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Desculpe a poeira - Sugestões de leituras e outros achados

Sobre Alina Fernández, a filha de Fidel

Por Ricardo Lombardi
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"Na noite de 19 de dezembro de 1993, uma espanhola espalhafatosa cruzou os severíssimos controles do aeroporto José Martí, em Havana, e, envolta num espesso halo de Chanel nº 5, embarcou rumo à Europa. Horas mais tarde, quando o avião da Iberia pousou em Madri, soube-se que a moça não era, de seu natural, tão espalhafatosa assim, e muito menos espanhola. Tratava-se da ex-modelo cubana Alina Fernández Revuelta -- ninguém menos que a filha de Fidel Castro (há outros sete, todos varões, apenas um 'oficial', o primogênito Fidelito), fruto da escaramuça galante que o futuro guerrilheiro viveu, ainda imberbe, entre o cárcere e a Sierra Maestra, nos braços de Natalia 'Naty' Revuelta, bela e rica mulher casada de Havana.

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Finalmente liberta da nuvem de perfume, das inumeráveis demãos de maquiagem, das botas bege, do sobretudo marrom e da encachoeirada peruca, sobre a qual depositara, qual cereja sobre pudim, um absurdo boné, Alina, rompida com o pai desde os 26 anos, iniciava sua vida de exilada, que dura até hoje. Algum tempo depois, em aflições bancárias, ela aceitaria despir roupas mais convencionais -- e posar nua, ante as lentes de J. R. Duran, para a edição brasileira da revista Playboy, num episódio que aqui se vai contar pela primeira vez.

O autor destas linhas tem algo a ver com a história, pois era, à época, redator-chefe da publicação. Dirigida então por um dos melhores jornalistas do país, Ricardo A. Setti, a revista volta e meia retomava fatos e personagens que a imprensa tem o mau hábito de abandonar pelo caminho tão logo arrefece o impacto inicial da notícia. Foi assim com a filha de Fidel, logo esquecida pela mídia que dela se ocupara na estrepitosa chegada a Madri. Que fim levou Alina? -- perguntou o Setti, aí por novembro de 1994. Decidi investigar e, ao cabo de várias semanas, consegui localizá-la nos Estados Unidos. Não em Miami, destino óbvio dos exilados cubanos, mas em Columbus, Geórgia. Foi necessário um tempo, além de muita paciência, para trazê-la ao telefone -- e mais ainda para convencê-la a me receber. Para lá me mandei, em fevereiro de 1995, com a dupla missão de escrever uma reportagem (que seria publicada em abril, sob o título A filha do homem) e, no embalo, perguntar se ela topava posar para a revista." (Leia a matéria completa aqui).

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