No dia dos namorados, centenas de casais prometem manter a tradição de visitar a Pedra de Santo Antônio, no Fagundes, no Agreste paraibano. Reza a lenda, que as moças que conseguirem passar por baixo da pedra três vezes, irão conseguir o casamento no ano seguinte com as “bênçãos de Santo Antônio”.
Localizado no alto de uma montanha na cidade de Fagundes, há 120 km de João Pessoa, a Pedra de Santo Antônio é o monumento que muitos acreditam ser a solução para os problemas do coração.
O penedo, que já se tornou um símbolo do município, é famoso na região por causa de uma tradição que diz que quem passa por baixo dele consegue, rapidamente, arranjar pretendentes ao matrimônio.
A professora Sidilene Genú, moradora do Jardim Atalaia em Campina Grande, pretende passar esse ano por baixo da pedra este ano. Ela conta que já ouviu muitos depoimentos de amigas que garantem ter encontrado o namorado, após visitar a pedra. “Eu nunca passei por baixo da pedra mas tenho vontade” revelou. A professora Maria Célia conta que já fez promessas para amiga arrumar um casamento, ao chamado “santo casamenteiro”.
Passar por baixo da pedra requer esforço e talvez até um bom preparo físico. A fenda é estreita e o caminho até a outra margem um tanto comprido. Além do mais, reza a tradição que é preciso ter realmente fé no santo para que o pedido se realize.
Tradicionalmente, as moças, algumas esperançosas de logo desencalhar, costumam visitar a pedra no dia dos namorados, véspera da data em que Santo Antônio. Como este ano, a data caiu no dia de abertura da Copa do Mundo, e da estreia do Brasil na competição, a visita foi adiada para o próximo domingo. Centenas de turistas deverão invadir a cidade neste final de semana.
A lenda em torno da Pedra de Santo Antônio começou há mais de cem anos, segundo os moradores locais. Circula pela região a história de três caçadores que perambulavam pelas serras que cercam Fagundes quando acharam a imagem do santo dentro da fenda da pedra. A imagem foi levada para a igreja católica central de Fagundes, mas na manhã seguinte um sacristão disse que o santo havia sumido. Ao voltarem na Serra, encontraram a imagem no mesmo lugar de onde havia sido retirada. Isto teria acontecido três vezes. No terceiro desaparecimento, a pequena passagem na Pedra tornou-se de difícil acesso e a imagem nunca mais foi vista.
Em 1904, foi construída uma igrejinha no lugar, com uma estátua de Santo Antônio. A partir daí, começaram as romarias que ocorrem até os dias de hoje. A cada ano, é cada vez maior o número de fiéis que visitam o templo no mês de junho. Além da festa religiosa, nos fins de semana os turistas podem curtir ainda o autêntico forró pé-de-serra, regado, é claro, a muitos pratos típicos.
A estrada, apesar de asfaltada, alterna-se entre razoável e esburacada, mas a subida vale a pena. Quem chega no alto do monte, é recompensado com uma paisagem deslumbrante.
Do alto de seus 950 metros, o monte onde está fixado o monumento natural confere uma bela visão de parte do Agreste e Borborema paraibanos.
O cenário do recanto é rodeado de trilhas ecológicas e outros monumentos naturais, bem no coração da Serra do Bodopitá. A área encanta, principalmente, por ser um recanto preservado com matas e fontes de água doce, um roteiro bastante atraente, sobretudo para quem gosta da natureza ou mesmo de praticar trilhas ou esportes de aventura.
Fagundes fica a 40 km de Campina Grande e 120 de João Pessoa. O acesso é pela rodovia federal BR-230, depois entra na estrada para o distrito campinense de Galante. A pedra fica na zona rural de Fagundes, a 3 km do centro da cidade. . É nessa época que a movimentação no local aumenta, até para os moradores que aproveitam para comercializar produtos na pedra.
Severino Lopes
PBAgora
