Quando o assunto é futebol, Francielle Pontes, 23, e Jonathan Leite, 24, jogam em campos opostos, mas sempre com bom humor, com direito a chacotas nas redes sociais
Quando o assunto é futebol, Francielle Pontes, 23, e Jonathan Leite, 24, jogam em campos opostos, mas sempre com bom humor, com direito a chacotas nas redes sociais | Foto: Anderson Coelho



Diz o ditado que futebol, política e religião não se discute, mas e quando o parceiro é justamente torcedor do time rival? Francielle Teixeira Pontes, 23, psicóloga, e Jonathan Marcelino Leite, 24, projetista, namoram há seis anos e têm vários objetivos de vida em comum, tanto que estão noivos e planejam uma vida juntos. Já quando se fala em esporte, eles jogam em campos opostos.

Nascida em uma família de palmeirenses, ela brinca que desde pequena sabia que iria torcer para o mesmo time da família. Já ele, torcedor do Corinthians, afirma que até negocia várias coisas com a namorada, porém, mudar de time está fora de cogitação. Ela, claro, tem a mesma opinião.

"Sofro uma pressão, mas não dá. Outras coisas a gente até negocia, pode ceder. Por exemplo, eu fiz balé por muitos anos. Quando ele sugeriu que fizéssemos muay thai eu fui meio resistente, mas fui. Já faz três anos e gosto. E quando vou às apresentações de balé, ele vai junto", diz a psicóloga.

A eventual derrota do time adversário é motivo para chacota do parceiro, inclusive nas redes sociais. A última vez que os times se enfrentaram, o casal foi ao shopping assistir. Se no começo do jogo ele teve que torcer em silêncio, por estar em minoria, após a vitória do Corinthians foi a vez dela se recolher. "Tirei uma foto e coloquei no Instagram, dizendo 'a cara da derrota'", conta ele rindo.

Pontes diz que até faz companhia para o namorado quando o jogo é do time dele, mas acaba dormindo ou torce contra. "Prefiro que ela durma", se diverte ele.

Apesar da preferência de cada um por times adversários, eles concordam ao dizer que levam a rivalidade mais como uma forma de brincadeira do que como uma oposição real, já que ambos são bastante bem-humorados. "Não ficamos sem nos falar por causa disso, nem somos torcedores fanáticos, não deixamos de ir a algum compromisso ou fazer algo por causa de jogo. Brincamos sobre o futebol, não é algo sério", garante ele. "No fim das contas a gente torce para o Brasil", complementa ela.

No dia a dia, pequenas preferências denotam outras diferenças entre o casal, que segue negociando, conversando e cedendo. "Ele gosta de sertanejo, eu curto rock. Não sei quem está cantando, mas ouço, agora que estou ficando mais a par de quem são os cantores. Eu só dirijo carro e ele, só moto. Também estamos em lados opostos na profissão, já que eu sou de humanas e ele, de exatas. Mas temos várias coisas em comum, como a mesma religião e a vontade de formar uma família."

'O não julgar é fundamental'

Um dos programas mais apreciados pelos casais é sair para jantar. Mas e quando um deles é vegetariano? Para a jornalista Tatiana Ribeiro, 29, e o psicólogo Amauri Pereira, 25, isso não é um problema.

Juntos há cinco meses, ela conta que deixou de comer carne há cerca de três anos. Já ele tentou fazer o mesmo, mas ainda não conseguiu. "Por causa da rotina não consegui, mas é uma coisa que pretendo trabalhar. Saímos bastante para comer e sempre buscamos opções vegetarianas, mas também já a chamei para comer em restaurante vegetariano porque gosto da gastronomia. Se não tiver carne, para mim, sem problemas", diz ele, acrescentando que sente falta de opções "veggies" mais elaboradas em alguns estabelecimentos.

Ribeiro também não se importa em ir a uma churrascaria, caso esse seja o desejo do namorado, porém, nada de cozinhar carne em casa. "Hoje tem muitas opções nas churrascarias. Mas tenho pavor de mexer com carne. Não cozinhamos muito em casa, até porque moramos separados, mas acho que se um dia ele quiser comer carne, vai ter que fazer."

Outro ponto de divergência entre o casal, segundo ela, é a astrologia. Enquanto ela gosta de ler e pesquisar sobre o assunto, ele é mais cético e tem sua linha de pensamento mais voltada para a psicologia e psicanálise. "Faz pouco tempo (de namoro), mas estamos conseguindo nos virar bem nessas questões. Essa diferença faz com que a gente entre em contato com o que é estranho um para o outro e de certa forma isso vai construindo, surge algo bom, é uma troca. Essas diferenças são muito construtivas", garante Pereira.

Conversar bastante e ter flexibilidade para entender o outro são pontos positivos no relacionamento, segundo a jornalista. "Algo que gosto muito na relação é que não temos isso de querer ter razão, de provar para o outro que está certo. Acho que por isso dão certo as escolhas que fazemos."

"Nunca alguém vai ser igual ao outro, mas essa abertura, o não julgar, é fundamental no nosso relacionamento e abre possibilidade de crescer cada vez mais, um ajudando o outro", complementa o psicólogo.