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Tânia precisa ser amparada ao final da prova na Alemanha. Calor e baixa umidade literalmente derrubaram atleta paranaense | Wolfgang Rattay / Reuters
Tânia precisa ser amparada ao final da prova na Alemanha. Calor e baixa umidade literalmente derrubaram atleta paranaense| Foto: Wolfgang Rattay / Reuters
  • Tânia nas Olimpíadas de Pequim

À primeira vista a 20ª posição em uma competição de marcha atlética não chama muito a atenção. Entretanto, para a paranaense Tânia Spindler a conquista obtida no último fim de semana, no Campeonato Mundial de Atletismo realizado em Berlim, na Alemanha, representa o melhor momento de sua carreira. Nascida em Palotina, região Oeste do Paraná, a atleta de 32 anos superou os próprios limites, o calor e a baixa umidade da capital alemã para se tornar uma das 20 melhores do mundo entre 52 competidoras.

"Começamos a prova com 27 graus, mais logo a temperatura subiu para 34. Mas esse não foi o maior problema, pois a umidade do ar estava muito baixa (22%), o que já é considerado perigoso para a saúde de qualquer um", explicou Tânia, por e-mail, à Gazeta do Povo.

O calor não prejudicou apenas a brasileira, que desmaiou ao ultrapassar a linha de chegada. Todas as marchadoras fizeram de dois a quatro minutos acima de suas melhores marcas pessoais.

Apesar de ter feito toda a aclimatação na cidade de San Moritz, na Suiça, as condições climática de Berlim realmente surpreenderam a brasileira. Não tanto quanto o bom resultado obtido. Se o desempenho da paranaense na Olimpíada de Pequim servir como base de comparação – na China Tânia terminou na 37ª colocação –, a evolução foi evidente.

"Mesmo chegando na 20ª colocação fiquei muito feliz, pois senti uma evolução. No último Mundial eu fiquei literalmente nas últimas. Agora sou uma das 20 melhores do mundo".

Crente de que está chegando ao seu melhor momento na carreira, Tânia deve descansar o restante da temporada. Em 2010 trabalho não vai faltar.

"Competições internacionais importantes só ano que vem. Terei os challengers (em vários países, como Espanha, Portugal, Russia e Irlanda), que irão contar pontos para o índice pan-americano. Em maio também disputo a Copa do Mundo de Marcha Atlética, no México", explicou.

Embora queira conquistar o maior número de troféus, todas as competições e até mesmo os treinos levam a um único objetivo: a medalha na Olimpíada de Londres, em 2012. "Olha... a cada dia que passa e a cada prova que faço, sinto que isso é cada vez mais concreto. Sei que é um trabalho longo e demorado, mas sinto que chegarei bem em Londres. Sei que não é fácil, mas meu sonho é subir ao pódio", disse, confiante.

Migrante por falta de patrocínio

Nascida em Palotina, Tânia iniciou sua vida de atleta na cidade de Goioerê, no Noroeste do Paraná. Hoje residente em São José dos Pinhais, ela treina pela equipe Clkue BM&F Atletismo, de Sao Paulo. "Tenho apoio do governo federal,através do Bolsa Atleta, e o patrocínio de uma escola técnica de Araucária. Tive de buscar outro estado por falta de ajuda no lugar onde nasci", reclamou.

E foi mais longe. "Não adianta nada termos os maiores Jogos Escolares do Brasil se os atletas revelados não tiverem continuidade no treinamento de alto nível. Qual seria o objetivo de iniciar uma criança no esporte se não mantermos uma acompanhamento permanente? Eu me criei nos jogos Escolares, mas hoje sou atleta de outro estado", desabafou.

Por fim, Tânia faz questão de agradecer ao apoio de amigos e de alguns empresários locais. "Conto com a estrutura de algumas empresas de São José, como academia, natação, pilates e fisioterapia". E completa: "Dentista e outros serviços eu faço até permuta. Divulgo o nome e não pago nada. Ainda vou procurar um restaurante, uma escola pros filhos e uma imobiliária", brinca Tânia, encerrando o papo por e-mail no melhor estilo "virtual", com vários "kkkkkkkkkks" de risada.

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