Em Sousa, Estátua de Frei Damião é o primeiro monumento na PB em alusão à religiosidade e ao turismo religioso do frade capuchinho

Estátua de Frei Damião, em Sousa
Estátua de Frei Damião, em Sousa
Crédito da Imagem: Portal Notícia Já

Medindo 6,5 metros de altura, a estátua fica distante 6,5 quilômetros do centro da cidade de Sousa

A estátua de Frei Damião no município de Sousa, Sertão paraibano, é o primeiro grande monumento na Paraíba em alusão à religiosidade e ao turismo religioso referente ao famoso frade capuchinho que peregrinou por anos pelas cidades nordestinas.

Medindo 6,5 metros de altura, a estátua fica distante 6,5 quilômetros do centro da cidade de Sousa. A imagem é uma obra do escultor pernambucano Abelardo da Hora. Construída na localidade chamada de Alto da Bênção de Deus, recebe muitos fiéis ao longo do ano. Há quase 50 anos, mais especificamente em 1975, Frei Damião recebeu a medalha de ouro de ‘Amigo da Cidade de Sousa’.

Na época, ele permitiu que fosse construída a primeira estátua em sua homenagem e foi, inclusive, o próprio religioso o responsável por colocar a pedra fundamental do monumento. Já em 1976, no mês de novembro, celebrou a missa de inauguração. A escritora Porcina Furtado, que é natural do município de Sousa, relata que a estátua recebe visitas de turistas de várias localidades, mas não dispõe de uma estrutura adequada para receber os fiéis locais ou turistas, a exemplo de museu ou restaurante.

Ela afirma ainda que a responsável pela organização das missas e peregrinações é a Igreja São João Batista. No local, é realizada uma missa mensal, sempre no último domingo, às 6h. Há também uma peregrinação anual no aniversário de morte de Frei Damião saindo da Igreja São João Batista, às 4h, em direção ao monumento que, conforme a escritora, não é tombado por nenhum órgão. “Em conversa com algumas pessoas sobre a importância da estátua de Frei Damião, verifiquei que ela representa a figura do frei e a fé, especialmente em períodos de seca, quando ele visitava com frequência o Sertão”, destaca Porcina Furtado.

O historiador José Octávio de Arruda Melo relata que a construção da estátua de Frei Damião foi uma iniciativa da prefeitura da cidade na época. “Frei Damião é muito conceituado no interior. As pessoas, literalmente, trocavam a religião católica por Frei Damião. Por conta disso, foram criadas as estátuas do frei”, declara, res[1]saltando que a existente em Guarabira é a mais famosa da Paraíba. “A cidade de Sousa reparte muito Frei Damião com a história do Parque dos Dinossauros. Guarabira não tem essa alternativa e, por isso, a manifestação é maior lá, atraindo gente da Paraíba e dos estados vizinhos, como Rio Grande do Norte, Alagoas, Pernambuco.

A Prefeitura de Sousa (PMS) elaborou projeto para a construção de um santuário no local onde foi erguida a estátua de Frei Damião. A proposta, conforme o turismólogo Silvonetto Oliveira da Silva, que é do quadro da prefeitura da cidade, foi apresentada à Diocese de Cajazeiras que é a instituição responsável pela manutenção do monumento, mas ainda não há informações se a ideia vai ser concretizada. “Por parte da prefeitura, não temos prazo para a construção do santuário, haja vista que a Diocese não cedeu o local para a construção”, declara o secretário do Turismo de Sousa, Fernando Macena da Cruz.

Segundo ele, a informação mais recente é de que o santuário seria construído com recursos próprios da Diocese. Enquanto o santuário não é construído, os fiéis mantêm a visitação à estátua de Frei Damião todos os domingos pela manhã para rezar o terço, e no último domingo do mês é realizada uma missa com a presença de padres, ministros da eucaristia, frades e demais religiosos. O lugar é um dos principais símbolos de fé e religiosidade cristã da comunidade católica no Alto Sertão paraibano, onde frequentemente é registrada a presença de romeiros e peregrinos que se dirigem à estátua para orações e pagamentos de promessa pelas graças e milagres atribuídos a Frei Damião.

Nascido Pio Giannotti, em Bozzano (Itália), no dia 5 de novembro de 1898, Frei Damião recebeu, aos 17 anos, o hábito de capuchinho, sendo nomeado Frei Damião de Bozzano. Começou a peregrinação e evangelização pelo Nordeste em 1931. Morreu em Recife (PE), em 31 de maio de 1997, de insuficiência respiratória, aos 98 anos. Além de sua importância histórica e de interesse dos seguidores do religioso capuchinho, a estátua a Frei Damião na cidade de Sousa se torna ainda mais de destaque pela autoria da obra de arte.

O monumento é assinado por um dos mais importantes escultores das artes plásticas do Brasil: Abelardo Germano da Hora, pernambucano de São Lourenço da Mata, nascido em 31 de julho de 1924, e que morreu aos 90 anos, em Recife, a 23 de setembro de 2014. Abelardo da Hora foi um artista plástico, professor, poeta, escultor, desenhista, gravurista, pintor e cera[1]mista. Era formado em Artes Plásticas pela Escola de Belas Artes de Recife e em Direito pela Faculdade de Direito de Olinda.

Fonte: Jornal A União

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