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Nova série da ESPN: A vida de Dudu Monsanto, o jornalista que virou presidente de um time de futebol

Reprodução ESPN

Ele tem como profissão o jornalismo.

É narrador desde os 16 anos de idade quando seu pai, o engenheiro Marcos Falconi, montou na lavanderia de casa uma estação de rádio para que o filho, irmãos e amigos pudessem brincar com a comunicação.

Mas a brincadeira ficou séria.

Eduardo Monsanto, o Dudu, foi estudar jornalismo e, em um canal de televisão de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, iniciou a carreira como narrador e apresentador.

O Serrano Football Club sempre esteve ligado à sua trajetória. Desde os tempos em que tinha cinco anos de idade, quando o avô Jayme o levava para assistir aos jogos de um time que, quarenta anos atrás participava da primeira divisão do Campeonato Carioca.

No estádio Atílio Marotti, Dudu narrou seu primeiro jogo para uma emissora de televisão. Aliás, narrou os dois gols da vitória do Serrano contra o CFZ, de Zico, em 2000. Tem até hoje na memória e no YouTube os dois gols marcados por Alex Arruda, um atacante que 15 anos mais tarde o destino novamente colocou em seu caminho.

A história de um Presidente

Dudu Monsanto sempre foi um jornalista inquieto, fuçador e inconformado com a rotina profissional.

Tanto que depois da Copa de 2014, no Brasil, decidiu estudar o esporte que ele tanto reportou.

Foi fazer um curso de gestão esportiva na Universidade do Futebol, queria entender o outro lado do balcão para assim poder passar nos programas de televisão o conteúdo didático que poucos jornalistas esportivos são capazes de passar ou até mesmo entender.

Foi aí que Dudu foi picado pelo mosquito da gestão esportiva.

No trabalho de conclusão de curso, teve como objetivo final a missão de desenvolver um projeto para uma agremiação que estivesse passando por dificuldades.

E o clique veio rápido à cabeça.

Por que não desenvolver um plano para salvar o clube de sua cidade, o time do seu coração?

Era a fome com a vontade de comer.

Afinal, era o ano do centenário do Serrano que nem time profissional tinha para disputar a terceira divisão do Rio.

É aqui que começa a nossa série de reportagens especiais com quatro capítulos, com o nome de Dudu, o Presidente.

Reportagem da vida real

A série vai retratar como é a vida de um jornalista que, de longe, a 500 quilômetros de distância, faz a gestão de um time que sonha chegar à primeira divisão.

São histórias reais, sem filtro, sem marketing, sem corporativismo.

Foram dez dias de gravações, desde a preparação do time, uma semana antes da estreia na Série B1 do Campeonato Carioca até o tão esperado dia do jogo contra o Duque de Caxias, fora de casa, na Baixada Fluminense, em Xerém, no estádio Marrentão.

As dificuldades de uma pré-temporada.

Os telefonemas de Dudu para convencer e trazer jogadores de respeito para jogarem no Serrano.

A busca incansável por patrocinadores.

O dia em que a mulher de Dudu, a jornalista Olívia Freitas, descobriu que o marido tinha usado as economias do casal para pagar os jogadores que estavam com seus salários atrasados.

A tropa que encampou o projeto e que vestiu a camisa em prol de uma causa coletiva.

Personagens de uma vida real de um futebol que não está nos holofotes da mídia.

Jogadores como Marlos e Arthur, jovens atletas criados na base do time que foram parar na cadeia por causa de drogas e más amizades.

A saga de Foguete, o homem mais rápido da equipe, que desenvolveu técnicas próprias de treinamento subindo e descendo escadas no morro da comunidade com um paraquedas nas costas.

Em nome do pai, Marcelo Macedo, o único jogador a marcar quatro gols no Flamengo em um jogo oficial, vai contar porque decidiu encerrar a carreira no Serrano.

As contratações mais inusitadas, como as de Índio e de Marcelo Régis, o carrasco de times grandes.

Como é a rotina de um gerente de futebol da segunda divisão? Vamos desvendar a vida de Alex Arruda, o artilheiro do passado que virou o braço direito, esquerdo e os olhos de Dudu. Vamos mostrar como o gerente de futebol montou o escritório no próprio quarto onde dorme com a esposa. E como Alex conseguiu convencer a mãe a cozinhar para o time e a esposa a cuidar da saúde de todos os jogadores.

Uma palestra do ex-atacante Adil sobre os problemas com o álcool e com as drogas no futebol.

Uma aula de arbitragem com o comentarista dos canais ESPN Sálvio Spínola.

Um jogo-treino com os Pérolas Negras, um time de refugiados haitianos que deram uma verdadeira canseira no “Leão da Serra”.

As histórias dos profissionais da comissão técnica, alguns trabalham como voluntários, outros são obrigados a manterem seus empregos, fora do clube, como ganha pão.

A série apresentará imagens espetaculares de treinos e depoimentos que ajudarão a refletir sobre a resistência do futebol brasileiro por meio de clubes como o Serrano, que aos poucos estão morrendo.

Como se faz para montar um time competitivo com uma folha mensal de apenas R$ 50 mil.

E como aprender com os erros e os acertos de um presidente que sonha com a vitória do coletivo, que luta para resgatar vidas, carreiras e trajetórias.

Como vai terminar essa história?

Você terá de assistir aos quatro capítulos da série: “Dudu, o Presidente”, que estará disponível no WatchESPN, a partir do dia 3 de setembro, e na ESPN Brasil nos dias 2, 3, 4 e 5 de outubro, uma semana antes do primeiro turno das eleições no Brasil para presidente e governadores.

Aliás, a série também pode despertar em todos nós a sensibilidade e a responsabilidade na hora em que formos exercer o papel de cidadão diante das urnas.