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ESPORTE NO SANGUE

De ex-atleta a treinador da seleção brasileira

De ex-atleta a 
treinador da      seleção brasileira
  • FOTOS/ARQUIVO PESSOAL -

Quem já ouvi a expressão “Esporte no sangue”? Pois bem, a redação do Jornal do Médio Vale (JMV) entrevistou um profissional timboense que tem literalmente o Esporte no sangue. Estamos falando de Sidney Alexandre Reinhold, que foi um atleta que se destacou no salto em altura em Santa Catarina. Natural de Timbó, Sid, como é conhecido, levou o nome da pequena cidade do Médio Vale para o estado todo.

Em entrevista, o esportista conta que “tudo começou no ano de 1997 quando tinha 18 anos e 1,82 metros de altura e fui participar dos Jogos Estudantis. Fui convidado a participar de uma competição representando a Escola Ruy Barbosa de Timbó junto com outros atletas”.

O profissional relata que se inscreveu para participar em algumas modalidades como arremesso de peso, e nos 100 metros, porém, na modalidade de corrida, já tinham muitos inscritos e o professor Ademir Manfrini naquele dia lhe disse: “100 metros já tem muita gente, pessoas até melhores que você tem uma vaga no salto em altura”. “Assim, mesmo sem ter conhecimento do esporte, encarei o desafio. Orientado pelo treinador, sabia que teria que correr e pular por cima de um sarrafo que era colocado em certa altura. Após ter feito alguns saltos, alcancei a marca de 1 metro e 70, e assim recebi a notícia que aquela altura era o recorde catarinense”.

Ali Sid começou a dar seus passos largos na sua brilhante carreira. Por 15 anos ele seguiu na carreira de atleta do salto em altura, representou Timbó, Blumenau e até a cidade de Rio dos Cedros. Falando de competições internacionais, o ex-atleta representou o país no Campeonato Sul Americano, foi campeão brasileiro, conquistou sete títulos consecutivos nos Jogos Abertos de Santa Catarina, uma marca importante para a carreira.


Recorde catarinense

Algumas marcas fazem parte da história na carreira de Sidney Alexandre Reinhold. O profissional lembra com carinho do Campeonato Estadual de Atletismo do ano 2000 na prova do salto em altura, quando alcançou a marca de 2,10m. Existem feitos que ficam na memória, e ele contou com detalhes deste dia: “a cidade era Criciúma, chovia, pista de barro, muito frio”.
Esse salto é o recorde catarinense até hoje, 23 anos depois nenhum atleta conseguiu bater essa marca. O recorde brasileiro é do atleta Jessé Farias de Lima que saltou 2,31m, Sidney foi vice-campeão brasileiro perdendo para Jessé.

O sonho que não se realizou

Saltando alto, Reinhold tinha tudo para conseguir uma vaga para participar das Olimpíadas, e ele tentou, treinou, lutou, mas infelizmente não alcançou o índice para disputar a competição. Não disputou como atleta, pois o sonho foi realizado como treinador.

O profissional encerrou a carreira de atleta no ano de 2013, depois trabalhou como dirigente esportivo na Fundação Municipal de Esportes (FME) em Timbó, e posteriormente conseguiu consolidar a carreira como treinador do Paradesporto. Mas engana-se quem pensa que foi fácil. O ex-atleta se considerava um treinador de divã, que é aquele profissional que tem o conhecimento prático, tinha também um conhecimento acadêmico e com isso, ele achava que já sabia de tudo, podia ficar ali “deitado no divã” até porque Reinhold esteve vivenciando por 15 anos o dia a dia de um atleta, então seria simples passar esses conhecimentos para seus comandados. “Foi em uma competição em Curitiba que vi que não sabia o suficiente. Lá me deparei com uma atleta que não tinha os dois braços e ela estava se alimentando com os pés, com um pé segurava o garfo e com o outro pé a faca. E foi ali que entendi que “ficar só parado esperando que o resultado apareça em cima daquilo que você conhece daquilo que você estudou é muito pouco, as pessoas querem transformação de vida”.

O grande divisor de águas na carreira

Quando Reinhold viu a cena de uma atleta sem os braços se alimentado com os pés ele não imaginava que aquele fato mudaria totalmente o rumo da sua carreira. “Percebi que precisava sair daquela bolha, daquele divã em que estava. Tinha os padrões que acreditava, e já que deu certo como atleta, como não daria certo para os outros. Então percebi que os conceitos já formados não serviam para todos, e os treinos que tive como atleta, não podiam ser os mesmos treinos que teria que dar para um aluno meu. Cada pessoa é de um jeito”.
Foi assim que o ex-atleta se transformou como treinador do Paradesporto, pois conseguia enxergar além de uma deficiência, sabia que podia tirar sempre mais e mais dos atletas.

Quem foi Flavio Reitz na carreira do treinador

Quando ainda era diretor da FME de Timbó, Reinhold recebeu uma visita do atleta Flávio Reitz, atleta paralímpico na modalidade do Atletismo (prova Salto em Altura para amputados) para que fizesse parte do grupo técnico.

Esse convite não foi aleatório, os dois se conheceram um pouco antes quando se encontraram em uma competição. “Eu estava no final da minha carreira como atleta e o jovem Flávio que saltava na sua categoria 1,45m, de forma desafiadora me perguntou quanto que eu achava que podia saltar. Eu disse ao Flávio, olha pela sua técnica que precisa melhorar um pouco, você pode aumentar 40 centímetros a sua marca”, Flávio disse “com 40 centímetros eu me aproximo da marca de 1,80m, mas a minha altura é 1,78m, será que eu vou conseguir passar por cima da minha altura. No ano de 2019 em uma competição na cidade de Curitiba Flávio Reitz conseguiu saltar 1,80m. Naquele momento nos abraçamos e lembramos da conversa que tivemos há sete anos”.

Auge da carreira – treinador da Seleção Brasileira

“Quem vê a medalha não vê a corrida”, essa foi à frase que Reinhold disse quando foi perguntado sobre ter vestido a camisa da seleção brasileira como treinador. Ele foi convocado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) para integrar a Delegação Brasileira na função de treinador nos Jogos Paralímpicos de Tóquio no ano de 2020.
O profissional disse que quando aconteceu a convocação lembrou de toda a sua história no esporte, as dificuldades enfrentadas e todo o trabalho realizado. Esse foi um grande marco da sua carreira.
Reinhold realiza um trabalho dedicado para quem quer transformar sua vida, atualmente ele trabalha em três cidades diferentes, Timbó, Balneário Piçarras e Itajaí. Em Timbó, ele tem uma parceria com a FME então você consegue encontrar o treinador no Complexo Esportivo.

Um sonho

O treinador tem um grande sonho: o de conseguir expandir o seu trabalho por região, disponibilizando um grupo de treinadores para atender cidades como Rio dos Cedros, Rodeio, Benedito Novo, Doutor Pedrinho, Indaial, pois assim conseguiria lapidar um número maior de atletas e quem sabe encontrar novos Sidney Alexandre Reinhold, novos Jessé Farias de Lima, novos Flávio Reitz para representar Santa Catarina, o Brasil em competições nacionais e internacionais.


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