Destaque internacional

Mineira com 'pinta' no rosto ensina como se aceitar bem

Natural de Patos de Minas, assistente de estilista, vira notícia internacional por ressaltar 'mancha' de nascença em fotos empoderadoras

Por Franco Malheiro
Publicado em 09 de maio de 2017 | 19:16
 
 
 
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"Me faz bonita. Me faz única!" É assim que Mariana Mendes, 24, mineira natural de Patos de Minas,  lida com uma grande "mancha" de nascença que possui no rosto. A assistente de estilista acredita que a marca a torna ainda mais especial. "Todos nós temos a própria identidade, nosso jeito, aquilo que nos torna diferente no mundo. Eu nunca me importei com a pinta. Eu gosto dela. É o que eu sou!", exclama. E foi essa aula de autoaceitação que fez  Mariana virar notícia internacional na última semana, saindo em vários veículos da imprensa brasileira e do mundo. 

Segundo a mineira, tudo começou quando um jornalista britânico, depois de ter visto as fotos de Mariana pelo Instagram, a procurou  e pediu que ela contasse sua história para, de certa forma, ajudar outras pessoas a se aceitarem da forma que são. A partir dessa entrevista, a jovem foi destaque no site do diário  "Metro", do Reino Unido; "Telecinco", da Espanha,  de O Globo e no Portal G1, do Brasil. "Pelo Instagram, o jornalista, que se chama Joshua, percebeu que eu me aceitava bem da forma que sou. Que eu ressaltava minha pinta. Que, pelas fotos, estava claro que eu gostava dela", conta.  

A jovem conta que quer inspirar pessoas que têm marcas na pele a se sentir bem com isso. "Uma vez uma menina falou comigo que tinha vergonha da pinta que tem no braço, então usava roupas que cobriam. Ela me pediu ajuda. Na verdade, nós ficamos amigas e mantemos contato até hoje", conta. "As pessoas, sejam elas magras, sejam elas gordas, ou que  possuam alguma marca, elas precisam ter autoestima, se aceitarem primeiro. Talvez por essa autoestima que tenho, talvez por eu me amar do jeito que eu sou,  por me achar bonita as pessoas também gostam, também me aceitam", completa Mariana.

Segundo ela, é comum que atraia olhares devido a mancha, mas nunca se importou e não se lembra de ter sofrido nenhum tipo de descriminação durante a infância e adolescência. "Não me recordo de nenhuma agressão sofrida durante minha infância. Sempre tive amigos que me respeitaram da forma que sou. Minha mãe também não recorda de nenhum caso de bullying sofrido por mim" relembra. 

Para Mariana, a mãe foi importante no processo de autoaceitação. "Minha mãe sempre esteve aberta ao diálogo. Sempre quis saber como eu me sentia. E também sempre fez com que eu me sentisse bonita e especial", conta a mineira, que chegou a fazer sessões laser para remover nevo melanocítico congênito, nome médico da sua "pinta", mas não continuou o tratamento. "Quando o laser chegou ao Brasil, eu tinha uns 6 anos, minha mãe me levou para algumas sessões, mas depois perguntou se eu queria continuar  e eu disse que não", comenta Mariana. 

No entanto, ela conta que, embora não tenha dado prosseguimento ao tratamento para a remoção, ela precisa ter um controle  periódico. "Manchas grandes geram preocupação. Podem desenvolver quadros graves, por isso sempre vou ao dermatologista, faço exames e observo se houve alteração no tamanho e na cor", explica e completa: "A mancha não prejudica minha saúde. Não preciso ter vergonha dela e quero mostrar para as outras pessoas que também não precisam ter" 

 

 

 

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