O ritmo do afundamento de solo em Maceió, capital do Alagoas, voltou a acelerar. Segundo a Defesa Civil local, a velocidade que era de 0,25 centímetro por hora passou para 0,26 centímetro por hora. Desde 28 de novembro, a terra já afundou 1,8 metro; nas últimas 24 horas, foram 6,3 centímetros. As informações são do g1.

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A Defesa Civil mantém o alerta máximo para o risco de desabamento. Segundo o órgão, a expectativa era que o solo se acomodasse sem um rompimento brusco da mina, já que a velocidade de afundamento vinha diminuindo. Antes do alerta em novembro, a medição de afundamento era feita em milímetros por ano.

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— Essa velocidade de 0,26 centímetro, aumentando apenas um pouco na segunda casa decimal, era esperada, porque a gente tem ali uma tendência de queda, mas com alguns picos que aumentam um pouco. De qualquer forma, essa velocidade ainda é um dado que leva a Defesa Civil de Maceió a continuar operando com alerta máximo — afirmou o coordenador do órgão, Abelardo Nobre, em entrevista à Globo News.

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A mina 18, uma das 35 da Braskem, fica no bairro do Mutange, e era onde a empresa fazia a extração do minério sal-gema. O desabamento da mina pode abrir uma cratera do tamanho do estádio do Maracanã.

O bairro Mutange já havia sido evacuado completamente desde que o problema começou, em 2018, quando rachaduras começaram a aparecer nas casas e ruas. Bairros vizinhos (Bom Parto, Bebedouro e Pinheiro) também foram evacuados, mas não completamente. Mesmo que algumas famílias continuassem ali, muitos saíram voluntariamente. Um hospital também transferiu todos os pacientes.

Quem se recusou a sair dos imóveis nos arredores do bairro afetado foi obrigado a fazê-lo, mediante ordem judicial. A realocação já era um pedido da população há anos, mas só foi feita recentemente, depois que a Justiça interveio.

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Ao todo, mais de 14 mil imóveis foram desocupados nos bairros afetados, onde moravam mais de 60 mil pessoas.

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A Defesa Civil reforçou que até o tráfego de embarcações na Lagoa Mundaú, aonde parte das minas está localizada, deve ser evitado, assim como transitar na área no entorno das minas.

Segundo o órgão de defesa, quando houver o desabamento, tanto a água da lagoa quanto terra e detritos serão escoados para dentro da cratera. Esse fenômeno tornaria a água da lagoa salgada e toda a área de mangue na região seria impactada “de forma bastante trágica”.

Há dois cenários para o desabamento da mina: drástico ou gradual. No primeiro, o solo colapsará e uma cratera gigante pode se abrir. Já no cenário gradual, o deslocamento do solo segue lento até estabilizar.

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