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    Derretimento de geleiras da Antártica pode ser mais rápido do que pensava

    Pesquisador americano apresenta “pior cenário”, com elevação do nível das águas em 60 a 91 centímetros; e pode não haver como impedir as consequências.

    Derretimento de gelo na Antártica
    Derretimento de gelo na Antártica Foto: Gallo Images/Orbital Horizon/Copernicus Sentinel Data 2021

    AJ Willingham, da CNN

    Existem muitos indicadores sinistros das consequências das mudanças climáticas, mas poucos são mais preocupantes para os cientistas do que as camadas de gelo da Antártica, no polo sul do nosso planeta.

    Esses mantos de gelo estão derretendo há algum tempo, e não é preciso ter alguma formação em física para entender o risco disso. À medida que o gelo derrete, ele flui para o oceano, fazendo com que o nível do mar suba. E o aumento do nível do mar é, obviamente, um grande problema.

    Uma pesquisa financiada pela NASA e publicada na revista da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos (PNAS, na sigla em inglês), em 2019, revelou uma complicação preocupante. Cientistas do Instituto de Tecnologia da Geórgia, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA e da Universidade de Washington fizeram centenas de simulações para prever como uma grande camada de gelo, a geleira Thwaites, poderia se degradar nos próximos 50 a 800 anos.

     Os resultados mostraram que a geleira corria mais risco de se tornar instável do que se pensava.

    Pequenas mudanças podem ser um divisor de águas

    Nesse caso, “instável” significa algo muito específico. Uma “instabilidade” em uma camada de gelo essencialmente a torna uma bomba-relógio congelada. A área da parte de trás da geleira, onde ela se balanceia sobre a água, é consumida, o que pode fazer com que o gelo da geleira se quebre e flua mais rapidamente para o mar, aumentando o nível do mar.

    O que é mais sinistro, segundo a pesquisa, é que uma vez que a essa instabilidade é acionada é difícil, ou até mesmo impossível, parar.

    “Se essa instabilidade disparar, não será necessário continuar a forçar o manto de gelo pelo aumento da temperatura. Ele continuará por si só, e essa é a preocupação”, disse em um comunicado o autor principal do estudo, Alexander Robel.

    Em outras palavras, mesmo que a mudança climática fosse revertida magicamente, isso não impediria necessariamente o aumento rápido e perigoso do nível do mar que poderia ser desencadeado por camadas de gelo instáveis.

    O ‘pior cenário’

    Robel, professor assistente da Escola de Tecnologia das Ciências da Terra e Atmosféricas da Georgia, nos Estados Unidos, diz que o “pior cenário” poderia ser uma elevação do nível das águas em 60 a 91 centímetros apenas provenientes da geleira Thwaites.

    Embora Robel sugira que engenheiros e planejadores comecem a construir futuras infraestruturas críticas mais afastadas da linha do nível do mar, você não precisa proteger suas casas costeiras como se a maré já estivesse alta. Esta aceleração potencial do aumento do nível do mar pode entrar acontecer completamente entre 200 e 600 anos a partir de agora.

    Parece que vai demorar muito, porque todos estaremos mortos até lá. Mas a Terra e suas gerações futuras, esperançosamente, não estarão, e os cientistas do clima querem mantê-la assim.

    (Texto traduzido. Clique aqui para ler a versão em inglês)

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