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Copyright do Texto © 2021 Os autores
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Coletânea científica de espécies de Psychotria (Rubiaceae) - Florística e
aspectos químicos & farmacológicos
Editora Chefe:
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Organizadores:
Profª Drª Antonella Carvalho de Oliveira
Janaina Ramos
Natália Sandrini de Azevedo
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Luiza Alves Batista
Os Autores
Anelise Samara Nazari Formagio
Carla Roberta Ferreira Volobuff
Zefa Valdivina Pereira
Larissa Oliveira Vilela
Wagner Vilegas
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
C694
Coletânea científica de espécies de Psychotria (Rubiaceae) Florística e aspectos químicos & farmacológicos /
Anelise Samara Nazari Formagio, Carla Roberta
Ferreira Volobuff, Zefa Valdivina Pereira, et al. – Ponta
Grossa - PR: Atena, 2021.
Outros autores
Larissa Oliveira Vilela
Wagner Vilegas
Formato: PDF
Requisitos de sistema: Adobe Acrobat Reader
Modo de acesso: World Wide Web
Inclui bibliografia
ISBN 978-65-5706-910-3
DOI 10.22533/at.ed.103211503
1. Botânica. 2. Psychotria. 3. Parque Estadual das
Várzeas do Rio Ivinhema. 4. Phytochemistry. 5. Biological
activity. I. Formagio, Anelise Samara Nazari. II. Volobuff,
Carla Roberta Ferreira. III. Pereira, Zefa Valdivina. IV. Título.
CDD 580
Elaborado por Bibliotecária Janaina Ramos – CRB-8/9166
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Os autores desta obra: 1. Atestam não possuir qualquer interesse comercial que constitua um
conflito de interesses em relação ao artigo científico publicado; 2. Declaram que participaram
ativamente da construção dos respectivos manuscritos, preferencialmente na: a) Concepção do
estudo, e/ou aquisição de dados, e/ou análise e interpretação de dados; b) Elaboração do artigo
ou revisão com vistas a tornar o material intelectualmente relevante; c) Aprovação final do
manuscrito para submissão.; 3. Certificam que os artigos científicos publicados estão
completamente isentos de dados e/ou resultados fraudulentos; 4. Confirmam a citação e a
referência correta de todos os dados e de interpretações de dados de outras pesquisas; 5.
Reconhecem terem informado todas as fontes de financiamento recebidas para a consecução
da pesquisa.
1. Psychotria anceps Kunth
2. Psychotria brachybotrya Müll. Arg
14
17
3. Psychotria capillacea (Müll. Arg.) Standl.
21
4. Psychotria carthagenensis Jacq.
26
5. Psychotria deflexa DC.
32
6. Psychotria leiocarpa Cham. & Schltdl.
36
7. Psychotria poeppigiana Müll. Arg.
8. Psychotria prunifolia (Kunth) Steyerm.
50
54
9. Psychotria tenerior (Cham.) Müll. Arg.
58
10. Psychotria vellosiana Benth
60
APRESENTAÇÃO
A COLETÂNEA CIENTÍFICA DE ESPÉCIES DE Psychotria - Florística e Aspectos
Químicos & Farmacológicos - tem como objetivo contribuir para a formação de recursos
humanos voltados à investigação científica na área, buscando solução na própria
biodiversidade brasileira. São abordadas dez espécies de Psychotria encontradas no
Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema – MS (PEVRI), Psychotria anceps Kunth,
P. brachybotrya Müll. Arg., P. capillacea (Müll. Arg.) Standl., P. carthagenensis Jacq., P.
deflexa DC., P. leiocarpa Cham. & Schltdl., P. poeppigiana Müll. Arg., P. prunifolia (Kunth)
Steyerm., P. tenerior (Cham.) Müll. Arg. e P. vellosiana Benth.
A presente publicação não tem a pretensão de esgotar o tema, mas reunir resultados
de pesquisa dos trabalhos científicos voltadas ao uso popular, distribuição geográfica,
descrição botânica, constituintes químicos e farmacológicos, fornecendo subsídio às
atividades de pesquisa, na graduação e pós-graduação.
Esse tipo de divulgação já tem sido realizado por inúmeros cientistas, na tentativa de
contribuir para valorização, valoração e uso racional e sustentável de plantas medicinais,
além de contribuir a definição de prioridades para pesquisa, com otimização de tempo e
recursos envolvidos.
Agradecemos aos órgãos de fomento que deram suporte aos estudos desenvolvidos
pelo grupo, mencionados neste livro (CNPq, CAPES, FUNDECT-MS), a Faculdade
de Ciências Biológicas e Ambientais, Faculdade de Ciências da Saúde e Faculdade de
Ciências Agrárias da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), aos alunos e
professores que possibilitaram a obtenção de muitos dos resultados descritos neste livro
e a todos os pesquisadores externos que trabalharam em vários artigos publicados pelo
grupo de pesquisa. A todos aqueles também que nos auxiliaram direta e indiretamente nas
diversas etapas dessa publicação o nosso agradecimento.
Anelise Samara Nazari Formagio
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 1
Psychotria anceps Kunth......................................................................................... 14
Psychotria brachybotrya Müll. Arg ......................................................................... 17
Psychotria capillacea (Müll. Arg.) Standl. .............................................................. 21
Psychotria carthagenensis Jacq............................................................................. 26
Psychotria deflexa DC. ............................................................................................. 32
Psychotria leiocarpa Cham. & Schltdl. ................................................................... 36
Psychotria poeppigiana Müll. Arg. .......................................................................... 50
Psychotria prunifolia (Kunth) Steyerm. .................................................................. 54
Psychotria tenerior (Cham.) Müll. Arg. ................................................................... 58
Psychotria vellosiana Benth .................................................................................... 60
REFERÊNCIAS ..........................................................................................................63
SOBRE OS AUTORES .............................................................................................. 70
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
O termo biodiversidade bio (= vida) e diversidade (= variedade) tem papel central para
a espécie humana. Animais, plantas e microrganismo fornecem alimentos, medicamentos
e matérias-primas. Já é bem evidenciada a importância dos produtos naturais, em especial
das plantas medicinais, como fonte de novas substâncias bioativa e consequentemente
agentes terapêuticos. Parece ainda mais desafiadora a continuidade destes estudos pela
comunidade científica, considerando-se, em particular, a enorme biodiversidade a ser
explorada (Cordell et al., 2001).
O Mato Grosso do Sul encontra-se numa região estratégica em termos
de biodiversidade, com a presença de vários macroecossistemas, Cerrado, Chaco, Floresta
Chiquitana, Mata Atlântica e Floresta Amazônica, o que resulta em uma diversidade
biológica relativamente alta.
O Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema – MS (PEVRI), situa-se na bacia do
Paraná, no sudeste do estado do Mato Grosso do Sul, entre as microrregiões de Iguatemi
e Nova Andradina, abrangendo os municípios de Naviraí, Jateí e Taquarussu (Figura 1).
Apresenta uma área de 73.315,15 ha, entre as coordenadas 22 K 0226719 UTM 7463768,
com altitude média de 300 m (Sema 2001). Têm como limite os rios Guairaí, Ivinhema,
Araçatuba, Curutuba e Baía ao Norte, o rio Laranjaí ao Sul, o rio Paraná de Leste e diversas
propriedades para Oeste.
As formações florestais do Parque fazem parte dos domínios da Floresta Atlântica
(IBGE 1992) e, de acordo com a classificação de Veloso et al. (1991), podem ser divididas
em Floresta Estacional Semidecidual Submontana e Floresta Estacional Semidecidual
Aluvial – Mata Paludícula. Essas formações florestais encontram-se reduzidas a pequenos
fragmentos devido à forte antropização principalmente pela exploração seletiva de madeiras
(peroba e ipê), não sendo mais possível encontrar remanescentes florestais originais
(Campos & Souza 1997).
Trata-se de uma vegetação de primeira ocupação de caráter edáfico, que ocupa
terrenos rejuvenescidos pelas seguidas deposições de solos ribeirinhos aluviais e lacustres;
o padrão fisionômico dessas formações é tipicamente campestre (Campos & Souza 1997).
É possível verificar também áreas de tensão ecológicas caracterizada pela transição e o
contato da Floresta Estacional Semidecidual e o Cerrado (Campos & Souza 1997).
Introdução
1
Figura 1. Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema (PEVRI) – Mato Grosso do Sul, Brasil.
Os campos artificiais ou pastagens (Foto 1) compreendem áreas paisagísticas
e floristicamente muito alteradas, ocupando espaços que no passado foram recobertos
por florestas, constituem áreas com evidente predomínio de gramíneas forrageiras e
algumas invasoras, alguns indivíduos arbóreos podem ocorrer isoladamente, constituindo
testemunhos da floresta que no passado recobriu essas áreas e que foram mantidos para
providenciar algum sombreamento ao gado (Campos & Souza 1997).
O PEVRI foi criado como ação compensatória ambiental da Companhia Energética
de São Paulo (CESP) devido à construção da Usina Hidrelétrica Eng. Sérgio Motta (antiga
Porto Primavera), representa a última área de ecossistema de Várzea da Bacia do Rio
Paraná livre de represamento (Sema 2001).
Introdução
2
No entanto, as diferentes formas de uso anterior à criação do Parque como, por
exemplo, a retirada de madeirade lei, construção de drenos, atividade da agropecuária e o
extrativismo de Ginseng (Pfaffia glomerata (Sprengel)) Pedersen, por meio de queimadas,
conferiu à área uma intensa descaracterização.
Algumas imagens do aspecto da vegetação do Parque Estadual das Várzeas do Rio
Ivinhema (PEVRI) (Foto 2 a 6).
Foto 1. Região de várzeas e pastagem. (Fonte: Autores; 2013).
Introdução
3
Foto 2. Região de várzeas e pastagem. (Fonte: Autores; 2013)
Foto 3. Fragmento florestal de transição entre a Floresta Estacional Semidecidual e o Cerrado.
(Fonte: Autores; 2013)
Introdução
4
Foto 4. Mata Ciliar. (Fonte: Autores; 2013)
Foto 5. Formações Pioneiras. (Fonte: Autores; 2013)
Introdução
5
Foto 6. Floresta estacional semidecidual submontana ao fundo e área de pastagem à frente.
(Fonte: Autores; 2013)
No sentido da preservação da biodiversidade, relativo ao conhecimento do
domínio sobre os recursos naturais do Parque para a utilização de gerações futuras, um
estudo florístico realizado por Pereira e Kinoshita 2013 com o objetivo de reconhecer os
gêneros e espécies de Rubiaceae, relatou 45 espécies distribuídas em 24 gêneros. Os
gêneros mais representativos foram Psychotria com dez espécies, Palicourea com quatro,
Borreria com três e Alibertia, Chomelia, Coccocypselum, Coussarea, Diodela, Galianthe
e Guettarda com duas, e outros gêneros com uma única espécie. A maioria das espécies
amostradas apresentou ampla distribuição geográfica, contudo algumas espécies tiveram
sua ocorrência registrada pela primeira vez para o Mato Grosso do Sul.
Rubiaceae se destaca na comunidade científica por ser fonte de substâncias
bioativas. Os alcaloides que têm desempenhado importantes propriedades medicinais e
vários produtos farmacêuticos usados pertencem a essa classe de metabólitos ou são
versões modificadas destes. São exemplos de metabólitos secundários que originaram
diversos fármacos, compreendem cerca de 20% dos produtos naturais conhecidos,
constituindo quase 50% dos derivados de vegetais de significância farmacêutica e biológica
(Barreiro, 2001). A quantidade de produtos descritos, sua diversidade estrutural e variadas
atividades farmacológicas fazem dos alcaloides, junto com os antibióticos, um dos grupos
mais importantes entre as substâncias naturais com interesse terapêutico (Cordell et al.,
2001).
Como exemplo de alcaloides importantes, podemos destacar a morfina, isolada
Introdução
6
do látex seco (ópio) de Papaver somniferum L. (Papaveraceae), isolada em 1804 e ação
comprovada em 1806, como potente analgésico narcótico. O ópio contém outros alcaloides
com propriedades interessantes como a codeína (antitussígeno), a tebaína (antagonista
da morfina), a narcotina (antitussígeno e espasmolítico) e a papaverina (espamolítico)
(Bruneton, 1993). A morfina foi o protótipo natural dos derivados 4-fenilpiperidínicos,
importantes analgésicos, e continua sendo o fármaco de escolha para o tratamento da dor
em pacientes com câncer terminal (Barreiro, 2001; Gilani e Rahman, 2005).
R1O
H3CO
O
N CH3
O
N CH3
H
H
R2O
R1=H; R2=H
R1=CH3; R2=H
R1=COCH3; R2=COCH3
H3CO
morfina
codeína
narcotina
tebaína
H3CO
H3CO
N
OCH3
OCH3
papaverina
De Catharanthus roseus (Apocynaceae), conhecida como vinca, vinca-de-gato ou
maria-sem-vergonha, foram isolados os alcaloides bisindólicos vincristina e vimblastina,
no final do século 60, considerados indispensáveis para o tratamento da leucemia. A
introdução de vincristina na terapêutica também foi responsável por um aumento no índice
de cura em casos de doença de Hodgkin (Rocha et al., 2001).
O alcaloide camptotecina isolado de Camptotheca acuminata (Nyssaceae) com
potente atividade antitumoral, agindo sobre a topoisomerase I (Bailly, 2003; Lorence e
Nessler, 2004). Apesar de possuir uma grande atividade antitumoral, o sucesso clínico
foi questionado devido à sua elevada toxicidade e pouca solubilidade. Assim estruturas
análogas mais ativa e menos tóxica foram aprovadas, topotecan (Hycamtin®) e irinotecan
HCl.
Introdução
7
OH
N
N
N
H
CH3OOC
H
OH
H3CO
N
R
OCOCH3
CO2CH3
H
R=CH3: vimblastina
R=CHO: vincristina
R1
R2
O
N
N
O
O
HO
camptotecina
topotecan
R1 = R2 = H
CH3
R1 = OH; R2 = CH2N
CH3
irinotecan
R1 =
O
N
N
R2 = H
O
O alcaloide quinina isolado das cascas de Cinchona pubenscens (syn. Cinchona
succirubra Pavon) (Rubiaceae) e de outras espécies como C. ledgeriana Moens em 1820, é
a substância mais ativa contra os sintomas da malária, administrada com uma composição
química definida, é também precursor pelo desenvolvimento de antimaláricos sintéticos
como a cloroquina e a mefloquina (Barreiro, 2001; Phillipson, 2001).
Introdução
8
N
HO
N
O
HN
N
quinina
Cl
N
cloroquina
HN
HO
F
N
F
F
F
F
F
mefloquina
Alcaloides indólicos monoterpênicos têm sido investigados para uma grande
variedade de efeitos farmacológicos, além de atividades estimulatórias sobre o sistema
nervoso central. Huperzina A, isolado de licopodiáceas e galantamina de espécies da
família Amarylidaceae têm apresentado resultados significativos no tratamento da doença
de Alzheimer (Liang e Tang, 2004; Hernandez et al., 2006).
Introdução
9
O H
H
H
H
O
O
N
N
N
O
galantamina
huperzina A
Rubiaceae produz alcaloides pertencentes a mais de dez classes diferentes, onde
se destacam os isoquinolínicos, com 44 substâncias elucidadas; os quinolínicos com 70
alcaloides; e os indólicos, com 391 compostos isolados (Cordell et al., 2001), podendo
ser originados da condensação da secologanina com tiramina produzindo alcaloides
isoquinolinicos do tipo emetina; do triptofano, formando alcaloides indol-carboxílicos como
a carboxi-corinantina; triptamina, formando alcaloides indólicos monoterpênicos (Both et
al., 2005).
Os mais representativos em Rubiaceae são os alcaloides indólicos, derivados
do metabolismo do aminoácido triptofano, originados a partir da via de condensação da
triptamina com o iridóide secologanina, formando estrictosidina, que pode ser proposta pela
via biossintética via ácido antranílico (Esquema 1). A presença de iridóides é de grande
relevância devido ao fato de serem marcadores taxonômicos e a loganina, precursora de
secologanina, um dos elementos formadores dos alcaloides indólicos monoterpênicos e de
alguns alcaloides isoquinolínicos (Bruneton, 1993).
OP
OH
HO
COOH
HO
CO2H
H+
HO
OH
+
CH2OP
+
- CO2
N
NH2
Anthranilic acid
O
NH2
H
OPP
N
Phosphoribosyl pyrophosphate
L- Serine
indole
H
COOH
COH
NH
OGlu
Reaction
Mannich
- CO2
+
O
N
O
H
N
H3COOC
H
H3COOC
Strictosidine
Secologonin
NH2
NH2
OGlu
L- Tryptamine
N
H
L- Tryptophan
Esquema 1. Rota biossintética proposta para formação dos alcaloides indólicos monoterpenos
formados a partir do L-triptofano.
Introdução
10
A busca por essa classe de compostos, alcaloides relatados em Rubiaceae
merecem destaque, pois possibilitaram a obtenção de compostos de interesse comercial e
diversidade de usos farmacêuticos, decorrentes de suas atividades farmacológicas. Dentre
eles, a cafeína (alcaloide 1,3,7-trimetilxantina), isolada de Coffea arábica, utilizada em
diversos medicamentos, pela sua ação estimulante. A emetina (alcaloide isoquinolínico) e
de seus análagos, isolada das raízes de Psychotria ipecacuanha (Cephaelis ipecacuanha)
com atividade emética e anti-amebicida. Como ilustrado anteriormente, a quinina, uma
poderosa droga antimalárica e seus análogos de espécies de Cinchona spp. Outro destaque
é o alcaloide ioimbina com efeito afrodisíaco isolado de Pausinystalia yoimba (Cordell et
al., 2001).
O
O
N
N
O
N
O
H
N
N
N
cafeína
O
O
emetina
N
N
H H
H3C
O
H
H
O
OH
iombina
Nesta publicação, vamos relatar os trabalhos científicos publicados (biologia
florística, estudo químico e avaliação farmacológica) das espécies amostradas do gênero
com maior distribuição no PEVRI, Psychotria, subfamília Rubioideae e tribo Psychotrieae,
que engloba cerca de 1650 espécies amplamente distribuídas em matas tropicais (Lopes
et al., 2004). Taxonomicamente complexo, este gênero apresenta grandes similaridades
Introdução
11
morfológicas com Palicourea e Cephaelis, por este motivo, sua classificação tem sido
motivo de controvérsias.
Com destaque para os alcaloides do gênero Psychotria, estudos químicos relatam a
presença de alcaloides como principais metabolitos secundários, destacando o esqueleto
pirrolidinoindol (Libot et al., 1987; Adjibadé et al., 1992; Guéritte-Voegelein et al., 1992; Lajis
et al., 1993; Verotta et al., 1998; Jannic et al., 1999; Li et al., 2011), quinolina e isoquinolina
(Solís et al., 1997; Muhammad et al., 2003; Garcia et al., 2005; Pimenta et al., 2010;
Bernhard et al., 2011) e alcaloides indólicos monoterpênicos (De Santos et al., 2001; Paul
et al., 2003; Henriques et al., 2004; Simoes-Pires et al., 2006; Farias et al., 2010; Pimenta
et al., 2011; Kato et al., 2012; De Oliveira et al., 2013; Passos et al., 2013; Klein-Júnior et
al., 2014, Ribeiro et al., 2016). Além disso, alcaloides indólicos monoterpenos formados
a partir da condensação de um derivado de geniposídeo com triptamina também foram
descritas em espécies de Psychotria (Kerber et al., 2001; Kerber et al., 2008; Kerber et al.,
2014). Outras classes de metabólitos secundários também são relatas como flavonoides,
acidos benzóico e clorogênico (Lu et al., 2014; Berger et al., 2016), terpenoides, cumarinas
(Moreno et al., 2014; Lu et al., 2014), iridoides (Lu et al., 2014) entre outros.
NH
N
H
N
N
H
pirrolidinoindol
H3CO
O
OH
ioimbina
alcaloide indólico monoterpênico
Investigações farmacológicas de Psychotria presentes com essas substâncias estão
bem documentada, destacando efeito antioxidante (Formagio et al., 2014; Magedans et
al., 2017; Abhishek et al., 2019; Porto et al., 2020), antidiabético (Abhishek et al., 2019)
analgésico (Amador et al., 2000; Amador et al., 2001; Both et al., 2002a; Both et al., 2002b,
Verotta et al., 2002; Kodanko et al., 2007), ansiolítico, antidepressivos (Both et al., 2005;
Both et al., 2006; Passos et al., 2013, Almeida; Silva; Assis, 2018), citotóxico (Möller et al.,
2007), entre outras.
Após essas descrições, podemos verificar que os produtos naturais, com destaque
aos alcaloides, desempenham um importante papel no processo de descoberta de fármacos.
Acreditamos, assim, com esta coletânea ter coberto uma grande área de interesse futuro
que se refere ao aproveitamento dos recursos naturais, como fonte de novos medicamentos
ou fitoterápicos, além da preservação do PEVRI, abordando a florística, os aspectos
Introdução
12
químicos e farmacológicos das dez espécies de Psychotria, Psychotria anceps Kunth,
P. brachybotrya Müll. Arg., P. capillacea (Müll. Arg.) Standl., P. carthagenensis Jacq., P.
deflexa DC., P. leiocarpa Cham. & Schltdl., P. poeppigiana Müll. Arg., P. vellosiana Benth.,
P. prunifolia (Kunth) Steyerm. e P. tenerior (Cham.) Müll. Arg.
Introdução
13
Psychotria anceps Kunth
(Fonte: autores, 2013)
Psychotria anceps Kunth
14
ESPÉCIES BOTÂNICAS CORRELATAS
Psychotria corumbensis (Ind. Bibl. Num. Pl. Col. Comissão Rondon. 387. 1951),
Psychotria paracatuensis, Mapouria biacuminata, Mapouria corumbensis, Mapouria
corymbifera, Mapouria ornithophila, Psychotria chlorantha, Psychotria familiarifolia,
Psychotria lucida, Psychotria salicifolia, Psychotria viburnoides, Uragoga anceps, Uragoga
chlorantha, Uragoga corymbifera, Uragoga salicifolia, Uragoga viburnoides, Psychotria
anceps var. robustior (SiBBr, 2020).
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
Psychotria anceps Kunth distribui-se pelo Equador, Guianas, Colômbia, Bolívia e
Brasil. No Brasil distribui-se pelos Estados da Amazônia, Goiás, Distrito Federal, Bahia, Rio
de Janeiro e São Paulo (Andersson, 1992).
No PEVRI, foram apresentados vários indivíduos próximos a mata paludícula,
sendo a primeira ocorrência registrada para o Mato Grosso do Sul, floresce de setembro a
dezembro e frutifica de novembro a julho (Pereira e Kinoshita, 2013).
FLORÍSTICA - DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Essa espécie é facilmente confundida com P. carthagenensis devido as estípulas
grandes e inteiras e os frutos vermelhos. Contudo, as folhas verde-mareladas, cartáceas e
inflorescências em dicásios compostos de P. anpces constituem características diagnósticas
importantes para distinção de ambas às espécies (Pereira e Kinoshita, 2013). Apresenta as
seguintes características:
Hábito de crescimento: Arbusto (1 – 2m), com ramos cilíndricos, passando a
quadrangular na região apical, glabros.
Folhas: Pecioladas, pecíolo semicilíndrico, 0,6-1 cm; lâmina lanceolada, 10-15 x 2-5
cm, verde amareladas, cartáceas, glabra, nervuras primárias e secundárias proeminentes
na superfície abaxial, 7-10 pares de nervuras secundárias, sem domácias, ápice agudo,
base aguda, margem inteira; estípulas inteiras, caducas, 10 mm, ápice agudo.
Inflorescências: Dicásios compostos, terminais, pedunculadas, pedúnculo verde 3-6
cm; brácteas e bractéolas lanceoladas, reduzidas; flores sésseis, pentâmeras, distílicas;
cálice 1,5 mm, campanulado, lobos triangulares, 0,5 mm; corola campanulada, branca,
5-10 mm, externamente glabra, internamente com anel de tricomas na região mediana,
lobos lanceolados, 3-4 mm; estames inseridos no tubo ou na fauce da corola, inclusos
ou exsertos; filetes semicilíndricos 1-2 mm; anteras oblongas; ovário bilocular, um óvulo
por lóculo; disco nectarífero inteiro, 1 mm; estilete cilíndrico, incluso ou excerto, 4-13 mm,
estigma bífido.
Fruto: Drupáceo, subgloboso, multisulcado, 3-5 x 2-4 mm, cálice persistente, preto,
semente plano-convexa, superfície ventral plana com sulco longitudinal, superfície dorsal
6-costada.
Psychotria anceps Kunth
15
ESTUDOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS
Não há referências na literatura consultada.
Psychotria anceps Kunth
16
Psychotria brachybotrya Müll. Arg
(Fonte: autores, 2017)
Psychotria brachybotrya Müll. Arg
17
ESPÉCIES BOTÂNICAS CORRELATAS
Psychotria gracilenta, Uragoga brachybotrya, Psychotria iquitosensis, Uragoga
gracilenta (SiBBr, 2020).
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
Psychotria brachybotrya Müll. Arg. (Foto 7 ) distribui-se do México até a região
amazônica (Andersson, 1992), e também em Minas Gerais e Mato Grosso do Sul (Lombardi;
Gonçalves, 2000).
No PEVRI, foi à primeira ocorrência registrada para o Mato Grosso do Sul, ocorrendo
vários indivíduos, distribuídos nos fragmentos de transição próximos a entrada principal do
parque (Pereira e Kinoshita, 2013). Floresce de outubro a dezembro e frutifica de janeiro a
abril. Uma exsicata encontra-se depositada no herbário da Universidade Federal da Grande
Dourados/UFGD (DDMS 984).
Foto 7. Psychotria brachybotrya (Fonte: autores, 2017)
FLORÍSTICA – DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
No PEVRI, segundo Pereira e Kinoshita, 2013, esta espécie diferencia-se das demais
Psychotria amostradas pelas folhas grandes, inflorescência em glomérulos terminais,
brácteas e bractéolas paleáceas e semente com superfície 5-costada, destacando as
características:
Hábito de crescimento: Arbusto, 80 cm. Ramos cilíndricos glabros.
Psychotria brachybotrya Müll. Arg
18
Folhas: pecioladas, pecíolo semicilíndrico, 0,5-1 cm; lâmina elíptico-lanceolada,
10-18 x 4-7 cm, glabra, nervuras primárias e secundárias proeminentes em ambas as
faces, 7-8 pares de nervuras secundárias, ápice acuminado, base aguda, margem inteira;
estípulas bipartidas, persistentes, internamente pilosa.
Inflorescência: Cimeiras glomeriformes terminais, pedunculadas, pedúnculo 1,8-2
cm, verdes durante a floração, vináceo na frutificação; brácteas e bractéolas paleáceas;
flores sésseis, pentâmeras, distílicas; cálice com lobos lanceolados, ciliados, 3 mm; corola
tubular, branca, 6-7 mm, externamente glabra, internamente com anel de tricomas na
região mediana, lobos triangulares, 1,5-2 mm, reflexo na flor em antese; estames inseridos
no tubo ou na fauce da corola, inclusos ou exsertos; filetes semicilíndricos 1-3mm; anteras
lanceoladas; ovário bilocular, um óvulo por lóculo; disco nectarífero bipartido; estilete
cilíndrico, incluso ou exserto, 3-6 mm, estigma bífido.
Fruto: drupáceo, globosos, multisulcado, 4-8,5 x 4-8 mm, cálice persistente, preto;
semente plano convexa, superfície ventral plana, sulco longitudinal, superfície dorsal
5-costada.
ESTUDOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS
A escolha da planta a ser estudada nem sempre é uma tarefa fácil, devido a grande
variedade de espécies existentes. Porém, dependendo do objetivo do estudo, a escolha
pode ser orientada. Por exemplo, para espécies com interesse farmacológico, deve se levar
em consideração algumas informações da medicina popular. Outros aspectos importantes
são as informações botânicas e químico-taxonômicas.
Esta espécie tornou-se alvo de nossos estudos, por ter o primeiro registro no
Mato Grosso do Sul e pela presença de vários indivíduos no PEVRI. Assim, na busca de
informações químico-taxonômicas, a pesquisa fitoquímica tem por objetivo conhecer os
constituintes de espécies vegetais através do isolamento e identificação dos metabólitos
secundários, assim chamados de produtos naturais. Como relatado que o gênero
Psychotria é rico em alcaloides, surge à necessidade de se utilizar métodos de extração
que possam funcionar como verdadeiros filtros de distintas classes de compostos, relativo
à suas aptidões e características.
Nesse contexto, o nosso grupo em parceria com o de pesquisa da área de produtos
naturais liderada pela profa. Maria Helena Sarragiotto da Universidade Estadual de
Maringá (UEM-PR) abordou o estudo fitoquímico de P. brachybotrya. O extrato metanólico
obtido das partes aéreas, foi fracionado usando extração ácido-base, proporcionando
as frações alcaloidal CHCl3 e BuOH. A Purificação da fração alcaloidal CHCl3 em coluna
cromatográfica de Sephadex LH-20, utilizando H2O e MeOH em gradiente de polaridade,
seguido de cromatografia em camada delgada preparativa eluída com CHCl3/ CH3OH/
NH4OH (8: 2: 0,3) resultou em alcaloides inéditos, nomeado de brachybotryna e seu
derivado N-óxido, dímeros indol. A fração BuOH resultou no isolamento de um composto
conhecido identificado como bufotenina, após purificação em Sephadex LH-20 (Ribeiro et
al., 2016).
Psychotria brachybotrya Müll. Arg
19
H
N
H
N
N
NMe2
OH
OH
Me2N
HO
O-
N
HO
ON
H
N
H
N-óxido- brachybotryna
brachybotryna
NMe2
HO
N
H
bufotenina
Continuando os estudos com P. brachybotrya, Araújo et al., 2014 citam que o
extrato metanólico das folhas apresenta concentração inibitória mínima (CIM) > 250 µg/
mL contra Mycobacterium tuberculosis. Volobuff et al., 2019 relatam que o extrato das
folhas apresenta in vitro efeito de inibição frente a enzima acetilcolinesterase (AChE) em
estruturas cerebrais de ratos, com destaque para o hipocampo (50%).
Psychotria brachybotrya Müll. Arg
20
Psychotria capillacea (Müll. Arg.) Standl.
(Fonte: autores, 2013)
Psychotria capillacea (Müll. Arg.) Standl.
21
ESPÉCIES BOTÂNICAS CORRELATAS
Mapouria capillacea, Psychotria paraguariensis, Psychotria chiococcoides, Uragoga
capillacea (SiBBr, 2020).
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
Psychotria capillacea (Müll. Arg.) Standl. (Foto 8) (Basion. Mapouria capillacea Müll.
Arg.) distribui-se pelo Brasil, nos Estados da Amazônia, Mato Grosso do Sul e Paraná e no
Paraguai e Argentina (Andersson, 1992).
No PEVRI, ocorrem vários indivíduos distribuídos pela mata ciliar da margem direita
do Rio Ivinhema e floresce setembro a dezembro e frutifica de outubro a julho (Pereira
e Kinoshita, 2013). Uma exsicata encontra-se depositada no herbário da Universidade
Federal da Grande Dourados/UFGD (DDMS 5008).
Foto 8. Aspecto geral dos frutos maduros vermelhos e das folhas de Psychotria capillacea
(Fonte: autores, 2018)
Psychotria capillacea (Müll. Arg.) Standl.
22
FLORÍSTICA – DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
De acordo com Pereira e Kinoshita 2013, é caracterizada pelo porte pequeno,
estípulas inteiras, folhas glabras com domáceas, inflorescência em cimeiras corimbiformes,
laxas, flores pequenas, amarelas e frutos vermelhos, seguido das características:
Hábito de crescimento: Arbustos, 1 m. Ramos cilíndrico e glabro.
Folhas: Pecioladas, pecíolos semicilíndricos, 0,3-0,5 cm, glabros; lâmina elípticolanceolada, 5-8 x 1,5-2,5 cm, glabras, nervura primária proeminente em ambas as faces,
5-6 pares de nervuras secundárias, domácias saculiformes, ápice acuminado, base aguda,
margem inteira; estípulas inteiras, caducas, triangulares, ciliadas, ápice acuminado.
Inflorescências: Cimeiras corimbiformes, laxas, terminais, pedúnculo 3-4 cm;
brácteas e bractéolas reduzidas, lanceoladas; flores pediceladas, pedicelo 2-4 mm,
pentâmeras, distílicas; cálice 1-2 mm, lobos triangulares; corola hipocrateriforme, amarela,
15 mm, externamente glabra, internamente com anel de tricomas na região mediana, lobos
lanceolados, 1-1,5 mm, reflexos na flor em antese; estames inserido na fauce ou no tubo
da corola, inclusos ou exsertos; filete semicilíndrico 1-3 mm, anteras lanceoladas; ovário
bilocular, um óvulo por lóculo; disco nectarífero inteiro, 4-6 mm; estilete cilíndrico, incluso
ou exserto 3-4 mm; estigma bífido (Foto 9).
Fruto: Drupáceo, globoso, 5-8 x 4-6 mm, vermelho, cálice persistente; semente
plano convexa, superfície ventral plana, com sulco longitudinal, superfície dorsal 4-costada.
Psychotria capillacea (Müll. Arg.) Standl.
23
Foto 9. Botões em pré-antese evidenciando o desenvolvimento do ovário. (Fonte: autores,
2013)
ESTUDOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS
Embora a literatura científica não reporte estudos químicos e biológicos/
farmacológicos, esta espécie tem sido alvo de pesquisa na UFGD e de outras Instituições
parceiras. O NCI (Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos - EUA) apontou o gênero
Psychotria como hot gênero referindo-se ao potencial citotóxico de seus extratos e frações.
Neste contexto, recentemente o nosso grupo e pesquisa demonstrou o potencial
antiproliferativo do extrato metanólico obtido das folhas de P. capillacea frente células de
ovário (OVCAR-3) (IC50: 2,33 µg/mL) e de glioma SNC (U251) (IC50: 16,66 µg/mL) e moderada
atividade frente as células de mama (MCF-7) (IC50: 40,11 µg/mL), ovário resistente (NCIADR/RES) (IC50: 62.81 µg/mL), colon (HT29) (IC50: 83,69 µg/mL) e leucemia (K-562) (IC50:
Psychotria capillacea (Müll. Arg.) Standl.
24
86,23 µg/mL) (Volobuff et al., 2019). Neste mesmo estudo, os efeitos in vitro do extrato
metanólico também foi avaliado na atividade da AChE no homogenato de cérebro de ratos
em concentrações de 1,0 mg / mL. Os melhores resultados foram observados com inibição
significativa da AChE no estriado 38%, hipotálamo (35%) (P < 0.01) e hipocampo 21% (P
< 0.01), quando comparado com o grupo controle. O donepezil inibiu a atividade da AChE
em todas as estruturas cerebrais estudadas (P <0,001) (Volobuff et al., 2019). Os alcaloides
presentes no extrato também foram quantificados, apresentando 25,4 µg/ g (Volobuff et al.,
2019).
Em outro estudo realizado pelo nosso grupo de pesquisa, avaliamos a atividade
antioxidante, compostos fenólicos totais, flavonoides, flavonol e taninos condensados em
quatro extratos de folhas de Psychotria (Formagio et al., 2014). O extrato metanólico de
P. capillacea apresentou potente atividade antioxidante frente aos reagentes DPPH (IC50:
30.05 µg/mL) e ABTS (IC50: 87,34 µg/mL), e fraca atividade frente β-caroteno/ácido linoleico
(IC50: 33,40 µg/mL). Esse efeito pode estar relacionado com o teor de constituintes fenóis
totais (148,42 ± 4.69 mg (EAG)/g extrato), flavonóides (91.58 ± 3.74 mg (EQ)/g extrato),
flavonol (185.54 ± 5.33 mg QE/g extrato) e taninos condensados (571.95 ± 7.22 mg EC/g
extrato) (Formagio et al., 2014). Análise de LC/DAD (Figura 2) demonstrou a presença
do o ácido p-cumárico (tr=24.91 min) no extrato metanólico. Os padrões foram facilmente
identificados com base em seus espectros de absorção de UV e tempos de retenção
(Formagio et al., 2014).
Figura 2. Cromatograma do extrato de P. capillacea por análise de HPLC/DAD.
Psychotria capillacea (Müll. Arg.) Standl.
25
Psychotria carthagenensis Jacq.
(Fonte: autores, 2018)
Psychotria carthagenensis Jacq.
26
ESPÉCIES BOTÂNICAS CORRELATAS
Mapouria martiana, Uragoga jacobaschii, Uragoga catharinensis, Psychotria
foveolata, Mapouria tristis, Psychotria elliptica, Mapouria fockeana, Uragoga tristis, Uragoga
compaginata, Uragoga pohliana, Mapouria rabeniana, Psychotria tristicula (SiBBr, 2020).
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
Psychotria carthagenensis Jacq. distribui-se nos Estados Unidos, México, América
do Sul, Antilhas e na América Central, principalmente, na costa do pacífico em elevações
de 0-1400 m, em florestas úmidas de clima tropical e equatorial (Burger & Taylor 1993). No
Brasil, ocorrem nas regiões Norte, Sudeste e Centro-Oeste (Andersson 1992).
No PEVRI, segundo Pereira e Kinoshita 2013 estão representadas por muitos
indivíduos, distribuída por todo o interior do parque. Uma exsicata encontra-se depositada
no herbário da Universidade Federal da Grande Dourados/UFGD (DDMS 5006).
FLORÍSTICA – DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Pereira e Kinoshita 2013 relatam que P. carthagenensis podem ser reconhecida pelas
estípulas inteiras, grandes e oblanceoladas (Foto 10) e frutos multisulcados, vermelhos na
maturidade, florescendo de agosto a dezembro e frutifica de setembro a julho, seguida das
características:
Hábito de crescimento: Arbustos, 3 m. Ramos cilíndricos, glabros.
Folhas: Pecioladas, pecíolo semicilíndrico 1-1,5 cm, glabro; lâmina elípticolanceolada, 8-18 x 5-8 cm, glabra, nervuras primárias e secundárias proeminentes na
superfície dorsal, 7-9 pares de nervuras secundárias, ápice agudo, base atenuada, margem
inteira; estípulas caducas, inteiras, concrescidas somente na base, 1,5-2 cm, oblanceolada.
Inflorescências: Pedunculadas, pedúnculos 4-8 cm, verdes, em cimeiras
paniculiformes, terminais; brácteas triangulares caducas; flores sésseis, pentâmeras,
distílicas; cálice 0,5 mm, truncado, pubescente; corola campanulada, branca, 5-7 mm,
externamente pubescente, internamente com anel de tricomas na região mediana do tubo,
lobos levemente reflexos na flor em antese, com ápices recurvados; estames inseridos na
fauce ou no tubo da corola, inclusos ou exsertos; filetes semicilíndricos, 0,8-2 mm; anteras
elipsóides; ovário bilocular, um óvulo por lóculo; disco nectarífero inteiro; estilete cilíndrico,
incluso ou exserto, 2,5-5 mm; estigma bífido.
Fruto: Drupáceo, elipsóide, multisulcado, 6-8 x 4-6 mm, cálice persistente, vermelho;
sementes plano-convexas, castanho-escuras, superfície ventral plana com profundo sulco
longitudinal, superfície dorsal 4-costada.
Psychotria carthagenensis Jacq.
27
Foto 10. Detalhe da estípula (Fonte: autores, 2013)
USO TRADICIONAL
A medicina popular apresenta-se como importantes fontes de conhecimento do
uso terapêutico da biodiversidade, tendo contribuído para o uso da pesquisa e inovação
tecnológica a partir das indicações propiciadas pelo acesso ao conhecimento tradicional
associado ao medicinal.
As plantas medicinais podem ser usadas de diversas maneiras e com diferentes
propósitos. No entanto o uso de forma indiscriminada pode ser potencialmente agressivo,
devido a toxicidade, além de levar ao risco de extinção de espécies, pela coleta sem
critérios.
Em relação às espécies de Psychotria conhecidas, 10% são utilizadas na medicina
Psychotria carthagenensis Jacq.
28
tradicional para uma grande variedade de indicações terapêuticas, destacando o uso
interno para afecções do aparelho reprodutor feminino, auxilio no pré e pós-parto doenças
dos brônquios e gastrointestinais e externo para afecções cutâneas, tumores e banho
(febre, dores de cabeça e ouvido) (Adjibadé, 1989; Leal; Elisabetsky, 1997; Lagis et al.,
1993; Perry, 1980).
A investigação de espécies de Psychotria no Brasil foi motivada pelo uso de P.
carthagenensis (conhecida popularmente como “carne-de-vaca”, “cafeeiro-do-mato” ou
“maria-mole”) e P. viridis, junto com o decocto de Banisteriopsis caapi, na preparação da
bebida alucinógena utilizada para fins religiosos e medicinais pelos caboclos da Amazônia
conhecida como “ayahuasca” (Rivier; Lindgren, 1972; Smith; Downs, 1956).
ESTUDOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS
Psychotria carthagenensis é rica em princípios ativos. Lopes; Moreno; Henriques,
2000 relatam a presença de esteroide, β-sitosterol e de triterpeno, ácido ursólico no extrato
acetato de etila. Rivier e Lidgren (1972) nas folhas de P. carthagenensis descrevem o
alcaloide N, N-dimetiltriptamina e traços de N-monometiltriptamina e 2-metil-1,2,3,4tetrahidro-β-carbolina.
OH
O
HO
HO
β-sitosterol
ácido ursólico
Psychotria carthagenensis Jacq.
29
CH3
N CH3
CH3
NH
N
H
N, N-dimetiltriptamina
N CH3
N
H
N-monometiltriptamina
N
H
2-metil-1,2,3,4-tetrahidro-β-carbolina
No mesmo estudo descrito anteriormente por Formagio et al. (2014), o extrato
metanólico de P. carthagenensis apresentou elevado teor de flavonóides (182.07 ± 2.78 mg
(EQ)/g extrato), flavonol (241.19 ± 9.48 mg QE/g extrato) e taninos condensados (632.39
± 5.63 mg EC/g extrato), podendo estar relacionado com o efeito da atividade antioxidante
frente aos reagentes DPPH (IC50 = 16.92 ± 4.58 μg/mL), ABTS (IC50 = 92.5 ± 7.43 μg/mL) e
β-caroteno/ ácido linoleico (AA = 79.12% ± 3.10) (Formagio et al., 2014). P. carthagenensis
e P. capillacea exibiram os melhores resultados antioxidante de eliminação de radicais,
quando comparados com outros extratos testados. Dados de LC/DAD (Figura 3) também
demonstrou a presença do o ácido p-cumárico (tr=24.91 min) no extrato metanólico
(Formagio et al., 2014).
Volobuff et al., 2019 demonstrou que o extrato de P. carthagenensis não teve efeito
de inibição frente a AChE nas estruturas cerebrais avaliadas, mas sim à ativação desta
enzima na região do estriado (12%), hipocampo (13%), hipotálamo (21%) e córtex cerebral
(27%). Segundo Benzi, Morreti 1998, essa ativação pode ser uma ferramenta científica para
neutralizar o envenenamento por compostos organofosfato. Quando o extrato metanólico
de P. carthagenensis foi avaliado para sua atividade antiproliferativa, apresentou valores
moderados de IC50 variando de 41.08 – 73.81μg/mL frente oito linhagens de células tumorais
humanas testadas (Volobuff et al., 2019).
Psychotria carthagenensis Jacq.
30
Figura 3. Cromatograma do extrato metanólico de P. carthagenensis por análise de HPLC/DAD.
A associação de braquicerina, alcaloide encontrado em folhas de P. brachyceras,
com extrato de P. carthagenensis, aumentou significativamente a tolerância a UV-B agudo,
melhorando também a concentração de clorofila e vários parâmetros fotossintéticos,
representando uma ferramenta química para proteger as plantas contra essa condição
prejudicial (Porto et al., 2020).
Psychotria carthagenensis Jacq.
31
Psychotria deflexa DC.
(Fonte: autores, 2013)
Psychotria deflexa DC.
32
ESPÉCIES BOTÂNICAS CORRELATAS
2020).
Palicourea deflexa, Psychotria patens (non Sw. 1788), Uragoga deflexa (SiBBr,
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
Psychotria deflexa DC. (Foto 11) distribui-se do México até a Argentina e no Brasil,
ocorre em quase todos os estados brasileiros (Andersson, 1992).
No PEVRI, ocorrem vários indivíduos distribuídos pela mata ciliar da margem direita
do Rio Ivinhema (Pereira e Kinoshita, 2013). Uma exsicata encontra-se depositada no
herbário da Universidade Federal da Grande Dourados/UFGD (DDMS 5005).
Foto 11. Psychotria deflexa (Fonte: autores, 2020)
FLORÍSTICA – DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
No PEVRI, segundo Pereira e Kinoshita 2013, P. deflexa floresce de novembro a
dezembro e frutifica de dezembro a março. É de fácil reconhecimento pelas folhas jovens
vináceas, glabras, estípulas bipartidas, inflorescências em cimeiras paniculiformes,
terminais, pedúnculo vináceo, corola branca com lobos reflexos na flor em antese, fruto
globosos, branco e semente com a superfície dorsal 5-costada, seguida das características:
Hábito de crescimento: Arbusto, 1-2 m. Ramos cilíndricos glabros.
Psychotria deflexa DC.
33
Folhas: Pecioladas, pecíolo semicilíndrico, 0,5-0,8 cm; folhas jovens vinácea; lâmina
lanceolada, 8-15 x 2-5,5 cm, glabra, nervuras primárias e secundárias proeminentes na
superfície abaxial, 6-8 pares de nervuras secundárias, ápice acuminado, base aguda,
margem inteira; estípulas bipartidas, persistentes, lanceoladas, 6-8 mm.
Inflorescência: Cimeiras paniculiformes terminais, pedúnculo 1-4 cm, vináceo;
bractéolas reduzidas; flores pediceladas, pedicelo de 3-5 mm, pentâmeras, distílicas; cálice
1,5-2 mm, lobos triangulares, 0,5-0,8 mm; corola tubular, branca, 4-5 mm, externamente
glabra, internamente com anel de tricomas na região mediana, lobos triangulares, 1,5-2
mm, reflexo na flor em antese; estames inseridos no tubo ou na fauce da corola, inclusos ou
exsertos; filetes semicilíndricos 1-3 mm; anteras lanceoladas; ovário bilocular, um óvulo por
lóculo; disco nectarífero bipartido; estilete cilíndrico, incluso ou exserto, 2-4 mm, estigma
bífido.
Fruto (Foto 12): Rupáceo, globosos, 5-8,5 x 4-8 mm, cálice persistente, branco;
sementes plano convexa, superfície ventral plana, sulco longitudinal, superfície dorsal
5-costada.
Foto 12. Detalhe dos frutos maduros e brancos (Fonte: autores, 2013)
ESTUDOS QUÍMICOS E FARMACOLÓGICOS
Psychotria deflexa é conhecida popularmente como “erva-de-rato” ou “café-
Psychotria deflexa DC.
34
selvagem”. Estudo realizado com as folhas da sin. Palicourea deflexa, relata o isolamento
do ácido harman-3-carboxílico (1-metil-β-carbolina-3-ácido carboxílico) da fração alcaloidal
total e potencial inibitório da AChE em cérebros de peixe-zebra, com concentração inibitória
(IC50) de 50,65 μg/mL (Bertelli et al., 2017).
COOH
N
N
H
CH3
ácido harman-3-carboxílico
O extrato metanólico de Psychotria deflexa também apresentou efeito inibitório da
AChE na região do hipocampo (57%), estriado (42%) e hipotálamo (41%) de cérebros de
ratos, o que pode estar associado à presença dos alcaloides (42.2 µg/g), conforme descrito
pelo nosso grupo de pesquisa da UFGD (Volobuff et al., 2019). No mesmo trabalho, o
extrato demonstrou moderada ação antiproliferativa frente a sete linhagens com IC50
variando de 49.45 – 93.19 μg/mL (Volobuff et al., 2019). No entanto, apresentou baixo teor
de fenóis totais, flavonoides, flavonol e taninos condensados, e fraca atividade antioxidante
pelos modelos de DPPH, ABTS e β-caroteno (Formagio et al., 2014).
Psychotria deflexa DC.
35
Psychotria leiocarpa CHAM. & SCHLTDL.
(Fonte: autores, 2018)
Psychotria leiocarpa Cham. & Schltdl.
36
ESPÉCIES BOTÂNICAS CORRELATAS
Psychotria extratropica, Psychotria tenella, Psychotria constricta, Psychotria
psilogyne, Uragoga tenella, Uragoga constricta, Psychotria nemorosa, Uragoga nitidula,
Ronabea myodendron (SiBBr, 2020).
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
Psychotria leiocarpa Cham. & Schltdl. (Foto 13) distribui-se da Bahia e Minas Gerais
até o Rio Grande do Sul, bem como no Mato Grosso do Sul e Paraguai (Andersson, 1992,
Delprete et al., 2005).
No PEVRI, foram amostrados vários indivíduos distribuídos na mata ciliar da
margem direita do Rio Ivinhema. Floresce de outubro a dezembro e frutifica de dezembro
a março (Pereira e Kinoshita, 2013). Uma exsicata encontra-se depositada no herbário da
Universidade Federal da Grande Dourados/UFGD (DDMS 5007).
Foto 13. Psychotria leiocarpa (Fonte: autores, 2018)
Psychotria leiocarpa Cham. & Schltdl.
37
FLORÍSTICA – DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Psychotria leiocarpa, segundo Pereira e Kinoshita, 2013 é a única que apresenta
flores tetrâmeras. Além disso, as folhas com margem ondulada, flores brancas, frutos azuis
e sementes com a superfície dorsal 4-costada constituem características diagnósticas
importantes, seguidas de:
Hábito de crescimento: Arbustos, 1,5 m. Ramos cilíndricos, glabros.
Folhas: Pecioladas, pecíolo semicilíndrico, 0,3-0,5 cm; lâmina lanceolada, 4-9,5 x
1-2,5 cm, glabra, nervura primária proeminente em ambas as faces, 10-14 pares de nervuras
secundárias, ápice acuminado, base aguda, margem ondulada; estípulas bipartidas, com
tricomas, ápice acuminado.
Inflorescências (Foto 14): Cimeiras corimbiformes, terminais, pedunculadas,
pedúnculo 1-3 cm; flores pediceladas, pedicelo 0,5-1 cm, tetrâmeras, distílicas; cálice
2 mm, lobos triangulares; corola tubulosa, branca, 0,8-1,5 cm externamente glabra,
internamente com anel de tricomas na região mediana, lobos triangulares, 4-8 mm, reflexo
na flor em antese; estames inseridos na fauce ou no tubo da corola, inclusos ou exsertos;
filete semicilíndricos, 2-4 mm; anteras lanceoladas; ovário bilocular, um óvulo por lóculo;
disco nectarífero bipartido; estilete cilíndrico, incluso ou exserto, 5-8 mm; estigmas bífido.
Fruto: Drupáceo, subglobosos, 6-10 x 0,5-0,8 mm, azul, cálice persistente; sementes
plano-convexas, castanhas, superfície ventral plana, superfície dorsal 4-costada.
Psychotria leiocarpa Cham. & Schltdl.
38
Foto 14. Detalhe das flores longistilas e brevistilas (Fonte: autores, 2013)
ESTUDOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS
Estudos químicos do extrato metanólico obtido das folhas de P. leiocarpa,
popularmente conhecida como “cafeeiro-do-mato” e “grandiúva-de-anta”, reportam
o isolamento do alcaloide indolico monoterpênico N-β-glucopiranosil vincosamida,
como constituinte principal das folhas juntamente com iridóides asperulosídeo e
diacetilasperulosídeo (Henriques et al., 2004; Lopes et al., 2004).
Segundo Andrade et al., 2010, as folhas também apresentam óleo essencial,
sendo evidenciada a presença de 33 compostos caracterizados exclusivamente por
sesquiterpenos, destacando o biciclogermacreno com 35,6% e germacreno D com 17,6%.
Psychotria leiocarpa Cham. & Schltdl.
39
O
O
N
O
O
O
N
Glc
O
O
O
HO
O
N-β-glucopiranosil vincosamida
Glc
O
Glc
H3CCH2O
O Glc
asperulosídeo
diacetilasperulosídeo
biciclogermacreno
germacreno D
Diante da presença de compostos ativos, esta espécie também tem sido alvo de
estudo na UFGD por nosso grupo de pesquisa desde 2013, com publicações de artigos,
dissertação e tese. Realizamos o estudo fitoquímico aliado à investigação farmacológica,
conforme Figura 4, que ilustra o procedimento e etapas seguidas que foram utilizadas no
estudo.
Psychotria leiocarpa Cham. & Schltdl.
40
Figura 4. Procedimento e etapas que foram utilizadas no estudo fitoquímico e farmacológico de
P. leiocarpa.
Folhas frescas de P. leiocarpa foram coletadas em Dourados (S 22 ° 17 ′ 38,4 ″,
W 54 ° 95 ′ 94,2), Mato Grosso do Sul, Brasil. A identificação botânica foi realizada por
Profa. Dra. Zefa Valdevina Pereira e um espécime (5007) foi depositado no herbário da
Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais-UFGD. O extrato metanólico (ME-PL) foi
obtido das folhas (secas e moídas) por maceração com metanol em temperatura ambiente
por 10 dias. Parte do extrato (25 g) foi dissolvido em MeOH / H2O (1: 1) e particionado
com n-hexano, clorofórmio (CHCl3) e acetato de etila (EtOAc), resultando após evaporação
dos solventes as frações hexano (FH-PL; 4,04 g), clorofórmio (FC-PL; 6,45 g), acetato de
etila (FAE-PL; 4,68 g) e aquoso (FA-PL; 9,24 g). Parte do CF-PL foi fracionado por coluna
cromatografica em sílica gel eluída com n-hexano / EtOAc 10 - 80% e EtOAc / MeOH 10
a 70%), resultando nas sub-frações CF-PL-1 a CF-PL-13. A purificação da sub-fração CFPL-4 em cromatografia em camada delgada preparativa, eluída em EtOAc / MeOH 30%
forneceu o isolamento do alcaloide vincosamida (Formagio et al., 2019). Os dados de
RMN de 1H e 13C de vincosamida (Figura 5, 6) foram caracterizados pelos sinais para um
anel indólico em δH 7,40 (d, J = 7,8 Hz) / δC 118,84, δH 7,31 (d, J = 7,8 Hz)/ δC 111,98, δH
7,12 (ddd, J = 7,8; 7,5; 1,2 Hz)/ δC 122,53 e δH 7,02 (ddd, J = 7,8; 7,5; 1,2 Hz)/ δC 120,00
na região de aromáticos. Os sinais em δH 5,54 (ddd, J = 17,1; 10,2; 1,8 Hz), δH 5,17 (dd,
J = 10,2; 1,8Hz) e δH 5,28 (dd, J = 17,1; 1,8 Hz) juntos com o carbono metileno δC 120,5
confirma a unidade terminal de vinilideno. O grupo carbonila foi evidenciado pelo sinal
em δC 166,05. O sinal para a unidade β-glucopiranosil foi observada em δH 3,23-3,91/ δC
62,66–78,35 e δH 4,69 (d, J = 8,1 Hz)/ δC 99,57 pelos espectros de RMN de 1H e 13C (Figura
5, 6). Para o conhecimento foi à primeira vez que o composto foi relatado em P. leiocarpa
(Formagio et al., 2019).
Psychotria leiocarpa Cham. & Schltdl.
41
Figura 5. Espectro de RMN de 1H (300 MHz; CD3OD) de vincosamida.
Figura 6. Espectro de RMN de 13C /DEPT (300 MHz; CD3OD) de vincosamida.
Vincosamida foi quantificada no extrato metanólico por HPLC-DAD resultando em
138,9 ± 0,3 mg / g de extrato (tr = 24,10 min) (Figura 7) (Formagio et al., 2019).
Psychotria leiocarpa Cham. & Schltdl.
42
Figura 7. Cromatograma do extrato metanólico de P. leiocarpa de Dourados-MS.
O alcaloide N-β-glucopiranosil vincosamida foi encontrado nas folhas de P. leiocarpa
coletadas no Porto Alegre / Brasil, e a vincosamida pode ser obtida pela hidrólise. Também
evidenciamos a presença de 35,1 µg/g de alcaloides no extrato metanólico das folhas de
P. leiocarpa (Volobuff et al., 2019) e moderado teor de fenóis totais (78,45 ± 5,20 mg EAG/
g extrato), flavonoides (59,80 ± 6,45 mg EQ/ g extrato), flavonol (185,54 ± 5,33 mg EQ/
g extrato) e taninos condensados (60,97 ± 10,45 mg EC/ g extrato), o que pode estar
associado a moderada atividade antioxidante frente ao reagente DPPH ( IC50 = 127,0
µg/mL), ABTS (sequestro de radical = 12%) e β-caroteno/ ácido linoleico (AA = 22.30%)
(Formagio et al., 2014).
No estudo de Volobuff et al., 2019, o extrato de P. leiocarpa apresentou atividade
antiproliferativa com inibição do crescimento de células de ovário OVCAR-3 (IC50 = 3.28
µg/mL), leucemia K-562 (IC50 = 5.26 µg/mL), queratinócitos HaCat (IC50 = 34.92 µg/mL),
próstata PC-3 (IC50 = 34.92 µg/mL) e mama MCF-7 (IC50 = 35.80 µg/mL). No mesmo estudo,
o extrato metanólico demonstrou inibição da AChE, em modelo in vitro utilizando cérebro
de ratos Wistar machos, nas estruturas de hipocampo (40%), estriado (46%) e hipotálamo
(43%).
Espécies deste gênero são utilizadas na medicina popular contra doenças
inflamatórias, distúrbios respiratórios e anti-alucinógenos (Souza et al., 2013; Grenand;
Moretti; Jacquemim, 1987; Schultes; Rauffauf, 1990; Caballero-George et al., 2001).
Assim, na tentativa de dar suporte ao uso popular, mostramos que a administração oral
em roedores de 30 e 100 mg/kg do extrato metanólico (ME-PL) e 30 mg/kg do alcaloide
vincosamida (PL-1) inibiu a atividade da AChE no córtex frontal (Figura 8).
Psychotria leiocarpa Cham. & Schltdl.
43
Figura 8. Efeito do tratamento oral com extrato metanólico (ME-PL) e PL-1 na atividade da
AChE no córtex cerebral (a), hipocampo (b), hipotálamo (c) e estriado (d). Os valores são
expressos como média ± S.E.M. n = 6 observações por grupo. *P < 0,05, **P < 0,01, ***P
< 0,001 quando comparado ao grupo controle. ANOVA uma via, seguida pelo teste Student
Newman Keuls.
No mesmo estudo tentamos demonstrar o acoplamento molecular de vincosamida
com a enzima acetilcolinesterase, que apresentou interações significativas com o sítio
catalítico e periférico, corroborando com a atividade apresentada no ensaio de inibição.
A Figura 9 demonstra que a vincosamida interage com sitio catalítico aniônico (centro
ativo) e periférico (PAS) e, de acordo com a literatura (Bernard et al., 1999; Bourne et al.,
2006), os seguintes resíduos representam esses locais no mAChE (acetilcolinesterase Mus musculus complexada com colina code ID: 2HA3): His447, Trp86, Glu334, Ser203,
Tyr124, Trp286 e Tyr341.
Psychotria leiocarpa Cham. & Schltdl.
44
Figura 9. Interações de acoplamento entre o local de resíduos ativos da proteína e o ligante
vincosamida (PL-1).
Figura 10. Vista geral da subunidade mAChE complexada com vincosamida (PL-1).
A Figura 10 complementa essas informações e destaca as ligações de hidrogênio
com His447, Tyr124 e Arg296, que são importantes para ancorar o ligante no local ativo.
Neste sentido, concluímos que a vincosamida está envolvida com a atividade inibidora da
Psychotria leiocarpa Cham. & Schltdl.
45
acetilcolinesterase (Formagio et al., 2019).
O extrato metanólico (30 e 100 mg/kg) e vincosamida (30 mg/kg) quando administrado
por via oral apresentaram efeito anti-inflamatório nos ensaios de edema de pata, pleurisia,
curva de tempo e parâmetros nociceptivos (Formagio et al., 2019). Extrato metanólico
(ME-PL) (300 mg/kg) (P <0,05) e vincosamida (PL-1) (100 mg/kg) (P <0,01) apresentaram
uma diminuição na formação de edema em 1 h, com inibição máxima de 52,38 ± 2 % e
61,30 ± 3%, respectivamente. No decorrer do experimento, ME-PL (100 e 300 mg/kg) (P
<0,05) e PL-1 (100 mg/kg) (P <0,001) apresentaram uma diminuição significativa no edema
em comparação ao grupo controle com inibições de 40,47 ± 4%, 46,42 ± 3% e 73,21 ± 2%,
após 2 h, respectivamente, e 35,89 ± 1%, 39,10 ± 2% e 67,94 ± 2%, após 4 h (Figura 11).
O controle positivo DEX (1 mg/kg) (P <0,001) reduziu significativamente o edema em 1 h
(73,21 ± 2%), 2 h (76,19 ± 4%) e 4 h (77,56 ± 4%) (Figura 11) (Formagio et al., 2019).
Figura 11. Efeitos de ME-PL (30, 100 e 300 mg/kg) e PL-1 (3, 30 e 100 mg/kg), controle
(solução salina 0,9%) ou DEX (1 mg/kg) na pata com edema avaliado em 1h, 2 e 4h após a
indução de carragenina. Os dados são representados como as médias ± S.E.M. dos animais
(n=6). O símbolo * comparou o grupo tratado em relação ao grupo controle: *P < 0,05, **P <
0,01, ***P < 0,001, #P < 0,001. ANOVA de uma via, seguida por Student Newman Keuls.
No mesmo estudo, no ensaio de pleurisia, observou-se que o ME-PL nas doses de
30, 100 e 300 mg/kg inibiu a migração de leucócitos em 84,76 ± 2%, 86,71 ± 1% e 88,85 ±
1% (P <0,001), respectivamente, 4 h após a injeção de carragenina, quando comparado ao
grupo controle. Em relação ao PL-1, todas as doses de 3, 30 e 100 mg/kg demonstraram
Psychotria leiocarpa Cham. & Schltdl.
46
inibição de 76,41 ± 1%, 88,35 ± 2% e 88,51 ± 1%, respectivamente (Figura 12). DEX (91,52
± 2%) inibiu a inflamação, mostrando eficácia como controle positivo anti-inflamatório
(Figura 12) (Formagio et al., 2019).
Figura 12. Efeitos de ME-PL (30, 100 e 300 mg/kg) e PL-1 (3, 30, e 100 mg/kg), controle
(solução salina 0,9%) ou DEX (1 mg/kg), no total leucócitos induzidos por carragenina na
cavidade pleural de camundongos. Os dados são representados como as médias ± S.E.M.
dos animais (n=6). O símbolo # indica as diferenças estatísticas do grupo naive e controle
(P < 0,001) enquanto o grupo * comparado em relação ao grupo controle: *** P < 0,001. As
diferenças entre os grupos foram analisadas por ANOVA uma via seguida pelo teste de Student
Newman Keuls.
O tratamento com ME-PL (100 e 300 mg/kg) (P <0,05) e PL-1 (100 mg/kg) (P <0,01)
apresentou efeitos significativamente anti-hiperalgésicos, com redução de 42,50 ± 6%,
55,00 ± 3% e 70,00 ± 2% em 3 h (Figura 13a), respectivamente. Às 4 h após o tratamento
com carragenina com inibição máxima para ME-PL na dose 300 mg/kg (P <0,001) (85,10
± 3%) e para o PL-1 na dose 100 mg/kg (P <0,001) (90,86 ± 4%), comparado com o
controle (Figura 13b). O tratamento com DEX (1 mg/kg) (P <0,001) foi capaz de reduzir a
hiperalgesia mecânica induzida pela carragenina em 97,5 ± 1% após 3 h (Figura 13a) e em
100% após 4 h (Figura 13b) (Formagio et al., 2019).
Psychotria leiocarpa Cham. & Schltdl.
47
Figura 13. Efeito da administração oral de ME-PL (30, 100 ou 300 mg/kg, p.o.), PL-1 (3, 30, ou
100 mg/kg, p.o.), na hiperalgesia mecânica em camundongos. Os animais receberam controle
(solução salina 0,9%) ou DEX (1 mg/kg). Em A, a hiperalgesia mecânica foi mensurada com
um medidor digital de analgesia por 3h e em B, 4h após a administração de carragenina.
Cada barra representa a média ± S.E.M. de seis animais. As diferenças entre os grupos foram
analisadas por ANOVA de uma via, seguida pelo teste de Student Newman Keuls, sendo *P <
0,05, **P < 0,01, ***P < 0,001, #P < 0,001 quando comparado ao grupo controle.
O ME-PL demonstrou potencial redução na sensibilidade ao estímulo ao frio com
acetona, com uma redução de 63,15 ± 2% avaliada em 3 h (Figura 14a) e 67,26 ± 2% em
4 h (Figura 14b) para as doses 300 mg/kg (P <0,01), respectivamente. O PL-1 também
apresentou uma redução potencial na dose avaliada (100 mg/kg) (P <0,001) com 63,81 ±
2% no tempo de 3 h (Figura 14a) e 64,28 ± 2% em 4 h (Figura 14b). O controle DEX (1
mg/kg) (P <0,001) mostrou alta inibição de 76,97 ± 1% e 85,11 ± 1% quando avaliado em 3
e 4 horas, respectivamente (Figura 14) (Formagio et al., 2019).
Figura 14. Efeito da administração oral de ME-PL (30, 100 ou 300 mg/kg, p.o.), PL-1 (3, 30 ou
100 mg/kg, p.o.), na sensibilidade ao frio induzida pela acetona em camundongos. O controle
do animal (solução salina 0,9%) ou DEX (1 mg/kg). A sensibilidade ao frio foi medida 3 e 4
h após a administração de carragenina. Cada barra representa a média ± S.E.M. de seis
animais. As diferenças entre os grupos foram analisadas por ANOVA de uma via, seguido pelo
teste Student Newman Keuls, sendo * P <0,05, ** P <0,01, *** P <0,001, #P <0,001 quando
comparado ao grupo controle.
Psychotria leiocarpa Cham. & Schltdl.
48
A presença do alcaloide vincosamida poderia ser responsável, pelo menos em
parte, pelos efeitos observados, podendo contribuir para a validação do uso popular deste
gênero (Formagio et al., 2019). O estudo também demonstrou que o extrato metanólico não
apresentou sinais clínicos de toxicidade aguda.
Outros estudos relatados na literatura, demonstraram que o extrato etanólico das
folhas demonstrou potencial anti-inflamatório na inibição de óxido nítrico em macrófagos
e atividade analgésica no teste de retirada de cauda (Elisabetsky et al., 1997) e potencial
antimicobacteriano no crescimento de Mycobacterium bovis BCG (Moraes et al., 2011).
Psychotria leiocarpa Cham. & Schltdl.
49
Psychotria poeppigiana Müll. Arg.
(Fonte: autores, 2018)
Psychotria poeppigiana Müll. Arg.
50
ESPÉCIES BOTÂNICAS CORRELATAS
Psychotria tomentosa, Cephaelis barcellana, Cephaelis hirsuta, Uragoga
poeppigiana, Psychotria pardina, Cephaelis vultusmimi, Evea tomentosa, Cephaelis
tomentosa (SiBBr, 2020).
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
Psychotria poeppigiana Müll. (Foto 15) distribui-se do México, América Central,
Brasil e Bolívia (Burger; Taylor, 1993). No Brasil, distribui-se por quase todos os estados
brasileiros (Andersson, 1992).
No PEVRI, foram amostrados poucos indivíduos distribuídos dentro da mata
paludícula. Floresce de outubro a dezembro e frutifica de janeiro a março (Pereira e
Kinoshita, 2013). Uma exsicata encontra-se depositada no herbário da Universidade
Federal da Grande Dourados/UFGD (DDMS 0006).
Psychotria poeppigiana Müll. Arg.
51
Foto 15. Psychotria poeppigiana (Fonte: autores, 2018)
FLORÍSTICA – DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Segundo Pereira e Kinoshita 2013, no PEVRI, esta espécie e de fácil reconhecimento,
pois é a única que apresenta flores amarelas reunidas em cimeiras capituliformes
guarnecidas por duas brácteas foliáceas, grandes, vermelhas e frutos obovóides, azuis.
Também se destaca pelas seguintes características:
Hábito de crescimento: Arbusto, 1,5 m. Ramos cilíndricos, hirsutos.
Folhas: Pecioladas, pecíolos semicilíndricos, 1,5-2 cm, hirsutos; lâmina elípticolanceolada, 12-17 x 4,5-5,5 cm, nervuras primárias e secundárias proeminentes na
superfície abaxial, 10-12 pares de nervuras secundárias, hirsuta, ápice acuminado, base
aguda a assimétrica, margem inteira; estípulas bipartidas, persistentes, hirsutas.
Inflorescências: Cimeiras capituliformes, terminais, 2 brácteas foliáceas,
avermelhadas, hirsutas, oval, 2-5 x 2,5-3,5 cm, bractéolas, lanceoladas, 1 cm; flores
sésseis, pentâmeras, distílicas, levemente zigimórfas; cálice 2-5 mm, ciliado; corola tubular,
amarela, 1-1,8 cm, hirsuta, lobos triangulares 2-7 mm, ciliados; estames inserido na fauce ou
no tubo da corola, inclusos ou exsertos; filete semicilíndrico, 1-6mm; anteras lanceoladas;
ovário bilocular, um óvulo por lóculo; disco nectarífero inteiro, 2-3,5 mm; estilete cilíndrico,
incluso ou exserto, 0,5-1,2 cm, estima bífido.
Fruto: Drupáceo, obovóide, 1-2 x 0,5-1 cm, cálice persistente, azul; sementes plano
convexa.
Psychotria poeppigiana Müll. Arg.
52
USO TRADICIONAL
O banho de vapor das folhas de P. poeppigiana é utilizado no tratamento de febre
alta, diarreia e astenia (Valadeau et al., 2009). Na Colômbia, a decocção a quente da
raiz é administrada via oral e massageada no peito, sendo considerada eficaz contra
doenças pulmonares (Schultes, 1985). No leste da Nicarágua, as folhas são utilizadas para
tratamento de candidíase bucal (Coe, 2008).
ESTUDOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS
A triagem fitoquímica a partir do extrato etanólico das folhas evidenciou a presença
de cumarinas, fenois, flavonoides, esteroides, triterpenoides e alcaloides (Pino-Benítez,
2006). Um estudo realizado com as flores relata que o extrato etanólico não apresentou
efeito citotóxico e não inibiu o crescimento tumoral, mas exibiu efeito inibitório das
metástases pulmonares em 50% (Villasmil et al., 2006).
Estudos recentes por nosso grupo de pesquisa, também evidenciaram alcaloides
(25.3 μg/g) no extrato das folhas e inibição da AChE em cérebros de ratos machos Wistar,
na estrutura cerebral de hipocampo (21%), em modelo in vitro (Volobuff et al., 2019).
Mais recentemente foi evidenciada também a presença de óleo essencial nas folhas com
predominância de sesquiterpenos e promissores efeitos antioxidante e anticolinesterásico
em camundongos (resultados não publicados).
Psychotria poeppigiana Müll. Arg.
53
Psychotria prunifolia (Kunth) Steyerm.
(Fonte: autores, 2013)
Psychotria prunifolia (Kunth) Steyerm.
54
ESPÉCIES BOTÂNICAS CORRELATAS
Psychotria microcephala, Psychotria xanthocephala, Uragoga microcephala,
Tapogomea prunifolia, Cephaelis prunifolia, Cephaelis microcephala var. tripotamica,
Uragoga xanthocephala, Psychotria embirensis, Uragoga fuscostipulata, Uragoga prunifolia
(SiBBr, 2020).
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
Psychotria prunifolia (Kunth) Steyerm. distribui-se pela Colômbia, Peru e Brasil. No
Brasil, distribui-se na Amazônia, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e da Bahia até o Rio
Grande do Sul (Andersson, 1992).
No PEVRI, foi registrada a primeira ocorrência para o Mato Grosso do Sul, em que
foram amostradas poucas populações distribuídas na mata estacional semidecidual do
parque. Floresce e frutifica de julho a dezembro (Pereira e Kinoshita, 2013).
FLORÍSTICA – DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
Segundo Pereira e Kinoshita, 2013, no PEVRI, esta espécie é de fácil reconhecimento
pelo porte subarbustivo, folhas verde amareladas, inflorescências com três ou quatro
flores, brácteas foliáceas formando um pseudo cálice, corola amarela, lobos reflexo na flor
em antese, fruto globoso, preto e sementes com superfície dorsal lisa, apresentando as
seguintes características:
Hábito de crescimento: Subarbusto, 30 m. Ramos cilíndricos, pubescentes.
Folhas: Verde amareladas, pecioladas, pecíolos semicilíndricos, 0,5-1 cm,
pubescentes; lâmina elíptica, 4-6 x 2-4 cm, pubescente sobre as nervuras, nervuras
primárias e secundárias, proeminentes na superfície abaxial, 5-6 pares de nervuras
secundárias, ápice agudo, base aguda, margem crenada, ciliadas; estípulas bipartidas,
caducas, lanceoladas.
Inflorescências: 3-4-floros, pedúnculo reduzido 4-6 mm; brácteas foliáceas formando
um pseudo cálice, bractéolas lineares ciliadas; flores sésseis, distílicas, pentâmeras;
cálice 3-4 mm, truncado, ciliado; corola tubulosa, amarela, 1,5-3 cm, externamente glabra,
internamente com anel de tricomas próximo aos lobos, lobos triangulares, 1-1,5 mm,
reflexos na flor em antese; estames inserido na fauce ou no tubo da corola, inclusos ou
exsertos; filete semicilíndrico 2-3 mm, anteras lanceoladas; ovário bilocular, um óvulo por
lóculo; disco nectarífero inteiro, 0,6 mm; estilete cilíndrico, incluso ou exserto 0,5-2 cm;
estigma bífido.
Fruto: Drupáceo, globoso, 5-8 x 4-6 mm, preto, cálice persistente; sementes planoconvexa, superfície ventral plana, com sulco longitudinal, superfície dorsal lisa.
ESTUDOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS
Trata-se de uma espécie rica em alcaloides, com rendimentos significativos. Do
extrato das raízes e galhos de P. prunifolia foram isolados alcaloides β-carbolínicos,
Psychotria prunifolia (Kunth) Steyerm.
55
10-hidróxi-iso-deppeaninol, N-óxido e -10-hidróxi-antirhina, 14-oxoprunifoleina, prunifolina,
estrictosamida, calicantina, sitosterol, um derivado benzidenona e outros alcaloides
β-carbolínicos (Kato et al., 2012, Kato et al., 2018; Faria et al., 2010; Faria et al., 2009;
Ribeiro, 2010). Os alcalóides indol-monoterpenos tem importância quimiotaxionômica
em Rubiaceae e podem auxiliar na melhor classificação das espécies do subgênero
heteropsychotria.
Os testes in vitro com quatro tipos de cultura de células (S-180-sarcoma de
camundongo, A549-carcinoma de pulmão humano, K562- leucemia mielóide crônica
humana e HFF-1-células normais humanas-fibroblastos) mostraram promissora atividade
citotóxica de P. prunifolia. No teste de atividade antibacteriana e antioxidante os extratos
das folhas foram considerados pouco ativos. A atividade antifúngica in vitro mostrouse razoável (Faria et al., 2009). O ensaio moluscicida com o extrato da raiz apresentou
uma concentração letal para 90% dos moluscos superiores a 400 ppm, o que indica
uma não atividade moluscicida (Ribeiro, 2010). O extrato de P. prunifolia e compostos
(14-oxoprunifoleina e estrictosamida) tem se destacado pelos relevantes efeitos de inibição
nas formas promastigotas de Leishmania amazonenses (Kato et al., 2012). Outro estudo
relata atividade antifúngica in vitro do extrato etanólico bruto das folhas de P. prunifolia
sobre dermatófitos (Lucena et al., 2007). Extratos etanólicos de folhas e caule apresentaram
atividade citotóxica em células tumorais (Pires et al., 2011).
Compostos isolados, como prunifoleína e 14-oxoprunifoleina mostraram
atividade inibitória frente a monoamino oxidase (MAO-A), acetilcolinesterase (AChE)
e butirilcolinolinesterase (BuChE), que são enzimas alvo no tratamento de distúrbios
neurodegenerativos, como Parkinson e Doenças de Alzheimer.
N
HO
H OH
N
N
HO
N
H
H
H
H
H
H
OH
10-hidróxi-antirhina
10-hidróxi-iso-deppeaninol
O
H O
N
HO
N
H
OH
N
H
H
N
H
H
N-óxido-10-hidróxi-antirhina
OH
H
O
H
14-oxoprunifoleina
Psychotria prunifolia (Kunth) Steyerm.
56
O
O
N
HO
N
H
H
N
O
H
N
OGluc
H
prunifoleina
estrictosamida
O
O
OH
H
H
O
H
O
HO
derivado benzidenona
sitosterol
O
O
N
N
N
N
H HO
H
alcaloides pentacíclicos
prunifoleina
HO
HO
N
N
H
H
H
N
N
N
H
N
O
O
HO
Psychotria prunifolia (Kunth) Steyerm.
57
Psychotria tenerior (Cham.) Müll. Arg.
(Fonte: autores, 2013)
Psychotria tenerior (Cham.) Müll. Arg.
58
ESPÉCIES BOTÂNICAS CORRELATAS
Patabea tenerior, Uragoga tenerior, Palicourea hassleriana, Psychotria hassleriana
(SiBBr, 2020).
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
Psychotria tenerior (Cham.) Müll. Arg. (Basion. Patabea tenerior Cham.) distribui-se
pelo Brasil, Paraguai e Argentina. No Brasil, distribui-se em quase todo o território nacional
(Andersson, 1992).
No PEVRI, foram amostrados vários indivíduos distribuídos nos fragmentos de
transição, próximos a entrada do parque. Floresce de outubro a janeiro e frutifica de
dezembro a março (Pereira e Kinoshita, 2013).
FLORÍSTICA – DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
No PEVRI, segundo Pereira e Kinoshita 2013, esta espécie pode ser reconhecida
pelas bractéolas, lanceoladas com cerca de 1 cm. Além disso, o tamanho reduzido da
flor, corola branca, pubescente, fruto globoso e sementes 4-costada constituem caracteres
diagnósticos importantes. Apresenta as seguintes características:
Hábito de crescimento: Arbusto, 60 cm. Ramos cilíndricos glabros.
Folhas: Pecioladas, pecíolo semicilíndrico, 4-7 mm; lâmina elíptico-lanceolada, 5-8 x
1,5-3 cm, glabra, nervuras primárias e secundárias proeminentes na superfície abaxial, 5-7
pares de nervuras secundárias, ápice acuminado, base aguda, margem inteira; estípulas
bipartidas, persistentes.
Inflorescências: Cimeiras paniculiformes, terminais, pedunculadas, pedúnculo verde
1-2,5 cm; bractéolas lanceoladas, 0,5-1 cm; flores sésseis, pentâmeras, distílicas; cálice
1-1,5 mm, lobos triangulares, 0,3-0,5 mm; corola tubular, branca, 3-5 mm, externamente
pubescente, internamente com anel de tricomas na região mediana, lobos lanceolados,
0,8-1 mm; estames inseridos no tubo ou na fauce da corola, inclusos ou exsertos; filetes
semicilíndricos 1-2 mm; anteras lanceoladas; ovário bilocular, um óvulo por lóculo; disco
nectarífero inteiro; estilete cilíndrico, incluso ou exserto, 1-5mm, estigma bífido.
Fruto: Drupáceo, globoso, multisulcado, 3-5 x 2-6 mm, cálice persistente, preto;
semente plano-convexa, superfície ventral plana com sulco longitudinal, superfície dorsal
4-costada.
ESTUDOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS
Não há referência na literatura consultada.
Psychotria tenerior (Cham.) Müll. Arg.
59
Psychotria vellosiana Benth
(Fonte: autores, 2013)
Psychotria vellosiana Benth
60
ESPÉCIES BOTÂNICAS CORRELATAS
Psychotria velloziana, Psychotria hancorniifolia var. velutipes, Uragoga caloneura,
Psychotria sessilis var. plumosa, Psychotria caloneura, Psychotria sessilis var. hancorniifolia,
Psychotria sessilis var. angustifólia, Cephaelis attenuata, Coffea sessislis, Psychotria
janeirensis, Psychotria pachyneura, Psychotria sororopanensis (SiBBr, 2020).
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
Psychotria vellosiana Benth. distribui-se na Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana
Francesa, Trinidade Tobago, Brasil e Paraguai (Andersson, 1992; Jung-Mendaçolli, 1994).
No Brasil, é encontrada na região central da Amazonia, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais,
Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do
Sul (Andersson, 1992).
No PEVRI, foi amostrado apenas um indivíduo distribuído em um dos fragmentos
de transição, próximo à entrada do parque. Floresce de setembro a dezembro e frutifica de
novembro a abril (Pereira e Kinoshita, 2013).
FLORÍSTICA – DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
No PEVRI caracterizam-se pelas folhas com 20 ou mais pares de nervuras
secundárias paralelas, perpendiculares à nervura primária, glabras, inflorescências em
cimeiras glomeriformes, axilares, fruto levemente comprimido, azul escuro e semente com
a superfície dorsal 5-costada, e demais características, segundo Pereira e Kinoshita, 2013:
Hábito de crescimento: Arbustos, 3 m. Ramos cilíndricos, glabros ou puberulentos.
Folhas: Pecioladas, pecíolo semicilíndrico, 5-7 mm, glabro, lâmina lanceolada,
4-9 x 1-2,5 cm, glabra, brilhante, nervura primária proeminente em ambas as superfícies,
nervuras secundárias com 20 ou mais pares, paralelas, perpendiculares à nervura primária,
ápice cuspidado, base atenuada, margem inteira; estípulas caducas, glabras, conadas,
bipartidas no ápice.
Inflorescências: Curto-pedunculadas, em cimeiras glomeriformes, axilares,
pedúnculos verdes, 3-5 mm; brácteas triangulares, 4 mm; flores sésseis, pentâmeras,
distílicas; cálice 1mm, lobos triangulares, ciliados; corola infundibuliforme, branca, 7-8,5
mm, externamente glabra, internamente com anel de tricomas na região mediana do tubo,
lobos triangulares, 3-4 mm, ápices recurvados; estames inseridos na fauce ou no tubo
da corola, inclusos ou exsertos, filetes achatados, 0,5-5 mm; anteras lanceoladas; ovário
bilocular, um óvulo por lóculo; disco nectarífero inteiro, 1mm; estilete cilíndrico, incluso ou
exserto, 3-8 mm, estigma bífido.
Fruto: Drupáceo, levemente comprimido, 4-6 x 2-3 mm, cálice persistente, azul
escuro; sementes plano-convexas, castanho-escuras, superfície ventral plana com sulco
longitudinal, superfície dorsal 5-costada.
Psychotria vellosiana Benth
61
ESTUDOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS
Estudos realizados com extratos das folhas demonstram a presença de flavonoides,
alcaloides, taninos, cumarinas, esteroides e triterpenos e também ação antioxidante in
vitro, baixa toxicidade in vivo e alto valor nutricional (Vieira, 2010). Moreno et al., 2014
relata o isolamento de cinco substancias, sendo dois triterpenos esqualeno e lupeol, dois
esteroides estigmasterol e sitosterol e uma cumarina escopoletina.
esqualeno
HO
HO
estigmasterol
lupeol
O
O
O
CH3
OH
escopoletina
HO
sitosterol
Além disso, a espécie apresentou ação antimicrobiana (Ramos et al., 2008), inibição
da atividade da Pdr5p ATPase, a qual é responsável pela falha do tratamento quimioterápico
(Rangel et al., 2008), potencial antimicobacteriano e anti-inflamatório (Moraes et al., 2011).
Psychotria vellosiana Benth
62
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SOBRE OS AUTORES
ANELISE SAMARA NAZARI FORMAGIO - Graduação em Química pela Universidade Estadual de
Maringá/UEM; Mestrado e doutorado em Química pela Universidade Estadual de Maringá/UEM; PósDoutorado em Plantas Medicinais - Universidade Federal da Grande Dourados/UFGD Pós-doutorado
Sênior em Química de Produtos Naturais - Campus do Litoral Paulista - Unidade São Vicente - UNESP
CLP/SV. Atua na área de Química Orgânica com ênfase em Química de Produtos Naturais e Síntese
orgânica de compostos biologicamente ativos. http://lattes.cnpq.br/2045254272640243
CARLA ROBERTA FERREIRA VOLOBUFF - Graduação em Biotecnologia pela Universidade Federal
da Grande Dourados/UFGD; Mestrado em Biologia Geral/Bioprospecção pela Universidade Federal da
Grande Dourados/UFGD; Doutorado em Ciências da Saúde - farmacologia pela Universidade Federal da
Grande Dourados/UFGD; http://lattes.cnpq.br/5211270678353770
ZEFA VALDIVINA PEREIRA - Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul/UFMS, Mestrado em Botânica pela Universidade Federal de Viçosa/UFV Doutorado em
Biologia Vegetal pela Universidade Estadual de Campinas/UNICAMP Pós Doutorado em Ecologia da
Restauração - Embrapa Cerrado Tem experiência na área de Botânica, com ênfase em Taxonomia
de Fanerógamos, atuando principalmente nos seguintes temas: Rubiaceae, Cerrado, Biologia
reprodutiva, Sustentabilidade, Florística e Recuperação de Áreas Degradadas. http://lattes.cnpq.
br/1855232571882443
LARISSA OLIVEIRA VILELA - Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal da Grande
Dourados/UFGD; Mestrado em Ciência e Tecnologia Ambiental pela Universidade Federal da Grande
Dourados/UFGD. http://lattes.cnpq.br/0275735046607341
WAGNER VILEGAS - Bacharelado em Química (1982), mestrado em Química Orgânica (1985) e doutorado
em Química Orgânica pela Universidade de São Paulo/USP. Atua na área de Química de Produtos
Naturais, principalmente no isolamento e identificação de metabolitos secundários, especialmente os de
alta polaridade, de origem vegetal e marinha. http://lattes.cnpq.br/7927877224326837
Sobre os autores
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