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Copa das Confederações 2005: com derrota e vaga no saldo, veja campanha do Brasil além da final

A Copa das Confederações de 2005 virou uma referência para o torcedor quando o assunto é seleção brasileira. A cada atuação ruim, convocação questionável ou derrota em jogo importante, vem alguém para apontar o dedo e lembrar do título conquistado sobre a Argentina, do quadrado mágico, da junção de craques da época em prol da camisa amarela.

Só que reforçar essa imagem mostra, além de saudosismo, uma falta de memória do que realmente foi aquele torneio, que não se resume apenas à goleada na final. Vencer a maior rival por 4 a 1 foi, talvez, o único momento de bom futebol que aquele time de 2005 apresentou na Copa das Confederações.

Basta lembrar o contexto da época e o que foi a competição. O Brasil viajou à Alemanha após derrota por 3 a 1 para a própria Argentina, líder e única das eliminatórias sul-americanas com vaga já garantida na Copa do Mundo de 2006. A equipe de Carlos Alberto Parreira, quatro pontos atrás da rival, mais oscilava do que brilhava.

Sem Cafu, Roberto Carlos e Ronaldo, a seleção começou a Copa das Confederações com vitória categória sobre a Grécia: 3 a 0, gols de Adriano, a cinco minutos do fim do primeiro tempo, Robinho e Juninho Pernambucano, na etapa final.

O ponto mais baixo foi na segunda rodada, quando o Brasil perdeu para o México por 1 a 0, gol do artilheiro Javier Borgetti. Assim, chegou à última rodada empatado em pontos com o Japão e correndo risco de ser eliminado ainda na fase de grupos - algo que já tinha acontecido no mesmo torneio, em 2003.

A classificação veio, mas com drama: 2 a 2 contra o Japão na época dirigido por Zico, que só não eliminou Parreira e companhia pelo saldo de gols. Assim, por ter dois gols a mais no cômputo geral, a seleção brasileira avançou em segundo do grupo e foi pegar a anfitriã Alemanha, de Jurgen Klinsmann.

Na semifinal, mais dureza. Adriano colocou o Brasil em vantagem, mas Podolski empatou. Ainda no primeiro tempo, Ronaldinho Gaúcho fez o segundo, de pênalti, só que Ballack igualou na mesma moeda. Coube ao Imperador, a 14 minutos do fim do jogo, o status de herói.

Só então que o Brasil desabrochou e atingiu o ápice, ao golear a Argentina por 4 a 1, gols de Adriano (dois), Kaká e Ronaldinho Gaúcho. Com o troféu em mãos após um "chocolate" sobre a principal rival, a seleção fechou a campanha em alta e deu a sensação de que estava pronta para a Copa de 2006. Não estava.

O fenômeno se repetiu em outras edições, aliás. Em 2009 e 2013, o Brasil também patinou no início da Copa das Confederações, classificou-se com emoção e faturou a taça com atuações memoráveis, contra Estados Unidos (o time de Dunga virou um 2 a 0 contra para 3 a 2 a favor) e Espanha (aquele 3 a 0 da equipe de Luiz Felipe Scolari sobre os atuais campeões do mundo).

Por isso, quando alguém lembrar com tanta saudade do que foi aquele time de 2005, lembre-se: nem só da final viveu aquela seleção.