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    Qual a diferença entre manchas de dengue e de outras doenças?

    O sintoma pode surgir em alguns casos de dengue, mas também é presente em doenças como sarampo e rubéola; veja como diferenciar

    Manchas vermelhas na pele podem surgir na dengue, mas também são sintomas de sarampo e rubéola
    Manchas vermelhas na pele podem surgir na dengue, mas também são sintomas de sarampo e rubéola Mumemories/GettyImages

    Gabriela Maraccinida CNN

    Um dos principais sinais de alerta da dengue é o surgimento de manchas vermelhas na pele, chamadas de exantema. Elas podem aparecer entre o terceiro e o quinto dia de febre, quando esse sintoma já está reduzido. Mas como diferenciá-las em relação a outras doenças que podem causar irritações na pele?

    De acordo com Silvana Barros, infectologista e chefe do Serviço de Epidemiologia e Controle de Infecção da Rede Mater Dei de Saúde, essas manchas vermelhas não são específicas da dengue e, por isso, pode ser difícil fazer um diagnóstico diferencial em relação a outras doenças febris que também aparecem manchas na pele.

    “O rastro cutânea, como chamamos as manchas na pele, aparecem na metade dos pacientes com dengue, em geral, quando inicia a queda da febre”, explica a especialista. “A apresentação dela é tipo maculopapular, ou seja, pequenas elevações avermelhadas na pele”, completa.

    Essas manchas costumam surgir na face, tronco, membros e pode chegar a aparecer nas palmas e plantas dos pés, de forma aditiva, progredindo. “Em alguns casos, pode ser acompanhas de coceira, mas de forma leve”, acrescenta.

    Manchas de dengue x de outras doenças: como diferenciar?

    As manchas vermelhas também são sinais característicos de doenças como sarampo e rubéola, conforme explica Silvana. Então, como fazer essa diferenciação? “A distinção depende do quadro epidemiológico, como o tempo de início dos sintomas, a forma de apresentação, o conjunto dos sintomas e a evolução”, afirma a infectologista.

    No caso do sarampo, a febre e o exantema vêm acompanhados de sintomas como tosse, coriza e conjuntivite, que não são comuns na dengue. Já a rubéola pode vir acompanhada de febre, assim como a doença transmitida pelo Aedes aegypti, mas essa febre costuma ser baixa, na maioria dos casos. Além disso, essa doença também pode causar “caroços” no pescoço, axilas e virilhas.

    Outra forma de diferenciação são os sintomas típicos da dengue. É o caso da dor no corpo intensa, dor atrás dos olhos, mal-estar, fadiga e perda de apetite. Além disso, casos mais graves da dengue podem causar sangramentos na gengiva e nas mucosas, sinais de alerta para dengue hemorrágica.

    Por fim, a prova do laço positivo, quando o médico usa um torniquete para apertar o braço do paciente. Caso surjam petéquias (pequenas manchas avermelhadas) na pele, é um sinal de hemorragia causada por um quadro grave de dengue.

    Testes são fundamentais para o diagnóstico diferencial

    Como os sintomas podem ser semelhantes em muitos casos, para ter um diagnóstico diferencial e confirmar a dengue é fundamental realizar os testes. “Nós temos um conjunto de exames disponíveis que permitem dar certeza para o diagnóstico de dengue e isso é extremamente importante para diferenciar, porque outras doenças continuam existindo”, ressalta Silvana.

    Existem três testes que podem ser feitos para diagnosticar a dengue:

    • Teste rápido: o sangue é coletado no dedo e há verificação se a pessoa está contaminada no momento. O resultado sai em cerca de 15 minutos;
    • RT-PCR: pode ser feito até o 5º dia de sintoma e identifica o vírus ou partículas dele no paciente. Pode demorar até cinco dias para liberação do resultado;
    • Teste de sorologia: amostras de sangue são coletadas depois do 6º dia de sintomas e identifica a produção de anticorpos contra o vírus da dengue. O resultado pode levar até 8 dias para ser liberado.