De acordo com o 6° relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) lançado no mês passado (agosto de 2021), a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento provavelmente causaram 98% do aquecimento global observado atualmente, e as evidências dele são claras e diversas, como:
Recuo/declínio das geleiras desde 1990, sendo 90% de chance de interferência humana;
Aquecimento da parte superior (0-700m) dos oceanos desde 1970;
Temperaturas de calor extremo tornaram-se frequentes e mais intensas na maioria das regiões terrestres desde 1950;
Nível global dos oceanos elevou rapidamente desde 1900, como nunca antes visto em 3 mil anos precedentes (conexão com o derretimento das calotas polares);
Em 2019, as concentrações atmosféricas de CO2 foram maiores do que em qualquer momento em 2 milhões de anos;
A frequência e a intensidade dos eventos de forte precipitação aumentaram desde 1950 na maioria das áreas terrestres;
Aumento da ocorrência de furacões intensos (categorias 3 a 5) nas últimas 4 décadas;
entre tantas outras.
Em 1990, no primeiro relatório liberado pelo IPCC, o painel dizia que havia um aquecimento global detectável, porém ele ainda poderia ser causado por variações naturais do clima e que apenas depois de 10 anos seria possível dizer se esse aquecimento global estaria sendo causado por atividades humanas. Mas, após apenas 5 anos, no segundo relatório, já foi possível constatar a interferência humana. E com o passar dos anos, a forma como o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas vêm falando sobre o aquecimento global e a interferência humana, também mudou e se tornou muito mais enfático, com maiores comprovações científicas de que somos nós quem estamos promovendo uma catástrofe climática.
Além das evidências já existentes, temos as projeções lançadas pelo último relatório:
Atingiremos um aumento de 1,5°C a 1,6°C entre 2021 e 2040
Até o final do século, o nível do mar subirá de 28cm a 55cm (no melhor cenário);
Ártico ficará totalmente sem gelo em setembro, pelo menos 1 vez antes de 2050;
Eventos de baixa probabilidade, porém com alto impacto, serão mais frequentes com o aumento do aquecimento global.
Fontes: Relatório IPCC; Agência Lupa; Verdeante