Introdução
Fazer a tão sonhada cirurgia plástica e apresentar no pós-operatório uma Cicatriz Hipertrófica (alargada) ou um Queloide não é nada bom.
Estas lesões podem surgir a qualquer momento, após um trauma por acidente ou uma cirurgia, e não dependem se a paciente nunca teve Queloides. A genética nestes casos é implacável: se seus pais ou irmãos apresentam Queloides, você é um(a) candidato(a) em potencial.
Bem, nem tudo está perdido. Se você, infelizmente, desenvolveu algum problema na cicatrização, saiba que dispomos de diversas terapias para melhorar seu aspecto.
Quem pode e quem não pode
Os fatores que predispõem à formação de Queloides e Cicatrizes Hipertróficas são parecidos. Tensão excessiva nas feridas, lesões dispostas em posição menos favorável, introdução de material estranho na pele e queimaduras constituem os principais fatores.
Certas áreas do corpo como a região esternal, ombros, dorso, queixo e porção inferior das pernas, apresentam maior risco de aparecimento destas lesões.
A maioria dos Queloides surge até um ano após o trauma local. Pessoas orientais, morenas ou de raça negra, são mais afetadas. Pacientes com idade entre 10 e 30 anos desenvolvem lesões com maior frequência do que as crianças e adultos mais velhos.
No detalhe
Os Queloides e as Cicatrizes Hipertróficas representam uma resposta exacerbada do tecido conectivo a um trauma cutâneo. Apesar de serem bem parecidas clinicamente, estudos detalhados dos tecidos mostram diferenças consideráveis.
O tecido fibroso que se acumula está relacionado à maior quantidade e atividade metabólica dos fibroblastos (células produtoras de colágeno). O volume destas lesões é devido à abundância de glicoproteínas e água. Nos Queloides, o tipo de colágeno produzido é diferente da pele normal. Já nas Cicatrizes Hipertróficas, o que ocorre é que a substituição do colágeno presente nas cicatrizes, que ocorre naturalmente na maioria das pessoas, nestes casos está deficiente.
Conheça a diferença
Qualquer região agredida do corpo pode apresentar uma cicatriz inestética no local. As cicatrizes são o resultado do mecanismo de proteção para o fechamento das feridas.
Elas são consideradas Hipertróficas quando se apresentam mais elevadas, largas ou espessas do que o esperado. Seu tamanho corresponde exatamente ao da lesão.
Os Queloides se iniciam como placas rosadas ou vermelhas, firmes, bem definidas e de consistência elástica. Durante muitos meses, a diferenciação em relação às Cicatrizes Hipertróficas pode ser difícil. Posteriormente, o crescimento excessivo e descontrolado faz com que a cicatriz fique além dos limites da lesão original, apresente-se lisa e com consistência rígida.
Sintomas
Muitas pessoas reclamam de dor e hipersensibilidade no local, mas a principal queixa é o prurido (coceira).
E agora, como tratar?
As Cicatrizes Hipertróficas geralmente não exigem tratamento e quase sempre se resolvem espontaneamente em seis a 12 meses. Respondem, entretanto, ao uso de corticoides aplicados dentro da lesão. Em alguns casos, podemos retirar parte da lesão, tomando o cuidado para não permitir tensão no local.
Já nos Queloides, devemos evitar operar os pacientes com tendência a formá-los, mas quando é necessário, utilizamos técnicas rigorosas de assepsia e tensão mínima na ferida. As lesões maiores ou localizadas em áreas adequadas podem ser retiradas parcialmente e tratadas com radioterapia (betaterapia).
A injeção de substâncias conhecidas como corticoides produz excelentes resultados e é o tratamento de escolha. Utilizamos a triancinolona (40 mg/ml), injetada em intervalos de três semanas. Podem ser necessárias múltiplas aplicações durante meses.
Há certa dificuldade inicial em se injetar o medicamento devido à rigidez das lesões. À medida que se tornam mais amolecidas, a aplicação se torna mais fácil.
Lesões pequenas (menores de 5 cm) podem responder à criocirurgia com nitrogênio líquido repetida a cada duas a três semanas.
Uso de fitas de silicone, durante cerca de 18 horas por dia, promove uma maior hidratação nas lesões e favorece sua redução.
Podemos utilizar substâncias, como ácido retinóico em creme, duas vezes ao dia, durante alguns meses. Ele se mostrou eficaz em casos de difícil solução com as terapias já citadas.
Perguntas e respostas
Um Queloide é um caso especial de cicatriz. Como desordem fibroproliferativa, são lesões fibroelásticas, salientes, rosadas, avermelhadas ou escuras e às vezes brilhantes. Podem ocorrer na cicatrização de qualquer lesão da pele.
Podem ocorrer igualmente em ambos sexos, embora seja relatada a maior incidência (quase o dobro, isto é, 1,8:1) entre jovens do sexo feminino.
Sim, principalmente em lóbulo de orelha (onde colocamos os brincos), região de ombro e na região esternal (entre as mamas). Devemos evitar ao máximo a realização de cirurgias nestes locais.
Queloides são difíceis de erradicar e, quando retirados cirurgicamente, voltam em 100% dos casos se nenhuma terapia complementar for usada.
Após a retirada do Queloide, podemos usar betaterapia (um tipo de radioterapia localizada), aplicação de triancinolona injetável e placa de silicone para hidratação do local.
Depois de tratado, com cirurgia e/ou terapia complementar, a lesão pode voltar. Por isso, deve-se observar a área, ou qualquer lesão sofrida com muito rigor e se houver sinais de retorno, procure um especialista.
Resumo
Correção de Cicatriz.
Não há área especifica. Qualquer área com depressão, cicatrizes e/ou celulite, inicialmente, pode ser tratada.
Não há.
Exames laboratoriais e cardiológicos
Local, na maioria dos casos.
1 hora.
Não é necessário internação; o procedimento é ambulatorial.
No local onde já existe.
Hidratação enquanto estiver com pontos e cuidado com tensão excessiva sobre a área operada.
Cerca de 2 semanas para que todos os pontos sejam retirados. Retorno às atividades laborais na primeira semana.
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