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Tânia chega com sobra na marcha de 20km do Trofpeu Brasil no Rio de Janeiro | Publius Vergilius/CBAt
Tânia chega com sobra na marcha de 20km do Trofpeu Brasil no Rio de Janeiro| Foto: Publius Vergilius/CBAt

Depois de vencer no sábado (6) a prova da marcha atlética de 20km do Troféu Brasil de Atletismo, a paranaense Tânia Spindler revelou à Gazeta do Povo que já pensa no próximo desafio: o Mundial de Atletismo em Berlim, em agosto. Para isso, ela retornou do Rio de Janeiro e já iniciou uma nova etapa treinamentos em Curitiba. "Vou treinar sete vezes por semana para melhorar meu tempo. No Troféu Brasil, no Rio de Janeiro, pisei no freio, pois sabia que já seria o suficiente para garantir uma das vagas no Mundial", disse a atleta que mesmo se poupando estabeleceu o novo recorde do Troféu Brasil com o tempo de 1h37min31s, baixando a marca da pernambucana Cisiane Lopes.

Apesar de não conseguir chegar nem perto do recorde brasileiro (estabelecido pela própria Tânia), a paranaense está animada para o Mundial na Alemanha e Sul–Americano, a partir do dia 19 de junho, no Peru. "Fiquei distante da marca de 1h33.23s, mas foi importante conseguir as vagas nas próximas competições, pois elas dão uma ideia geral do que terei pela frente nas Olimpíadas de 2012", explica a marchista que disputou os Jogos de Pequim-08, chegando na 37ª colocação.

"Acho que fui bem na China, mas posso conseguir mais longe em Londres. Tenho de lapidar o treinamento. Tanto que após o Mundial em agosto, vou para a Suíça fazer treinos específicos de técnica em subida", lembra.

Além de marchar nas pistas, Tânia complementa a preparação com aulas de natação, musculação e pilates. Aos 32 anos, a paranaense nascida em Palotina, na região de Umuarama, no interior do Paraná, sonha com mais duas olimpíadas. "Conto com o apoio integral da minha família para isso. O meu marido é meu treinador e as minhas filhas, Carolina e Maria Vitória, sempre estão comigo. Tem marchistas que atingem o auge da carreira aos 36 anos, isso me anima."

Preocupada com o futuro incerto no esporte pouco conhecido no Brasil, a atleta já sabe o que vai fazer se os planos falharem, ou alguma lesão atrapalhar a carreira. "Sou formada em Educação Física e ainda estou esperando ser chamada em concurso público que fui aprovada.Sei que aqui no Brasil a marcha é pouco divulgada mesmo. "Por exemplo, se você digitar a palavra marcha no Google vão aparecer vários links sobre Marcha do MST", lamenta.

No Brasil, falta de competições prejudica arbitragem

A técnica é a principal qualidade de um bom marchista. A marcha atlética é progressão de passos de maneira que o atleta sempre mantenha contato com o solo com, pelo menos, um dos pés.

A perna que avança tem que estar reta, (ou seja, não pode estar flexionada) desde o momento do primeiro contato com o solo até que se encontre em posição vertical. No Brasil, esporte é pouco divulgado, o que gera dúvidas inclusive na arbitragem. "Os juízes brasileiros não têm muita oportunidade de assistir às provas. Certa vez, fui punida por um movimento correto, que só é entendido por quem vê a marcha toda hora", disse Tânia Spindler. O regulamento estabelece que juízes têm de avisar aos atletas o risco de cometer alguma falta, e para isso utilizam placas amarelas.

O julgamento de marcha, se acontecer, pode excluir participante da prova. "Na Europa o esporte é mais divulgado. Eles consideram a marcha uma das provas mais importantes do atletismo. Porém, no Brasil, ainda estamos caminhando. Precisamos de um período de adaptação para que a arbitragem progrida. Mas é um esporte subjetivo. No futebol os juízes ficam na dúvida nos pênaltis, na marcha a polêmica está nos passos", compara a paranaense. As provas de marcha atlética são disputadas na distância de 20km, feminino, e 20km e 50km masculino.

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