Hoehnea 38(2): 165-214, 6 fig., 2011
A família Asteraceae na Reserva Ecológica do Panga,
Uberlândia, Minas Gerais, Brasil1
Eric Koiti Okiyama Hattori2,4 e Jimi Naoki Nakajima3
Recebido: 30.04.2009; aceito: 5.05.2011
ABSTRACT - (Asteraceae from Panga Ecological Reserve, Uberlandia, Minas Gerais, Brazil). A systematic treatment of the
Asteraceae species is presented here. The ecological reserve, located 30 km S of the city of Uberlândia, has a mosaic of
phytophysiognomies of the Cerrado domain. The specimens are from collections made since 1986 and are deposited at
Herbarium Uberlandense (HUFU) of the Universidade Federal de Uberlandia, Minas Gerais. A total of 98 species distributed
in 46 genera was recorded. The genera with the highest number of species are Vernonia (20 spp.), Chromolaena (10 spp.)
and Baccharis (8 spp.). Identification key, followed by morphological descriptions of each species, information on distribution
and comments on morphological similarities are presented.
Key words: Asteraceae, Minas Gerais, Panga Ecological Reserve, savanna
RESUMO - (A família Asteraceae na Reserva Ecológica do Panga, Uberlândia, Minas Gerais, Brasil). O tratamento sistemático
das espécies de Asteraceae é apresentado aqui. A reserva ecológica está situada cerca de 30 km ao sul do centro do
município de Uberlândia, MG, e possui um mosaico de fitofisionomias do domínio Cerrado. As exsicatas examinadas são de
coletas realizadas desde o ano de 1986 e se encontram depositadas no Herbarium Uberlandense (HUFU) da Universidade
Federal de Uberlândia, Minas Gerais. Asteraceae está representada por 98 espécies em 46 gêneros. Os gêneros mais bem
representados são: Vernonia (20 spp.), Chromolaena (10 spp.) e Baccharis (oito spp.). Uma chave de identificação é
apresentada para as espécies, seguida das descrições morfológicas, fitofisionomias que ocorrem e comentários sobre
semelhanças morfológicas.
Palavras-chave: Asteraceae, cerrado, Minas Gerais, Reserva Ecológica do Panga
Introdução
A família Asteraceae compreende cerca de
24.000 espécies pertencentes a 1.600-1.700 gêneros,
de distribuição ampla no planeta representando entre
8% e 12% do total de angiospermas (Funk et al. 2009).
Cerca de metade das espécies de Asteraceae ocorre
no Novo Mundo, especialmente nos Neotrópicos,
sendo estimadas para a flora brasileira cerca de 2.000
espécies (Nakajima et al. 2010), distribuídas
principalmente na vegetação árida, semi-árida e
montanhosa, estando ausente ou pouco representada
na floresta tropical úmida (Hind 1993).
Devido ao grande número de espécies da família,
principalmente de alguns gêneros, como por exemplo,
1.
2.
3.
4.
Eupatorium L. e Vernonia Schreb., ainda são
necessários maiores esforços, tanto de coleta de
exemplares, quanto de revisões taxonômicas mais
acuradas e atuais. Isto contribuirá para o maior
conhecimento da flora, uma vez que inúmeras espécies
ainda não foram descritas.
Particularmente para o Brasil, os estudos com a
família iniciaram com o trabalho de Baker (1873, 1876,
1882, 1884). Posteriormente, foram feitos levantamentos de tribos ou gêneros para determinados
estados ou localidades, ou ainda, os levantamentos
florísticos da família como um todo, como por exemplo,
Rio Grande do Sul (Malme 1932a), Mato Grosso
(Malme 1932b, Dubs 1998), Paraná (Malme 1933),
Parte da dissertação de mestrado do primeiro autor
Universidade Federal de Uberlândia, Instituto de Biologia, Pós-Graduação em Ecologia e Conservação de Recursos Naturais
Universidade Federal de Uberlândia, Instituto de Biologia, Campus Umuarama, Bloco 2D, Uberlândia, MG
Autor para correspondência: erichattori@yahoo.com.br
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Itatiaia e cidade do Rio de Janeiro (Barroso 1957,
1959), Mucugê (Harley & Simmons 1986) e Pico das
Almas (Hind 1995) na Bahia, Chapada dos Veadeiros
(Munhoz & Proença 1998) em Goiás, Picinguaba
(Moraes 1997), Fontes do Ipiranga (Nakajima et al.
2001) e em áreas de cerrado do estado de São Paulo
(Almeida et al. 2005). Em Minas Gerais, constam os
estudos de Nakajima & Semir (2001) no Parque
Nacional da Serra da Canastra, Hind (2003) em GrãoMogol, Almeida (2008) no Parque Estadual do
Itacolomi, Teles (2008) com o estudo da tribo Astereae
para o Brasil e Tribo Senecioneae para Minas Gerais,
Borges (2008) com estudo da tribo Astereae no
Parque Estadual do Ibitipoca e Hattori & Nakajima
(2008) na EPDA-Galheiro, Perdizes.
O objetivo do presente trabalho é o de realizar o
tratamento sistemático da família Asteraceae na
Reserva Ecológica do Panga, uma área com diversas
fitofisionomias do cerrado.
O tratamento sistemático consiste de uma chave
de identificação geral para as espécies, seguido de
suas descrições, com lista dos exemplares examinados,
dados sobre distribuição nas fitofisionomias e
comentários sobre distribuição geográfica e afinidades
taxonômicas.
Para a tribo Eupatorieae, os gêneros utilizados no
presente trabalho são os propostos por King &
Robinson (1987), uma vez que essa classificação tem
consistência, principalmente quando se fala dos
caracteres macromorfológicos para diferenciar os
táxons, concordando assim com Hind (1995, 2003),
Nakajima & Semir (2001) e Esteves (2001). Para a
tribo Vernonieae, utilizou-se o conceito amplo de
Vernonia, uma vez que os caracteres utilizados por
Robinson (1999) para separar os gêneros são variáveis
Material e métodos
A Reserva Ecológica do Panga (REP)
compreende uma área de 403,85 hectares e se localiza
a cerca de 30 km ao sul do centro do município de
Uberlândia, MG. Sua posição geográfica compreende
as coordenadas 19°0920-19°1110 Sul e
48°2320-48°2435 Oeste, com uma altitude
variando de 750 a 830 m (Schiavini & Araújo 1989)
(Figura 1). Os solos da região são classificados como
Latossolo Vermelho e Latossolo Vermelho-Amarelo
Profundo, bem drenado e com textura acentuadamente
arenosa (Schiavini 1997), e solos hidromórficos de
textura arenosa a intensamente ácidos, com
características distróficas (Lima 1992). O clima,
segundo a classificação de Köppen, é do tipo Aw,
megatérmico, com verões chuvosos, que vão de
outubro a março, e inverno seco que vão de abril a
setembro, com temperatura média anual de 22 °C e
pluviosidade anual de aproximadamente 1500 mm
(Rosa et al. 1991). A Reserva Ecológica do Panga
apresenta as seguintes fitofisionomias, de acordo com
a classificação proposta por Ribeiro & Walter (2008):
floresta de galeria, floresta seca semidecídua,
cerradão, cerrado sentido restrito, cerrado ralo, campo
sujo seco, campo sujo úmido e vereda (figura 1).
Os exemplares examinados são provenientes de
coletas realizadas desde o ano de 1986, e se encontram
depositados no Herbarium Uberlandense (HUFU)
da Universidade Federal de Uberlândia.
Figura 1. Diagrama esquemático com as fitofisionomias da Reserva
Ecológica do Panga, Uberlândia, Minas Gerais. Retirado de:
Cardoso et al. 2009.
Figure 1. Diagrammatic from Panga Ecological Reserve,
Uberlândia, Minas Gerais state, showing the physiognomies.
Taken from: Cardoso et al. 2009.
Hatori & Nakajima: Asteraceae da Reserva Ecológica do Panga, Uberlândia, MG
em um táxon, e da mesma forma, não são exclusivos,
concordando assim com Hind (1995, 2003), e Almeida
(2008).
Resultados e Discussão
Na reserva foram encontradas 98 espécies
pertencentes a 46 gêneros. Os gêneros com maior
167
número de espécies foram: Vernonia (20 spp.),
Chromolaena (10 spp.) e Baccharis (8 spp.),
estando entre os mais representativos em outros
estudos florísticos, principalmente no bioma Cerrado
(Nakajima & Semir 2001, Batalha 2001, Proença
et al. 2001, Tannus & Assis 2004, Almeida et al.
2005, Sasaki & Mello-Silva 2008, Hattori &
Nakajima 2008).
Chave de identificação para as espécies de Asteraceae ocorrentes na Reserva Ecológica do Panga
1. Ramos com dois espinhos laterais ao pecíolo ................................................... 35. Dasyphyllum brasiliense
1. Ramos sem espinhos laterais ao pecíolo
2. Plantas latescentes; flores com corola ligulada ...................................................... 54. Picrosia longifolia
2. Plantas não latescentes; flores com corola tubulosa, liguliforme, bilabiada ou filiforme
3. Anteras com apêndices basais, base calcarada, sagitada ou caudada
4. Estilete com pilosidade abaixo do ponto de bifurcação; anteras calcaradas
5. Capitulescências paniculiformes, corimbiformes, cinciformes ou capítulos solitários
6. Brácteas involucrais caducas; capítulos sésseis agrupados nas axilas das folhas
................................................................................................ 55. Piptocarpha rotundifolia
6. Brácteas involucrais persistentes, ou somente as mais internas caducas.
7. Capítulos com 35 flores ou mais
8. Capítulos solitários
9. Folhas até 2 cm compr., face abaxial esparso-setosa; capítulos sésseis
.......................................................................................... 80. Vernonia brevifolia
9. Folhas com mais de 4 cm compr., face abaxial vilosa; capítulos
pedicelados ......................................................................... 84. Vernonia coriacea
8. Capítulos em cincínios folhosos
10. Folhas rosuladas na base; face abaxial das folhas alvo-lanosa
.................................................................................... 82. Vernonia buddleiifolia
10. Folhas alternas; face abaxial da folha não lanosa
11. Capítulos pedunculados, ca. 35 flores ...................... 79. Vernonia brasiliana
11. Capítulos sésseis, ca. 75-130 flores ...................... 77. Vernonia bardanoides
7. Capítulos com até 30 flores
12. Capítulos solitários; plantas ca. 0,15 m alt. ......................... 86. Vernonia desertorum
12. Capítulos em capitulescências; plantas com 0,4 m alt. ou mais
13. Plantas herbáceas
14. Brácteas involucrais esquarrosas, ápice esverdeado .... 90. Vernonia herbacea
14. Brácteas involucrais imbricadas, ápice purpúreo ........ 83. Vernonia cognata
13. Subarbustos ou arbustos
15. Capítulos com até 12 flores
16. Panículas definidas por grupos de 3-7 capítulos ....85. Vernonia cuneifolia
16. Capítulos em cincínios
17. Folhas linear-lanceoladas a lanceoladas; invólucro
cilíndrico ..................................................... 89. Vernonia fruticulosa
17. Folhas elípticas a ovadas; invólucro campanulado
18. Folhas com face abaxial gríseo-pubescente
............................................................... 87. Vernonia echitifolia
18. Folhas com face abaxial glandulosa .......... 92. Vernonia obtusata
15. Capítulos com mais de 15 flores
168
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19. Plantas com folhas opostas na base .................... 78. Vernonia beyrichii
19. Plantas com folhas alternas apenas
20. Capítulos em cincínios folhosos ao longo dos ramos
21. Folhas lineares ..................................... 95. Vernonia rubricaulis
21. Folhas linear-lanceoladas a lanceoladas
22. Brácteas involucrais imbricadas; capítulos com 30
flores ......................................... 81. Vernonia brevipetiolata
22. Brácteas involucrais esquarrosas; capítulos com
20 flores ........................................... 91. Vernonia ligulifolia
20. Capítulos em cincínios folhosos formando panículas ou
corimbos na porção apical dos ramos
23. Capítulos com ca. 25-30 flores
24. Folhas com a face abaxial alvo-tomentosa,
margens inteiras a crenadas brácteas involucrais
esverdeadas ....................................88. Vernonia ferruginea
24. Folhas com a face abaxial esparso-estrigosa,
margens levemente serreadas; brácteas involucrais púrpuras ............................... 96. Vernonia rubriramea
23. Capítulos com ca. 15-20 flores
25. Folhas sésseis; ramos sulcados; capítulos em
panículas ........................................ 94. Vernonia polyanthes
25. Folhas pecioladas; ramos angulosos; capítulos em
corimbos ........................................... 93. Vernonia petiolaris
5. Capitulescências glomeruliformes ou sinflorescências densas
26. Árvore; uma flor por capítulo ............................................... 44. Eremanthus glomerulatus
26. Ervas ou subarbustos; 2-4 flores por capítulo
27. Glomérulos sem brácteas foliáceas na base .................... 22. Chresta sphaerocephala
27. Glomérulos com uma série de brácteas foliáceas na base
28. Pápus 2-seriado; 2 flores por capítulo ........................... 38. Elephantopus biflorus
28. Pápus 1-seriado; 4 flores por capítulo
29. Pápus paleáceo; lobos da corola glandulosos ........ 41. Elephantopus palustris
29. Pápus cerdoso; lobos da corola glabros
30. Pápus com espessamento na base; capítulos em glomérulos
terminais ................................................................ 40. Elephantopus mollis
30. Pápus sem espessamento na base; capítulos em glomérulos
axilares ................................................................ 39. Elephantopus erectus
4. Estiletes glabros abaixo do ponto de bifurcação; anteras de base caudada ou sagitada
31. Ramos do estilete bilobados, oblongos ou truncados
32. Capítulos com apenas um tipo de flor
33. Todas as flores tubulosas; receptáculo glabro .......................... 45. Gochnatia barrosii
33. Todas as flores bilabiadas; receptáculo cerdoso ............................ 75. Trixis glutinosa
32. Capítulos com dois ou três tipos de flor
34. Capítulos radiados, 3 tipos de flores diferentes ................... 21. Chaptalia integerrima
34. Capítulos disciformes, dois tipos de flores diferentes
35. Flores centrais 2-3; ramos desprovidos de alas ......... 3. Achyrocline satureioides
35. Flor central única; ramos alados............................................. 2. Achyrocline alata
31. Ramos do estilete lineares ou lanceolados
36. Capítulos em glomérulos terminais ............................................. 63. Pterocaulon rugosum
36. Capítulos em glomérulos congestos formando espigas terminais
Hatori & Nakajima: Asteraceae da Reserva Ecológica do Panga, Uberlândia, MG
169
37. Flores pistiladas ca. 35; ramos e face abaxial da folha lanuginosos
.................................................................................... 61. Pterocaulon alopecuroides
37. Flores pistiladas ca. 75; ramos e face abaxial da folha densamente lanosas
............................................................................................... 62. Pterocaulon lanatum
3. Anteras sem apêndices basais, base aguda ou obtusa
38. Brácteas involucrais conadas em quase toda a sua extensão .......................... 72. Tagetes minuta
38. Brácteas involucrais livres entre si, ou concrescidas apenas na base
39. Ramos do estilete com ápice truncado, penicelado
40. Flores róseas a vermelhas; invólucro acaliculado .......................... 42. Emilia sonchifolia
40. Flores amarelas; invólucro caliculado .................................... 43. Erechtites hieraciifolius
39. Ramos do estilete com ápice não truncado, com outros tipos de indumento
41. Flores marginais ou do raio pistiladas com corola filiforme ou liguliforme, ou
todas as flores pistiladas com corola filiforme, ou estaminadas com corola
tubulosa
42. Plantas dióicas
43. Plantas áfilas ou folhas reduzidas; ramos alados ................... 9. Baccharis crispa
43. Plantas com folhas desenvolvidas; ramos cilíndricos
44. Capítulos solitários
45. Invólucro campanulado; folha linear-lanceolada
................................................................. 10. Baccharis dracunculifolia
45. Invólucro cilíndrico; folha lanceolada a oblanceolada
46. Invólucro do capítulo pistilado 7-8 mm; pápus 6-8 mm
................................................................... 14. Baccharis subdentata
46. Invólucro do capítulo pistilado 4-5 mm; pápus até 4,5 mm
......................................................................... 16. Baccharis varians
44. Capítulos em panículas
47. Pápus das flores estaminadas sem ápice espessado .. 11. Baccharis humilis
47. Pápus das flores estaminadas com ápice espessado
48. Folhas com ápice mucronado; corola da flor pistilada glabra
........................................................................ 15. Baccharis trinervis
48. Folhas com ápice não mucronado; corola da flor pistilada
esparso-estrigosa a estrigosa
49. Arbusto; folhas trinervadas, vernicosas ...... 12. Baccharis illinita
49. Subarbusto; folhas uninervadas, não vernicosas
................................................................ 13. Baccharis rufescens
42. Plantas monóicas
50. Capítulos disciformes
51. Flores pistiladas 110-160; capítulos em panículas ...... 34. Conyza canadensis
51. Flores pistiladas ca. 25; capítulos solitários ............ 56. Podocoma bellidifolia
50. Capítulos radiados
52. Flores do disco perfeitas .................................. 71. Symphyotrichum regnellii
52. Flores do disco estaminadas por aborto do gineceu
53. Capítulos solitários em escapo floral ................... 48. Inulopsis camporum
53. Capítulos em corimbos ..................................... 49. Leptostelma maximum
41. Flores marginais ou do raio pistiladas, estaminadas ou neutras; corola liguliforme
ou tubulosa, ou todas as flores perfeitas, corola tubulosa
54. Flores amarelas ou alaranjadas; ramos do estilete com apêndices
inconspícuos
55. Capítulos com todas as flores iguais, perfeitas ................. 67. Spilanthes nervosa
55. Capítulos com flores marginais pistiladas ou do raio estaminadas ou
neutras, e flores centrais ou do disco perfeitas, pistiladas ou estaminadas
170
Hoehnea 38(2): 165-214, 2011
56. Capítulo com uma flor pistilada rodeada por várias flores estaminadas ................................................................. 66. Riencourtia oblongifolia
56. Capítulo com várias flores estaminadas ou perfeitas rodeadas por
flores pistiladas ou neutras
57. Flores do raio pistiladas
58. Flores do raio pistiladas com corola liguliforme, flores do
disco perfeitas ................................................. 76. Verbesina glabrata
58. Flores do raio pistiladas com corola tubulosa ou filiforme,
flores do disco estaminadas por aborto do gineceu
59. Flores do raio com pápus aristado .............33. Clibadium armanii
59. Flores do raio sem pápus
60. Cipsela das flores pistiladas ornamentadas por
ganchos; receptáculo plano ...... 1. Acanthospermum australe
60. Cipsela das flores pistiladas sem ganchos; receptáculo cônico .......................................... 47. Ichthyothere mollis
57. Flores do raio neutras
61. Invólucro com brácteas subinvolucrais foliáceas
.............................................................. 36. Dimerostemma lippioides
61. Invólucro sem brácteas subinvolucrais foliáceas
62. Invólucro campanulado
63. Folhas inteiras; pápus aristado-coroniforme
................................................................... 7. Aspilia foliacea
63. Folhas pinatífidas ou compostas 3-folioladas; pápus
aristado com pelos retrorsos
64. Folhas pinatífidas; flores do raio alaranjadas;
pápus 4-aristado ................................ 17. Bidens gardneri
64. Folhas compostas 3-folioladas; flores do raio
amarelas; pápus 2-seriado .................. 18. Bidens segetum
62. Invólucro globoso
65. Folhas pecioladas; pápus ausente .............. 73. Tilesia baccata
65. Folhas sésseis; pápus aristado-coroniforme
66. Capítulos solitários; cipsela glabra nas flores do
disco ................................................ 97. Viguiera discolor
66. Capítulos em corimbos; cipsela serícea nas
flores do disco .................................. 98. Viguiera robusta
54. Flores alvas, creme, róseas, violetas, lilases ou púrpuras; ramos do estilete
com apêndices conspícuos
67. Capítulos com 4 flores; 4 brácteas involucrais
68. Plantas eretas; folhas sagitiformes a triangulares ...... 52. Mikania officinalis
68. Plantas volúveis; folhas cordadas a ovadas ou lanceoladas
69. Lobos da corola glabros ........................................ 50. Mikania cordifolia
69. Lobos da corola glandulosos
70. Capítulos em panículas; tubo da corola glabro
....................................................................... 51. Mikania micrantha
70. Capítulos em racemos; tubo da corola glanduloso
................................................................... 53. Mikania psilostachya
67. Capítulos com 5 flores ou mais; 5 brácteas involucrais ou mais
71. Capítulos com 5 brácteas involucrais
Hatori & Nakajima: Asteraceae da Reserva Ecológica do Panga, Uberlândia, MG
171
72. Brácteas involucrais híspidas, com tricomas glandulares
................................................................................... 69. Stevia crenulata
72. Brácteas involucrais hirsutas, sem tricomas glandulares
....................................................................................... 68. Stevia collina
71. Capítulos com mais de 5 brácteas involucrais
73. Brácteas involucrais conadas na base; pápus paleáceo
................................................................. 4. Adenostemma suffruticosum
73. Brácteas involucrais livres; pápus cerdoso, plumoso, aristado
ou ausente
74. Pápus cerdoso
75. Receptáculo cônico ou hemisférico
76. Brácteas involucrais persistentes; receptáculo
hemisférico .............................. 20. Campuloclinium hirsutum
76. Brácteas involucrais caducas; receptáculo cônico
77. Folhas rosuladas na base; pápus purpúreo no
ápice ............................................... 57. Praxelis basifolia
77. Folhas opostas; pápus alaranjado, palhete ou alvo
no ápice
78. Capítulos solitários; pedúnculo até 30 cm;
ápice da bráctea involucral purpúreo........
.............................................. 60. Praxelis kleinioides
78. Capítulos em panículas ou corimbos;
pedúnculo até 8,5 cm; ápice da bráctea
involucral esverdeada
79. Flores alvas; capítulos em panículas longas ................................. 59. Praxelis grandiflora
79. Flores lilases; capítulos em corimbos
........................................ 58. Praxelis clematidea
75. Receptáculo plano ou levemente convexo
80. Invólucro cilíndrico
81. Brácteas involucrais persistentes
82. Folhas sésseis, alternas............................
................................... 19. Campovassouria cruciata
82. Folhas pecioladas, opostas
83. Folhas linear-lanceoladas....................
.................................... 65. Raulinoreitzia tremula
83. Folhas elípticas-obovadas...................
................................ 64. Raulinoreitzia crenulata
81. Brácteas involucrais caducas na maturação dos
frutos
84. Folhas alternas; até 5 flores por capítulo...
............................... 32. Chromolaena stachyophylla
84. Folhas opostas; mais de 5 flores por capítulo
85. Brácteas involucrais esbranquiçadas
.......................... 27. Chromolaena leucocephala
85. Brácteas involucrais esverdeadas
86. Folhas glabras em ambas as faces
........................... 26. Chromolaena laevigata
86. Folhas com indumento estrigoso,
setoso ou tomentoso em pelo menos
uma das faces
172
Hoehnea 38(2): 165-214, 2011
87. Folhas com glândulas em ambas
as faces
88. Flores violetas; folhas
sésseis a subsésseis
................ 31. Chromolaena squalida
88. Flores alvas a creme; folhas
pecioladas
89. Tubo da corola glanduloso; ramos do estilete estrigosos...........
....... 23. Chromolaena brunneola
89. Tubo da corola glabro;
ramos do estilete papiloso...........................
....... 25. Chromolaena ferruginea
87. Folhas sem glândulas, ou apenas
na face abaxial
90. Folhas com indumento
estrigoso, sem glândulas....
....................... 30. Chromolaena picta
90. Folhas com indumento
setoso na face adaxial, com
glândulas na face abaxial
91. Ápice das brácteas involucrais e tubo da corola com glândulas....
... 24. Chromolaena cylindrocephala
91. Ápice das brácteas
involucrais e tubo da
corola sem glândulas
92. Lâmina foliar ovallanceolada, invólucro 9-11 × 4 mm;
30 flores no capítulo.......................
... 28. Chromolaena maximilianii
92. Lâmina foliar lanceolada ou elíptica;
invólucro 6-7 ×
2-3 mm; 20 flores
no capítulo............
.. 29. Chromolaena perforata
80. Invólucro campanulado
93. Capítulos com 5 flores
94. Folhas sésseis; capítulos em corimbos densos ............................... 37. Disynaphia senecionidea
94. Folhas pecioladas; capítulos em panículas
laxas .................................. 70. Stomatanthes trigonus
93. Capítulos com mais de 30 flores
Hatori & Nakajima: Asteraceae da Reserva Ecológica do Panga, Uberlândia, MG
173
95. Folhas sésseis; capítulos em panículas
............................................. 8. Ayapana amygdalina
95. Folhas curto-pecioladas; capítulos solitários .............................. 46. Heterocondylus grandis
74. Pápus plumoso, aristado ou ausente
96. Corola e cipsela hirsutas, com glândulas sésseis
............................................................ 74. Trichogonia attenuata
96. Corola e cipsela glabras ou com glândulas estipitadas
97. Receptáculo epaleáceo; pápus aristado...............
.......................................................... 5. Ageratum conyzoides
97. Receptáculo paleáceo; pápus ausente..................
.......................................................... 6. Ageratum fastigiatum
1. Acanthospermum australe (Loefl.) Kuntze, Revis.
Gen. Pl. 1: 303. 1891.
Erva procumbente, 0,2-0,6 m alt.; ramos estriados,
híspido-tomentosos. Folhas opostas, sésseis, lâmina
1-2,5 × 0,3-1,5 cm, ovada; ápice arredondado, margem
serreada, base atenuada; face adaxial esparsoestrigosa, glandulosa, face abaxial esparso-setosa,
glandulosa. Capítulos radiados, pedunculados, em
panículas; invólucro campanulado, 3 × 5 mm; brácteas
involucrais 2-seriadas, 3 × 2 mm, obovadas, setosas;
ápice obtuso, margens ciliadas, base truncada;
receptáculo plano, páleas oblanceoladas, setosas,
conduplicadas, ápice fimbriado. Flores do raio ca. 8,
pistiladas, amarelas, corola tubulosa, lobos glabros;
ramos do estilete inconspícuos. Cipsela obovóide,
2-4 mm, uncinada, glandulosa; pápus ausente. Flores
do disco 5-20, estaminadas, amarelas, corola tubulosa,
lobos glandulosos; anteras de base aguda, apêndice
ovado. Ovário abortivo, sem pápus.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 4-III-1999,
fl., fr., Araújo 2408 (HUFU); 21-I-2000, fl., fr.,
Araújo 3008 (HUFU); 20-I-1992, fl., fr., Barbosa
539 (HUFU).
Acanthospermum australe possui distribuição
ampla na América do Sul. Esta espécie ocorre em
vereda, campo sujo seco e campo sujo úmido na REP.
A. australe é conhecida pela presença de ganchos
na cipsela.
2. Achyrocline alata (Kunth) DC., Prodr. 6: 221. 1838.
Subarbusto, 0,5-1,5 m alt.; ramos cilíndricos,
estriados, tomentosos ou lanosos, alas 0,5-2 mm larg.
Folhas alternas, sésseis, lâmina 1,5-8,5 × 0,1-0,5 cm,
linear-lanceolada; ápice longo-acuminado, margem
inteira, revoluta ou plana, base truncada, decorrente
no ramo; face adaxial lanosa, glandulosa, face abaxial
lanoso-tomentosa. Capítulos disciformes em
glomérulos, ramos em corimbos terminais densos;
invólucro cilíndrico, 4-6 × 1-1,5 mm; brácteas
involucrais 3-seriadas, 3-5 × 1 mm, ovadas a
lanceoladas, hialinas, amareladas, ápice acuminado,
base lanosa, glandulosa; receptáculo plano. Flores
marginais 4-5, pistiladas, creme, corola filiforme, 4 mm,
glabra; ramos do estilete lineares, glabros. Flor central
única, perfeita, creme, corola tubulosa, tubo 3,5 mm,
glabro, lobos glandulosos; anteras de base caudada,
ápice lanceolado; ramos do estilete truncados. Cipsela
obovóide, 1 mm, glabra; pápus cerdoso, 1-seriado,
caduco, 3-4 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga,
17-XII-1999, fl., fr., Amaral & Cardoso s.n.
(HUFU21848); 28-IV-2000, fl., fr., Araújo 3168
(HUFU); 26-V-2000, fl., fr., Araújo 3249 (HUFU);
26-III-1999, fl., bot., Araújo & Barbosa s.n.
(HUFU19581); 3-IV-1987, fl., fr., Araújo s.n.
(HUFU997); 2-VI-2000, fl., fr., Araújo s.n.
(HUFU23472); 30-VII-1999, fl., fr., Barbosa &
Mendes 2083 (HUFU); 28-V-1999, fl., fr., Lemos s.n.
(HUFU20717); 25-VI-1999, fl., bot., Lemos s.n.
(HUFU20764).
Achyrocline alata ocorre amplamente na
América do Sul. Esta espécie é encontrada em mata
de galeria e vereda na REP. Esta espécie ocorre em
mata de galeria e vereda na REP. A. alata é muito
parecida com A. satureioides, porém, esta não
apresenta alas nos ramos.
3. Achyrocline satureioides (Lam.) DC., Prodr. 6:
220. 1837 [1838].
174
Hoehnea 38(2): 165-214, 2011
Subarbusto, 0,6-1 m alt.; ramos cilíndricos
estriados, lanuginosos. Folhas alternas, sésseis,
lâmina 1-5 × 0,2-1,2 cm, linear-lanceolada a
lanceolada; ápice agudo ou acuminado, margem
inteira, base aguda; face adaxial tomentosa a
lanuginosa, glandulosa, face abaxial lanosa,
glandulosa. Capítulos disciformes, em glomérulos,
ramos em corimbos terminais densos, pedúnculo
lanoso; invólucro cilíndrico, 5 × 1,5-2 mm; brácteas
involucrais 3-seriadas, 3,5-5 × 1-1,5 mm, lanceoladas
a linear-lanceoladas, hialinas, glabras, ápice
acuminado, margens inteiras, base lanosa, glandulosa;
receptáculo plano, alveolado. Flores marginais 7-9,
pistiladas, creme, corola filiforme, tubo 4,5 mm,
glanduloso, ramos do estilete lineares, glabros. Flores
centrais 2-3, perfeitas, creme, corola tubulosa, tubo
3,5 mm, glabra, lobos glandulosos; anteras de base
caudada, apice oval-lanceolado; ramos do estilete
lineares, truncados, pilosos. Cipsela obcônica a
elipsóide, glabra; pápus cerdoso, 1-seriado, 4 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga,
19-XII-1986, fl., fr., Araújo s.n. (HUFU823);
15-I-1992, fl., fr., Barbosa 622a (HUFU); 22-I-1992,
fl., fr., Barbosa 622 (HUFU); 7-V-2007, fl., bot.,
Hattori 737 (HUFU).
Achyrocline satureioides possui distribuição
ampla na América do Sul. Esta espécie é encontrada
em campo sujo seco e cerrado ralo na REP.
A. satureioides é facilmente confundinda com
A. alata pelo tipo de coflorescência e cor do capítulo,
mas difere de A. alata pela característica já citada
anteriormente.
4. Adenostemma suffruticosum Gardner, London J.
Bot. 6: 433. 1847.
Figura 2
Subarbusto, 0,5-1,8 m alt.; ramos angulosos,
puberulentos. Folhas opostas na porção inferior,
alternas na porção superior, pecíolo 5-25 mm, lâmina
1,5-15 × 0,5-10 cm, elíptica a oblanceolada; ápice
acuminado ou agudo a obtuso, margem inteira a
levemente crenada, base atenuada; ambas as faces
glabras. Capítulos discóides, em panículas, pedúnculo
4-10 cm, invólucro hemisférico, 5-8 × 7-15 mm;
brácteas involucrais 2-seriadas, conatas na base, 4-6
× 1-2 mm, lanceoladas ou estreitamente oblongas,
glutinosas, ápice agudo a obtuso, margens inteiras;
receptáculo convexo. Flores 40-80, perfeitas, alvas,
corola tubulosa, glandulosa, lobos tomentosos; anteras
de base obtusa, ápice ausente; ramos do estilete
longos, apêndices espatulados. Cipsela obcônica,
glutinosa, 2-3 mm; pápus paleáceo, 3-4 páleas oblongas,
1 mm, tricomas glandulares.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 18-VI-1999,
fl., fr., Araújo & Faria s.n. (HUFU20431);
11-VII-1997, fl., fr., Araújo & Mendes s.n.
(HUFU18978); 10-IV-1992, fl., fr., bot., Araújo et al.
37 (HUFU, UEC); 15-V-1992, fl., fr., Araújo et al. 172
(HUFU); 26-V-2000, fl., fr., Barbosa 3380 (HUFU);
30-VII-1999, fl., fr., Barbosa & S. Mendes 2086
(HUFU); 21-I-2000, fl., bot., Mendes s.n. (HUFU22268);
22-V-1987, fl., fr., Schiavini s.n. (HUFU1046).
Adenostemma sufruticosum é conhecida apenas
na porção leste do Brasil, ocorrendo nos estados de
Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e no Distrito
Federal. Esta espécie é encontrada em campo sujo
úmido, mata seca semidecídua e vereda na REP.
A. suffruticosum pode ser reconhecida pelas brácteas
involucrais glutinosas e conatas na base.
5. Ageratum conyzoides L., Sp. Pl. 2: 839. 1753.
Erva a subarbusto, 0,5-1,2 m alt.; ramos estriados,
setosos. Folhas opostas, pecíolo 1-3,5 cm, densamente
híspido, lâmina 1-4,5(8) × 0,5-4,5 mm, ovada; ápice
agudo ou obtuso, margem crenada, base obtusa; face
adaxial setosa, face abaxial setosa, glandulosa.
Capítulos discóides, em corimbos densos, pedúnculo
5-15 mm; invólucro hemisférico, 4-5 × 4-5 mm;
brácteas involucrais livres, 2-seriadas, 4-5 × 0,6-0,7 mm,
lanceoladas, glabras ou setosas, ápice acuminado,
margens serrilhadas; receptáculo convexo. Flores 6575, perfeitas, alvas a purpúreas, corola tubulosa,
glanduloso-estipitada, lobos tomentosos; anteras de
base arredondada, ápice ovado; ramos do estilete
obtusos. Cipsela obcônica, 2 mm, glabra, 5-costada,
serreada; pápus 5-aristado, base achatada, 2,5-3 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 5-VI-1992,
fl., fr., Araújo et al. 209 (HUFU, RB); 21-V-1999,
fl., fr., Barbosa s.n. (HUFU20142); 2-VI-2000, fl.,
fr., Barbosa s.n. (HUFU3440).
Ageratum conyzoides possui distribuição ampla
na América do Sul. Esta espécie é encontrada em
campo sujo úmido e vereda na REP e pode ser
reconhecida pelo pápus 5-aristado e as aristas com
base achatada.
Hatori & Nakajima: Asteraceae da Reserva Ecológica do Panga, Uberlândia, MG
6. Ageratum fastigiatum (Gardner) R.M. King &
H. Rob., Phytologia 24: 114. 1972 ≡ Alomia
fastigiata Benth. ex Baker, Fl. bras. 6(2): 192. 1876.
Subarbusto, 0,5-1,5 m alt.; ramos estriados,
puberulentos, glandulosos. Folhas alternas, sésseis,
lâmina 1-8,5 × 0,1-1 mm, linear-lanceolada; ápice
acuminado, margem inteira a serreada, às vezes
levemente revoluta, base atenuada; face adaxial
glandulosa; face abaxial glandulosa, nervuras setosas.
Capítulos discóides, em corimbos densos, pedúnculo
5-10 mm, tomentoso, glanduloso; invólucro hemisférico,
3-4 × 3-4 mm; brácteas involucrais livres, 2-seriadas,
175
3 × 0,6-1 mm, lanceoladas, setosas, glandulosas, ápice
acuminado a agudo, margens ciliadas, receptáculo
cônico, páleas espatuladas, 2-4 × 0,5-1 mm,
glandulosas, ápice agudo, margens ciliadas. Flores
20-50, perfeitas, alvas a liláses, corola tubulosa, tubo
1,5-2 mm, glanduloso estipitado, lobos papilosos;
anteras de base obtusa a arredondada, ápice ovado;
ramos do estilete lineares, papilosos. Cipsela obcônica,
1-2 × 0,5 mm, glabra, 5-costada; pápus ausente.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 28-IV-2000,
fl., bot., Araújo 3167 (HUFU); 10-IV-1992, bot., fl.,
Figura 2. Adenostemma suffruticosum Gardner. A) Hábito; B) Capítulo; C) Flor, mostrando estilete e estames; D) Detalhe dos lobos da
corola; E) Anteras; F) Ramos do estilete; G) Cipsela e Pápus. (Araújo et al. 118, HUFU3076).
Figure 2. Adenostemma suffruticosum Gardner. A) Habit; B) Head; C) Flower, showing style and stamens; D) Corola lobes in detail; E)
Anthers; F) Style branches; G) Cypsela and Pappus. (Araújo et al. 118, HUFU3076).
176
Hoehnea 38(2): 165-214, 2011
fr., Araújo et al. 17 (HUFU, RB, UEC); 8-V-1992,
fl., fr., Araújo et al. 85 (HUFU, UEC); 11-IV-1997,
fl., fr., Araújo s.n. (HUFU17991); 29-I-1999, fl., bot.,
Barbosa & Amaral s.n. (HUFU18591);
27-VIII-1999, fl., fr., bot., Barbosa & Mendes 2298
(HUFU); 3-VI-1988, fr., Carvalho 4 (HUFU);
11-XII-1998, fl., fr., Lemos s.n. (HUFU20279);
7-V-2007, fl., Hattori 730 (HUFU).
Ageratum fastigiatum ocorre somente no Brasil,
nos estados da Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do
Sul, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de
Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio
Grande do Sul e no Distrito Federal. Esta espécie
ocorre em campo sujo úmido, campo sujo seco,
transição cerrado sentido restrito-vereda e vereda na
REP. A. fastigiatum é facilmente reconhecida pelas
folhas alternas formando fascículos, dando um aspecto
de folhas espiraladas.
7. Aspilia foliacea (Spreng.) Baker, Fl. bras. 6(3):
193. 1884.
Subarbusto, 0,3 m alt.; ramos delgados, estriados,
híspidos. Folhas opostas, sésseis ou curto-peciolados,
lâmina 1,5-4 × 0,5-1,6 cm, ovada a lanceolada; ápice
acuminado a agudo, margem serreada, base
arredondada; ambas as faces estrigosas. Capítulos
radiados, em ramos candelabriformes, pedúnculo
7,5 mm, densamente híspido; invólucro campanulado,
6-20 × 7-17 mm; brácteas involucrais 2-seriadas,
lanceoladas, 7-15 × 2-4 mm, setosas, ápice agudo,
margens ciliadas; receptáculo plano, páleas
lanceoladas, conduplicadas, 7-8 × 1,5-2 mm, glabras,
ápice acuminado, margens serrilhadas. Flores do raio
ca. 10, neutras, amarelas, corola liguliforme, tubo
2-3 mm, limbo 19-23 × 5-6 mm. Ovário abortivo,
fusiforme, 2-2,5 × 1 mm, seríceo, costado; pápus
aristado-coroniforme. Flores do disco ca. 40, perfeitas,
amarelas, corola tubulosa, tubo 4-5 mm, glabro, lobos
papilosos; anteras de base sagitada, ápice triangular;
ramos do estilete lanceolados. Cipsela fusiforme, 2-3 ×
1,2 mm, serícea, comprimida; pápus aristadocoroniforme, aristas até 2 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 2-X-1992,
fl., bot., Araújo et al. 294 (HUFU, RB, UEC); 23-IX1992, fl., Barbosa 882 (HUFU).
Aspilia foliacea ocorre somente no Brasil, nos
estados do Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do
Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa
Catarina, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal.
Esta espécie ocorre em campo sujo seco após fogo
na REP. A. foliacea pode ser reconhecida pelos
ramos delgados e capítulos dispostos em ramos
candelabriformes.
8. Ayapana amygdalina (Lam.) R.M. King & H.
Rob., Phytologia 20(3): 211. 1970 ≡ Eupatorium
amygdalinum Lam., Encycl. 2(2): 408. 1786 [1788].
Subarbusto, 1-1,5 m alt.; ramos estriados, híspidotomentosos. Folhas sésseis, lâmina 1-11,5 × 0,5-3,5 cm,
lanceolada a elíptica, oblanceolada ou obovada; ápice
agudo a arredondado, margem inteira a serreada,
revoluta, base aguda a atenuada; ambas as faces
escabras, híspido-tomentosas. Capítulos discóides, em
panículas terminais, pedúnculo 5-10 mm; invólucro
cilíndrico, quando jovem, a campanulado, 6-9 ×
5-9 mm; brácteas involucrais 3-4-seriadas, esquarrosas, 3-9 × 0,3-1,5 mm, lanceoladas a linear-lanceoladas, tricomas glandulares, ápice acuminado, purpúreo, margem ciliada; receptáculo plano. Flores 45-60,
perfeitas, lilases, corola tubulosa, tubo 5,5-6,5 mm,
glabro, lobos glandulosos; anteras de base aguda, ápice
lanceolado; ramos do estilete lineares. Cipsela
fusiforme, 2-2,5 × 0,4-0,7 mm, estrigosa, 5-costada,
ciliada; pápus cerdoso, alvo, 1-seriado, 3-5 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 4-IX-1998,
fl., fr., Barbosa 1063 (HUFU); 30-VIII-1999, fl., fr.,
Barbosa & Mendes 2084 (HUFU); 31-VII-1997,
fl., fr., Cardoso s.n. (HUFU18121); 24-VII-1997, fl.,
fr., Krauss 60 (HUFU); 29-VIII-1986, fl., fr.,
Schiavini s.n. (HUFU688).
Ayapana amygdalina ocorre nas Guianas,
Suriname, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru,
Bolívia, Paraguai e no Brasil, ocorrendo em quase
todas as regiões geográficas, exceto na Região Sul.
Esta espécie ocorre em campo sujo seco e vereda na
REP. A. amygdalina pode ser reconhecida pelas
folhas oblanceoladas, híspido-tomentosas. O capítulo
quando jovem é cilíndrico, diferente de quando
herborizado, que se apresenta campanulado.
9. Baccharis crispa Spreng., Syst. Veg., edition
decima sexta 3: 466. 1826 ≡ Baccharis trimera
(Less.) DC., Prodr. 5: 425. 1836.
Erva dióica, 0,5-1 m alt.; ramos alados, angulosos,
estriados, puberulentos, glandulosos, alas 2-9 mm larg.,
estrigosas, glandulosas, margens inteiras, levemente
Hatori & Nakajima: Asteraceae da Reserva Ecológica do Panga, Uberlândia, MG
onduladas. Folhas reduzidas ou ausentes. Capítulos
estaminados discóides, sésseis, em glomérulos, ramos
em espigas interruptas; invólucro campanulado,
4 × 4 mm; brácteas involucrais 4-5-seriadas, livres,
1-3 × 1-1,5 mm, ovadas a lanceoladas, glabras, ápice
acuminado a agudo, margens serrilhadas, ciliadas;
receptáculo plano, foveolado. Flores ca. 55, creme,
corola tubulosa, tubo 3 mm, glabra; anteras de base
aguda, ápice lanceolado; ramos do estilete lanceolados,
estrigosos. Cipsela abortiva; pápus cerdoso, 1-seriado,
cerdas com ápice espessado, 4 mm. Capítulos
pistilados discóides, sésseis, em glomérulos, ramos em
espigas interruptas; invólucro campanulado, 4 ×
4-5 mm; brácteas involucrais 5-seriadas, 1-4 ×
0,2-1,5 mm, amplo-ovadas a linear-lanceoladas, ápice
acuminado a obtuso, margens serrilhadas, inteiras;
receptáculo plano. Flores 70-80, creme, corola
filiforme, tubo 2,5-3 mm, glabro; ramos do estilete
lineares. Cipsela fusiforme a elipsóide, glabra,
10-costada, 0,5-1 × 0,2-0,5 mm; pápus 1-seriado,
cerdas alvas, 3,5-4 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 26-V-2000,
bot., fl. (E), Barbosa 3376 (HUFU); 25-IV-1989,
bot., fl. (E), Barbosa s.n. (HUFU2122, ICN).
177
ciliadas; receptáculo plano a convexo. Flores 18-30,
creme, corola tubulosa, tubo 2-2,5 mm, estrigoso ou
setoso, lobos glabros; anteras de base aguda, ápice
lanceolado; ramos do estilete bilobados, estrigosos.
Cipsela abortiva; pápus cerdoso, 1-seriado, cerdas com
ápice espessado, 3-4 mm. Capítulos pistilados
discóides, solitários, axilares, pedúnculo 3-5 mm;
invólucro campanulado, 3,5-7 × 4-5 mm; brácteas
involucrais 3-seriadas, 1-4,5 × 1 mm, ovadas a
lanceoladas, estrigosas, glandulosas, ápice agudo a
acuminado, margens ciliadas; receptáculo convexo,
foveolado. Flores 40-46, creme, corola filiforme, tubo
2,5-4 mm, glabro; ramos do estilete lineares. Cipsela
elipsóide, 1-1,5 × 0,5-0,7 mm, 10-costada, glabra; pápus
cerdoso, 1-seriado, cerdas 4-6 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 10-IV-1992,
fl. (E), fr., Araújo et al. 4 (HUFU, UEC);
28-IV-2000, bot., fl. (G), Araújo 3172 (HUFU);
19-XII-1986, fl. (E), fr., Araújo s.n. (HUFU829);
27-II-1997, fl. (E), fr., Araújo s.n. (HUFU17988);
20-I-1992, fl. (G), Barbosa 542 (HUFU); 26-V-2000,
fl. (G), Barbosa 3374 (HUFU); 16-IV-1989, bot., fl.
(G), Mendes 105 (HUFU).
Baccharis crispa ocorre na Bolívia, nordeste da
Argentina, Paraguai, Uruguai e no Brasil, nos estados
da Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais,
Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina,
Rio Grande do Sul e no Distrito Federal. Esta espécie
ocorre em vereda na REP. B. crispa é facilmente
reconhecida pelos ramos alados.
Baccharis dracunculifolia ocorre na Bolívia,
Paraguai, Argentina, Uruguai e no Brasil, nos estados
da Bahia, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais,
Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina,
Rio Grande do Sul e no Distrito Federal. Esta espécie
ocorre em campo sujo seco, campo sujo úmido,
cerrado sentido restrito, transição cerrado sentido
restrito-vereda e vereda na REP. B. dracunculifolia
é facilmente reconhecida em campo pelo odor
característico de própolis quando está florescendo,
pelas folhas lanceoladas e os capítulos axilares.
10. Baccharis dracunculifolia DC., Prodr. 5: 421.
1836.
11. Baccharis humilis Sch. Bip. ex Baker, Fl. bras.
6(3): 92. 1882.
Subarbusto ou arbusto dióico, 1,5-3 m alt.; ramos
cilíndricos, estriados, setosos ou tomentosos. Folhas
alternas, sésseis, lâmina 0,6-3,5 × 0,1-0,6 mm, linearlanceolada; ápice agudo ou acuminado, margem inteira
a dentada, base aguda; face adaxial glabra ou
glandulosa, face abaxial glandulosa. Capítulos
estaminados discóides, solitários, axilares, pedúnculo
3-6 mm; invólucro campanulado, 3-4 × 3,5-4 mm;
brácteas involucrais livres, 3-seriadas, 1-3,5 ×
0,8-1 mm, ovadas a lanceoladas, estrigosas, glandulosas, ápice agudo a acuminado, fimbriado, margens
Subarbusto dióico, com xilopódio, 0,15-0,2 m alt.;
ramos cilíndricos, costados, glabros ou glandulosos.
Folhas alternas, sésseis, lâmina 0,7-1,5 × 0,1-0,6 cm,
oblanceolada a elíptica; ápice obtuso a arredondado,
margem inteira ou dentada, base aguda a atenuada;
ambas as faces glandulosas. Capítulos estaminados
discóides, em panículas terminais, pedúnculo 8 mm;
invólucro campanulado, 4 × 3 mm; brácteas involucrais
3-seriadas, 3-4 × 1 mm, lanceoladas a linearlanceoladas, glandulosas, ápice agudo a acuminado,
margens fimbriadas; receptáculo convexo. Flores ca.
Material adicional examinado: BRASIL. MINAS GERAIS:
Ouro Branco, Serra do Ouro Branco, 9-VI-2002, fl.
(G), Paula et al. 63 (HUFU, VIC).
178
Hoehnea 38(2): 165-214, 2011
20, creme, corola tubulosa, tubo 2 mm, estrigoso, lobos
glabros; anteras de base aguda, ápice ovado; estilete
bilobado, estrigoso. Cipsela abortiva; pápus cerdoso,
1-seriado, cerdas 4,5 mm. Capítulos pistilados
discóides, em panículas terminais, pedúnculo 4 mm;
invólucro campanulado, 5 × 4 mm; brácteas involucrais
3-seriadas, 2-4,5 × 1-1,5 mm, ovadas a lanceoladas,
glandulosas, ápice obtuso, margens ciliadas; receptáculo plano. Flores ca. 20, creme, corola filiforme, tubo
3 mm, estrigoso; ramos do estilete lineares. Cipsela
obcônica, 1,5-2 × 0,5 mm, 10-costada, glabra; pápus
cerdoso, 2-seriado, cerdas ca. 6 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 24-IX-1992,
bot., fl. (G), Araújo et al. 281 (HUFU, RB, UEC).
Material adicional examinado: BRASIL. MINAS GERAIS:
Uberlândia, Clube Caça e Pesca Itororó de Uberlândia:
3-X-1997, fl. (E), fr., Araújo s.n. (HUFU16694).
Baccharis humilis ocorre apenas no Brasil, nos
estados de Roraima, Acre, Mato Grosso, Mato Grosso
do Sul, Goiás, Minas Gerais e no Distrito Federal em
cerrados logo após queimadas. Esta espécie ocorre
em cerrado sentido restrito na REP. B. humilis é
facilmente reconhecida pelo xilopódio longo e pelos
ramos curtos.
12. Baccharis illinita DC., Prodr. 5: 412. 1836.
Arbusto dióico, 1,5-2 m alt.; ramos cilíndricos,
estriados, glabros a glandulosos. Folhas alternas,
vernicosas, pecíolo até 4 mm, lâmina 1,5-8 ×
0,4-6,5 cm, obovada ou elíptica a oblanceolada,
trinérvea; ápice obtuso a arredondado, margem
2-7-dentada, base atenuada, decorrente no pecíolo;
ambas as faces glandulosas. Capítulos estaminados
discóides, em panículas longas, pedúnculo 12 mm,
glanduloso; invólucro campanulado, 4-5 × 3-5 mm;
brácteas involucrais 4-seriadas, 2-4,5 × 1-1,2 mm,
ovadas a lanceoladas, glabras, ápice agudo a obtuso,
margens serrilhadas; receptáculo convexo, foveolado,
páleas oblongas, glabras, 5 × 1 mm, ápice obtuso,
fimbriado, margens serrilhadas. Flores ca. 50,
amarelas, corola tubulosa, tubo estrigoso, 3 mm, lobos
glabros; anteras de base obtusa, ápice lanceolado.
Cipsela abortiva; pápus cerdoso, 1-seriado, cerdas
3 mm, ápice espessado. Capítulos pistilados discóides,
em panículas, pedúnculo 4 mm; invólucro estreitocampanulado, 6-7 × 4-5 mm; brácteas involucrais
4-seriadas, 3-5,5 × 1-1,5 mm, ovadas a lanceoladas,
glabras, ápice glanduloso, agudo ou obtuso, margens
ciliadas; receptáculo plano, foveolado. Flores ca. 40,
creme, corola filiforme, tubo esparso-estrigoso,
3,5 mm; ramos do estilete lineares. Cipsela obcônica,
1 × 0,5 mm, 10-costada, glabra; pápus cerdoso,
1-seriado, cerdas ca. 5,5 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 26-V-2000,
fl. (G), bot., Barbosa 3381 (HUFU); 9-VII-1999, fl.
(E), fr., Barbosa & Faria s.n. (HUFU20886, ICN).
Baccharis illinita ocorre no Brasil, nos estados
de Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo, Paraná,
Santa Catarina e Rio Grande do Sul e no Distrito
Federal. Esta espécie ocorre em vereda na REP.
B. illinita pode ser reconhecida pelas folhas
vernicosas e capítulos em panículas longas.
13. Baccharis rufescens Spreng., Syst. Veg. 3: 464.
1826.
Subarbusto dióico, 0,2-0,5 m alt.; ramos cilíndricos,
estriados, glandulosos. Folhas alternas, sésseis, lâmina
0,7-3,5 × 0,3 cm, linear a lanceolada ou oblanceolada,
uninervada; ápice acuminado a agudo, margem inteira,
base acuminada a atenuada; ambas as faces
glandulosas. Capítulos estaminados discóides, em
panículas, pedúnculo 7 mm, glabro; invólucro
campanulado, 4 × 4 mm; brácteas involucrais
3-4-seriadas, 2-4 × 0,8-1,2 mm, oval-lanceoladas a
lanceoladas, glabras, ápice agudo a obtuso, margens
ciliadas; receptáculo plano. Flores creme, corola
tubulosa, tubo estrigoso, 2,5 mm, lobos glabros; anteras
de base aguda, ápice lanceolado; ramos do estilete
lanceolados, estrigosos. Cipsela abortiva; pápus
cerdoso, 1-seriado, cerdas alvas, 4 mm, ápice
espessado. Capítulos pistilados discóides, em panículas,
pedúnculo 5 mm; invólucro campanulado, 4 × 2 mm;
brácteas involucrais 4-seriadas, 1,5-4,5 × 0,5-1 mm,
ovadas a lanceoladas, glandulosas, ápice agudo,
margens serrilhadas; receptáculo plano. Flores ca. 10,
creme, corola filiforme, tubo 3 mm, esparso-estrigoso;
ramos do estilete lineares. Cipsela obcônica, 1-1,2 ×
0,5 mm, 10-costada, glabra; pápus cerdoso, 1-seriado,
cerdas conadas na base, ca. 5 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 2-X-1992,
bot., fl. (E), Araújo et al. 299 (HUFU, RB, UEC).
Material adicional examinado: BRASIL. MINAS GERAIS:
Baependi, Toca dos Urubus: 23-VI-2002, fl. (G),
Ferreira & Ferreira 180 (CESJ, HUFU).
Hatori & Nakajima: Asteraceae da Reserva Ecológica do Panga, Uberlândia, MG
Baccharis rufescens ocorre na Paraguai,
Argentina, Uruguai e Brasil, nos estados da Bahia,
Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro,
São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do
Sul. Esta espécie ocorre em campo sujo seco após
fogo na REP. B. rufescens é reconhecida dentre as
espécies ocorrentes do gênero na REP pelas folhas
lineares a oblanceoladas.
14. Baccharis subdentata DC., Prodr. 5: 408. 1836.
Subarbusto dióico, 0,6-1,5 m alt.; ramos cilíndricos,
angulosos ou estriados, glandulosos ou estrigosos.
Folhas alternas, sésseis, lâmina 0,8-4 × 0,1-0,9 cm,
lanceolada a oblanceolada; ápice agudo a obtuso,
margem inteira ou dentada, base atenuada; ambas as
faces glandulosas. Capítulos estaminados discóides,
sésseis, solitários, axilares; invólucro cilíndrico, 5-7 ×
3-4 mm; brácteas involucrais 3-4-seriadas, 1-6 ×
0,8-1,2 mm, ovadas a lanceoladas, glabras, ápice agudo
a obtuso, margens serrilhadas ou fimbriadas;
receptáculo plano. Flores 9-18, creme, corola tubulosa,
estrigosa, tubo 3,5-4,5 mm; anteras de base aguda a
obtusa, ápice lanceolado; ramos do estilete lanceolados,
estrigosos. Cipsela abortiva; pápus cerdoso, 1-seriado,
cerdas alvas, ápice espessado, 5-5,5 mm. Capítulos
pistilados discóides, sésseis, solitários, axilares;
invólucro cilíndrico, 7-8 × 2-3 mm; brácteas involucrais
3-5-seriadas, 1-7,5 × 1-1,2 mm, ovadas a lanceoladas,
ápice agudo ou obtuso, margens fimbriadas ou
serrilhadas; receptáculo plano. Flores 10-12, creme,
corola filiforme, glabra, tubo 5-7,5 mm; ramos do
estilete lineares. Cipsela elipsóide, 1-1,5 × 0,4-0,6 mm,
10-costada, glabra; pápus cerdoso, 1-seriado, cerdas
alvas, concrescidas na base, 6-8 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 22-V-1992,
fl. (E), fr., Araújo et al. 155 (HUFU, UEC);
27-IV-1992, (E, G) fl., fr., Barbosa 608 (HUFU);
13-V-1992, fl. (E), fr., Barbosa 692 (HUFU);
13-V-1993, fl. (E), fr., Barbosa 692b (HUFU);
21-V-1999, fl. (G), Faria s.n. (HUFU20410).
Baccharis subdentata ocorre apenas no Brasil,
nos estados da Tocantins, Bahia, Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná,
Santa Catarina e no Distrito Federal. Esta espécie
ocorre em campo sujo seco, cerrado sentido restrito e
vereda na REP. B. subdentata é muito semelhante a
B. varians, porém, a primeira difere da segunda pelas
folhas e capítulos maiores.
179
15. Baccharis trinervis (Lam.) Pers., Syn. Pl. 2: 423.
1807.
Subarbusto dióico, 0,5-1 m alt.; ramos cilíndricos,
estriados, esparso-setosos, glandulosos. Folhas
alternas, pecíolo 5-7 mm, lâmina 1-7 × 0,4-3 cm,
elíptica a lanceolada, trinervada; ápice agudo a obtuso,
mucronado, margem inteira, base aguda; ambas as
faces glabras. Capítulos estaminados discóides, em
panículas, pedúnculo 8 mm; invólucro campanulado,
3-4 × 4-5 mm; brácteas involucrais 3-4-seriadas,
1-3,5 × 1 mm, ovadas a oblongas, glandulosas, ápice
obtuso a arredondado, ciliado, margens inteiras;
receptáculo cônico. Flores ca. 28, creme, corola
tubulosa, tubo 2 mm, estrigoso, lobos glabros; anteras
de base obtusa, ápice lanceolado; ramos do estilete
lanceolados, estrigosos. Cipsela abortiva; pápus
cerdoso, 1-seriado, ápice espessado, 3,5 mm. Capítulos
pistilados discóides, em panículas, pedúnculo 7 mm;
invólucro campanulado, 6 × 5-6 mm; brácteas
involucrais 3-seriadas 2-5 × 0,6-1 mm, ovadas a
lanceoladas, glandulosas, ápice acuminado a obtuso,
margens serrilhadas; receptáculo convexo, alveolado.
Flores creme, corola filiforme, glabra, tubo 3 mm;
ramos do estilete lineares. Cipsela fusiforme, 1,5-2 ×
0,2-0,3 mm, glabra, 5-costada, ciliada; pápus cerdoso,
1-seriado, cerdas alvas, 5 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 20-III-1987,
fl. (G), Araújo s.n. (HUFU902).
Material adicional examinado: BRASIL. MATO GROSSO
DO SUL: Amambaí, Rio Amambaí: 20-III-2005, fl. (E),
fr., Pott & Pott 12732 (HMS, HUFU).
Baccharis trinervis possui distribuição ampla na
América do Sul. Esta espécie ocorre em mata seca
semidecídua na REP. B. trinervis é facilmente
reconhecida pelas folhas trinervadas, muito parecida
com a nervação da folha de Dasyphyllum.
16. Baccharis varians Gardner, London J. Bot. 7:
84. 1848.
Subarbusto dióico, 0,5-1,5 m alt.; ramos cilíndricos,
angulosos, estriados, glandulosos. Folhas alternas,
sésseis, lâmina 0,8-3,3 × 0,1-0,8 cm, oblanceolada;
ápice obtuso a arredondado, margem inteira, base
atenuada; ambas as faces glandulosas. Capítulos
estaminados discóides, sésseis, solitários, axilares;
invólucro cilíndrico, 4,5 × 2 mm; brácteas involucrais
3-4-seriadas, 1,5-4 × 1-1,2 mm, ovadas a lanceoladas,
180
Hoehnea 38(2): 165-214, 2011
glabras, ápice agudo a obtuso, glanduloso, margens
ciliadas; receptáculo convexo. Flores ca. 9, creme,
corola tubulosa, tubo 2,5 mm, estrigoso no ápice, lobos
glabros; anteras de base obtusa, ápice lanceolado;
ramos do estilete lanceolados, estrigosos. Cipsela
abortiva; pápus cerdoso, 1-seriado, cerdas com ápice
espessado, até 4 mm. Capítulos pistilados discóides,
sésseis, solitários, axilares; invólucro cilíndrico, 4-5 ×
1,5-3 mm; brácteas involucrais 4-seriadas, 1-5 ×
0,8-1 mm, ovadas a linear-lanceoladas, glabras, ápice
obtuso, margens ciliadas; receptáculo cônico. Flores
ca. 10, creme, corola filiforme, tubo 3 mm, esparsoestrigoso; ramos do estilete lineares. Cipsela elipsóide,
1 × 0,5 mm, 8-10-costada, glabra; pápus cerdoso,
1-seriado, conado na base, cerdas filiformes, até
4,5 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 18-II-2000,
fl. (G), Araújo 3053 (HUFU); 24-III-2000, fl. (E),
Araújo 3113 (HUFU); 2-VI-2000, fl. (E), fr., Araújo
s.n. (HUFU23468).
Baccharis varians ocorre na Argentina e Brasil,
nos estados de Pernambuco, Bahia, Mato Grosso,
Goiás, Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal.
Esta espécie ocorre em vereda na REP. B. varians é
muito confundida com B. subdentata, e as diferenças
entre estas duas espécies já foram discutidas
anteriormente.
17. Bidens gardneri Baker, Fl. bras. 6(3): 246. 1884.
Erva, 0,5-1,5 m alt.; ramos angulosos, estriados,
esparso-estrigosos a tomentosos. Folhas pinatífidas ou
trilobadas, opostas, sésseis, lâmina 2-4 × 1,5-3, ovada;
ápice agudo, margem serreada, base aguda a
atenuada; ambas faces estrigosas, face abaxial com
nervuras proeminentes. Capítulos radiados, solitários,
pedúnculo 3-21 cm; invólucro campanulado, 6-8 ×
10 mm, tomentoso a viloso na base; brácteas
involucrais 2-seriadas, 5-7 × 0,5-2 mm, lanceoladas,
esverdeadas, estrigosas, ápice agudo, margens
serrilhadas, púrpuras; receptáculo plano, páleas 6-6,5 ×
1 mm, linear-lanceoladas a lanceoladas, estriadas,
planas, glabras, ápice agudo, estrigoso. Flores do raio
7-10, neutras, alaranjadas, corola liguliforme, glabra,
tubo 1,5 mm, limbo 7-9 × 2,5-4 mm, estriado, ápice
2-dentado. Cipsela abortiva; pápus ausente. Flores do
disco 35-60, perfeitas, amarelas, corola tubulosa,
glabra, tubo 4-5,5 mm; anteras de base aguda, ápice
ovado; ramos do estilete lineares, densamente
estrigosos, ápice acuminado. Cipsela fusiforme,
2-2,5 × 0,5 mm, glabra, 4-angulosa; pápus 4-aristado,
aristas retrorsas, 1,5-2,5 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 10-IV-1992,
bot., fl., fr., Araújo et al. 6 (HUFU, RB, UEC);
3-IV-1987, fl., fr., Castro s.n. (HUFU1006);
12-III-2007, bot., fl., fr., Hattori & Vargas 536
(HUFU); 19-III-2007, bot., fl., fr., Hattori & Vargas
548 (HUFU); 26-III-1999, fr., Lemos s.n.
(HUFU20606).
Bidens gardneri ocorre no Paraguai e no Brasil,
nos estados do Pará, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso
do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e no
Distrito Federal. Esta espécie ocorre em borda de
cerradão, campo sujo, cerrado ralo, cerrado sentido
restrito e vereda na REP, sendo facilmente reconhecida
pelas folhas pinatífidas e flores do raio alaranjadas.
18. Bidens segetum Mart. ex Colla, Herb. Pedem. 3:
307. 1834.
Arbusto escandente; ramos cilíndricos, estriados,
glabros. Folhas simples ou compostas trifolioladas,
opostas, semi-amplexicaules, pecíolo 10-45 mm, lâmina
da folha 2,5-10,5 × 0,5-3,5 cm, oval-lanceolada a
lanceolada; ápice acuminado, margem serrilhada, base
atenuada a decorrente no pecíolo nas folhas simples,
ou na raque nas folhas compostas; ápice agudo a
acuminado, margem serrilhada, base decorrente no
pecíolo; face adaxial esverdeada, glabra, face abaxial
alva a verde-clara, glabra. Capítulos radiados, em
corimbos terminais, pedúnculo 5-60 mm; invólucro
campanulado, 6-9 × 5-10 mm; brácteas involucrais
2-seriadas, 4-7 × 0,5-1 mm, lanceoladas, glabras, ápice
agudo, margens inteiras, ciliadas; receptáculo plano,
páleas 8-10 × 1-1,2 mm, lineares a oblongas, planas,
estriadas, ápice agudo ou obtuso, margens inteiras.
Flores do raio 7-10, neutras, amarelas, corola
liguliforme, tubo 2-2,5 mm, glabro, limbo 8-25 ×
2-5 mm. Cipsela abortiva; pápus ausente. Flores do
disco 15-30, perfeitas, amarelas, corola tubulosa,
glabra, tubo 6-7 mm; anteras de base sagitada, ápice
triangular; ramos do estilete lineares, ápice acuminado.
Cipsela fusiforme a turbinada, 1,5-2 × 0,4-0,6 mm,
angulosa, bordos laterais vilosos; pápus 2-aristado,
aristas retrorsas 2,5-4 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 21-IV-1999,
fl., Arantes 1169 (HRCB, HUFU); 10-IV-1992, fl.,
Hatori & Nakajima: Asteraceae da Reserva Ecológica do Panga, Uberlândia, MG
fr., Araújo et al. 33 (HUFU); 27-III-1987, fl., fr.,
Araújo s.n. (HUFU1023); 27-IV-1992, fl., fr., bot.,
Barbosa 607 (HUFU).
Bidens segetum ocorre no Peru, Bolívia e Brasil,
nos estados da Bahia, Goiás, Minas Gerais, Rio de
Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e no
Distrito Federal. Esta espécie ocorre em borda de
mata de galeria, campo sujo e clareira em mata
semidecídua na REP. B. segetum é facilmente
reconhecida pelos ramos escandentes, folhas
trifolioladas e flores do raio amarelas.
19. Campovassouria cruciata (Vell.) R.M. King &
H. Rob., Phytologia 49: 3. 1981 ≡ Eupatorium
bupleurifolium DC., Prodr. 5: 149. 1836.
Subarbusto, 1,5-2 m alt.; ramos angulosos,
estriados, ápice tomentoso. Folhas alternas, sésseis,
lâmina 2-8,5 × 0,2 cm, linear-lanceolada; ápice
acuminado, margem inteira, ciliada, base truncada;
ambas as faces glandulosas. Capítulos discóides, em
corimbos terminais densos, pedúnculo até 7 mm;
invólucro cilíndrico, 5 × 1,5-2 mm; brácteas involucrais
persistentes, 3-seriadas, livres, 1,5-5 × 0,8-1,5 mm,
lanceoladas a oblongas, esverdeadas, glabras ou
glandulosas, ápice obtuso a arredondado, esverdeado,
margens ciliadas; receptáculo plano. Flores 5,
perfeitas, lilases, corola tubulosa, glandulosa, tubo
3 mm; anteras de base aguda ou obtusa, ápice ovado
a lanceolado; ramos do estilete lineares, estrigosos.
Cipsela obcônica, 2-2,5 × 0,5-0,9 mm, glabra,
4-5-costada, ápice glanduloso; pápus cerdoso,
1-seriado, cerdas alvas, ca. 3 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 5-IX-1986,
fl., fr., Schiavini s.n. (HUFU578); 15-IX-1997, bot.,
fl., Araújo 1793 (HUFU).
Campovassouria cruciata ocorre no sul da
Bolívia, Paraguai, norte e centro da Argentina, Uruguai
e no Brasil, nos estados de Mato Grosso do Sul,
Distrito Federal, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São
Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Esta espécie ocorre em vereda e transição campo sujo
úmido-vereda na REP. C. cruciata é facilmente reconhecida pelas suas folhas alternas e linear-lanceoladas
e os capítulos densamente agrupados em corimbos.
20. Campuloclinium hirsutum Gardner, London J.
Bot. 6: 438. 1847 ≡ Eupatorium gardnerianum
Hieron., Bot. Jahrb. Syst. 22: 758. 1897.
181
Subarbusto, ca. 0,6 m alt.; ramos cilíndricos,
estriados, hirsutos, glandulosos. Folhas opostas, pecíolo
até 6 mm, lâmina 0,7-4,5 × 0,6-3 mm, ovada; ápice
agudo a arredondado, margem serreada, base aguda
ou obtusa, ambas as faces hirsutas, glandulosas.
Capítulos discóides, em corimbos terminais, pedúnculo
até 20 mm; invólucro campanulado, 7-10 × 8-10 mm;
brácteas involucrais ca. 20, 2-seriadas, livres, 8-10 ×
3-5 mm, ovadas a oblanceoladas, estrigosas,
glandulosas, esverdeadas, ápice obtuso, margem
serrilhada, ciliada; receptáculo hemisférico. Flores ca.
40, perfeitas, róseas, corola tubulosa, setosa, tubo
4 mm, lobos glandulosos; anteras de base arredondada,
ápice orbicular; ramos do estilete lineares, papilosos.
Cipsela obcônica, 4 × 1 mm, setosa, glandulosa,
5-costada, serreada; pápus cerdoso, 1-seriado, cerdas
amarelas, ca. 4 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 3-VI-1987,
fl., fr., bot., Araújo s.n. (HUFU1018, HEPH);
12-III-2007, fl., bot., Hattori & Vargas 528 (HUFU);
19-III-2007, fl., bot., Hattori & Vargas 541 (HUFU).
Campuloclinium hirsutum ocorre apenas no
Brasil, nos estados de Goiás, Minas Gerais, São Paulo
e no Distrito Federal. Esta espécie ocorre em campo
sujo seco e cerrado ralo na REP. C. hirsutum é
facilmente reconhecida pelas brácteas involucrais em
apenas duas séries e a série externa cobrindo quase
que totalmente a série interna.
21. Chaptalia integerrima (Vell.) Burkart,
Darwiniana 6(4): 576. 1944.
Erva, ca. 0,4 m alt.; ramos cilíndricos, costados,
lanuginosos. Folhas rosuladas na base, sésseis, lâmina
45-100 × 10-25 mm, espatulada; ápice obtuso a agudo,
margem inteira a levemente serrilhada, base atenuada,
semi-amplexicaule; face adaxial aracnóide, face
abaxial lanuginosa. Capítulos radiados, pedúnculo
16-30 cm, solitários; invólucro campanulado, 12-15 ×
15-20 mm; brácteas involucrais 4-5-seriadas,
imbricadas, 7-13 × 1-1,5 mm, lanceoladas, tomentosas
a lanuginosas, ápice acuminado a agudo, margem
hialina; receptáculo plano, alveolado. Flores marginais
pistiladas, creme, corola liguliforme, glabra, tubo 4 mm,
limbo 4 × 0,2 mm, ápice 3-dentado; ramos do estilete
lineares, glabros. Flores intermediárias pistiladas,
creme, corola filiforme; ramos do estilete lineares,
glabros, ápice acuminado. Flores centrais perfeitas,
creme, corola tubulosa, tubo 5 mm, glabro, lobos
182
Hoehnea 38(2): 165-214, 2011
papilosos; anteras de base caudada, ápice oblongo;
ramos do estilete bilobados, papilosos. Cipsela
fusiforme, 2 × 0,2-0,3 mm, glabra, costada, rostrada;
pápus cerdoso, 1-seriado, cerdas filiformes, 6-7 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 25-IX-1987,
fl., bot., Araújo s.n. (HUFU1151).
Chaptalia integerrima ocorre amplamente na
América do Sul. Esta espécie ocorre em campo sujo
úmido na REP. C. integerrima pode ser reconhecida
pelo capítulo esbranquiçado no ápice de um escapo
floral longo e as folhas rosuladas na base.
22. Chresta sphaerocephala DC., Prodr. 5: 85. 1836.
Subarbusto, ca. 2 m alt.; ramos estriados,
lanuginosos. Folhas alternas, pecíolo 25-35 mm, lâmina
5,5-11 × 1,5-7,5 cm, ovada; ápice obtuso a
arredondado, margem inteira, ondulada, levemente
denticulada, base arredondada a truncada; ambas as
faces lanuginosas. Capítulos discóides, sésseis, unidos
em glomérulos terminais, escapo lanuginoso, até
15 cm; invólucro turbinado, 8-9 × 2,5-3 mm; brácteas
involucrais 4-5-seriadas, 2-2,5 × 0,8-1 mm, densamente
lanosas, 3-8 × 0,7-2 mm, lanceoladas, ápice agudo,
margens serrilhadas; receptáculo plano. Flores 3,
perfeitas, lilases, corola tubulosa, glabra, tubo
6-7,5 mm; anteras de base calcarada, calcarada, ápice
oval-lanceolado; ramos do estilete pilosos abaixo do
ponto de bifurcação, agudos. Cipsela turbinada, 2-2,5 ×
1-1,5 mm, serícea; pápus cerdoso, 5-6-seriado, cerdas
3-8 mm.
Material examinado: BRASIL, M INAS G ERAIS ,
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga,
22-VII-1993, fl., fr., Barbosa 697 (HUFU);
18-VII-1991, fl., fr., Schiavini 238 (HUFU).
Chresta sphaerocephala ocorre apenas no
Brasil, nos estados da Bahia, Goiás, Minas Gerais,
São Paulo, Paraná e no Distrito Federal. Esta espécie
ocorre em campo sujo seco na REP.
C. sphaerocephala é facilmente reconhecida pelas
folhas ovadas, levemente amarronzado. Em alguns
herbários é muito confundida com C. scapigera
(Less.) Gardner, mas é diferente desta por não possuir
folhas rosuladas na base e nem glabrescentes.
23. Chromolaena brunneola (Baker) R.M. King &
H. Rob., Phytologia 47: 230. 1980 ≡ Eupatorium
brunneolum Baker, Fl. bras. 6(2): 288. 1876.
Figura 3
Subarbusto, ca. 0,8 m alt.; ramos estriados,
tomentosos. Folhas simples, opostas, pecíolo até 4 mm
compr., lâmina 1,2-6 × 0,5-3,3 cm, elíptica; ápice agudo
a obtuso, margem serreada, base atenuada a aguda;
face adaxial esparso-setosa, glanduloso-pontuada, face
abaxial tomentosa, glandulosa. Capítulos discóides, em
cimas corimbiformes laxas terminais, pedúnculo 1 cm;
invólucro cilíndrico, 10 × 3 mm; brácteas involucrais
caducas na maturação dos frutos, 6-seriadas, 1-8 ×
1-1,5 mm, orbiculares a lineares, creme, glabras, ápice
obtuso a arredondado, margens ciliadas; receptáculo
levemente convexo. Flores ca. 30, perfeitas, creme,
corola tubulosa, tubo 3,5-4 mm, glanduloso, lobos glandulosos; anteras de base obtusa, ápice lanceolado; ramos
do estilete lineares, apêndices conspícuos, estrigosos.
Cipsela obcônica, 3,5 × 0,7 mm, glabra, 5-costada,
serreada; pápus cerdoso, 1-seriado, cerdas ca. 5 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 6-IV-1999,
fl., fr., Arantes 1171 (HUFU, HRCB).
Chromolaena brunneola é conhecida apenas
para o Brasil, e apenas para o estado de Minas Gerais
(Barroso 1950). Esta espécie ocorre em borda de
cerradão na REP. C. brunneola pode ser reconhecida
pelos capítulos em cimas corimbiformes laxas.
24. Chromolaena cylindrocephala (Sch. Bip. ex
Baker) R.M. King & H. Rob., Phytologia 47: 230.
1980 ≡ Eupatorium cylindrocephalum Sch. Bip.
ex Baker, Fl. bras. 6(2): 283. 1876.
Subarbusto, 1-1,5 m alt.; ramos angulosos,
estriados, estrigoso-tomentosos. Folhas simples,
opostas, pecíolo 5 mm, lâmina 1-5,5 × 0,2-2 cm,
lanceolada a oval-lanceolada; ápice acuminado a
obtuso, margens inteiras a serreadas, levemente
revolutas, base aguda a obtusa ou truncada; face
adaxial setosa, face abaxial tomentosa, glandulosa.
Capítulos discóides, em cimas corimbiformes,
pedúnculo até 1 cm; invólucro cilíndrico, 6-7 ×
2,5-3 mm; brácteas involucrais livres, caducas na
maturação dos frutos, 5-seriadas, 1,5-6 × 0,6-1,7 mm,
ovadas a linear-lanceoladas, glabras, esverdeadas,
ápice agudo a obtuso ou arredondado, glanduloso,
tomentoso, margens serrilhadas, ciliadas; receptáculo
levemente convexo. Flores 20-25, perfeitas, alvas ou
violetas, corola tubulosa, tubo 3-4 mm, glabro ou
glanduloso, lobos glandulosos; anteras de base aguda,
ápice lanceolado; ramos do estilete lineares, papilosos,
apêndices conspícuos. Cipsela obcônica, 2-4 ×
Hatori & Nakajima: Asteraceae da Reserva Ecológica do Panga, Uberlândia, MG
0,4-0,6 mm, glabra, 3-5-costada, serrilhada; pápus
cerdoso, 1-seriado, cerdas alvas, 3-4 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 22-V-1992,
fl., fr., Araújo et al. 144 (HUFU, RB); 16-IV-1999,
fl., Araújo 2528 (HUFU); 29-IV-1997, bot., fl., fr.,
Araújo s.n. (HUFU17995); 7-IV-1992, fl., fr.,
Barbosa 600 (HUFU); 31-X-1986, fl., fr., Schiavini
s.n. (HUFU763).
183
Chromolaena cylindrocephala ocorre apenas
no Brasil, nos estados da Bahia, Mato Grosso, Minas
Gerais e São Paulo. Esta espécie ocorre em campo
sujo seco, cerrado sentido restrito, transição campo
sujo úmido-campo sujo seco, transição cerrado sentido
restrito-vereda e vereda na REP. C. cylindrocephala
pode ser reconhecida pelas folhas lanceoladas com
nervuras próximas a margem, e capitulescência
folhosa.
Figura 3. Chromolaena brunneola (Baker) R.M. King & H. Rob. A) Hábito; B) Capítulo; C) Flor, mostrando estilete e estames; D)
Detalhe dos lobos da corola; E) Anteras; F) Ramos do estilete. (Arantes 1171, HUFU25584).
Figure 3. Chromolaena brunneola (Baker) R.M. King & H. Rob. A) Habit; B) Head; C) Flower, showing style and stamens; D) Corola
lobes in detail; E) Anthers; F) Style branches. (Arantes 1171, HUFU25584).
184
Hoehnea 38(2): 165-214, 2011
25. Chromolaena ferruginea (Gardner) R.M. King
& H.Rob., Phytologia 49: 4. 1981 ≡ Eupatorium
ferrugineum Gardner, Nov. Holl. Pl. 2: 88. t. 180.
1806.
Subarbusto, 1,2-1,5 m alt.; ramos estriados,
estrigoso-tomentosos, glandulosos. Folhas simples,
opostas, pecíolo até 8 mm, lâmina 1,2-5 × 0,4-2,8 cm,
ovada a oval-lanceolada; ápice obtuso, margem inteira
a serreada ou crenada, base aguda a atenuada; face
adaxial estrigosa, glandulosa, face abaxial tomentosa,
glandulosa. Capítulos discóides, em cimas
corimbiformes, pedúnculo até 7 mm; invólucro
cilíndrico, 6-8 × 3-3,5 mm; brácteas involucrais livres,
caducas na maturação dos frutos, 6-7-seriadas, 1,5-7 ×
0,7-1,2 mm, ovadas a lineares, glabras, esverdeadas,
ápice obtuso a agudo, margem ciliada; receptáculo
levemente convexo. Flores 20-35, perfeitas, alvas,
corola tubulosa, tubo 3,5-4 mm, glabro, lobos
glandulosos; anteras de base obtusa, ápice ovado;
ramos do estilete lineares, papilosos, apêndices
conspícuos. Cipsela obcônica, 3,5-4,5 × 0,5-0,8 mm,
glabra, 5-costada, serreada; pápus cerdoso, 1-seriado,
cerdas 5-5,5 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 19-IV-1994,
fl., fr., bot., Arantes & Marra 160 (HUFU);
28-IV-2000, fl., fr., Araújo 3169 (HUFU);
22-IV-1997, fl., fr., Araújo s.n. (HUFU17994);
20-X-1993, fl., bot., Barbosa s.n. (HUFU12284);
21-V-2007, fl., fr., Hattori 747 (HUFU).
Chromolaena ferruginea ocorre apenas no
Brasil, nos estados de Mato Grosso, Goiás, Minas
Gerais, São Paulo e no Distrito Federal. Esta espécie
ocorre em borda de vereda, campo sujo seco, cerrado
sentido restrito, transição cerrado sentido restritovereda e vereda na REP. C. ferruginea pode ser
reconhecida pelos capítulos agrupados em cimas
corimbiformes formados por 3-5 capítulos.
26. Chromolaena laevigata (Lam.) R.M. King &
H. Rob., Phytologia 20(3): 202. 1970 ≡ Eupatorium
laevigatum Lam., Encycl. 2(2): 408. 1786 [1788].
Subarbusto, 1,2-2,5 m alt.; ramos estriados,
angulosos, glabros. Folhas simples, opostas, pecíolo
até 15 mm, lâmina 1,5-12 × 0,5-5 cm, lanceolada ou
elíptica; ápice agudo, margem serreada, base aguda;
ambas as faces glabras, glandulosas. Capítulos
discóides, em cimas corimbiformes congestas,
pedúnculo 9-20 mm; invólucro cilíndrico 8-11 ×
2,5-4 mm; brácteas involucrais livres, caducas na
maturação dos frutos, 25-30, 5-6-seriadas, 1,5-9 ×
0,6-2 mm, orbiculares ou ovadas a linear-lanceoladas,
glabras, ápice obtuso a arredondado, margem inteira,
ciliada; receptáculo levemente convexo. Flores 20-25,
perfeitas, alvas a creme, corola tubulosa, tubo
4,5-5 mm, glabro, lobos papilosos; anteras de base
aguda, ápice lanceolado; ramos do estilete lineares,
apêndices conspícuos, papilosos. Cipsela obcônica
3-4 × 0,5-1 mm, glabra, 5-costada, serrilhada; pápus
cerdoso, 1-seriado, cerdas amarelas, 4-5,5 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 15-V-1992,
fl., fr., Araújo 109 (HUFU, RB, UEC);
23-IV-1999, fl., fr., bot., Araújo 2529 (HUFU);
28-IV-2000, fl., fr., Araújo 3186 (HUFU);
26-V-2000, bot., Araújo 3254 (HUFU); 8-V-1987,
fl., fr., bot., Araújo s.n. (HUFU1048); 28-V-1999,
fl., fr., bot., Araújo & Faria s.n. (HUFU20186);
2-VI-2000, fl., fr., Araújo s.n. (HUFU23474);
7-V-2007, fl., fr., Hattori 733 (HUFU);
21-V-2007, fl., bot., Hattori 745 (HUFU).
Chromolaena laevigata ocorre no amplamente
na América Tropical e no Brasil. Esta espécie ocorre
em campo sujo úmido, transição cerrado sentido
restrito-vereda e vereda na REP. C. laevigata é
facilmente reconhecida por suas folhas lanceoladas,
glabras, e os capítulos dispostos em cimas
corimbiformes congestas.
27. Chromolaena leucocephala Gardner, London
Journal of Botany 5: 465. 1846 ≡ Eupatorium
calamocephalum (Baker) Hieron., Bot. Jahrb.
Syst. 22: 761. 1897.
Subarbusto, ca. 1,5 m alt.; ramos estriados,
híspido-tomentosos, glandulosos. Folhas simples,
opostas, pecíolo até 3 mm, lâmina 0,5-3,5 × 0,3-2,5 cm,
ovada a elíptica; ápice obtuso a arredondado, margem
crenada a denteada, base arredondada a truncada;
ambas as faces tomentosas, glandulosas. Capítulos
discóides, em cimas corimbiformes, pedúnculo até
9 mm; invólucro cilíndrico, 10-11 × 6-7 mm; brácteas
involucrais livres, caducas na maturação dos frutos,
ca. 75, 7-8-seriadas, 2-9 × 1-2 mm, ovadas a linearlanceoladas, esbranquiçadas, glabras, ápice obtuso a
arredondado, esverdeado, margem inteira, receptáculo
levemente convexo. Flores 20-25, perfeitas, lilases,
corola tubulosa, tubo 5 mm, glabro, lobos papilosos;
anteras de base aguda, ápice ovado; ramos do estilete
Hatori & Nakajima: Asteraceae da Reserva Ecológica do Panga, Uberlândia, MG
lineares, papilosos, apêndices conspícuos. Cipsela
obcônica, 4 × 1 mm, glabra, 5-costada; pápus cerdoso,
1-seriado, cerdas amareladas, ápice espessado, ca.
6 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 22-V-1992,
fl., bot., Araújo et al. 147 (HUFU, RB, UEC);
21-IV-1989, fl., bot., Barbosa s.n. (HUFU2064);
25-VI-1997, fl., fr., bot., Krauss 59 (HUFU);
7-V-2007, fl., bot., Hattori 736 (HUFU);
21-V-2007, fl., bot., Hattori 744 (HUFU).
Chromolaena leucocephala é citada apenas
para o Brasil, nos estados de Mato Grosso, Goiás,
Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal. Esta
espécie ocorre em campo sujo seco, cerrado ralo e
cerrado sentido restrito na REP. C. leucocephala
é caracterizada por possuir brácteas involucrais
esbranquiçadas e folhas sésseis. É muito confundida
com C. horminoides DC., que possui as brácteas
involucrais mais internas violetas e folhas
pecioladas.
28. Chromolaena maximilianii (Schrad. ex DC.)
R.M. King & H. Rob., Phytologia 49: 4. 1981
≡ Eupatorium maximiliani Schrad. ex DC., Prodr.
5: 143. 1836.
Subarbusto, 0,5-1,5 m alt.; ramos cilíndricos,
estriados, esparso-setosos. Folhas simples, opostas,
pecíolo até 13 mm, lâmina 1,5-7,5 × 0,4-2,8 cm, ovallanceolada; ápice acuminado, margem inteira ou
serreada, levemente revoluta, base aguda ou obtusa;
face adaxial setosa, face abaxial setosa, glandulosa.
Capítulos discóides, em corimbos terminais, pedúnculo
2 cm; invólucro cilíndrico, 9-11 × 4 mm; brácteas
involucrais livres, caducas na maturação dos frutos,
ca. 35-40, 5-6-seriadas, 1,5-8 × 0,6-2 mm, orbiculares
a linear-lanceoladas, glabras, ápice arredondado a
obtuso, verde mais escuro, margem inteira a serrilhada,
ciliada; receptáculo levemente convexo. Flores ca. 30,
perfeitas, lilases, corola tubulosa, tubo 4-5 mm, glabro,
lobos papilosos; anteras de base obtusa, ápice
lanceolado; ramos do estilete lineares, papilosos,
apêndices conspícuos. Cipsela obcônica, 4-5 ×
0,3-0,5 mm, glabra, 5-costada, serrilhada; pápus
cerdoso, 1-seriado, cerdas alvas, ca. 5 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 22-V-1987,
fl., fr., Araújo s.n. (HUFU1045); 3-VI-1988, fl., fr.,
bot., Carvalho s.n. (HUFU2751).
185
Chromolaena maximilianii ocorre na Guiana
Francesa e amplamente no Brasil, com exceção da
região Sul. Esta espécie ocorre em campo sujo seco
na REP. C. maximilianii é facilmente reconhecida
pelas folhas oval-lanceoladas e os capítulos em
corimbos terminais em ramos candelabriformes.
29. Chromolaena perforata (Sch. Bip. ex Baker)
R.M. King & H. Rob., Phytologia 20: 205. 1970
≡ Eupatorium perforatum Sch. Bip. ex Baker, Fl.
bras. 6(2): 289. 1876.
Subarbusto, ca. 1 m alt.; ramos cilíndricos,
estriados, estrigosos. Folhas simples, opostas, pecíolo
até 7 mm, lâmina 1,5-5,5 × 0,4-2 cm, lanceolada a
elíptica; ápice acuminado ou agudo, margem inteira
ou levemente serreada, revoluta, base acuminada ou
atenuada; face adaxial setosa, face abaxial setosa,
glandulosa. Capítulos discóides, em cimas
corimbiformes terminais laxas, pedúnculo até 13 mm;
invólucro cilíndrico, 6-7 × 2-3 mm; brácteas involucrais
livres, caducas na maturação dos frutos, ca. 30,
4-5-seriadas, 1,5-7 × 0,5-1 mm, ovadas a linearlanceoladas, glabras, ápice obtuso ou agudo,
esverdeado, margens inteiras, ciliadas; receptáculo
levemente convexo. Flores ca. 20, perfeitas, creme,
corola tubulosa, tubo 4 mm, glabro, lobos papilosos;
anteras de base aguda, ápice ovado; ramos do estilete
lineares, papilosos, apêndices conspícuos. Cipsela
obcônica, 3 × 0,5 mm, glabra, 5-costada, serrilhada;
pápus 1-seriado, cerdoso, cerdas 4 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 6-IV-1999,
fl., fr., Arantes 1172 (HUFU, HRCB); 24-III-1999,
fl., fr., Arantes 1173 (HUFU).
Chromolaena perforata é conhecida apenas
para o Brasil, e apenas para o Estado de Minas Gerais
(Barroso 1950). Esta espécie ocorre em cerradão na
REP. C. perforata pode ser confundida com
C. brunneola por possuir capítulos em cimas corimbiformes laxas, mas difere desta por possuir folhas mais
estreitas e face abaxial da folha mais glabrescente.
30. Chromolaena picta (Gardner) R.M. King & H.
Rob., Phytologia 47: 231. 1980 ≡ Eupatorium
pictum Gardner, London J. Bot. 6: 443. 1847.
Arbusto, ca. 1,5 m alt.; ramos cilíndricos estriados,
glandulosos. Folhas simples, opostas, pecíolo até 2 cm,
lâmina 2-8 × 0,7-3 cm, oval-lanceolada; ápice
acuminado, margem serreada, base obtusa ou
186
Hoehnea 38(2): 165-214, 2011
arredondada; face adaxial glabra, nervuras estrigosas,
face abaxial estrigosa. Capítulos discóides, em
corimbos terminais laxos, pedúnculo até 15 mm;
invólucro cilíndrico, 7-9 × 2,5-3 mm; brácteas
involucrais livres, caducas na maturação dos frutos,
ca. de 30, 5-6-seriadas, 1,5-8 × 1-2 mm, orbiculares a
linear-lanceoladas, esvedeadas, glabras, ápice
truncado ou arredondado, fimbriado, margem inteira,
ciliadas; receptáculo levemente convexo. Flores ca.
25, perfeitas, lilases, corola tubulosa, tubo 4 mm, glabro,
lobos glabros; anteras de base aguda ou obtusa, ápice
lanceolado; ramos do estilete lineares, apêndices
conspícuos, papilosos. Cipsela obcônica, 5 × 0,4 mm,
glabra, 5-costada, serreada; pápus cerdoso, 1-seriado,
cerdas alvas, ca. 5 mm compr.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga,
28-VII-1999, fl., fr., Arantes 1025 (HRCB, HUFU).
Chromolaena picta é conhecida apenas para o
Brasil, nos estados do Mato Grosso, Goiás, Minas
Gerais e no Distrito Federal. Esta espécie ocorre em
cerradão na REP. C. picta é muito semelhante a
C. maximilianii, porém, difere desta por possuir a folha
elíptica, e os capítulos agrupados em capitulescências
menos congestas.
31. Chromolaena squalida (DC.) R.M. King & H.
Rob., Phytologia 20: 206. 1970 ≡ Eupatorium
squalidum DC., Prodr. 5: 142. 1836.
Subarbusto, ca. 1,5 m alt.; ramos cilíndricos,
costados, tomentosos, glandulosos. Folhas simples,
opostas, sésseis a subsésseis, lâmina 1,5-4 ×
0,5-1,5 cm, elíptica a ovada; ápice obtuso a agudo, às
vezes mucronado, margem denteada, levemente
revoluta, base obtusa ou aguda; face adaxial esparsoestrigosa, glanduloso-pontuada, face abaxial
tomentosa, densamente glandulosa. Capítulos
discóides, pedúnculo 2-7 mm, em cimas corimbiformes
terminais laxas; invólucro cilíndrico, 7-9 × 2-3 mm;
brácteas involucrais livres, caducas na maturação dos
frutos, 5-6-seriadas, 25-35, glabras, ápice glabrescente,
margens serrilhadas, ovadas a lanceoladas;
receptáculo levemente convexo. Flores ca. 20,
perfeitas, violetas, corola tubulosa, tubo 4 mm, glabro,
lobos glanduloso-pontuados; anteras de base
arredondada, ápice ovado; ramos do estilete lineares,
apêndices conspícuos, papilosos. Cipsela obcônica, 3 ×
0,7 mm, glabra, 5-costada, serrilhada; pápus cerdoso,
1-seriado, cerdas filiformes, creme, ca. 4 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 7-V-2007,
fl., fr., bot., Hattori 727 (HUFU).
Chromolaena squalida ocorre na Colômbia,
Equador, Peru, Bolívia, Paraguai, e amplamente no
Brasil. Esta espécie ocorre em cerrado sentido na
REP. C. squalida pode ser confundida com
C. ferruginea, porém, difere desta por possuir folhas
pecioladas, pelos capítulos agrupados de forma
congesta, enquanto C. ferruginea possui folhas
sésseis a subsésseis e capítulos laxos.
32. Chromolaena stachyophylla (Spreng.) R.M.
King & H. Rob., Phytologia 20: 206. 1970
≡ Eupatorium stachyophyllum Spreng., Syst. Veg.
Fl. Peruv. Chil. 3: 420. 1826.
Subarbusto, ca. 0,5 m alt.; ramos cilíndricos,
estriados, setoso-tomentosos, glandulosos. Folhas
simples, alternas, pecíolo até 5 mm, lâmina 1,3-4 ×
0,3-1,5cm, lanceolada a elíptica; ápice agudo a
arredondado ou obtuso, margem inteira ou levemente
serreada, base aguda; ambas as faces com nervuras
proeminentes, face adaxial esparso-setosa, face abaxial
tomentosa, glandulosa. Capítulos discóides, sésseis em
corimbos terminais densos; invólucro cilíndrico, 5 ×
3 mm; brácteas involucrais livres, caducas na maturação
dos frutos, 3-4-seriadas, 12-15, 3-5 × 1-2 mm, elípticas
a lanceoladas, glabras, ápice agudo a obtuso, margem
inteira ou serreada; receptáculo plano. Flores 5,
perfeitas, lilases, corola tubulosa, tubo 4-5 mm, setoso,
lobos papilosos; anteras de base obtusa, ápice ovado a
oval-lanceolado; ramos do estilete lineares, apêndices
conspícuos, papilosos. Cipsela obcônica, 3,5 × 1-1,5 mm,
setosa, glandulosa, 8-10-costada, ciliada; pápus cerdoso,
1-seriado, cerdas alvas, ca. 5 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 4-IX-1994,
fl., fr., bot., Barbosa 910 (HUFU).
Chromolaena stachyophylla ocorre no Piauí,
Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas
Gerais, São Paulo, Paraná e no Distrito Federal. Esta
espécie ocorre em campo sujo seco pós-fogo na REP.
C. stachyophylla difere de outras espécies do gênero
encontradas na REP, por possuir folhas alternas e
capítulos de menor tamanho.
33. Clibadium armanii (Balb.) Sch. Bip. ex O.E.
Shulz, Bot. Jahrb. Syst. 46: 616. 1912 ≡ Clibadium
rotundifolium DC., Prodr. 5: 505. 1836.
Hatori & Nakajima: Asteraceae da Reserva Ecológica do Panga, Uberlândia, MG
Subarbusto a arbusto, 1-2 m alt.; ramos estriados,
angulosos, híspidos, folhosos. Folhas simples, opostas,
pecíolo até 13 mm, lâmina 0,9-8 × 0,5-5,5 cm, ovada a
oval-lanceolada; ápice obtuso a arredondado, margem
serreada, base oblíqua ou arredondada; face adaxial
estrigosa, face abaxial densamente estrigosa nas
nervuras. Capítulos disciformes, sésseis, formando
cimeiras terminais; invólucro campanulado, 4-6 ×
3-4 mm; brácteas involucrais 3, persistentes,
1-seriadas, 4-5,5 × 2,5-3 mm, ovadas, subcoriáceas,
estrigosas, ápice agudo a obtuso, margens ciliadas;
receptáculo convexo, páleas oblongas, 5-6 × 2-2,5 mm,
ápice obtuso, margens ciliadas. Flores do raio 3,
pistiladas, corola filiforme, tubo 1,5-2 mm, glabro, lobos
hirsutos; ramos do estilete glabros, lanceolados,
apêndices inconspícuos. Cipsela elipsóide, 2-3 ×
1,5-2 mm, ápice hirsuto; pápus 2-aristado, até 0,7 mm.
Flores do disco 7-15, estaminadas por aborto do
gineceu, amarelas, corola tubulosa, tubo 2,5-3 mm,
glabro, ápice 5-lobado, lobos hirsutos; anteras de base
sagitada, ápice ovado. Cipsela turbinada, abortiva,
hirsuta; pápus ausente.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 21-I-2000,
fl., fr., Araújo 3007 (HUFU); 18-II-2000, fl., fr.,
Araújo 3051 (HUFU); 16-V-2000, bot., fl., fr., Araújo
3248 (HUFU); 8-XII-1998, fl., fr., Araújo & Barbosa
2052 (HUFU); 29-V-1992, fl., fr., Araújo et al. 184
(HUFU, RB, UEC); 13-II-1987, fl., fr., Araújo s.n.
(HUFU815, HEPH); 7-II-1997, fl., fr., Araújo s.n.
(HUFU17987); 11-IV-1997, fl., fr., Araújo s.n.
(HUFU17992); 17-XII-1999, fl., fr., Barbosa 3081
(HUFU); 28-IV-2000, fl., fr., Barbosa 3550 (HUFU);
31-VII-1997, fl., fr., Cardoso s.n. (HUFU18120);
12-II-2007, bot., fl., Hattori & Vargas 516 (HUFU);
10-XII-1993, fl., fr., Romero & Arantes 567 (HUFU).
Clibadium armanii ocorre no Paraguai e no
Brasil, nos estados do Tocantins, Bahia, Mato Grosso
do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro,
Paraná e no Distrito Federal. Esta espécie ocorre em
campo sujo seco, campo sujo úmido, transição campo
sujo úmido-campo sujo seco, transição cerrado sentido
restrito-vereda, e vereda na REP. C. armanii é
caracterizada por possuir capítulos disciformes com
flores pistiladas com corola filiforme, podendo ser
confundida com Ichthyothere, porém, difere desta
pela nervação da folha, peninervada e os capítulos
em cimeiras em Clibadium e curvinérvea e capítulos
em corimbos em Ichtthyothere.
187
34. Conyza canadensis (L.) Cronquist, Bull. Torrey
Bot. Club 70(6): 632. 1943 ≡ Erigeron canadensis
L., Sp. Pl. 2: 863. 1753.
Subarbusto, 1-2 m alt.; ramos angulosos, estriados,
glabros a esparso-setosos. Folhas simples, alternas,
sésseis, lâmina 0,8-8 × 0,1-0,5 cm, linear-lanceolada;
ápice acuminado, margem inteira a serreada, base
atenuada; ambas as faces setosas, glandulosas.
Capítulos disciformes, em panículas, pedúnculo 1 cm;
invólucro campanulado, 3-4 × 4-5 mm; brácteas
involucrais persistentes, 2-3-seriadas, 1-4 × 0,5-0,8 mm,
linear-lanceoladas a lanceoladas, glandulosas, esparsosetosas, ápice acuminado, margem inteira; receptáculo
plano. Flores marginais 110-160, pistiladas, creme,
corola filiforme, tubo 2-3,5 mm, glabro, ápice
2-4-lobado; ramos do estilete lineares, glabros.
Cipselas elipsóides, estrigosas, 1 × 0,5 mm; pápus
cerdoso, 1-seriado, cerdas filiformes, barbeladas,
3 mm. Flores centrais 13-18, perfeitas, amarelas,
corola tubulosa, tubo 2-3,5 mm, glabro, lobos glabros;
anteras de base aguda, ápice oblongo; ramos do
estilete lineares, estrigosos. Cipselas fusiformes,
comprimidas, estrigosas, 1 × 0,5 mm; pápus cerdoso,
1-seriado, cerdas filiformes, 3-4 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 19-XI-1999,
fl., fr., Araújo 2919 (HUFU); 13-II-1987, fl., fr.,
Araújo s.n. (HUFU828); 15-I-1992, fl., bot., Barbosa
554 (HUFU); 8-XII-1998, fl., fr., Barbosa & Araújo
2053 (HUFU); 30-IV-1999, bot., fl., fr., Barbosa &
Faria 2017 (HUFU).
Conyza canadensis possui distribuição
pantropical, desta maneira, possui ampla distribuição
na América do Sul e no Brasil. Esta espécie ocorre
em campo sujo seco, campo sujo úmido e vereda na
REP. C. canadensis é facilmente conhecida pelos
capítulos pequenos dispostos em panículas ao longo
dos ramos.
35. Dasyphyllum brasiliense (Spreng.) Cabrera,
Revista Mus. La Plata, Secc. Bot. 9(38): 72, 74.
1959.
Arbusto, ca. 3 m alt.; ramos estriados, glabros,
com espinhos axilares. Folhas simples, alternas, pecíolo
até 7 mm, lâmina 3-12 × 1,5-5,5 cm, obovada, elíptica
ou lanceolada; ápice agudo ou arredondado,
mucronado, margem inteira, ondulada, levemente
revoluta, base atenuada ou aguda; ambas as faces
188
Hoehnea 38(2): 165-214, 2011
glabras. Capítulos discóides, em panículas terminais,
pedúnculo 7 mm, tomentoso; invólucro cilíndricoturbinado, 11-13 × 4-5 mm; brácteas involucrais
persistentes, 5-6-seriadas, imbricadas, 2-11 × 1-2 mm,
orbiculares a ovadas, oval-lanceoladas a linearlanceoladas, ápice acuminado, mucronado, setoso ou
glabrescente, margem ciliada, obtuso a agudo, margens
ciliadas; receptáculo plano, piloso. Flores ca. 10,
perfeitas, bege, corola tubulosa com duas incisões mais
profundas que as demais, tubo 3,5 mm, glabro, lobos
densamente setosos no ápice; anteras de base aguda,
ápice ausente; ramos do estilete bilobados, glabros.
Cipselas turbinadas, 2 × 1,5 mm, densamente vilosas;
pápus plumoso, 1-seriado, marrom, amarelo no ápice,
8-9 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga,
12-VIII-1987, fl., fr., Schiavini s.n. (HUFU1063).
Dasyphyllum brasiliense possui ampla
distribuição geográfica, ocorrendo desde as áreas
limítrofes com o Peru, Bolívia, Paraguai e Argentina,
até a Bahia e as regiões Central e Sul do Brasil. Esta
espécie ocorre em mata de galeria na REP.
D. brasiliense é facilmente conhecida pelo hábito
escandente, espinhos axilares e as folhas com nervuras
próximas a margem.
36. Dimerostemma lippioides (Baker) S.F. Blake,
Contr. Gray Herb. 52: 13. 1917.
Subarbusto, ca. 0,8 m alt.; ramos estriados,
estrigoso-tomentosos. Folhas simples, opostas, pecíolo
até 5 mm, lâmina 1-5 × 0,7-4 cm, ovada a cordada ou
rotunda; ápice obtuso ou arredondado; margem
serreada ou crenada, base obtusa ou cordada; face
adaxial estrigosa, glandulosa, face abaxial estrigosotomentosa, glandulosa. Capítulos radiados, em
umbelas longas terminais, pedúnculo ca. 6 cm,
estrigoso-tomentoso; invólucro hemisférico, 5-8 ×
7-10 mm, com 1 série de brácteas subinvolucrais
foliáceas; brácteas involucrais livres, persistentes,
2-seriadas, 5-8 × 2-3, oblongas a elípticas, estrigosas
a tomentosas, glandulosas, ápice agudo ou obtuso,
margem serreada ou crenada, ciliada; receptáculo
convexo, páleas conduplicadas, glabras, 7-8 × 4 mm,
ápice agudo, margem serrilhada. Flores do raio 10-13,
neutras, amarelas, corola liguliforme, tubo curto,
estrigoso, limbo 5-11 × 2-4 mm, estrigoso. Cipselas
turbinadas, 3 × 1,5 mm, glabras, 3-angulosas, serreadas; pápus aristado-paleáceo, 2 mm. Flores do disco
50-70, perfeitas, amarelas, corola tubulosa, tubo
4-4,5 mm, glabro, lobos estrigosos no ápice; anteras
de base sagitada, ápice ovado; ramos do estilete estrigosos, lanceolados, apêndices inconspícuos. Cipselas
turbinadas, comprimidas 3,5 × 1 mm, 4-costadas,
ciliadas; pápus aristado-paleáceo, ca. 3 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 20-I-1992,
fl., bot., Barbosa 541 (HUFU); 4-III-1998, fl., fr.,
Barbosa & Araújo s.n. (HUFU1419, UEC);
19-I-1993, fl., fr., bot., Melo et al. 19 (HUFU, RB,
UEC).
Dimerostemma lippioides é restrita apenas para
o Brasil, nos estados do Goiás, Minas Gerais, e algumas
regiões locais na Bahia, Mato Grosso, São Paulo e no
Distrito Federal. Esta espécie é encontrada em campo
sujo seco e cerradão na REP. D. lippioides pode ser
reconhecida pelas folhas cordadas a rotundas e os capítulos com pedúnculos longos, dispostos em umbelas.
37. Disynaphia senecionidea (Baker) R.M. King &
H. Rob., Phytologia 22: 124. 1971 ≡ Eupatorium
senecionideum Baker, Fl. bras. 6(2): 335. 1876.
Subarbusto, ca. 1 m alt.; ramos cilíndricos,
estriados, tomentosos. Folhas simples, alternas, sésseis,
lâmina 1-6,5 × 0,1-0,5 cm, linear-lanceolada; ápice
acuminado, margem inteira ou levemente serreada,
base truncada; ambas as faces escabras, estrigosotomentosas, glandulosas. Capítulos discóides, em
corimbos terminais densos, pedúnculo até 3 mm;
invólucro campanulado, 4,5-6 × 3 mm; brácteas
involucrais livres, persistentes, 2-seriadas, ca. 10,
4,5-5 × 1-2 mm, lanceoladas ou oblongas, tomentosas,
glandulosas, esverdeadas ou púrpuras, ápice agudo
ou obtuso, purpúreo, margem inteira, ciliada;
receptáculo plano. Flores 5, perfeitas, lilases, corola
tubulosa, tubo 2,5-3,5 mm, glabro, lobos glandulosos;
anteras de base aguda, ápice ovado; ramos do estilete
lineares, cilíndricos, apêndices conspícuos, papilosos.
Cipselas obcônicas, 2-2,5 × 1 mm, glabras, 5-costadas;
pápus cerdoso, 1-seriado, cerdas alvas, 3-4 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 30-VII-1999,
fl., bot., Araújo 2653 (HUFU); 19-XI-1999, fl., bot.,
Araújo 2918 (HUFU); 29-I-1999, fl., bot., Barbosa
& Amaral 1307 (HUFU); 30-IV-1999, fl., bot., Barbosa
& Faria 1994 (HUFU); 21-V-1999, fl., bot., Barbosa
s.n. (HUFU20095); 10-XII-1993, fl., bot., Romero &
Arantes 568 (HUFU).
Hatori & Nakajima: Asteraceae da Reserva Ecológica do Panga, Uberlândia, MG
Disynaphia senecionidea é conhecida apenas
para o Brasil, nos estados de Mato Grosso, Minas
Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. Esta espécie
ocorre em campo sujo úmido e vereda na REP, podendo
ser reconhecida pelas folhas alternas, capítulos com
5 flores e dispostos em corimbos densos terminais.
38. Elephantopus biflorus (Less.) Sch. Bip., Linnaea
20: 519. 1847.
Subarbusto, 0,5-1 m alt.; ramos estriados, híspidotomentosos. Folhas simples, alternas, sésseis, lâmina
1-8 × 0,2-2 cm, lanceolada a oblonga ou espatulada;
ápice agudo a obtuso, margens crenadas, base
amplexicaule; ambas as faces híspido-tomentosas,
glandulosas. Capítulos discóides, em glomérulos,
brácteas subinvolucrais foliáceas, lanceoladas a
ovadas, híspido-tomentosas; invólucro cilíndrico, 7-8 ×
1-1,5 mm; brácteas involucrais persistentes,
4-5-seriadas, 1,5-7 × 0,5-1 mm, lanceoladas, glabras,
ápice purpúreo, acuminado, margens inteiras;
receptáculo plano. Flores 2, perfeitas, púrpuras, corola
tubulosa, tubo 3,5-4 mm, glabro ou glanduloso, lobos
glabros; anteras de base sagitada, calcarada, ápice
elíptico; ramos do estilete pilosos abaixo do ponto de
bifurcação. Cipselas obcônicas, 1,5-3 × 0,2-0,9 mm,
setoso-tomentosas; pápus cerdoso, 2-seriado, cerdas
achatadas, série interna 4 mm, série externa 1 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 2-VI-2000,
fl., fr., Araújo s.n. (HUFU23470); 30-IV-1999, fl.,
fr., Barbosa & Faria 2019 (HUFU); 7-V-2007, fl.,
fr., Hattori 728 (HUFU).
Elephantopus biflorus ocorre apenas no Brasil,
nos estados de Goiás, Minas Gerais, São Paulo e no
Distrito Federal. Esta espécie ocorre em vereda na
REP, podendo ser reconhecida pelas folhas com base
amplexicaule, indumento híspido-tomentoso e capítulos
em glomérulos axilares, com apenas 2 flores.
39. Elephantopus erectus Gleason, Phytologia 1: 40.
1933.
Subarbusto, ca. 1,7 m alt.; ramos cilíndricos,
estriados, seríceo-tomentosos, prateados. Folhas
simples, alternas, sésseis, lâmina 3-17 × 1-7 cm, ovada,
elíptica a oblanceolada; ápice agudo a obtuso, margem
levemente serrilhada, base truncada a atenuada; face
adaxial estrigoso-tomentoso, face abaxial vilosotomentoso, prateado. Capítulos discóides, sésseis, em
glomérulos axilares, série de brácteas subinvolucrais,
189
lanceoladas, seríceo-tomentosas; invólucro cilíndrico,
11 × 2,5 mm; brácteas involucrais persistentes,
1-seriadas, 4, 9-10 × 1,5 mm, lanceoladas a linearlanceoladas, palhetes, glabras, ápice acuminado,
seríceo; receptáculo plano. Flores 4, perfeitas,
púrpuras, corola tubulosa, tubo 3 mm, glabro, lobos
glabros; anteras de base sagitada, calcarada, ápice
lanceolado; ramos do estilete lineares, pilosos abaixo
do ponto de bifurcação. Cipselas fusiformes, 5-6 ×
1 mm, seríceas; pápus cerdoso, 1-seriado, cerdas
planas, 2-3 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 27-IV-1992,
bot., Barbosa 605 (HUFU); 22-V-1992, fl., fr.,
Araújo et al. 159 (HUFU, RB); 19-III-2007, fl., fr.,
Hattori & Vargas 540 (HUFU).
Elephantopus erectus ocorre apenas no Brasil,
nos estados de Goiás, Minas Gerais e São Paulo. Esta
espécie ocorre em campo sujo e cerrado sentido
restrito na REP. E. erectus pode ser reconhecida pelos
capítulos em glomérulos axilares.
40. Elephantopus mollis Kunth, Nov. Gen. Sp. (folio
ed.) 4: 20-21. 1820 [1818].
Erva, ca. 0,8 m alt.; ramos delgados, angulosos,
estriados, seríceos. Folhas simples, alternas, rosuladas
na base, sésseis, lâmina 4-16 × 1-8 cm, lanceolada a
elíptica; ápice agudo a obtuso, margem crenada, base
aguda a atenuada, semiamplexicaule; ambas as faces
setosas, glandulosas. Capítulos discóides, em
glomérulos terminais nos ramos, brácteas
subinvolucrais foliáceas, ovadas a triangulares,
seríceas, glandulosas; invólucro cilíndrico, 6-7 ×
1,5 mm; brácteas involucrais persistentes, 2-seriadas,
3-6 × 0,5-1,5 mm, ovadas a lanceoladas, glabras, ápice
acuminado, margem inteira; receptáculo plano. Flores
4, perfeitas, alvas, corola tubulosa, tubo 3,5 mm, glabro,
lobos glabros, anteras de base sagitada, calcarada,
ápice lanceolado; ramos do estilete pilosos abaixo do
ponto de bifurcação. Cipselas turbinadas, 2,5-3 ×
0,8 mm, glabras, multicostadas, ciliadas; pápus
cerdoso, 1-seriado, cerdas filiformes, espessadas na
base, palhetes, 3-3,5 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga,
12-VII-1999, fr., Arantes 1012 (HUFU); 20-III-1987,
fl., fr., Araújo s.n. (HUFU897); 19-III-2007, fl., fr.,
Hattori & Vargas 545 (HUFU); 30-IV-1999, fr.,
Lemos s.n. (HUFU20657).
190
Hoehnea 38(2): 165-214, 2011
Elephantopus mollis ocorre na Colômbia, Peru,
Argentina, Uruguai e, no Brasil sendo citada para todos
os estados. Esta espécie ocorre em borda de mata
seca semidecídua, campo sujo, cerradão e vereda na
REP. Pode ser reconhecida por possuir folhas
rosuladas na base, ramos delgados, o que não ocorre
em outras espécies do gênero existentes na REP.
41. Elephantopus palustris Gardner, London J. Bot.
5: 237. 1846.
Erva, ca. 0,7 m alt.; ramos angulosos, estriados,
glandulosos. Folhas alternas, sésseis, lâmina 4,5-15 ×
0,2-0,7 cm, linear-lanceolada; ápice acuminado,
margem serreada, base amplexicaule; ambas as faces
setosas, glandulosas. Capítulos discóides, sésseis, em
glomérulos formando cimeiras nos ramos, envolvidos
por uma série de brácteas subinvolucrais foliáceas,
conduplicadas, oval-lanceoladas; invólucro cilíndrico,
7-9 × 2 mm; brácteas involucrais persistentes,
3-seriadas, 3-9 × 1-2 mm, lanceoladas, glabras, ápice
acuminado, margens serrilhadas; receptáculo plano.
Flores 4, perfeitas, lilases, corola tubulosa, tubo 4 mm,
glabro, ápice 5-lobado, lobos glandulosos; anteras de
base sagitada, calcarada, ápice oval-lanceolado; ramos
do estilete pilosos abaixo do ponto de bifurcação.
Cipselas turbinadas, glandulosas; pápus paleáceo,
1-seriado, 1,5 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 25-VI-1999,
fl., fr., Faria s.n. (HUFU20453).
Elephantopus palustris ocorre no Brasil, nos
estados do Piauí, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
Goiás, Minas Gerais, Paraná e no Distrito Federal.
Esta espécie ocorre em vereda na REP. E. palustris
se diferencia de outras espécies do gênero presentes
na REP pelas folhas lineares e as brácteas
subinvolucrais conduplicadas.
42. Emilia sonchifolia (L.) DC., Contr. Bot. India
24. 1834.
Erva, 1-1,2 m alt.; ramos estriados, setosos. Folhas
simples, alternas, sésseis, lâmina 3,5-9,5 × 0,9-3 cm,
lanceolada a auriculiforme; ápice acuminado a obtuso,
margem serreada, base truncada a amplexicaule;
ambas as faces glandulosas, setosas. Capítulos
discóides, em panículas terminais, pedúnculo até 3 mm;
invólucro cilíndrico, 6-9 × 4-5 mm; brácteas involucrais
1-seriadas, conadas na base, 7-8 × 1-2 mm, lineares,
glabras, ápice agudo a acuminado, margem inteira;
receptáculo plano. Flores ca. 50, perfeitas, róseas a
vermelhas, corola tubulosa, tubo 8 mm, glabro, lobos
glabros; anteras de base obtusa, ápice lanceolado;
ramos do estilete lanceolados, ápice truncado, penicelado. Cipselas cilíndricas, estrigosas, 2 × 0,5 mm; pápus
cerdoso, 1-seriado, cerdas filiformes, alvas, até 5 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 22-V-1992,
fl., bot., Araújo et al. 143 (HUFU, UEC); 28-V-1999,
fl., Lemos s.n. (HUFU20716).
Emilia sonchifolia ocorre nas Guianas e amplamente no Brasil com exceção da região Sul. Esta
espécie ocorre em cerrado sentido restrito e vereda
na REP. E. sonchifolia é facilmente conhecida pelas
folhas com base amplexicaule e flores vermelhas.
43. Erechtites hieraciifolius (L.) Raf. ex DC., Prodr.
6: 294. 1837 [1838].
Erva a subarbusto, 0,6-1 m alt.; ramos estriados,
sulcados, setosos. Folhas simples, alternas, sésseis,
lâmina 3-11 × 0,5-3,5 cm, lanceolada; ápice acuminado,
margens pinatífidas, base truncada; ambas as faces
setosas, glandulosas. Capítulos disciformes, em
panículas terminais, pedúnculo até 4,5 cm; invólucro
cilíndrico, 9-12 × 4-7 mm, calículo presente; brácteas
involucrais 1-seriadas, 7-10 × 0,6-1 mm, linearlanceoladas, setosas, glandulosas, ápice agudo,
margem inteira, conadas na base; receptáculo
côncavo. Flores marginais pistiladas, amarelas,
numerosas, corola filiforme, tubo 7 mm, glabro; ramos
do estilete truncados, ápice penicelado. Cipselas
fusiformes, 8-10-costada, 2 × 0,5 mm, costas
serreadas; pápus cerdoso, 1-seriado, cerdas filiformes,
alvas, 6 mm. Flores centrais perfeitas, amarelas, corola
tubulosa, tubo 7 mm, lobos papilosos; anteras de base
aguda, ápice oblongo; ramos do estilete truncados,
penicelados. Cipselas fusiformes, 10-costadas, 1,5 ×
0,5 mm, glabras; pápus cerdoso, 1-seriado, cerdas
filiformes, ca. 7 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 19-XI-1999,
fl., fr., Araújo 2915 (HUFU); 22-X-1999, fr., Araújo
& Amaral 2831 (HUFU); 24-IX-1998, fl., fr., Araújo
s.n. (HUFU17996); 6-XI-1998, fl., fr., Barbosa &
Amaral s.n. (HUFU17831); 12-III-2007, fl., fr.,
Hattori & Vargas 515 (HUFU).
Erechtites hieraciifolius ocorre amplamente na
América do Sul e amplamente no Brasil, sendo citada
Hatori & Nakajima: Asteraceae da Reserva Ecológica do Panga, Uberlândia, MG
para todas as regiões. Esta espécie ocorre em vereda
na REP. E. hieraciifolius pode ser reconhecida pelas
folhas pinatífidas e pela presença do calículo na base
do invólucro e flores amarelas.
44. Eremanthus glomerulatus Less., Linnaea 4: 317.
1829.
Árvore, ca. 2,5 m alt.; ramos estriados,
tomentosos. Folhas simples, alternas, sésseis, lâmina
2-9 × 1-3 cm, lanceolada a oval-lanceolada; ápice
acuminado a agudo, margem inteira, levemente
ondulada, base aguda a atenuada; face adaxial glabra,
nervura tomentosa, face abaxial alvo-tomentosa.
Capítulos discóides, em glomérulos envolvidos por uma
série de brácteas foliáceas em comum, formando
panículas terminais; invólucro obcônico, 3-4 × 2 mm;
brácteas involucrais persistentes, 4-seriadas,
imbricadas, 1,5-3 × 0,2-1 mm, linear-lanceoladas a
lanceoladas, lanosas no ápice das brácteas mais
externas, ápice agudo a acuminado, margem
serrilhada; receptáculo plano. Flor 1, perfeita, lilás,
corola tubulosa, tubo 3 mm, glabro, lobos glandulosos;
anteras de base sagitada, calcarada, ápice lanceolado;
ramos do estilete pilosos abaixo do ponto de
bifurcação. Cipselas obcônicas, 2 × 1 mm, seríceas;
pápus cerdoso, 3-seriado, cerdas 2-4 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 11-VII-1997,
fr., Araújo & Prado s.n. (HUFU17980); 7-V-2007,
fl., fr., Hattori 734 (HUFU); 26-V-1997, fl., fr.,
Krauss 61 (HUFU).
Eremanthus glomerulatus ocorre somente no
Brasil, no estado da Bahia, Goiás, Minas Gerais, São
Paulo e no Distrito Federal. Esta espécie ocorre em
cerrado aberto e transição cerrado sentido restritovereda na REP. E.glomerulatus é conhecida por ser
uma espécie de hábito arbóreo, com os capítulos
conados entre si em glomérulos no ápice dos ramos.
45. Gochnatia barrosii Cabrera, Notas Mus. La Plata,
Bot. 15: 46. 1950.
Arbusto, ca. 1,5 m alt.; ramos angulosos, estriados,
estrelado-tomentosos. Folhas simples, alternas, pecíolo
até 1 cm, lâmina 2-12,5 × 0,7-7,5 cm, ovada a ovallanceolada; ápice agudo ou obtuso, margem inteira,
base arredondada; face adaxial estrelado-tomentosa,
face abaxial estrelado-lanuginosa. Capítulos discóides,
em panículas laxas, pedúnculo até 1 cm; invólucro
campanulado, 7-8 × 5 mm; brácteas involucrais
191
6-seriadas, imbricadas, 40-50, 2-7 × 1-1,2 mm, ovadas
a lanceoladas, setosas, creme, ápice agudo a
acuminado, margem serrilhada, ciliada; receptáculo
plano, glabro. Flores 15-20, perfeitas, creme, corola
tubulosa, tubo 3 mm, glabro, lobos glabros; anteras de
base caudada, ápice lanceolado; ramos do estilete
oblongos, glabros. Cipsela obcônica, 2-3 × 0,5-1 mm,
vilosa, 5-costada; pápus cerdoso, 1-seriado, cerdas
alvas, 6 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 11-VII-1997,
fl., fr., Araújo & Mendes s.n. (HUFU17977);
20-IX-1998, fl., fr., Carvalho 70 (HUFU).
Gochnatia barrosii ocorre no Paraguai e no
Brasil, nos estados do Maranhão, Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e
Paraná. Esta espécie ocorre em transição cerrado
sentido restrito-vereda na REP. G. barrosii é
reconhecida pelos capítulos dispostos em panículas
laxas, folhas, ramos, e brácteas involucrais tomentosas.
46. Heterocondylus grandis (Sch. Bip. ex Baker)
R.M. King & H. Rob., Phytologia 24: 390. 1972
≡ Eupatorium grande Sch. Bip. ex Baker, Fl. bras.
6(2): 347. 1876.
Erva, 0,3-1 m alt.; ramos avermelhados, estriados,
estrigosos. Folhas simples, opostas, pecíolo até 2 mm,
lâmina 0,5-3 × 0,2-1,1 cm, lanceolada a elíptica, ovallanceolada ou ovada; ápice agudo a obtuso ou
arredondado, margem serreada ou crenada, levemente
revoluta, base obtusa ou arredondada; face adaxial
glabra a estrigosa, glandulosa ou não, face abaxial
setosa, glandulosa. Capítulos discóides, solitários,
pedúnculo 3,5 cm; invólucro campanulado, 7-13 ×
7-13 mm; brácteas involucrais persistentes, livres, ca.
11, 2-3-seriadas, 8-10 × 1,5-3 mm, 10 × 1,5-2 mm,
elípticas a lanceoladas, glabras, ápice agudo ou obtuso,
róseo, margem ciliada; receptáculo plano. Flores
30-60(120), perfeitas, róseas a lilases, corola tubulosa,
tubo 6-7 mm, glabro, lobos glabros; anteras de base
aguda ou arredondada, ápice elíptico; ramos do estilete
lineares, apêndices conspícuos, papilosos. Cipselas
fusiformes, 2 × 0,5 mm, glabras, 5-costadas; pápus
cerdoso, 1-seriado, cerdas alvas, 5-6 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 21-I-2000,
fl., fr., bot., Araújo 3027 (HUFU); 18-II-2000, fl.,
Araújo 3052 (HUFU); 28-IV-2000, fl., Barbosa 3552
(HUFU); 29-I-1999, fl., fr., Barbosa & Amaral 1308
192
Hoehnea 38(2): 165-214, 2011
(HUFU); 26-III-1999, fl., fr., Barbosa & Araújo s.n.
(HUFU19586); 30-IV-1999, fl., fr., Barbosa & Faria
1988 (HUFU); 27-V-1994, fl., fr., bot., Nakajima et al.
346 (HUFU).
48. Inulopsis camporum (Gardner) G.L. Nesom,
Phytologia 76(2): 120. 1994 ≡ Aster camporum
Gardner, London J. Bot. 7: 79. 1848.
Figura 4
Heterocondylus grandis ocorre no Paraguai e
no Brasil, nos estados de Goiás, Minas Gerais, Paraná,
Rio Grande do Sul e no Distrito Federal. Esta espécie
ocorre em transição cerrado sentido restrito-vereda e
vereda na REP. H. grandis pode ser reconhecida
pelos seus ramos avermelhados e brácteas involucrais
amplas, de ápice róseo.
Erva, 15-30 cm alt.; ramos cilíndricos cilíndricos,
estriados, sulcados, híspidos ou tomentosos. Folhas
simples, alternas, sésseis, lâmina 1-6,5 × 0,2-0,9 cm,
lanceolada a oblanceolada; ápice agudo ou obtuso,
margem denteada, base atenuada; ambas as faces
tomentosas, glandulosas. Capítulos radiados, solitários
escapo floral longo, até 15 cm; invólucro campanulado,
7-10 × 10 mm; brácteas involucrais 2-3-seriadas, 20-30,
6-9 × 1-1,2 mm, lanceoladas a linear-lanceoladas,
setosas ou tomentosas, ápice agudo ou acuminado,
margens serrilhadas; receptáculo plano, foveolado.
Flores do raio 20-40, pistiladas, creme, corola
liguliforme, tubo 4-4,5 mm, setoso, limbo 6-7 ×
1,2-2,5 mm, glabro, ápice 2-dentado; ramos do estilete,
lanceolados, glabros. Cipselas obcônicas, 3 × 1mm,
seríceas; pápus cerdoso, 1-seriado, cerdas alvas,
5-6 mm. Flores do disco 35-45, estaminadas creme,
corola tubulosa, tubo 4-5 × 1,5 mm, setoso, lobos
glabros; anteras de base aguda, ápice oval-lanceolado.
Cipselas abortivas, glabras; pápus cerdoso, 1-seriado,
cerdas alvas, 5-6 mm.
47. Ichthyothere mollis Baker, Fl. bras. 6(3): 156. 1884.
Erva com xilopódio, 20-50 cm alt.; ramos
angulosos, estriados, tomentosos, com folhas atrofiadas
na porção basal. Folhas simples, opostas, sésseis,
lâmina 2,5-9 × 0,5-4 cm, linear-lanceolada a elíptica;
ápice acuminado ou agudo a obtuso, margem inteira a
levemente crenada ou serrilhada, base aguda ou
atenuada, semi-amplexicaule; face adaxial esparsosetosa a tomentosa, face abaxial esparso-estrigosa a
estrigosa. Capítulos disciformes, em corimbos
terminais; invólucro globoso, 4-5 × 4-5 mm; brácteas
involucrais 2-seriadas, 4-6 × 2-5 mm, ovadas a
orbiculares, glabras, ápice agudo a obtuso, margem
serrilhada; receptáculo cônico, páleas ovadas, 5 ×
3 mm, glabras, ápice agudo, margem ciliada. Flores
do raio 2, pistiladas, amarelas a creme, corola tubulosa,
tubo 1 mm, glabro; ramos do estilete lineares, glabros,
apêndices inconspícuos. Cipsela elipsóide, 4 × 2 mm,
glabra, ápice arredondado; pápus ausente. Flores do
disco numerosas, estaminadas por aborto do gineceu,
amarelas, corola tubulosa, tubo 2 mm, glabro, lobos
papilosos; anteras de base sagitada, ápice amploovado. Cipselas abortivas; pápus ausente.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 2-X-1992,
fl., fr., Araújo 300 (HUFU); 20-XI-1992, fl., fr.,
Araújo 399 (HUFU); 15-I-1992, fl., bot., Barbosa
515 (HUFU); 23-IX-1993, fl., fr., Barbosa 874
(HUFU); 4-IX-1994, fl., bot., Barbosa 911 (HUFU);
31-X-1986, fl., fr., Schiavini s.n. (HUFU764).
Ichthyothere mollis ocorre apenas no Brasil,
possuindo ampla distribuição. Esta espécie ocorre em
campo sujo seco e cerrado sentido restrito na REP.
I. mollis é facilmente reconhecida pelas brácteas
involucrais semelhantes a escamas de peixe, e os
capítulos agrupados em 3 envolvidos por um invólucro
comum.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 23-IX-1992,
fl., fr., Barbosa 380 (HUFU); 24-IX-1992, fl., fr.,
Araújo 285 (HUFU, UEC).
Inulopsis camporum ocorre na Bolívia e no
Brasil, nos estados de Goiás, Mato Grosso, Minas
Gerais, São Paulo e no Distrito Federal. Esta espécie
ocorre em campo sujo seco após queimadas e em
cerrado sentido restrito na REP. I. camporum é
reconhecida pelas folhas alternas na base, e os
capítulos dispostos em escapo floral longo.
49. Leptostelma maximum D. Don, Brit. Fl. Gard.,
ser. 2: 38. 1831.
Arbusto, ca. 3 m alt.; ramos sulcados, escabros,
estrigosos. Folhas simples, alternas, sésseis, lâmina
2,5-8 × 0,2-2,2 cm, linear-lanceolada a lanceolada;
ápice acuminado, margem serreada, bulado-estrigosa,
base amplexicaule, formando uma bainha; ambas as
faces estrigosas. Capítulos radiados, em corimbos,
pedúnculo até 10 cm; invólucro amplo-campanulado,
9 × 17 mm; brácteas involucrais 2-seriadas, 8 × 2 mm,
linear-lanceoladas, estrigosas, ápice acuminado,
margem serreada, ciliada; receptáculo convexo. Flores
Hatori & Nakajima: Asteraceae da Reserva Ecológica do Panga, Uberlândia, MG
do raio pistiladas, alvas, corola liguliforme, tubo 3 mm,
setoso, limbo 12 × 1 mm, ápice 2-3-dentado; ramos
do estilete lineares, papilosos. Cipsela obcônica, glabra,
1 × 0,4 mm, 3-costada; pápus cerdoso, 1-seriado,
cerdas 4,5 mm. Flores do disco estaminadas por aborto
do gineceu, amarelas, corola tubulosa, tubo 4 mm,
estrigoso, lobos glabros; anteras de base obtusa, ápice
lanceolado. Cipselas abortivas, glandulosas, 2-costadas; pápus cerdoso, 1-seriado, cerdas alvas, ca. 5 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
193
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 24-IV-1992,
fl., fr., bot., Araújo et al. 49 (HUFU); 25-III-1993,
fl., fr., Araújo et al. 444 (HUFU, RB, UEC);
21-I-2000, fl., fr., Araújo 3010 (HUFU); 9-VIII-1999,
fr., Barbosa & Faria 2151 (HUFU); 26-II-2007, fl.,
bot., Hattori & Vargas 519 (HUFU); 10-XII-1993,
fl., bot., Romero & Arantes 564 (HUFU); 7-IV-1995,
fl., Romero et al. 2099 (HUFU).
Leptostelma maximum ocorre no Paraguai,
Argentina e no Brasil, desde Mato Grosso, Goiás e
Figura 4. Inulopsis camporum (Gardner) G.L. Nesom. A) Hábito; B) Capítulo; C) Flor do raio; D) Flor do disco; E) Detalhe dos lobos
da corola; F) Ramos do estilete; G) Anteras. (Araújo et al. 285, HUFU3361).
Figure 4. Inulopsis camporum (Gardner) G.L. Nesom. A) Habit; B) Head; C) Ray flower; D) Disc flower; E) Corola lobes in detail; F)
Style branches; G) Anthers. (Araújo et al. 285, HUFU3361).
194
Hoehnea 38(2): 165-214, 2011
Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo,
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Esta
espécie ocorre em borda de mata de galeria, borda de
mata semidecídua, borda de vereda, campo sujo úmido
e vereda na REP. L. maximum pode ser reconhecida
pelas folhas mais basais espatuladas, amplexicaules,
formando uma bainha no caule.
50. Mikania cordifolia (L. f.) Willd., Sp. Pl. Editio
quarta 3(3): 1746. 1803.
Erva volúvel; ramos angulosos, estriados,
estrigoso-tomentosos. Folhas simples, opostas, pecíolo
até 3,5 cm, lâmina 1-6 × 0,5-5 cm, cordada a ovada;
ápice agudo ou obtuso, margem inteira ou levemente
serreada, base obtusa ou cordada; face adaxial
estrigosa, glandulosa, face abaxial tomentosa,
glandulosa. Capítulos discóides, em corimbos densos,
formando panículas ao longo dos ramos, pedúnculo
5 mm; invólucro obcônico, 5-7 × 1,5-3 mm; brácteas
involucrais 4, 5-7 × 1,5-2 mm, lanceoladas ou oblongas,
estrigosas, glandulosas ou não, esverdeadas, ápice
agudo ou acuminado, margem inteira, ciliada; receptáculo plano. Flores 4, perfeitas, creme ou alvas, corola
tubulosa, tubo 3 mm, glanduloso, lobos glabros; anteras
de base aguda, ápice ovado; ramos do estilete lineares,
apêndices conspícuos, papilosos. Cipselas obcônicas,
3 × 0,6-1,2 mm, estrigosas, 5-costadas, serreadas;
pápus cerdoso, 1-seriado, ápice espessado, 4-5 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 3-IV-1987,
fl., bot., Araújo s.n. (HUFU1015); 28-IV-2000, fl.,
fr., bot., Barbosa 3549 (HUFU); 26-V-2000, fl., fr.,
Barbosa 3378 (HUFU); 30-IV-1999, fl., fr., bot.,
Barbosa & Faria 1989 (HUFU); 2-VI-2000, fr.,
Barbosa s.n. (HUFU23427).
Mikania cordifolia possui distribuição ampla na
América do Sul. Esta espécie ocorre em mata de
galeria, transição cerrado sentido restrito-vereda e
vereda na REP. M. cordifolia é muito semelhante a
M. micrantha pelas folhas cordiformes, mas difere
desta por possuir capítulos maiores com flores
maiores, além dos capítulos dispostos em corimbos
densos.
51. Mikania micrantha Kunth, Nov. Gen. Sp. (folio
ed.) 4: 105. 1820 [1818].
Erva volúvel; ramos cilíndricos, estriados,
tomentosos. Folhas simples, opostas, pecíolo
1,5-2,5 cm, lâmina 2,5-4,5 × 2,5-3 cm, cordada; ápice
acuminado, margem inteira a levemente dentada, base
cordada; face adaxial estrigosa, face abaxial estrigosa,
glandulosa. Capítulos discóides, subsésseis, formando
panículas; invólucro cilíndrico, 4,5-5 × 1-1,5 mm;
brácteas involucrais 4, 4,5-5 × 1 mm, lanceoladas,
esverdeadas, estrigosas, ápice agudo, margem ciliada;
receptáculo plano. Flores 4, perfeitas, creme, corola
tubulosa, tubo 2 mm, glabro, lobos glandulosos no ápice;
anteras de base obtusa, ápice lanceolado, ramos do
estilete lineares, apêndices conspícuos, papilosos.
Cipselas obcônicas, 1,5 × 0,4 mm, glandulosas,
5-costadas, serrilhadas; pápus cerdoso, 1-seriado,
cerdas alvas, até 3,5 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 7-V-2007,
fl., bot., Hattori 739 (HUFU).
Mikania micrantha ocorre no Equador, Peru,
Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai, e no Brasil
ocorre em todos os estados. Esta espécie ocorre em
borda de campo sujo na REP. M. micrantha é
reconhecida como distinta de M. cordifolia pelas
características citadas anteriormente.
52. Mikania officinalis Mart, Reise Bras. 1: 283. 1823.
Erva ereta, 0,3-0,5 m alt.; ramos angulosos,
estriados, setosos. Folhas simples, opostas, sésseis,
lâmina 0,7-4 × 0,5-4,5 cm, sagitiforme ou triangular;
ápice agudo a acuminado, margens denteadas, levemente revolutas, base cordada a sagitada ou truncada;
face adaxial estrigosa ou setosa, face abaxial estrigosa,
glandulosa. Capítulos discóides, em umbelas formadas
por panículas, pedúnculo 4 mm; invólucro cilíndrico,
5-7 × 1-2,5 mm; brácteas involucrais 4, 5-7 ×
0,7-1,5 mm, lanceoladas, estrigosas, glandulosas, ápice
acuminado, margem inteira, ciliada; receptáculo plano.
Flores 4, perfeitas, alvas a creme, corola tubulosa, tubo
3-4 mm, glabro, lobos setosos, glandulosos; anteras de
base obtusa, ápice lanceolado; ramos do estilete lineares, apêndices conspícuos, papilosos. Cipselas obcônicas, 1,7-2,5 × 0,4-1 mm, glandulosas, 5-costadas, serrilhadas; pápus cerdoso, 1-seriado, cerdas alvas, 4-5 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 1-XII-1998,
fl., fr., bot., Amaral s.n. (HUFU18334); 18-II-2000, fl.,
fr., Amaral & Cardoso s.n. (HUFU22459); 22-X-1999,
fl., fr., Araújo & Amaral 2830 (HUFU); 19-XII-1986,
fl., fr., bot., Araújo s.n. (HUFU826); 21-I-2000, bot.,
Araújo 3032 (HUFU); 17-XII-1999, fl., fr., bot.,
Barbosa 3080 (HUFU); 6-XI-1987, fl., fr., bot.,
Hatori & Nakajima: Asteraceae da Reserva Ecológica do Panga, Uberlândia, MG
Barbosa s.n. (HUFU1222); 19-II-1999, fl., fr.,
Barbosa & Amaral 1310 (HUFU); 29-I-1999, fl., fr.,
Barbosa & Amaral 1920 (HUFU); 13-XI-1992, fl.,
Nakajima & Romero 37 (HUFU, RB).
Mikania officinalis ocorre no Brasil, nos estados
do Tocantins, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do
Sul, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo,
Paraná, Santa Catarina e no Distrito Federal. Esta
espécie ocorre em campo sujo úmido e vereda na REP.
M. officinalis é reconhecida dentre as espécies do
gênero ocorrentes na REP por possuir hábito ereto e
folhas sagitadas.
53. Mikania psilostachya DC., Prodr. 5: 190. 1836.
Erva volúvel; ramos estriados, hirsutos. Folhas
simples, opostas, pecíolo até 12 mm, lâmina 2-11 ×
0,7-4,2 cm, ovadas a oval-lanceoladas ou lanceoladas;
ápice agudo ou acuminado, margem inteira ou
serreada, levemente revoluta, base aguda a obtusa ou
arredondada; face adaxial escabra, face abaxial
tomentosa, glandulosa. Capítulos discóides, sésseis, em
racemos; invólucro cilíndrico, 5-6 × 1,5-2,5 mm;
brácteas involucrais 4, 4,5-6 × 0,8-1,5 mm, lanceoladas,
setosas, glandulosas, ápice agudo ou obtuso, margem
inteira, ciliada; receptáculo plano. Flores 4, perfeitas,
alvas, corola tubulosa, tubo 5 mm, glanduloso, lobos
glandulosos; anteras de base obtusa, ápice ovado a
lanceolado; ramos do estilete lineares, apêndices
conspícuos, papilosos. Cipselas obcônicas, 3-3,5 ×
0,4-0,7 mm, glandulosas, 5-costadas; pápus cerdoso,
1-seriado, cerdas palhete, 6-6,5 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 27-II-1987,
fl., fr., Araújo s.n. (HUFU846); 24-III-2000, fl., fr.,
Barbosa 3453 (HUFU); 23-IV-1999, fl., fr., Faria
& Araújo 2517 (HUFU); 12-III-2007, fl., fr., bot.,
Hattori 535 (HUFU).
Mikania psilostachya ocorre amplamente no
Brasil, com exceção da região Sul. Esta espécie
ocorre em mata seca semidecídua e vereda na REP.
M. psilostachya pode ser reconhecida por possuir
os capítulos dispostos em racemos e folhas com
indumento escabro na face adaxial.
54. Picrosia longifolia D. Don, Trans. Linn. Soc.
London 16: 184. 1830.
Erva latescente, ca. 0,6 m alt.; ramos angulosos,
estriados, glabros. Folhas simples, alternas, sésseis,
lâmina 9-22 × 1-1,5 cm, lanceolada a longo espatulada;
195
ápice agudo, margem inteira, base atenuada,
conduplicada; ambas as faces glabras. Capítulos
ligulados, pedúnculo até 25 cm, solitários; invólucro
campanulado, 11-20 × 10-12 mm; brácteas involucrais
1-seriadas, 8, 17 × 2-3 mm, lanceoladas, glabras, ápice
agudo, margem hialina, inteira; receptáculo plano.
Flores ca. 80, perfeitas, amarelas, corola ligulada, tubo
8 mm, lígula 13-15 × 1,5-2 mm, glabra; anteras de base
sagitada calcarada, ápice ovado; estilete bilobado,
glabro. Cipselas fusiformes, glabras, 3 × 0,3 mm,
costadas; pápus cerdoso, 1-seriado, cerdas filiformes,
10 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 16-X-1992,
fl., bot., Araújo et al. 341 (HUFU, RB, ICN).
Picrosia longifolia ocorre na Argentina e no
Brasil, nos estados de Minas Gerais, São Paulo,
Paraná e Rio Grande do Sul. Esta espécie ocorre em
campo sujo úmido na REP. P. longifolia é reconhecida
por ser uma planta latescente, pelas folhas longo
espatuladas, e os capítulos ligulados no ápice de um
longo escapo floral.
55. Piptocarpha rotundifolia (Less.) Baker, Fl. bras.
6(2): 125, t. 28. 1873.
Árvore, 3,5-4 m alt.; ramos angulosos, estriados,
estrelado-tomentosos. Folhas simples, alternas, pecíolo
8-30 mm, lâmina 2-10,5 × 1,5-8,5 cm, elíptica a oblonga
ou rotunda; ápice obtuso ou arredondado, margem
inteira, ondulada, base obtusa ou truncada ou levemente
cordada ou arredondada; face adaxial glabra,
estrelado-tomentosa nas nervuras, face abaxial
estrelado-tomentosa. Capítulos discóides, sésseis
agrupados nas axilas das folhas; invólucro cilíndrico a
fusiforme, 8-10 × 3-4 mm; brácteas involucrais
caducas quando maduras, 5-6-seriadas, imbricadas,
30-35, 1-8 × 1-3 mm, ovadas a lanceoladas, glabras,
ápice obtuso ou arredondado, glanduloso, tomentoso,
margem inteira, ciliada; receptáculo cônico. Flores 4-5,
perfeitas, creme, corola tubulosa, tubo 4-5 mm, glabro,
lobos glandulosos; anteras de base sagitada, calcarada,
ápice lanceolado; ramos do estilete lineares, pilosos
abaixo do ponto de bifurcação. Cipsela obcônica, 3 ×
1-1,5 mm, glabra, 8-costada; pápus cerdoso, cerdas
palhete, série interna 6-7 mm, série externa ca. 3 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 29-V-1992,
fl., fr., Araújo et al. 198 (HUFU, UEC); 16-I-1987,
fl., fr., Araújo s.n. (HUFU800); 7-I-1989, fl., fr.,
196
Hoehnea 38(2): 165-214, 2011
Martins 37 (HUFU); 19-I-1993, fl., fr., Melo et al.
31 (HUFU, RB, UEC).
Piptocarpha rotundifolia ocorre apenas no
Brasil, nos estados de Rondônia, Tocantins, Maranhão,
Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas
Gerais, São Paulo e no Distrito Federal. Esta espécie
ocorre em cerrado sentido-restrito, cerradão e
transição cerrado sentido restrito-vereda na REP.
P. rotundifolia é facilmente reconhecida pelo hábito
arbóreo, folhas discolores e os capítulos cilíndricos
agrupados e dispostos nas axilas das folhas.
56. Podocoma bellidifolia Baker, Fl. bras. 6(3): 16. 1882.
Erva, ca. 0,5 m alt.; ramos angulosos, sulcados,
glabros. Folhas simples, alternas, sésseis, lâmina 2-7,5 ×
0,2-2,6 cm, lanceolada, ápice agudo ou acuminado,
margem inteira, ciliada, base amplexicaule; ambas as
faces glabras. Capítulos disciformes, solitários,
pedúnculo até 4 cm; invólucro campanulado, 6-7 ×
10 mm; brácteas involucrais 2-seriadas, livres,
ca. 20-28, 5-7 × 1, linear-lanceoladas, glabras, ápice
acuminado, margem serrilhada; receptáculo convexo.
Flores marginais ca. 25, pistiladas, corola filiforme, tubo
4 mm, estrigoso, ápice 3-4-lobado, lobos papilosos;
ramos do estilete lanceolados, glabros. Cipselas
fusiformes, 3,5 × 0,7 mm, seríceas, 5-costadas, costas
ciliadas; pápus cerdoso, 1-seriado, cerdas alvas,
3-5 mm. Flores centrais ca. 70, perfeitas, corola tubulosa, tubo 4 mm, glabro, lobos glabros; anteras de base
aguda, ápice lanceolado; ramos do estilete oblongos.
Cipsela fusiforme, 2 × 0,8 mm, serícea, 5-costada, ciliada; pápus cerdoso, 1-seriado, cerdas alvas, ca. 4 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 29-IX-1992,
fl., fr., Barbosa 873 (HUFU).
Podocoma bellidifolia ocorre no Paraguai, norte
da Argentina, e região central do Brasil, nos estados
de Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio
Grande do Sul e no Distrito Federal. Esta espécie
ocorre em campo sujo seco na REP. P. bellidifolia
pode ser reconhecida pelas folhas com duas nervuras
laterais saindo próximas a nervura central.
57. Praxelis basifolia (Malme) R.M. King & H. Rob.,
Phytologia 20: 194. 1970 ≡ Eupatorium basifolium
Malme, Ark. Bot. 24a (8): 30. 1932.
Erva, 0,2-0,3 m alt.; ramos estriados, glabros ou
setosos. Folhas rosuladas na base, opostas na parte
superior do ramo, sésseis, lâmina 1-4,5 × 0,2-1 cm,
lanceolada a oblanceolada; ápice acuminado a agudo
ou obtuso, margem inteira a serreada, base aguda ou
atenuada; ambas as faces esparso-setosas. Capítulos
discóides, solitários, pedúnculo até 10,5 cm; invólucro
campanulado, 6-7 × 3-6 mm; brácteas involucrais
caducas, 3-seriadas, 3-6 × 1-2 mm, oval-lanceoladas
a lanceoladas, glabras, ápice acuminado a obtuso,
purpúreo, margem inteira ou serrilhada; receptáculo
cônico. Flores 45-55, perfeitas, púrpuras, corola
tubulosa, tubo 2,5-4 mm, glabro; anteras de base aguda
ou obtusa, ápice ovado; ramos do estilete clavelados,
apêndices conspícuos, papilosos. Cipsela fusiforme,
1,5-2 × 0,6-0,7 mm, comprimida, 3-5-costada,
serrilhada, ápice setoso; pápus cerdoso, 1-seriado,
cerdas com ápice purpúreo, 3,5 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 26-VI-1992,
fl., bot., Araújo et al. 229 (HUFU); 11-IX-1998, fl.,
bot., Barbosa 1227 (HUFU); 22-XII-1997, fl., bot.,
Markstein et al. 31 (HUFU); 13-XI-1992, fl., bot.,
Nakajima & Romero 49 (HUFU, RB).
Praxelis basifolia ocorre no Brasil, nos estados
do Mato Grosso e Minas Gerais. Esta espécie ocorre
em campo sujo úmido e vereda na REP. P. basifolia
é facilmente reconhecida dentre as espécies
pertencentes a este gênero encontradas na REP
pelas suas folhas rosuladas na base e capítulo mais
robusto.
58. Praxelis clematidea (Griseb.) R.M. King & H.
Rob., Phytologia 20(3): 194. 1970 ≡ Eupatorium
clematideum Griseb., Jahresber. Pollichia 22-24:
258. 1866.
Erva, ca. 0,6 m alt.; ramos estriados, setosos.
Folhas simples, opostas, sésseis, lâmina 1,5-3 ×
0,5-1 cm, lanceolada; ápice agudo ou acuminado,
margem serreada, base aguda; face adaxial estrigosa,
face abaxial setosa. Capítulos discóides, em corimbos
terminais, pedúnculo até 3 cm; invólucro campanulado,
6-7 × 5 mm; brácteas involucrais caducas, 3-4-seriadas, ca. 20, 3,5-7 × 1-1,2 mm, ovadas a lanceoladas,
glabras, ápice acuminado, esverdeado, margem inteira,
ciliada; receptáculo cônico. Flores ca. 40, perfeitas,
lilases, corola tubulosa, tubo 3,5 mm, glabro, lobos
papilosos; anteras de base aguda, ápice lanceolado;
ramos do estilete espatulados, apêndices conspícuos,
papilosos. Cipsela obcônica, 2 × 0,7 mm, setosa,
5-costada, ciliada; pápus cerdoso, 1-seriado, cerdas
alvas, ca. 4 mm.
Hatori & Nakajima: Asteraceae da Reserva Ecológica do Panga, Uberlândia, MG
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 22-I-1999,
fl., fr., Lemos s.n. (HUFU20393).
Praxelis clematidea ocorre da Bolívia, Paraguai,
Argentina e amplamente no Brasil. Esta espécie ocorre
em vereda na REP. P. clematidea é facilmente
reconhecível pelas folhas ovadas e os capítulos
agrupados em corimbos terminais.
59. Praxelis grandiflora (DC.) Sch. Bip., Jahresber.
Pollichia 22-24: 254. 1866 ≡ Eupatorium variegatum
Malme, Kongl. Svenska Vetenskapsakad Handl. ser.
3 12(2): 46. 1933.
Subarbusto, ca. de 0,7-1,5 m alt.; ramos estriados,
setosos ou híspidos. Folhas simples, opostas, sésseis,
lâmina 1,5-7 × 0,2-2 cm, lanceolada a linear-lanceolada;
ápice acuminado ou agudo, margem serreada,
levemente revoluta, base acuminada ou aguda; ambas
as faces híspidas. Capítulos discóides, em panículas
longas, terminais, pedúnculo até 8,5 cm; invólucro
campanulado, 7-8 × 4-7 mm; brácteas involucrais
caducas, 3-4-seriadas, ca. de 23, 4,5-7,5 × 1-2,5 mm,
ovadas a oblanceoladas, glabras, nervuras estriadas,
ápice acuminado a arredondado, esverdeado, fimbriado,
margem inteira; receptáculo cônico. Flores ca. de 60-65,
perfeitas, alvas, corola tubulosa, tubo 4-5 mm, glabro,
lobos papilosos; anteras de base arredondada, ápice
oval-lanceolado; ramos do estilete lineares, apêndices
conspícuos, papilosos. Cipsela fusiforme, 2 × 0,9-1 mm,
setosa no ápice, 3-4-costada, serrilhada; pápus cerdoso,
1-seriado, cerdas palhete, 5-5,5 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 3-IV-1987,
fl., fr., Araújo s.n. (HUFU974, HEPH); 19-III-2007,
fl., bot., Hattori & Vargas 547 (HUFU); 11-III-1994,
fl., fr., Nakajima & Romero 209 (HUFU).
Praxelis grandiflora ocorre apenas no Brasil,
nos estados do Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso
do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e no
Distrito Federal. Esta espécie ocorre em campo sujo
seco e transição cerrado sentido restrito-vereda na
REP. P. grandiflora pode ser confundida com
P. kleinioides pelo formato da folha, invólucro, mas
difere desta por possuir porte maior com mais
ramificações, brácteas involucrais com ápice
esverdeado e flores alvas, enquanto P. kleinioides
apresenta hábito herbáceo, com ápice das brácteas
involucrais púrpuras e flores lilases.
197
60. Praxelis kleinioides (Kunth.) Sch. Bip., Jahresber.
Pollichia 22-24: 254. 1866 ≡ Eupatorium
kleinioides Kunth., Nov. Gen. Sp. (folio ed.) 4:94.
1820 [1818].
Erva, 0,5-0,7 m alt.; ramos estriados, setosos ou
esparso-setosos. Folhas simples, opostas, sésseis,
lâmina 0,7-5 × 0,1-1 cm, linear-lanceolada a
lanceolada; ápice acuminado ou agudo, margem
inteira ou serreada, base aguda a acuminada ou
atenuada; ambas as faces glabras a esparso-setosas,
glandulosas. Capítulos discóides, solitários, pedúnculo
até 30 cm; invólucro campanulado, 7-8 × 3-8 mm;
brácteas involucrais caducas, ca. 20, 3-4-seriadas,
2-6,5 × 1-2 mm, oblongas a ovadas ou ovallanceoladas, glabras, ápice acuminado ou agudo a
obtuso, purpúreo, margem inteira; receptáculo cônico.
Flores 60-70, perfeitas, alvas a liláses, corola tubulosa,
tubo 3,5 mm, glabro, lobos papilosos; anteras de base
obtusa, ápice oval-lanceolado; ramos do estilete
lineares, apêndices conspícuos, papilosos. Cipsela
obcônica, 1,5-2 × 0,2-0,6 mm, estrigosa, 5-costada,
serrilhada; pápus cerdoso, 1-seriado, cerdas
alaranjadas, 3,5-4,5 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 26-VI-1992,
fl., fr., Araújo et al. 228 (HUFU); 22-X-1999, fl.
Araújo & Amaral 2832 (HUFU); 11-IX-1998, fl.,
bot., Barbosa 128 (HUFU); 30-VII-1999, fl., fr., bot.,
Barbosa & Mendes 2082 (HUFU); 21-I-2000, fl.,
Mendes s.n. (HUFU22280).
Praxelis kleinioides ocorre na América tropical
e subtropical até o Norte da Argentina e no Brasil, em
todas as regiões geográficas. Esta espécie ocorre em
campo sujo úmido e vereda na REP. P. kleinioides é
muito parecida com P. grandiflora, mas difere desta
por possuir um porte herbáceo, brácteas involucrais
com ápice purpúreo e flores lilases, enquanto
P. grandiflora possui hábito subarbustivo, ápice das
brácteas involucrais esverdeadas e corola alva.
61. Pterocaulon alopecuroides (Lam.) DC., Prodr.
5: 454. 1836.
Erva, ca. 0,7 m alt.; ramos estriados, tomentosos,
com alas de 2 mm larg. Folhas simples, alternas, sésseis,
lâmina 1,3-9 × 0,4-2,4 cm, elíptica a lanceolada; ápice
agudo a obtuso, margem serreada, base decorrente
no ramo; face adaxial aracnóide a glabrescente, face
abaxial tomentosa. Capítulos disciformes, sésseis, em
198
Hoehnea 38(2): 165-214, 2011
glomérulos congestos formando espigas terminais;
invólucro campanulado, 4 × 4 mm; brácteas involucrais
3-4-seriadas, ca. 40, 3,5-5,5 × 0,5-0,7 mm, lanceoladas
a linear-lanceoladas, lanosas, ápice acuminado,
margem inteira, ciliada; receptáculo plano. Flores
marginais ca. 35, pistiladas, creme, corola filiforme,
tubo 5 mm, glabro; ramos do estilete lineares. Cipsela
fusiforme, 1 × 0,2 mm, estrigosa, glandulosa; pápus
cerdoso, 1-seriado, cerdas alvas. 4-6 mm. Flores
centrais 2, perfeitas, creme, corola tubulosa, tubo 4 mm,
glabro, lobos glandulosos; anteras de base caudada,
ápice elíptico; ramos do estilete lanceolados, glabros
abaixo do ponto de bifurcação. Cipsela obcônica, 1 ×
0,2 mm, estrigosa, glandulosa; pápus cerdoso, 1-seriado,
cerdas alvas, 5-5,5 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 15-II-1995,
fl., fr., Barbosa 938 (HUFU).
Pterocaulon alopecuroides ocorre amplamente
na América do Sul. Esta espécie ocorre em campo
sujo seco na REP. P. alopecuroides pode ser
reconhecida pelos capítulos dispostos em glomérulos
congestos formando espigas longas. É confundida com
P. lanatum, mas difere desta por possuir indumento
aracnóide a glabrescente na face adaxial da folha,
enquanto P. lanatum possui indumento híspidotomentoso.
62. Pterocaulon lanatum Kuntze, Revis. Gen. Pl.
3(2): 169. 1898.
Erva, ca. 0,6 m alt.; ramos estriados, lanosos,
alados, alas até 2 mm larg. Folhas simples, alternas,
sésseis, lâmina 2-10 × 0,4-3,3 cm, lanceolada; ápice
acuminado a agudo, margem serreada, base aguda,
decorrente no ramo; face adaxial híspido-tomentoso,
nervuras lanosas, face abaxial lanosa. Capítulos
disciformes, sésseis em glomérulos congestos
formando espigas terminais; invólucro campanulado,
6 × 5 mm; brácteas involucrais 5-seriadas, ca. 50, 4-7 ×
0,8-1 mm, lanceoladas a linear-lanceoladas, lanosas a
glabrescentes, ápice acuminado, margem serrilhada,
ciliada; receptáculo plano. Flores marginais ca. 75,
pistiladas, creme, corola filiforme, tubo 5,5 mm, glabro,
ápice 3-4-dentado; ramos do estilete lineares, glabros.
Cipsela cilíndrica, 1 × 0,2 mm, setosa, glandulosa;
pápus cerdoso, 1-seriado, cerdas filiformes, alvas,
4-5,5 mm. Flores centrais 2, perfeitas, creme, corola
tubulosa, tubo 4 mm, glabro, lobos glandulosos, setosos;
anteras de base caudada, ápice elíptico; ramos do
estilete lanceolados, pilosos, glabros abaixo do ponto
de bifurcação. Cipsela obcônica, 1 × 0,2 mm, serícea;
pápus cerdoso, 1-seriado, cerdas ca. 4,5 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 10-IV-1992,
fl., fr., Araújo 31 (HUFU, RB).
Pterocaulon lanatum ocorre na Bolívia,
Paraguai, Argentina e no Brasil, nos estados do Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São
Paulo, Paraná e no Distrito Federal. Esta espécie
ocorre em campo sujo seco na REP. P. lanatum é
semelhante a P. alopecuroides, e as características
que diferem as duas espécies já foram mostradas
anteriormente.
63. Pterocaulon rugosum (Vahl) Malme, Bih. Kongl.
Svenska Vetensk.-Akad. Handl. 27(III-12): 16. 1901.
Subarbusto, ca. 1,2 m alt.; ramos cilíndricos,
lanuginosos, alados. Folhas simples, alternas, sésseis,
lâmina 2-5 × 0,7-1,5 cm, elíptica a lanceolada; ápice
agudo a acuminado, margem serrilhada, base
decorrente no ramo formando as alas do caule, alas
ca. de 2 mm largura; face adaxial glabra a tomentosa,
face abaxial densamente lanuginosa. Capítulos
disciformes, sésseis, em glomérulos terminais;
invólucro campanulado, 7 × 5 mm; brácteas
involucrais 5-6-seriadas, 2-5 × 0,7 mm, ovallanceoladas a linear-lanceoladas, densamente
lanuginosas, ápice agudo a acuminado. Flores
marginais ca. 30, pistiladas, creme, corola filiforme,
tubo 8 mm, glabro, ápice 3-dentado; ramos do estilete
lineares, glabros. Cipsela fusiforme, 1,5 × 0,5 mm,
vilosa, glandulosa; pápus cerdoso, 1-seriado, cerdas
creme, mm. Flor central 1, perfeita, corola tubulosa,
tubo 5 mm, esparso-setoso, lobos glandulosos;
anteras de base acuminada, caudada, ápice ovado,
ramos do estilete lanceolados, estrigosos, glabros
abaixo do ponto de bifurcação. Cipsela cilíndrica;
pápus cerdoso, 1-seriado, cerdas ca. 8 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 19-III-2007,
fl., fr., Hattori & Vargas 538 (HUFU).
Pterocaulon rugosum ocorre na Venezuela,
Colômbia, Paraguai, norte da Argentina e no Brasil,
nos estados de Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro,
São Paulo, Paraná, Santa Catarina e no Distrito
Federal. Esta espécie ocorre em campo sujo seco na
REP. P. rugosum difere bastante das demais espécies
Hatori & Nakajima: Asteraceae da Reserva Ecológica do Panga, Uberlândia, MG
199
do gênero ocorrentes na REP por possuir os capítulos
dispostos em glomérulos terminais nos ramos e folhas
com dimensões menores do que em P. alopecuroides
e P. lanatum.
65. Raulinoreitzia tremula (Hook. & Arn.) R.M.
King & H. Rob., Phytologia 22(2): 114. 1971
≡ Eupatorium tremulum Hook. & Arn., Compan.
Bot. Mag. 1: 241. 1835.
64. Raulinoreitzia crenulata (Spreng.) R.M. King
& H. Rob., Phytologia 22(2): 114. 1971
≡ Eupatorium crenulatum Spreng. ex Hieron., Bot.
Jahrb. Syst. 22: 776. 1897.
Subarbusto, ca. 1,4 m alt.; ramos estriados,
glabros. Folhas simples, opostas, pecíolo até 5 mm,
lâmina 2,5-5,5 × 0,6-1,6 cm, linear-lanceolada; ápice
agudo a acuminado, margem serrilhada, base
atenuada; ambas as faces glandulosas. Capítulos
discóides, sésseis, em espigas formando panículas;
invólucro cilíndrico, 6 × 2 mm; brácteas involucrais
persistentes, livres, 3-seriadas, ca. 12, 1,5-6 ×
0,8-1 mm, ovadas a lanceoladas, glabras, ápice agudo
a obtuso, margem serrilhada, ciliada; receptáculo
levemente convexo. Flores 5, perfeitas, creme, corola
tubulosa, tubo 3,5 mm, glanduloso, lobos glandulosos;
anteras de base auriculada, ápice oval-lanceolado;
ramos do estilete lineares, apêndices conspícuos,
papilosos. Cipsela obcônica, 1,5 × 0,5 mm, glabra,
5-costada; pápus cerdoso, 1-seriado, cerdas alvas,
ca. 4 mm, ápice espessado.
Subarbusto a arbusto, ca. 1,5-3 m alt.; ramos
angulosos, estriados, glabros. Folhas simples, opostas,
pecíolo até 12 mm, lâmina 1-8,5 × 0,2-3,7 cm, elíptica
a obovada; ápice obtuso a arrendondado ou agudo a
acuminado; margem serreada ou crenada, base aguda
ou acuminada; ambas as faces glandulosas. Capítulos
discóides, sésseis, em espigas, formando panículas;
invólucro cilíndrico, 5-6 × 2-3 mm; brácteas involucrais
persistentes, livres, 4-seriadas, 1-6 × 0,6-1,5 mm,
ovadas a lanceoladas, glabras, ápice obtuso a
arredondado, glanduloso, margem serrilhada, ciliada;
receptáculo levemente convexo. Flores 5, perfeitas,
alvas, corola tubulosa, tubo 2,5-3,5 mm, glanduloso,
ápice 5-lobado, lobos glandulosos; anteras de base
aguda, ápice ovado; ramos do estilete lineares,
apêndices conspícuos, papilosos. Cipsela obcônica,
1,5-2 × 0,5-0,7 mm, glabra, 5-costada; pápus cerdoso,
1-seriado, cerdas alvas, 3,5-4 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 19-IV-1994,
fl., fr., Arantes & Marra 176 (HUFU); 26-V-2000,
bot., fl., fr., Araújo 3250 (HUFU); 3-IV-1992, bot.,
fl., fr., Araújo et al. 139 (HUFU, RB); 10-III-1997,
bot., fl., fr., Araújo s.n. (HUFU17989); 12-III-1999,
fl., fr., Araújo s.n. (HUFU19492); 11-V-1999, fl., fr.,
Araújo s.n. (HUFU20060); 24-III-2000, bot., fl., fr.,
Barbosa 3455 (HUFU); 13-III-1994, bot., fl., fr.,
Nakajima & Romero 208 (HUFU).
Raulinoreitzia crenulata ocorre no Peru,
Bolívia, Paraguai, Argentina e Brasil, nos estados do
Piauí, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás,
Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina,
Rio Grande do Sul e no Distrito Federal. Esta espécie
ocorre em campo sujo úmido, transição cerrado
sentido restrito-vereda e vereda na REP.
R. crenulata é muito semelhante a R. tremula, pelos
capítulos dispostos em espigas formando panículas,
mas difere desta pelo formato do limbo foliar, sendo
mais ovada a elíptica em R. crenulata e mais linear
em R. tremula.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 19-II-1999,
bot., Araújo 2687 (HUFU); 3-III-2000, fl., fr., Araújo
& Mendes s.n. (HUFU22584); 30-IV-1999, fl., fr.,
Barbosa & Faria 1996 (HUFU).
Raulinoreitzia tremula ocorre na Argentina e no
Brasil, nos estados de Mato Grosso do Sul, Goiás,
Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio
Grande do Sul e no Distrito Federal. Esta espécie
ocorre em vereda na REP. R. tremula é muito
semelhante a R. crenulata, mas difere desta pelos
motivos já apontados anteriormente.
66. Riencourtia oblongifolia Gardner, Hookers J.
Bot. Kew Gard. Misc. 7: 287. 1848.
Erva, ca. 0,5 m alt.; ramos estriados, estrigosos.
Folhas simples, opostas, pecíolo 2-3 mm, lâmina
2,5-6 × 0,6-2,5 cm, elípticas a lanceoladas, nervuras
acródromas basais; ápice obtuso a acuminado, margem
denteadas base aguda ou obtusa, ambas as faces
escabras. Capítulos disciformes, sésseis, em
glomérulos terminais, envoltos por um invólucro
comum; invólucro campanulado, 5,5 × 4 mm; brácteas
involucrais 1-seriadas, 4, 5,5 × 2-3 mm, elípticas a
obovadas, glabras, ápice obtuso ou arredondado, ápice
setoso, margens inteiras; receptáculo plano. Flores
marginais 8, estaminadas, amarelas ou alaranjadas,
corola tubulosa, tubo 2 mm, glabro, lobos híspidos;
200
Hoehnea 38(2): 165-214, 2011
anteras de base aguda, ápice ovado; estilete indiviso,
piloso. Cipsela abortiva; pápus ausente. Flor central
1, pistilada, amarela, corola filiforme, tubo 3 mm,
glabro, lobos híspidos; ramos do estilete lineares,
glabros, apêndices inconspícuos. Cipsela elipsóide,
2 × 1 mm, ápice híspido; pápus ausente.
ser reconhecida pelos capítulos alvos, discóides e o
receptáculo cônico, que caracteriza a posição das
flores em um plano mais superior a partir do centro
do receptáculo.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 16-I-1987,
fl., fr., bot., Araújo s.n. (HUFU940); 19-I-1993, fl.,
bot., Melo et al. 33 (HUFU, RB, UEC).
Erva a subarbusto, ca. 0,9 m alt.; ramos estriados,
hirsutos. Folhas simples, opostas, sésseis, lâmina 1-4 ×
0,1-1 cm, lanceolada a oblanceolada; ápice agudo a
obtuso, margem serrilhada da porção mediana até o
ápice, base atenuada; face adaxial estrigosa ou
tomentosa, glandulosa ou não, face abaxial tomentosa,
glandulosa ou não. Capítulos discóides, em panículas
terminais, pedúnculo 3 mm; invólucro cilíndrico, 6-8 ×
1,5-3 mm; brácteas involucrais 1-seriadas, livres, 5,
7-8 × 0,6-1 mm, lanceoladas, hirsutas, ápice acuminado,
margem inteira, ciliada; receptáculo plano. Flores 5,
perfeitas, violetas, corola tubulosa, tubo 3-4 mm,
setoso, glanduloso externamente, setoso internamente,
lobos setosos, glandulosos; anteras de base aguda,
ápice elíptico; ramos do estilete lineares, apêndices
conspícuos, pilosos. Cipsela obcônica, 2 × 0,5 mm,
glandulosa, 5-costada; pápus cerdoso, 1-seriado,
cerdas alaranjadas, 4-5,5 mm.
Riencourtia oblongifolia ocorre na Argentina
e no Brasil, nos estados do Tocantins, Maranhão, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São
Paulo e no Distrito Federal. Esta espécie ocorre em
campo sujo e cerradão na REP. R. oblongifolia pode
ser reconhecida pelas folhas lanceoladas e com
nervuras próximas a margem, e capítulos pequenos
agrupados no ápice dos ramos.
67. Spilanthes nervosa Chodat, Bull. Herb. Boissier,
sér. 2: 724. 1903.
Erva, ca. 0,8 m alt.; ramos estriados, sulcados,
hirsutos. Folhas simples, opostas, sésseis, lâmina
3,5-8,5 × 0,5-2 cm, lanceolada a obovada; ápice
acuminado a agudo ou arredondado, margem inteira,
base aguda; face adaxial híspida, face abaxial setosa,
nervuras hirsutas. Capítulos discóides, solitários,
pedúnculo 12-30 cm; invólucro campanulado, 7-10 ×
10 mm; brácteas involucrais 2-seriadas, 5-7 × 1,2 mm,
lanceoladas, glabras, ápice acuminado, margem inteira,
ciliada; receptáculo cônico, páleas oblongas,
conduplicadas, estriadas, glabras, 5 × 1,4 mm. Flores
perfeitas, amareladas, corola tubulosa, tubo 1,5 mm,
glabro, lobos papilosos; anteras de base aguda, ápice
lanceolado; ramos do estilete oblongos, pilosos,
apêndices inconspícuos. Cipsela obovóide, comprimida,
3 × 2 mm, 4-costada, bordos laterais denso-ciliados;
pápus 2-aristado, 1 mm.
G ERAIS :
Material examinado: BRASIL.
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 30-X-1993,
fl., fr., Barbosa 704 (HUFU); 20-IX-1992, fl., fr.,
Barbosa 777 (HUFU); 23-IX-1993, fl., fr., Barbosa
875 (HUFU); 6-XI-1987, fl., fr., Barbosa et al. s.n.
(HUFU1231).
M INAS
Spilanthes nervosa ocorre na Venezuela,
Colômbia, Bolívia, Paraguai e Brasil, nos estados de
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas
Gerais e no Distrito Federal. Esta espécie ocorre em
campo sujo seco pós-fogo na REP. S. nervosa pode
68. Stevia collina Gardner, London J. Bot. 5: 458. 1846.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 26-III-1999,
fl., fr., Araújo & Barbosa s.n. (HUFU19588);
IX-1992, bot., Barbosa 487 (HUFU); 20-I-1992, fr.,
Barbosa 951 (HUFU); 24-III-2000, fl., fr., Barbosa
3458 (HUFU); 30-VII-1999, fl., fr., Barbosa &
Mendes 2668 (HUFU).
Stevia collina é conhecida apenas para o Brasil,
nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Paraná.
Esta espécie ocorre em vereda na REP. S. collina
pode ser reconhecida pelas folhas e brácteas
involucrais tomentosas a hirsutas e pápus alaranjado.
69. Stevia crenulata Baker, Fl. bras. 6(2): 211. 1876.
Subarbusto, ca. 0,6 m alt.; ramos estriados,
setosos. Folhas simples, opostas, sésseis, lâmina
1,2-4 × 0,15-1 cm, lanceolada a oblanceolada; ápice
agudo, margem serreada da porção mediana até o
ápice, base atenuada; face adaxial setosa, glandulosa,
face abaxial tomentosa, glandulosa. Capítulos
discóides, em panículas, pedúnculo até 15 mm;
invólucro cilíndrico, 7-8 × 2 mm; brácteas involucrais
1-seriadas, livres, 5, 6-7 × 1-2 mm, lanceoladas,
híspidas, tricomas glandulares, ápice acuminado,
margem inteira, ciliada; receptáculo plano. Flores 5,
Hatori & Nakajima: Asteraceae da Reserva Ecológica do Panga, Uberlândia, MG
perfeitas, violetas, corola tubulosa, tubo 4-5 mm,
setoso, glanduloso externamente, setoso internamente,
lobos setosos, glandulosos; anteras de base aguda,
ápice elíptico; ramos do estilete lineares, apêndices
conspícuos, pilosos. Cipsela obcônica, 3 × 0,8 mm,
glandulosa, 5-costada; pápus cerdoso, 1-seriado,
cerdas palhete, base achatada, ca. 5,5 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 28-IV-2000,
fl., fr., Araújo 3165 (HUFU).
Stevia crenulata é conhecida apenas para o
Brasil, nos estados de Minas Gerais, São Paulo,
Paraná e no Distrito Federal. Esta espécie ocorre em
vereda na REP. S. crenulata pode ser reconhecida
pelas folhas setosas a tomentosas, brácteas involucrais
híspidas e pápus palhete.
70. Stomatanthes trigonus (Gardner) H. Rob.,
Phytologia 20: 337. 1970 ≡ Eupatorium trigonum
Gardner, London J. Bot. 6: 446. 1847.
Subarbusto, ca. 1,3 m alt.; ramos angulosos,
estriados, setoso-tomentosos, glandulosos. Folhas
simples, opostas ou alternas, pecíolo até 7 mm, lâmina
4,5-10,5 × 2,5-7,2 cm, ovada a elíptica; ápice obtuso
ou arredondado, margem inteira, base obtusa; face
adaxial esparso-setosa, esparso-glandulosa, face
abaxial reticulada, tomentosa, glandulosa. Capítulos
discóides, em cimeiras, formando panículas terminais
laxas, pedúnculo 6 mm; invólucro campanulado, 6 ×
3 mm; brácteas involucrais persistentes, 2-seriadas,
livres, ca. 7, 3-6 × 1,5-2, lanceoladas, setosas,
glandulosas, ápice agudo, esverdeado, margens
inteiras, ciliadas; receptáculo plano. Flores 5, perfeitas,
alvas, corola tubulosa, tubo 4,5 mm, glanduloso, lobos
glabros; anteras de base aguda, ápice amplo-ovado;
ramos do estilete lineares, papilosos, apêndices
conspícuos. Cipsela obcônica, 4,5 × 1,5 mm, setosa,
glandulosa,10-costada; pápus cerdoso, 1-seriado,
cerdas alvas, 5,5 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 21-I-1992,
fl., fr., Barbosa 550 (HUFU).
Stomatanthes trigonus ocorre apenas no Brasil,
nos estados Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás,
Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal. Esta
espécie ocorre em campo sujo seco na REP.
S. trigonus é reconhecida por suas folhas bastante
reticuladas na face abaxial, às vezes alternas.
201
71. Symphyotrichum regnellii (Baker) G.L. Nesom,
Phytologia 77(3): 291. 1994 ≡ Aster regnellii Baker,
Fl. bras. 6(3): 21. 1882.
Erva, ca. 1,6 m alt.; ramos estriados, glabros.
Folhas alternas, sésseis, lâmina 1-7 × 0,1-0,4 cm, linearlanceolada a lanceolada; ápice acuminado, margem
inteira, base amplexicaule; ambas as faces glabras.
Capítulos radiados, em panículas, pedúnculo até
8,5 cm, glabro; invólucro campanulado, 5-7 × 7-10 mm;
brácteas involucrais persistentes, 3-seriadas, 3-7 ×
0,7-0,9 mm, linear-lanceoladas, glabras, ápice agudo,
purpúreo, margem ciliada, receptáculo convexo. Flores
do raio ca. 13, pistiladas, amarelas a lilases, corola
liguliforme, tubo 3 mm, setoso, limbo 6 × 2-3 mm,
glabro; ramos do estilete lanceolados. Cipsela
fusiforme, 1,5 × 0,7 mm, 5-costada, estrigosa; pápus
1-seriado, cerdoso, 5 mm, amarelado. Flores do disco
ca. 33, perfeitas, amarelas, corola tubulosa, tubo
3-4 mm, lobos glabros; anteras de base aguda, ápice
lanceolado; ramos do estilete lineares. Cipsela
fusiforme, 1,5-2 × 0,8 mm, 5-costada, glabra; pápus
cerdoso, 1-seriado, cerdas 6 mm, amareladas.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 27-IV-1994,
fl., fr., Nakajima & Romero 333 (HUFU); 8-IV-1994,
fl., fr., Romero & Nakajima 778 (HUFU).
Symphyotrichum regnellii é conhecida apenas
para o Brasil, nos estados de Minas Gerais, Rio de
Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul e no Distrito
Federal. Esta espécie ocorre em vereda na REP. É
reconhecida pela presença de folhas em forma de
escamas ao longo dos ramos e pelos capítulos radiados
com flores do raio pouco conspícuas, de coloração
amarela a lilás.
72. Tagetes minuta L., Sp. Pl. 2: 887. 1753.
Subarbusto, ca. 1,3 m alt.; ramos angulosos,
costados, glabros. Folhas simples, alternas, sésseis,
pinatífidas; ápice agudo, margem crenada, glândulas
translúcidas, face adaxial glabra, face abaxial glabra,
nervuras estrigosas. Capítulos disciformes, pedúnculo
3-10 mm, em corimbos; invólucro cilíndrico, 8-12 ×
2-3 mm; brácteas involucrais persistentes, 1-seriadas,
conadas em quase toda a sua extensão, glândulas
esverdeadas, ápice obtuso a arredondado; receptáculo
plano. Flores pistiladas amarelas, corola liguliforme,
limbo diminuto, tubo 3 mm, estrigoso; ramos do estilete
lineares, glabros. Flores perfeitas amarelas, corola
tubulosa, tubo 3 mm, estrigoso, lobos estrigosos;
202
Hoehnea 38(2): 165-214, 2011
anteras de base aguda, ápice ovado; ramos do estilete
lineares. Cipsela fusiforme, setosa, 7-8 × 0,5-1 mm;
pápus paleáceo, páleas 1,5-4 mm, vináceo a palhete.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 1993, fl., bot.,
Barbosa 952 (HUFU).
Tagetes minuta ocorre na Bolívia, Paraguai,
Argentina e amplamente no Brasil. Esta espécie ocorre
em campo sujo seco na REP. T. minuta é facilmente
reconhecida pelas suas folhas pinatífidas com
glândulas, além das brácteas involucrais com glândulas,
conadas em quase toda a sua extensão.
73. Tilesia baccata (L.) Pruski, Novon 6(4): 414. 1996
≡ Wulffia baccata (L.) Kuntze, Revis. Gen. Pl. 1:
373. 1891 ≡ Coreopsis baccata L., Pl. Surin. 14.
1775. Wulffia maculata DC., Prodr. 5: 563. 1836.
Subarbusto, ca. 1,5 m alt.; ramos sulcados,
estriados, escabros, estrigosos. Folhas simples,
opostas, pecíolo 5-20 mm, lâmina 3,5-9 × 0,8-5 cm,
ovada a oval-lanceolada; ápice agudo a acuminado,
margem serrilhada, base obtusa ou oblíqua; face
adaxial escabra, estrigosa, face abaxial tomentosa.
Capítulos radiados, em cimeiras simples, pedúnculo
8-35 mm; invólucro globoso, 4-7 × 10-13 mm; brácteas
involucrais persistentes, 2-seriadas, tamanhos iguais,
5-6 × 3-3,5 mm, ovadas, estrigosas, ápice agudo,
margem inteira; receptáculo convexo, páleas oblongas,
amarelas, conduplicadas, 6 × 2,5 mm, ápice
mucronado. Flores do raio ca. 10, neutras, amarelas,
corola liguliforme, tubo 1 mm, glabro, limbo 6-7 ×
3-4 mm, glabro, ápice 2-dentado. Cipselas turbinadas,
1,5 × 1 mm, 3-angulosas, glabras, ápice setoso; pápus
ausente. Flores do disco ca. 40, perfeitas, amarelas,
corola tubulosa, tubo 3,5 mm, glabro, lobos glandulosos;
anteras de base aguda a sagitada, ápice triangular;
ramos do estilete lanceolados, estrigosos, apêndice
inconspícuo. Cipsela turbinada, 2,5 × 1 mm, 3-angulosa,
glabra, ápice estrigoso; pápus ausente.
Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Uberlândia,
Reserva Ecológica do Panga, 26-II-2007, fl., fr., bot.,
Hattori & Vargas 525 (HUFU); 19-III-2007, fl., fr., bot.,
Hattori & Vargas 539 (HUFU).
Tilesia baccata possui distribuição ampla na
América do Sul. Esta espécie ocorre em campo sujo
e cerrado sentido restrito na REP. T. baccata é
facilmente reconhecida pelas folhas oval-lanceoladas
e cipsela carnosa.
74. Trichogonia attenuata G.M. Barroso, Arch. Jard.
Bot. Rio de Janeiro 11: 14. 1951.
Subarbusto, ca. 0,5-1,3 m alt.; ramos angulosos,
estriados, tomentosos, glandulosos. Folhas simples,
alternas, pecíolo 3-13 mm, lâmina 1-6,5 × 0,4-1,6 cm,
lanceolada; ápice agudo ou acuminado, margem
serrilhada ou crenada, base aguda ou atenuada; face
adaxial esparso-estrigosa, glandulosa, face abaxial
tomentosa, glandulosa. Capítulos discóides, pedúnculo
3-13 mm, em corimbos terminais; invólucro
campanulado 5-7 × 4-9 mm; brácteas involucrais
persistentes, 2-seriadas, ca. 10-20, 4,5-7 × 1-2 mm,
lanceoladas ou linear-lanceoladas a oblanceoladas,
hirsutas, tricomas glandulares sésseis, ápice purpúreo,
agudo ou obtuso, margem inteira; receptáculo plano.
Flores ca. 20-50, perfeitas, alvas, róseas a lilases ou
púrpuras, corola tubulosa, tubo 2,5-3 mm, lobos
hirsutos, com tricomas sésseis; anteras de base aguda,
ápice ovado; ramos do estilete lineares, apêndices
conspícuos, papilosos. Cipsela obcônica, base
comprimida, 3-5 × 0,5 mm, hirsuta, com tricomas
sésseis, 5-costada; pápus plumoso, 1-seriado, 2-3 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 10-IV-1992,
fl., fr., bot., Araújo et al. 16 (HUFU); 22-V-1992, fl.,
fr., Araújo et al. 142 (HUFU, RB); 19-XII-1986, fl.,
fr., Araújo s.n. (HUFU824); 16-I-1987, fl., bot.,
Araújo s.n. (HUFU842); 27-XII-1996, bot., Araújo
s.n. (HUFU17985); 21-I-1992, fl., bot., Barbosa 552
(HUFU); 4-III-1988, fl., fr., Barbosa & Araújo s.n.
(HUFU1418); 12-II-2007, fl., fr., bot., Hattori &
Vargas 517 (HUFU); 26-II-2007, fl., fr., bot., Hattori
& Vargas 526 (HUFU).
Trichogonia attenuata é conhecida apenas para
o Brasil nos estados do Mato Grosso, Minas Gerais e
São Paulo. Esta espécie ocorre em borda de cerradão,
campo sujo seco, campo sujo úmido, cerrado sentido
restrito, vereda e transição cerrado sentido restritovereda na REP. T. attenuata pode ser reconhecida
pelas brácteas involucrais e corola tomentosas e cerdas
do pápus plumosas.
75. Trixis glutinosa D. Don, Trans. Linn. Soc. London
16: 189. 1833.
Subarbusto, ca. 1 m; ramos cilíndricos, estriados,
seríceos. Folhas simples, alternas, sésseis, lâmina
1,5-6,5 × 0,2-1,4 cm, lanceolada a linear-lanceolada;
ápice agudo a acuminado, margem inteira a
denticulada, base arredondada a aguda; face adaxial
Hatori & Nakajima: Asteraceae da Reserva Ecológica do Panga, Uberlândia, MG
esparso-setosa, tricomas glandulares, face abaxial
vilosa. Capítulos discóides, em corimbos, pedúnculo
até 7 cm; invólucro campanulado, 10-15 × 10-15 mm;
brácteas involucrais 2-seriadas, livres, 9-15 × 1-2 mm,
lanceoladas, com tricomas glandulares, aspecto glutinoso, ápice agudo a arredondado, tricomas presentes
ou ausentes; receptáculo plano, cerdoso. Flores ca.
25, perfeitas, amarelas, corola bilabiada, tubo 7 mm,
estrigoso, lobos menores livres entre si, lineares,
estrigosos, lobos maiores fundidos, estrigosos; anteras
de base acuminada, caudada, ápice oblongo; ramos
do estilete truncados, pilosos, glabros abaixo do ponto
de bifurcação. Cipsela cilíndrica, glutinosa, 8-10 ×
1 mm; pápus cerdoso, 1-seriado, cerdas alvas, 11 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 21-V-2007,
fl., fr., Hattori 746 (HUFU).
Trixis glutinosa ocorre em cerrado ralo na REP.
Esta espécie ocorre apenas no Brasil, nos estados da
Bahia, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e no Distrito
Federal T. glutinosa pode ser reconhecida pelas
folhas discolores glutinosas na face adaxial, brácteas
involucrais glutinosas, flores amarelas e cerdas do
pápus alvas.
76. Verbesina glabrata Hook. & Arn., London J. Bot.
3: 315. 1841.
Figura 5
Subarbusto, ca. 1 m alt.; ramos cilíndricos,
estriados, glabros na porção basal, tomentosos na
porção apical, folhas simples, alternas espiraladas,
pecíolo 5 mm, lâmina 3,5-11,5 × 1-2,5 cm, oblanceolada
a espatulada; ápice agudo a obtuso, margem serrilhada,
levemente revoluta, base atenuada; face adaxial
estrigosa, escabra, face abaxial setoso-tomentosa.
Capítulos radiados, pedúnculo 4-20 mm, em panículas
terminais; invólucro campanulado, 7-10 × 8-12 mm;
brácteas involucrais persistentes, 3-seriadas, 5-8,5 ×
2-3 mm oblonga, tomentosa, ápice arredondado,
margem inteira, ciliada; receptáculo convexo, páleas
conduplicadas, lanceoladas, glabras, 10 × 3 mm, ápice
obtuso a arredondado. Flores do raio pistiladas,
amarelas, corola liguliforme, tubo 2-3 mm, setoso, limbo
9-11 × 4-5 mm, glabro; ramos do estilete lineares.
Cipselas turbinadas, 3-angulosas, glabras, 2 × 0,5 mm;
pápus ausente. Flores do disco perfeitas, amarelas,
corola tubulosa, tubo 5 mm, glabro, lobos glabros;
anteras de base aguda, ápice ovado; ramos do estilete
linear-lanceolados, apêndices inconspícuos, estrigosos.
203
Cipsela turbinada, 2-3 × 0,6 mm, 3-angulosa, ângulos
serrilhados; pápus 1-aristado, arista ca. 2 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 21-I-2000,
fl., bot., Mendes s.n. (HUFU22279).
Verbesina glabrata ocorre no Brasil nos estados
da Bahia, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito
Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa
Catarina. Esta espécie ocorre em vereda na REP.
V. glabrata pode ser reconhecida pelas folhas alternas
espiraladas, característica incomum para espécies de
cerrado pertencentes a tribo Heliantheae.
77. Vernonia bardanoides Less., Linnaea 6: 669. 1831
≡ Lessingianthus bardanoides (Less.) H. Rob.,
Proc. Biol. Soc. Wash. 101(4): 940. 1988.
Subarbusto, 0,4-1 m alt.; ramos estriados, híspidotomentosos. Folhas simples, alternas, sésseis, lâmina
1,5-6,5 × 0,6-2,7 cm, oval-lanceolada a lanceolada;
ápice agudo a acuminado, mucronado, margem
serrilhada, levemente revoluta, base arredondada; face
adaxial glabrescente a híspido-tomentosa, escabra,
face abaxial tomentosa, glandulosa. Capítulos
discóides, sésseis, em cincínios escorpióides folhosos;
invólucro globoso, 10-15 × 10-17 mm; brácteas
involucrais persistentes, 6-7-seriadas, esquarrosas, 75120, 3-15 × 0,5-3 mm, lineares a oval-lanceoladas,
esverdeadas, estrigosas ou esparso-setosas, ápice
acuminado a agudo, margem serrilhada; receptáculo
convexo. Flores 75-130, perfeitas, púrpuras, corola
tubulosa, tubo 7-12 mm, glabro, lobos glabros;
anteras de base sagitada, calcarada, ápice
lanceolado; ramos do estilete lineares, pilosos
abaixo do ponto de bifurcação. Cipsela obcônica,
3 × 0,5-0,8 mm, serícea, 5-10-costada; pápus
2-seriado, série interna cerdosa, cerdas 7-10 mm,
série externa paleácea, ca. 1 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 10-IV-1992,
fl., fr., bot., Araújo et al. 44 (HUFU, RB, UEC);
4-III-1988, fl., fr., Barbosa & Araújo s.n.
(HUFU1417); 15-I-1992, bot., Barbosa 514 (HUFU);
7-IV-1992, fl., fr., Barbosa 599 (HUFU); 12-III-2007,
fl., bot., Hattori & Vargas 527 (HUFU).
Vernonia bardanoides ocorre no Paraguai e no
Brasil, nos estados da Bahia, Mato Grosso, Goiás,
Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná
e no Distrito Federal. Esta espécie ocorre em campo
204
Hoehnea 38(2): 165-214, 2011
sujo seco, campo sujo úmido e cerrado ralo na REP.
V. bardanoides é conhecida pelas brácteas
involucrais linear-lanceoladas fortemente esquarrosas,
folhas e ramos escabros.
78. Vernonia beyrichii Less., Linnaea 4: 275. 1829
≡ Vernonanthura beyrichii (Less.) H. Rob.
Phytologia 73(2): 69. 1992.
Subarbusto, ca. 1,8 m; ramos angulosos, estriados,
esparso-estrigosos. Folhas simples, alternas, opostas
na porção basal, sésseis, lâmina 2,5-11,5 × 0,4-2 cm,
lanceolada; ápice agudo, margens serrilhadas, base
atenuada; face adaxial escabra, estrigosa, face abaxial
tomentosa, glandulosa. Capítulos discóides ao longo
dos ramos, em cincínios folhosos formando corimbos
terminais, pedúnculo 5-12 mm; invólucro campanulado,
6 × 5-6 mm; brácteas involucrais persistentes,
imbricadas, 4-seriadas, 1,5-6 × 0,5-1,5 mm, ovadas a
lanceoladas, glabras, ápice purpúreo, acuminado,
margem ciliada; receptáculo semicôncavo. Flores ca.
15, perfeitas, violetas, corola tubulosa, tubo 4,5 mm,
glabro, lobos glabros; anteras de base sagitada,
calcarada, ápice oval-lanceolado; ramos do estilete
lineares, pilosos abaixo do ponto de bifurcação.
Figura 5. Verbesina glabrata Hook. & Arn. A) Hábito; B) Capítulo; C) Flor do raio; D) Pálea e flor do disco destacando gineceu e
androceu; E) Detalhe dos lobos da corola; F) Estilete, Cipsela e Pápus; G) Anteras. (Mendes s.n., HUFU22279).
Figure 5. Verbesina glabrata Hook. & Arn. A) Habit; B) Head; C) Ray flower; D) Palea and disc flower, showing androecium and
gynoecium; E) Corola lobes in detail; F) Style, Cypsela and Pappus; G) Anthers. (Mendes s.n., HUFU22279).
Hatori & Nakajima: Asteraceae da Reserva Ecológica do Panga, Uberlândia, MG
205
Cipselas turbinadas, 1,5-2 × 0,8 mm, glandulosas,
costas serrilhadas; pápus 2-seriado, amarelado, série
interna até 5 mm, série externa 1 mm.
80. Vernonia brevifolia Less., Linnaea 4: 285. 1829
≡ Lessingianthus brevifolius (Less.) H. Rob.,
Proc. Biol. Soc. Wash. 101(4): 941. 1988.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 26-II-2007,
fl., fr., Hattori & Vargas 520 (HUFU).
Erva, ca. 0,4 m alt.; ramos angulosos, estriados,
setosos. Folhas simples, alternas, sésseis, lâmina 6-17 ×
0,5-1 mm, linear; ápice acuminado, margem inteira,
revoluta, base truncada a arredondada; ambas as faces
esparso-setosas. Capítulos solitários discóides, sésseis,
invólucro campanulado, 7-8 × 13 mm; brácteas
involucrais persistentes, 3-4-seriadas, ca. 35, 3-9 ×
1-3 mm, oval-lanceoladas a lanceoladas, esverdeadas,
setosas, ápice purpúreo, acuminado, margem
serrilhada; receptáculo plano. Flores ca. 35, perfeitas,
púrpuras, corola tubulosa, tubo 8-9 mm, estrigoso, lobos
glabros; anteras de base sagitada, calcarada, ápice
oval-lanceolado; ramos do estilete lineares, pilosos
abaixo do ponto de bifurcação. Cipsela obcônica, 2 ×
1,2 mm, serícea; pápus cerdoso, 2-seriado, palhete,
série interna 6-7 mm, série externa 2 mm.
Vernonia beyrichii ocorre no Brasil, nos estados
de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São
Paulo, Paraná e no Distrito Federal. Esta espécie
ocorre em borda de vereda na REP. V. beyrichii é
reconhecida pelas folhas semelhantes às encontradas
em V.rubriramea e V. polyanthes, porém, opostas
na porção basal da planta.
79. Vernonia brasiliana (L.) Druce, Bot. Exch. Club
Soc. Brit. Isles 3: 426. 1913 [1914] ≡ Vernonanthura
brasiliana (L.) H. Rob., Phytologia 73(2): 69. 1992.
Arbusto, ca. 1,8 m alt.; ramos angulosos, costados,
avermelhados, estrigoso-tomentosos. Folhas simples,
alternas, sésseis a subsésseis, lâmina 1-6,5 ×
0,5-1,8 cm, elíptica a oblanceolada; ápice obtuso,
margem inteira, levemente revoluta, base obtusa a
atenuada; face adaxial estrigosa, escabra, face abaxial
tomentosa, glandulosa. Capítulos discóides, pedúnculo
6-14 mm, em cincínios folhosos formando corimbos;
invólucro campanulado, 5-6 × 5-6 mm; brácteas
involucrais persistentes, 5-6-seriadas, esquarrosas,
ca. 55, 2-5 × 0,8-1 mm, ovadas a oval-lanceoladas,
esverdeadas, glabras, ápice agudo a acuminado,
mucronado, purpúreo, margem inteira; receptáculo
plano. Flores ca. 35, perfeitas, alvas a lilases, corola
tubulosa, tubo 4 mm, glabro, lobos glabros, anteras de
base sagitada, calcarada, ápice oval-lanceolado; ramos
do estilete lineares, pilosos abaixo do ponto de
bifurcação. Cipsela turbinada 1 × 0,5 mm; pápus
cerdoso, 2-seriado, amarelado, série interna filiforme,
caduca, 5,5 mm, série externa plana, 1 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga,
31-VII-1987, fl., bot., Araújo s.n. (HUFU1057).
Vernonia brasiliana ocorre na Bolívia,
Paraguai, Argentina e amplamente no Brasil. Esta
espécie ocorre em campo sujo seco na REP.
V. brasiliana é muito semelhante a V. ferruginea e
V. polyanthes pelo tipo de capitulescência, mas difere
destas pelo tamanho menor do limbo foliar e também
pelo formato mais oblanceolado, e pelo tipo de
indumento mais híspido.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 4-IX-1994,
fl., fr., Barbosa 900 (HUFU).
Vernonia brevifolia ocorre no Paraguai,
Argentina, Uruguai, e no Brasil, nos estados da Bahia,
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito
Federal, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa
Catarina, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal.
Esta espécie ocorre em campo sujo seco na REP.
V. brevifolia é bem característica dentre as espécies
do gênero encontradas na REP, por possuir folhas bem
lineares e reduzidas e capítulos solitários.
81. Vernonia brevipetiolata Sch. Bip. ex Baker, Fl.
bras. 6(2): 85. 1873 ≡ Lessingianthus brevipetiolatus
(Sch. Bip. ex Baker) H. Rob., Proc. Biol. Soc. Wash.
101(4): 941. 1988.
Subarbusto, ca. 1 m alt.; ramos estriados,
cilíndricos ou angulosos, lanuginosos. Folhas simples,
alternas, sésseis, lâmina 2,5-14,5 × 0,8-2 cm, linearlanceolada a lanceolada; ápice agudo ou obtuso,
margem serrilhada, base aguda a acuminada ou
atenuada; face adaxial glabrescente a aracnóide,
face abaxial lanuginosa. Capítulos discóides, sésseis,
em cincínios folhosos; invólucro estreitocampanulado, 11-13 × 7-10 mm; brácteas involucrais
persistentes, 6-seriadas, imbricadas, 45-55, 2-11 ×
1,5-4 mm, orbiculares a lanceoladas nas séries
internas, glabras, esverdeadas, glandulosas,
aracnóides, ápice purpúreo, agudo a obtuso, margem
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Hoehnea 38(2): 165-214, 2011
levemente serrilhada; receptáculo plano. Flores ca.
30, perfeitas, púrpuras, corola tubulosa, tubo 8-14 mm,
glabro, lobos glabros; anteras de base sagitada,
calcarada, ápice lanceolado; ramos do estilete
lineares, pilosos abaixo do ponto de bifurcação. Cipsela
obcônica, 2,5-3 × 1-1,5 mm, glabra, 8-10-costadas;
pápus 2-seriado, série interna cerdosa, cerdas 7-9 mm,
série externa paleácea, 1,5-2 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 27-III-1987,
fl., fr., Araújo s.n. (HUFU928, HEPH); 7-V-1992,
fl., fr., Barbosa 598 (HUFU).
Vernonia brevipetiolata ocorre no Brasil, nos
estados da Bahia, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e
no Distrito Federal. Esta espécie ocorre em cerradão
e campo sujo seco na REP. V. brevipetiolata é muito
semelhante a V. ligulifolia, mas difere desta pelas
folhas com formato mais lanceolado e capítulos em
cincínios folhosos, sem agrupar com um ou mais
capítulos na axila da folha.
82. Vernonia buddleiifolia Mart. ex DC., Prodr. 5: 45.
1836 ≡ Lessingianthus buddleiifolius (Mart. ex DC.)
H. Rob., Proc. Biol. Soc. Wash. 101(4): 941: 1988.
Subarbusto, ca. 1,2 m alt.; ramos cilíndricos,
sulcados, lanosos, esbranquiçados. Folhas simples,
rosuladas na base, alternas na porção apical, sésseis,
lâmina 4,5-23 × 2-5 cm, ovadas a lanceoladas,
oblanceoladas a espatuladas; ápice acuminado a
agudo ou obtuso, margem dentada a levemente
crenada, base aguda a atenuada, face adaxial
escabra, estrigosa, face abaxial alvo-lanosa.
Capítulos discóides, sésseis, em cincínios
escorpióides folhosos; invólucro globoso, 15-20 ×
15-20 mm; brácteas involucrais persistentes,
6-8-seriadas, imbricadas, 3-12 × 3-5 mm, amploovadas a oblongas, esverdeadas, esparso-setosas,
ápice obtuso a arredondado; receptáculo plano,
alveolado. Flores ca. 65, perfeitas, púrpuras, corola
tubulosa, tubo 13 mm, glabro, lobos glabros, ápice
estrigoso; anteras de base calcarada, ápice ovado;
ramos do estilete lineares, pilosos abaixo do ponto
de bifurcação. Cipsela turbinada a cilíndrica, 4 ×
1 mm, serícea; pápus 2-seriado, série interna, cerdas
filiformes 10 mm, série externa, páleas 1,5 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 8-V-1992,
fr., Araújo et al. 95 (HUFU, UEC); 26-II-2007, fl.,
fr., bot., Hattori & Vargas 522 (HUFU).
Vernonia buddleiifolia ocorre no Brasil, nos
estados da Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e no Distrito
Federal. Esta espécie ocorre em cerrado sentido
restrito na REP. V. buddleiifolia pode ser reconhecida
pelas folhas espatuladas a oblanceoladas que se
encontram rosuladas na base, os capítulos globosos e
brácteas involucrais imbricadas, que ficam
nigrescentes depois de herborizadas.
83. Vernonia cognata Less., Linnaea 6: 670. 1831
≡ Chrysolaena platensis (Spreng.) H. Rob., Proc.
Biol. Soc. Wash. 101(4): 957. 1988.
Erva escaposa, ca. 0,5 m alt.; ramos estriados,
híspido-tomentosos. Folhas simples, alternas,
sésseis, lâmina 3-7 × 1-3 cm, elíptica a lanceolada;
ápice agudo a obtuso, margens inteiras a serrilhadas,
base aguda; face adaxial serícea, glandulosa, face
abaxial tomentosa. Capítulos discóides, sésseis, em
cincínios folhosos formando corimbos terminais;
invólucro campanulado, 8-9 × 5-9 mm; brácteas
involucrais persistentes, imbricadas, ca. 30, 4-9 ×
0,5-1,5 mm, linear-lanceoladas a lanceoladas,
esverdeadas, setosas, ápice acuminado, purpúreo,
margem serrilhada; receptáculo plano. Flores ca.
25, perfeitas, púrpuras, corola tubulosa, tubo 8 mm,
setoso, lobos setosos; anteras de base sagitada,
calcarada, ápice oval-lanceolado; ramos do estilete
lineares, pilosos abaixo do ponto de bifurcação.
Cipsela obcônica, 1,5 × 0,8 mm, serícea, 8-10costada; pápus 2-seriado, alvo, série interna 9 mm,
série externa 1 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga,
6-XI-1992, fr., Araújo et al. 373 (HUFU, RB,
UEC); 16-X-1992, fr., Araújo et al. 328 (HUFU,
RB, UEC); 13-II-1987, fl., fr., bot., Araújo s.n.
(HUFU827); 12-III-2007, fl., fr., bot., Hattori &
Vargas 534 (HUFU); 24-X-1986, fl., fr., Schiavini
& Perón s.n. (HUFU761).
Vernonia cognata ocorre no Paraguai, Argentina
e no Brasil, nos estados do Tocantins, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo,
Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e no Distrito
Federal. Esta espécie ocorre em campo sujo seco,
campo sujo úmido e cerrado sentido restrito na REP.
V. cognata é muito semelhante a V. herbacea, porém
não possui um escapo floral tão acentuado, e as suas
folhas possuem formato lanceolado.
Hatori & Nakajima: Asteraceae da Reserva Ecológica do Panga, Uberlândia, MG
84. Vernonia coriacea Less., Linnaea 6: 661. 1831
≡ Lessingianthus coriaceus (Less.) H. Rob., Proc.
Biol. Soc. Wash. 101(4): 942. 1988.
Subarbusto, ca. 1 m alt.; ramos cilíndricos,
estriados, aracnóides. Folhas simples, alternas, sésseis,
lâminas 4-12,5 × 0,6-0,7 cm, linear-lanceolada,
coriácea; ápice agudo, margem dentada, levemente
revoluta, base truncada; face adaxial esparso-setosa,
face abaxial vilosa. Capítulos solitários, discóides,
sésseis a subsésseis, pedúnculo até 4 mm; invólucro
campanulado, 12-15 × 14-17 mm; brácteas involucrais
persistentes, 7-9-seriadas, imbricadas, coriáceas, 3-12
× 3-4 mm, triangulares a oval-lanceoladas, glabras,
ápice agudo; receptáculo plano, alveolado. Flores ca.
80, perfeitas, púrpuras, corola tubulosa, tubo 7-8 mm,
glabro, lobos glabros; anteras de base sagitada,
calcarada, ápice ovado; ramos do estilete lineares,
pilosos abaixo do ponto de bifurcação. Cipselas
turbinadas, 3,5-4 × 1 mm, glabras; pápus 2-seriado,
amarelada, série interna com ápice espessado, 9 mm,
série externa 1,5 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 10-IV-1992,
fl., Araújo et al. 35 (HUFU); 12-III-2007, fl., fr., bot.,
Hattori & Vargas 537 (HUFU).
Vernonia coriacea ocorre no Peru, Bolívia e
Brasil, nos estados de Maranhão, Bahia, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo
e no Distrito Federal. Esta espécie ocorre em campo
sujo e cerrado sentido restrito na REP. V. coriacea
pode ser reconhecida pelas folhas lineares, e o capítulo
solitário com brácteas involucrais fortemente
imbricadas.
85. Vernonia cuneifolia Gardner, London J. Bot. 5:
215. 1846 ≡ Vernonanthura cuneifolia (Gardner)
H. Rob., Phytologia 73(2): 70. 1992.
Subarbusto, ca. 1 m alt.; ramos angulosos,
estriados, puberulentos. Folhas simples, alternas,
sésseis, lâmina 1,3-5 × 0,5-2,5 cm, obovada a
oblanceolada; ápice arredondado ou obtuso, margem
inteira a denteada, levemente revolutas, base aguda
ou atenuada; face adaxial setosa ou tomentosa, glandulosa, face abaxial lanuginosa. Capítulos discóides, em
panículas definidas formadas por grupos de 3-7
capítulos; invólucro campanulado, 6-7 × 4-5 mm;
brácteas involucrais persistentes, 6-7-seriadas,
imbricadas, ca. 25, 1-6 × 0,5-1 mm, oval-lanceoladas
a lanceoladas, esverdeadas, glabras, ápice agudo ou
207
obtuso, purpúreo, glanduloso, margem ciliada; receptáculo plano. Flores 8-10, perfeitas, lilases, corola
tubulosa, tubo 4 mm, glabro, lobos glabros; anteras de
base sagitada, calcarada, ápice lanceolado; ramos do
estilete lineares, pilosos abaixo do ponto de bifurcação.
Cipsela obcônica, 1 × 0,6-1 mm, 5-costada, glandulosa;
pápus cerdoso, 2-seriado, série interna 4-5 mm, série
externa 0,5 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 2-VI-2000,
bot., Araújo s.n. (HUFU23475); 26-V-2000, bot.,
Barbosa 3379 (HUFU); 30-VII-1999, fl., fr.,
Barbosa & Mendes 2081 (HUFU); 25-VI-1999, fl.,
fr., Faria s.n. (HUFU20535); 27-VIII-1999, fl., fr.,
Lemos s.n. (HUFU21231).
Vernonia cuneifolia ocorre no Paraguai e no
Brasil, nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do
Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa
Catarina e no Distrito Federal. Esta espécie ocorre
em vereda na REP. V. cuneifolia pode ser reconhecida
pela folha em forma de cunha e pelos capítulos
dispostos em panículas definidas compostas de 3-7
capítulos.
86. Vernonia desertorum Mart. ex DC., Prodr. 5:
43. 1836 ≡ Lessingianthus desertorum (Mart. ex
DC.) H. Rob., Proc. Biol. Soc. Wash. 101(4): 950.
1988.
Erva com xilopódio, ca. 0,15 m alt.; ramos
estriados, híspidos. Folhas simples alternas, sésseis,
lâmina 1,2-6 × 0,1-0,4 cm, linear; ápice acuminado,
margem inteira, levemente revoluta, base atenuada;
ambas as faces hirsutas, face abaxial glandulosa.
Capítulos solitários, discóides, sésseis; invólucro
campanulado, 10-11 × 12 mm; brácteas involucrais
persistentes, 2-seriadas, imbricadas, ca. 15, lanceoladas a linear-lanceoladas, esverdeadas, hirsutas,
glandulosas, ápice acuminado, margem serrilhada;
receptáculo plano. Flores ca. 30, perfeitas, púrpuras,
corola tubulosa, tubo 7 mm, glabro, lobos glabros;
anteras de base sagitada, calcarada, ápice lanceolado;
ramos do estilete lineares, pilosos abaixo do ponto de
bifurcação, ápice agudo. Cipsela obcônica, 2 ×
1,5 mm, serícea; pápus 2-seriado, série interna
6-7 mm, série externa 1 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 24-IX-1992,
fl., fr., Araújo et al. 280 (HUFU, RB).
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Hoehnea 38(2): 165-214, 2011
Vernonia desertorum ocorre no Paraguai e no
Brasil, ocorrendo nos estados da Bahia, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo,
Paraná e no Distrito Federal. Esta espécie ocorre em
cerrado sentido restrito na REP, sendo facilmente
reconhecida pelo seu porte baixo e capítulo solitário
grande em relação a sua altura.
87. Vernonia echitifolia Mart. ex DC., Prodr. 5: 60.
1836 ≡ Acilepidopsis echitifolia (Mart. ex DC.)
H. Rob., Phytologia 67(4): 291. 1989.
Subarbusto, ca. 1 m alt.; ramos angulosos,
estriados, gríseo-tomentosos, glandulosos. Folhas
simples, alternas, pecíolo 3-5 mm, lâmina 0,5-5 ×
0,3-2,5 cm, elíptica a ovada; ápice agudo a obtuso,
margem inteira a denteada, base aguda ou obtusa;
face adaxial estrigosa, glandulosa, nervuras gríseotomentosas, face abaxial gríseo-tomentosa, glandulosa.
Capítulos discóides, sésseis, em cincínios folhosos
eretos, dando um aspecto espiciforme; invólucro
campanulado, 6-8 × 4-6 mm; brácteas involucrais
persistentes, 4-6-seriadas, 25-35, 1-7 × 0,5-2 mm,
triangulares, lanceoladas a oval-lanceoladas, esverdeadas, tomentosas a hirsutas, glandulosas, ápice verdeescuro, agudo a acuminado, margem inteira, ciliada;
receptáculo plano a levemente convexo. Flores 11-12,
perfeitas, púrpuras, corola tubulosa, tubo 3-4 mm,
glabro, ápice 5-lobado, lobos setosos, glandulosos;
anteras de base sagitada, calcarada, ápice lanceolado;
ramos do estilete lineares, pilosos abaixo do ponto de
bifurcação. Cipsela obcônica, 1,5 × 1-1,5 mm,
glandulosa, 5-costada; pápus 2-seriado, alvo, série
interna 4-6 mm, série externa 1-1,5 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 18-II-2000,
fl., fr., Amaral & Cardoso s.n. (HUFU22460);
15-V-1992, fl., fr., Araújo et al. 108 (HUFU, RB,
UEC); 30-IV-1999, fl., fr., Barbosa & Faria 2002
(HUFU); 23-IV-1999, fl., fr., Faria & Araújo 2515
(HUFU); 7-V-2007, fl., fr., Hattori 732 (HUFU);
21-I-2000, fl., bot., Mendes s.n. (HUFU22267).
Vernonia echitifolia ocorre na Bolívia,
Paraguai, Argentina, Uruguai e no Brasil, nos estados
do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas
Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio
Grande do Sul e no Distrito Federal. Esta espécie
ocorre em vereda, campo sujo seco e campo sujo
úmido na REP. V. echitifolia é facilmente
reconhecida pelas folhas elípticas e os capítulos
arranjados em cincínios eretos, tendo aspecto de
espiga.
88. Vernonia ferruginea Less., Linnaea 4: 271. 1829
≡ Vernonanthura ferruginea (Less.) H. Rob.,
Phytologia 73(2): 70. 1992.
Arbusto, ca. 2 m alt.; ramos estriados, alvotomentosos. Folhas simples, alternas, pecíolo 2-4 mm,
lâmina 1,5-8,5 × 0,8-4,5 cm, elíptica a oval-lanceolada;
ápice obtuso ou truncado, margem inteira ou levemente
crenada, levemente revoluta, base truncada ou obtusa;
face adaxial glandulosa, face abaxial alvo-tomentosa.
Capítulos discóides, sésseis, em cincínios folhosos
formando panículas; invólucro campanulado, 5-6 ×
4-5 mm; brácteas involucrais persistentes,
esquarrosas, 5-6-seriadas, ca. 70, 1-3 × 0,8-1,2 mm,
ovadas a oval-lanceoladas, esverdeadas, setosas a
glabrescentes, ápice obtuso a agudo, margem ciliada;
receptáculo plano. Flores ca. 25, perfeitas, creme,
corola tubulosa, tubo 3-4 mm, glabro, lobos glabros;
anteras de base sagitada, calcarada, ápice ovallanceolado; ramos do estilete lineares, pilosos abaixo
do ponto de bifurcação. Cipsela obcônica, 1,5-2,5 ×
0,8 mm, 8-10-costada, glandulosa, estrigosa; pápus
cerdoso, 2-seriado, cerdas com ápice espessado, série
interna 4 mm, série externa 0,8 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 29-VII-1997,
fr., Araújo 1990 (HUFU); 31-IV-1987, fl., fr., Araújo
s.n. (HUFU1058).
Vernonia ferruginea ocorre no Peru, Bolívia,
Paraguai e amplamente no Brasil, com exceção a
região Sul. Esta espécie ocorre em campo sujo seco
e transição cerrado sentido restrito-vereda na REP.
V. ferruginea é muito semelhante a V. polyanthes e
V. rubriramea pela disposição dos capítulos e formato
da folha, mas difere desta pelo indumento mais
esbranquiçado e mais denso.
89. Vernonia fruticulosa Mart. ex DC., Prodr. 5: 53.
1836 ≡ Lepidaploa rufogrisea (A. St.-Hil.) H.
Rob., Proc. Biol. Soc. Wash. 103(2): 492. 1990.
Subarbusto, ca. 1,2 m alt.; ramos cilíndricos,
estriados, estrigoso-tomentosos. Folhas simples,
alternas, sésseis, lâmina 2-8,5 × 0,5-1,5 cm, lanceolada
a linear-lanceolada; ápice agudo a acuminado, margem
inteira a levemente serrilhada, base atenuada; face
adaxial verde, setosa, glandulosa; face abaxial
acinzentada, tomentosa, glandulosa. Capítulos
Hatori & Nakajima: Asteraceae da Reserva Ecológica do Panga, Uberlândia, MG
discóides, sésseis, em corimbos terminais; invólucro
cilíndrico, 8-9 × 4-5 mm; brácteas involucrais
persistentes, 4-6-seriadas, esquarrosas, de 25-30,
1,5-8 × 1-2,5 mm, esverdeadas, esparso-setosas,
glandulosas, ápice mucronado, purpúreo, glanduloso,
margem serrilhada; receptáculo plano, alveolado.
Flores 11, perfeitas, purpúreas, corola tubulosa, tubo
4 mm, setoso, glanduloso, lobos glandulosos, setosos;
anteras de base sagitada, calcarada, ápice ovado;
ramos do estilete lineares, pilosos abaixo do ponto de
bifurcação. Cipsela obcônica, 2 × 1 mm, serícea; pápus
cerdoso, 2-seriado, amarelo, série interna 7 mm, série
externa, 1,5 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 7-V-2007,
fl, fr., bot., Hattori 726 (HUFU); 21-V-2007, fl., fr.,
Hattori 741 (HUFU); 13-IX-2007, fr., Hattori 802
(HUFU).
Vernonia fruticulosa ocorre apenas no Brasil,
nos estados do Tocantins, Bahia, Mato Grosso, Goiás,
Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito
Federal. Esta espécie ocorre em cerrado sentido
restrito na REP. V. fruticulosa pode ser reconhecida
pelos capítulos em corimbos terminais folhosos, com
brácteas involucrais internas púrpuras.
90. Vernonia herbacea (Vell.) Rusby, Mem. Torrey Bot.
Club 4(3): 209. 1895 ≡ Chrysolaena herbacea (Vell.)
H. Rob., Proc. Biol. Soc. Wash. 101(4): 956. 1988.
Erva escaposa, ca. 0,6 m alt.; ramos estriados,
seríceo-tomentosos, angulosos. Folhas simples,
alternas, sésseis, lâmina 2,5-5 × 0,4-2,2 cm, lanceolada
a oval-lanceolada; ápice agudo ou acuminado, margem
serrilhada, base aguda ou obtusa; face adaxial híspida
ou serícea, face abaxial tomentosa. Capítulos
discóides, sésseis, em cincínios escorpióides folhosos
formando corimbos terminais; invólucro campanulado,
6-8 × 6-8 mm; brácteas involucrais persistentes,
esquarrosas, 3-seriadas, 25-30, 3-8 × 1-1,5 mm, ovallanceoladas a lanceoladas, seríceas, esverdeadas,
ápice acuminado ou agudo, esverdeado, margem
inteira ou serrilhada, ciliada; receptáculo plano,
alveolado. Flores 20-30, perfeitas, púrpuras, corola
tubulosa, tubo 6-7 mm, glabra, lobos setosos no ápice;
anteras de base sagitada, calcarada, ápice lanceolado;
ramos do estilete lineares, pilosos abaixo do ponto de
bifurcação. Cipsela obcônica, 2 × 1 mm, 8-10-costada,
estrigosa; pápus 2-seriado, cerdas alvas, série interna
5-9 mm, série externa 1-1,5 mm.
209
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 20-IX-1992,
fr., Barbosa 775 (HUFU); 23-X-1992, Araújo et al.
354 (HUFU); 30-X-1993, fl., fr., Barbosa 702
(HUFU); 4-IX-1994, fl., fr., Barbosa 947 (HUFU).
Vernonia herbacea ocorre no Peru, Bolívia,
Paraguai e amplamente no Brasil. Esta espécie ocorre
em campo sujo seco pós-fogo na REP. V. herbacea é
muito semelhante a Vernonia cognata, porém difere
desta por possuir os capítulos em escapo floral
pronunciado e as folhas com formato mais ovalado.
91. Vernonia ligulifolia Mart. ex DC., Prodr. 5: 46.
1836 ≡ Lessingianthus ligulifolius (Mart. ex DC.)
H. Rob., Proc. Biol. Soc. Wash. 101(4): 944. 1988.
Arbusto, ca. 1,2 m alt.; ramos angulosos, estriados,
aracnóides. Folhas simples, alternas, lâmina 3-14 ×
0,7-1,7 cm, lanceolada a linear-lanceolada; ápice agudo
ou obtuso, margem inteira, base aguda; face adaxial
glandulosa, face abaxial lanuginosa. Capítulos
discóides, sésseis, isolados em cincínios folhosos;
invólucro estreito-campanulado, 11-13 × 8-10 mm;
brácteas involucrais persistentes, esquarrosas,
5-6-seriadas, ca. 50, 2-11 × 2-5 mm, triangulares,
ovadas a lanceoladas, esverdeadas, glabrescentes a
estrigosas, ápice acuminado a obtuso, margem inteira,
ciliada; receptáculo plano, alveolado. Flores ca. 20,
perfeitas, púrpuras, corola tubulosa, tubo 10 mm,
glabro, lobos glabros; anteras de base sagitada,
calcarada, ápice lanceolado; ramos do estilete lineares,
pilosos abaixo do ponto de bifurcação. Cipsela
obcônica, 3 × 1,5 mm, glabra, 10-costada; pápus
cerdoso, 2-seriado, cerdas palhete, série interna
8-9 mm, série externa 1 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 19-I-1993,
fl., fr., bot., Melo et al. 26 (HUFU, UEC); 12-III-2007,
fl., fr., bot., Hattori & Vargas 529 (HUFU).
Vernonia ligulifolia ocorre no Brasil, nos estados
do Tocantins, Maranhão, Bahia, Mato Grosso, Goiás,
Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal. Esta
espécie ocorre em cerradão e cerrado ralo na REP.
V. ligulifolia é reconhecida pelas folhas alongadas e
os capítulos robustos isolados nas axilas foliares ao
longo do ramo, formando cincínios.
92. Vernonia obtusata Less., Linnaea 6: 662. 1831
≡ Lessingianthus obtusatus (Less.) H. Rob., Proc.
Biol. Soc. Wash. 101(4): 946. 1988.
210
Hoehnea 38(2): 165-214, 2011
Subarbusto, ca. 1,7 m alt.; ramos estriados,
glabrescentes. Folhas simples, alternas, pecíolo 4 mm,
lâmina 1,3-6 × 0,5-3 cm, elíptica a ovada; ápice agudo
ou obtuso, margem serrilhada, base oblíqua, aguda ou
obtusa; face adaxial glabra, face abaxial glandulosa.
Capítulos discóides, sésseis, isolados em cincínios
folhosos; invólucro campanulado, 6-9 × 4-5 mm;
brácteas involucrais persistentes, esquarrosas,
5-6-seriadas, 30-35, 1,5-7 × 1-2 mm, triangulares a
lanceoladas, glabrescentes, esverdeadas, ápice agudo
ou obtuso, glanduloso, setoso, margem serrilhada,
ciliada; receptáculo plano, alveolado. Flores 11,
perfeitas, alvas a creme, corola tubulosa, tubo
3,5-4 mm, glabro, lobos glabros; anteras de base
sagitada, calcarada, ápice ovado; ramos do estilete
lineares, pilosos abaixo do ponto de bifurcação. Cipsela
obcônica, 2-2,5 × 1 mm, serícea, glandulosa,
10-costada; pápus cerdoso, 2-seriado, palhete, série
interna 4-4,5 mm, série externa 1 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 28-IV-2000,
fr., Araújo 3170 (HUFU); 18-VI-1999, fr., Araújo
& Faria s.n. (HUFU20404); 26-II-2007, fl., fr.,
Hattori & Vargas 524 (HUFU).
Vernonia obtusata ocorre na Bolívia e no Brasil,
nos estados do Tocantins, Bahia, Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e no
Distrito Federal. Esta espécie ocorre em cerrado
sentido restrito e vereda na REP. V. obtusata pode
ser reconhecida pelas folhas glabras e com retículos
bem pronunciados.
93. Vernonia petiolaris DC., Prodr. 5: 37. 1836
≡ Vernonanthura petiolaris (DC.) H. Rob.,
Phytologia 73(2): 73. 1992.
Arbusto, ca. 2,5 m alt.; ramos angulosos, estriados,
estrigosos, glandulosos. Folhas simples, alternas,
pecíolo 4-6 mm, lâmina 2,2-6 × 1,1-2 cm, lanceolada;
ápice agudo ou acuminado, margem serrilhada,
levemente revoluta, base acuminada ou atenuada;
face adaxial estrigosa, glandulosa, nervuras
tomentosas, face abaxial tomentosa, glandulosa.
Capítulos discóides, em cincínios escorpióides folhosos
formando corimbos terminais, pedúnculo 2-10 mm;
invólucro campanulado, 6-7 × 4-5 mm; brácteas
involucrais persistentes, esquarrosas, 4-seriadas,
ca. 40, 3,5-6 × 0,5-1 mm, linear-lanceoladas a
lanceoladas, esverdeadas, glabras, ápice acuminado,
margem inteira, ciliada; receptáculo plano. Flores
ca. 20, perfeitas, alvas, corola tubulosa, tubo 6 mm,
glabro, lobos glabros; anteras de base sagitada,
calcarada, ápice lanceolado; ramos do estilete lineares,
pilosos abaixo do ponto de bifurcação. Cipsela
obcônica, 2 × 1 mm, glandulosa, 10-costada; pápus
cerdoso, 2-seriado, cerdas amarelas, série interna
ca. 5,5 mm, série externa 1 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 20-III-1987,
fl., fr., Araújo s.n. (HUFU962).
Vernonia petiolaris ocorre nos estados de Minas
Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo e
Paraná. Esta espécie ocorre em campo sujo úmido
na REP. V. petiolaris é muito parecida com
V. rubriramea por possuir as folhas lanceoladas, mas
difere desta por possuir capítulos em corimbos laxos
ao contrário de V. rubriramea que possui os capítulos
em panículas congestas.
94. Vernonia polyanthes Less., Linnaea 6: 651. 1831
≡ Vernonanthura phosphorica (Vell.) H. Rob.,
Phytologia 73(2): 73. 1992.
Arbusto, ca. 2,5 m alt.; ramos sulcados,
glabrescentes. Folhas simples, alternas, sésseis, lâmina
1-11,5 × 0,4-2,5 cm, linear-lanceolada a lanceolada;
ápice agudo ou acuminado, margem serrilhada, base
atenuada; face adaxial esparso-estrigosa, glandulosa,
face abaxial estrigosa, glandulosa. Capítulos discóides,
sésseis, em cincínios escorpióides folhosos formando
panículas; invólucro campanulado, 4-5 × 3-4 mm;
brácteas involucrais persistentes, esquarrosas,
6-seriadas, ca. 30-50, 1-4 × 1-2 mm, ovadas a ovallanceoladas ou lanceoladas, glabras, esverdeadas,
ápice agudo ou obtuso, purpúreo, glanduloso, estrigoso,
margem inteira, ciliada; receptáculo côncavo. Flores
ca. 15-20, perfeitas, alvas a róseas, corola tubulosa,
tubo 4 mm, lobos glabros; anteras de base sagitada,
calcarada, ápice lanceolado a oval-lanceolado; ramos
do estilete lineares, pilosos abaixo do ponto de bifurcação. Cipsela obcônica, 1-2 × 0,5-0,6 mm, estrigosa,
10-costada; pápus cerdoso, 2-seriado, série interna
3,5-4,5 mm, ápice espessado, série externa 0,5-1 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 26-V-2000,
fl., fr., Araújo 3247 (HUFU); 29-IV-1997, bot.,
Araújo s.n. (HUFU17999); 27-IV-1992, fl., fr., bot.,
Barbosa 606 (HUFU); 7-V-2007, fl., fr., bot., Hattori
729 (HUFU); 25-VI-1999, fr., Lemos s.n.
(HUFU20763).
Hatori & Nakajima: Asteraceae da Reserva Ecológica do Panga, Uberlândia, MG
Vernonia polyanthes ocorre no Paraguai e
amplamente Brasil. Esta espécie ocorre em campo
sujo seco, cerradão, cerrado sentido restrito, transição
cerrado sentido restrito-vereda e vereda na REP.
V. polyanthes é muito comumente confundida com
V. rubriramea, pela disposição dos capítulos nos
ramos e o formato da folha. No entanto, diferencia-se
de V. rubriramea por possuir capítulos mais robustos
e ramos com sulcos mais profundos.
95. Vernonia rubricaulis Bonpl., Pl. Aequinoct. 2: 66,
t. 99. 1809 [1810-1811] ≡ Lessingianthus
rubricaulis (Bonpl.) H. Rob., Proc. Biol. Soc. Wash.
101(4): 948. 1988.
Figura 6
Arbusto, ca. 2 m alt.; ramos cilíndricos, estriados,
avermelhados, estrigosos. Folhas simples, alternas,
sésseis, lâmina 2-10,5 × 0,1-0,45 cm, linear; ápice
acuminado, margem inteira, levemente revoluta, base
longo-atenuada; face adaxial esparso-estrigosa,
esverdeada, face abaxial alvo-lanuginosa. Capítulos
discóides, sésseis, isolados em cincínios escorpióides
folhosos; invólucro campanulado, 6 × 5 mm; brácteas
involucrais persistentes, 5-seriadas, imbricadas, 3-6 ×
1-2 mm, ovadas a lanceoladas, purpúreas, glandulosas,
estrigosas na porção apical, ápice acuminado, margem
ciliada na porção apical; receptáculo plano. Flores
ca. 20, perfeitas, púrpuras, corola tubulosa, tubo 7 mm,
glabro, lobos glabros; anteras de base sagitada,
calcarada, ápice oval-lanceolado; ramos do estilete
linear-lanceolados, pilosos abaixo do ponto de
bifurcação. Cipsela fusiforme a obcônica, 10-costada,
glabra, estrigosa no ápice; pápus cerdoso 2-seriado,
série interna, cerdas filiformes espessadas no ápice,
5 mm, série externa, cerdas planas, 1 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 27-III-1987,
fl., fr., bot., Araújo s.n. (HUFU972, UEC).
Vernonia rubricaulis ocorre no Paraguai,
Argentina e no Brasil, nos estados do Mato Grosso do
Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande
do Sul. Esta espécie ocorre em campo sujo úmido na
REP. V. rubricaulis é facilmente reconhecida pelos
seus ramos avermelhados e folhas com a face adaxial
lanuginosa.
96. Vernonia rubriramea Mart. ex DC., Prodr. 5: 38.
1836.
Arbusto, ca. 3 m alt.; ramos cilíndricos, costados,
esparso-estrigosos. Folhas simples, alternas, sésseis,
211
lâmina 3-10,5 × 1-2,8 cm, lanceolada a elíptica; ápice
agudo a obtuso, margem levemente serreada,
levemente revoluta; face adaxial estrigosa, face abaxial
esparso-estrigosa. Capítulos discóides, em cincínios
escorpióides folhosos formando panículas; invólucro
globoso, 4-5 × 3-4 mm; brácteas involucrais
persistentes, 5-seriadas, ca. 30, 1,5-4,5 × 1-1,5 mm,
linear-lanceoladas a ovadas, esverdeadas, ápice obtuso
a agudo, purpúreo, estrigoso, margem ciliada;
receptáculo plano a levemente côncavo. Flores ca.
20, perfeitas, róseas a alvas, corola tubulosa, tubo
5,5 mm, glabro, lobos glabros; anteras de base sagitada,
calcarada, ápice oval-lanceolado; ramos do estilete
lineares, pilosos abaixo do ponto de bifurcação. Cipsela
cilíndrica a turbinada, 1 × 0,5 mm, serrilhada; pápus
cerdoso, 2-seriado, série interna 4-5 mm, série externa
0,5 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 28-IV-2000,
bot., Araújo 3174 (HUFU); 8-V-1992, fl., fr., Araújo
et al. 67 (HUFU, RB); 30-IV-1999, fl., bot., Barbosa
& Faria 2023 (HUFU).
Vernonia rubriramea é conhecida apenas para
o Brasil, nos estados do Pará, Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e no
Distrito Federal. Esta espécie ocorre em cerradão,
cerrado sentido restrito e vereda na REP.
V. rubriramea é muito semelhante a V. polyanthes,
tendo suas diferenças já citadas anteriormente.
97. Viguiera discolor Baker, Fl. bras. 6(3): 228. 1884.
Subarbusto, ca. 0,8 m alt.; ramos angulosos,
costados, híspidos. Folhas simples, opostas e alternas
na mesma planta, sésseis, lâmina 4,5-10,5 × 2-5,5 cm,
ovada a oval-lanceolada; ápice agudo ou obtuso,
margem inteira a levemente crenada, base
arredondada, semi-amplexicaule; face adaxial
esparso-setosa, híspida nas nervuras, face abaxial
tomentosa, com pontuações glandulares sésseis.
Capítulos radiados, solitários, pedúnculo até 15 cm;
invólucro globoso, 10 × 15 mm; brácteas involucrais
3-seriadas, 7-9 × 2-3 mm, lanceoladas, esverdeadas,
densamente ciliadas na margem, ápice agudo a
acuminado, híspido; receptáculo levemente convexo,
páleas conduplicadas, 6 × 1,5-2 mm, estrigosa na
porção mediana, ápice obtuso, margem inteira. Flores
do raio 12-21, neutras, amarelas, corola liguliforme,
tubo 1 mm, limbo 15-19 mm, estriado, estrigoso.
Cipsela abortiva, turbinada, 3-angulosa, glabra; pápus
212
Hoehnea 38(2): 165-214, 2011
aristado-coroniforme. Flores do disco 145-150,
perfeitas, amarelas, corola tubulosa, tubo 3 mm,
glabra, lobos estrigosos, glandulosos; anteras de base
sagitada, ápice ovado; ramos do estilete lineares,
apêndices inconspícuos. Cipsela falciforme, achatada,
2,5-3 × 1,5 mm, glabra; pápus aristado-coroniforme,
2,5 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 6-XI-1992,
fl., bot., Araújo et al. 383 (HUFU, SPF, UEC);
30-X-1993, fl., Barbosa 703 (HUFU); 23-X-1987,
fl., Barbosa s.n. (HUFU1210); 16-X-1987, fl., bot.,
Schiavini s.n. (HUFU1199).
Viguiera discolor ocorre apenas no Brasil, nos
estados de Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Paraná.
Esta espécie ocorre em campo sujo seco, cerrado
sentido restrito, e cerrado ralo na REP. V. discolor
pode ser reconhecida pelas folhas com base semiamplexicaule, e os capítulos solitários em ramos
longos.
Figura 6. Vernonia rubricaulis Bonpl. A) Hábito; B) Capítulo; C) Flor, mostrando androceu e gineceu; D) Detalhe dos lobos da corola;
E) Estilete e Cipsela; F) Anteras. (Araújo s.n. HUFU972).
Figure 6. Vernonia rubricaulis Bonpl. A) Habit; B) Head; C) Flower, showing androcecium and gynoecium; D) Corola lobes in detail; E)
Style and Cypsela; F) Anthers. (Araújo s.n. HUFU972).
Hatori & Nakajima: Asteraceae da Reserva Ecológica do Panga, Uberlândia, MG
98. Viguiera robusta Gardner, London J. Bot. 7: 403.
1848.
Subarbusto, ca. 1,5 m alt.; ramos cilíndricos,
estriados, estrigosos. Folhas simples, alternas, sésseis,
lâmina 1-6 × 0,5-3 cm, ovada a oval-lanceolada; ápice
agudo ou obtuso, margem serrilhada, base truncada
ou arredondada; face adaxial glabra a estrigosa,
nervuras setosas, face abaxial glandulosa, nervuras
híspidas. Capítulos radiados em corimbos, longos e
laxos, pedúnculo 4,5-14,5 cm; invólucro globoso,
9-12 × 15-20 mm; brácteas involucrais 3-4-seriadas,
ca. 35, 4-8 × 2-4,5 mm, ovadas ou oblongas a ovallanceoladas ou elípticas, ápice agudo ou obtuso a
arredondado, margem inteira, ciliada; receptáculo
convexo, páleas conduplicadas, 8 × 3 mm, glabras,
ápice truncado a obtuso. Flores do raio neutras,
amarelas, corola liguliforme, tubo glabro, limbo 5-7
× 3 mm, glabro. Cipsela obcônica, 3-angulosa, híspida;
pápus aristado-coroniforme, 0,8 mm. Flores do disco
perfeitas, amarelas, corola tubulosa, tubo 5 mm,
glabro, lobos glabros; anteras de base sagitada, ápice
ovado; ramos do estilete lineares, apêndices
inconspícuos. Cipsela obcônica, 3,5 × 0,8-1 mm,
serícea; pápus aristado-coroniforme, aristas
1,5-2 mm, escamas 0,8 mm.
Material examinado: BRASIL. M INAS G ERAIS :
Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, 22-V-1992,
fl., fr., Araújo et al. 146 (HUFU, RB, SPF e UEC);
16-IV-1989, fl., fr., Mendes 104 (HUFU).
Material adicional examinado: BRASIL. MINAS GERAIS:
Araguari, Estrada para Pica-Pau Country Club:
16-IV-1989, fl., fr., Araújo s.n. (HUFU2066).
Viguiera robusta ocorre apenas no Brasil, nos
estados do Amazonas, Tocantins, Bahia, Mato Grosso
do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e no
Distrito Federal. Esta espécie ocorre em cerrado
sentido restrito na REP. V. robusta pode ser facilmente
reconhecida pelas folhas ovadas, e os capítulos
dispostos em corimbos longos e laxos.
Agradecimentos
O primeiro autor agradece à Capes pela bolsa de
mestrado concedida, ao Programa de Pós-Graduação
em Ecologia e Conservação de Recursos Naturais da
Universidade Federal de Uberlândia pelo auxílio
financeiro às viagens de visita a herbários do Brasil.
À Dra. Rosana Romero, curadora do HUFU, por
disponibilizar a coleção e estrutura do Herbário para
213
a realização da dissertação, e aos curadores e
funcionários dos herbários BHCB, CEN, ESA, IBGE,
MBM, SP, SPF, UB e UEC durante as visitas feitas
ao longo do ano de 2008. Os autores agradecem a
Dra. Myrian Morato Duarte pelas ilustrações aqui
apresentadas, e aos assessores pelas sugestões dadas
ao manuscrito.
Literatura citada
Almeida, A.M., Fonseca, C.R., Prado, P.I., Almeida-Neto,
M., Diniz, S., Kubota, U., Braun, M.R., Raimundo, R.L.G.,
Anjos, L.A., Mendonça, T.G., Futada, S.M. & Lewinsohn,
T.M. 2005. Diversidade e ocorrência de Asteraceae em
cerrados de São Paulo. Biota Neotropica 5: http://
w w w. b i o t a n e o t r o p i c a . o rg . b r / v 5 n 2 / p t /
abstract?article+BN00105022005 (acesso em 11.03.2009).
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