BR-319: 11 horas para ir do Castanho ao Igapó Açú de ônibus. Fotos e vídeos

BR-319 11 horas

BR-319: 11 horas de muita lama e sofrimento para os que se aventuram pela rodovia federal. Fotos e vídeos: viajantes/ Grupo “Na guerra pela BR-319”

Um ônibus de passageiros levou 11 horas, ontem (04/04), para percorrer os 160 quilômetros entre a sede municipal do Careiro Castanho e o rio Igapó Açu, na rodovia BR-319 (Manaus-Porto Velho). A lama, agravada pelas chuvas deste período na região, toma conta da maior parte do percurso. Esse tempo (11 horas) dá para ir e voltar, de ônibus, num percurso total de quase 900 quilômetros, entre Rio de Janeiro e São Paulo.

Vídeos mostram passageiros saindo do ônibus e caminhando no lamaçal, para diminuir o peso e permitir o reboque por trator de esteira. Veja os vídeos, no final desta matéria.

Depois desses transtornos, a aventura da viagem até Porto Velho passa pelos 405 quilômetros do chamado “Trecho do meio”, que vai do KM-250 ao KM-655. É onde a manutenção fica mais precária e os problemas devem aumentar.

O asfalto de vários trechos, entre Castanho e Igapó Açu, foi retirado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), no chamado “Lote C” da estrada. Há diversos entraves jurídicos à realização do asfaltamento, iniciado e interrompido na gestão do ex-presidente Bolsonaro. O DNIT havia anunciado o asfaltamento dos 52 quilômetros mais críticos do trecho.

Os viajantes da rodovia enfrentam ainda, no começo da viagem, os problemas decorrentes das quedas das pontes do rio Curaçá (KM-10) e Autaz Mirim (KM-12). As travessias estão sendo feitas em balsas e com filas. O DNIT prometeu que a recuperação se dará em um ano.

 

Moradores

A BR-319 atende, diretamente, a sete Municípios do Amazonas: Careiro da Várzea, Autazes, Careiro Castanho, Manaquiri, Manicoré, Lábrea e Humaitá.

Nova Olinda do Norte também utiliza o trajeto, com passagem pela rodovia de Autazes (AM-254), rio Autazes, estrada Autazes-Rosarinho e travessia do rio Madeira.

Por esse caminho também trafegam os moradores de Novo Aripuanã e parte de todos os demais Municípios da calha do rio Madeira (Borba, Manicoré, Humaitá e até Apuí).

Morador do Município de Apuí, onde a produção rural tem sido expressiva, segue mais pela BR-319, até Humaitá. Depois pega 420 quilômetros da Rodovia Transamazônica (BR-230).

 

Dois lados

Ecologistas, como a atual ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, são contra o asfaltamento da BR-319 porque ampliaria o “Arco do Desmatamento” ou “Arco da Soja”. Trata-se do temor de que, asfaltada, a rodovia sofra uma invasão dos produtores de soja do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia.

Os defensores do asfaltamento lembram que a BR-319 é a única ligação do Amazonas e Roraima com os demais Estados brasileiros. E que a regularização da estrada baratearia o custo logístico da Zona Franca de Manaus (ZFM).

Os moradores dos 10 Municípios amazonenses que se beneficiam da estrada e a integração nacional têm sido, digamos, pouco lembrados, na discussão.

Veja os vídeos enviados por viajantes da BR-319:

 

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