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Aquecimento global quebrou vários recordes em 2023 | Mundo & História
Iceberg à deriva na Islândia. Foto: Pixabay / Matt Hardy

Aquecimento global quebrou vários recordes em 2023

De ondas de calor a aumento da temperatura da superfície do mar, mundo vive um momento sem precedentes com as consequências do aquecimento global.

Com mais de 160 líderes mundiais, presença recorde de 97 mil participantes e 83 bilhões de dólares anunciados em investimentos e acordos, a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28) terminou no dia 12 de dezembro de 2023. O encontro, que aconteceu no ano mais quente já registrado, foi realizado também em um momento considerado decisivo para colocar em prática diversos compromissos climáticos e limitar o aquecimento global a 1,5°C.

Durante o período de realização, a organização da conferência (que teve início no dia 30 de novembro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos) divulgou diversos dados alarmantes, alguns já conhecidos ao longo do ano – no mês de julho, uma série de recordes climáticos extremos já haviam sido quebrados. “Estamos vivendo um colapso climático em tempo real, e o impacto é arrasador”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, em um vídeo divulgado em conjunto com os dados conclusivos da cúpula.

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O constante alerta caminha em paralelo com o caos climático que vivemos hoje em dia e que engloba desde ondas de calor até o aumento do nível do mar. Em relação ao segundo, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) – agência ligada à ONU – informou que o nível global do mar em 2023 subiu mais do que o dobro do ritmo registrado na primeira década de medições, entre 1993 e 2002. A organização diz que tal crescimento é uma “tendência” que “continuará por milênios”.

Ainda sobre o aumento do nível do mar, causado principalmente pelo degelo marinho e pelo aumento da temperatura da superfície do mar, a OMM também divulgou, em fevereiro deste ano uma projeção catastrófica: o nível médio global do mar subirá entre 2 e 3 metros nos próximos 2 mil anos, se o aquecimento for limitado a 1,5°C.

Com base em dados da ONU, da OMM e de outras instituições, Mundo & História listou brevemente cinco recordes nada agradáveis que foram quebrados no ano de 2023 por consequências do aquecimento global. Veja a seguir:

Temperatura global

A temperatura média global em 2023 foi de 14,9°C, superando o recorde anterior de 14,8°C, estabelecido em 2022. No Brasil, por exemplo, há provas dessas mudanças: enchentes, ondas de calor, ciclones extratropicais e outros já fazem parte do nosso cotidiano.

Emissões de carbono na atmosfera

No ano considerado o mais quente da História, batemos outros recorde, o de emissões de carbono na atmosfera, o que colocou como protagonista na cúpula a discussão sobre fim dos combustíveis fósseis e a busca por energias limpas. Destaque para a Colômbia, que se tornou o primeiro país latino-americano a aderir ao tratado de não-proliferação de combustíveis fósseis.

Temperatura da superfície do mar

De acordo com informações do Mercator Océan, “desde o início de abril de 2023, a temperatura média da superfície do oceano superou o recorde anterior de 21°C estabelecido em 2016, atingindo 21,1°C”. O motivo de tal aumento? O aquecimento global causado pelo homem. E, como sabemos, qualquer aumento na temperatura do mar, por menor que seja, tem um impacto significativo na vida marinha, além de consequências climáticas.

Derretimento do gelo marinho

Segundo dados de setembro divulgados pelo Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo dos Estados Unidos (NSIDC, em inglês), o gelo marinho que contorna a Antártida atingiu em 2023 os níveis mais baixos já registrados, o que aumentou o alerta sobre os impactos das mudanças climáticas no Polo Sul. Entre os animais que podem ser afetados pelo degelo está o pinguim, que depende do habitat para se reproduzir e criar seus filhotes. E, por mais impressionante que possa parecer, o derretimento do gelo também acelera o aquecimento global por reduzir a quantidade de luz refletida para o espaço.

Eventos climáticos extremos

2023 foi um ano marcado também por eventos climáticos extremos. Nunca houve tantos eventos oriundos das mudanças climáticas como este ano, incluindo secas, ondas de calor (inclusive no Brasil), inundações, ciclones extratropicais e incêndios florestais. O relatório preliminar do Estado Global do Clima, divulgado pela OMM, ressalta que o ano de 2023, além de ter quebrado diversos recordes climáticos, foi assolado por condições meteorológicas extremas que deixaram um “rastro de devastação e desespero”.

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Mario Cavalcanti

Jornalista pioneiro no campo da internet brasileira, Mario Cavalcanti começou a trabalhar com conteúdo online em 1996, tendo passado por portais de destaque como Cadê?, StarMedia Brasil, iBest, Globo.com e Click21. Gosta de assuntos como mistérios, criptozoologia, expedições e descobertas científicas. É editor do portal Mundo & História e também coeditor da revista de contos Histórias Extraordinárias, da Editora Mundo.

Do passado ao futuro. Dos confins do universo às profundezas do mar. Mundo & História é um portal de notícias focado essencialmente em conteúdos de teor científico, curioso e histórico.