Primeiro carro-forte elétrico no mundo é brasileiro, e bota forte nisso

Blindado elétrico nacional tem o triplo de potência e torque que modelo equivalente a diesel. Problema é a autonomia de apenas 75 km
Camila Torres
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14.07.2021 às 08:00 • Atualizado em 20.12.2021
Blindado elétrico nacional tem o triplo de potência e torque que modelo equivalente a diesel. Problema é a autonomia de apenas 75 km

O primeiro carro-forte 100% elétrico do mundo é brasileiro. O protótipo é fruto de uma parceria entre o grupo Protege e a Eletra. O projeto teve um investimento de R$ 1 milhão e 18 meses de trabalho. O sistema Powertrain que equipa o blindado é formado por um motor elétrico de 330 KW de potência e foi desenvolvido pela WEG. 

Sem emissões de poluentes, o protótipo tem autonomia de apenas 75 quilômetros, com tempo de recarga plena de duas horas e meia, segundo a fornecedora. O carro-forte também conta com frenagem regenerativa, que recupera parte da energia dissipada nas desacelerações para convertê-la em eletricidade. 

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O motor 100% elétrico da WEG entrega fabulosos 449 cv e 183,5 kgfm de torque. O desempenho nem se compara aos 162 cv e 61 kgfm de torque do antigo motor a diesel. 

Trata-se do primeiro veículo zero emissões dos 800 modelos que compõem a frota da Protege, uma empresa de logística, processamento e custódia de valores. O período de testes com o modelo acontecerá em São Paulo (SP) e o resultado definirá se a empresa investirá em outros blindados elétricos. 

A WEG já é conhecida por fornecer propulsores elétricos para caminhões, ônibus, trólebus, trens e até navios. É essa empresa que, inclusive, fornece o propulsor elétrico do recém-lançado VW e-Delivery. A Eletra também tem mais de 20 anos de experiência na produção de ônibus elétricos e híbridos.

Vantagens para empresa e meio ambiente

A WEG afirma que a substituição do motor a diesel pelo elétrico significa uma redução na emissão de carbono de aproximadamente 1,4 toneladas de CO² por mês ou 16,8 toneladas por ano.

Além disso, o grupo Protege prospecta uma redução nos gastos por quilômetro rodado de 65%. A economia com os custos de manutenção ainda não foi mensurada, mas a empresa tem boas expectativas, já que os intervalos de manutenção do sistema mecânico de um carro elétrico são maiores do que em um automóvel a combustão. 

Leia também: VW e-Delivery tem potência de Audi e-tron e preço de Porsche Taycan

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Para incentivar a reutilização de peças e diminuir os impactos ambientais, componentes como chassi foram reaproveitados de um carro-forte que havia sido retirado de circulação, enquanto o motor a diesel foi levado para reciclagem.

Marcelo Baptista de Oliveira, presidente do Grupo Protege, demonstrou seu interesse por investir em tecnologia 100% nacional no projeto e sua atenção ao meio ambiente “Trata-se de um projeto olhando para o futuro, alinhado com uma tendência mundial de pensar em soluções de menor impacto ambiental”.

Carros elétricos em ascensão no Brasil 

Apesar de ainda estar na primeira marcha, o mercado nacional tem começado a ganhar velocidade com carros 100% elétricos. Nunca se tiveram tantos modelos elétricos sendo vendidos no Brasil. 

Em 2020, o modelo mais emplacamentos foi o Audi e-tron, com 183 unidades vendidas. Já em 2021, o líder do segmento é o Porsche Taycan, que só no primeiro semestre já alcançou a marca de 215 emplacamentos.

Também nos primeiros seis meses do ano, alguns modelos elétricos desembarcaram por aqui, como Volvo XC40 Recharge, Audi e-tron GT e os novos Renault Zoe e JAC E-JS1. E não para por aí, já que tem outros elétricos prometidos para 2021: Fiat 500, VW e-Up!, Peugeot 208 e-GT, Volvo C40 e Mini elétrico. Pelo que se pode perceber, o mercado vai ficar ainda mais aquecido. Ops, eletrificado. 

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