5-barbada na região mediana do
tubo; tubo 2,1-2,8 mm compr.; lacínias espiraladamente sigmóides, 3,2-4,5 mm compr.
Corona ausente. Asas das anteras falciformes a triangulares no ápice, quase do tamanho do
dorso; membrana apical oval. Retináculo oblongo a obovóide, ca. 0,25 mm compr.,
levemente involuto, discretamente alado lateralmente; caudículos com membrana
reticulada, retos a levemente geniculados, 0,05-0,1 mm compr.; polínios oblongos a
ovóides, 0,4-0,45 mm compr. Ginostégio quase plano, levemente 5-apiculado no ápice.
Material examinado. Juramento: Serra do Catuni, ca. 1 km de Pau d'Óleo em direção a Itacambira,
13.III.1999 (fl, fr), A. Rapini & M.L. Kawasaki 776 (F, SPF).
Hemipogon furlanii possui as folhas bastante estreitas, como em H. luteus, e pode
ser reconhecido facilmente pela corola contorcida, dando uma forma sigmóide às lacínias
compridas e vilosas adaxialmente. Foi coletada apenas na região da Serra do Catuni,
apresentando flores em março e abril.
14.5. Hemipogon acerosus Decne. in DC., Prodr. 8: 509. 1884. Sintipo: BRASIL. Minas
Gerais: Serra de Cuiabá, A.L.P.S. Manso s.n. (G n.v.); 1839 (fl), P. Claussen s.n. (F,
G n.v.).
Figura: 22 A-E.
Erva a subarbusto, 15-30 cm alt.; ramos com estrias hirtelas. Folhas 3-4verticiladas, sésseis, eretas ou quase; lâmina acerosa, 1,7-3 cm compr., (0,45-)0,65-1,2 mm
larg., glabra; base levemente atenuada; ápice acuminado. Cimeiras 1-3(-5) flores,
raramente opostas, sésseis. Pedicelo 1-1,5 mm compr. Cálice glabro ou ciliado na porção
basal; sépalas lanceoladas, 2,2-4,8 mm compr. Corola campanulada, creme, abaxialmente
glabra, adaxialmente seríceo-tomentulosa no terço superior, barbada na região mediana;
tubo 0,5-1,05 mm compr.; lacínias lanceoladas, 3,5-6,5 mm compr., eretas ou recurvadas.
Corona ausente. Asas das anteras suboblongas a subtriangulares, maiores que o dorso;
membrana apical oval. Retináculo elipsóide, 0,23-0,27 mm compr.; caudículos providos de
membrana reticulada, 0,05-0,1 mm compr.; polínios oblongos a elipsóides, 0,33-0,4 mm
compr. Ginostégio cupuliforme, conoidal ou apiculado no ápice.
199
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Material examinado. Ouro Preto: Falcão, 24.II.1971 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 5511); ib., II.1971 (fl), M.A.
Lisboa s.n. (OUPR 725); Campo da Caveira, 6.II.1973 (fl, fr), J. Badini s.n. (OUPR 720). Belo Horizonte:
Serra da Mutuca, 16.XI.1938 (fl), F. Markgraf et al. 3546 (BHMH, RB); Serra do Curral, 2.X.1942 (st), J.
Nestor s.n. (BHMH 42878). Caeté: XI.1915 (fl), F.C. Hoehne 5947 (R); id. 5948 (R). Santa Luzia: em
direção ao Rio das Velhas, 23.XI.1893 (fl), A.F.M. Glaziou 20411 (R). Santana do Riacho: rodovia Lagoa
Santa – Conceição do Mato Dentro – Diamantina, km 112, 14.XII.1971 (fl), J. Semir & M. Sazima CFSC 572
(SPF, UEC). Joaquim Felício: Serra do Cabral, 17o41'30"S, 44o11'49"W, 11.I.1998 (fl), R.C. Forzza et al.
599 (SPF). Itamarandiba: estrada para Coluna, próximo à BR-120, 1.XII.1984 (fl), B.L. Stannard et al.
CFCR 6665 (SPF). Juramento: Serra do Catuni, 10.XI.1938 (fl), F. Markgraf et al. 3291 (RB).
Hemipogon acerosus pode ser reconhecido pelas folhas acerosas e verticiladas e
flores densamente barbadas na face adaxial da corola e desprovidas de corona. O material J.
Badini s.n. (OUPR 724) apresentou-se discrepante, com folhas mais estreitas e dispostas
helicoidalmente, assemelhando-se vegetativamente a H. setaceus Decne. (Badini, in sched.)
ou H. irwinii Fontella & Paixão (Jorge Fontella-Pereira, com. pess.), espécie até então
restrita a Goiás. Porém, como o material não apresenta flores, foi preferível não incluí-lo
neste tratamento.
Ocorre em São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso
(Fontella-Pereira et al. 1995). Na Cadeia do Espinhaço, foi coletada desde o sul até a Serra
do Catuni, geralmente em campos pedregosos ou cerrados. Floresce entre outubro e
fevereiro.
14.6. Hemipogon abietoides E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 196. 1885.
Metastelma abietoides (E.Fourn.) Fontella, Bradea 5(23): 261; figs. A-B. 1989.
Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Serra da Lapa, I (fl), L. Riedel 1342 p.p. (lectótipo: LE
n.v., foto F; P n.v.).
Figura: 22 F-G.
Erva até 20 cm alt. Folhas espiraladas, sésseis, recurvadas; lâmina acicular, 0,7-1,2
cm compr., 0,05-0,1 mm larg., glabra; base atenuada; ápice acuminado. Cimeiras uni ou
bifloras, sésseis ou quase. Pedicelos 2-3 mm compr. Cálice glabro; sépalas estreitamente
lanceoladas, 1,3-1,5 mm compr. Corola sub-rotácea a subcampanulada, abaxialmente
glabra, adaxialmente barbada em linhas longitudinais, mais densamente na base e no terço
médio superior das lacínias; lacínias ovais, 3-3,5 mm compr. Corona com lobos lineares a
lanceolados, mais altos que o ginostégio. Asas das anteras escutiformes; membrana apical
oval a suborbicular. Retináculo cuneiforme, 0,22-0,25 mm compr.; caudículos com
membrana reticulada, levemente ascendentes, 0,07-0,09 mm compr.; polínios ovais, 0,220,24 mm compr. Ginostégio mamilado no ápice.
Hemipogon abietoides pode ser reconhecido pelas folhas aciculares e recurvadas,
dispostas espiraladamente. Não foi observado nenhum material deste táxon e a descrição e
os desenhos estão baseados em figuras (Fontella-Pereira 1989b), fotocópia da coleção-tipo
e descrições do táxon (Fournier 1885; Fontella-Pereira et al. 1995). Por causa da presença
de corona conspícua, Fontella-Pereira (1989b) transferiu a espécie para Metastelma; no
entanto, o hábito, a forma e disposição das folhas, e o tipo de inflorescência assemelham-se
àqueles encontrados em espécies de Hemipogon, sendo preferível a manutenção da
classificação original.
201
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Esta espécie é representada unicamente pela coleção-tipo, coletada no século
passado e proveniente da Serra do Cipó, e é considerada provavelmente extinta (Conselho
Estadual de Política Ambiental 1997, Mendonça & Lins 2000, mas veja capítulo VII).
14.7.
Hemipogon hemipogonoides (Malme) Rapini, comb. ined. Metastelma
hemipogonoides Malme, Ark. Bot. 29A(4): 4. 1937. Tipo: BRASIL. Minas Gerais:
Santana do Riacho, Serra do Cipó, km 122, 14.IV.1935 (fl), H.M. Barreto 1121 &
A.C. Brade 14896 (F, HB, R, RB? n.v., S? n.v.).
Barjonia acerosa Silveira, Fl. serr. Min.: 2; tab. 2. 1908. Ditassa silveirae Fontella, Arch. Jar. Bot. Rio de
Janeiro 18: 179. 1965. Metastelma acerosum (Silveira) Fontella & E.A.Schwarz, Atas Soc. Bot.
Brasil, secç. Rio Janeiro 1(9): 44. 1983. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Serra do Cipó, IV.1905 (fl),
A. Silveira 383 (holótipo: R).
Figura: 22 H-N; foto 38 a-b.
Erva a subarbusto 30-60 cm alt.; ramos glabros. Folhas opostas, sésseis, eretas;
lâmina acerosa a linear, 1,2-3(-3,7) cm compr., 0,3-0,6 mm larg., glabra ou quase; base
levemente atenuada; ápice acuminado. Cimeiras umbeliformes a fasciculiformes, até 8
flores; pedúnculo até 1 mm compr. Pedicelo 1,5-4 mm compr. Cálice glabro; sépalas ovais,
1-1,5 mm compr. Corola sub-rotácea a subcampanulada, creme, amarela, esverdeada ou
castanha, abaxialmente glabra, adaxialmente seríceo-tomentulosa, passando a tomentosa na
região superior, barbada na base das lacínias; tubo 0,23-1 mm compr.; lacínias ovais, 1,32,1 mm compr. Corona com lobos lineares, sigmóides de perfil, mais altos que o
ginostégio. Asas das anteras suboblongas, quase do tamanho do dorso; membrana apical
depressamente oval. Retináculo suboblongo a elipsóide, raramente subcônico, 0,13-0,18
mm compr.; caudículos com membrana reticulada, arqueados, 0,07-0,13 mm compr.;
polínios ovóides a oblongos, 0,17-0,25 mm compr. Ginostégio obtuso no ápice. Folículos
1,5-4 cm compr.; sementes ca. 5 mm compr.
Material examinado. Ouro Preto: Campo da Caveira, 25.V.1978 (fl, fr), J. Badini s.n. (OUPR 855);
Chapada, 25.V.1978 (fr), J. Fontella & J. Badini 1068 (RB); id. s.n. (OUPR 856, RB); ib., 8.XII.1978 (fl), J.
Badini s.n. (OUPR 858); Chapada para Lavras Novas, 2.II.1977 (fl), J. Badini & M.A. Zurlo s.n. (OUPR 859,
RB); Serra do Itatiaia, s.d. (fl), J. Badini & M.A. Zurlo s.n. (OUPR 857); Serra do Capanema, 1904 (st), A.W.
Schwacke s.n. (BHCB 116). Itabira: 12.IX.1887 (fl), A.F.M. Glaziou 15235 (R). Santana do Riacho: Serra
do Cipó, 21.III.1940 (fl), H.M. Barreto 10773 (BHMH); ib., 4.III.1958 (fl), A. Castellanos & E.P. Heringer
s.n. (HB 29988); ib., 16.III.1964 (fl), E. Pereira 8902 (F, HB, RB); ib., 14.II.1968 (fl), H.S. Irwin et al. 20064
(MO, NY); ib., km 114, 12.IV.1994 (fl), N.M. Castro 18 (UB); ib., km 118, 22.III.1966 (fl), A.P. Duarte 9706
(RB); ib., km 118, 16.I.1951 (fl), J.G. Kuhlmann s.n. (RB 72929); ib., km 129, 17.IV.1950 (fl), A.P. Duarte
2532 (MO, RB); ib., km 130, 7.IV.1957 (fl), E. Pereira 2910 & G. Pabst 3746 (F, HB, RB); ib., km 135,
25.IV.1978 (fl, fr), H.C. Lima 399 (RB); ib., km 136, 5.IV.1951 (fl), G.M. Magalhães 5966 (HB); rodovia
Lagoa Santa – Conceição do Mato Dentro – Diamantina, km 113, 29.III.1980 (fl, fr), I. Cordeiro et al. CFSC
6045 (F, RB, SP, SPF); ib., km 114, 15.IV.1972 (fl), A.B. Joly et al. CFSC 1540 (SP); ib., km 114,
15.IV.1972 (fl), A.B. Joly et al. CFSC 1595 (SP, UEC); ib., km 116, 6.VI.1970 (fr), A.B. Joly et al. CFSC 74
(SP); ib., km 118, 4.III.1972 (fl), A.B. Joly et al. CFSC 893 (SP, UEC); ib., km 118, 15.IV.1972 (fl), A.B. Joly
et al. CFSC 1638 (SP, UEC); ib., km 118, 16.IV.1972 (fl, fr), A.B. Joly et al. CFSC 1779 (SP, UEC); ib., km
120, 1.V.1972 (fl), J. Semir & M. Sazima CFSC 2073 (SP, UEC); ib., km 120, 3.XI.1972 (fr), A.B. Joly & J.
Semir CFSC 3573 (SP); rodovia Belo Horizonte – Conceição do Mato Dentro, km 117, 19.IV.1981 (fl, fr), A.
Furlan et al. CFSC 7220 (RB, SP, SPF); ib., km 123, 10.V.1987 (fl), F.A. Vitta et al. CFSC 10161 (SPF);
Retiro do Alto Palácio, 1.V.1993 (fl), F. Barros 2756 (SP). Santana do Pirapama: fazenda Inhame (Serra
Mineira), 24.III.1982 (fl, fr), I. Cordeiro et al. CFSC 8206 (RB, SP, SPF); ib., 18o55'S, 43o54'W, 22.III.1982
(fl), J.R. Pirani et al. CFSC 8108 (MBM, RB, SP, SPF). Congonhas do Norte: Serra da Mangabeira,
202
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
43o49'W, 18o50'S, 23.IV.1982 (fl), A. Furlan et al. CFSC 8447 (RB, SP); em direção a Conceição do Mato
Dentro, 19o20'S, 43o35'W, 9.II.1991 (fl), M.M. Arbo et al. 4724 (SPF). Diamantina: 3 km N de São João da
Chapada, 24.III.1970 (fl), H.S. Irwin et al. 28266 (UB); estrada para Biribiri, 9 km de Diamantina, 29.I.2000
(fl), R.C. Forzza & R. Mello-Silva 1474 (SPF). Joaquim Felício: Serra do Cabral, Armazém da Laje,
16.III.1997 (fl, fr), G. Hatschbach et al. 66357 (MBM). Itacambira: Serra Nova, 16 km de Itacambira,
13.III.1999 (fl), A. Rapini & M.L. Kawasaki 782 (SPF).
Hemipogon hemipogonoides pode ser reconhecido pelas folhas lineares e eretas, e
flores geralmente creme, com lobos da corona maiores que o ginostégio, lineares e
sigmóides de perfil. Foi inicialmente descrita como Barjonia acerosa, mas como
Hemipogon acerosus é um nome pré-ocupado, foi utilizado o epíteto do nome válido mais
antigo capaz de formar um binômio legítimo em Hemipogon, daí H. hemipogonoides. Os
sinônimos foram inicialmente reunidos por Fontella-Pereira e Schwarz (1983c).
Ocorre geralmente sobre solo arenoso ou pedregoso em campos rupestres de Ouro
Preto e da Serra do Cipó, chegando até Diamantina, Serra do Cabral e Serra Nova, em
Itacambira. Foi coletada com flores e/ou frutos entre novembro e junho, mais intensamente
entre março e maio.
14.8. Hemipogon hatschbachii (Fontella & Marquete) Rapini, comb. ined. Metastelma
hatschbachii Fontella & Marquete, Bol. Mus. Bot. Munic. 29: 1. 1977. Tipo:
BRASIL. Minas Gerais: Serra do Cipó, ca. km 145 N de Belo Horizonte, 15.II.1968
(fl), H.S. Irwin et al. 20127 (holótipo: UB; isótipos: F, MO).
Figura: 22 O-V.
Subarbusto 50-65 cm alt.; ramos glabros. Folhas opostas, sésseis, eretas; lâmina
filiforme ou quase, 2,5-4,5 cm compr., 0,45-0,65 mm larg., glabra; base levemente
atenuada; ápice acuminado. Cimeiras umbeliformes, até 6 flores; pedúnculo 0,5-1(-2) cm
compr. Pedicelo 1-2 mm compr. Cálice glabro; sépalas ovais, 1,3-2 mm compr. Corola
quase urceolada a globosa, vinácea, abaxialmente glabra, adaxialmente seríceo-barbada
próximo à margem e centralmente no terço superior, barbada na base das lacínias; tubo 1,11,15 mm compr.; lacínias ovais, 1,7-2,1 mm compr. Corona com lobos lineares, da altura
do ginostégio, raramente reduzidos a pregas levemente carnosas, bem menores que o
ginostégio. Asas das anteras falcadas na metade superior, maiores que o dorso; membrana
apical largamente elíptica, apiculada. Retináculo cuneiforme, oblongo ou subescutiforme,
0,15-0,23 mm compr.; caudículos arqueados, ascendentes, 0,12-0,2 mm compr. ou quase
inexpressivos, providos de membrana reticulada; polínios ovóides a lanceolóides, 0,25-0,33
mm compr. Ginostégio comprimido ou plano no ápice. Folículos 3,5-4 cm compr.;
sementes ca. 6,5 mm compr.
Material examinado. Santana do Riacho: Serra do Cipó, 19.II.1972 (fl), W.R. Anderson et al. 36314 (F,
MO, UB); rodovia Belo Horizonte – Conceição do Mato Dentro, km 114, 27.I.1991 (fl), N.L. Menezes 1253b
(SPF); ib., km 117, próximo ao córrego Alto Cupim, 19.IV.1981 (fl, fr), A. Furlan et al. CFSC 7219 (RB, SP,
SPF).
Hemipogon hatschbachii inclui ervas com folhas estreitas, cimeiras pedunculadas e
flores vináceas com corona de lobos simples ou atrofiados. Pode ser considerada uma
203
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
espécie intermediária entre espécies antes incluídas em três gêneros distintos: Metastelma,
Astephanus e Nephradenia. O indumento da face adaxial da corola, a forma das anteras e o
polinário são semelhantes àqueles encontrados em espécies do grupo formado pelas
espécies de trepadeiras, H. carassensis, H. luteus, H. piranii e H. furlanii, incluídas
anteriormente em Astephanus. A forma e a cor da corola e a corona reduzida assemelhamse a N. acerosa Decne., enquanto o tamanho da corola e forma da corona não reduzida
lembram as de H. hemipogonoides [Metastelma acerosum (Silveira) Fontella &
E.A.Schwarz]. Essas espécies devem formar um grupo coeso, facilmente caracterizado
pelas folhas lineares, já que a estrutura floral apresenta uma variação acentuada entre seus
representantes.
Plantas de Hemipogon hatschbachii foram coletadas em solo pedregoso, apenas na
Serra do Cipó.
15. Barjonia Decne.
in DC., Prodr. 8: 512. 1844. Lectótipo: Barjonia racemosa Decne., nom. illeg. (Apocynum
erectum Vell.)
Erva a subarbusto; ramos glabros, geralmente providos de coléteres interpeciolares.
Folhas decussadas, subsésseis, deltóides a lanceoladas, progressivamente menores em
direção ao ápice dos ramos, patentes, coriáceas, glabras, freqüentemente providas de um
par de coléteres na base. Tirsóides frondosos ou não, ramificados em cimeiras geralmente
umbeliformes. Cálice imbricado, até 2 coléteres entre as sépalas. Corola rotácea a
campanulada, abaxialmente glabra, adaxialmente papilosa na porção apical, puberulenta na
região mediana, barbada na porção basal das lacínias, glabra no tubo. Corona 5-lobada,
unida à corola e ao ginostégio; lobos simples ou duplos, membranáceos, opostos às anteras.
Anteras com asas oblongas, maiores que o dorso; membrana apical depressamente oval,
freqüentemente emarginada. Retináculo fistuloso; caudículos providos de membrana
reticulada, horizontais a levemente ascendentes, inseridos na região basal do retináculo;
polínios uniformes, paralelos. Ápice do ginostégio mamilado ou quase, umbilicado,
incluso. Folículos geralmente fusiformes, prolongados, glabros; sementes ovais,
verrugosas.
Barjonia pode ser reconhecida pelo hábito ereto, as folhas subsésseis, patentes,
glabras, coriáceas, com margem esbranquiçada, geralmente cordiformes e as flores com
indumento geralmente zonado. Os polínios são paralelos, inseridos lateralmente aos
caudículos, dificultando sua caracterização e, conseqüentemente, a classificação do gênero.
Como descrito por Marquete (1979), alguns autores caracterizaram os polínios das espécies
de Barjonia como eretos, incluindo o gênero em Marsdenieae; outros consideraram os
polínios pendentes, classificando Barjonia em Asclepiadeae. Pela similaridade com outras
espécies neotropicais, sua inclusão em Asclepiadeae parece mais apropriada.
O gênero conta com cerca de cinco espécies. Ocorre no Paraná, São Paulo, Minas
Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás, no Brasil, e no Suriname (Marquete
1979), apresentando-se mais diverso no Planalto Central brasileiro.
205
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Chave para as espécies:
1. Folhas cordadas na base, semi-amplexicaules. Inflorescência frondosa; cimeiras
umbeliformes ou corimbiformes, geralmente 3-4 flores; pedúnculo 0,3-1,5 cm compr.
Pedicelo 0,4-1,3 cm compr. Lobos da corona duplos............15.1. B. chloraeifolia (206)
1’. Folhas truncadas a levemente cordadas na base. Inflorescência áfila; cimeiras
geralmente bifloras, raramente unifloras ou dicásios; pedúnculo até 3 mm compr.
Pedicelo 1,5-4 mm compr. Lobos da corona simples.......................15.2. B. erecta (207)
15.1. Barjonia chloraeifolia Decne. in DC., Prodr. 8: 512. 1844 (“chloraefolia”). Tipo:
BRASIL. Minas Gerais: Santo Antônio do Itambé (“Serra de Itambé da Villa do
Principe”), C.F.P. Martius 1482 (M n.v.).
Barjonia platyphylla K.Schum., Bot. Jahrb. Syst. 30(67): 31. 1901. Tipo: BRASIL. Minas Gerais:
Diamantina, Biribiri, 11.IV.1892 (fl), A.F.M. Glaziou 19633 (“19638”) (lectótipo: P n.v.;
isolectótipos: C n.v., fotos F, MO, NY; F; LE n.v.; R).
Figura: 23 A-F; foto 3 a-b.
Erva a subarbusto, 0,4-1 m alt. Folhas semi-amplexicaules; lâmina cordiforme,
triangular, deltóide ou reniforme, 1,4-3 cm compr., 1,5-3,3 cm larg.; base cordada; ápice
agudo a mucronado. Inflorescência frondosa; cimeiras umbeliformes ou corimbiformes,
subaxilares, 3-4(-8) flores; pedúnculo 0,3-1,5 cm compr. Pedicelo 0,4-1,3 cm compr.
Cálice glabro; sépalas ovais, 1-1,9 mm compr. Corola campanulada, vinácea ou
esverdeada, raramente alva; tubo 1-1,7 mm compr.; lacínias ovais, 3-4,3 mm compr.
Corona com lobos duplos; segmentos externos triangulares a ovais, subulados, revolutos,
geralmente mais altos que o ginostégio, os internos cuneiformes a suboblongos, mais
baixos que o dorso das anteras. Retináculo elipsóide, oblongo ou ovóide, 0,3-0,45 mm
compr.; caudículos retos, 0,05-0,12 mm compr.; polínios elipsóides a obovóides, 0,5-0,6
mm compr. Folículos lanceolóides, 4-7,3 cm compr.; sementes ca. 6,5 mm compr.
Material examinado. s.d., A.W. Schwacke s.n. (RB 48562). Santana do Riacho: 4.V.1986 (fl, fr), V.C. Souza
et al. CFSC 9720 (NY, SPF); Serra do Cipó, 15.II.1968 (fl), H.S. Irwin et al. 20158 (NY, UB); ib., IV.1905
(fl), A. Silveira 380 (R); ib., 19o08'17"S, 43o41'41"W, 4.III.1998 (fl), A. Rapini et al. 585 (SPF); ib., próximo
ao Chapéu de Sol, 26.V.1978 (fl), M.B. Ferreira 7275 (RB); ib., km 114, 22.III.1966 (fl), A.P. Duarte 9704
(RB); ib., km 117, 15.III.1962 (fl), A.P. Duarte 6523 (HB, RB); ib., km 124, 17.IV.1935 (fl), H.M. Barreto
1116 & A.C. Brade 14900 (BHMH, R., RB); ib., km 131, 5.XII.1949 (fl), A.P. Duarte 2083 (RB); Parque
Nacional da Serra do Cipó, 21.III.1992 (fl), M. Pereira & M. Lucca 713 (BHCB); ib., região de Congonhas,
próximo ao Córrego do Gavião, 21.III.1992 (fr), M. Pereira & M. Lucca 714 (BHCB); km 99-100,
25.IV.1978 (fl, fr), N.M.F. Silva & M.C. Valente 166 (RB); id. 167 (RB); rodovia Lagoa Santa – Conceição
do Mato Dentro – Diamantina, km 114, 5.VI.1970 (fr), A.B. Joly et al. CFSC 126 (SP); ib., km 118, 4.III.1972
(fr), A.B. Joly et al. CFSC 890 (SP, UEC); rodovia Belo Horizonte – Conceição do Mato Dentro, km 101-102,
18.XII.1998 (fl), A. Rapini et al. 844 (SPF); ib., km 106, 19o17'S, 43o36'W, IV-VI.1990 (fl), G.M. Faria & M.
Mazucatu 79 (SPF); ib., km 114, 1.II.1987 (fl), D.C. Zappi et al. CFSC 9967 (RB, SPF); ib., km 116,
19.IV.1981 (fl, fr), A. Furlan et al. CFSC 7237 (RB, SP, SPF); Estrada da Usina, 16.IV.1972 (fl), A.B. Joly et
al. CFSC 1706 (SP); ib., 28.V.1972 (fl), A.B. Joly et al. CFSC 2291 (SP); Serra da Lapinha, 27.III.1991 (fl),
J.R. Pirani et al. CFSC 12142 (RB, SPF). Gouveia: 2.IV.1957 (fl), E. Pereira 2762 & G. Pabst 3598 (HB,
RB); 29 km SW de Diamantina, 14.I.1969 (fl), H.S. Irwin et al. 21921 (NY, UB). Datas: estrada Curvelo –
Diamantina, km 110, G. Martinelli & B.E. Lewenberger 9124 (RB). Diamantina: s.d. (fr), R. Lima s.n.
(OUPR 784); 18 km SW em direção a Curvelo, 10.IV.1973 (fl), W.R. Anderson 8525 (MO, NY, UB); 20 km
SW da cidade, 21.I.1969 (fl), H.S. Irwin et al. 22372 (MO, NY, UB); 2 km S da cidade, 26.III.1970 (fr), H.S.
Irwin et al. 28402 (UB); estrada Sopa – São João da Chapada, 18o07'01"S, 43o44'00"W, 14.I.1998 (fl), A.
206
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Rapini et al. 485 (SPF); estrada para Biribiri, ca. 3,5 km de Diamantina, 6.VII.1996 (fr), V.C. Souza et al.
11885 (SPF). Grão-Mogol: estrada para o rio Ventania, 16o32'S, 42o49'W, 5.IX.1990 (fl, fr), M.T.V.A.
Campos et al. CFCR 13357 (SPF).
Barjonia chloraeifolia abrange geralmente ervas com folhas largas, inflorescência
frondosa, ramificada em cimeiras subaxilares, geralmente 4-floras e corona dupla, onde
cada lobo possui um segmento interno membranáceo abaixo do dorso da antera. Marquete
(1979) observou uma grande variação na forma das folhas, no padrão das inflorescências e
nos segmentos externos da corona e sinonimizou muitos binômios em B. erecta, inclusive
B. chloraeifolia. Entretanto, no tratamento realizado para as Asclepiadaceae da Serra do
Cipó, Fontella-Pereira et al. (1995), observando um número maior de materiais,
consideraram B. chloraeifolia e B. erecta separadamente, procedimento seguido neste
trabalho.
Esta espécie é endêmica da Cadeia do Espinhaço, ocorrendo entre a Serra do Cipó,
em Minas Gerais, e o Pico das Almas, na Bahia. Costuma florir entre dezembro e junho,
apresentando pico de floração em março e abril na Serra do Cipó e em dezembro no Pico
das Almas. O epíteto específico deve estar relacionado à semelhança entre as folhas desta
espécie de Barjonia e aquelas encontradas em Chloraea (Orchidaceae), daí B. chloraeifolia.
15.2. Barjonia erecta (Vell.) K.Schum. in Engler & Prantl., Nat. Pflanzenfam. 4(2): 285.
1895. Apocynum erectum Vell., Fl. flumin.: 123. 1829; vol. 3: tab. 87. 1831. Tipo:
Fl. flumin. vol. 3: tab. 87. 1831 (lectótipo).
Barjonia racemosa Decne. in DC., Prodr. 8: 512. 1844, nom. superfl. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: P.
Claussen s.n. (holótipo: P n.v.).
Barjonia linearis Decne. in DC., Prodr. 8: 512. 1844. Tipo: BRASIL. Minas Gerais, P. Claussen s.n.
(holótipo: P. n.v.).
Barjonia deltoidea Decne. ex E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 205. 1885, pro syn.
Barjonia obtusifolia E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 206. 1885. Tipo: BRASIL. “Goiás, Minas
Gerais e São Paulo”: L. Riedel 2334 p.p. (lectótipo: LE n.v.).
Barjonia warmingii E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 206. 1885. Tipo: BRASIL. Minas Gerais:
Lagoa Santa, III (fl), J.E.B. Warming 1877/2 (holótipo: C n.v., fotos F, MO, NY).
Figura: 23 G-K; foto 4.
Erva ereta 0,5-1 m alt., freqüentemente áfila na floração. Pecíolo até 1 mm compr.;
lâmina estreitamente oblonga, oval ou lanceolada, raramente cordiforme, 2,2-5 cm compr.,
0,8-2,8 mm larg., glabra; base truncada a levemente cordada; ápice acuminado a agudo ou
mucronado. Inflorescência áfila; cimeiras geralmente bifloras, raramente unifloras ou
dicásios; pedúnculo até 3 mm compr. Pedicelo 1,5-4 mm compr. Cálice glabro; sépalas
largamente ovais, 1-1,9 mm compr. Corola subcampanulada, creme, vinácea ou
esverdeada; tubo 0,7-1,7 mm compr.; lacínias ovais, 3,3-4,3 mm compr. Corona com lobos
simples; lobos ovais a lanceolados, revolutos, mais altos que o ginostégio. Retináculo
suboblongo a elipsóide, 0,26-0,38 mm compr.; caudículos retos, 0,07-0,17 mm compr.;
polínios elipsóides a obovóides, ca. 0,4-0,45 mm compr. Folículos quase lineares, 4-7 cm
compr.; sementes 5-6 mm compr.
Material examinado. Ouro Branco: Serra de Ouro Branco, 20o28'S, 43o41'W, 12.V.1990 (fl), M.M. Arbo et
al. 3933 (SPF); ib., 20o30'19"S, 43o38'02"W, 16.VIII.1998 (fr), A. Rapini et al. 668 (SPF). Ouro Preto:
Caveira, 21.VI.1976 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 797); Campo da Caveira, 5.IV.1978 (fl), J. Fontella & J.
207
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Badini 1104 (RB); id. 1105 (RB); id. 1106 (RB); ib., 11.VIII.1980 (fl), M.C. Valente & J. Badini s.n. (RB
201624); Chapada, s.d. (bt), J. Badini & M.A. Zurlo s.n. (OUPR 785); Serra de Itatiaia (Serra da Chapada),
20o27'41"S, 43o35'07"W, 16.VIII.1998 (fl, fr), A. Rapini et al. 674 (SPF); Serra de Lavras Novas, 27.I.1972
(fl), A. Macedo 5250 (HB). Belo Vale: Serra da Moeda, km 14 em direção à BR-040, 20o26'46"S,
43o56'02"W, 15.VIII.1998 (fl, fr), A. Rapini et al. 655 (SPF). Itabirito: Pico do Itabirito, 29.IV.1994 (fl),
W.A. Teixeira s.n. (BHCB 23922, HB). Nova Lima: Pico de Belo Horizonte, 6.VI.1945 (fl), L.O. Williams &
V. Assis 7142 (R). Belo Horizonte: IV.1898 (fl), A. Silveira 302 (R); 31.VIII.1932 (fl), H.M. Barreto 196
(RB); Serra do Curral, Lagoa Seca, 10.XI.1955 (fl), L. Roth 15550 (RB); Serra do Taquaril, 3.IX.1932 (fr),
H.M. Barreto 956 (BHMH); id. 959 (BHMH); ib., 18.V.1933 (fl), H.M. Barreto s.n. (R 95131); ib.,
22.VII.1933 (fr), H.M. Barreto 961 (BHMH). Sabará: I.1916 (st), F.C. Hoehne 6831 (R). Caeté: Olhos
d'Água, XI.1915 (fr), F.C. Hoehne 5496 (R). Itabira: Turvo, 24.IV.1926 (fl), F.C. Hoehne s.n. (SP 17539).
Jaboticatubas: Serra do Cipó, km 56 da estrada Belo Horizonte – Conceição do Mato Dentro, 19o40'S,
43o55'W, 28.IV.1959 (fl), L.B. Smith et al. 6939 (R). Santana do Riacho: Serra do Cipó, 3.V.1958 (fl), F.
Atala 147 (R); rodovia Lagoa Santa – Conceição do Mato Dentro – Diamantina, km 113, 15.IV.1972 (fl), A.B.
Joly et al. CFSC 1476 (SP). Diamantina: Biribiri, 26.III.1892 (fl), A.F.M. Glaziou 19633a (RB); 4 km N de
São João da Chapada, 23.III.1970 (fl), H.S. Irwin et al. 28191 (UB). Cristália: estrada para Botumirim,
16o44'25"S, 42o53'09"W, 16.V.1998 (fl, fr), J.R. Pirani et al. 4352 (SPF). Grão-Mogol: Serraria, 42o55'W,
16o25'S, 11.III.1999 (fl), A. Rapini & M.L. Kawasaki 733 (SPF).
Nomes populares: caínea, poaia, topa-tudo (Marquete 1979).
Barjonia erecta distingue-se de B. chloraeifolia pelas folhas geralmente mais
estreitas e ausentes nos ramos da inflorescência, cimeiras bifloras, com pedúnculo e
pedicelos diminutos, quase do mesmo tamanho, e corona simples. Os sinônimos foram
baseados em Marquete (1979).
Esta espécie está representada no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito
Federal, Minas Gerais, São Paulo e Paraná, além do Suriname (Marquete 1979). Floresce
ao longo do ano, atingindo o pico de floração em abril. Na Cadeia do Espinhaço, é
encontrada desde Ouro Branco até Grão-Mogol, tornando-se mais rara em direção ao norte.
16. Nephradenia Decne.
in DC., Prodr. 8: 604. 1844. Tipo: N. acerosa Decne.
Erva; ramos glabros ou quase, geralmente providos de coléteres interpeciolares.
Folhas opostas ou verticiladas, sésseis ou quase, freqüentemente eretas, geralmente
lineares, glabras ou com raros tricomas na margem, providas de um par de coléteres na
base. Cimeiras geralmente bifloras, subaxilares, alternas. Cálice valvar ou quase, 1 coléter
entre as sépalas. Corola campanulada ou quase, abaxialmente glabra, adaxialmente papilosa
a puberulenta nas lacínias. Corona 5-lobada, unida à corola e ao ginostégio; lobos carnosos,
geralmente perpendiculares às anteras, isolados entre si. Retináculo fistuloso; caudículos
com membrana reticulada; polínios uniformes, pendentes ou paralelos. Ápice do ginostégio
plano a mamilado. Folículos fusiformes, glabros.
Nephradenia inclui cerca de dez espécies e é endêmica da América do Sul (Morillo
1997). Aproxima-se morfologicamente de gêneros como Hemipogon (sensu Rapini,
capítulo IV), Blepharodon e Barjonia, que talvez formem um grupo coeso com algumas
espécies de Ditassa com folhas estreitas.
208
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
16.1. Nephradenia acerosa Decne. in DC., Prodr. 8: 604. 1844. Tipo: BRASIL. Goiás:
1842 (fl), G. Gardner 3883 (holótipo: P n.v., foto MO; isótipo: B n.v., fotos F, MO,
NY; K? n.v.).
Figura: 23 L-P.
Erva 30-50 cm alt., glabra ou apresentando uma estria escabrosa na base da haste.
Folhas sésseis, eretas; lâmina linear, 2-3,5 cm compr., 1-1,2 mm larg., com tricomas na
margem; base truncada; ápice agudo. Cimeiras bifloras, raramente unifloras; pedúnculo
0,7-1,8 cm compr. Pedicelo 0,7-1,4 cm compr. Cálice glabro; sépalas ovais, 1,6-2 mm
compr. Corola campanulada a subglobosa, vinácea a castanho-avermelhada, abaxialmente
glabra, adaxialmente papilosa nas lacínias; tubo 4-5 mm compr.; lacínias triangulares, 3,7-6
mm compr. Corona inconspícua; lobos levemente carnosos, representados pela união dos
filetes à corola, mais baixos que as anteras. Asas das anteras suboblongas a subcuneadas;
membrana apical levemente obtusa. Retináculo elipsóide, 0,35-0,38 mm compr.;
caudículos levemente arqueados, 0,15-0,2 mm compr.; polínios elipsóides, 0,4-0,45 mm
compr. Ginostégio mamilado no ápice.
Material examinado. Diamantina: 27 km em direção a Gouveia, 12.I.1969 (fl), H.S. Irwin et al. 21802 (F,
MO, NY, UB). Joaquim Felício: Serra do Cabral, 17.IV.1981 (fl), L. Rossi et al. CFCR 1093 (RB, SPF); ib.,
22.XI.1984 (fl), B.L. Stannard et al. CFCR 6302 (BHCB, CTES, MBM, RB, SPF, UB); ib., 30.X.1988 (fl),
M.G.L. Wanderley 1395 & R. Kral 75399 (SP); ib., 16.I.1996 (fl), G. Hatschbach & J.M. Silva 64336
(MBM).
Nephradenia acerosa pode ser reconhecida pelo hábito ereto e folhas lineares,
inflorescências bifloras, com flores geralmente vináceas e corona com lobos
perpendiculares às anteras, concrescidos à corola em toda a extensão. Ocorre em Minas
Gerais, Bahia, Goiás e Mato Grosso, ocorrendo em cerrados e campos, sobre solos arenosos
e encharcados (Fontella-Pereira et al. 1989). Na Cadeia do Espinhaço de Minas Gerais, foi
coletada com flores entre outubro e abril, na Serra do Cabral e em Diamantina.
17. Blepharodon Decne.
in DC., Prodr. 8: 603. 1844. Lectótipo: B. lineare (Decne.) Decne. (Matelea linearis
Decne.)
Trepadeira, erva ou subarbusto, geralmente glabros, com coléteres interpeciolares.
Folhas opostas, geralmente elípticas ou lineares, glabras ou quase, 1 ou 2 pares de coléteres
conspícuos na base. Tirsóides com cimeiras umbeliformes, corimbiformes ou em díades,
subaxilares, alternas. Cálice valvar ou imbricado, até 4 coléteres entre as sépalas,
eventualmente fundidos. Corola rotácea a subglobosa, abaxialmente glabra, adaxialmente
glabra ou papilosa a puberulenta, geralmente ciliada próximo à margem. Corona 5-lobada,
unida à corola e ao ginostégio; lobos geralmente segmentados, cotiliformes ou
cimbiformes, opostos às anteras. Retináculo fistuloso; caudículos com membrana
reticulada; polínios uniformes, pendentes ou paralelos. Ápice do ginostégio plano a
mamilado. Folículos geralmente cilíndricos, fusiformes, prolongados no ápice ou
dacrióides, glabros ou quase, lisos.
209
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Blepharodon é definido basicamente pelos lobos da corona geralmente formados
por dois segmentos que, unidos, formam uma estrutura cotiliforme ou cimbiforme. O nome
descrito originalmente como neutro foi alterado por Fournier (1885) para “Blepharodus”,
procurando evitar confusão com a seção homônima de um gênero de Compositae (de
Candolle 1836: 346). Apesar da manutenção do nome genérico original, vários autores
continuam adotando o epíteto específico no masculino, e não da forma inicialmente
proposta pelo autor do gênero.
Inclui aproximadamente 20 espécies (Morillo 1997), dentre as quais cerca de dez
ocorrem no Brasil. Está restrito ao Novo Mundo, apresentando maior diversidade no norte
da América do Sul.
Chave para as espécies:
1. Sépalas com mais de 3,5 mm compr. Corola adaxialmente acastanhada ou vinácea na
base; lacínias com mais de 1 cm compr. Retináculo com mais de 0,6 mm compr.;
caudículos inseridos na região mediana do retináculo ou acima; polínios com mais de
0,6 mm compr.
2. Erva. Pecíolo até 2 mm compr.; base da lâmina foliar truncada. Corola até 1,75 cm
compr.; tubo com menos de 3 mm compr. Lobos da corona mais baixos ou da altura
do ginostégio.................................................................................17.1. B. lineare (211)
2'. Trepadeira. Pecíolo com mais de 4 mm compr.; base da lâmina foliar sagitada. Corola
com mais de 1,75 cm compr.; tubo com mais de 3 mm compr. Lobos da corona mais
altos que o ginostégio..........................................................17.2. B. ampliflorum (212)
1'. Sépalas até 2,5 mm compr. Corola verde, creme ou alva; lacínias com menos de 1 cm
compr. Retináculo com menos de 0,6 mm compr.; caudículos inseridos na base do
retináculo; polínios até 0,6 mm compr.
3. Lobos da corona cotiliformes, da mesma altura do ginostégio. Polínios
subquadrangulares a subglobosos.............................................17.3. B. nitidum (214)
3'. Lobos da corona cimbiformes, prolongados distal e proximalmente, ultrapassando o
ginostégio em altura. Polínios ovóides a reniformes.......17.4. B. bicuspidatum (216)
17.1. Blepharodon lineare (Decne.) Decne. in DC., Prodr. 8: 603. 1844. Matelea linearis
Decne., Ann. Sci. Nat., Bot. 9: 321; tab. 11, fig. B. 1838. Tipo: BRASIL. São Paulo:
C.G. Beaupre (Gaudichaud) no 371 in Herb. imp. brasil. (lectótipo: P n.v.).
Figura: 24 A-D.
Erva 60-80 cm alt.; ramos glabros. Pecíolo até 2 mm compr.; lâmina linear, 9,312,5 cm compr., 3-6 mm larg., glabra, serrulada na margem; base truncada; ápice agudo.
Cimeiras umbeliformes a corimbiformes, 2-5 flores; pedúnculo 3,5-12 cm compr.,
raramente ausente. Pedicelo 1,7-3 cm compr. Cálice glabro; sépalas lanceoladas, 4-5 mm
compr. Corola subglobosa a sub-rotácea, abaxialmente esverdeada, glabra, adaxialmente
verde, rajada de castanho, esparsamente papiloso-puberulenta, ciliada; tubo 1,5-2,5 mm
compr.; lacínias ovais, 1,2-1,5 cm compr. Corona com lobos alvos a esverdeados,
cotiliformes, truncados ou levemente prolongados na porção proximal, da altura ou pouco
mais baixos que o ginostégio. Asas das anteras subcuneiformes, maiores que o dorso;
membrana apical depressamente oval. Retináculo oblongo ou quase, ca. 0,65 mm compr.;
211
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
caudículos arqueados, 0,25-0,45 mm compr., inseridos na região mediana do retináculo;
polínios deltóides, 0,7-0,85 mm compr. Ginostégio levemente obtuso, umbilicado no ápice.
Material examinado. Ouro Preto: s.d. (fl), C.T.M. Gomes 1762 (SP). Belo Horizonte: Serra do Taquaril,
19.XII.1934 (fl), H.M. Barreto 1000 (R). Diamantina: km 185 da estrada para Conselheiro Mata, 11.XI.1987
(fl), F.A. Vitta et al. CFCR 11913 (BHCB, K, MO, RB, SPF). Botumirim: caminho para Adão Colares e
Barrocão, 16o45'S, 43o05'W, 20.XI.1992 (fl), R. Mello-Silva et al. 717 (F, G, R, SPF).
Blepharodon lineare assemelha-se a B. ampliflorum pelas flores vistosas e forma do
polinário. Alguns indivíduos apresentam forma intermediária, situação mais comum para o
norte, na Bahia e em Goiás. Morillo (1976) considerou essas espécies sinônimos e a
variação do táxon, uma conseqüência adaptativa a diferentes condições ambientais,
procedimento seguido por Fontella-Pereira et al. (1984, 1989). Blepharodon lineare, no
entanto, é sempre ereta; as folhas são geralmente truncadas na base; as flores estão
inseridas em um mesmo ponto, não existindo um pedúnculo secundário evidente entre cada
flor, que é geralmente menor, com tricomas mais longos na borda adaxial das lacínias e
com lobos da corona menores do que os encontrados em B. ampliflorum. Apesar das
variações intra-específicas, a diferença entre esses táxons são mantidas principalmente em
áreas de simpatria, permitindo a ocupação de ambientes distintos: enquanto B. ampliforum
costuma ocorrer em áreas mais rochosas ou em bordas de mata, onde o hábito volúvel
talvez tenha sido selecionado, B. lineare ocorre tipicamente em campos e cerrados,
propícios à fixação e ao estabelecimento de plantas eretas.
Ocorre em Rondônia, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Região Sul
do Brasil, chegando até a Argentina, Paraguai e Bolívia. Prefere ambientes abertos e
costuma florir entre setembro e abril, apresentando pico de floração entre outubro e
dezembro. Na Cadeia do Espinhaço, foi coletada esporadicamente.
17.2. Blepharodon ampliflorum E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 304. 1885
(“Blepharodus ampliflorus”). Sintipo: BRASIL. F. Sellow s.n. (B n.v., fragmentos F
619627; NY). Minas Gerais: A.F.C.P. Saint-Hilaire s.n. (P? n.v.). São Paulo: Mogi,
L. Riedel s.n. (B n.v., foto NY); G.H. Langsdorff s.n. (LE? n.v.); “Jaquarahiba”,
A.F.C.P. Saint-Hilaire s.n. (P? n.v.); Juquiri, I.1834 (fl), P.W. Lund s.n. (C n.v., fotos
F, NY; MO). Bahia: Igreja Velha, I.1843 (fl), J.S. Blanchet 3446 (F, NY, P n.v.).
Blepharodon sagittatum Silveira, Fl. serr. Min.: 28; tab. 9. 1908 (“Blepharodus sagittatus”). Tipo: BRASIL.
Minas Gerais: Águas Virtuosas, XII.1899 (fl), A. Silveira 309 (lectótipo: R).
Figura: 24 E-H; foto 5 a-c.
Trepadeira; ramos glabros. Pecíolo 0,5-1,5 cm compr.; lâmina linear a elíptica, 411,5 cm compr., 0,3-3,5 cm larg., glabra, serrulada ou com tricomas na margem; base
sagitada, raramente truncada; ápice agudo a acuminado. Cimeiras (1-)2(-3)-floras;
pedúnculo primário 3-6,5 cm compr., os secundários até 2,5 cm compr. Pedicelo 1-3 cm
compr. Cálice glabro; sépalas ovais a lanceoladas, 4-4,5 mm compr. Corola subglobosa a
urceolada, passando a campanulada, abaxialmente esverdeada, glabra, adaxialmente verde
ou amarelada, com manchas e região basal castanhas ou vináceas, glabra, raramente
papiloso-puberulenta nas lacínias, ciliada; tubo 3,7-7,3 mm compr.; lacínias ovais, elípticas
ou suboblongas, 1,4-2,5 cm compr. Corona com lobos alvos, cotiliformes, proximalmente
subulados, freqüentemente fendidos, mais altos que o ginostégio. Asas das anteras
212
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
subcuneiformes, maiores que o dorso; membrana apical depressamente oval. Retináculo
subelipsóide a oblongo, 0,65-0,9 mm compr.; caudículos arqueados, ca. 0,35 mm compr.,
inseridos na região mediana ou no terço superior do retináculo; polínios deltóides, 0,85-1
mm compr. Ginostégio quase plano no ápice. Folículos glabros, ca. 9 cm compr.
Material examinado. Ouro Preto: s.d. (fl), L. Damazio 1547 (RB); id. s.n. (OUPR 779); Morro do Cruzeiro,
IV.1942 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 786); São Francisco s.d. (fl), A. Felippe s.n. (R 5916); Saramenha, 5.I.1951
(fl), A. Macedo & J. Badini 2886 (MO); Serra do Itacolomi, 2.III.1998 (fl, fr), A. Rapini et al. 618 (SPF); Pico
do Itacolomi, 1.II.1971 (fl), H.S. Irwin et al. 29561 (MO, NY, UB). Moeda: Serra da Moeda, 12.I.1987 (fl),
Jorge (J.L. Silva) s.n. (OUPR 780). Itabirito: Pico do Itabirito, 3.II.1994 (fl), W.A. Teixeira s.n. (BHCB
24078, HB); ib., 7.II.1995 (fl), W.A. Teixeira s.n. (BHCB 26176, HB). Catas Altas: Serra do Caraça,
22.I.1971 (fl), H.S. Irwin et al. 28876 (UB); id. 28816 (MO, NY); ib., 12.XII.1978 (fl), H.F. Leitão Filho et
al. 9532 (UEC); ib., 27.XI.1997 (fl), A. Salino 3813 (BHCB, SPF); ib., 29.XI.1997 (fl), M.F. Vasconcelos s.n.
(BHCB 39961); Caraça, 22.I.1972 (fl), A. Macedo 5195 (HB); ib., caminho para Belchior, 12.XII.1986 (fl),
M.B. Horta et al. 29 (BHCB); ib., Cascatinha, 10.XII.1986 (fl), M.B. Horta et al. 60 (BHCB); caminho para
Cascatinha, ca. 20o05'S, 43o30'W, 2.XII.1998 (fl), A. Rapini & M.L. Kawasaki 706 (SP). Brumadinho: Serra
da Calçada, próximo à BR-040, 20o08'S, 44o13'W, 17.II.1989 (fl), L.A. Martens 107 (SPF); ib., 6.III.1990 (fl),
L.A. Martens 303 (SPF). Belo Horizonte: Serra da Mutuca, 15.IV.1945 (fl), L.O. Williams & V. Assis 6657
(R); Serra do Taquaril, 17.I.1934 (st), H.M. Barreto 999 (BHMH, F); Fecho do funil, 14.II.1957 (fl), L. Roth
15552 (RB). Santana do Riacho: Serra do Cipó, 17.II.1972 (fl), W.R. Anderson et al. 36083 (MO, NY, UB);
ib., km 107, 17.II.1968 (fl), H.S. Irwin et al. 20395 (NY, UB); ib., Chapéu do Sol, 19.XII.1959 (fl), B.
Maguire et al 44673 (NY); rodovia Belo Horizonte – Conceição do Mato Dentro, km 114, 19.XII.1979 (fl),
J.R. Pirani & M.C.E. Amaral CFCR 5871 (SP); próximo à Fazenda do Palácio, 14.II.1988 (fl), S.A.P. Godoy
et al. CFSC 10891 (SPF). Congonhas do Norte: caminho para Gouveia, 18o41'S, 43o42'W, 13.II.1991 (fl),
M.M. Arbo et al. 5011 (SPF). Serro: rodovia BR-259, 27.XI.1985 (fl), G. Hatschbach & J.M. Silva 50213
(MBM, MO). Gouveia: Barro Preto, torre Telemig, 20.III.1987 (fl), G. Hatschbach et al. 51161 (MBM); 8
km da cidade, 4.II.1972 (fl), W.R. Anderson et al. 35413 (F, HB, MO, NY, UB). Diamantina: 1.II.1947 (fl),
D. Romariz 4701160101 (RB); Biribiri, 27.XI.1992 (fl), J.R. Stehmann s.n. (BHCB 20777); estrada para
Biribiri, 8.XII.1997 (fl), L.R. Lima et al. 10 (SPF); ib., 22.XI.1985 (fl), W.W. Thomas et al. CFCR 8581 (RB,
SPF); 10 km SW da cidade, 3.II.1972 (fl), H.S. Irwin et al. 35197 (UB); 20 km SW da cidade, 20.I.1969 (fl),
H.S. Irwin et al. 22304 (UB); 12 km em direção a Biribiri, córrego Sentinela, 18o10'59"S, 43o37'06"W,
22.XII.1998 (fl), A. Rapini et al. 852 (SPF); estrada para Milho Verde, 9.XII.1997 (fl), P.T. Sano et al. 719
(SPF). Serro: 27 km da cidade na estrada MG-2, 26.II.1968 (fl), H.S. Irwin et al. 20944 (MO, NY, UB).
Itamarandiba: estrada para Coluna, BR-120, 1.XII.1984 (fl), R.M. Harley et al. CFCR 6646 (RB, SPF).
Cristália: Morro do Chapéu, 6.I.1986 (fl), R. Mello-Silva et al. CFCR 8912 (RB, SPF). Grão-Mogol: estrada
para o rio Ventania, ca. 16o36'S, 42o49'W, 13.XII.1989 (fl), T.R.S. Silva et al. CFCR 12657 (SPF).
Blepharodon ampliflorum pode ser reconhecida pelo hábito volúvel e flores
subglobosas e grandes, com mais de 1,75 cm compr., justificando o epíteto específico. As
lacínias são esverdeadas com manchas castanhas e os lobos da corona são alvos, formados
por um segmento interno côncavo, subulado proximalmente e unido a um segmento externo
oblongo. Morillo (1976) incluiu B. ampliflorum na sinonímia de B. lineare, mas, sem
estudos populacionais detalhados, é precipitado afirmar que a variação existente entre essas
espécies é decorrente de diferenças no ambiente em que seus representantes ocorrem e não
que eles ocorrem em ambientes diferentes porque possuem potenciais inerentes distintos.
Ocorre no Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Bahia, tendo sido citada também para
Pernambuco (Fontella-Pereira & Marquete 1973) e Rio Grande do Sul (w3TROPICOS).
Floresce entre outubro e abril e foi coletada ao longo de toda a Cadeia do Espinhaço de
Minas Gerais.
213
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
17.3. Blepharodon nitidum (Vell.) J.F.Macbr., Publ. Field Mus. Nat. Hist., Bot. Ser.
11(1): 34. 1931. Cynanchum nitidum Vell., Fl. flumin.: 120. 1829; vol. 3: tab. 74.
1831. Tipo: Fl. flumin. vol. 3: tab. 74. 1831 (lectótipo).
Blepharodon diffusum Decne. in DC., Prodr. 8: 603. 1844, nom. superfl. Tipo: BRASIL. São Paulo: J.B.
Guillemin 355 (lectótipo: P n.v.; isolectótipo: MO n.v.).*
Blepharodon pallidum Decne. in DC., Prodr. 8: 603. 1844. Tipo: BRASIL. Bahia: 1830 (fl), P. Salzmann 331
(holótipo: P n.v.; isótipos: G n.v., fotos F, MO, NY; K n.v.; LE n.v.; W n.v.; provável isótipo: P.
Salzmann s.n., MO).*
Metastelma steudelianum Miq., Linnaea 18: 753. 1844. Blepharodon steudelianum (Miq.) Pulle, Enum.
vasc. pl. Surinam: 388. 1906. Tipo: SURINAME. IV.1844 (fl), A. Kappler 1611 (holótipo: W? n.v.;
isótipo: MO).**
Blepharodon spruceanum E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 307. 1885 (“Blepharodus
spruceanus”). Tipo: BRASIL. Alto Amazonas, 1852-1853 (fl), R. Spruce 2873 (holótipo: P n.v.;
isótipos: B n.v., fotos F, NY; NY; W n.v.).*
Blepharodon bracteatum E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 307. 1885 (“Blepharodus bracteatus”).
Tipo: BRASIL. Minas Gerais: 1816-1821 (fl), A.F.C.P. Saint-Hilaire 1267 (holótipo: P n.v.).*
Blepharodon reflexum Malme, Bih. Kongl. Svenska Vetensk.-Akad. Handl. 34(7): 90; tab. 4, fig. 15. 1900
(“reflexus”). Sintipo: BRASIL. Mato Grosso: Cuiabá, Coxipó, 22.XII.1893 (fl), G.O.A. Malme 1264
(G n.v., foto MO; S? n.v.); Buriti, Serra da Chapada, 15.III.1894 (fl), G.O.A. Malme 1474 (R n.v., S?
n.v.).*
Blepharodon nodosum Silveira, Fl. serr. Min.: 29. 1908 (“Blepharodus nodosus”). Tipo: BRASIL. Minas
Gerais: Belo Horizonte, III.1905 (fl); Águas Virtuosas, XII.1899 (fl), A. Silveira 310 (holótipo: R;
isótipo: B n.v., fragmento F).**
Blepharodon venezuelense Moldenke, Bull. Torrey Bot. Club 58: 455. 1931 (“venezuelensis”). Tipo:
VENEZUELA. Esmeralda: G.H.H. Tate 325 (holótipo: NY).**
Blepharodon steyermarkii R.W.Holm, Fieldiana, Bot. 28(3): 503. 1956. Tipo: VENEZUELA. Bolivar: base
do Soropán-Tepuí, 30.XI.1944 (fl), J.A. Steyermark 60813 (holótipo: F; isótipo: MO).**
Figura: 24 I-M; foto 6 a-c.
Trepadeira a liana; ramos glabros. Pecíolo 0,5-2 cm compr.; lâmina elíptica, 3,5-9
cm compr., 1,2-4,5 cm larg., glabra ou com tricomas na margem; base cuneada a levemente
cordada; ápice cuspidado a mucronado, mais raramente acuminado. Cimeiras
corimbiformes, freqüentemente condensadas no ápice, até 10 flores; pedúnculo 0,5-3 cm
compr. Pedicelo 1,2-3 cm compr. Cálice glabro; sépalas ovais, 2-2,5 mm compr. Corola
sub-rotácea, verde ou creme, abaxialmente glabra, adaxialmente glabra ou esparsamente
puberulenta nas lacínias, ciliada; tubo 1,5-2,8 mm compr.; lacínias ovais, 6-9 mm compr.
Corona com lobos alvos, cotiliformes, da altura do ginostégio. Asas das anteras oblongas a
subcuneiformes, maiores que o dorso; membrana apical depressamente oval. Retináculo
elipsóide, trulóide ou ligulado, 0,4-0,55 mm compr.; caudículos arqueados, 0,15-0,2 mm
compr., inseridos na base do retináculo; polínios deltóides, trapeziformes ou subglobosos,
0,35-0,5 mm compr. Ginostégio obtuso, umbilicado. Folículos glabrescentes, 6-9 cm
compr.; sementes ca. 5 mm compr.
Material examinado. Ouro Preto: s.d. (fl), L. Damazio s.n. (OUPR 791); id. s.n. (RB s.n.); 31.XII.1950 (fl),
A. Macedo 2810 (MO); Cachoeira da Geladeira, 12.III.1986 (fl), M. Peron s.n. (OUPR 788); Estação
Ecológica do Tripuí, s.d. (fl), Teixeira & Oliveira s.n. (HXBH 10690); Gambá, s.d. (fl), s.c. (R 6078); ib.,
XII.1943 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 789); Serra de Ouro Preto, II.1892 (fl, fr), E. Ule s.n (R 95187); ib.,
9.V.1892 (fl), A.F.M. Glaziou 19641 (R); ib., 5.V.1981 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 3925); Saramenha, II.1896
(fl), A. Silveira 308 (R, SPF); Serra do Itacolomi, Morro do Cachorro, 8.IV.1981 (fl), J. Badini s.n. (OUPR
787); Pico do Itacolomi, 1.II.1971 (fl, fr), H.S. Irwin et al. 29541 (MBM, MO, NY); ib., 20o24'S, 43o30'W,
31.X.1981 (fl), A. Furlan et al. CFCR 2560 (RB, SPF); base do Itacolomi, XII.1943 (fl), J. Badini s.n. (OUPR
214
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
793); ib., 13.V.1990 (fl), M.M. Arbo et al. 3998 (SPF); Santo Antônio do Leite, 12.VIII.1980 (bt), M.C.
Valente s.n. (RB 201613); estrada Chapada – Santa Rita, 20.III.1998 (fl), A. Rapini et al. 606 (SPF).
Mariana: Santa Rita Durão, s.d. (fl), J. Badini s.n. (OUPR 795); ib., 9.I.1973 (fl, fr), J. Badini s.n. (OUPR
796); ib., 8.II.1973 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 794); id. s.n. (OUPR 781). Belo Vale: Serra da Moeda, km 14
em direção à BR-040, 20o26'46"S, 43o56'02"W, 15.VIII.1998 (fr), A. Rapini et al. 656 (SPF). Moeda: Serra
da Moeda, 13.V.1986 (fl), Cida (M.A. Zurlo) et al. s.n. (OUPR 4381); ib., 6.XI.1996 (fl), J.A. Lombardi 1472
(BHCB); id. 1475 (BHCB). Itabirito: Serra de Itabirito, 26.V.1978 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 782); ib.,
10.II.1968 (fl), H.S. Irwin et al. 19778 (MO, NY, UB); id. 19799 (MO, NY, UB); Pico do Itabirito,
13.XII.1974 (fl), M.A. Lisboa s.n. (OUPR 790); ib., 3.III.1994 (fl), W.A. Teixeira s.n. (BHCB 23959, F, HB);
rodovia BR-365, 20o12'41"S, 43o50'24"W, 27.V.1997 (fr), A. Rapini et al. 325 (SPF). Catas Altas: arredores
do colégio, 22.VII.1972 (fr), L. Emygdio et al. 3634 (NY); caminho para Cascatona, ca. 20o05'S, 43o30'W,
3.XII.1998 (fl), A. Rapini & M.L. Kawasaki 713 (CEPEC, SP). Santa Bárbara: 13.II.1934 (fl), A.J. Sampaio
7006 (R). Nova Lima: Morro do Chapéu, 31.III.1982 (fl), T.S.M. Grandi & P.M. Andrade 934 (BHCB). Belo
Horizonte: s.d. (fl), L. Damazio 1676 (RB); id. s.n. (OUPR 783). Caeté: XI.1915 (fl), F.C. Hoehne 5966 (R,
SP); id. 5968 (R); id. 5975 (R); id. 5977 (SP); Serra da Piedade, 28.XII.1948 (fl), Palacios et al. 3999 (R); ib.,
13.I.1971 (fr), H.S. Irwin et al. 30283 (MBM, MO, NY, UB). Santana do Riacho: Serra do Cipó, 27.IV.1993
(fl), J.A. Lombardi & F.R.N. Toledo 186 (BHCB); próximo ao hotel Veraneio, 7.IV.1957 (fl), E. Pereira 2933
& G. Pabst 3769 (HB, RB). Conceição do Mato Dentro: 10.V.1989 (fl), G. Hatschbach et al. 52867
(MBM); MG-010, 13.II.1991 (fl, fr), M.M. Arbo et al. 4980 (SPF); Rio das Pedras, 18.V.1989 (fl), G.
Hatschbach et al. 52843 (MBM). Congonhas do Norte: Serra da Carapina (Serra Talhada), 18o54'S,
43o39"W, 3.III.1998 (fr), A. Rapini et al. 574 (SPF). Serro: estrada para Diamantina, 26.II.1968 (fl), H.S.
Irwin et al. 20945 (MBM, MO, NY, UB); id. 20946 (MBM, NY, UB). Gouveia: Ribeirão do Tigre,
13.XI.1971 (fl), G. Hatschbach & P. Pelanda 27854 (MBM). Santo Antônio do Itambé: base do Pico do
Itambé, 18.III.1963 (st), G.M. Magalhães 18923a (NY); 5 km SE do Pico do Itambé, 14.II.1972 (fl), W.R.
Anderson et al. 35996 (F, MO, NY, UB). Diamantina: estrada para Gouveia, 13.I.1969 (fr), H.S. Irwin et al.
21851 (MO, NY, UB); estrada para Serro, margens do Jequitinhonha, 16.XII.1979 (fl), G. Martinelli & G.
Smith 6284 (RB); 18 km da cidade, 16.III.1970 (fl), H.S. Irwin et al. 27703 (MO, NY); 12 km em direção a
Biribiri, córrego Sentinela, 18o10'59,7"S, 43o37'06,3"W, 21.XII.1998 (fl, fr), A. Rapini et al. 845 (SPF);
Mendanha, 8.X.1971 (fl), G. Hatschbach 27470 (MBM); Ribeirão do Inferno, 15.XI.1937 (fl), H.M. Barreto
9772 (F, HB); Rio dos Cristais, 18.II.1965 (fl, fr), A.P. Duarte 9089 (HB, RB). Rio Vermelho: Pedra
Menina, Serra do Ambrósio, Morro do Ananazeiro, 31.III.1985 (fl), A.M. Giulietti et al. CFCR 7775 (SPF).
Joaquim Felício: Serra do Cabral, 6.III.1970 (fl), H.S. Irwin et al. 27075 (MO, NY); ib., 23.XI.1984 (fl),
M.C.H. Mamede et al. CFCR 6364 (SPF); ib., 17.I.1996 (fl, fr), G. Hatschbach et al. 64223 (MBM); ib.,
estrada para Augusto de Lima, ca. 3 km da ponte sobre o Rio da Onça, ca. 17o45’S, 44o12’W, 25.III.2000 (fl),
P. Fiaschi et al. 208 (SPF). Grão-Mogol: 5.IX.1990 (fl), J.R. Pirani et al. CFCR 13307 (SPF); Serra do
Calixto, 10.XI.1938 (fl), H.M. Barreto & A.C. Brade 3355 (RB); próximo ao córrego Bonito, ca. 16o35'S,
42o54'W, 29.V.1988 (fl, fr), D.C. Zappi et al. CFCR 12089 (NY, RB, SPF); estrada para Gouveia, km 605,
14.II.1998 (fl), P.T. Sano 917 (CTES, SPF). Francisco Sá: 35 km NE da cidade, 13.II.1969 (bt), H.S. Irwin
23223 (NY). Riacho dos Machados: Serra da Bocaina, km 400 da BR-251, próximo à torre da Telemig,
10.III.1999 (fl, fr), A. Rapini & M.L. Kawasaki 722 (SPF).
Nome popular: maracujá-bravo.
Blepharodon nitidum pode ser reconhecida pelos polínios subquandrangulares a
subglobosos, com a largura quase igual ao comprimento. Os sinônimos estão em FontellaPereira e Marquete (1973, *) e Morillo (1997, **). Morillo (1976) incluiu também B.
decaisnei E.Fourn. [C.F.P. Martius 627 (holótipo: M n.v., fotos F, MO)], B. angustifolium
Malme [E. Hassler 4008 (holótipo: S n.v.; isótipos: BM n.v.; G n.v., foto F; MO; NY; P
n.v.; W n.v.)], B. adenopogon [E. Ule 7819 (tipos: B n.v., fragmento F, fotos F, MO, NY; K
n.v.) e B. ornatum [Gleason 805 (holótipo: NY)]; com exceção de B. angustifolium, que
possui flores menores e mais estreitas e cimeiras paucifloras, as demais realmente devem
representar sinônimos de B. nitidum.
Ocorre no Paraguai, na maioria dos Estados brasileiros, na Colômbia, Venezuela,
215
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Guiana, Suriname e Guiana Francesa (Fontella-Pereira et al. 1995, Morillo 1997),
geralmente em terrenos perturbados, cerrados e bordas de mata. Floresce ao longo do ano,
principalmente entre novembro e maio. Está representada ao longo de toda a Cadeia do
Espinhaço de Minas Gerais.
17.4. Blepharodon bicuspidatum E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 306. 1885
(“Blepharodus bicuspidatus”). Tipo: Brasil. Minas Gerais: Lagoa Santa, 21.XII.1865
(fl), J.E.B. Warming (561) 1875/2 (lectótipo: C n.v.).
Blepharodon tridentatum Silveira, Fl. serr. Min.: 29. 1908 (“Blepharodus tridentatus”). Tipo: BRASIL.
Minas Gerais: Belo Horizonte, II.1905 (fl), A. Silveira 307 (holótipo: R).
Blepharodon bidens Silveira, Fl. serr. Min.: 30. 1908 (“Blepharodus”). Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Belo
Horizonte, IV.1898 (fl), A. Silveira 311 (holótipo: R).
Figura: 24 N-Q.
Trepadeira; ramos glabros. Pecíolo 1-2 cm compr.; lâmina geralmente elíptica ou
oblonga, 4-7,5 cm compr., 1,5-3,5 cm larg., glabra ou quase; base arredondada a obtusa;
ápice arredondado ou retuso, mucronado a cuspidado. Cimeiras corimbiformes, 2-8 flores;
pedúnculo 0,5-1,3 cm compr. Pedicelo 0,5-2 cm compr. Cálice glabro; sépalas ovais, 1,5-2
mm compr. Corola rotácea, alva, abaxialmente glabra, adaxialmente ciliada; tubo 1,5-2,5
mm compr.; lacínias ovais a triangulares, 4,5-6 mm compr. Corona com lobos
cimbiformes, prolongados proximal e distalmente acima do ginostégio. Asas das anteras
suboblongas, maiores que o dorso; membrana apical depressamente oval. Retináculo
elipsóide a cônico, 0,28-0,35 mm compr.; caudículos retos ou levemente geniculados, 0,150,22 mm compr., inseridos na base do retináculo; polínios ovóides a reniformes, 0,45-0,6
mm compr. Ginostégio levemente obtuso no ápice. Folículos glabros, 5,5-6 cm compr.
Material examinado. Belo Horizonte: 6.II.1919 (fl), A. Gehrt s.n. (SP 3220); 24.IV.1933 (fl), H.M. Barreto
943 (R); Serra do Curral, 19.III.1957 (fl), E. Pereira 2454 & G. Pabst 3290 (HB, RB); Serra do Taquaril,
23.III.1933 (fl, fr), H.M. Barreto 9556 (R). Sabará: XI.1915 (fl), F.C. Hoehne 5970 (SP); I.1916 (fl), F.C.
Hoehne 6734 (R); id. 6799 (R); id. 6815 (R); id. 6864 (R); beira do Rio das Velhas, XI.1915 (fl), F.C. Hoehne
5971 (R). Jaboticatubas: Lagoa de D. Ignácia, 28.XII.1939 (fl), H.M. Barreto 10478 (UB); 19o28'S,
43o47'W, 16.I.1985 (fl), A. Gentry et al. 49581 (MO). Santana do Riacho: entre o Véu da Noiva e o Alto
Palácio, 3.III.1982 (fl, fr), L.R. Landrum 4241 (MBM, MO, NY); trilha da sede do IBAMA para o Canyon
das Bandeirinhas, 7.I.2000 (fl, fr), F.N. Costa 145 (K, SPF, W).
Nome popular: cipó-santo (in sched.).
Blepharodon bicuspidatum assemelha-se a B. nitidum, podendo ser distinguida com
segurança pelos lobos da corona e os polínios, mas Morillo (1976) detectou também
diferenças na forma da antera e na embriologia. Os sinônimos foram propostos por
Fontella-Pereira e Marquete (1973), mas Morillo (1976) também incluiu B. itapetiningae
Hand.-Mazz. na sinonímia.
Ocorre no Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e
Pará (Fontella-Pereira et al. 1995) e floresce ao longo do ano. Na Cadeia do Espinhaço, foi
coletada entre novembro e abril na Serra do Cipó e, antes da década de quarenta, na região
de Belo Horizonte.
216
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
18. Macroditassa Malme
Ark. Bot. 21A(3): 9. 1927. Tipo: M. adnata (E.Fourn.) Malme (Ditassa adnata E.Fourn.)
Trepadeira; ramos glabros, com coléteres interpeciolares geralmente caducos.
Folhas opostas, pecioladas, geralmente elípticas, subcoriáceas, 1 par de coléteres na base.
Tirsóides condensados em cimeiras umbeliformes, axilares, opostas. Cálice imbricado,
glabro ou quase, geralmente 5 coléteres alternos às sépalas. Corola campanulada a rotácea,
abaxialmente glabra, adaxialmente puberulenta, setosa ou setulosa na fauce. Corona 5lobada, unida à corola e ao ginostégio; lobos duplos, membranáceos, livres entre si, opostos
às anteras. Anteras com asas oblongas ou quase, maiores que o dorso; membrana apical
depressamente oval. Retináculo fistuloso; caudículos com membrana reticulada, retos ou
quase, inseridos na região basal do retináculo; polínios uniformes, pendentes. Ápice do
ginostégio mamilado, incluso. Folículos fusiformes, prolongados, glabros.
Macroditassa é reconhecida pelas inflorescências umbeliformes opostas, inseridas
na axila das folhas, flores com tricomas setosos na fauce e lobos da corona duplos. Possui
cerca de dez espécies, provavelmente restritas à América do Sul.
Chave para as espécies:
1. Pecíolo com mais de 7 mm compr.; lâmina foliar glabra. Cimeiras até 5-floras;
pedúnculo 0,5-3 cm compr. Sépalas com mais de 0,9 mm compr. Corola amarela, creme
ou esverdeada, com mais de 2,8 mm compr. Segmentos internos da corona seliformes,
mais baixos que o ginostégio. Polínios oblongos a obovóides, com mais de 0,3 mm
compr................................................................................................18.1. M. adnata (218)
1'. Pecíolo até 4 mm compr.; lâmina foliar geralmente com tricomas na margem e na
nervura central da face adaxial. Cimeiras 4-10-floras; pedúnculo 1-5 mm compr. Sépalas
ca. 0,65 mm compr. Corola vinácea, com menos de 2,5 mm compr. Segmentos internos
da corona lineares, mais altos que o ginostégio. Polínios estreitamente ovais ou
dacrióides, ca. 0,15 mm compr.....................................................18.2. M. melantha (219)
18.1. Macroditassa adnata (E.Fourn.) Malme, Ark. Bot. 21A (3): 10; tab. 72. 1927.
Ditassa adnata E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 256; tab. 72. 1885. Tipo:
BRASIL. Rio do Frade, J.B.E. Pohl 3286 (W? n.v., fragmento F).
Figura: 25 A-G.
Trepadeira; ramos glabros. Pecíolo 0,8-1,5 cm compr.; lâmina estreitamente oval,
oblonga ou elíptica, 3-7 cm compr., 1,1-2,7 cm larg., glabra; base arredondada ou cuneada;
ápice acuminado a mucronado. Cimeiras até 5-floras; pedúnculo 0,5-3 cm compr., até 3
por axila. Pedicelo 3-6 mm compr. Cálice glabro ou com raros tricomas na margem;
sépalas ovais, 1-1,6 mm compr. Corola subcampanulada a rotácea, amarela, creme ou
esverdeada, adaxialmente puberulenta, setosa na base; tubo 0,65-1,3 mm compr.; lacínias
ovais, ca. 2,2-2,45 mm compr. Corona com segmentos externos oblongos a
sublanceolados, incurvados, mais altos que o ginostégio, os internos subquadrangulares,
verticalmente seliformes, mais baixos que o ginostégio. Retináculo subgloboso a
largamente oval, ca. 0,2 mm compr.; caudículos 0,05-0,1 mm compr.; polínios oblongos a
218
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
obovóides, 0,4-0,45 mm compr.
Material examinado. Itabirito: 16.IV.1974 (fl), J. Badini s.n. (OUPR 722). Belo Horizonte: Ressaca,
26.VII.1934 (fl), H.M. Barreto 1359 (F, R). Caeté: XI.1915 (fl), F.C. Hoehne 5959 (R); id. 5960 (R); id.
5961 (R); id. 5962 (R); id. 5964 (R). Grão-Mogol: 16o33'S, 42o52'W, 28.V.1988 (fl), J. Prado et al. CFCR
12072 (BHCB, SPF); estrada do campo de aviação, 16o32'S, 42o49'W, 14.VI.1990 (fl), R. Simão-Bianchini et
al. CFCR 13008 (SPF); Torre Telemig, 12.VI.1990 (fl), G. Hatschbach et al. 54220 (MBM).
Macroditassa adnata possui folhas maiores e glabras e inflorescências com flores
maiores e geralmente em menor número do que em M. melantha. Suas flores são claras e os
segmentos internos da corona largos e mais baixos que o ginostégio. Foi coletada no Mato
Grosso, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná (Fontella-Pereira et al. 1985) e Bahia.
Floresce principalmente entre maio e junho. Na Cadeia do Espinhaço de Minas Gerais, foi
coletada na região sul e em Grão-Mogol, no extremo norte.
18.2. Macroditassa melantha (Silveira) Rapini, comb. ined. Ditassa melantha Silveira, Fl.
serr. Min.: 18; tab. 5. 1908. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Santana do Riacho, Serra
do Cipó, IV.1905 (fl), A. Silveira 388 (holótipo: R; isótipo: B n.v., fotos F, MO).
Figura: 25 H-K.
Trepadeira; ramos glabros. Pecíolo 2-4 mm compr.; lâmina oblonga a
estreitamente elíptica, 1,6-4 cm compr., 0,7-2 cm larg., geralmente com tricomas na
margem e na nervura central da face adaxial; base arredondada a cuneada; ápice
mucronulado. Cimeiras 4-10-floras; pedúnculo 1-5 mm compr., até 3 por axila. Pedicelo 48 mm compr. Cálice glabro; sépalas ovais, ca. 0,65 mm compr. Corola rotácea, vinácea,
adaxialmente incano-pubescente, setulosa na base; tubo 0,5-0,75 mm compr.; lacínias
lanceoladas, geralmente recurvadas, 1,35-1,45 mm compr. Corona com segmentos
externos oblongos, subulados, mais altos que o ginostégio, os internos lineares, mais altos
que o ginostégio, mais baixos que os externos. Retináculo oblongo, 0,15-0,18 mm compr.;
caudículos ca. 0,05 mm compr.; polínios estreitamente ovais ou dacrióides, ca. 0,15 mm
compr. Folículos geralmente aos pares, falcados, reflexos, ca. 3,5 cm compr.
Material examinado. Diamantina: Pau-de-fruta, 9.VI.1955 (fl, fr), E. Pereira 1714 (RB). Grão-Mogol:
17.V.1988 (fl), G. Hatschbach et al. 52084 (MBM).
Macroditassa melantha pode ser reconhecida por suas flores vináceas. Assemelhase a Ditassa crassifolia Decne., que também poderia ter sido transferida para Macroditassa
(capítulo IV) e está representada principalmente em restingas, desde a Bahia até a Paraíba
(Fontella-Pereira et al. 1989). Distingue-se daquela espécie principalmente pelas flores
escuras, os lobos da corona com os segmentos internos e externos mais altos que o
ginostégio e os polinários mais delicados. O material-tipo de M. melantha encontra-se com
ramos e uma única flor, mas a descrição e a ilustração apresentadas por Silveira (1908) não
deixam dúvidas sobre a identificação do táxon.
Endêmica da Cadeia do Espinhaço, M. melantha é encontrada ocasionalmente,
desde a Serra do Cipó, em Minas Gerais, até Catolés, na Bahia. Floresce entre abril e junho.
219
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
19. Gonioanthela Malme
Ark. Bot. 21A(3): 6. 1927. Tipo: G. odorata (Decne.) Malme (Metastelma odoratum
Decne.)
Trepadeira; ramos glabros, com 3-5 coléteres interpeciolares. Folhas opostas,
pecioladas, geralmente elípticas a ovais, coriáceas, glabras ou quase, com 2 ou mais
coléteres isolados ou fundidos na base. Tirsóides condensados em cimeiras umbeliformes,
geralmente bifurcadas, axilares, opostas. Cálice imbricado, até 2 coléteres entre as sépalas.
Corola alva ou quase, rotácea a campanulada, abaxialmente glabra, adaxialmente
puberulenta ou papilosa, barbada na base das lacínias ou até o terço superior. Corona 5lobada, unida à corola e ao ginostégio; lobos simples, membranáceos, livres entre si ou
levemente unidos na base, opostos às anteras. Retináculo fistuloso; caudículos hialinos,
lineares, descendentes, inseridos na base do retináculo; polínios uniformes, pendentes.
Ápice do ginostégio mamilado, umbilicado, incluso. Folículos fusiformes, prolongados,
glabros.
Gonioanthela é caracterizada pelos ramos volúveis, inflorescências curtas, axilares e
opostas, flores barbadas na porção basal da face adaxial da corola e corona com lobos
simples e isolados entre si. Inclui cerca de cinco espécies e ocorre nas Regiões Sul e
Sudeste do Brasil e na Bahia.
19.1. Gonioanthela hilariana (E.Fourn.) Malme, Svensk Bot. Tidskr. 22: 52. 1928.
Metastelma hilarianum E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl bras. 6(4): 209. 1885. Tipo:
BRASIL. Minas Gerais: São Roque de Minas, Serra da Canastra, Casca d'Anta, 18161821 (fl), A.F.C.P. Saint-Hilaire 81 (P n.v., foto F).
Metastelma organense E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 209. 1885. Tipo: BRASIL. Rio de Janeiro:
Serra dos Órgãos, W.J. Burchell 2313 (K n.v.).
Metastelma barbatipetalum Silveira, Fl. serr. Min.: 14. 1908. Tipo: BRASIL. Minas Gerais: Águas
Virtuosas, XI.1899 (fl), A. Silveira 292 (holótipo: R; isótipo: B n.v., fotos F, MO).
Figura: 25 L-R; foto 34 a-b.
Trepadeira; ramos glabros. Pecíolo 0,5-1,2 cm compr.; lâmina elíptica ou oblonga,
3-9 cm compr., 1-2,5 cm larg., glabra ou com tricomas na margem da base; base cuneada;
ápice agudo a acuminado. Cimeiras 3-9-floras; pedúnculo 1,3-3 mm compr. Pedicelo 2-3(5) mm compr. Cálice glabro; sépalas ovais, 1-1,45 mm compr. Corola alva ou creme,
adaxialmente seríceo-puberulenta na porção superior, barbada no interior das lacínias; tubo
0,5-1,2 mm compr.; lacínias triangulares a ovais, 2-3 mm compr. Corona com lobos
suboblongos, involutos em direção ao ápice, mais altos que o ginostégio. Asas das anteras
subtriangulares, maiores ou do mesmo tamanho que o dorso; membrana apical semiorbicular ou oval. Retináculo subespatulado a subtrulado, 0,15-0,2 mm compr.; caudículos
0,08-0,2 mm compr.; polínios oblongos a cilíndricos, 0,3-0,4 mm compr. Folículos 5-7 cm
compr.; sementes ovais, verrugosas, 0,9-1 cm compr.
Material examinado. Ouro Preto: 28.V.1923 (fl), J.B. Godoy s.n. (SP 8415); Cachoeira do Campo,
19.VII.1977 (fl), J. Badini et al. s.n. (OUPR 715); Camarinhas, s.d. (fl), J. Badini s.n. (OUPR 711); ib.,
20.III.1998 (fl), A. Rapini et al. 612 (MBM, SPF); Falcão, s.d. (fl), J. Badini s.n. (OUPR 713); ib., 15.I.1974
(fl), M.A. Lisboa s.n. (OUPR 735); Gambá, s.d. (fl), A.B. Neves s.n (OUPR 712); Itacolomi, 26.V.1979 (fl), J.
220
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Badini s.n. (OUPR 717); Saramenha, s.d. (fl), J. Badini s.n. (OUPR 716); ib., 19.X.1974 (fl), M.A. Lisboa s.n.
(OUPR 736); Serra do Frasão, VI.1907 (fl), L. Damazio 1890 (RB); Taquaral, 10.I.1978 (fl), J. Badini s.n.
(OUPR 714). Catas Altas: Caraça, 15.III.1990 (fl), W. Marcondes-Ferreira et al. 264 (UEC); Serra do
Caraça, 18.XI.1977 (fl), N. Cruz et al. 6343 (UEC); ib., 18.XI.1978 (fl), N. Cruz et al. 6446 (UEC); ib.,
16.I.1994 (fl), S. Atkins et al. CFCR 13805 (SPF); ib., caminho para Cascatinha, 30.XI.1998 (fl), A. Rapini &
M.L. Kawasaki 689 (SP); ib., caminho para Bocaina, ca. 20o05'S, 43o30'W, 2.XII.1998 (fl), A. Rapini & M.L.
Kawasaki 710 (SP). Santana do Riacho: rodovia Lagoa Santa – Conceição do Mato Dentro – Diamantina,
km 142, 15.XII.1973 (fl), J. Semir & D. Andrade Lima CFSC 4867 (SP, UEC); rodovia Belo Horizonte –
Conceição do Mato Dentro, km 126, 18.XII.1979 (fl, fr), M.C. Henrique & J.R. Pirani CFSC 5782 (SP).
Gouveia: 8 km em direção a Diamantina, 4.II.1872 (fl), W.R. Anderson et al. 35349 (F, MO).
Gonioanthela hilariana é uma trepadeira facilmente reconhecida pela aparência
glabra e inflorescências bifurcadas, axilares e opostas. As folhas são coriáceas, discolores,
com nervação inconspícua, geralmente tornando-se enegrecidas depois de herborizadas.
Assemelha-se a G. axillaris (Vell.) Fontella & E.A.Schwarz e nem sempre os caracteres
utilizados na chave de Fontella-Pereira & Schwarz (1981d) são suficientes para distinguílas. Os lobos da corona inteiros em G. hilariana e crispados em G. axillaris, no entanto,
parecem ser consistentes para a distinção entre essas espécies (Jorge Fontella-Pereira, com.
pess.). Os sinônimos foram apresentados em Fontella-Pereira e Schwarz (1981d).
É encontrada em Minas Gerais, mais raramente em São Paulo e Rio de Janeiro
(Marquete et al. 1975). Na Cadeia do Espinhaço, ocorre principalmente em capoeiras e
beira de estradas, nas serras de Ouro Preto e do Caraça, tornando-se menos freqüente em
direção a Gouveia. Floresce ao longo do ano.
20. Peplonia Decne.
in DC., Prodr. 8: 545. 1844. Tipo: P. nitida Decne.
Peplonia é um gênero monoespecífico encontrado principalmente em restingas
(Fontella-Pereira & Schwarz 1983d).
20.1. Peplonia asteria (Vell.) Fontella & E.A.Schwarz, Bradea 3(46): 410. 1983.
Cynanchum asterion Vell., Fl. flumin.: 120. 1829; vol. 3: tab. 75. 1831.
Blepharodon asterion (Vell.) E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 307. 1885.
Tipo: Fl. flumin. vol. 3: tab. 75. 1831 (lectótipo).
Peplonia nitida Decne. in DC., Prodr. 8: 546. 1844. Tipo: BRASIL. Rio de Janeiro: 1806 (fl), Vauthier 157
(lectótipo: P n.v.).
Peplonia hilariana E.Fourn. in Mart. & Eichler, Fl. bras. 6(4): 237. 1885. Tipo: BRASIL. Rio de Janeiro:
1816-1821 (fl), A.F.C.P. Saint-Hilaire 132 (holótipo: P n.v.; isótipo: B n.v., foto NY).
Figura: 25 S-Y.
Trepadeira; ramos glabros. Folhas opostas; pecíolo ca. 7(-20) mm compr.; lâmina
elíptica, ca. 2,2(-6) cm compr., ca. 1(-3,5) cm larg., glabra ou com tricomas na margem;
base obtusa, biglandulosa; ápice mucronado. Cimeiras umbeliformes, axilares, opostas,
freqüentemente abortadas em uma das axilas, até 6 flores; pedúnculo 0,5-1,5(-2,5) cm
compr. Pedicelo 7-12 mm compr. Cálice valvar a imbricado, 5 coléteres alternos às sépalas,
ciliado; sépalas ovais, ca. 1,2(-1,7) mm compr. Corola campanulada, esverdeada ou
221
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
amarelada, abaxialmente glabra, adaxialmente minutamente seríceo-puberulenta a papilosa,
estrigulosa na fauce; tubo ca. 1(-1,45) mm compr.; lacínias lanceoladas, ca. 3,9(-4,3) mm
compr. Corona dupla; segmento externo alvo, urceolado, 5-lobado no ápice, adaxialmente
carenado, mais altos que o ginostégio, unido à corola e ao ginostégio; lobos internos
oblongos, recurvados no ápice, livres entre si, unidos ao dorso das anteras e ao segmento
externo, maiores que o ginostégio, menores que o segmento externo. Anteras triangulares;
asas triangulares, fendidas próximo à base, maiores que o dorso; membrana apical
triangular a oval. Retináculo oblongo, ca. 0,25 mm compr., fistuloso; caudículos com
membrana reticulada, arqueados, 0,1-0,2 mm compr., inseridos na base do retináculo;
polínios uniformes, pendentes, ovais ou oblongos, ca. 0,4 mm compr. Ginostégio apiculado
no ápice.
Material examinado. Sabará: 15.XI.1914 (fl), F.C. Hoehne s.n. (SP 25100).
Material adicionado. Bahia: BA-001, Alcobaça para Caravelas, 39o14'W, 17o43'S, 17.I.1977 (fl), R.M.
Harley et al. 17294 (SPF); ib., Santa Cruz de Cabrália para Porto Seguro, 39o02'W, 16o19'S, R.M. Harley et
al. 18048 (SPF).
Peplonia asteria é reconhecida pelos tirsóides condensados em cimeiras axilares e
opostas, flores creme, com corona alva e lobos externos fundidos quase até o ápice,
formando um segmento urceolado que encobre o ginostégio. Os sinônimos foram
apresentados por Fontella-Pereira e Schwarz (1983d).
Conhecida apenas no litoral da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro (FontellaPereira & Schwarz 1983d), foi curiosamente coletada em Sabará, próximo à Cadeia do
Espinhaço de Minas Gerais. Floresce ao longo do ano, mais intensamente em janeiro.
Lista de exsicatas (* tipo):
Abbud, V.: CFSC- 10760 (6.3).
Almeida, E.F.: 273 (13.21).
Anderson, W.R.: 6914 (13.37); 8351 (13.27); 8456 (13.23); 8525 (15.1); 8573 (6.14); 8608 (13.2); 8695
(6.14); 8709 (14.1); 8926 (13.27); 10217 (13.21); 10615 (13.20); 35295 (6.10); 35349 (19.1); 35392
(13.2); 35413 (17.2); 35419 (6.14); 35535 (6.8); 35536 (13.31); 35807 (6.3); 35888* (13.16); 35996
(17.3); 36083 (17.2); 36111 (13.14); 36195 (13.23); 36222 (6.12); 36314 (14.8); 36359 (13.6).
Andrade, P.M.: 1373 (13.21).
Andrade-Lima, D.: 40 (13.28); 3734 (13.32).
Araújo, H.S.: 75 (6.21).
Arbo, M.M.: 3933 (15.2); 3998 (17.3); 4039 (13.1); 4112 (6.12); 4115 (13.2); 4116 (13.23); 4129 (14.3);
4446 (13.27); 4447 (13.2); 4585 (13.23); 4646 (6.12); 4650 (6.13); 4698 (13.1); 4724 (14.7); 4980
(17.3); 5011 (17.2); 5014 (13.6).
Archer, W.A.: 4928 (14.3).
Arrais, M.G.: CFSC- 6070 (6.13).
Assis, M.C.: CFSC- 11445 (6.12).
Atala, F.: 102 (13.23); 137 (13.1); 147 (15.2); 235 (13.23).
Atkins, S.: CFCR- 13801 (6.15); 13805 (19.1); 13904 (6.5).
Badini, J.: s.n. OUPR- 711, 713-717 (19.1); 720 (14.5); 722 (18.1); 724 (14.5?); 726-729 (2.1); 733 (3.2);
737-739 (13.15); 742, 743 (13.13); 749-754 (7.1); 763 (7.3); 770, 771 (7.2); 781, 782 (17.3); 785
(15.2); 786 (17.2); 787, 789, 793-796 (17.3); 797 (15.2); 805, 806, 808-811, 813, 814 (13.6); 815,
819 (13.10); 820 (13.13); 821 (13.9); 822, 826-828 (13.1); 831-834 (13.25); 837, 838 (13.26); 839,
840 (13.15); 841, 842, 846-849 (13.9); 852, 854 (13.27); 855, 857-859 (14.7); 860-862 (13.13); 864,
868-880, 882 -888 (6.15); 891-893, 895-897, 901 (6.5); 902 (6.4); 903 (6.15); 904, 907-915 (6.21);
916 (6.4); 917-923 (6.7); 930, 933 (6.9); 934 (6.21); 935-938, 940, 941 (6.2); 945-951, 953, 954
223
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
(6.1); 957-959, 964-972 (6.12); 973-978 (6.21); 980 (2.1); 981, 983, 984 (8.1); 3925 (17.3); 5511
(14.5); s.n. RB- 201616 (6.21).
Balansa, B.: 1361* (7.2).
Banks, J.: 1768* (6.17).
Barbalho, M.: s.n. OUPR- 774, 775, 778 (5.1).
Barbosa, H.: 193b; 1112 (6.21).
Barreto, H.M.: 143 (13.10); 196 (15.2); 939 (14.1); 943 (17.4); 949, 950 (13.13); 956, 959, 961 (15.2); 968
(6.9); 971, 972 (13.6); 973 (13.20); 974 (13.9); 977-979 (13.5); 980 (13.6); 982 (13.19); 983 (13.1);
987 (6.15); 988 (6.12); 991 (6.5); 992-994 (6.12); 996 (6.13); 997 (6.12); 999 (17.2); 1000 (17.1);
1112 (14.1); 1113 (13.10); 1115 (13.1); 1116 (15.1); 1117 (3.2); 1119 (13.2); 1120* (13.23); 1121*
(14.7); 1122 (13.4); 1122a (13.33); 1336 (6.12); 1357 (6.15); 1359 (18.1); 1831 (10.1); 3217 (8.1);
3221, 3222 (6.9); 3222a (6.15); 3223 (6.9); 3355 (17.3); 4417 (6.1); 5160 (13.9); 5162 (13.1); 5186
(3.2); 7730 (10.1); 7731 (13.21); 8527 (6.4); 8615 (6.9); 8739 (7.1); 8868 (13.4); 8894 (6.3); 8999
(13.6); 9087 (6.15); 9515 (11.2); 9531 (7.1); 9532 (7.2); 9556 (17.4); 9564 (14.3); 9772 (17.3); 9812
(7.1); 9898 (6.5); 9906 (6.3); 9948, 9993 (13.38); 10478 (17.4); 10668 (13.6); 10732 (6.13); 10756
(8.1); 10773 (14.7); 10774 (13.2); 11263, s.n. BHCB- 102, s.n. R- 29320 (6.9); 95112 (6.13); 95114
(6.12); 95119 (6.14); 95131 (15.2); 95135 (13.13); s.n. RB- 313515 (13.33).
Barros, F.: 1065 (13.27); 1302 (13.5); 1307 (6.12); 1314 (13.2); 1326 (6.3); 1343 (13.33); 2756 (14.7); 2758
(13.2); 2769 (13.10); 2774 (6.12); 2801 (13.23).
Batalha, M.A.: 2270 (6.10).
Bello, W.: 113 (6.6); 226, 255 (6.2).
Bidá, A.: CFCR- 11959 (13.27).
Blanchet, J.S.: 14* (6.1); 1017* (6.1); 3446* (17.2); 3539* (1.1); 3643* (7.2); 3646* (6.9); s.n. B- * (7.2);
s.n. F- *? (6.1); s.n. MO- *? (6.1); NY- *? (6.1).
Brade, A.C.: 13467 (13.29); 13468 (13.4); 13469 (13.6); 13470 (6.8); 13471 (13.38); 13472 (14.1); 14894*
(13.23); 14895 (13.4); 14896* (14.7); 14897 (13.10); 14898 (14.1); 14899 (13.1); 14900 (15.1)
14901 (13.2); 14902 (3.2); 15340 (13.33); 15341 (13.23).
Braga, M.M.N.: 181 (13.26).
Braga, P.I.S.: 1912 (6.5); 2017, 2217 (13.26).
Brandão, F.: s.n. R- 102162 (7.2).
Bueno, A.: 73 (11.2); 74 (7.3).
Burchell, W.J.: 2313* (19.1); 3814* (11.2); 4731* (13.13); 7310* (1.1); 9900* (12.1).
Campos, M.T.K.: s.n. BHCB- 13038 (13.1).
Campos, M.T.V.A.: CFCR- 13357 (15.1); CFSC- 13715 (6.7).
Cardenas: 9 (10.2).
Carvalho, R.C.F.: 77 (13.26).
Castellanos, A.: 22044 (13.6); 22076 (14.1); 22079 (6.12); 22172 (13.23); 25967* (13.37); s.n. HB- 29988
(14.7).
Castro, N.M.: 18 (14.7); CFSC- 6939 (6.3); 6949 (13.23); 6952 (13.1).
Claussen, P.: 128* (6.5); 150* (6.5); 329* (6.6); 348* (7.1); 349* (6.20); 354* (6.7); 360* (13.5); 361*
(12.1); 363* (13.9); 364* (7.1); 1379* (6.5); s.n. F- 998489*? (13.5) s.n. P- * (12.1); * (14.5); *
(15.2); * (15.2).
Conceição, A.A.: 23 (6.12).
Cordeiro, I.: CFCR- 504 (13.38); 564 (13.4); 785 (13.22); 832 (13.27); 953 (13.2); 994 (14.1); 4023 (13.2);
8978 (13.40); CFSC- 6044 (14.3); 6045 (14.7); 8138 (13.4); 8145 (13.2); 8205 (13.5); 8206 (14.7);
8207 (6.12); 9288 (13.38); 9520 (6.12); 10017 (13.40).
Costa, F.N.: 35* (6.8); 145 (17.4).
Cruz, M.A.V.: 74 (12.1).
Cruz, N.: 6343, 6446 (19.1).
Cunha, L.: 5859 (13.6).
Damazio, L.: 1109 (6.2); 1345 (6.7); 1346 (6.6); 1362* (13.15); 1484 (13.13); 1501 (6.4); 1547 (17.2); 1630
(6.2); 1631 (6.5); 1632 (13.9); 1633a (13.1); 1635 (13.10); 1636 (6.1); 1639 (13.13); 1676 (17.3);
1890 (19.1); 1892 (13.26); 1973 (6.3); 1996 (7.3); 8183* (6.13); s.n. OUPR- 734 (13.15); 740
(13.13); 769 (11.2); 773 (7.2); 779 (17.2); 783, 791 (17.3); 800 (6.6); 818 (13.10); 823 (13.1); 836
(13.25); 867 (6.15); 899 (6.5); 924 (6.7); 943 (6.2); 982, 985 (8.1); s.n. RB- 48573 (13.36); 48577
(13.1); 48587 (13.4); 48592 (8.1); 48595 (13.15); 48617 (6.12); 48622 (6.21); 48624 (6.2); s.n.
224
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
(17.3).
Davis, P.H.: 59694 (13.6).
Drège, G.F.: ? MO- 2760892* (8.1).
Duarte, A.P.: 1663 (6.12); 2037 (6.13); 2082 (6.3); 2083 (15.1); 2138 (13.33); 2396 (13.2); 2472 (13.23);
2486 (13.5); 2532 (14.7); 2578 (13.1); 2625 (14.1); 2664 (6.13); 6523 (15.1); 6524 (13.1); 6527
(13.23); 6534 (6.13); 6545 (13.10); 7585 (13.2); 7601 (6.12); 7869 (13.1); 7881 (13.38); 7944 (13.2);
7975 (13.5); 7981 (14.1); 8487 (9.1); 9060 (13.23); 9089 (17.3); 9704 (15.1); 9705 (13.1); 9706
(14.7); 9707* (13.29); 9708 (13.31); 9709 (13.23); 10442 (13.20).
Ducke, A.: s.n. RB- 22490 (6.12).
Eiten, G.: 4496 (13.37); 11037 (13.23); 11083 (13.5).
Emygdio, L.: 3634 (17.3).
Esteves, G.L.: CFCR- 6039 (13.1).
Faria, G.M.: 72 (13.5); 79 (15.1); s.n. SPF- 86556 (6.12).
Felipe, A.: s.n. R- 5916 (17.2).
Fernandes, G.W.: s.n. SPF- 141909 (13.28).
Ferreira, M.B.: 92 (13.25); 7275 (15.1).
Ferreira, V.F.: 707, 740 (13.40); 772 (13.8).
Fiaschi, P.: 166 (13.40); 171 (13.2); 191 (13.22); 208 (17.3); 339 (14.2).
Fontella, J.: 1064 (6.2); 1065 (6.1); 1068 (14.7); 1070 (13.1); 1071 (13.15); 1072 (13.9); 1073 (13.10); 1076
(13.6); 1091 (6.7); 1099 (6.12); 1104-1106 (15.2); 1133 (13.1); 1135 (13.27); 1137 (14.1); s.n.
OUPR- 816, 817 (13.10); 829 (13.15); 856 (14.7); 863 (13.10); 942 (6.2); 944 (6.20).
Forzza, R.C.: 216 (14.3); 481 (13.2); 519 (13.38); 520 (13.29); 531 (13.2); 588 (13.3); 599 (14.5); 610
(14.3); 613 (13.27); 663 (13.31); 664 (14.3); 665 (13.2); 667 (13.38); 668 (13.29); 793 (13.22); 1083
(13.2); 1084 (14.3); 1085 (6.4); 1469 (13.38); 1473 (13.2); 1474 (14.7); 1483 (13.4); 1506 (13.10).
Franco, G.R.: 39 (6.5).
Freire-Fierro, A.: 1638 (13.27); CFCR- 12467 (13.2).
Furlan, A.: CFCR- 686* (14.4); 687 (13.20); 689 (13.6); 699 (10.1); 711 (13.27); 2560 (17.3); 2576, 3032
(6.3); 3234 (13.1); 3239 (6.6); 3249 (13.27); 3251 (13.23); 3354 (13.29); 4475, 4521 (13.22); CFSC6107 (11.2); 6108 (6.3); 6128 (6.12); 6975 (6.15); 7213 (6.13); 7214 (13.23); 7219 (14.8); 7220
(14.7); 7237 (15.1); 8351 (14.3); 8444 (13.23); 8447 (14.7).
Furtado, V.C.: s.n. BHCB- 11491 (13.24).
Garcia, C.A.: 68 (6.12).
Gardner, G.: 226* (6.19); 529* (13.9); 2235 (13.39); 2236* (13.37); 2239* (10.1); 3334* (3.2); 3883*
(16.1).
Gaudichaud, C.B.: Herb. imp. brasil.- 104* (7.2); 114* (13.6); 371* (17.1); 375* (6.7); 378* (10.2); 383*
(13.8); 385* (3.1); 388* (10.2); 389* (6.1); 712* (10.2).
Gehrt, A.: s.n. SP- 3220 (17.4); 3262* (13.10).
Gentry, A.: 49581 (17.4).
Gibbs, P.E.: 5202 (13.10).
Giulietti, A.M.: CFCR- 2295 (13.38); 2329 (13.1); 7775 (17.3); 9854 (13.40); 13744 (13.1); 13778 (6.12);
CFSC- 3969 (14.3); 7839 (6.13); 7924 (13.2).
Glaziou, A.F.M.: 5940* (1.3); 11199* (13.39); 11200* (13.17); 11602* (11.2); 12959* (1.1); 14087* (6.6);
14088* (3.2); 14091* (6.16); 15232, 15233 (13.1); 15235 (14.7); 15236 (6.4); 19632 (13.26);
19633* (15.1); 19633a (15.2); 19637 (13.36); 19638*, 19639* (13.31); 19641 (17.3); 19642 (13.23);
19644 (14.1); 20411 (14.5); 20413 (6.15).
Gleason: 805* (17.3).
Godoy, J.B.: s.n. OUPR- 777 (5.1); 956 (6.19); s.n. SP- 8411 (13.9); 8412 (5.1); 8413 (6.21); 8414 (6.1);
8415 (19.1); ?-* (13.13).
Godoy, S.A.P: CFSC- 10891 (17.2).
Gomes, C.T.M.: 5 (6.6); 934* (13.13); 1762 (17.1); 1960 (13.9); 2515 (11.2); 2838 (14.1); 3468 (13.20);
Herb. Silveira- 295 (13.10); s.n. R- 3888 (6.2); 102172 (6.6).
Gonçalves, M.: s.n. OUPR- 986 (8.1).
Gonzaga, J.: s.n. R- 102147 (6.9).
Grandi, T.S.M.: 253a; 509 (7.3); 526 (6.12); 932 (13.27); 933 (6.12); 934 (17.3); 1064 (13.10); 1468 (6.12);
1666, 1686, 1702 (13.6); 2225 (13.10); 2226 (13.1); 2408 (6.2); 2409 (13.25); 2494 (13.26); s.n.
BHCB- 99 (6.15); 12815 (13.1); 13613, 13629 (13.2).
225
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Guillemin, J.B.A.: 317* (6.5); 355* (17.3); 366* (6.20); 556* (13.8); 915* (6.21); s.n. P- * (6.7).
Harley, R.M.: 15318 (9.1); 17294, 18048 (20.1); 24946 (12.1); 26060 (3.2); CFCR- 6240 (6.8); 6269
(13.38); 6646 (17.2); 13855 (13.1).
Hassler, E.: 253* (6.11); 4008* (17.3?).
Hatschbach, G.: 4768 (13.8); 27268 (6.3); 27470 (17.3); 27802 (7.2); 27827 (13.2); 27854 (17.3); 27962
(7.1); 28036 (6.14); 28775 (14.3); 28781 (13.1); 28821 (13.14); 28824 (13.23); 28874 (6.15); 28920,
28922 (6.12); 28981 (13.34); 29058 (13.4); 29062 (6.8); 29963 (6.3); 29966 (6.20); 30151 (13.12);
30185 (13.38); 31542 (14.3); 31554 (13.23); 31597* (13.14); 31706 (6.13); 31714 (12.1); 35292
(7.2); 36405 (14.1); 36418 (6.14); 36432 (13.23); 36464 (6.8); 36496 (13.29); 36502 (6.3); 36534
(13.22); 36717 (13.21); 40900 (13.6); 41325 (13.40); 41399 (13.11); 41474 (13.27); 42834 (10.1);
42889 (13.40); 44672 (13.23); 46326 (13.17); 50213 (17.2); 50310 (7.2); 50311 (13.6); 50313 (6.12);
50933 (13.31); 50942 (13.27); 50960, 51158 (6.3); 51161 (17.2); 51171 (13.1); 51181 (6.12); 52021
(13.40); 52040 (13.11); 52084 (18.2); 52843, 52867 (17.3); 53037 (6.3); 53066 (13.23); 54159
(13.11); 54174 (13.6); 54210 (13.20); 54220 (18.1); 54943 (13.40); 55065 (13.39); 55109 (10.2);
61799 (13.6); 61852 (13.37); 64189 (13.6); 64223 (17.3); 64242 (6.5); 64312 (13.1); 64332 (6.14);
64335 (13.3); 64336 (16.1); 64661 (14.1); 64673 (13.6); 64858 (6.14); 64863 (13.5); 64866 (13.1);
64876 (6.14); 64896 (13.22); 65000 (13.11); 65009 (6.16); 65055 (13.20); 65728 (1.1); 65754 (9.1);
66193 (13.6); 66222 (6.3); 66226 (13.5); 66272 (6.14); 66292 (13.1); 66357 (14.7); 66369 (13.6);
66404 (13.37); 66489 (13.6); 66493 (13.2).
Henrique, M.C.: CFSC- 5782 (19.1).
Hensold, N.: 482 (13.23); CFCR- 2846 (13.2); 2891 (13.26); 2895 (13.1); 2917 (11.2); 2927 (6.5); 3931
(13.25); 8557 (13.23).
Heringer, E.P.: 2471 (13.21); 5978 (14.1); 6071 (13.2); 6209 (13.23); 7199 (13.13); s.n. HB- 6970 (7.1);
29982 (13.2); 31669 (4.1); s.n. UB- 14150 (13.6).
Hoehne, F.C.: 1133* (6.6); 5168* (12.1); 5496 (15.2); 5885, 5886 (6.11); 5894, 5895, 5897 (6.12); 5907
(6.18); 5908 (6.15); 5910 (6.18); 5911 (6.1); 5922, 5923 (6.7); 5924, 5926 (13.26); 5929 (5.1); 5930
(13.13); 5944 (7.3); 5945 (13.5); 5947, 5948 (14.5); 5959-5962, 5964 (18.1); 5966, 5968 (17.3);
5970, 5971 (17.4); 5975, 5977 (17.3); 5982 (13.6); 5993, 5995 (6.5); 6108 (6.7); 6734 (17.4); 6743,
6744 (13.12); 6768, 6791 (6.12); 6799 (17.4); 6801 (13.10); 6812 (6.1); 6815 (17.4); 6831 (15.2);
6849 (6.15); 6864 (17.4); 36558 (6.10); s.n. SP- 4922 (1.2); 4986 (6.2); 4993 (6.15); 5015 (13.1);
5095 (6.12); 5137 (6.15); 5171 (13.6); 5215 (6.12); 5235* (13.24); 5238 (13.6); 17480 (6.12);
17482* (13.21); 17509 (6.21); 17539 (15.2); 17558 (13.6); 18507 (13.10); 18511 (13.26); 22021
(13.1); 25074, 25081 (11.1); 25083 (13.19); 25087 (6.5); 25089 (6.1); 25093 (6.15); 25096 (6.19);
25099 (6.14); 25100 (20.1); 25112 (6.17); 25113 (13.19); 25115, 25116 (13.6); 25130 (6.18); 25135
(6.12).
Holt, E.G.: 367* (12.1).
Horta, M.B.: 29, 60 (17.2).
Humboldt, F.W.H.A.: 361* (1.2).
Irwin, H.S.: 5412, 15797, 16286 (13.27); 18165a (13.13); 19556 (13.5); 19559 (6.12); 19559a (6.5); 19778,
19799 (17.3); 19811 (13.27); 19811a (13.24); 19883 (13.1); 19997 (13.2); 20004 (14.3); 20064
(14.7); 20064a (6.4); 20102 (6.12); 20127* (14.8); 20158 (15.1); 20182, 20187 (6.3); 20241 (6.3);
20260 (13.14); 20308a (6.4); 20326a (6.4); 20335 (13.28); 20395 (17.2); 20448 (13.6); 20682
(13.23); 20826 (13.8); 20944 (17.2); 20945, 20946 (17.3); 21802 (16.1); 21826 (14.1); 21831
(13.23); 21836 (1.3); 21851 (17.3); 21853 (6.14); 21897 (13.31); 21921 (15.1); 22021 (13.1); 22228,
22269 (6.12); 22304 (17.2); 22338 (6.4); 22360 (13.23); 22361 (13.4); 22361a (6.13); 22372 (15.1);
22535 (6.14); 22537 (6.12); 22548 (6.4); 22567 (13.31); 22705 (13.2); 22734 (14.3); 22746 (6.14);
22976 (13.6); 23223 (17.3); 23248 (6.12); 23252 (10.1); 23324 (14.1); 23515 (13.40); 23566 (13.40);
23661 (13.2); 25458* (13.3); 26988 (12.1); 27058 (13.6); 27075 (17.3); 27086 (13.27); 27119 (13.1);
27245, 27246 (10.1); 27249, 27474 (13.6); 27529 (14.1); 27576 (6.14); 27703 (17.3); 27727 (13.27);
27896* (13.38); 27896a (13.30); 27986 (6.18); 28015 (12.1); 28191 (15.2); 28231 (14.1); 28266
(14.7); 28267 (13.2); 28284 (13.22); 28331, 28332 (6.14); 28373 (13.1); 28402 (15.1); 28492 (6.5);
28505 (6.12); 28575 (6.8); 28816 (17.2); 28821 (6.1); 28876 (17.2); 28889 (6.12); 29248 (13.10);
29298 (6.4); 29313, 29359 (13.1); 29436 (6.4); 29535 (13.26); 29541 (17.3); 29561 (17.2); 30218
(6.5); 30237 (13.26); 30283 (17.3); 30379 (13.26); 30386 (13.6); 30386a (13.1); 35197 (17.2).
Jacquin, N.J.: s.n. BM?- * (1.1).
Joly, A.B.: 1016 (13.2); CFSC- 74 (14.7); 126 (15.1); 239 (13.23); 308 (13.1); 852 (13.5); 865 (6.13); 876
226
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
(13.5); 877 (13.6); 886 (6.12); 887 (13.2); 890 (15.1); 891 (13.2); 892 (14.3); 893 (14.7); 1042
(6.12); 1099 (13.2); 1117 (6.12); 1142 (13.2); 1143 (6.12); 1295 (13.33); 1335 (13.1); 1359 (13.23);
1393 (13.27); 1400 (14.1); 1476 (15.2); 1488, 1492 (6.12); 1540, 1595 (14.7); 1627 (14.1); 1635
(6.13); 1638 (14.7); 1706 (15.1); 1717 (14.1); 1779 (14.7); 1788 (13.2); 1799 (13.23); 1908 (13.1);
1926 (13.23); 1948 (6.12); 2191 (13.23); 2291 (15.1); 2413 (13.23); 2439 (6.12); 2440, 2450, 2567
(13.23); 3573 (14.7); 4554a (7.2); 6056 (6.12).
Joly. A.M.: CFSC- 3455 (7.2).
Kameyama, C.: CFCR- 8930 (6.5); 9118 (13.2); 9166 (6.14); 9448 (13.33); 11282* (13.7).
Kappler, A.: 1611* (17.3).
Kawasaki, M.L.: 1114 (13.6); 1115 (13.5); 1130 (13.2); 1131 (14.3); 1139 (13.23); CFCR- 6612 (13.2);
6639 (6.5); 8370 (13.40); CFSC- 7577 (1.1); 9149 (6.3).
Killip, E.P.: 14715* (10.2).
Kirizawa, M.: 3005 (14.1); 3035 (13.23).
Kral, R.: 72574 (13.22); 75377 (7.2); 75389 (13.38); 75399 (16.1).
Krieger, L.: 9694 (13.6); 9703 (13.24); 9749 (13.27); 9772 (14.1); 10106 (6.14); 10666 (13.6); 10670
(13.27); 21115 (13.1).
Kuhlmann, J.G.: 39 (6.12); 6916 (6.5); s.n. RB- 72886 (5.1); 72929 (14.7).
Kytakawa, A.Y.: 2 (14.3); 3 (13.2); 5 (13.22); 6 (13.38).
Landrum, L.R.: 4241 (17.4).
Langsdorff, G.H.: s.n. B?- * (6.2); s.n. LE?- * (17.2).
Leitão Filho, H.F.: 9532 (17.2); 9756 (6.4); 27444 (6.14); 27475 (13.38); 27562 (13.12); 27639 (14.1);
27652 (6.5); 27662 (6.18); 27713 (6.5); 27773 (6.15).
Lenina, R.: s.n. OUPR- 894 (6.5).
Lewinsohn, T.M.: 18111 (6.4).
Lewis, G.P.: CFSC- 7811 (13.1).
Lima, C.R.: s.n. BHCB- 16551 (6.13).
Lima, H.C.: 399 (14.7); 400 (6.3); 428 (6.13); 429 (6.12); 488, 488a (13.23); 951 (13.6); 956 (14.1); 1071
(13.22).
Lima, L.R.: 4 (13.2); 10 (17.2); 64 (6.3); 106 (13.22); 109 (6.14).
Lima, R.: 1892 (1.3); s.n. OUPR- 784 (15.1).
Lisboa, M.A.: s.n. OUPR- 719 (8.1); 725 (14.5); 735, 736 (19.1); 757-759 (7.3); 772 (7.2); 790 (17.3); 824
(13.1); 843-845, 850 (13.9); 865, 866, 881 (6.15); 898, 900 (6.5); 905, 906 (6.21); 925 (6.9); 939
(6.2); 961-963 (6.12).
Lobo, L.: 2173 (6.5).
Loefgren, A.: 2449 (13.18).
Lombardi, J.A.: 163 (13.38); 186 (17.3); 192 (13.21); 234 (6.15); 429 (7.2); 544 (6.3); 718 (13.23); 770,
1012 (3.2); 1023 (6.6); 1247 (13.27); 1252 (6.15); 1472 (17.3); 1473 (6.5); 1475 (17.3); 2239 (6.14).
Longhi-Wagner, H.M.: CFCR- 6036 (6.3); 9410 (13.2); CFSC- 9540 (14.1).
Lucca, M.: 93 (13.6); 94 (13.1).
Lund, P.W.: 33* (6.1); 893* (6.5); s.n. C- * (17.2).
Luschnath, B.: 73* (13.8); 234* (13.8); 235* (6.1.); s.n. MO- *? (13.8).
Lutz, A.: s.n. R- s.n. (1.1).
Macedo, A.: 585 (1.2); 2075 (6.15); 2783 (13.1); 2794 (6.6); 2800 (13.25); 2810 (17.3); 2816 (6.12); 2879
(6.2); 2886 (17.2); 2887 (6.4); 2996 (14.3); 3073 (6.1); 5195 (17.2); 5207 (6.2); 5246 (6.4); 5250
(15.2).
Magalhães, C.T.: s.n. R- 102170 (2.1).
Magalhães, G.M.: 50 (6.15); 86 (5.1); 139 (6.9); 1489 (6.12); 1929 (13.5); 1975 (6.3); 2157 (6.12); 2596
(6.1); 2728 (6.12); 3320 (6.1); 5966 (14.7); 17352 (13.38); 18070 (6.12); 18352 (13.40); 18397
(13.6); 18922 (6.15); 18923a (17.3); 18923b (6.15); 18965 (6.3); s.n. UB- 14151, 33817 (13.6); s.n.
(13.10).
Maguire, B.: 44623 (6.5); 44673 (17.2).
Malme, G.O.A.: 81 (6.7); 1267*, 1474* (17.3).
Mamede, M.C.H.: CFCR- 3391 (13.27); 6364 (17.3); CFSC- 6875 (6.12); 6878 (13.5).
Manso, A.L.P.S.: 16* (3.2); 1832* (10.2); s.n. G- *(10.1); * (14.5).
Marcondes-Ferreira, W.: 264 (19.1).
Mario, J.R.: 73 (13.27).
227
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Markgraf, F.: 3291 (14.5); 3343 (6.5); 3546 (14.5); 3593 (6.5).
Marquete, O.: s.n. RB- 145068 (13.1); 145073 (6.12).
Martens, L.A.: 33 (6.5); 35 (13.26); 107, 303 (17.2); 378 (7.3); 410 (13.26); 411, 412 (7.3); 661 (7.2).
Martinelli, G.: 2752 (6.5); 4242 (13.23); 4301 (14.3); 4320 (13.1); 5786, 5798 (13.6); 5826 (13.40); 5922
(13.38); 6280 (6.5); 6284 (17.3); 9124 (15.1); 9131 (13.23); 9192 (13.27); 11353 (13.2); 11369
(14.3).
Martins, R.P.: 18063 (6.12).
Martius, C.F.P.: 475* (6.4); 627* (17.3); 807* (13.26); 1482* (15.1); 1841* (13.1); s.n. Herb. Fl. bras.
107* (11.1); 971* (6.4); 975* (13.1); s.n. M- * (1.1); * (6.3); * (6.5); * (6.11); * (6.12); *(6.15); *
(11.1); * (12.1); * (13.1); * (13.6); * (13.9); * (13.13); * (13.20); * (13.23); * (13.25); * (13.27).
Mautone, L.: 891 (13.1); 936 (6.12).
Mayo, S.J.: CFCR- 10431 (13.2); 10440 (6.3); CFSC- 7020 (6.12).
Meguro, M.: CFCR- 5398, 5498 (13.38); 5528 (7.2).
Mello, E.: 1678 (3.2).
Mello-Silva, R.: 717 (17.1); 1599 (13.22); 1736 (13.2); 1742 (13.29); 1744 (13.22); 1749 (6.5); 1750 (13.2);
1760 (13.31); 1784 (13.4); CFCR- 8618 (13.1); 8912 (17.2); 9733 (13.26); 11457* (13.40); CFSC11024 (14.3).
Menezes, N.L.: 1253a (14.3); 1253b (14.8); 1399 (7.2); CFCR- 1198 (13.1); 2602 (7.2); 2606 (6.10); 7688
(13.22); 7724 (6.14); 9269 (13.31); 9641 (13.2); CFSC- 5837 (6.3); 6320 (13.27); 7695 (13.33).
Messias, M.C.T.B.: s.n. OUPR- 1488-A (6.4); 6735 (13.9).
Miranda, C.: 2052 (7.1).
Moore, S.: 251* (7.2); 287* (6.11).
Mori, S.A.: 9005 (2.1).
Moura, L.S.: 370 (14.3).
Nee, M.: 36137 (2.1).
Nestor, J.: s.n. BHMH- 42878 (14.5).
Neves, A.B.: 80* (6.7); Herb. Silveira- 480* (6.7); s.n. OUPR- 712 (19.1); 776 (5.1); 798* (6.7).
Novaes, J.S.: s.n. SP- 17953 (13.15); 17954 (13.25).
Occhioni, I.: s.n. RB- 44052 (6.13).
Oliveira, J.D.P.: CFCR- 6561 (13.41); 6577 (13.2).
Oliveira, ?: s.n. HXBH- 10145 (13.9).
Pabst, G.: 3236 (13.6); 3290 (17.4); 3415 (13.10); 3438 (13.26); 3441 (11.2); 3460 (6.4); 3470 (13.1); 3526
(6.5); 3530 (13.26); 3552 (6.12); 3598 (15.1); 3642 (13.27); 3647 (13.2); 3664 (13.23); 3694 (6.12);
3725 (13.23); 3727 (13.10); 3746 (14.7); 3765 (6.14); 3769 (17.3); 3775 (13.9); 3794 (13.1); 3938
(13.6); 3982 (13.21); 8215 (13.1).
Palacios: 3584 (13.2); 3999 (17.3).
Paula, J.A.: s.n. BHCB- 7356 (13.27) ; 17928 (13.26); 17930 (6.15).
Peckolt, T.: s.n. BR- * (11.2).
Pequeno, P.H.A.: 162 (7.1).
Pereira, B.A.S.: 242 (13.21).
Pereira, E.: 715 (13.1); 1359 (6.15); 1511 (13.6); 1602 (14.1); 1687 (13.23); 1714 (18.2); 1731 (13.2); 2400
(13.6); 2454 (17.4); 2579 (13.10); 2602 (13.26); 2605 (11.2); 2624 (6.4); 2634 (13.1); 2690 (6.5);
2694 (13.26); 2716 (6.12); 2762 (15.1); 2806 (13.27); 2811 (13.2); 2828 (13.23); 2858 (6.12); 2889
(13.23); 2891 (13.10); 2910 (14.7); 2929 (6.14); 2933 (17.3); 2939 (13.9); 2958 (13.1); 3103 (13.6);
3147 (13.21); 7276 (13.27); 8845 (13.2); 8896 (6.13); 8902 (14.7); 8910 (13.2); 8942 (6.12); 8948
(13.6); 9214 (13.1).
Pereira, M.: 713, 714 (15.1); 716 (6.13); 717 (6.12); 718 (14.1); 719 (13.23); 966 (14.3).
Peron, M.: 519 (14.1); s.n. OUPR- 788 (17.3); 799 (6.6); 835 (13.25); 960 (6.12).
Pirani, J.R.: 1308 (13.3); 2243 (13.2); 2247, 2282 (13.22); 4291 (13.40); 4352 (15.2); CFCR- 2544 (13.38);
5871 (17.2); 7954 (13.6); 9123 (13.41); 9129 (13.1); 10890 (13.11); 11471 (13.39); 11662 (13.2);
12203 (6.14); 13169 (13.39); 13307 (17.3); CFSC- 6927 (6.12); 6928 (6.4); 7087 (14.1); 7594 (3.2);
7969* (14.2); 8024 (13.27); 8080 (13.23); 8084 (13.4); 8104 (6.3); 8108 (14.7); 8117 (13.2); 9104
(6.3); 11906 (13.14); 11954, 11980 (14.1); 12013 (6.14); 12082 (13.23); 12124 (14.1); 12136 (6.13);
12142 (15.1); 12195 (13.23); 13055 (6.12).
Pires, F.R.S.: CFCR- 10473 (13.23).
Pohl, J.E.B.: 3051* (3.2); 3286* (18.1); 3638 (6.15); 5164* (6.5); s.n. W?- *(13.11); s.n. M- * (13.38).
228
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Porto, P.C.: 515 (6.5); 1204 (6.12); 1264 (6.4); 2163 (13.10).
Prado, J. : CFCR- 12072 (18.1).
Prance, G.T.: 58538 (13.37?).
Rapini, A.: 130 (13.1); 302 (11.2); 304 (13.10); 314 (13.26); 315 (13.10); 316 (6.5); 317 (6.6); 318 (13.18);
322, 324 (13.27); 325 (17.3); 326 (6.15); 328 (13.9); 329 (13.26); 343 (13.2); 347 (13.40); 359, 360
(13.1); 365 (13.27); 366 (13.41); 370 (13.2); 371 (13.6); 372 (13.1); 376 (13.22); 378 (13.38); 379
(13.29); 380 (13.27); 383 (13.6); 384 (1.3); 391 (13.10); 394 (13.4); 395, 396, 409 (13.2); 411 (7.2);
422 (6.12); 446 (6.20); 453 (6.14); 465, 467 (13.31); 479 (13.38); 480 (13.6); 481 (13.22); 485
(15.1); 493 (13.23); 500 (13.2); 502 (13.27); 503 (13.38); 507 (13.6); 509 (6.12); 510 (13.31); 514
(13.38); 517 (6.14); 529 (13.2); 539 (13.4); 540 (13.1); 546 (13.14); 547 (6.3); 548 (6.12); 551
(13.2); 552 (6.12); 553 (13.1); 555 (13.2); 556 (13.1); 557 (13.2); 558, 570 (13.23); 574 (17.3); 582
(13.27); 585 (15.1); 586 (14.1); 587 (13.1); 592 (6.14); 596 (13.38); 597* (13.35); 598 (13.4); 599
(6.12); 600 (13.26); 601 (13.1); 605 (13.9); 606 (17.3); 608 (6.15); 609 (2.1); 610 (7.3); 611 (13.9);
612 (19.1); 613 (6.15); 614 (13.15); 615 (13.10); 616 (13.13); 617 (6.12); 618 (17.2); 619 (13.1); 621
(13.9); 650 (6.12); 652 (13.24); 655 (15.2); 656 (17.3); 657 (13.1); 658 (6.12); 664 (13.9); 666
(13.1); 667 (14.1); 668 (15.2); 670 (13.9); 673 (6.2); 674 (15.2); 676 (13.1); 677 (13.27); 679 (6.15);
689 (19.1); 690 (13.15); 700 (6.6); 705 (6.21); 706 (17.2); 708 (6.1); 709 (6.4); 710 (19.1); 713
(17.3); 714 (3. 2); 716 (6.7); 717 (13.9); 719 (13.10); 721 (13.6); 722 (17.3); 726 (10.1); 727 (13.27);
730 (6.12); 731 (13.1); 733 (15.2); 740 (10.1); 747 (13.2); 753 (6.12); 756 (13.40); 766 (13.1); 767
(6.12); 769 (13.6); 770 (13.5); 775 (13.6); 776 (14.4); 777 (13.37); 778 (14.1); 780 (6.12); 781
(13.22); 782 (14.7); 783 (13.2); 784 (13.1); 785* (13.41); 786 (13.27); 793 (13.38); 797 (13.31); 798
(14.3); 806 (1.3); 807 (6.14); 809 (14.1); 810 (13.7); 811 (6.13); 817 (13.10); 827 (13.14); 828
(13.10); 836 (6.2); 837 (13.18); 843 (6.12); 844 (15.1); 845 (17.3); 846 (6.14); 847 (1.3); 848 (6.3);
849 (13.2); 851 (13.38); 852 (17.2); 853 (13.38); 854 (13.40); 855 (13.2); 857 (13.39); 875 (13.6);
876 (13.29); 877 (9.1).
Riedel, L.: 308* (13.8); 601* (10.2); 857* (13.2); 977* (13.36); 1217* (13.38); 1341* (14.3); 1342 p.p.*
(14.6); 2189 p.p.* (6.15); 2334 p.p.* (15.2); 2763* (1.1); s.n. LE- ?* (1.3.); * (6.19); * (11.2); *
(17.2).
Rohr: s.n. C- * (3.1).
Romariz, D.: 4701160101 (17.2); 471110114 (6.5).
Roque, N.: 109, 171 (6.12).
Rossi, L.: CFCR- 1008 (13.6); 1063 (6.3); 1093 (16.1); 1112 (13.22); 1125 (13.1); 3325 (13.23); 3329
(13.31); 3334 (13.23); CFSC- 7259 (13.27).
Roth, L.: 15550 (15.2); 15551 (7.1); 15552 (17.2); 15554 (13.6); 16329 (13.5); 16330 (13.26); 16331 (13.10);
16333 (6.9); 16335 (6.7); 16337 (6.12); 16339 (6.14).
S., M.G.: 465, 538 (13.40).
Saint-Hilaire, A.F.C.P.: 81* (19.1); 95* (13.18); 132* (20.1); 210* (6.2); 282* (13.26); 449* (13.13); 1077*
(6.9); 1267* (17.3); 1507* (6.16); 2129* (6.18); 2553* (7.2); s.n. P-* (3.1); * (4.1); * (6.3); * (6.11);
* (11.2); * 13.38); * (17.2); * (17.2).
Sajo, M.G.: CFSC- 7610 (13.33).
Sakuragui, C.M.: 132 (13.1); CFCR- 15099 (14.1); 15133 (13.2); 15164 (13.22); 15227 (13.6); 15271
(13.3); 15309 (6.14).
Salino, A.: 3132 (13.27); 3579 (7.1); 3585 (6.2); 3813 (17.2).
Salzmann, P.: 328* (6.1); 329* (6.17); 330* (13.8); 331* (17.3); s.n. MO- *? (6.1); *? (6.17); *? (13.8); *?
(17.3).
Sampaio, A.J.: 6745 (13.5); 6780 (6.12); 6781 (13.2); 6782 (13.23); 6873 (13.2); 7006 (17.3); 7007 (13.26);
7009 (13.10); 7460 (13.6); s.n. BHMH- 12368 (5.1).
Sander, E.B.: 1666 (13.6).
Sano, P.T.: 571 (7.2); 719 (17.2); 752 (14.1); 753 (13.29); 764 (14.3); 780, 780a (13.38); 783 (13.2); 906
(6.14); 917 (17.3).
Santos, A.K.O.: s.n. OUPR- 2229 (6.15); 4166 (6.12); 4379 (13.9).
Santos, G.: s.n. R- 95189 (5.1).
Sazima, M.: 18945 (13.23); CFSC- 3827 (6.12); 3908 (13.23); 3911 (6.3).
Scatena, V.L.: CFCR- 10625 (6.14).
Schemeda, G.: 1060 (7.3).
Schenck, H.: 1739* (1.3).
229
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Schomburgk, R.H.: 232* (12.1).
Schott, H.W.: 5382* (13.19).
Schwacke, A.W.: 132 (13.6); 5861 (13.10); 6403 (13.1); 6430 (6.12); 8048 (13.4); 8167* (13.31); 8170*
(14.3); 8171 (14.1); 8180* (13.23); 8181 (13.36); 8184* (13.33); 9138 (13.15); 9203* (13.26); 9219
(13.15); 10465 (13.1); s.n. BHCB- 108 (13.15); 110 (13.25); 113 (6.7); 114 (6.6); 116 (14.7); 117
(11.2); Herb. Magalhães Gomes- 2835* (13.33); s.n. R- 5126, 95245 (13.1); 102171 (6.7); 102178
(5.1); 102513 (13.20); s.n. RB- 48562 (15.1).
Sellow, F.: 381 (13.1); 578* (10.2); 846* (13.19); 4317* (6.21); s.n. B?- * (2.1); * (6.1); * (6.2); * (10.2); s.n.
F- 619591 (13.24); 619627* (17.2).
Semir, J.: CFCR- 174, 9512 (13.31); 9632 (13.22); CFSC- 491 (13.2); 492 (6.12); 572 (14.5); 609* (13.28);
616 (14.3); 737 (6.12); 740 (13.1); 2024 (13.23); 2027 (13.1); 2072 (13.2); 2073 (14.7); 2345 (13.9);
2367 (6.3); 2370 (13.23); 2776 (6.13); 3700, 3720 (13.2); 4094 (6.3); 4108 (13.23); 4180 (6.13);
4723 (7.2); 4841 (6.3); 4867 (19.1).
Sette Silva, E.L.: 516 (13.20).
Shepherd, G.J.: 3835 (9.1); 3853 (6.5); 3872 (7.1).
Silva, A.F.: 397, 459 (13.23); 468 (6.12).
Silva, J.L.: s.n. OUPR- 780 (17.2); 1290A-C (6.15); 1379A, B (13.9).
Silva, N.M.F.: 166, 167 (15.1).
Silva, T.R.S.: CFCR- 12551 (13.17); 12657 (17.2); 12710, 12720 (1.3).
Silveira, A.: 275* (13.23); 277* (13.21); 278* (13.22); 279* (13.20); 280* (13.26); 282 (13.1); 283 (13.9);
285* (6.1); 292* (19.1); 293* (13.13); 294* (13.15); 296 (13.12); 299 (3.1); 302 (15.2); 307* (17.4);
308 (17.3); 309* (17.2); 310* (17.3); 311* (17.4); 312* (6.14); 317 (6.5); 318* (6.6); 321 (6.9); 323*
(6.4); 325* (7.2); 380 (15.1); 382 (14.3); 383* (14.7); 384* (13.2); 385* (13.23); 386* (6.3); 387
(6.4); 388* (18.2); 390 (13.5); 391* (13.4); 392* (13.33); 399 (6.3).
Silveira, W.: s.n. BHCB- 13174 (14.1).
Simão, R.: CFCR- 11765 (6.14); CFSC- 11026 (13.5).
Simão-Bianchini, R.: 177 (6.12); CFCR- 12821 (13.27); 12854 (14.1); 13008 (18.1); CFSC- 12758 (13.23);
12791 (13.2).
Simonis, E.: CFCR- 4081 (13.2).
Smith, H.H.: 2094* (1.1).
Smith, L.B.: 6776 (13.23); 6939 (15.2); 7060 (13.5).
Solomon, J.C.: 7062 (10.1).
Souza, H.A.: s.n. OUPR- 4451 (7.3).
Souza, J.P.: 2195, 2205 (13.23); 2216 (6.12).
Souza, V.C.: 3360 (13.10); 3366, 3432, 3435 (13.23); 7886 (14.1); 8010 (13.1); 8084 (6.20); 8123 (13.2);
8237 (6.12); 8258 (13.33); 8313 (13.23); 8320 (13.2); 8326 (13.31); 8507 (6.14); 10121 (13.26);
10135 (13.6); 10244, 10283 (6.12); 10306 (13.2); 11611, 11630 (13.23); 11757 (13.27); 11885
(15.1); 20886 (6.14); 20898 (14.1); 20964 (13.27); 20973 (6.8); 21033a (6.3); 21033b (13.16); 22069
(13.6); 22162 (13.1); 22172 (13.23); 22418 (6.3); 22452 (13.27); 22601 (13.22); 22754 (13.21);
CFCR- 8769* (13.34); CFSC- 9720 (15.1).
Splett, S.: 551 (13.2); 652 (13.4); 652a (13.34); 781 (13.2); 943 (13.4); 1015 (13.34); 1016 (14.3).
Spruce, R.: 2873* (17.3).
Stannard, B.L.: CFCR- 6110 (13.2); 6302 (16.1); 6303 (13.38); 6665 (14.5).
Stehmann, J.R.: 2314 (6.12); s.n. BHCB- 18008 (13.27); 18756 (6.9); 18832 (13.15); 20777 (17.2); 28349,
38835 (13.27).
Steyermark, J.: 21872 (13.21); 60813* (17.3).
Tales: 264 (11.2); s.n. BHCB- 436, 1969 (13.27); 1970 (13.9).
Tamashiro, J.Y.: 17368 (13.10).
Tate, G.H.H.: 325* (17.2).
Teixeira, V.B.: s.n. OUPR 4230 (7.3).
Teixeira, W.A.: s.n. BHCB- 21762 (6.12); 23922 (15.2); 23934 (13.9); 23959 (17.3); 23976 (6.15); 24005
(14.1); 24064 (6.5); 24078 (17.2); 24091 (6.2); 24106 (13.24); 24246 (13.27); 25013 (3.2); 25014*
(13.32); 25015 (13.1); 25016 (13.6); 25017 (6.12); 26175 (6.4); 26176 (17.2); 26241 (13.15).
Teixeira, ?: s.n. HXBH- 10690 (17.3).
Thomas, W.W.: 5935 (6.14); CFCR- 8581 (17.2).
Trindade, J.A.: 16 (13.1).
230
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Tweedie, J.: 224* (11.1); 227* (6.21); s.n. K- *(10.2); s.n. LE- * (7.2).
Ule, E.: 141 (13.15); 2634 (13.26); 2635 (2.1); 2636 (13.25); 2637 (13.1); 2638 (6.5); 2639 (14.1); 6104*
(12.1); 6990* (13.39); 7819* (17.3); s.n. R- 95187 (17.3).
Valente, M.C.: s.n. OUPR- 955 (6.20); s.n. RB- 201602, 201603 (6.12); 201604 (6.1); 201605 (13.15);
201606 (14.1); 201607 (6.2); 201608 (13.1); 201609, 201610 (13.13); 201611 (13.9); 201612
(13.10); 201613 (17.3); 201615 (13.6); 201616 (13.10); 201617 (6.21); 201618 (6.1); 201619
(13.10); 201620 (13.9); 201621 (13.10); 201622 (13.1); 201623 (6.21); 201624 (15.2); 201625
(6.20); 201626 (13.9).
Vanio, E.A.: ? TUR- ?* (14.1).
Varanda, E.: CFCR- 4474 (13.38).
Vasconcelos, M.F.: s.n. BHCB- 39961 (17.2).
Vauthier: 157* (20.1); s.n. P-* (13.13).
Vidal, J.: 6002 (13.14); 6036, 6039 (13.23); 6047 (13.14); s.n. R- 104566 (13.2); 105908 (13.6); 105909
(13.1); 114121, 114122 (13.6); s.n. (13.26).
Vieira, M.F.: s.n. RB- 277709 (6.3).
Vitta, F.A.: CFCR- 11913 (17.1); CFSC- 10142 (14.1); 10161 (14.7); 11778 (13.23).
Vogl: 1407* (10.2).
Wanderley, M.G.L.: 47 (14.1); 592 (6.18); 603 (6.12); 788 (13.22); 1373 (7.2); 1385 (13.38); 1395 (16.1).
Ware, A.: ?* (11.2).
Warming, J.E.B.: 137a* (13.10); 561* (17.4); 1822* (6.10); 1853* (6.18); 1862* (6.14); 1864/2* (6.9);
1873/1* (4.1); 1875/2* (17.4); 1877/2* (15.2); s.n. C- * (1.3); * (3.1).
Widgren, J.F.: 45* (13.12); 49* (11.2).
Williams, H.H.: 11822* (1.1).
Williams, L.O.: 5544 (6.15); 5567 (13.26); 5700 (13.5); 6001 (10.1); 6101 (11.1); 6219 (13.26); 6350 (13.6);
6392 (13.26); 6393 (13.10); 6657 (17.2); 6728 (6.7); 6801 (6.15); 6846 (7.3); 6978 (13.23); 7142
(15.2); 8036 (7.3).
Wilson: s.n. K- * (10.2).
Windisch, R.W.: 495 (6.5).
Wullschlaegel: s.n. ?-* (1.1).
Wykrota, J.L.M.: 54 (6.5); s.n. BHCB- 13406 (6.5).
Zappi, D.C.: CFCR- 9409 (13.6); 9434 (6.3); 10350 (13.26); 10386 (6.13); 10608 (13.2); 10629 (13.38);
10637 (6.8); 10670, 10949 (13.1); 12052 (13.40); 12089 (17.3); 13082 (13.2); CFSC- 9967 (15.1);
10170 (6.12).
Zardini, E.M.: 46524 (10.1).
Zurlo, M.A.: s.n. OUPR- 807 (13.6); 3449 (14.1); 4364 (13.9); 4379 (6.15); 4381 (17.3); 4625 (14.1).
s.c.: Herb. imp. brasil.- 364* (6.5); 384* (13.13); 719* (11.2); P- * (6.1); * (10.2); * (11.2); R- 5914 (13.15);
5922 (13.10); 5923 (13.1); 5924 (13.9); 6078 (17.3); 6083 (13.13); 6097 (7.3); 95010 (6.15); 95011,
95012 (6.21); 95091 (13.23); 95100 (5.1); RB- 2732 (6.11).
Agradecimentos
Agradecemos aos herbários pelo empréstimo de material e facilidades para consulta. O primeiro
autor usufruiu da bolsa Alwyn H. Gentry durante o estágio no Missouri Botanical Garden, Saint Louis. As
críticas e sugestões de J. Fontella-Pereira, J. R. Pirani, L. P. de Queiroz e um assessor anônimo (FAPESP)
foram valiosas, mesmo que não concordemos completamente.
Referências:
ALENCASTRO, F.M.M.R., FONTELLA-PEREIRA, J., ARAÚJO, D.D., CARVALHO, L.D’A.F. & VALENTE, M.C.
1971. Contribuição ao estudo das Asclepiadaceae brasileiras, 8. Estudos taxonômico e anatômico de
Ditassa banksii Roem. et Schult. e D. anomala Mart. Anais Acad. Brasil. Ci. 43 (3/4): 725-746.
APG (THE ANGIOSPERM PHYLOGENY GROUP). 1998. An ordinal classification for the families of flowering
plants. Ann. Missouri Bot. Gard. 85(4): 531-553.
APPEZZATO-DA-GLORIA, B. & ESTELITA, M.E.M. 2000. Development, structure and distribution of colleters
in Mandevilla illustris and M. velutina (Apocynaceae). Revista Brasil. Bot. 23(2): 113-120.
ARAÚJO, P.A.M. 1950. Contribuição ao conhecimento da família Asclepiadaceae no Brasil. Rodriguésia
231
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
13(25): 7-226.
AREKAL, G.D. & RAMAKRISHNA, T.M. 1980. Extrafloral nectaries of Calotropis gigantea and Wattakaka
volubilis. Phytomorphology 30: 303-306.
BACIGALUPO, N.M.B. 1979. Asclepiadaceae. In A. Burkart (ed.) Flora ilustrada de Entre Rios (Argentina).
Instituto Nacional de Tecnología Agrícola. Buenos Aires, vol. 6, pt. 5, p. 103-147.
BARROSO, G.M., PEIXOTO, A.L., COSTA, C.G., ICHASO, C.L.F., GUIMARÃES, E.F. & LIMA, H.C. 1986.
Sistemática de angiospermas do Brasil. Universidade Federal de Viçosa. Viçosa, vol. 3.
BERTIN, R.I. & WILLSON, M.F. 1980. Effectiveness of diurnal and nocturnal pollination of two milkweeds.
Canad. J. Bot. 58: 1744-1746.
BOLLWINKEL, C.W. 1969. A revision of South American species of Asclepias L. Ph.D Thesis, Southern
Illinois University. Illinois.
BOOKMAN, S.S. 1981. The floral morphology of Asclepias speciosa (Asclepiadaceae) in relation to pollination
and a clarification in terminology for the genus. Amer. J. Bot. 68(5): 675-679.
BOOKMAN, S.S. 1984. Evidence for selective fruit production in Asclepias. Evolution 38: 72-86.
BREMER, K., BREMER, B. & THULIN, M. 1999. Introduction to phylogeny and systematics of flowering
plants. Uppsala University. Uppsala.
BROWN, R. 1810. On the Asclepiadeae, a natural order of plants separated from the Apocyneae of Jussieu.
Mem. Wern. Nat. Hist. Soc. 1: 12-78.
BROYLES, S.B. & WYATT, R. 1995. A reexamination of the pollen-donation hypothesis in an experimental
population of Asclepias exaltata. Evolution 49(1): 89-99.
BRUYNS, P.V. & FORSTER, P.I. 1991. Recircumscription of the Stapelieae (Asclepiadaceae). Taxon 40: 381391.
BULLOCK, A.A. 1956. Notes on African Asclepiadaceae 7. Kew Bull. 1956: 611-626.
CAMPBELL, H.W. 1931. The whorled milkweed as a poisonous plant for poultry. Calif. Agric. 20(8): 577-582.
CONSELHO ESTADUAL DE POLÍTICA AMBIENTAL. 1997. Lista das espécies ameaçadas de extinção da flora do
Estado de Minas Gerais. Diário Executivo, Legislativo e Publicações de Terceiros. Quinta-feira, 30 de
Outubro de 1997. Minas Gerais, Caderno 1, p. 10-12.
CORRY, T.H. 1883. On the mode of development of the pollinium in Asclepias Cornuti, Decaisne. Trans.
Linn. Soc., Bot. ser. 2 2: 75-84+1 tab.
CORRY, T.H. 1884. On the structure and development of the gynostegium, and the mode of fertilization in
Asclepias Cornuti, Descaisne (A. syriaca, L.). Trans. Linn. Soc. London, Bot. ser. 2 2: 173-207+3 tabs.
CRONQUIST, A. 1981. An integrated system of classification of flowering plants. Columbia University Press.
New York.
DAHLGREN, R. 1980. A revised system of classification of the angiosperms. Bot. J. Linn. Soc. 80: 91-124.
DE CANDOLLE, A.P. 1836. Compositae. Prodromus systematis naturalis regni vegetabilis. Fortin, Masson &
Cie. Paris, vol. 5.
DECAISNE, J. 1844. Asclepiadaceae. In A.P. de Candolle (ed.) Prodromus systematis naturalis regni
vegetabilis. Fortin, Masson & Cie. Paris, vol. 8, p. 490-665.
DYER, R.A. 1975. The genera of southern African flowering plants. Government Printer. Pretoria, vol. 1.
EHRLICH, P.R. & RAVEN, P.H. 1969. Butterflies and plants. Sci. Amer. 216: 104-113.
EISIKOWITCH, D. 1986. Morpho-ecological aspects on the pollination of Calotropis procera (Asclepiadaceae)
in Israel. Pl. Syst. Evol. 152: 185-194.
ENDRESS, M.E. & BRUYNS, P.V. 2000. A revised classification of Apocynaceae s.l. Bot. Rev. 66(1): 1-56.
ENDRESS, P.K. 1994. Diversity and evolutionary biology of tropical flowers. Cambridge University Press.
Cambridge.
FARR, E.R., LEUSSINK, J.A. & STAFLEU, F.A. (eds). 1979. Index nominum genericorum (plantarum). Bohn,
Schleltema & Holkema. Utrecht, vol. 1-3. (http://www.nmnh.si.edu/cgi.bin/wdb/ing/names/forms)
FISHBEIN, M. & VENABLE, D.L. 1996. Diversity and temporal change in the effective pollinators of Asclepias
tuberosa. Ecology 77: 1061-1073.
FONTELLA-PEREIRA, J. 1965. Contribuição ao estudo das Asclepiadaceae brasileiras, 2. Sellowia 17: 61-76.
FONTELLA-PEREIRA, J. 1970. Contribuição ao estudo das Asclepiadaceae brasileiras, 6. Novas combinações e
novos sinônimos. Loefgrenia 43: 1-3.
FONTELLA-PEREIRA, J. 1977. Revisão taxonômica do gênero Tassadia Descaisne (Asclepiadaceae). Arch.
Jar. Bot. Rio de Janeiro 21: 235-392.
FONTELLA-PEREIRA, J. 1979a. Contribuição ao estudo das Asclepiadaceae brasileiras, 12. Novos sinônimos e
uma nova combinação. Bradea 3(2): 5-9.
232
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
FONTELLA-PEREIRA, J. 1979b. Contribuição ao estudo das Asclepiadaceae brasileiras, 13. Ditassa tomentosa
(Decaisne) Fontella, uma nova combinação. Bol. Mus. Bot. Munic. 39: 1-4.
FONTELLA-PEREIRA, J. 1980a. Estudos em Asclepiadaceae, 11. Chave para a determinação dos gêneros de
Asclepiadaceae brasileiras e mais cultivadas no Brasil. Bol. Mus. Bot. Munic. 42: 1-16+11 tabs.
FONTELLA-PEREIRA, J. 1980b. Contribuição ao estudo das Asclepiadaceae brasileiras, 14. Sobre a identidade
de Calathostelma ditassoides Fourn. Dusenia 12(1): 5-7.
FONTELLA-PEREIRA, J. 1981. Estudos em Asclepiadaceae, 14. Novos sinônimos e uma nova combinação. Bol.
Mus. Bot. Munic. 50: 1-14.
FONTELLA-PEREIRA, J. 1988. Asclepiadaceae brasiliensis, 5. Novos sinônimos. Eugeniana 14: 1-9.
FONTELLA-PEREIRA, J. 1989a. Contribuição ao estudo das Asclepiadaceae brasileiras, 23. Considerações
sobre Ditassa parva (A. Silv.) Font. e espécies correlatas. Eugeniana 16: 19-27.
FONTELLA-PEREIRA, J. 1989b. Estudos em Asclepiadaceae, 26. Novas combinações e novos sinônimos.
Bradea 5(23): 261-266.
FONTELLA-PEREIRA, J. 1990. Estudos em Asclepiadaceae, 24. Novos sinônimos e nova combinação.
Eugeniana 17: 22-29.
FONTELLA-PEREIRA, J. 1991. Asclepiadaceae brasilienses, 9. Novos táxons. Bradea 5(49): 478.
FONTELLA-PEREIRA, J. 1998. Flora fanerogâmica da reserva do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga (São
Paulo, Brasil). 135 – Asclepiadaceae. Hoehnea 25(1): 71-86.
FONTELLA-PEREIRA, J., ARAÚJO, D.S.D. & PAIXÃO, R.J. 1997. Asclepiadaceae da área de proteção ambiental
de Massambaba. Pabstia 8(4): 1-16.
FONTELLA-PEREIRA, J., HATSCHBACH, G. & HARTMANN, R.W. 1985. Contribuição ao estudo das
Asclepiadaceae do Paraná 3. Notas preliminares. Bol. Mus. Bot. Munic. 64: 1-47.
FONTELLA-PEREIRA, J. & MARQUETE, N.F.S. 1971. Estudos em Asclepiadaceae, 2. Sobre a identidade de
Bustelma warmingii Fourn. Bol. Mus. Bot. Munic. 1: 1-6.
FONTELLA-PEREIRA, J. & MARQUETE, N.F.S. 1972. Estudos em Asclepiadaceae, 1. Novos sinônimos. Bradea
1(14): 129-136.
FONTELLA-PEREIRA, J. & MARQUETE, N.F.S. 1973. Estudos em Asclepiadaceae, 4 – Blepharodon Descaine.
Revista Brasil. Biol. 33(1): 77-86.
FONTELLA-PEREIRA, J. & SCHWARZ, E.A. 1981a. Estudos em Asclepiadaceae, 23. Novos sinônimos e novas
combinações. Bol. Mus. Bot. Munic. 46: 1-10.
FONTELLA-PEREIRA, J. & SCHWARZ, E.A. 1981b. Contribuição ao estudo das Asclepiadaceae brasileiras, 16.
Novos sinônimos e uma nova combinação. Bradea 3(22): 159-163.
FONTELLA-PEREIRA, J. & SCHWARZ, E.A. 1981c. Estudos em Asclepiadaceae, 22. Considerações sobre os
gêneros Roulinia Decne. (non Brongn) e Rouliniella Vail. Bol. Mus. Bot. Munic. 45: 1-12.
FONTELLA-PEREIRA, J. & SCHWARZ, E.A. 1981d. Estudos em Asclepiadaceae, 14. Novos sinônimos e uma
nova combinação. Bol. Mus. Bot. Munic. 50: 1-15.
FONTELLA-PEREREIRA, J. & SCHWARZ, E.A. 1982. Contribuição ao estudo das Asclepiadaceae brasileiras, 17.
Novos sinônimos e novas combinações. Bol. Mus. Bot. Munic. 57: 1-8.
FONTELLA-PEREIRA, J. & SCHWARZ, E.A. 1983a. Contribuição ao estudo das Asclepiadaceae brasileiras, 29.
Uma nova subespécie de Matelea Aubl. Bradea 3(40): 362-364.
FONTELLA-PEREIRA, J. & SCHWARZ, E.A. 1983b. Estudos em Asclepiadaceae, 18. Novas combinações e
novos sinônimos. Bradea 4(3): 13-20.
FONTELLA-PEREIRA, J. & SCHWARZ, E.A. 1983c. Contribuição ao estudo das Asclepiadaceae brasileiras, 18.
Uma nova combinação e novas localidades. Atas Soc. Bot. Brasil, secç. Rio de Janeiro 1(9): 43-46.
FONTELLA-PEREIRA, J. & SCHWARZ, E.A. 1983d. Estudos em Asclepiadaceae, 17. Novas combinações e
novos sinônimos. Bradea 3(46): 410-412.
FONTELLA-PEREIRA & VALENTE, M.C. 1969. Contribuição ao estudo das Asclepiadaceae brasileiras, 4.
Espécies novas afins à Ditassa hastata Dcne. Loefgrenia 31: 1-6.
FONTELLA PEREIRA, J., VALENTE, M.C. & ALENCASTRO, F.M.M.R. 1971. Contribuição ao estudo das
Asclepiadaceae brasileiras, 5. Estudos taxonômico e anatômico de Oxypetalum banksii Roem. et Schult.
Rodriguésia 26(38): 261-281.
FONTELLA-PEREIRA, J., VALENTE, M.C., HARLEY, R.M. & MARQUETE, N.F.S. 1989. Contribuição ao estudo
das Asclepiadaceae brasileiras – 24. Checklist preliminar do Estado da Bahia. Rodriguésia 67(41): 81115.
FONTELLA-PEREIRA, J., VALENTE M.C. & MARQUETE, N.F.S. 1995. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais:
Asclepiadaceae. Bol. Bot. Univ. São Paulo 14: 131-179.
233
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
FONTELLA-PEREIRA, J., VALENTE, M.C. & SCHWARZ, E.A. 1984. Contribuição ao estudo das Asclepiadaceae
brasileiras, 21. Asclepiadaceae do município de Ouro Preto, Estado de Minas Gerais – uma sinopse. Bol.
Mus. Bot. Kuhlmann 7(2): 63-127.
FORSTER, P.I. & BRUYNS, P.V. 1992. Clarification of synonymy for the common moth-vine Araujia
sericifera (Asclepiadaceae). Taxon 41: 746-749.
FOURNIER, E.P.N. 1885. Asclepiadaceae. In C.F.P. Martius & A.W. Eichler (eds) Flora brasiliensis.
Typographia Regia. Monachii, vol.6, pt. 4, p. 189-332, tabs. 50-98.
GAGER, C.S. 1902. The development of the pollinium and sperm cells in Asclepias Cornuti, Decaisne. Ann.
Bot. 16: 123-148.
GALIL, J. & ZERONI, M. 1965. Nectar system of Asclepias curassavica. Bot. Gaz. 126(2): 144-148.
GALIL, J. & ZERONI, M. 1969. On the organization of the pollinium in Asclepias curassavica. Bot. Gaz.
130(1): 1-4.
GIULIETTI, A.M., PIRANI, J.R. & HARLEY, R.M. 1997. Espinhaço range region. In S.D. Davis, V.H.
Heywood, O. Herrera-MacBryde, J. Villa-Lobos & A.C. Hamilton (eds) Centres of plant diversity. A
guide and strategy for their conservation. The Americas. WWF/IUCN. Cambridge, vol. 3, p. 397-404.
GOOD, R. 1952. An atlas of the Asclepiadaceae. New Phytol. 51: 198-209.
GOOD, R. 1956. Asclepiadaceae. In Features of evolution in the flowering plants. Longmans, Green & Co.
London, cap. 7-8, p. 208-272.
GOYDER, D.J. 1995 . Asclepiadaceae. In B.L. Stannard (ed.) Flora of the Pico das Almas, Chapada
Diamantina, Bahia. Royal Botanic Gardens. Kew, p. 140-150.
GRANDE ENCICLOPÉDIA LAROUSSE CULTURAL. 1998. Larousse & Nova Cultural. São Paulo.
HEWSON, H.J. 1988. Plant Indumentum. A handbook of terminology. Australian flora and fauna series 9.
Australian Government Publishing Service. Canberra.
HICKEN, C.M. 1928. La Planta cruel “El Tasi” (Araujoa sericifera Brot.). Darwiniana 2(1): 24-29.
HOEHNE, F.C. 1916. Monografia das Asclepiadaceas brasileiras. (Monographia Asclepiadacearum
Brasiliensium). Oxypetalum et Calostigma. Commiss. Linhas Telegr. Estrateg. Matto-Grosso Amazonas
38(1): 1-131, tabs. 1-59; ib. fasc. 1 supl.: 1-13, tabs. 60-62; ib. (2): 1- 29, tabs. 1-12.
HOLM, R.W. 1950. The American species of Sarcostemma R. Br. (Asclepiadaceae). Ann. Missouri Bot. Gard.
37: 477-560.
HOLMGREN, P.K., HOLMGREN, N.H. & BARNETT, L.C. (eds) 1990. Index herbariorum. 8 ed. New York
Botanical Garden. New York.
HOOKER, W.J. & ARNOTT, G.A.W. 1834. Contributions towards a flora of South America and the islands of
the Pacific. J. Bot. (Hooker) 1: 276-296.
HUTCHINSON, J. 1969. Evolution and phylogeny of flowering plants. Dicotyledons: Facts and theory.
Academic Press. London.
JAIMES, V.J. & ARANDA, P.D. 1998. Revisión taxonómica del género Marsdenia R. Br. subsección
Macrophyllae Rothe (Asclepiadaceae: Marsdenieae) de México y Centroamérica. Libro de resúmenes.
VII Congreso Latino Americano de Botánica; XIV Congreso Mexicano de Botánica. Del 18 al 24 de
octubre de 1998. Sociedad Botánica de México. Ciudad de México, p. 305.
JOHNSTON, J.R. 1905. New plants from the islands of Margarita and Coche, Venezuela. Proc. Amer. Acad.
Arts 40: 683-698.
JUDD, W.S., CAMPBELL, C.S., KELLOGG, E.A. & STEVENS, P.F. 1999. Plant systematics: A phylogenetic
approach. Sinauer Associates. Sunderland.
JUDD, W.S., SANDERS, R.W. & DONOGHUE, M.J. 1994. Angiosperm family pairs: Preliminary phylogenetic
analyses. Harvard Pap. Bot. 5: 1-51.
KEPHART, S.R. 1983. The partitioning of pollinators among three species of Asclepias. Amer. Midl. Naturalist
118: 64-76.
KEPHART, S.R. & HEISER, C.B. 1980. Reproductive isolation in Asclepias: lock and key hypothesis
reconsidered. Evolution 34: 738-746.
KEVAN, P.G., EISIKOWITCH, D. & RATHWELL, B. 1989. The role of nectar in the germination of pollen in
Asclepias syriaca L. Bot. Gaz. 150: 266-270.
KUNZE, H. 1991. Structure and function in asclepiad pollination. Pl. Syst. Evol. 176: 227-253.
KUNZE, H. 1994. Ontogeny of the translator in Asclepiadaceae s. str. Pl. Syst. Evol. 193: 223-242.
KUNZE, H. 1995. Floral morphology of some Gonolobeae (Asclepiadaceae). Bot. Jahrb. Syst. 117: 211-238.
KUNZE, H. 1997. Corona and nectar system in Asclepiadinae (Asclepiadaceae). Flora 192: 175-183.
LEV-YADUN, S. 1999. Articulated cork in Calotropis procera (Asclepiadaceae). Aliso 18: 161-163.
234
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
LIEDE, S. 1994. Myth and reality of the subtribe Astephaninae (Decne.) Schumann (Asclepiadaceae). Bot. J.
Linn. Soc. 114: 81-98.
LIEDE, S. 1996. Anther differentiation in the Asclepiadaceae – Asclepiadeae: form and function. In W.G.
D’Arcy & R.C. Keating (eds) The anther: form, function and phylogeny. Cambridge University Press.
Cambridge, p. 221-235.
LIEDE, S. 1997a. Subtribes and genera of the tribe Asclepiadeae (Apocynaceae, Asclepiadoideae) – a
synopsis. Taxon 46: 233-247.
LIEDE, S. 1997b. American Cynanchum (Asclepiadaceae) – a preliminary infrageneric classification. Novon
7: 172-181.
LIEDE, S. & ALBERS, F. 1994. Tribal disposition of genera in the Asclepiadaceae. Taxon 43: 201-231.
LIEDE, S. & KUNZE, H. 1993. A descriptive system for corona analysis in Asclepiadaceae and Periplocaceae.
Pl. Syst. Evol. 185: 275-284.
LIEDE, S. & WEBERLING, F. 1995. On the inflorescence structure of Asclepiadaceae. Pl. Syst. Evol. 197: 99109.
LILLO, M. 1919. Las asclepiadaceas argentinas. Physis 4(18): 410-437.
MACIOR, L.W. 1965. Insect adaptation and behavior in Asclepias pollination. Bull. Torrey Bot. Club 92: 114126.
MALME, G.O.A. 1900. Die Asclepiadaceen des Regnell'schen Herbars. Bih. Kongl. Svenska Vetensk.-Akad.
Handl. 34(7): 1-102.
MALME, G.O.A. 1905. Asclepiadaceae paranaenses a Dr. P. Dusén collectae. Ark. Bot. 4(3): 1-14.
MALME, G.O.A. 1927. Asclepiadaceae duseniana in Paraná collectae. Ark. Bot. 21A(3): 1-48.
MARQUETE, N.F.S. 1979. Revisão taxonômica do gênero Barjonia Decne. (Asclepiadaceae). Rodriguésia
31(51): 7-70.
MARQUETE, N.F.S., VALENTE, M.C., ALENCASTRO, F.M.M.R., FONTELLA-PEREIRA, J. & SUCRE, D.B. 1975.
Contribuição ao estudo das Asclepiadaceae brasileiras.– 10. Estudos taxonômico e anatômico de:
Gonioanthela odorata (Decne.) Malme e Gonioanthela hilariana (Fourn.) Malme. Revista Brasil. Biol.
35(4): 745-756.
MCNEIL, J.N. 1977. Plant-insect relationships between common milkweed Asclepias syriaca (Gentianales:
Asclepiadacees) and the European skipper Thymelicus lineola (Lepidoptera: Hesperiidae). Canad. J.
Bot. 55: 1553-1555.
MELLO-SILVA, R. 1996. Revisão das Vellozia tubifloras (Vellozia sect. Radia) e caracteres para o
aprimoramento da filogenia de Velloziaceae. Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo. São Paulo.
MENDONÇA, M.P. & LINS, L.V. 2000. Lista vermelha das espécies ameaçadas de extinção da flora de Minas
Gerais. Fundação Biodiversitas e Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte. Belo Horizonte.
MEVE, U. & LIEDE, S. 1994. Floral biology and pollination in stapeliads – new results and a literature review.
Pl. Syst. Evol. 192: 99-116.
MEYER, T. 1943. Revisión de las especies argentinas del género “Oxypetalum” (Asclepiadaceae). Lilloa 9: 572+16 tabs.
MEYER, T. 1951. Notas sobre Asclepiadaceas sulamericanas 1. Duseniana 2(6): 365-368.
MORILLO, G.N. 1976. A revision of Blepharodon (Asclepiadaceae). M.S. Thesis, Saint Louis University. Saint
Louis.
MORILLO, G.N. 1978. El género Marsdenia en Venezuela, Colombia y Ecuador. Acta Bot. Venezuel. 13: 2376.
MORILLO, G.N. 1984. Nuevas especies, nuevos nombres y nuevas combinaciones en Matelea Aubl. Ernstia
24: 35-40.
MORILLO, G.N. 1987. Notas sobre Marsdenia R. Br. en el neotrópico. Ernstia 43: 18-26.
MORILLO, G.N. 1997. Asclepiadaceae. In J.A. Steyermark, P.E. Berry & B.K. Holst (eds) Flora of the
Venezuelan Guayana. Missouri Botanical Garden. Saint Louis, vol. 3, p. 129-177.
MORILLO, G.N. & CARNEVALI, G. 1987. Marsdenia suberosa (Fourn.) Malme y sus afines. Ernstia 45: 1-10.
MORSE, D.H. 1985. Milkweeds and their visitors. Sci. Amer. 253: 90-96C.
NEWTON, L.E. 1984. Terminology of structures associated with pollinia of the Asclepiadaceae. Taxon 33(4):
619-621.
NICHOLAS, A. & BAIJNATH, H. 1994. A consensus classification for the order Gentianales with additional
details on the suborder Apocynineae. Bot. Rev. 60(4): 440-482.
NOLAN, J.R. 1969. Bifurcation of the stem apex in Asclepias syriaca. Amer. J. Bot. 56: 603-609.
235
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
OCCHIONI, P. 1952. Notas sôbre o gênero Oxypetalum R. Brow. com a descrição de nova espécie e nova
variedade da Flóra do Itatiaia. Duseniana 3(3): 197-203.
OLLERTON, J. & LIEDE, S. 1997. Pollination systems in the Asclepiadaceae: a survey and preliminary
analysis. Bot. J. Linn. Soc. 62: 593-610.
OMLOR, R. 1998. Generische revision der Marsdenieae (Asclepiadaceae). Doktor Dissertation, Universität
Kaiserslautern. Shaker Verlag. Aachen.
PANT, D.D., NAUTIYAL, D.D. & CHATUVERDI, S.K. 1982. Pollination ecology of some indian asclepiads.
Phytomorphology 32: 302-313.
PAUW, A. 1998. Pollen transfer on birds’ tongues. Nature 394: 731-732.
PONTIROLIS, A. 1983. Asclepiadaceae. In A.L. Cabrera (ed.) Flora de la provincia de Jujuy. Instituto
Nacional de Tecnología Agrícola. Buenos Aires, vol. 13, pt. 8, p. 116-176.
RADFORD, A.E., DICKISON, W.C., MASSEY, J.R. & BELL, C.R. 1974. Vascular Plant Systematics. Harper &
Row. New York.
RAHMAN, M.A. & WILCOCK, C.C. 1991. A taxonomic revision of Calotropis (Asclepiadaceae). Nordic J. Bot.
11(3): 301-308.
RAO, V.S. & GANGULI, A. 1963. The floral anatomy of some Asclepiadaceae. Proc. Indian Acad. Sci. 57b:
15-44.
ROBERTSON, C. 1886. Notes on the mode of pollination of Asclepias. Bot. Gaz. 11: 262-269.
ROSATTI, T.J. 1989. The genera of suborder Apocynineae (Apocynaceae and Asclepiadaceae) in the
southeastern United States. J. Arnold Arbor. 70(3/4): 307-401, 443-514.
ROTHE, W. 1915. Über die Gattung Marsdenia R. Br. und die Stammpflanze der Condurango-rinde. Bot.
Jahrb. Syst. 52: 354-434.
SAFWAT, F.M. 1962. The floral morphology of Secamone and the evolution of the pollinating apparatus in
Asclepiadaceae. Ann. Missouri Bot. Gard. 49: 95-29.
SCHLECHTER, R. 1905. Periplocaceae & Asclepiadaceae. In K. Schumann & K. Lauterbach (eds) Flora der
Deutschen Schutzgebiete in der Südsee. Bornträeger. Leipzig, p. 351-369.
SCHLECHTER, R. 1924. Periplocaceae & Asclepiadaceae. In R.E. Fries & C.E. Fries (eds) Beiträge zur
kenntnis der flora des Mt. Kenia, Mt. Aberdare und Mt. Elgon. V. Notiz. Bot. Gart. Berlin-Dahlem 9:132.
SCHUMANN, K. 1898. Asclepiadaceae. In I. Urban (ed.) Plantae novae americanae imprimis glaziovianae, 2.
Bot. Jahrb. Syst. 25(60): 725-733.
SENNBLAD, B. & BREMER, B. 1996. The familial and subfamilial relationship of Apocynaceae and
Asclepiadaceae evaluated with rbcL data. Pl. Syst. Evol. 202: 153-176.
SILVEIRA, A. 1908. Flora e Serras Mineiras. Imprensa official. Belo Horizonte.
SOUTHWICK, E.E. 1983. Nectar biology and nectar feeders of common milkweed, Asclepias syriaca L. Bull.
Torrey Bot. Club 110: 324-334.
SPJUT, R.W. 1994. A systematic treatment of fruit types. Mem. New York Bot. Gard. 70: 1-182.
STEARN, W.T. 1998. Botanical Latin. 4 ed. Timber Press, Portland.
STEBBINS, G.L. 1974. Flowering plants: Evolution above the species level. E. Arnold. London.
STRUWE, L., ALBERT, V.A. & BREMER, B. 1994. Cladistics and family level classification of the Gentianales.
Cladistics 10: 175-206.
SUNDELL, E. 1981. The New World species of Cynanchum subgenus Mellichampia (Asclepiadaceae). Evol.
Monogr. 5: 1-63.
SWARUPANANDAN, K., MANGALY, J.K., SONNY, T.K., KISHOREKUMAR, K. & BASHA, S.C. 1996. The
subfamilial and tribal classification of the family Asclepiadaceae. Bot. J. Linn. Soc. 120: 327-369.
TAKHTAJAN, A.L. 1983. The systematic arrangement of dicotyledonous families. In C.R. Metcalfe & L. Chalk
(eds) Anatomy of the dicotyledons. 2 ed. Claredon Press. Oxford, vol. 2, p.180-201.
TAKHTAJAN, A.L. 1997. Diversity and classification of flowering plants. Columbia University Press. New
York.
TAO, L., GILBERT, M.G. & STEVENS, W.D. 1995. Asclepiadaceae. In W. Zheng-yi & P.H. Raven (eds) Flora
of China. Missouri Botanical Garden. Saint Louis, vol. 16, p. 189-270.
THOMAS, V. 1991. Structural, functional and phylogenetic aspects of the colleter. Ann. Bot. 68: 287-305.
THORNE, R.F. 1976. A phylogenetic classification of the angiosperms. In M.K. Hex, W.C. Steere & B.
Wallace (eds) Evolutionary biology. Plenum Press. Oxford, vol. 9, p. 35-106.
THORNE, R.F. 1992. An updated phylogenetic classification of the flowering plants. Aliso 13: 365-389.
236
Capítulo V. Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
TORQUATO, J.R. & FOGAÇA, A.C.C. 1981. Correlação entre o supergrupo Espinhaço no Brasil, o grupo Chela
em Angola e as formações Nosib e Khoabendus da Namíbia. Anais do Simpósio sobre o Craton do São
Francisco e suas faixas marginais. Sociedade Brasileira de Geologia, Núcleo da Bahia, Coordenação da
Produção Mineral. Salvador, p. 87-98.
VALENTE, M., FONTELLA-PEREIRA, J. & ALENCASTRO, F.M.M.R. 1973. Contribuição ao estudo das
Asclepiadaceae brasileiras, 9. Estudos taxonômico e anatômico de Oxypetalum appendiculatum Mart.,
Oxypetalum pilosum Gardn. e Oxypetalum sublanatum Malme. Anais Acad. Brasil. Ci. 45(1): 121-149.
VIEIRA, M.F. 1998. Biologia reprodutiva de espécies de Oxypetalum (Asclepiadaceae), na região de Viçosa,
MG, Sudeste brasileiro. Tese de Doutorado, Universidade Estadual de Campinas. Campinas.
VIEIRA, M.F. & SHEPHERD, G.J. 1999a. Pollinators of Oxypetalum (Asclepiadaceae) in southeastern Brazil.
Revista Brasil. Biol. 59(4): 693-704.
VIEIRA, M.F. & SHEPHERD, G.J. 1999b. Sistema reprodutivo de Oxypetalum appendiculatum Mart. e
Oxypetalum banksii Roem. & Schult. subsp. banksii (Asclepiadaceae). Acta Bot. Brasil. 13(3): 237-241.
WANNTORP, H.-E. 1988. The genus Microloma (Asclepiadaceae). Opera Bot. 98: 1-69.
WILLSON, M.F. & PRICE, P.W. 1980. Resource limitation of fruit and seed production in some Asclepias
species. Canad. J. Bot. 58: 2229-2233.
WOLFE, L.M. 1987. Inflorescence size and pollinaria removal in Asclepias curassavica and Epidendrum
radicans. Biotropica 19: 86-89.
WOODSON, R.E. JR. 1941. The North American Asclepiadaceae. 1. Perspectives of the genera. Ann. Missouri
Bot. Gard. 28(2): 193-244.
WOODSON, R.E. JR. 1954. The North American species of Asclepias L. Ann. Missouri Bot. Gard. 41: 1-211.
WYATT, R. 1976. Pollination and fruit-set in Asclepias: a reappraisal. Amer. J. Bot. 63(6): 845-851.
WYATT, R. 1980. The reproductive biology of Asclepias tuberosa: 1. Flower number, arrangement, and fruitset. New Phytol. 85: 119-131.
WYATT, R. 1981. The reproductive biology of Asclepias tuberosa: 2. Factors determining fruit-set. New
Phytol. 88: 375-385.
WYATT, R. & BROYLES, S.B. 1994. Ecology and evolution of reproduction in milkweeds. Annu. Rev. Ecol.
Syst. 25: 423-441.
WYATT, R. & BROYLES, S.B. 1997. The weedy tropical milkweeds Asclepias curassavica and A. fruticosa are
self-compatible. Biotropica 29: 232-234.
3
W TROPICOS: (http://mobot.mobot.org/Pick/Search/pick.html)
237
Índice de Táxons:
Acerates – 56.
A. longifolia – 56.
Acerotis – 56.
Acrocoryne – 67.
A. caribaea – 67.
Amphidetes – 23.
Amphistelma angulatum – 69.
A. aphyllum – 69.
A. melanthum – 69.
A. scoparium – 69.
A. tomentosum – 69.
Amphorella – 23.
A. castanea – 23.
Anantherix – 56.
A. viridis – 56.
Anthanotis – 56.
A. procumbens – 56.
Apocynaceae – 3, 5, 7, 8.
Apocynum erectum – 127, 129.
A. syriacum – 62.
A. volubile – 27.
Araujia – 27.
A. albens – 27.
A. hortorum – 27.
A. sericifera – 8, 27, 28.
Asclepiadaceae – 3, 129.
Asclepiadeae – 9, 12, 60, 127.
Asclepiadoideae – 3-12, 13, 14, 107.
Asclepias – 7, 9-13, 56, 57, 61.
A. altissima – 18.
A. arenicola – 56.
A. arvensis – 36.
A. auriculata –56.
A. bicolor – 59.
A. campestris – 59.
A. candida – 57, 58, 59.
A. communis – 52.
A. cordata – 66.
A. curassavica – 6, 11, 59, 60.
A. curupi – 58, 59.
A. feayi – 56.
A. foetidum – 67.
A. fruticosa – 60.
A. hassleriana – 59.
A. hastata – 63.
A. hispida – 85.
A. jangadensis – 58, 59.
A. longicornu – 56.
A. longifolia – 56.
A. macrophylla – 19.
A. marginata – 57.
A. mellodora – 58, 59.
A. mellodora var. bodenbenderi – 59.
A. mellodora var. mellodora – 59.
A. mellodora var. multinervis – 59.
A. montevidensis – 59.
A. multicaulis – 36.
A. multinervis – 59.
A. nervosa – 58, 59.
A. pallida – 59.
A. papillosa – 58.
A. perennis – 11.
A. pilosa – 35.
A. procera – 62.
A. selloana – 59.
A. subulata – 59.
A. sullivantii – 11.
A. syriaca – 11, 12, 56.
A. texana – 11.
A. umbellata – 59.
A. variegata – 56.
A. viridis – 56.
Asclepiodella – 56.
A. feayi – 56.
Asclepiodora – 56.
Astelma – 17.
A. secamonoides – 17.
Astephaninae – 5, 118.
Astephanus – 6, 64, 107, 119, 127.
A. carassensis – 120.
A. furlanii – 123.
A. grazielae – 107.
A. laxifolius – 122.
A. luteus – 122.
A. piranii – 121.
A. semirii – 106.
Barjonia – 8, 87, 127, 129, 130.
B. acerosa – 125, 126.
B. chloraeifolia – 128, 129, 130.
B. deltoidea – 129.
B. ditassoides – 77.
B. erecta –129, 130.
B. linearis – 129.
B. obtusifolia – 129.
B. parva – 80.
B. platyphylla – 128.
B. racemosa – 127, 129.
B. warmingii – 129.
Basistelma – 64.
Baxteria – 16.
Biventraria – 56.
B. variegata – 56.
Blepharodon – 6-8, 111, 130, 131, 132.
B. adenopogon – 136.
B. ampliflorum – 133, 134.
B. angustifolium – 136.
B. asterion – 141.
B. bicuspidatum – 137.
B. bidens – 137.
B. bracteatum – 135.
B. decaisnei – 136.
B. diffusum – 135.
B. itapetiningae – 137.
B. lineare – 131, 132, 133.
B. nitidum – 135, 136, 137.
B. nodosum – 135.
B. ornatum – 136.
B. pallidum – 135.
B. polygaloides – 110.
B. reflexum – 135.
B. sagittatum – 133.
B. spruceanum – 135.
B. steudelianum – 135.
B. steyermarkii – 135.
B. tridentatus – 137.
B. venezuelense – 135.
Bunburia – 63.
B. elliptica – 63.
Bustelma – 29.
B. warmingii – 29, 48.
Calathostelma – 72.
C. ditassoides – 72, 95.
Callaeolepium – 23.
C. warscewiczii – 23.
Calostigma – 29.
C. baetaeanum – 39.
C. glabrum – 38.
C. glaziovii – 38.
C. guilleminianum – 39.
C. insigne – 29, 39.
Calotropis – 7, 61, 62.
C. busseana – 62.
C. gigantea –63.
C. hamiltonii – 62.
C. heterophylla – 62.
C. inflexa – 62.
C. persica – 62.
C. procera – 5, 11, 62, 63.
C. syriaca – 62.
C. wallichii – 62.
Ceropegia – 7.
C. palustris – 63.
Ceropegieae - 5, 7-12.
Chloraea – 129.
Chlorochlamys – 16.
C. celebica – 16.
Chthamalia – 23.
C. nummularia – 23.
C. pubiflora – 23.
Coelostelma – 23.
C. refractum – 23.
Coleoptera – 9.
Colostephanus – 63.
C. capensis – 63.
Compositae – 13, 132.
Cyathella – 63.
Cyclodon – 23.
C. alabamense – 23.
Cynanchum – 63, 64-66, 68.
C. acutum – 63.
C. altissimum – 18.
C. aphyllum – 69.
C. asterion – 141.
C. contrapetalum – 65, 66.
C. denticulatum – 24.
C. floridum – 69.
C. jamaicense – 66.
C. lanceolatum – 70.
C. magdalenicum – 66.
C. maritimum – 23.
C. melanthum – 69.
C. montevidense – 66, 67.
C. nitidum – 135.
C. parviflorum – 65, 67.
C. roulinioides – 5, 7, 65, 66.
C. scoparium – 69.
Cynanchum subg. Mellichampia – 67.
C. subulatum – 69.
C. tamifolium – 66.
C. viride – 24.
C. viridiflorum – 24.
Cynoctonum – 63.
C. scoparium – 69.
Cystostemma glandulosum – 32.
Dactylostelma – 29.
D. boliviense – 29.
Dalzielia – 17.
D. oblanceolata – 17.
Dannaus plexippus – 11, 60.
Decanema – 63.
D. bojerianum – 63.
Decastelma – 67.
D. broadwayi – 67.
Dicarpophora – 64.
D. mazzuchii – 64.
Dictyanthus – 23.
D. pavonii – 23.
Diploglossum – 63.
Diptera – 9.
Dischidanthus – 17.
D. urceolata – 17.
Ditassa – 6, 64, 68, 69, 71, 72, 73, 92, 107-109,
111, 130.
D. abortiva – 79.
D. acerosa – 82, 84, 85.
D. adnata – 138.
D. aequicymosa – 88, 89.
D. anomala – 68.
D. apiculata – 99.
D. auriflora – 5, 117, 118.
D. banksii – 72, 96.
D. bifurcata – 5, 108.
D. blanchetii – 86.
D. burchellii – 68.
D. capillaris – 116.
D. castellana – 113, 114.
D. cipoensis – 5, 92.
D. conceptionis – 95.
D. consanguinea – 85, 86.
D. cordata – 79.
D. cordata var. abortiva – 81.
D. cordeiroana – 116, 117, 118.
D. crassifolia – 139.
D. crassinervia – 87.
D. decussata – 75, 77.
D. diamantinensis – 84, 85.
D. ditassoides – 77, 79, 80.
D. ericoides – 82.
D. eximia – 99, 101, 106.
D. fallax – 91.
D. fasciculata – 114, 115.
D. fulva – 86.
D. glazioui – 94, 95.
D. gomesii – 88.
D. grazielae – 5, 9, 107, 112, 113.
D. guilleminiana – 85.
D. hastata – 113, 114.
D. hemipogonoides – 109, 112, 113.
D. heterostemma – 100.
D. hilariana – 103.
D. hispida – 85, 86.
D. hoehnei – 97, 98.
D. inconspicua – 5, 111.
D. itambensis – 5, 93, 94.
D.k lotzschii – 85.
D. laevis – 102, 103.
D. lenheirensis – 97, 98.
D. linearis –103, 104.
D. longicaulis – 5, 90.
D. longisepala – 93, 94.
D. lourteigiae – 79, 80.
D. macrantha – 100.
D. magisteriana – 5, 112.
D. maranhensis – 114.
D. melantha – 139.
D. micromeria – 81, 82, 108.
D. monocoronata – 5, 109.
D. montana – 87.
D. mucronata – 87, 88, 89.
D. myriantha – 96.
D. myrtilloides – 95, 96.
D. obcordata – 96, 97.
D. odorata – 103.
D. parva – 80, 81.
D. passerinoides – 75.
D. pedunculata – 102, 104.
D. pohliana – 89, 90.
D. polygaloides – 110, 111, 112.
D. praecincta – 116.
D. ramosa – 86.
D. refractifolia – 108, 109.
D. retusa – 101, 104, 106.
D. riedelii – 85.
D. rosea – 99, 101, 106.
D. rufescens – 85.
D. saxatilis – 103.
D. semirii – 5, 106, 107.
D. silveirae – 125.
D. subulata – 98, 99.
D. succedanea – 5, 98, 99.
D. tomentosa – 91, 92.
D. tomentosa var. cipoensis – 92.
D. umbellata – 96.
D. venosa – 91.
D. virgata – 79.
Dregea – 16.
D. floribunda – 16.
Ecliptostelma – 17.
E. molle – 17.
Edisonia 23.
E. pubiflora – 23.
Elcomarhiza – 16.
E. amylacea – 16.
Emicocarpus – 6.
Endotropis – 64.
Enslenia jamaicensis – 66.
E. volubilis – 72.
Epicion – 67.
E. bahamense – 67.
Ericaceae – 63.
Esmeralda – 67.
Esmeraldia – 67.
E. stricta – 67.
Eustegia – 7.
Exolobus – 21.
E. patens – 21.
E. selloanus – 22.
Fabaceae – 62.
Fimbristemma – 23.
F. gonoloboides – 23.
Flanagania – 64.
F. orangeana – 64.
Glaziostelma – 71.
G. ovalifolium – 71.
Gomphocarpus – 9, 57, 60, 61.
G. fruticosus – 12, 60, 61.
G. physocarpus – 6, 61.
Gonioanthela – 6, 140.
G. axillaris – 141.
G. hilariana – 140, 141.
G. odorata – 140.
Gonolobeae – 7, 9, 10, 22.
Gonolobinae – 5, 22.
Gonolobus – 7, 9, 21, 24.
G. altissimus – 18.
G. denticulatus – 24.
G. gonocarpus – 21.
G. guianensis – 24, 25.
G. macrophyllus – 21.
G. obtusiflorus – 24.
G. patens – 21.
G. selloanus – 22.
G. stelliflorus – 24.
G. viridiflorus – 24.
Gothofreda – 29.
G. gracilis – 29.
Gymnema – 64.
Gymnemopsis – 16.
G. pierrei – 16.
Gyrostelma – 26.
G. bornmulleri – 26.
G. oxypetaloides – 26, 26.
Harmandiella – 17.
H. cordifolia – 17.
Harrisonia – 16.
H. loniceroides – 17.
Heliostemma – 23.
H. molestum – 23.
Hemipogon – 6, 118, 119, 125, 126, 130.
H. abietoides – 124.
H. acerosus – 118, 123, 124, 126.
H. carassensis – 5, 120, 121, 127.
H. furlanii – 5, 123, 127.
H. hatschbachii – 5, 126, 127.
H. hemipogonoides – 5, 125, 126, 127.
H. irwinii – 124.
H. laxifolius – 122.
H. luteus – 119, 121, 122, 123, 127.
H. piranii – 5, 121, 127.
H. setaceus – 6, 124.
H. sprucei – 119.
Hemiptera – 9.
Hickenia – 29.
H. scalae – 7, 29.
Himantostemma – 23.
H. pringlei – 23.
Hostea – 22, 24.
Hoya – 5.
Husnotia – 72.
H. rotundifolia – 72.
Hymenoptera – 9.
Ibatia – 23.
I. maritima – 23.
Ichneumonidae – 11.
Ifdregea – 17.
Irmischia – 67.
I. floribunda – 67.
Jacaima – 23.
J. costata – 23.
Labidostelma – 23.
L. guatemalense – 23.
Lachnostoma – 22.
L. prostratum – 23.
L. tigrinum – 22.
Lagenia – 27.
Leichardtia – 16.
L. australis – 16.
Lamiaceae – 63.
Lepidoptera – 9.
Lhotzkyella – 23.
L. lhotzkyana – 23.
Liliaceae – 63.
Loganiaceae – 63.
Loniceroides – 17.
L. harrisoniae – 16, 17.
Lyonia – 63.
L. maritima – 63.
Macbridea – 63.
M. maritima – 63.
Macroditassa – 6, 138, 139.
M. adnata – 138, 139.
M. melantha – 5, 139.
Madarosperma – 71.
M. confusum – 68.
M. trailiana – 71.
Madorius – 62.
Mahafalia – 64.
M. nodosa – 64.
Malinvaudia – 23.
M. capillacea – 23.
Marsdenia – 16, 17.
M. altissima – 18.
M. burchellii – 18.
M. caulantha – 18.
M. caurensis – 18.
M. dracontea – 20, 21.
M. ecorpuscula –18.
M. heterophylla – 20, 21.
M. hilariana – 19, 20.
M. imthurnii – 18.
M. macrophylla – 19, 20.
M. maculata – 19.
M. molissima – 18.
M. schenckii – 20, 21.
M. suberosa – 20, 21.
M. tinctoria – 16.
M. urceolata – 17.
M. warmingii – 19.
Marsdenieae – 9, 17, 64, 127.
Matelea – 7, 13, 21, 22, 24, 26.
M. denticulata – 24, 25.
M. linearis – 131, 132.
M. oxypetaloides – 26.
M. palustris – 23.
M. pedalis – 25, 26.
M. viridiflora – 24.
Mellichampia – 63.
M. rubescens – 63.
Meresaldia – 67.
M. stricta – 67.
Metastelma – 6, 64, 67, 68, 70, 71, 119, 124, 127.
M. abietoides – 124.
M. acerosum – 125, 127.
M. aphyllum – 69.
M. bahamense – 67.
M. barbatipetalum – 140.
M. burchellii – 5, 68, 69, 86.
M. cordatifolium – 93.
M. hatschbachii – 5, 126.
M. hemipogonoides – 125, 126.
M. heterodontum – 91.
M. hilarianum – 140.
M. hirsutum – 85.
M. lanceolatum – 70.
M. longicaule – 90.
M. longisepalum – 93.
M. melanthum – 69.
M. myrtifolium – 67.
M. obscurum – 91.
M .organense – 140.
M. parviflorum – 67.
M. scoparium – 6, 69, 70.
M. tomentosum – 91, 92.
M. venosum – 91.
M. steudelianum – 135.
Metastelmatinae – 14, 73.
Microdactylon – 23.
M. cordatum – 23.
Microstelma – 21.
Misumena vatia – 11.
Nautonia – 119.
N. nummularia – 7.
Nematostemma – 64.
N. perrieri – 64.
Nematuris – 72.
N. volubilis – 72.
Nephradenia – 127, 130.
N. acerosa – 6, 7, 127, 130, 131.
Neuroptera – 9.
Odontostephana – 23.
Oligoron – 56.
Omphalophthalmum – 23.
O. rubra – 23.
Orchidaceae – 12, 63, 67, 129.
Orthosia – 68.
O. aphylla – 69.
O. bahiensis – 116.
O. melantha – 69.
O. tomentosa – 69.
Otanema – 56.
Otaria –56.
O. auriculata – 56.
Oxypetalum – 7, 8, 28, 29, 32.
O. aequaliflorum – 42, 43.
O. ampliflorum – 36, 38.
O. appendiculatum – 8, 11, 49, 50, 51.
O. arachnoideum – 51, 52.
O. baetaeanum – 39.
O. banksii – 9, 11, 28, 52.
O. bello-horizontinum – 48, 49.
O. campestre – 36, 37.
O. capitatum – 43.
O. cipoense – 33, 35.
O. clavigerum – 43.
O. coeruleum – 6.
O. cordifolium – 29.
O. coriaceum – 31.
O. decaisneanum – 39.
O. deltoideum – 53.
O. densiflorum – 31.
O. dentatum – 41.
O. erectum – 36, 37, 38.
O. erianthum – 42.
O. erostre – 53, 53, 54.
O. floribundum – 36, 37.
O. foliosum – 35, 36.
O. glabrum – 38, 39, 40.
O. grandiflorum – 51.
O. guilleminianum – 55.
O. hasslerianum – 43.
O. insigne – 8, 39, 40, 41.
O. insigne var. glabrum – 39.
O. jacobinae – 41, 42.
O. kalanthum – 38, 39.
O. lagoense – 41.
O. ligulatum – 33.
O. lineare – 43.
O. luschnathii – 31.
O. lynchianum – 43.
O. maritimum – 52.
O. minarum – 33.
O. montanum – 33, 35.
O. nitidum – 38, 39.
O. pachyglossum – 31, 32.
O. pachygynum – 54, 55.
O. paludosum – 31.
O. pauperculum – 53.
O. pilosum – 53, 54.
O. polyanthum – 5, 46, 47, 48.
O. proboscideum – 43, 44.
O. propinquum – 53.
O. reflexum – 43.
O. rusticum – 5, 40, 41.
O. scalae – 7, 29.
O. selloanum – 32.
O. siliculae – 50.
O. squamulatum – 55.
O. stenophyllum – 43.
O. strictum – 44, 46, 48-49.
O. strictum ssp. polyanthum – 47, 48, 50.
O. tricarunculatum – 35.
O. vestitum – 54.
O. warmingii – 46, 48, 49.
O. wightianum – 55, 56.
Oxypteryx – 56.
O. arenicola – 56.
Pachyglossum – 29.
Pachystelma – 23.
P. cordatum – 23.
Papuastelma – 17.
P. secamonoides – 17.
Pattalias – 64.
P. palmeri – 64.
Peckoltia – 23.
P. pedalis – 23, 25.
Peplonia – 141.
P. asteria – 7, 141, 142.
P. hilariana – 142.
P. nitida – 141.
Perianthostelma – 64.
Periploca – 3.
Periplocaceae – 3.
Phaeostemma – 23.
P. riedelii – 23.
Physianthus – 27.
P. albens – 27.
Podostemma – 56.
P. longicornu – 56.
Podostigma – 56.
P. pubescens – 56.
Poicilla – 23.
P. costata – 23.
P. ovatifolia – 23.
P. tamnifolia – 23.
Poicillopsis – 23.
P. ovatifolia – 23.
Polygalaceae – 63.
Polyotus – 56.
Polystemma – 23.
P. viridiflora – 23.
Pompilidae – 11.
Prosthecidiscus – 23.
P. guatemalensis – 23.
Pseudibatia – 23.
Pseudomarsdenia – 16.
Pseudosarcolobus – 16.
P. villosus – 16.
Pterophora – 16.
Pterygocarpus – 16.
P. abyssinicus – 16.
Ptycanthera – 23.
P. berteroi – 23.
Pulvinaria – 23.
P. lhotzkyana – 23.
Pycnobregma – 23.
P. funckii – 23.
Pycnoneurum – 63.
P. junciforme – 63.
Rojasia – 29.
R. gracilis – 29.
Rosaceae – 56.
Rothrockia – 23.
R. cordifolia – 23.
Roulinia – 63, 65.
R. acuta – 66.
R. blanda – 66.
R. convolvulacea – 66.
R. cordata – 66.
R. corymbosa – 64.
R. fluminensis – 66.
R. jamaicensis – 66.
R. mannii – 66.
R. modesta – 66.
R. montevidensis – 66.
R. parviflora – 65.
R. riedelii – 66.
R. selloana – 66.
R. tamifolia – 66.
R. versicolor – 66.
R. voglii – 66.
Rouliniella – 63, 64.
R. corymbosa – 64.
R. jamaicensis – 66.
Ruehssia – 16.
R. estebanensis – 19.
R. glauca – 19.
R. macrophylla – 19.
R. maculata – 19.
R. pubescens – 19.
R. purpurea – 19.
Rytidoloma – 23.
R. reticulatum – 23.
Sarcocyphula – 63.
S. gerrardii – 63.
Sarmasikia – 64.
Sattadia – 71.
S. burchellii – 71.
Schizonotus – 56.
S. purpurascens – 56.
Schizostemma – 29.
Scyphostelma – 64.
S. granatensis – 64.
Secamone – 3, 8.
Sicyocarpus – 16.
Simaroubaceae – 16.
Solanoa – 56.
S. purpurascens – 56.
Solanoana – 56.
Sphecidae – 11.
Stapelia gigantea – 6.
Stapelieae – 5, 7.
Stelmation – 67.
S. myrtifolium – 67.
Stylandra – 56.
Symphyglossum – 63.
Symphyoglossum – 63.
S. hastatum – 63.
Tassadia – 6, 64, 68, 71.
T. angustifolia – 71.
T. comosa – 71.
T. lanceolata – 71.
T. minutiflora – 72.
T. obovata – 71.
T. propinqua – 71, 72.
T. sprucei – 71.
T. subulata – 69, 70.
T. subulata var. florida – 70.
T. subulata var. subulata – 70.
T. subulata var. tomentosa – 70.
Telminostelma – 63, 65.
T. foetidum – 67.
T. parviflorum – 65.
T. roulinioides – 63, 65, 66.
Tetracustelma – 23.
T. prostratum – 23.
Tetragonocarpus – 16.
T. teysmannii – 16.
Thozetia – 17.
T. racemosa – 17.
Traunia – 16.
T. albiflora – 16.
Trichostelma – 21.
T. ciliatum – 21.
Tylodontia – 63.
Tylophora – 12.
Tympananthe – 23.
T. suberosa – 23.
Urostephanus – 23.
U. gonoloboides – 23.
Vellozia hirsuta – 38.
Verlotia – 17.
V. dracontea – 20.
V. heterophylla – 20.
V. suberosa – 20.
Vincetoxicum gonocarpus – 21.
V. alabamense – 23.
V. gonocarpus – 21.
V. melanthum – 69.
V. montevidense – 66.
V. scoparium – 69.
V. viridiflorum – 24.
Voharanga – 64.
V. madagascariensis – 64.
Vohemaria – 64.
V. messeri – 64.
Capítulo V (apêndice). Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
Apêndice
Chave Integral para as espécies de Asclepiadoideae da Cadeia do Espinhaço de Minas Gerais.
1. Polínios eretos, unidos pela base aos caudículos..............................................................................................2
1. Polínios pendentes ou horizontais, unidos apical ou lateralmente aos caudículos...........................................4
2. Corola amarelo-esverdeada, com mais de 10,5 mm compr., abaxialmente glabra; lacínias não ciliadas.
Lobos da corona subdividos em uma porção basal carnosa prolongada em um lobo linear, hialino, da
mesma altura ou mais altos que a membrana apical das anteras. Polínios até 0,7 mm compr.........................
......................................................................................................................1.3. Marsdenia suberosa (76)[1]
2. Corola vinácea, ao menos adaxialmente, com menos de 10,5 mm compr., abaxialmente pubescente ou
ciliada nas lacínias. Lobos da corona inteiros, carnosos, mais baixos que a membrana apical das anteras.
Polínios ca. 1 mm compr. ou mais.............................................................................................................3[1]
3. Ramos velutino-tomentosos. Pecíolo 3-4 cm compr.; lâmina vilosa a pilosa, com mais de 8 cm larg.; base
reniforme a lobada. Inflorescências ca. 20-floras. Sépalas desiguais. Corola com menos de 7 mm compr.,
abaxialmente pubescente. Lobos da corona atingindo a base da membrana apical das anteras. Retináculo
ca. 0,15 mm compr.; polínios ca. 1 mm compr. Folículo viloso..................1.1. Marsdenia altissima (77)[2]
3. Ramos glabros. Pecíolo até 1,5 cm compr.; lâmina glabra, até 6 cm larg.; base cuneada. Inflorescências ca.
8-floras. Sépalas semelhantes entre si. Corola com mais de 10 mm compr., abaxialmente glabra. Lobos da
corona pouco mais baixos que a membrana apical das anteras. Retináculo com mais de 0,45 mm compr.;
polínios com mais de 1 mm compr. Folículo glabro..............................1.2. Marsdenia macrophylla (78)[2]
4. Polínios horizontais ou quase.......................................................................................................................5[1]
4. Polínios pendentes, paralelos ou oblíquos...................................................................................................7[1]
5. Corona externamente anular, internamente 5-lobada; lobos auriculados. Anteras providas de apêndice
dorsal ligulado, carnoso, protuso................................................................2.1. Gonolobus selloanus (81)[4]
5. Corona anular a 5-lobada, simples ou provida de pregas ou segmentos oblongos adaxialmente. Anteras
desprovidas de apêndice dorsal..................................................................................................................6[4]
6. Pecíolo com mais de 1,5 cm compr.; lâmina cartácea, com mais de 2,5 cm larg., cordada a reniforme na
base. Pedúnculo ca. 1,5 cm compr. Pedicelo com mais de 1 cm compr. Sépalas ca. 4 mm compr. Corola
ca. 1 cm compr. Corona simples. Polínios ca. 0,8 mm compr......................3.1. Matelea denticulata (84)[5]
6. Pecíolo raramente ultrapassando 1 cm compr.; lâmina coriácea, raramente membranácea, com menos de
2,5 cm larg., cuneada a obtusa na base. Pedúnculo com menos de 1 cm compr. Pedicelo até 1 cm compr.
Sépalas até 3,5 mm compr. Corola com menos de 8 mm compr. Corona provida de pregas ou segmentos
oblongos adaxialmente. Polínios até 0,5 mm compr...........................................3.2. Matelea pedalis (84)[5]
7.
Polínios oblíquos a paralelos, com uma região subapical hialina; caudículos hialinos, formados por dois
corpos principais..................................................................................4.1. Gyrostelma oxypetaloides (86)[4]
7. Polínios pendentes ou paralelos, uniformes, raramente hialinos no ápice e então caudículos providos de
corpo principal escuro na região superior e membrana reticulada na basal...............................................8[4]
8. Lâmina foliar abaxialmente seríceo-tomentulosa. Sépalas e tubo da corola com mais de 1 cm compr.
Retináculo alado no ápice; caudículos simples................................................5.1. Araujia sericifera (88)[7]
8. Lâmina foliar geralmente glabra, hirsuta, pilosa ou vilosa. Sépalas e tubo da corola com menos de 1 cm
compr. Retináculo simples, raramente alado no terço apical e então caudículos com dente basolateral..........................................................................................................................................................9[7]
9. Caudículos providos de dente lateral ou baso-lateral. Ápice do ginostégio rostrado em um apêndice
excluso. Raramente caudículos simples ou quase e ápice do ginostégio cônico e incluso, e então, cimeiras
geralmente bifurcadas no ápice, subaxilares e alternas............................................................................10[8]
9. Caudículos simples ou providos de membrana na base. Ápice do ginostégio geralmente plano, mamilado
ou orbicular. Cimeiras raramente bifurcadas no ápice, e então, axilares e opostas.................................30[8]
245
Capítulo V (apêndice). Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
10. Caudículos descendentes ou quase, providos de membrana reticulada na base, ou com dente sublateral ou
incluso......................................................................................................................................................11[9]
10. Caudículos horizontais, com dente lateral ou baso-lateral.......................................................................14[9]
11. Lâmina foliar com mais de 5 cm compr., reniforme a lobada na base. Lacínias da corola até 4 mm compr.
Ápice dos lobos da corona fendido. Polínios com mais de 0,55 mm compr. Ápice do ginostégio cônico,
incluso.............................................................................................6.1. Oxypetalum pachyglossum (92)[10]
11. Lâmina foliar até 5 cm compr., cordada a truncada na base. Lacínias da corola com mais de 4 mm compr.
Ápice dos lobos da corona truncado, arredondado, tridentado ou bilobado. Polínios com menos de 0,55
mm compr. Ápice do ginostégio prolongado em apêndice rostrado, bífido..........................................12[10]
12. Sépalas 3-4 mm compr. Lacínias da corola até 5,5 mm compr. Lobos da corona bilobulados no ápice.
Apêndice do ginostégio até 4 mm compr., bífido até a base...................6.2. Oxypetalum minarum (93)[11]
12. Sépalas 4-7 mm compr. Lacínias da corola com mais de 5,5 mm compr. Lobos da corona truncados,
tridentados ou arredondados no ápice. Apêndice do ginostégio com mais de 4 mm compr., bífido a partir
do terço basal ou médio..........................................................................................................................13[11]
13. Trepadeira. Retináculo sagitiforme......................................................6.3. Oxypetalum montanum (94)[12]
13. Erva a subarbusto. Retináculo espatulado, estreitamente suboval no ápice....................................................
...............................................................................................................6.4. Oxypetalum foliosum (96)[12]
14. Retináculo espatulado, oblongo ou quase a linear no ápice, laminar, carenado, cimbiforme ou involuto.
................................................................................................................................................................15[10]
14. Retináculo cilíndrico a clavado ou oblongo a linear, conduplicado a fistuloso.....................................19[10]
15. Erva a subarbusto......................................................................................6.5. Oxypetalum erectum (97)[14]
15. Trepadeira..............................................................................................................................................16[14]
16. Pedúnculo da inflorescência até 3 mm compr. Pedicelo até 5 mm compr. Lacínias da corola adaxialmente
tomentosas até o terço basal, eretas ou quase. Retináculo até 0,7 mm compr. Apêndice do ginostégio
bífido.....................................................................................................6.9. Oxypetalum jacobinae (103)[15]
16. Pedúnculo da inflorescência com mais de 4 mm compr. Pedicelo com mais de 6 mm compr. Lacínias da
corola adaxialmente puberulentas a glabras, patentes a recurvadas. Retináculo com mais 1,5 mm compr.
Apêndice do ginostégio cilíndrico, ciatiforme ou bilobado no ápice.....................................................17[15]
17. Ramos tomentulosos a pubescentes, glabrescentes. Lâmina foliar glabra ou quase. Cálice abaxialmente
com tricomas esparsos. Corola abaxialmente glabra ou quase, adaxialmente glabra nas lacínias. Retináculo
linear no ápice. Folículos esparsamente pubescentes.............................6.6. Oxypetalum glabrum (100)[16]
17. Ramos velutino-vilosos a lanosos. Lâmina foliar densamente indumentada em ambas as faces. Cálice
abaxialmente pubescente a viloso. Corola abaxialmente pubescente a hirsuta, adaxialmente puberulenta a
glabrescente nas lacínias. Retináculo oblongo ou quase no ápice. Folículos velutinos a lanosos.........18[16]
18. Ramos velutino-vilosos. Cimeiras corimbiformes. Lacínias da corola adaxialmente puberulentas.
Retináculo até 2,1 cm compr.................................................................6.7. Oxypetalum insigne (101)[17]
18. Ramos lanosos. Cimeiras racemiformes. Lacínias da corola adaxialmente glabrescentes em direção ao
ápice. Retináculo com mais de 2,4 mm compr. (Planalto de Diamantina- 28 e 30)...................................
.............................................................................................................6.8. Oxypetalum rusticum (102)[17]
19. Planta ereta; quando volúvel, membrana apical da antera longamente lanceolada. Lobos da corona
bilobulados, bífidos ou mais raramente fendidos no ápice..................................................................20[14]
19. Trepadeira. Membrana apical da antera oval ou quase, subcuneiforme, suboblonga ou semi-elíptica a
subquadrangular. Lobos da corona arrendondados a truncados, ondulados ou trilobados no ápice...24[14]
20. Lobos da corona adaxialmente lisos (não cristados), bifurcados em dois lóbulos subulados ou fendidos a
bífidos no ápice. Membrana apical das anteras depressamente oval a suboval..................................21[19]
246
Capítulo V (apêndice). Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
20. Lobos da corona adaxialmente cristados, bilobulados; lóbulos lunados e eretos a retangulares e
divaricados. Membrana apical das anteras longamente lanceolada....................................................22[19]
21. Ramos pubescentes a subtomentosos. Lâmina foliar linear, até 3 mm larg. Tubo da corola ca. 1,5 mm
compr. Lobos da corona bifurcados em dois lóbulos subulados. Retináculo ca. 0,3 mm compr., menor que
os polínios; caudículos com dente lateral. Apêndice do ginostégio ca. 2,7 mm compr., clavado....................
.....................................................................................................6.10. Oxypetalum aequaliflorum (105)[20]
21. Ramos vilosos. Lâmina foliar estreitamente elíptica, com mais de 5 mm larg. Tubo da corola ca. 3 mm
compr. Lobos da corona fendidos a bífidos no ápice. Retináculo com mais de 0,9 mm compr., quase do
tamanho ou pouco maior que os polínios; caudículos com dente baso-lateral. Apêndice do ginostégio com
mais de 6 mm compr., fendido no quinto apical................................6.11. Oxypetalum capitatum (106)[20]
22. Trepadeira. Lacínias da corola com mais de 1,5 cm compr. Apêndice do ginostégio completamente bífido
em ramos filiformes...........................................................................6.14. Oxypetalum warmingii (111)[20]
22. Erva a subarbusto, eventualmente volúvel, raramente trepadeira. Lacínias da corola até 1,5 cm compr.
Apêndice do ginostégio bífido a partir da região mediana ou acima.....................................................23[20]
23. Cimeiras geralmente unifloras. Lacínias da corola quase sempre reflexas, adaxialmente seríceotomentulosas, raramente glabrescentes. Lobos da corona bifurcados em lóbulos lunados, eretos.
Retináculo raramente com menos de 1,8 mm compr.; polínios raramente com menos de 1,65 mm compr.
............................................................................................................6.12. Oxypetalum strictum (107)[22]
23. Cimeiras geralmente bi-trifloras. Lacínias da corola geralmente eretas ou patentes, adaxialmente
puberulentas, glabrescentes em direção ao ápice. Lobos da corona bifurcados em lóbulos oblongos a
sublunados, divaricados. Retináculo geralmente até 1,35 mm compr.; polínios até 1,5 mm compr. (Serra
do Cipó- 20, e Diamantina- 30)..................................................6.13. Oxypetalum polyanthum (110) [22]
24. Retináculo alado no terço apical..............................................6.15. Oxypetalum appendiculatum (114)[19]
24. Retináculo não alado..............................................................................................................................25[19]
25. Lacínias da corola ca. 3 cm compr., subpatentes. Lobos da corona adaxialmente carunculados, inteiros.......
....................................................................................................6.16. Oxypetalum arachnoideum (115)[24]
25. Lacínias da corola geralmente até 1,5 cm compr.; quando mais longas, até 2,7 cm compr. e eretas. Lobos
da corona adaxialmente lisos, corniculados ou cristados, mais raramente carunculados e então trilobulados
............................................................................................................................................................... 26[24]
26. Ramos vilosos ou quase. Tubo da corola com mais de 1,5 mm compr. Lobos da corona trilobulados.
Retináculo até 0,5 mm compr.; caudículos com dente lateral; polínios até 0,45 mm compr. Apêndice do
ginostégio bifurcado até abaixo da região mediana.....................6.21. Oxypetalum wightianum (119)[25]
26. Ramos pubescentes, subtomentosos a glabrescentes. Tubo da corola com menos de 1,5 mm compr. Lobos
da corona escamiformes, escutiformes a sub-rômbicos, arredondados a truncados no ápice. Retináculo
com mais de 0,6 mm compr.; caudículos com dente baso-lateral; polínios com mais de 0,5 mm compr.
Apêndice do ginostégio bifurcado a partir da região mediana ou no terço apical ou reduzido..
.............................................................................................................................................................27[25]
27. Pedicelo com mais de 1 cm compr. Lacínias da corola ca. 1,5 cm compr. Retináculo ca. 2 mm compr.
Apêndice do ginostégio ca. 5 mm compr., bífido a partir da porção mediana.................................................
................................................................................................................6.17. Oxypetalum banksii (116)[26]
27. Pedicelo até 1 cm compr. Lacínias da corola com menos de 1 cm compr. Retináculo até 1,2 mm compr.
Apêndice do ginostégio ca. 3,5 mm compr., bífido no terço apical ou reduzido e então cônico ou capitado
................................................................................................................................................................28[26]
28. Sépalas com mais de 2 mm compr. Tubo da corola ca. 3 mm compr. Lobos da corona subcuneiformes,
truncados no ápice, corniculados adaxialmente. Asas das anteras dentadas medianamente. Retináculo com
mais de 1 mm compr. Apêndice do ginostégio 3,5-6 mm compr..6.20. Oxypetalum pachygynum (118)[27]
28. Sépalas até 2 mm compr. Tubo da corola ca. 1 mm compr. Lobos da corona subescutiformes,
arredondados no ápice, lisos adaxialmente. Asas das anteras oblongas ou quase. Retináculo até 0,75 mm
247
Capítulo V (apêndice). Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
compr. Apêndice do ginostégio reduzido ou ca. 3,5 mm compr............................................................29[27]
29. Lacínias da corola com menos de 6 mm compr. Apêndice do ginostégio reduzido, capitado ou cônico,
levemente bífido no ápice.......................................................................6.18. Oxypetalum erostre (117)[28]
29. Lacínias da corola ca. 9 mm compr. Apêndice do ginostégio ca. 3,5 mm compr., bífido no terço
apical......................................................................................................6.19. Oxypetalum pilosum (117)[28]
30. Corona 5-lobada; lobos da corona cuculados ou conduplicados. Polínios planos, com mais de 0,8 mm
compr. Ápice do ginostégio pateliforme, crateriforme, plano ou quase..................................................31[9]
30. Corona 5-lobada, ausente ou raramente aneliforme; lobos planos, lineares, raramente perpendiculares às
anteras. Polínios arredondados, com menos de 0,8 mm compr. Ápice do ginostégio mamilado, globoso ou
plano.........................................................................................................................................................35[9]
31. Lobos da corona ecorniculados. Caudículos retos, mais de 4 vezes menores que os polínios. Folículos
inflados, globosos a ventricosos (exótica)..............................................................................................32[30]
31. Lobos da corona corniculados. Caudículos torcidos, até 4 vezes menores que os polínios. Folículos
rígidos, fusiformes a elipsóides..............................................................................................................33[30]
32. Corola reflexa, fendida quase até a base, vilosa em uma das margens de cada lacínia. Lobos da corona
cuculados, subtriangulares a quase falciformes no ápice. Folículos equinados.............................................
.................................................................................................8.1. Gomphocarpus physocarpus (126)[31]
32. Corola campanulada, tubo pouco menor que as lacínias, glabra. Lobos da corona conduplicados,
involutos na base. Folículos lisos.............................................................9.1. Calotropis procera (127)[31]
33. Corola vermelha e corona laranja. Sépalas 2-3,8 mm compr. Caudículos até 0,45 mm compr.......................
...............................................................................................................7.3. Asclepias curassavica (124)[31]
33. Corola e corona claras, alvas ou quase. Sépalas com 3,8-5,5 mm compr. Caudículos com mais de 0,45 mm
compr......................................................................................................................................................34[31]
34. Lâmina foliar elíptica ou oval, com mais de 1,5 cm larg., coriácea. Lacínias da corola ca. 1,1 cm compr.
Lobos da corona prolongados no ápice. Polínios ca. 1,4 mm compr...........7.1. Asclepias candida (122)[33]
34. Lâmina foliar geralmente linear, raramente com mais de 1,1 cm larg., membranácea ou cartácea. Lacínias
da corola até 1 cm compr. Lobos da corona arredondados ou truncados no ápice. Polínios até 1,2 mm
compr........................................................................................................7.2. Asclepias mellodora (123)[33]
35. Base da lâmina foliar reniforme a lobada..............................................................................................36[30]
35. Base da lâmina foliar atenuada a cordada ou sagitada...........................................................................37[30]
36. Pedúnculo até 1,6 cm compr. Sépalas até 15 mm compr. Corola até 2,5 mm compr., tubo maior que as
lacínias. Lobos da corona alternos às anteras, da altura do ginostégio. Asas das anteras menores que o
dorso. Retináculo ca. 0,13 mm compr.; caudículos hialinos, geniculados, inseridos na base do retináculo;
polínios ca. 0,3 mm compr.............................................................10.1. Cynanchum roulinioides (131)[35]
36. Pedúnculo com mais de 1,6 cm compr. Sépalas ca. 2,7 mm compr. Corola ca. 7,5 mm compr., tubo ca. 6,5
vezes menor que as lacínias. Lobos da corona opostos às anteras, mais altos que o ginostégio. Asas das
anteras maiores que o dorso. Retináculo ca. 0,3 mm compr.; caudículos escuros na porção superior,
levemente arqueados, inseridos na região mediana do retináculo; polínios ca. 0,45 mm compr.....................
......................................................................................................10.2. Cynanchum montevidense (132)[35]
37. Tirsóides condensados em cimeiras axilares e opostas..........................................................................38[35]
37. Tirsóides ramificados em cimeiras subaxilares, raramente axilares, e alternas.....................................41[35]
38. Corona urceolada, brevemente lobada no ápice...........................................20.1. Peplonia asteria (221)[37]
38. Corona lobada desde a base ou quase....................................................................................................39[37]
39. Lobos da corona simples..................................................................19.1. Gonioanthela hilariana (220)[38]
39. Lobos da corona duplos.........................................................................................................................40[38]
248
Capítulo V (apêndice). Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
40. Pecíolo com mais de 7 mm compr.; lâmina foliar glabra. Cimeiras até 5-floras; pedúnculo 0,5-3 cm
compr. Sépalas com mais de 0,9 mm compr. Corola amarela, creme ou esverdeada, com mais de 2,8 mm
compr. Segmentos internos da corona seliformes, mais baixos que o ginostégio. Polínios oblongos a
obovóides, com mais de 0,3 mm compr................................................18.1. Macroditassa adnata (218)[39]
40. Pecíolo até 4 mm compr.; lâmina foliar geralmente com tricomas na margem e na nervura central da face
adaxial. Cimeiras 4-10-floras; pedúnculo 1-5 mm compr. Sépalas ca. 0,65 mm compr. Corola vinácea,
com menos de 2,5 mm compr. Segmentos internos da corona lineares, mais altos que o ginostégio.
Polínios estreitamente ovais ou dacrióides, ca. 0,15 mm compr......18.2. Macroditassa melantha (219)[39]
41. Trepadeira. Tirsóides áfilos ou bracteosos, raramente frondosos e então corola adaxialmente com papilas
alongadas e polínios ca. 0,05 mm compr............................................................................................42[37]
41. Erva, subarbusto ou trepadeira. Tirsóides frondosos, raramente áfilos e então planta ereta. Corola sem
papilas alongadas. Polínios com mais de 0,05 mm compr..................................................................44[37]
42. Folhas coriáceas. Corola sub-rotácea; lacínias ovais, com menos de 1,5 mm compr......................................
................................................................................................................12.1. Tassadia propinqua (137)[41]
42. Folhas membranáceas ou quase. Corola campanulada; lacínias lanceoladas a suboblongas, com mais de
1,5 mm compr........................................................................................................................................43[41]
43. Ramos uniformemente indumentados. Lâmina foliar elíptica, com mais de 9 mm larg., esparsamente
indumentada. Tirsóides frondosos; cimeiras com 3-10 flores. Corola adaxialmente papilosa. Corona com
lobos trilobulados. Retináculo até 0,07 mm compr.; caudículos retos; polínios ca. 0,05 mm
compr................................................................................................11.1. Metastelma burchellii (134)[42]
43. Ramos glabros ou com uma estria longitudinal pubescente. Lâmina foliar oblonga a linear, ca. 1 mm
larg., tricomas esparsos na margem. Tirsóides bracteosos ou áfilos; cimeiras até 3-floras. Corola glabra.
Corona aneliforme, levemente lobada. Retináculo com mais de 0,07 mm compr.; caudículos arqueados;
polínios com mais de 0,05 mm compr............................................11.2. Metastelma scoparium (135)[42]
44. Corona com lobos cotiliformes ou cimbiformes, formados pela união de segmentos externos e
internos................................................................................................................................................45[41]
44. Corona ausente ou com lobos simples ou duplos, e então, segmentos unidos apenas na base............48[41]
45. Sépalas com mais de 3,5 mm compr. Corola adaxialmente acastanhada ou vinácea na base; lacínias com
mais de 1 cm compr. Retináculo com mais de 0,6 mm compr.; caudículos inseridos na região mediana do
retináculo ou acima; polínios com mais de 0,6 mm compr....................................................................46[44]
45. Sépalas até 2,5 mm compr. Corola verde, amarelada ou alva; lacínias com menos de 1 cm compr.
Retináculo com menos de 0,6 mm compr.; caudículos inseridos na base do retináculo; polínios até 0,6 mm
compr......................................................................................................................................................47[44]
46. Erva. Pecíolo até 2 mm compr.; base da lâmina foliar truncada. Corola até 1,75 cm compr.; tubo com
menos de 3 mm compr. Lobos da corona mais baixos ou da altura do ginostégio........................................
............................................................................................................17.1. Blepharodon lineare (211)[45]
46. Trepadeira. Pecíolo com mais de 4 mm compr.; base da lâmina foliar sagitada. Corola com mais de 1,75
cm compr.; tubo com mais de 3 mm compr. Lobos da corona mais altos que o ginostégio..........................
...................................................................................................17.2. Blepharodon ampliflorum (212)[45]
47 Lobos da corona cotiliformes, da mesma altura do ginostégio. Polínios subquadrangulares a
subglobosos..........................................................................................17.3. Blepharodon nitidum (214)[45]
47. Lobos da corona cimbiformes, prolongados distal e proximalmente, ultrapassando o ginostégio em altura.
Polínios ovóides a reniformes.....................................................17.4. Blepharodon bicuspidatum (216)[45]
48. Corola castanho-avermelhada ou vinácea, com mais de 7,5 mm compr. Corona com lobos perpendiculares
às anteras..............................................................................................16.1. Nephradenia acerosa (209)[44]
48. Corola geralmente alva, creme, amarela ou esverdeada, raramente lilás ou vinácea e então com menos de
7 mm compr. Corona com lobos paralelos às anteras ou ausente..........................................................49[44]
249
Capítulo V (apêndice). Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
49. Planta ereta. Folha subséssil, glabra, com mais de 5 mm compr...........................................................50[48]
49. Planta geralmente volúvel; quando ereta, folha peciolada, indumentada, com tricomas na margem e nas
nervuras ou com menos de 5 mm compr.............................................................................................51[48]
50. Folhas cordadas na base, semi-amplexicaules. Inflorescência frondosa; cimeiras umbeliformes ou
corimbiformes, geralmente 3-4 flores; pedúnculo 0,3-1,5 cm compr. Pedicelo 0,4-1,3 cm compr. Lobos
da corona duplos..............................................................................15.1. Barjonia chloraeifolia (206)[49]
50. Folhas truncadas a levemente cordadas na base. Inflorescência áfila; cimeiras geralmente bifloras,
raramente unifloras ou dicásios; pedúnculo até 3 mm compr. Pedicelo 1,5-4 mm compr. Lobos da corona
simples.........................................................................................................15.2. Barjonia erecta (207)[49]
51. Trepadeira com flores desprovidas de corona; quando ereta, folhas com mais de 1 cm compr., até 1,2 mm
larg. e flores com lobos da corona simples ou ausentes.........................................................................52[49]
51. Trepadeira com flores providas de corona; quando ereta, flores com lobos da corona duplos, raramente
simples ou ausentes e então folhas até 6 mm compr. e/ou mais de 1,2 mm larg...................................59[49]
52. Planta ereta. Lacínias da corola mais longas que o tubo........................................................................53[51]
52. Planta volúvel ou escandente, raramente subarbusto ereto e então com as lacínias da corola mais curtas
que o tubo...............................................................................................................................................56[51]
53. Folhas verticiladas. Lacínias da corola com 3,5-6,5 mm compr. Corona ausente...........................................
..............................................................................................................14.5. Hemipogon acerosus (199)[52]
53. Folhas opostas ou espiraladas. Lacínias da corola com 1,3-3,5 mm compr. Corona presente..............54[52]
54. Plantas até 20 cm alt. Folhas espiraladas, recurvadas; lâmina com 0,7-1,2 cm compr. e menos de 0,2 mm
larg. Lacínias da corola com mais de 2,5 mm compr. (Serra do Cipó- 20)......................................................
............................................................................................................14.6. Hemipogon abietoides (201)[53]
54. Planta com mais de 20 cm alt. Folhas opostas, eretas; lâmina com 1,2-4,5 cm compr. e mais de 0,2 mm
larg. Lacínias da corola com menos de 2,5 mm compr. (Ouro Preto a Itacambira- 2, 17, 20, 23, 24, 30, 33,
36)...........................................................................................................................................................55[53]
55. Pedúnculo das cimeiras até 1 mm compr. Corola creme, amarela, esverdeada ou castanha. Lobos da
corona mais altos que o ginostégio. Asas das anteras suboblongas, quase do tamanho do dorso. Polínios
com 0,17-0,25 mm compr. Ápice do ginostégio obtuso..........14.7. Hemipogon hemipogonoides (202)[54]
55. Pedúnculo das cimeiras com mais de 2 mm compr. Corola vinácea. Lobos da corona da altura do
ginostégio ou reduzidos a pregas. Asas das anteras falcadas na metade superior, maiores que o dorso.
Polínios com 0,25-0,33 mm compr. Ápice do ginostégio comprimido ou plano. (Serra do Cipó- 20)............
........................................................................................................14.8. Hemipogon hatschbachii (203)[54]
56. Lacínias da corola espiraladamente sigmóides, com mais de 3 mm compr. Retináculo discretamente alado
(Serra do Catuni- 37, 41?)......................................................................14.4. Hemipogon furlanii (199)[52]
56. Lacínias da corola triangulares, ovais ou suboblongas, com até 2,5 mm compr. Retináculo não
alado.......................................................................................................................................................57[52]
57. Lâmina foliar geralmente filiforme, conduplicada, ca. 0,5 mm larg.; pecíolo não diferenciado. Corola
adaxialmente seríceo-puberulenta. Asas das anteras triangulares na metade superior..................................
......................................................... ......................................................14.3. Hemipogon luteus (197)[56]
57. Lâmina foliar linear a estreitamente elíptica, com mais de 0,5 mm larg., peciolada. Corola adaxialmente
barbada na porção superior, serícea na região mediana. Asas das anteras falcadas na porção superior ou
triangulares quase até a base................................................................................................................58[56]
58. Corola adaxialmente barbada nas lacínias. Asas das anteras falcadas na porção superior. Caudículos
simples ou com membrana reticulada inconspícua........................14.1. Hemipogon carassensis (196)[57]
58. Corola adaxialmente barbada na base das lacínias. Asas das anteras triangulares quase até a base.
Caudículos providos de membrana reticulada (Santana do Pirapama- 23)....................................................
250
Capítulo V (apêndice). Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
...............................................................................................................14.2. Hemipogon piranii (197)[57]
59.
Planta ereta, ocasionalmente volúvel nos ramos terminais, raramente erva prostrada. Lâmina foliar
revoluta, indumentada (geralmente hirsuta) em ambas as faces, raramente glabrescente. Corona
presente................................................................................................................................................60[51]
59. Planta volúvel; quando ereta ou prostrada, lâmina foliar plana ou quase, cimbiforme e/ou carenadas
(raramente revoluta e então corona ausente), glabra, escabrosa, esparsamente pubescente na face abaxial
ou com tricomas na margem................................................................................................................66[51]
60. Lâmina foliar cordiforme a triangular, subcordada na base...................................................................61[59]
60. Lâmina foliar oblonga ou quase, obtusa a cuneada na base...................................................................64[59]
61. Lâmina foliar patente a obliquamente ereta. Corola geralmente amarela, adaxialmente glabra no centro e
na base das lacínias. Lobos da corona duplos; segmentos mais altos que o ginostégio ou quase. Caudículos
articulados..................................................................................................13.1. Ditassa decussata (142)[60]
61. Lâmina foliar ereta ou quase. Corola geralmente alva, adaxialmente barbada a setulosa no centro e/ou na
base das lacínias. Lobos da corona providos adaxialmente de uma prega freqüentemente inconspícua.
Caudículos geniculados ou retos, mas não articulados..........................................................................62[60]
62. Lacínias da corola com mais de 2 mm compr., adaxialmente barbada a barbelada no centro das lacínias.
Asas das anteras menores que o dorso......................................................13.2. Ditassa ditassoides (144)[61]
62. Lacínias da corola com menos de 2 mm compr., adaxialmente barbelada a barbada na base ou setulosa no
centro basal das lacínias. Asas das anteras maiores que o dorso...........................................................63[61]
63. Planta com mais de 20 cm alt. Sépalas 1,35-1,75 mm compr. Corola abaxialmente hirsuta, adaxialmente
setulosa no centro basal das lacínias. Retináculo com mais de 0,15 mm compr..............................................
..................................................................................................................13.3. Ditassa lourteigiae (146)[62]
63. Planta até 20 cm alt. Sépalas 0,8-1,35 mm compr. Corola abaxialmente glabra a esparsamente hirsuta,
adaxialmente barbelada a barbada na base das lacínias. Retináculo ca. 0,1 mm compr. (Serra do Caraça a
Diamantina- 7-30).............................................................................................13.4. Ditassa parva (147)[62]
64. Folhas opostas; lâmina 1,5-3(-5) mm compr. Corola abaxialmente glabra ou quase. Caudículos retos ou
arqueados.................................................................................................13.5. Ditassa micromeria (148)[60]
64. Folhas verticiladas, ao menos nos ramos terminais; lâmina 4-13 mm compr. Corola abaxialmente
indumentada. Caudículos geniculados...................................................................................................65[60]
65. Subarbusto, freqüentemente volúvel no ápice dos ramos. Ramos, folhas e face abaxial do cálice e corola
geralmente hirsutos, raramente tomentosos ou escabrosos. Cimeiras racemiformes ou umbeliformes.
Pedicelo com mais de 1 mm compr. Segmentos da corona triangulares ou quase, os internos mais baixos
que o ginostégio e que os externos................................................................13.6. Ditassa acerosa (149)[64]
65. Erva prostrada. Ramos, folhas e face abaxial do cálice e corola alvo-tomentulosos. Cimeiras unifloras.
Pedicelo até 0,5 mm compr. Segmentos da corona lineares, os internos mais altos que o ginostégio, quase
da mesma altura dos externos. (Dimantina- 30)................................13.7. Ditassa diamantinensis (151)[64]
66. Planta volúvel com folhas indumentadas...............................................................................................67[59]
66. Planta ereta; quando volúvel, folhas glabras ou com tricomas esparsos na margem e/ou na nervura central,
geralmente na face adaxial.....................................................................................................................75[59]
67. Lâmina foliar com mais de 1,3 cm larg. Corola abaxialmente glabra, com mais de 3,5 mm compr. Lobos
da corona duplos; segmentos internos quase da altura ou mais altos que o ginostégio....................................
........................................................................................................................13.8. Ditassa hispida (153)[66]
67. Lâmina foliar com menos de 1,3 cm larg. e corola abaxialmente hirsuta, com menos de 3 mm compr., ou
então, lobos da corona simples ou mais freqüentemente, providos de uma prega ou carúncula adaxial mais
baixa que o ginostégio............................................................................................................................68[66]
251
Capítulo V (apêndice). Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
68. Lobos da corona duplos; segmentos internos lineares a filiformes, incurvados, geralmente mais altos que o
ginostégio.................................................................................................13.9. Ditassa mucronata (155)[67]
68. Lobos da corona simples ou providos adaxialmente de uma prega ou carúncula mais baixa que o
ginostégio...............................................................................................................................................69[67]
69. Sépalas 0,7-1,1 mm compr. Retináculo subcônico a campanulado, até 0,13 mm compr.; caudículos
plicados ou articulados. (Ouro Preto a Diamantina- 2-30)...............13.10. Ditassa aequicymosa (156)[68]
69. Sépalas com mais de 1 mm compr. Retináculo elipsóide a oblongo, com mais de 0,13 mm compr.;
caudículos retos ou geniculados, mas não articulados........................................................................70[68]
70. Lâmina foliar geralmente até 3 mm larg., abaxialmente velutino-tomentosa. Cimeiras até 17 flores.
Corola adaxialmente puberulenta a glabra, com menos de 2,5 mm compr...................................................
.................................................................................................................13.11. Ditassa pohliana (157)[69]
70. Lâmina foliar geralmente com mais de 6 mm larg., se mais estreita, abaxialmente hirsuta apenas na
nervura central. Cimeiras até 7 flores. Corola adaxialmente vilosa ou tomentosa, mais raramente
papilosa a puberulenta próximo à margem das lacínias ou pubescente, geralmente pilosa, setosa a
barbada próximo à fauce, com mais de 2,5 mm compr.......................................................................71[69]
71. Lâmina foliar abaxialmente hirsuta na nervura central. Lobos da corona lineares, mais altos que o
ginostégio. Asas das anteras quase do tamanho do dorso. Caudículos simples, geniculados........................
.............................................................................................................13.12. Ditassa longicaulis (159)[70]
71. Lâmina foliar geralmente vilosa, hirsuta, setosa, pilosa ou esparsamente pubescente na face abaxial.
Lobos da corona sub-rômbicos, elípticos, sub-retangulares ou depressamente ovais, mais baixos ou
quase da altura do ginostégio. Asas das anteras maiores que o dorso. Caudículos com membrana
reticulada, retos....................................................................................................................................72[70]
72. Sépalas com menos de 2,5 mm compr. Polínios 0,17-0,23 mm compr.................................................73[71]
72. Sépalas com mais de 2,5 mm compr. Polínios 0,23-0,33 mm compr....................................................74[71]
73. Ramos velutino-tomentosos. Lacínias da corola lanceoladas, com mais de 4 mm compr. Lobos da corona
sub-rômbicos...........................................................................................13.13. Ditassa tomentosa (159)[72]
73. Ramos vilosos. Lacínias da corola triangulares, com menos de 2,5 mm compr. Lobos da corona subretangulares (Serra do Cipó- 20 e 24).......................................................13.14. Ditassa cipoensis (160)[72]
74. Pecíolo até 5 mm compr. Corola rotácea, adaxialmente puberulenta a papilosa próximo à margem, setosa
a híspida próximo à fauce (sul da Cadeia- 1, 2, 6 e 7)..........................13.15. Ditassa longisepala (161)[72]
74. Pecíolo 5-10 mm compr. Corola subcampanulada, adaxialmente vilosa (Pico do Itambé- 29).......................
................................................................................................................13.16. Ditassa itambensis (162)[72]
75. Lâmina foliar mucronada no ápice, raramente com menos de 1,3 cm compr. e então trepadeira, ou
subarbusto volúvel e lâmina foliar com mais de 5 mm larg................................................................76[66]
75. Lâmina foliar aguda a acuminada no ápice, raramente mucronada e então subarbusto, freqüentemente
volúvel nos ramos terminais e lâmina foliar até 1 cm compr. e 3,5 mm larg......................................86[66]
76. Corona ciatiforme; lobos quase da altura ou mais baixos que o ginostégio.........................................77[75]
76. Corona com lobos livres ou levemente unidos na base; segmentos externos mais altos que o ginostégio,
raramente da mesma altura..................................................................................................................79[75]
77. Cimeiras subsésseis. Sépalas lanceoladas, ca. 2,5 mm compr....................13.17. Ditassa glazioui (164)[76]
77. Cimeiras com pedúnculo de 3 mm compr. ou mais. Sépalas ovais, com menos de 2 mm compr.........78[76]
78. Trepadeira; ramos hirsutos. Pecíolo com mais de 2 mm compr. Cimeiras geralmente unifloras; pedúnculo
0,3-1 cm compr.; pedicelo 3-9 mm compr..........................................13.18. Ditassa conceptionis (165)[77]
78. Arbusto; ramos glabros. Pecíolo até 1,5 mm compr. Cimeiras ca. 8-floras; pedúnculo 1-1,5 cm compr.;
pedicelo ca. 1 cm compr. (sul da Cadeia- 5 e 9)...................................13.19. Ditassa myrtilloides (165)[77]
252
Capítulo V (apêndice). Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
79. Lâmina foliar até 1 cm compr. Sépalas até 1 mm compr. Corola até 2,65 mm compr....................................
..................................................................................................................13.20. Ditassa obcordata (166)[76]
79. Lâmina foliar com mais de 1 cm compr. ou então sépalas com mais de 1 mm compr. e corola com mais de
3 mm compr...........................................................................................................................................80[76]
80. Cimeiras 13-25-floras. Segmentos externos da corona alargados próximo à base. Caudículos articulados.
Ápice do ginostégio apiculado.............................................................13.21. Ditassa lenheirensis (168)[79]
80. Cimeiras até 12-floras. Segmentos externos da corona regulares, raramente trilobados. Caudículos retos a
arqueados, mas não articulados. Ápice do ginostégio convexo, mamilado ou globoso.........................81[79]
81. Polínios com mais de 0,4 mm compr.....................................................................................................82[80]
81. Polínios com menos de 0,4 mm compr..................................................................................................83[80]
82. Lacínias da corola com 2,6-4,3 mm compr., adaxialmente puberulenta a glabra, geralmente com tricomas
retrorsos na base. Segmentos internos da corona lanceolados a filiformes...................................................
............................................................................................................13.22. Ditassa succedanea (169)[81]
82. Lacínias da corola com 4,2-5,5 mm compr., adaxialmente com tricomas esparsos a glabra na metade
superior, densamente barbada na basal. Segmentos internos da corona cuculados.......................................
....................................................................................................................13.23. Ditassa eximia (170)[81]
83. Pedúnculo 0,5-1,5 cm compr. Segmentos externos da corona trilobados (sul da Cadeia- 2, 5 e 6)................
..............................................................................................................13.24. Ditassa pedunculata (174)[81]
83. Pedúnculo até 0,6 cm compr. Segmentos externos da corona subulados, prolongados ou sublineares...........
................................................................................................................................................................84[81]
84. Lacínias da corola até 1,95 mm compr. Segmentos externos da corona prolongados ou sublineares. Asas
das anteras menores ou quase do tamanho do dorso (sul da Cadeia- 2, 10 e 15).............................................
.........................................................................................................................13.25. Ditassa laevis (174)[83]
84. Lacínias da corola com mais de 1,95 mm compr. Segmentos externos da corona longamente subulados.
Asas das anteras maiores que o dorso....................................................................................................85[83]
85. Subarbusto prostrado, raramente trepadeira. Lâmina foliar estreitamente elíptica, oblonga a linear.
Segmentos internos da corona geralmente mais altos que o ginostégio. Folículos hirsutos a glabros..........
...................................................................................................................13.26. Ditassa linearis (175)[84]
85. Trepadeira. Lâmina foliar oboval ou elíptica. Segmentos internos da corona mais baixos que o ginostégio.
Folículos densamente hirsutos a lanosos.....................................................13.27. Ditassa retusa (176)[84]
86. Base foliar cordada a fendida. Corona ausente ou inconspícua (Serra do Cipó- 18, 20, e Diamantina- 30)....
................................................................................................................................................................87[75]
86. Base foliar obtusa a atenuada ou hastada a truncada. Corona presente.................................................88[75]
87. Folhas patentes a reflexas; lâmina revoluta. Sépalas estreitamente triangulares, com mais de 2 mm compr.
Anteras dividas em asas e dorso. (Serra do Cipó- 18 e 20)..........................13.28. Ditassa semirii (179)[86]
87. Folhas reflexas; lâmina cimbiforme. Sépalas ovais a suboblongas, até 1,5 mm compr. Anteras não
divididas em asas e dorso. (Diamantina- 30).............................................13.29. Ditassa grazielae (180)[86]
88. Cálice e corola abaxialmente escabrosos (Diamantina- 30)....................13.30. Ditassa bifurcata (180)[86]
88. Cálice e corola abaxialmente glabros, eventualmente com tricomas esparsos nas sépalas e então
geralmente na margem........................................................................................................................89[86]
89. Subarbusto cespitos. Folhas reflexas, opostas, até 4 mm compr. Lacínias da corola até 0,85 mm compr.
Polínios até 0,07 mm compr. (Planalto de Diamantina- 26-28 e 30)...13.31. Ditassa refractifolia (180)[88]
89. Planta volúvel ou não, mas raramente cespitosa. Folhas patentes a eretas, raramente com menos de 4 mm
compr. e então verticiladas ou helicoidais. Lacínias da corola com mais de 1 mm compr. Polínios com
mais de 0,08 mm compr.........................................................................................................................90[88]
90. Erva ou subarbusto ereto, raramente decumbente. Lâmina foliar até 1 cm compr., eventualmente até 1,5
253
Capítulo V (apêndice). Asclepiadoideae do Espinhaço de Minas Gerais
90.
cm compr. e então lanceolada. Segmentos da corona inteiros ou quase.............................................91[89]
Trepadeira, subarbusto volúvel no ápice dos ramos, arbusto prostrado ou volúvel; quando ereto,
segmentos externos da corona tridentados, longamente subulados medianamente, ou então, lâmina foliar
linear, com mais de 1 cm compr..........................................................................................................95[89]
91. Ramos pubescentes. Lobos da corona simples. Caudículos com membrana reticulada (sul da Cadeia- 6 e
8).......................................................................................................13.32. Ditassa monocoronata (182)[90]
91. Ramos glabros, escabrosos ou hirsutos. Lobos da corona duplos. Caudículos simples (Serra do Cipó- 20, e
Diamantina- 30)......................................................................................................................................92[90]
92. Ramos hirsutos a pubescentes. Folhas opostas, eretas ou quase. Cimeiras subaxilares. Lobos da corona
não superando o ginostégio.................................................................................................................93[91]
92. Ramos glabros a escabrosos. Folhas geralmente verticiladas ou helicoidais, patentes ou quase. Cimeiras
axilares. Lobos da corona superando o ginostégio. (Serra do Cipó- 20).............................................94[91]
93. Corola rósea ou lilás, raramente creme, adaxialmente com tricomas retrorsos ou patentes próximo à base
das lacínias. (Serra do Cipó- 20)..........................................................13.33. Ditassa polygaloides (184)[92]
93. Corola creme ou amarelada, adaxialmente barbada com tricomas involutos no terço basal das lacínias.
(Diamantina- 30)..................................................................................13.34. Ditassa inconspicua (185)[92]
94. Lâmina foliar ca. 6 mm compr. Pedicelo ca. 1 mm compr. Corola adaxialmente com tricomas retrorsos
na base das lacínias. Segmentos externos da corona subulados, mais altos que o ginostégio e que os
segmentos internos. Asas das anteras cuneadas; membrana apical suboval. Ápice do ginostégio
apiculado..........................................................................................13.35. Ditassa magisteriana (186)[92]
94. Lâmina foliar até 4 mm compr. Pedicelo ca. 2 mm compr. Corola adaxialmente barbada na base das
lacínias. Segmentos externos da corona lineares, superando brevemente o ginostégio e quase da altura
dos internos. Asas das anteras subtriangulares; membrana apical depressamente oval. Ápice do
ginostégio levemente mamilado.................................................13.36. Ditassa hemipogonoides (186)[92]
95. Pecíolo com mais de 5 mm compr. Lâmina foliar geralmente triangular ou trulada, hastada a truncada na
base...............................................................................................................13.37. Ditassa hastata (188)[90]
95. Pecíolo até 4 mm compr. Lâmina foliar geralmente linear, elíptica ou lanceolada, atenuada a obtusa na
base.........................................................................................................................................................96[90]
96. Arbusto, geralmente volúvel no ápice dos ramos. Segmentos externos da corona tridentados, longamente
subulados medianamente (Serra do Cipó a Botumirim- 20-38).............13.38. Ditassa fasciculata (189)[95]
96. Trepadeira ou arbusto ereto. Segmentos externos da corona retangulares, rômbicos, escamiformes ou
ovais, raramente tridentados e então não subulados..............................................................................97[95]
97. Corola adaxialmente não barbelada; lacínias com mais de 4 vezes o comprimento do tubo. Segmentos
externos da corona retangulares. Retináculo do tamanho dos polínios; caudículos retos.............................
................................................................................................................13.39. Ditassa capillaris (191)[96]
97. Corola adaxialmente barbelada; lacínias com menos de 3,5 vezes o comprimento do tubo. Segmentos
externos da corona rômbicos, ovais ou escamiformes. Retináculo mais comprido que os polínios;
caudículos geniculados ou arqueados. (norte do Espinhaço de Minas Gerais- 36, 38-40 e 43)...................
.............................................................................................................................................................98[96]
98. Planta volúvel. Corola alva a amarelada, com menos de 3 mm compr. Segmentos externos da corona
rômbicos ou escamiformes, eventualmente tridentados no ápice. (norte do Espinhaço de Minas Gerais38-40 e 43).........................................................................................13.40. Ditassa cordeiroana (191)[97]
98. Arbusto ereto. Corola amarela, com mais de 3 mm compr. Segmentos externos da corona ovais,
acuminados e freqüentemente recurvados no ápice. (Itacambira- 36)...13.41. Ditassa auriflora (192)[97]
254