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O sistema nervoso deste polvo-comum é muito maior e mais complexo do que o da maioria dos invertebrados. Conseguirá ele pensar? Terá ele consciência, como alguns cientistas e filósofos sugerem? Iremos algum dia sabê-lo? Espécime fotografado em Florida Keys Marine Life.

Estamos sentados no fundo do mar, ao largo da ilha indonésia de Lembeh. A profundidade não impressiona (cerca de cinco metros) e há luz em abundância. Como seria de esperar num lugar tropical destes, a água está quente. À nossa volta, por todo o lado, vêem-se enrugamentos de uma areia fina, de cor negro-acinzentada, coberta, nalguns pontos, por uma espécie de espuma esverdeada. Enquanto exploramos, reparamos na concha de um molusco. De constituição robusta, possui seis espigões protuberantes que se projectam. Talvez o seu “fabricante” esteja lá dentro. Ou talvez quem a fabricou tenha morrido há muito tempo e a concha pertença agora a um caranguejo bernardo-eremita. Curiosos, viramos a concha. Vemos uma fieira de ventosas e um par de olhos. 

Um polvo, mais especificamente um indivíduo da espécie Amphioctopus marginatus, também conhecido aqui como polvo do coco. Deve o seu nome comum ao facto de costumar viver dentro de cascas de coco deitadas fora (por vezes, chega a pegar nelas e a carregá-las consigo de um lado para o outro, para usá-las como abrigo em caso de emergência). Porém, a verdade é que qualquer casca serve.

À medida que caminha sobre a areia, muda de cor para um tom de cinzento-escuro a condizer.

Usando apenas algumas das suas ventosas, este polvo segura as duas metades de uma casca de bivalve. Enquanto o observamos, ele deixa-as cair e volta a erguê-las ligeiramente, dando a impressão de estar a avaliar a situação.
Ficamos imóveis como uma estátua. Volvido um momento, o polvo sai da concha. O corpo tem o tamanho do nosso polegar e os braços talvez meçam o triplo. À medida que caminha sobre a areia, muda de cor para um tom de cinzento-escuro a condizer. Será que se vai embora? Não. Estende vários dos braços sobre a areia e os restantes sobre a concha. Com um único puxão, revira de novo a concha e esgueira-se para o interior. 

Não querendo perturbá-lo mais, preparamo-nos para nadar dali para fora quando reparamos num pequeno movimento. O animal esguichou um jacto de água, limpando a areia debaixo do rebordo da concha. Vê-se agora um pequeno espaço entre a concha e o fundo do mar. Nesse espaço, os olhos reaparecem. Aproximamos a máscara e, por um instante, miramo-nos frente a frente. De todos os invertebrados (os animais desprovidos de endosqueleto), os polvos são aqueles que mais semelhanças partilham connosco. Em parte, isso deve-se à maneira como nos retribuem o olhar, como se estivessem a inspeccionar-nos. A maioria dos peixes, em contrapartida, parece não nos fitar. 

Essa percepção deve-se também à sua grande destreza. Os seus oito braços encontram-se revestidos por centenas de ventosas, o que lhes permite manusear objectos, seja para abrir bivalves, para desmantelar o sistema de filtração do tanque de um aquário ou ainda para desatarraxar tampas de frascos. 

Esta capacidade diferencia-os de mamíferos como os golfinhos que, apesar da sua inteligência, têm limitações anatómicas que os impedem de desatarraxar seja o que for com facilidade. Ao mesmo tempo, os polvos parecem tão extraterrestres como quaisquer extraterrestres que possamos imaginar. Para começar, possuem três corações e sangue azul. Quando se sentem sob ameaça, esguicham uma nuvem de tinta e disparam noutra direcção. Não têm ossos. 

As únicas partes rijas do corpo são um bico semelhante a um papagaio e um nó de cartilagem em torno do cérebro. Assim, é fácil introduzirem-se em fendas minúsculas — uma capacidade que lhes permite escapar, ao estilo de Houdini, de qualquer aquário imaginável. 

As ventosas funcionam de maneira independente e cada uma está revestida com receptores de paladar — imagine o que seria o nosso corpo coberto com centenas de línguas. Têm também a pele incrustada com células que actuam como sensores de luz. E a característica mais incrível de todas — bem, deixemos esta mais para a frente. Primeiro, vamos conhecer outro polvo. 

 Estamos de pé num pequeno escritório no Museu de História Natural, em Londres. Diante de nós, sobre uma secretária atulhada de pastas de documentos, encontra-se uma lasca de rocha, de grão fino. Ao nosso lado, Jakob Vinther, um dinamarquês corpulento, aponta para ela. 

Aquilo é o saco de tinta”, explica Jakob, perito em invertebrados fósseis da Universidade de Bristol. “Em rigor, trata-se de pigmento, melanina quimicamente preservada.” 

Inclinamo-nos para a frente. A rocha encontra-se nitidamente marcada com a impressão de um polvo. Não é grande: quando era vivo, o animal talvez medisse 25 centímetros de comprimento. Podemos identificar o manto, a estrutura com o formato de um saco onde se alojavam as guelras, os corações e outros órgãos vitais. A mancha escura ao centro é o saco de tinta. Os braços caem, pendurados, soltamente agrupados, cada qual marcado com fieiras de círculos. “E aquelas pequenas estruturas redondas são as ventosas”, explica Jakob.


 

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Em termos neuronais, os polvos e os seus parentes ultrapassam, em muito, os restantes invertebrados e envergonham os roedores, os anfíbios e muitos outros vertebrados.

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O sistema nervoso de um polvo trata a informação não só no cérebro, mas também nos oito tentáculos e nas ventosas que os revestem.

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Os polvos conseguem mudar de aparência, confundindo-se com o ambiente que os rodeia. O cérebro dá sinal aos músculos para levantarem papilas semelhantes a mamilos, tornando a sua pele lisa rugosa, e para expandirem as redes de cromatóforos alterando a cor e a textura do animal.

Ilustrações: Fernando G. Baptista. Shizuka Aoki; Mesa Schumacher Fontes: Roger Hanlon, Laboratório de Biologia Marinha; Guy Levy e Benny Hochner, Universidade Hebraica de Jerusalém; Cliff Ragsdale, Universidade de Chicago.

Raramente se encontram fósseis de polvo: os animais com corpos moles não costumam deixar vestígios. Este fóssil tem cerca de noventa milhões de anos, o que o transforma num dos mais antigos polvos conhecidos. Quando este animal viveu, ainda faltavam 25 milhões de anos para os dinossauros se extinguirem. “Provém de uma jazida no Líbano onde podemos encontrar todos os tipos de criaturas de corpo mole maravilhosamente preservadas”, conta Jakob. Lampreias. Poliquetas. Todas sepultadas, em tempos muito recuados, em lama fina, calcária, sobre o leito de um mar há muito desaparecido.

Tal como os seres humanos são mamíferos, os polvos são cefalópodes. A palavra é grega, significa “cabeça-pé” e remete para a sua estranha anatomia: os braços directamente ligados a um dos lados da cabeça e o “tronco” (o manto semelhante a um saco) ao outro. Por sua vez, os cefalópodes são um tipo de molusco, um grupo que abrange os caracóis e as lesmas, bem como os bivalves e as ostras.

Os cefalópodes foram dos primeiros animais predadores a caçar nos mares antigos. Evoluíram há mais de quinhentos milhões de anos, muito antes de os peixes aparecerem. Se recuássemos 450 milhões de anos, alguns dos predadores mais ferozes nos oceanos que encontraríamos seriam os cefalópodes com carapaça. Alguns seriam gigantescos: a carapaça do extinto Endoceras giganteum talvez medisse mais de cinco metros. 

Na actualidade, existem mais de 750 espécies vivas conhecidas de cefalópodes. Além de cerca de trezentas espécies de polvos, há ainda um amplo leque de lulas e chocos (ambos animais com dez membros) e algumas espécies de náutilos, animais estranhos que possuem 90 tentáculos e vivem no interior de carapaças.  

Os polvos contemporâneos são uma família muito diversificada. O polvo-gigante-do-pacífico é, como o seu nome sugere, gigantesco. Cada tentáculo de um indivíduo de grande porte pode atingir dois metros de comprimento e o animal pode pesar mais de cem quilogramas. Outros, como o polvo-pigmeu, são ínfimos, pesando menos de trinta gramas. Alguns polvos possuem um manto minúsculo, mas braços imensamente compridos; outros apresentam dimensões mais proporcionadas. A maioria arrasta-se pelos corais, lama ou areia, nadando apenas para se deslocarem do ponto A ao ponto B, ou para fugirem a um predador, mas outros habituaram-se a navegar nas correntes oceânicas. Podemos encontrar polvos dos trópicos aos pólos, tanto em recifes de corais como em planícies de areia, poças de maré ou profundezas abissais. Isto, claro, se conseguirmos avistá-los. 

De regresso a Lembeh, num domingo soalheiro, nadamos sobre um recife de baixa profundidade. O nosso guia, um homem chamado Amba, faz sinal com a mão, indicando que viu um polvo. Um grande polvo. Onde? Olhamos à volta. Nada de polvos. Só rochas, revestidas de corais e esponjas de cores diversas. Amba gesticula, com insistência: grande polvo! Olhamos para o local indicado. Não. Nada. Espera aí. Olhamos de novo. Aquela mancha de coral escuro, aveludado, aquela ali. Aquilo não é coral. É um polvo diurno. Ficamos assombrados por nos ter escapado: é do tamanho de um prato.


 

Os polvos e chocos que vivem em águas pouco profundas e são caçadores diurnos são os campeões mundiais da camuflagem. Como é evidente, o disfarce não é invulgar: muitas criaturas evoluíram de maneira a assemelhar-se a algo que não são. Aquela esponja cor de laranja ali à frente, por exemplo, não é uma esponja mas um peixe-sapo, imóvel à espera que um peixe descuidado passe. Aquela folha que voga à deriva, sobre a areia, não é uma folha: é um peixe que evoluiu de forma a parecer-se com uma folha. Aquela folha — aquela outra, ali, a mexer-se sobre a areia — é efectivamente uma folha, mas também está a mexer-se. Um caranguejo pegou nela e colou-a à sua carapaça. Aquela pequena anémona é uma lesma-do-mar que evoluiu de forma a assumir a aparência de uma anémona. E seja qual for o lugar para onde olhemos, há pedaços de areia que se levantam e caminham pelas redondezas (caranguejos minúsculos, com carapaças cor de areia) ou se afastam a nadar (peixes planos cor de areia). 

O que torna os polvos e os chocos (e, em menor grau, as lulas) diferentes é a sua capacidade para se disfarçarem num ápice.

O que torna os polvos e os chocos (e, em menor grau, as lulas) diferentes é a sua capacidade para se disfarçarem num ápice, ora assemelhando-se a corais, ora a um molho de algas, ora a um pedaço de areia. É como se utilizassem a pele para elaborar imagens tridimensionais de objectos localizados perto de si. Como conseguem fazê-lo?

O disfarce do polvo é composto por três elementos principais. Um deles é a cor. Os polvos geram cor através de um sistema de pigmentos e reflectores. 

Os pigmentos encontram-se guardados em milhares de sacos minúsculos na camada superior da pele. Quando estão fechados, os sacos parecem sardas minúsculas. Para exibir o pigmento, o polvo contrai os músculos em redor do saco, abrindo-o e revelando assim a cor. Dependendo dos conjuntos de sacos que abre ou fecha, o polvo pode produzir instantaneamente padrões como faixas, riscas ou manchas. Há dois tipos de células reflectoras. O primeiro tipo reflecte de volta a luz recebida, fazendo que a pele pareça branca com luz branca, vermelha com luz vermelha e assim sucessivamente.

O segundo tipo é semelhante a uma bola de sabão viva, apresentando cores diferentes quando observado a partir de ângulos diferentes. No seu conjunto, os reflectores e os órgãos dos pigmentos permitem ao polvo criar uma enorme variedade de cores e padrões. 

O segundo elemento de disfarce é a textura da pele. Contraindo músculos especiais, os polvos conseguem alterar a pele, que deixa de ser lisa para passar a ser espinhosa. O efeito pode ser extremo. O polvo-alga gera estruturas temporárias em forma de fiapos que o fazem parecer um simples pedaço de alga. O polvo-cabeludo, uma criatura ainda não descrita, desenvolveu um aspecto permanentemente esfiapado, sendo difícil distingui-lo de um pedaço de alga.

A terceira componente do disfarce é a postura. O modo como um polvo se comporta pode fazê-lo dar mais ou menos nas vistas. Há alguns polvos, por exemplo, que se enrolam de maneira a assemelhar-se a um monte de coral e, utilizando apenas dois braços, deslizam suavemente sobre o fundo do mar.

Ao longo de dezenas de milhões de anos, os espécimes mais capazes de disfarçar-se foram tendo mais probabilidades de fugir aos predadores e gerar descendência. 

Como conseguiram os polvos ser tão bem-sucedidos no disfarce? A resposta curta é: evolução. Ao longo de dezenas de milhões de anos, os espécimes mais capazes de disfarçar-se foram tendo mais probabilidades de fugir aos predadores e gerar descendência. E existem muitos animais — incluindo enguias, golfinhos, camarões louva-a-deus, corvos marinhos, muitos peixes e até outros octópodes — que são entusiásticos devoradores de polvos. Como os polvos não têm ossos, os predadores podem comer o animal inteiro. Mark Norman, perito em cefalópodes do Museu Victoria, em Melbourne, comenta: “Estes animais são carne em andamento, são bifes do lombo!”

Examinemos agora a matéria de que se compõe o sistema nervoso do polvo. Um caracol normal possui apenas dez mil neurónios, enquanto as lagostas têm cerca de cem mil e as aranhas saltadoras talvez seiscentos mil. As abelhas e as baratas possuem cerca de um milhão. Por conseguinte, os 500 milhões de neurónios do polvo-comum integram estes animais num campeonato diferente. Em termos de número de neurónios, são mais dotados do que um ratinho (80 milhões) ou uma ratazana (200 milhões) e quase tão bem equipados como um gato (cerca de 700 milhões). No entanto, enquanto os vertebrados guardam a maior parte dos seus neurónios na cabeça, dois terços dos neurónios de um polvo encontram-se nos braços. Mais ainda: os sistemas nervosos consomem grandes quantidades de energia para funcionarem e conseguem evoluir até se tornarem grandes apenas quando os benefícios superam os custos. O que se passa aqui então? 

Peter Godfrey-Smith, filósofo transformado em biólogo especialista em cefalópodes, sugere que vários factores poderão ter contribuído para que o polvo desenvolvesse um sistema nervoso complexo. O primeiro é o seu corpo. O sistema nervoso, como convém recordar, evolui em articulação com o corpo e o corpo do polvo evoluiu de maneira a tornar-se invulgarmente complexo. Por não ter ossos, um polvo consegue estender qualquer dos seus braços em qualquer direcção e em qualquer altura: ao contrário do leitor, ou de mim, não se limita a mexê-lo ao nível do ombro, do cotovelo ou do pulso. Isto confere ao polvo um enorme leque de movimentos possíveis. Além disso, cada braço pode executar tarefas diferentes. 

Um polvo em modo de caça pode, por isso, manter todos os braços estendidos sobre a areia, inspeccionando as fendas. Se um braço espanta um camarão, há logo mais dois que se estendem para capturá-lo.

 Um polvo em modo de caça pode, por isso, manter todos os braços estendidos sobre a areia, inspeccionando as fendas. Se um braço espanta um camarão, há logo mais dois que se estendem para capturá-lo. Os polvos possuem igualmente uma enorme quantidade de ventosas que conseguem movimentar de maneira independente, isto para não mencionar as estruturas e mecanismos utilizados para controlar a cor e a textura da pele. Ao mesmo tempo, o animal desenvolveu capacidades para receber e processar um volume gigantesco de informação sensorial: o paladar e o tacto das ventosas, a gravidade medida por estruturas denominadas estatocistos, bem como toda a informação recolhida pelos seus olhos sofisticados. 

A acrescentar a tudo isto, muitos polvos habitam ambientes espacialmente complexos, navegando sobre os recifes, à sua volta e no meio deles. Não dispondo de qualquer couraça corporal, precisam de manter vigilância apertada sobre os predadores e, nos casos em que a camuflagem não basta, têm de saber esconder-se. Por fim, os polvos são caçadores velozes e ágeis que conseguem capturar e devorar uma ampla variedade de animais, desde ostras a caranguejos e peixes. Corpos sem ossos, ambientes complexos, regimes alimentares diversificados, evitar de predadores — tudo factores, como sugere Peter Godfrey-Smith, que podem condicionar a evolução da inteligência.

E contudo, embora possuam sistemas nervosos evidentemente complexos, serão os polvos efectivamente inteligentes? A avaliação da inteligência de outros animais é traiçoeira na maior parte das situações e, por vezes, diz-nos mais sobre nós do que sobre o animal. Os indicadores de inteligência de aves e mamíferos, como a capacidade para usar ferramentas, não costumam fazer muito sentido num polvo, cujo corpo é, na totalidade, ele próprio uma ferramenta. Não precisa de ferramentas para introduzir-se em fendas, nem para abrir ostras. 

Algumas experiências das décadas de 1950 e 1960 demonstraram que o polvo-comum cumpre bem as tarefas que exijam aprendizagem e memória, dois atributos que associamos à inteligência. Com efeito, uma parte específica do cérebro do polvo, o lobo vertical, encontra-se programada para essas tarefas. Insisto em referir-me ao polvo-comum por se tratar, de longe, da espécie mais estudada.

As espécies de polvos diferem efectivamente entre si quanto à organização dos seus cérebros e, uma vez que apenas um punhado foi estudado, ninguém sabe se todas elas são igualmente talentosas.

As espécies de polvos diferem efectivamente entre si quanto à organização dos seus cérebros e, uma vez que apenas um punhado foi estudado, ninguém sabe se todas elas são igualmente talentosas. Roy Caldwell, perito em polvos da Universidade da Califórnia, brinca: “Alguns dos que tenho no meu laboratório parecem burros como uma porta.” “O Octopus bocki, um polvo minúsculo. Simplesmente, não faz grande coisa.”

Na verdade, pouco importa. Eles são um grupo surpreendente e encantador. No nosso último mergulho em Lembeh, nadamos já sob o crepúsculo. Estamos ajoelhados junto de uma vertente rochosa. Diante de nós, um par de pequenos peixes desova. Uma enguia enrolou-se num buraco. Um grande caranguejo-eremita passa, desajeitado. E logo ali, assente sobre uma rocha, um pequeno polvo-alga.

Enquanto o observamos, começa a movimentar-se. Num instante, parece flutuar, levitando. No instante seguinte, parece deslizar. Agora, começa a gatinhar sobre as rochas, mas não conseguimos perceber se se projecta usando os braços da frente ou se propulsiona usando os braços de trás. Quando desce pela vertente, um dos braços descobre um buraco minúsculo e, braço após braço, todo o animal flui para o interior. Não desapareceu completamente. A ponta de um braço emerge do buraco, apalpa o terreno à volta, pega em pequenas rochas e puxa-as para tapar a entrada. Ora aí está. Segurança totalmente garantida durante a noite.