Queloide: saiba tudo sobre remoção de queloide

Autor: Dr. Vitor Nunes, 13/05/2022

Deseja realizar uma cirurgia plástica, mas tem medo da cicatrização se tornar queloide? Saiba tudo sobre o assunto!

A cicatrização é um processo fundamental para manter a integridade do corpo humano. Quando ocorre um trauma, uma escoriação, área queimada ou uma cirurgia de pele, uma série de processos orgânicos ocorre no local para tentar recuperar o tecido que foi lesado.

São vários fatores que influenciam no tipo de cicatriz que será formada, não necessariamente o queloide. Fatores relacionados ao próprio paciente, a localização da cicatriz, o tipo de lesão que produziu o trauma na pele e a evolução do processo de cicatrização, que passará sempre pelas mesmas fases independentemente da sua causa determinante. O aspecto da cicatriz também dependerá da localização, cor, textura, comprimento, largura e profundidade. Alguns locais do corpo caracteristicamente apresentam forte tendência em formar cicatrizes mais evidentes e inestéticas.

O queloide é decorrente de um crescimento anormal de tecido cicatricial que se forma nesses locais de traumatismo. É uma alteração benigna, dessa forma, sem risco para a saúde, na qual ocorre uma perda dos mecanismos de controle que normalmente regulam o equilíbrio do reparo e regeneração de tecidos. O queloide pode afetar igualmente homens e mulheres, embora exista uma maior incidência em mulheres. Indivíduos com pigmentação mais escura, pessoas negras e pessoas asiáticas são mais propensos a desenvolver queloides, pois nesses indivíduos há uma proliferação de fibroblastos e colágeno de forma exagerada. Esses fibroblastos são células que reparam e produzem o colágeno para que as feridas se cicatrizem.

O queloide pode ser causado por qualquer lesão que tenha o processo de cicatrização. Algumas pessoas podem desenvolver um queloide após furar a orelha para colocar brincos e piercings ou mesmo apenas no trauma da tatuagem.

Porém, em algumas situações a cicatriz sofre uma anomalia no processo de cicatrização e acaba ficando mais avermelhada e com alto-relevo, ficando também muitas vezes dura e grossa.

Outra característica do queloide que o diferencia de cicatriz hipertrófica, é que o queloide não se limita apenas a área lesionada, e muitas vezes invade as áreas saudáveis da pele que ficam ao redor da ferida, podendo até mesmo se expandir ao longo dos anos de maneira gradual.

Sua formação acontece normalmente de 3 a 4 semanas após o processo de cicatrização se iniciar, e pode surgir depois dos 3 e 4 meses em quadros específicos.

Quais as causas da formação do Queloide?

fonte: https://www.fisioderme.com.br/

O queloide é uma alteração na pele que pode ocorrer em qualquer parte do corpo em que há ferimentos já cicatrizados como acnes, cortes cirúrgicos, queimaduras, escoriações, furos na orelha, piercing, tatuagens, dentre outras.

Os queloides se formam quando o corpo não consegue parar de produzir colágeno durante a cicatrização. Normalmente, o corpo sabe quando parar este processo, mas algumas pessoas são geneticamente pré-dispostas a esse crescimento exacerbado, resultando em uma cicatriz que é espessa, elevada e extensa, ultrapassando todo o limite da lesão inicial. Apesar disso, não existe uma causa direta para a anomalia na cicatrização, depende muito da individualidade de cada um.

Sintomas do Queloide

O principal sintoma do queloide é o estético, que muitas vezes afeta psicologicamente o indivíduo. É uma lesão que apresenta irregularidades, protuberâncias e endurecimentos com superfície mais avermelhada e/ou escura do que o restante da pele.

Embora não seja comum a presença de dor, alguns pacientes relatam um certo desconforto quando tecidos acabam encostando na cicatriz.

Há exceções em alguns casos, que apresentam queixas de dor, prurido ou uma sensação de queimação ao redor da cicatriz. A depender do local afetado também pode ocorrer limitação do movimento ou dor na movimentação. Um queloide que cobre uma área extensa ou se localiza em áreas expostas pode causar grande desconforto físico e psicológico, sendo um dos grandes desafios ao tratamento.

A cirurgia plástica tem um grande arsenal técnico para melhoria de cicatrizes. O especialista poderá utilizar procedimentos cirúrgicos isolados ou combinados entre si. Os mais comuns são revisão cirúrgica da cicatriz, dermabrasão, preenchimento, micro enxertos, criocirurgia e infiltração de corticosteroide.

Remoção de Queloide

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A cirurgia plástica é um grande aliado técnico para a melhoria de cicatrizes. O especialista poderá utilizar procedimentos cirúrgicos isolados ou combinados entre si. Atualmente existem vários tratamentos clínicos e cirúrgicos que apresentam bons resultados estéticos e no controle dos sintomas.

Estes tratamentos podem ser clínicos não invasivos, baseados nas placas de silicone, injeção de corticoide, betaterapia, radioterapia e terapia com elétron. Tudo isso, de acordo com o caso, pode gerar um refinamento da cicatriz, melhora da dor e prurido, além dos outros sintomas quando presentes.

A placa de silicone é uma das terapias mais utilizadas para o tratamento de queloides. Consiste em aplicar uma placa de gel de silicone sobre o queloide, exercendo pressão suave e constante na área. Esse método pode ajudar a “amaciar” o tecido cicatricial, além de reduzir a vermelhidão. A placa de silicone geralmente é usada continuamente por várias semanas ou meses para obter melhores resultados.

A injeção de corticoide é outra opção comum para o tratamento de queloides, ​​é injetado diretamente no queloide. O corticoide ajuda a reduzir a inflamação, inibe a formação excessiva de tecido cicatricial e pode ajudar a diminuir o tamanho do queloide. Esse tratamento geralmente requer várias sessões, com intervalos de algumas semanas entre elas.

A betaterapia é uma forma de radioterapia superficial que envolve uma aplicação controlada de radiação beta no queloide. A radiação ajuda a diminuir a produção de células do tecido cicatricial, assim como o tamanho do queloide. A betaterapia é um procedimento ambulatorial e não requer hospitalização. No entanto, é importante realizar um planejamento adequado para garantir a precisão do tratamento.

A radioterapia tradicional também pode ser usada para tratar queloides. Envolve a aplicação de radiação de alta energia diretamente na área exposta. A radiação danifica as células do tecido cicatricial, acomodando assim o tamanho do queloide. A radioterapia é geralmente utilizada em casos em que outros tratamentos não foram eficazes ou quando o queloide reapareceu após a remoção.

A terapia com elétron é um tratamento de radiação mais recente que mostra promessa no tratamento de queloides. Ela utiliza elétrons de alta energia para atingir seletivamente o queloide, preservando os tecidos ao redor. Essa terapia tem a vantagem de minimizar os efeitos colaterais em comparação com a radioterapia tradicional.

A remoção cirúrgica é usada para formações mais amplas. A técnica pode empregar um bisturi, bisturi elétrico ou laser. Às vezes, a remoção cirúrgica é a única possibilidade, mas deve-se levar em conta que os fatores que originaram o primeiro queloide ainda estão ativos e, portanto, ele pode se formar novamente.

A cirurgia é considerada a última opção para a remoção do queloide, isso porque há o risco da formação de novas cicatrizes ou até mesmo piorar a queloide já existente. Esse tipo de cirurgia é indicado quando os tratamentos estéticos não funcionam, como curativo de silicone e uso de pomadas, por exemplo.

Em grande parte dos casos, a nova cicatriz acaba ficando menor e mais regular em comparação à cicatriz que acabou desenvolvendo a queloide, mas é importante tentar outros tipos de tratamento antes de partir para a cirurgia para tentar solucionar o problema sem precisar de um tratamento tão invasivo.

A cirurgia plástica para corrigir uma cicatriz tem o intuito de reparar alterações na cicatrização de uma ferida em qualquer parte do corpo, por um corte, queimadura ou por uma cirurgia prévia, como uma cesariana ou apendicectomia, por exemplo.

O procedimento realizado para remover a cicatriz depende do tipo, tamanho, localização e gravidade da cicatriz, e é escolhido pelo cirurgião plástico de acordo com as necessidades e a tendência de cicatrização de cada pessoa, podendo usar técnicas que utilizam cortes, remoção ou reorientação de partes da pele afetada.

Tipos de cirurgia para remoção de queloide

Para o tratamento de queloides há opção de fazer a ressecção intralesional através da retirada de fuso de cicatriz dentro da lesão, diminuindo sua largura e espessura, diminuindo o risco de criar novas lesões. Além dessa técnica, há possibilidade de reorientação das cicatrizes, como a Z-Plastia e W-plastia.

– Z-plastia (Zetaplastia): é a mais popular para revisão de cicatrizes. Consiste na realização de novas incisões de cada lado da cicatriz antiga e criação de pequenos retalhos triangulares. Há reorientação dos retalhos para cobrir a ferida, criando-se um “Z” ou “zig-zag”. Está indicada para reposicionar e alongar cicatrizes tais como bridas em articulações, cicatrizes contrárias às linhas de menor tensão (exemplos: cicatrizes longitudinais em membros).

Existem variações da Z-plastia, como a Meia Z-Plastia, quando a pele adjacente de um dos lados da cicatriz é elástica e do outro não.

– W-plastia: é indicada para áreas planas, e o triângulo da z-plastia e colocado como um enxerto. Consiste na retirada da cicatriz antiga com fechamento da ferida com linhas quebradas. Está recomendada em cicatrizes largas ou com marcas de pontos parecendo trilhos de trem, para dissipar as forças de contratura e prevenir novas retrações cicatriciais.

Ainda há outras cirurgias para o tratamento de queloide como a S-plastia, para o tratamento de cicatrizes contraídas ovais; V-Y e avanço tipo V-Y, em casos de pequenas cicatrizes contraída.

Cada caso é diferente é individual e deve ser avaliado conforme a necessidade, por isso, entrar em contato com um médico cirurgião plástico é imprescindível.

Como é a recuperação do tratamento cirúrgico de Queloide?

Após a cirurgia, podem ser notados o inchaço e vermelhidão do local, por isso, o resultado do procedimento começa a ser visto apenas após algumas semanas, e a total cicatrização pode levar meses e, até, 1 ano para se completar.

No período de recuperação, é recomendado evitar atividades físicas intensas, não se expor ao sol durante 30 dias, uso de filtro solar.

Além disso, pode ser recomendado outros tratamentos tópicos como aplicar placas de silicone, passar pomadas cicatrizantes ou fazer curativos compressivos.

Esse texto traz informações gerais acerca do Queloide, porém é necessário o agendamento de uma consulta individualizada com um médico cirurgião plástico para melhor avaliação de cada caso. Agende uma consulta especializada e esclareça todas as dúvidas.


Dr Vitor Nunes

Cirurgião Plástico
RQE 92622
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