Os anos 90 eram repletos de magia prática, isto é, objetos que mudavam de cor quando em contato com a água e outros maleáveis como as pulseiras Bate Enrola. Para usar as mesmas era necessário bater com elas no pulso. Com o impacto, a pulseira se enrolava no pulso.

O que surgiu como um objeto curioso dos anos 90, se tornou uma verdadeira febre. Mas, entre produtos oficiais e piratas, surgiu um problema: algumas das pulseiras eram feitas com tiras de metal de baixa qualidade. Com o uso contínuo do objeto, o tecido que servia como proteção começava a se deteriorar e, ao longo do tempo, a tira podia cortar o pulso das crianças. O medo de causar acidentes fez com que o brinquedo saísse de circulação.

Bate Bag, Quebra Dedo, Brinquedo do Diabo. Esse item já ganhou diversos nomes ao longo dos anos, mas o conceito se manteve o mesmo: dois fios conectando duas esferas que precisam ser sincronizadas, batendo entre si de forma rítmica.

Em teoria, a brincadeira era simples, mas na prática poderia causar sérios acidentes. Manter o ritmo do *“bate-bate”** não era fácil, somado ao peso das bolas poderia machucar os pulsos de quem brincasse com o Bate Bag. Não demorou para que o brinquedo saísse do mercado, voltando anos mais tarde, mas desta vez com bolas de plástico e protetores para os pulsos.

O estilingue é um dos brinquedos mais antigos. De fácil fabricação, é necessário um elástico, um pedaço de madeira em formato de “Y” e uma pedra. Porém, o brinquedo também pode ser interpretado como uma arma.

Além de ser proibido em vários países, a sua periculosidade já virou pauta na justiça federal em diversos momentos. Em 2015, por exemplo, a Justiça Federal de Santa Maria (RS), considerou o produto como uma arma de caça, perseguição e destruição da fauna silvestre.

Esse forninho não é para a Giovanna segurar. O brinquedo fabricado pela Hasbro precisou ser retirado do mercado após serem relatados mais de 250 incidentes relacionados ao produto. Isso porque, uma falha no design permitia que os dedos das crianças ficassem presos na porta do forno, além de poderem sofrer severas queimaduras com o mesmo.

Entre alguns relatos, uma criança de cinco anos chegou a perder parte de um de seus dedos e outras 16 sofreram queimaduras de segundo e terceiro grau.

Ao longo dos anos, as bonecas infantis foram ganhando diversas características para torná-las cada vez mais reais. Nos anos 80, a Mattel decidiu levar a verossimilhança delas longe demais com a ideia de alimentar bonecas com comida “de verdade”.

Para suprir esse conceito, foram criadas as Bonecas Hora do Lanche, em que tudo que fosse colocado na boca da boneca seria ingerido. Para alimentá-la, a criança colocaria a comida de mentira na boca e a boneca faria um movimento de sucção automático.

Desta forma, qualquer coisa poderia ser ingerida, incluindo cabelo e dedos, o que a tornou um perigo para as crianças. Hoje em dia, já existem novas edições da boneca que não representam o mesmo perigo para o público infantil.

A Barbie já ganhou diversos cargos ao longo dos anos, inclusive o de mãe. Em 2003, a linha de brinquedos Happy Family colocou Midge & Baby no mercado. A ideia do brinquedo era trazer uma Barbie grávida e com uma filha pequena chamada Cassandra.

Em 2005, o brinquedo foi descontinuado e proibido, entre algumas críticas estava o fato de Midge apresentar, de modo indireto, temáticas adultas às crianças e, até mesmo, o fato de Midge não apresentar uma aliança em seu dedo. De acordo com grupos conservadores, as crianças interpretaram que Midge engravidou fora do casamento.

Brinquedos baseados em séries de TV e filmes são objetos comuns de se encontrar no mercado nacional e internacional. Mas, nem todos costumam trazer perigos às crianças, como foi o caso do Kit de Exame de Impressões Digitais da CSI.

Inspirado na série de TV de mesmo nome, o kit tinha o intuito de fazer uma identificação de digitais a partir de diversos apetrechos. A ideia seguia o principal modus operanti da produção: coletar, identificar e encontrar o culpado de um crime.

Porém, o kit incluía um dos minerais mais prejudiciais à saúde humana, o amianto. A periculosidade do material é tanta que manuseá-lo ou inalar a fibra pode causar diversos tipos de câncer.

Quem nunca pensou em adquirir uma Nimbus 2000? A vassoura de Harry Potter é um dos objetos mais conhecidos do universo do bruxo. Quando a transformaram em um brinquedo, não esperavam que seu lançamento fosse mergulhado em polêmicas.

Isso porque a vassoura lançada pela Mattel tinha uma habilidade inusitada. Quando a criança “subia” na vassoura, a mesma fazia movimentos vibratórios. Não demorou para que a mesma fosse apelidada de “brinquedo sexual” e até mesmo fosse recomendada como um vibrador em uma reportagem da revista Time Out.

E se você encontrasse um punhal dentro de um brinquedo? Essa foi a polêmica que assolou os anos 80 após encontrarem uma estaca de plástico que servia como sustentação para a cabeça do boneco do Fofão. A partir desse achado, lendas urbanas e mitos foram surgindo sobre a primeira criação da Mimo, fabricante de brinquedos infantis da época.

O burburinho assustou tanto o público que o boneco acabou sendo tirado de circulação e uma nova versão foi posta no mercado. Porém, a fama de “boneco satanista” permaneceu. Em 2015, durante uma entrevista para a Mundo Estranho, Deusenir Prieto, gerente de desenvolvimento da Mimo, revelou se tratar apenas de um material para manter o boneco estável. “Precisei desenvolver uma estrutura em que se fixava a cabeça”, lembrou.

Felizmente, esse brinquedo não chegou tão longe em sua comercialização. Em 1950, a AC Gilbert Company desenvolveu o Kit Laboratório de Energia Atômica Gilbert U-238. O nome complicado era apenas uma bomba de fumaça para o que realmente era: a miniatura de um laboratório que permitia que crianças criassem reações nucleares e químicas usando material radioativo real.

Além de objetos simples como um eletroscópio e um contador Geiger-Muller, o kit continha quatro amostras de urânio natural. Não é difícil imaginar o porquê do brinquedo ter saído de circulação, mas isso foi apenas depois de vender quase 5.000 kits entre 1950 e 1951.