ESPANHA 3 x 0 NIGÉRIA

Não fez… tomou 3

Nigéria bem que criou oportunidades, mas pagou o preço da ineficiência diante da implacável Fúria

EFE/Fernando Bizerra Jr

Com Iniesta, o controle do meio-campo faz da Espanha o que é

As chances de classificação da Nigéria eram mínimas, já que o seu rival Uruguai estava diante do saco de pancada Taiti. Sua única opção era ir pra cima dos atuais campeões da Europa e do mundo. E foi o que fez durante todo o primeiro tempo e grande parte do segundo.

Já a Espanha entrou em campo em situação de grande tranquilidade, e ligou o automático depois que abriu o placar com menos de 5 minutos, com o lateral Jordi Alba. Ou seja, pôs o jogo no seu default, com forte predomínio da posse de bola, movimentação acentuada no meio campo e enfiadas de qualidade para os atacantes que de repente escapam da marcação e se colocam em situação de gol.

Atrás no placar, a Nigéria não se intimidou. Explorou muito a subida dos alas Ambrose e Echiejile, e criou oportunidades claras, que poderiam, ou melhor, deveriam ter sido convertidas. Faltou sangue frio? Faltou categoria? Seja lá qual for a explicação, a Nigéria não conseguiu equilibrar a partida mais por sua incompetência nas situações agudas de jogo do que por uma grande superioridade demonstrada em campo pela Espanha.

Dois indicadores permitem refletir o que foi essa partida. Primeiro, a Nigéria finalizou 12 vezes, contra 23 da Espanha. É um dado objetivo que surpreende quem assistiu o jogo, pois a Nigéria parecia atacar muito mais. Mas demonstra o que disse anteriormente: se fôssemos contabilizar quantas vezes cada time esteve na cara do gol, é possível que o resultado fosse muito mais próximo da igualdade. Os africanos levaram boas jogadas à área espanhola, mas se atrapalharam com as próprias pernas e grande parte delas não chegou a se direcionar ao gol.

O outro indicador, óbvio, é o placar final de 3 a 0 para a Fúria. Três gols muito diferentes, mas todos marcados pela qualidade do jogo coletivo espanhol. No primeiro, a bola foi tocada mais de 15 vezes, costurando pelo meio até chegar aos pés de Alba, que entrou diagonalmente na área, driblou, aproveitou o quique no meio das pernas do zagueiro e arrematou com perfeição. Um lindo gol.

O segundo, de Fernando Torres, foi novamente resultado de bela jogada coletiva, que culminou com um cruzamento pela esquerda e a bem-sucedida conclusão de cabeça. Com a entrada de Torres no lugar de Soldado, Pedro, que não vinha muito bem pelo meio, foi deslocado para a ponta esquerda e passou a criar jogadas importantes. O assistência foi dele.

O terceiro e último gol foi um contra-ataque fulminante, mais rápido até que o do primeiro gol da Itália contra o Brasil. Após marcação de um impedimento no ataque da Nigéria, David Villa bateu rápido e em profundidade, a bola atravessou praticamente todo o campo para de novo encontrar Jordi Alba livre, ele driblou o goleiro e completou.

No cômputo geral, foi uma boa partida, jogada principalmente no ataque. A próxima fase reúne apenas times de grande tradição e que apresentaram um futebol de qualidade nessa primeira fase da Copa das Confederações. Teremos um clássico europeu e um sul-americano. Tida como favorita, a Espanha pegará uma Itália que marca muito bem e que é capaz de surpreender, principalmente com o ótimo Balotelli. E os canarinhos terão de se haver com a respeitável Celeste, e provar que têm cacife para serem campeões.

Ficha técnica

Nigéria

Enyeama; Efe Ambrose, Oboabona, Omeruo (Egwuekwe), Echiejile; Ogude, Obi Mikel, Sunday Mba (John Ogu); Musa, Akpala (Gambo Muhamad), Ideye.

Espanha

Víctor Valdés; Arbeloa, Sergio Ramos, Piqué, Jordi Alba; Busquets, Xavi, Iniesta e Fábregas (David Silva); Soldado (Fernando Torres), Pedro (David Villa).