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Assédio, humilhação, prostituição: ex-panicat expõe bastidores do 'Pânico'

Lara Brunnquell, que ficou conhecida como Sandy Capetinha, disse que os bastidores do "Pânico" tinha prostituição, assédio sexual, humilhação e abuso de poder - Reprodução
Lara Brunnquell, que ficou conhecida como Sandy Capetinha, disse que os bastidores do "Pânico" tinha prostituição, assédio sexual, humilhação e abuso de poder Imagem: Reprodução
do UOL

Tiago Minervino

Colaboração para Splash, em Maceió

16/12/2022 19h01

O extinto humorístico "Pânico na TV" foi um verdadeiro sucesso em suas primeiras temporadas na RedeTV! A atração alcançou índices históricos de audiência para os patamares da emissora de Osasco e deu trabalho à TV Globo. Notório pelo humor a base do vale tudo, o programa sempre esteve rodeado por polêmicas por não saber seus limites, mas, também, por hiperssexualizar mulheres.

Para além dos quadros politicamente incorretos que colocavam os integrantes do "Pânico" em situações ora vexaminosas, ora perigosas, isso quando não as duas coisas ao mesmo tempo, o humorístico se caracterizou pelas panicats desfilando ao vivo na TV em calcinhas micro, fio dentais, e bumbuns gigantescos nas telinhas dos telespectadores.

Nos bastidores, porém, as situações desagradáveis às quais essas mulheres foram submetidas eram recorrentes, conforme relatou a ex-panicat Regiane Brunnquell, que ficou conhecida pelo nome Sandy Capetinha, devido a semelhança física com a cantora Sandy. Hoje, ela atende pelo nome artístico Lara Brunnquell.

Capetinha estreou no time de panicats em 2007 após vencer o concurso Sereia da Praia e não demorou a se tornar a primeira panicat a fazer realmente sucesso em todo o país. Entretanto, tão meteórica quanto foi sua ascensão, foi também sua saída da atração, em 2008, um ano depois, após sofrer um acidente durante gravações que, segundo contou, interferiu significativamente em sua vida ao dificultar as chances de gravidez.

Soma-se a esse episódio traumático o fato de que, segundo Brunnquell, os bastidores do "Pânico" ter sido permeado por episódios de prostituição, book rosa, assédio sexual, humilhação e abuso de poder dos homens em posição de decisão.

Acidente durante gravação

Brunquel - Reprodução - Reprodução
Lara Brunnquell, a "Sandy Capetinha"
Imagem: Reprodução

Em recente entrevista ao podcast "Salada Cast", Sandy Capetinha abriu o jogo sobre sua saída do "Pânico", além das coisas que viveu e que presenciou durante o tempo em que integrou o humorístico.

Segundo contou, ela decidiu sair após "quase morrer" e sofrer com uma "hemorragia interna após levar uma pancada na cabeça durante um jogo [de rugby] agressivo que fui obrigada a participar".

A famosa relatou que o episódio aconteceu em uma quinta-feira, ficou três dias bem mal, e sequer conseguiu participar do programa ao vivo no domingo. Inicialmente, ela foi encaminhada a um hospital público, queriam operá-la, mas seu ginecologista, que estava viajando, falou por telefone com a equipe médica que a atendeu, e não permitiu a cirurgia.

"Aí eu sai do hospital, fui até o meu ginecologista, ele falou assim: 'só tem uma coisa que pode acontecer, que pode ter acarretado um probleminha, que se você quiser ser mãe, talvez você não possa ter, ou você fique abortando", relatou.

Book rosa

O termo book rosa ficou popular no Brasil após a novela "Verdades Secretas", mas nos bastidores do "Pânico" era algo comum entre as panicats, segundo Sandy Capetinha.

No "Salada", ela contou o episódio em que tinha um cara interessado nela. Porém, como não o quis, ele ofereceu R$ 20 mil para uma de suas colegas de trabalho, que prontamente aceitou a oferta.

Sem citar nomes, Brunnquell ressaltou que chegou a receber uma proposta vultosa de R$ 80 mil de um "famoso conhecido em todo o planeta", que na época estava enfrentando uma "polêmica gigantesca". Porém, a artista garante que recusou.

"[Ele é] famoso mundialmente. Ele vinha de uma polêmica gigantesca. Foi numa festa, ele chegou, pegou na minha cintura, eu me esquivei, estava com um certo ranço da história que estava sendo divulgada dele", explicou.

Prostituição, assédio e humilhação

Em uma entrevista reveladora ao Extra, Sandy Capetinha abriu o jogo sobre o "Pânico", e afirmou que três coisas eram comuns às panicats: episódios de assédio, de humilhação e prostituição.

Segundo contou, cenas de "abuso de poder" eram comuns, com as meninas "tendo que mostrar o bumbum" para os homens do programa nos corredores "só para se dar bem". Ainda, rolava também "prostituição, muito ego e humilhação".

"Ali no programa [acontecia] de tudo. Vi muito abuso de poder, meninas sendo assediadas sexualmente, tendo que mostrar o bumbum também para os integrantes do programa nos corredores só para se dar bem, prostituição, e muito ego e humilhação. Ali [existia] a consciência de que todas são iguais. E eu nunca topei nada disso. Mas o que importa é que eles não fazem mais parte da minha vida", afirmou, ressaltando não manter amizade com os ex-colegas.

Namoro 'secreto' com Vesgo

Ao "Salada", Sandy Capetinha admitiu que manteve um relacionamento "secreto" com Rodrigo Scarpa, o repórter Vesgo. Entretanto, ela frisa não se orgulhar disso e expôs que ele teria tentado sabotá-la para tirá-la do programa.

"Fiquei com ele. Não tenho orgulho disso. Ele vai ficar puto", declarou.

Carreira musical

Longe das telinhas, Lara Brunnquell continua na carreira artística, mas agora na área musical. A famosa abraçou o lado cantora e no ano passado lançou o álbum "Pupila Cósmica".

Nas redes sociais, Brunquell acumula pouco mais de quatro mil seguidores e costuma compartilhar fotos sensuais, rememorar fotos antigas, na academia e de seu cotidiano.

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