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'Superpotência' China dá início à Olimpíada de Pequim
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Após anos de crescimento econômico robusto, a China deu início nesta sexta-feira aos Jogos Olímpicos de Pequim, vistos pelo
governo do país e por muitos chineses como uma forma de consolidar a imagem do país de superpotência emergente – um novo país
moderno e vibrante.
Os organizadores gastaram mais de US$ 42 bilhões no evento – quase três vezes o que foi investido há quatro anos na Olimpíada de Atenas para construir as modernas instalações e infra-estrutura de Pequim. "O momento histórico que aguardamos por tanto tempo está chegando", disse o presidente Hu Jintao em um jantar a líderes de todo o mundo na quinta-feira. Apesar do esforço do governo de mostrar ao mundo uma "nova" China, algumas questões – como falta de democracia, respeito aos direitos humanos e preocupação com o ambiente – continuam a comprometer a imagem de país dinâmico que a China tenta projetar.
Nova Pequim A luxuosa cerimônia de abertura dos Jogos acontece no novo Estádio Olímpico Nacional em Pequim, com mais de 90 mil espectadores e uma estimativa de 4 bilhões de telespectadores em todo o mundo. Após passar os últimos sete anos como um canteiro de obras, a capital chinesa começou a receber nesta semana os mais de meio milhão de visitantes de todo o mundo, além dos atletas, chefes de Estado e jornalistas. Alguns dos centenários cartões postais de Pequim – como a Praça da Paz Celestial, o Templo da Terra e a Cidade Proibida – agora dividem espaço com construções futuristas, como o Estádio Olímpico Nacional (ou Ninho de Pássaro, como é conhecido), o Centro Aquático Cubo d'Água e o Estádio dos Trabalhadores. As competições esportivas começam neste sábado (com exceção do futebol, que começou na quarta-feira) e vão até o dia 24 de agosto.
Liberdade O regime comunista chinês é conhecido pela sua rigidez com liberdade de expressão e forte controle sob o trabalho da imprensa. A internet e os órgãos de imprensa são censurados pelo governo na China. Um dos desafios será conciliar esse rígido controle com a chegada de quase 30 mil jornalistas de órgãos de imprensa de mais de 200 países para o evento esportivo. Nas vésperas dos Jogos, alguns incidentes já expuseram alguns desses desafios. Na segunda-feira, jornalistas japoneses foram agredidos por tentarem cobrir um atentado provocado por separatistas na província de Xinjiang. Na quarta-feira, ativistas britânicos e americanos foram presos e expulsos do país por pendurarem uma faixa próxima ao Estádio Olímpico Nacional em favor de separatistas da província chinesa do Tibete.
Outro tema que recebe bastante atenção internacional é a nuvem de poluição que cobre Pequim na véspera dos Jogos. Os organizadores da Olimpíada tomaram diversas medidas para conter a poluição – como um rodízio de carros e a suspensão de atividades de fábricas, mas a cortina cinzenta continua sob a cidade. A poluição é uma preocupação da China não só em tempos de Olimpíada. O forte crescimento econômico recente do país levou muitos ambientalistas a culparem a China pelo aquecimento global. Esporte Em meio a tantos desejos políticos e econômicos, a China também tenta consolidar nos Jogos de Pequim a sua imagem de superpotência esportiva.
Na Olimpíada de Atenas de 2004, a China foi a segunda colocada no quadro de medalhas com 32 medalhas de ouro, 17 de prata e 14 de bronze. O país recebeu quatro ouros a menos do que os Estados Unidos, mas conseguiu superar outras potências esportivas, como Rússia, Austrália e Japão. Há 20 anos, nos Jogos de Seul, a China não figurava nem entre os dez primeiros colocados. O Brasil também tenta bater seu recorde de dez medalhas em Atenas (cinco ouros, duas pratas e três bronzes). O país mandou 277 atletas para participar de 32 modalidades – a maior delegação brasileira em uma Olimpíada – para tentar superar o 16º lugar no quadro geral, obtido na Grécia. Os Jogos também têm uma importância política para o Brasil. O país tenta sediar no Rio de Janeiro a Olimpíada de 2016. Em Pequim, além de acompanhar os atletas brasileiros, os dirigentes e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fizeram campanha para que, após Londres 2012, os Jogos Olímpicos de 2016 voltem a ser realizados em um país emergente.
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