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Dolabella e prima: quais os riscos de filhos entre parentes

A investigação do painel genético de cada um seria a maneira de antecipar a possibilidade de doenças recessivas

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1 de 1 dado-dolabella4 - Foto: Instagram/Reprodução

O ator Dado Dolabella, que assumiu namoro com a prima Marina Dolabella no Réveillon, estaria preocupado com os riscos de formar uma nova família, de acordo com o jornal Extra. A genética, de fato, pode dificultar planos caso os dois sejam portadores de genes de doenças recessivas – síndromes que não se manifestam nos pais, mas podem aparecer em uma criança que compartilhe a carga cromossômica deles.

De acordo com a presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), Hitomi Nakagawa, as chances de um casal ter um filho com doenças hereditárias varia entre 3 e 5%. Quando o DNA dos pais é muito semelhante – caso de primos de primeiro grau, a taxa aumenta para 8%. “A probabilidade de combinação de genes recessivos cresce, por isso, o ideal é fazer um aconselhamento genético antes”, sugere a médica.

A geneticista Michele Migliavacca, do Laboratório Exame, explica que é possível (e recomendado) avaliar a compatibilidade genética antes da reprodução – seja de casais de primos ou não. “De maneira geral, há várias doenças cujos genes recessivos estão bastante disseminados na população”, aponta.

Um exemplo é a fibrose cística – doença grave que atinge principalmente o aparelho respiratório e causa infecções crônicas. Outro é a Atrofia Muscular Espinhal (AME), doença degenerativa que interfere na capacidade do corpo de produzir uma proteína essencial para a sobrevivência dos neurônios motores, responsáveis por ações vitais como respirar, engolir e se mover.

“A probabilidade é de que uma em cada grupo de 30 pessoas seja portadora de genes para estas doenças recessivas. Ou seja, é grande a possibilidade de dois portadores de genes recessivos se encontrarem”, esclarece Michele Migliavacca.

A investigação do painel genético de cada um dos integrantes do casal seria a maneira de antecipar a possibilidade de doenças. No caso do encontro de um casal com genes recessivos, a chance da gravidez resultar em uma criança com problemas de saúde genéticos é de 25% para cada gestação.

Os testes mais simples conseguem identificar se os pais são portadores de genes para os quatro problemas mais frequentes – fibrose cística, AME, distrofia de Duchenne e síndrome do X-Frágil – e os mais amplos podem rastrear cerca de 300 doenças.

A ciência, no entanto, pode colaborar com o amor. Pais que fazem o diagnóstico antecipado via painel genético têm a alternativa de realizar fertilização in vitro: quando os embriões que não apresentam a combinação de cromossomos recessivos são os escolhidos para a implantação no útero. “A legislação brasileira permite o procedimento, o que ajuda àqueles que vivem este tipo de dificuldade”, explica a médica Hitomi Nakagawa.

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