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Espanha volta ao Maracanã após 63 anos e com expectativa de goleada

Rafael Plaisant20 de junho de 2013

Mais de seis décadas depois ser derrotada pelo Brasil no Rio, atual campeã mundial enfrenta o Taiti, que busca evitar goleada histórica. Dos dois lados, jogadores não escondem sonho de jogar no lendário estádio.

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Foto: Getty Images

Após mais de seis décadas, a Espanha volta nesta quinta-feira (20/07) pela primeira vez ao Rio de Janeiro, cidade de onde, em plena Copa de 1950, saiu goleada por 6 a 1 pelo Brasil. E, apesar de o discurso dos jogadores ser outro, a pergunta que se faz não é sobre se o retorno será com vitória, mas sim de quanto será a goleada. Diante da atual campeã mundial estará o Taiti – número 138 no ranking da Fifa e cujos 180 mil habitantes caberiam naquele Maracanã de 63 anos atrás.

Após a estreia com vitória sobre o Uruguai, o dilema do técnico Vicente Del Bosque nesta segunda rodada do grupo B da Copa das Confederações está entre poupar parte do time titular, já desgastado ao fim da temporada europeia, ou atender ao desejo de alguns jogadores, que não escondem ter como sonho atuar no Maracanã.

"O Maracanã é um estádio muito especial, do qual ouvimos falar desde sempre", confessou o atacante Pedro, autor de um dos gols da vitória de 2 a 1 sobre o Uruguai, na primeira partida das duas equipes na Copa das Confederações. "Será muito especial e muito bonito jogar no Maracanã."

Os jogadores evitam o assunto, mas a imprensa espanhola já fala da partida mirando recordes. E em campo, nesta quinta-feira, estarão vários que podem ser batidos. Um deles, que parece mais ao alcance, é o de maior goleada da Copa das Confederações: 8 a 2, cravada pelo Brasil sobre a Arábia Saudita em 1999.

Confed Cup 2013 Tahiti Tor Jubel
Taitianos comemoram o gol histórico marcado na derrota por 6 a 1 contra a NigériaFoto: picture alliance / Photoshot

Outro recorde seria o de maior goleada do Maracanã, que pertence ao Flamengo (12 a 2 sobre o São Cristovão em 1956). Um pouco mais difícil para a Espanha será quebrar a melhor marca de sua história (13 a 0 sobre a Bulgária em 1933) e, bem mais complicado, o placar mais elástico já visto numa partida entre seleções (31 a 0 da Austrália contra Samoa Americana em 2001).

"Vamos ver quem vai jogar, mas temos que mostrar respeito. Gols são secundários. Chegarão com a nossa filosofia de jogo", disse o atacante Soldado à imprensa espanhola. "Mas o sonho, compartilhado por todos os jogadores, é levantar a taça. E seria ainda mais especial se for contra o Brasil, no Maracanã."

Com apenas um jogador profissional no elenco, os taitianos têm expectativas bem mais modestas. "Nosso sonho mais delirante seria fazer um gol", reconheceu o técnico Eddy Etaeta, no desembarque no Brasil. O objetivo foi alcançado na derrota por 6 a 1 para a Nigéria e rendeu até uma ligação do presidente. "Até o presidente suspendeu uma reunião ministerial para nos enviar uma mensagem", contou o treinador.

Se, para a Espanha, jogar a Copa das Confederações é a busca pelo único grande título internacional que a maior geração de jogadores de sua história ainda não têm, para o Taiti disputar o torneio por si só já é uma realização. E nesta quinta-feira, pelo menos até o apito inicial, não será apenas o duelo entre uma seleção de 1,8 bilhão de reais e uma de 7 milhões, mas entre jogadores que jamais pisaram num dos estádios mais míticos do futebol mundial.

Confed Cup 2013 Spanien Iker Casillas
Iker Casillas treina em São Januário: goleiro pode dar lugar a Victor Valdés contra o TaitiFoto: Getty Images

"É difícil descrever o que estamos sentindo", disse Nicolas Vallar, capitão do Taiti. "Se fizer um gol, vou pedir substituição e voltar para o Taiti. Vou virar estrela."

Prováveis escalações:

Espanha: Iker Casillas (Víctor Valdés), César Azpilicueta, Raúl Albiol, Sérgio Ramos e Nacho Monreal; Santiago Cazorla, Javi Martínez, Juan Mata e David Silva; David Villa (Roberto Soldado) e Fernando Torres (Pedro). Técnico: Vicente del Bosque

Taiti: Xavier Samin; Vincent Simon, Teheivarri Ludivion, Nicolas Vallar (Stephane Faatiarau) e Jonathan Tehau; Henri Caroine, Heimano Bourebare, Marama Vahirua, Alvin Tehau e Ricky Aitamai; Steevy Chong Hue. Técnico: Eddy Etaeta

Local

Maracanã – Rio de Janeiro

Árbitro

Djamel Haimoudi, auxiliado por Abdelhak Etchiali (Argélia) e Redouane Achik (Marrocos).

Destaques

Espanha

Sérgio Ramos: Aos 27 anos, o zagueiro vive ótima fase e pode ser o único titular contra o Taiti. Está desde 2005 no Real Madrid, e hoje é um dos líderes do time e da seleção espanhola.

Taiti

Jonathan Tehau: Caminhoneiro de profissão, o zagueiro foi o autor do gol histórico contra a Nigéria – façanha comemorada como título por jogadores e torcedores. No Twitter, a federação taitiana, reproduzindo uma mensagem de um torcedor, chegou a brincar: "Tehau é melhor que Sérgio Ramos".

Retrospecto

As duas seleções jamais se enfrentaram.

Curiosidade

Nas bolsas de apostas europeias, a Espanha é a favorita a levar o título. As casas pagam em média 11 euros para cada 8 apostados. Já o Taiti é o azarão: para cada euro jogado, o apostador pode levar até 25 mil.