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Atualizado às: 18 de agosto, 2008 - 07h25 GMT (04h25 Brasília)
 
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Medalhistas da vela viraram empresárias para poder competir
 

 
 
As velejadoras brasileiras Isabel Swan e Fernanda Oliveira. Foto de Wander Roberto / COB
Isabel e Fernanda competem na classe 470 do iatismo

Em um ambiente onde muitos atletas precisam bancar a campanha olímpica do próprio bolso, a dupla de vela 470 Fernanda Oliveira e Isabel Swan são uma raridade. As duas brasileiras conseguiram arranjar patrocínio antes mesmo de ter conquistado a primeira medalha olímpica.

A dupla venceu a última regata da classe nos Jogos de Pequim nesta segunda-feira e conquistou a medalha de bronze - a primeira da história da vela feminina brasileira em uma Olimpíada.

Além de todo o treinamento esportivo normal de uma equipe olímpica, a dupla usou a experiência em administração e marketing esportivo de Fernanda para montar o modelo de gestão que rendeu o bronze em Pequim 2008.

Treinando juntas desde 2005, a dupla conta com o apoio de uma marca internacional de cosméticos para a realização do projeto Olímpico, que incluiu treinos diários de seis horas e a assistência integral de um treinador, um psicólogo e uma personal trainer.

Muitos atletas brasileiros ainda enfrentam dificuldades em encontrar patrocínio e acabam arcando com os custos do treinamento sozinhos.

Na vela mesmo, a dupla Rodrigo Duarte e André Fonseca, que compete na classe 49er, se financiou com o salário que Fonseca recebeu por participar da regata de volta ao mundo Volvo Ocean Race no barco Brasil 1 de Torben Grael. O apoio de patrocinadores só veio às vésperas dos jogos.

"Infelizmente a vela é um esporte que ainda não tem muita divulgação no Brasil", diz Isabel Swan.

Campanha

A campanha da dupla foi planejada pela velejadora Fernanda Oliveira.

Após participar das Olimpíadas de Sidney e Atenas, Oliveira percebeu que era necessário se profissionalizar.

"Eu já tinha feito outras campanhas e nas outras vezes foi a minha família que me ajudou", conta.

Isabel e Fernanda. Foto de Wander Roberto / COB
Atletas fizeram história ao ganhar primeira medalha da vela feminina

"Mas depois de Atenas eu sabia que ou eu continuava de uma maneira bem profissional e conseguia um patrocínio, ou realmente ficava difícil competir de igual para igual, porque realmente é um nível muito profissional", diz.

Aproveitando as lições que aprendeu na faculdade de administração, onde se formou com um trabalho de conclusão sobre captação de recursos para marketing esportivo, Oliveira montou sozinha todo o projeto olímpico e foi bater na porta dos patrocinadores.

"Fui apresentada para o presidente da Nivea e em três meses de negociação eu consegui levantar esse patrocínio", relembra ela.

Após fechar o acordo em 2005, a velejadora partiu para a montagem da equipe e chamou Isabel Swan.

"Eu precisava de uma pessoa com disponibilidade total e a Bel foi super dedicada desde o início, ela se propôs a mudar para ir treinar em Porto Alegre", explica Oliveira.

Original de Niterói, no Rio de Janeiro, Swan é ex-modelo e teve de ir morar no sul para participar da campanha.

"Ela me chamou pela minha postura, pela minha vontade, e eu fui com 21 anos morar sozinha em Porto Alegre", conta Swan.

A dupla não revela em valores quanto recebe dos patrocinadores, mas o apoio permitiu que elas treinassem por três anos nas águas do Rio Guaíba, na capital gaúcha, antes de chegar a Qingdao, costa leste da China onde estão sendo disputadas as provas olímpicas.

O apoio da confederação de vela também foi decisivo, destacam as velejadoras, pois as passagens aéreas, hospedagens, alimentação e traslados de todas as competições internacionais são bancados pela organização.

Beleza

Além de serem competentes atletas, Oliveira e Swan também são bonitas e simpáticas. A dupla porém discorda entre si sobre a importância que esses atributos têm na hora de conseguir patrocínio, mesmo em se tratando de uma empresa de produtos de beleza.

Oliveira não acredita que a beleza tenha ajudado a dupla.

"Eu não vejo isso muito. Os resultados começaram a aparecer e o Comitê Olímpico e a Federação começaram a nos apoiar e isso sim facilitou muito", explica.

Já Swan acha que ter uma boa aparência faz parte do jogo.

"O que vale mesmo é você estar na mídia. Para o marketing esportivo, de repente você nem precisa estar ganhando tanto, mas se você está aparecendo, se você está sendo falada, se as pessoas te conhecem, isso faz a diferença", afirma.

Swan admite que a dupla cuida da aparência. "A gente procura estar sempre com a pele muito bonita, porque a marca é de mulher bonita, então tem que estar bem."

"Mas também cuidamos deste lado independente de sermos atletas porque não podemos descuidar, afinal somos mulheres também", diz a atleta.


 
 
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