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Lula encontra Zelensky em Nova York, presidente brasileiro defende negociações e neutralidade

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem duas reuniões bilaterais nesta quarta-feira (20) em Nova York, nos Estados Unidos: com o presidente Joe Biden e com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Nesses encontros, Lula visa firmar o papel do Brasil como líder do Sul Global.

Lula terá reunião com Zelensky em Nova York, onde ambos participam da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas.
Lula terá reunião com Zelensky em Nova York, onde ambos participam da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas. REUTERS - ADRIANO MACHADO
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Luciana Rosa, correspondente da RFI em Nova York

“O Brasil está de volta.” A frase de efeito que o presidente Lula tem usado desde que reassumiu a presidência, em janeiro, foi repetida nesta terça-feira (19) diante dos membros das Nações Unidas e faz parte de uma estratégia de posicionar o Brasil como um líder internacional.

A agenda de Lula será aberta pelo encontro com o anfitrião, o presidente americano, Joe Biden, seguido pelo lançamento da "Iniciativa Global Lula-Biden para o Avanço dos Direitos Trabalhistas na Economia do Século XXI". A iniciativa busca estimular a criação de empregos de qualidade e proteger trabalhadores que atuam nas plataformas digitais, além de promover os direitos trabalhistas.

O Brasil e a própria experiência e a representatividade de Lula como ex-sindicalista são colocados a serviço de uma tentativa de Biden de se mostrar sensível à causa dos trabalhadores. O encontro acontece em um contexto pré-eleitoral complicado nos Estados Unidos, no qual o democrata está tendo de lidar com greves que vão do setor automotivo até os roteiristas de Hollywood.

Guerra na Ucrânia

A segunda reunião de Lula, e que possivelmente deverá tomar as manchetes dos jornais em função dos desencontros e troca de farpas anteriores, é a bilateral com o presidente da Ucrânia, Volodomyr Zelensky. O encontro foi confirmado pelo Palácio do Planalto às 16h de Nova York. Esta será a primeira conversa cara a cara entre os dois líderes, que já conversaram no início de março por videochamada, antes do mal-estar gerado pelo desencontro no G7 de Hiroshima, em maio. 

Em seu discurso na ONU, Lula reiterou o sentimento de que “é preciso trabalhar para criar espaço para negociações” e disse que "a guerra na Ucrânia escancara a incapacidade coletiva de fazer prevalecer os propósitos e princípios da Carta da ONU". Zelensky, que estava na plateia, não aplaudiu.

A participação de Zelensky na 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas não entusiasmou a plateia presente. Ele acusou a Rússia de cometer vários crimes, entre eles o de "genocídio".

O encontro desta quarta-feira é a grande chance de Lula para reverter as críticas que recebeu do ocidente por ter uma posição considerada branda em relação à Rússia. 

A relação com Zelensky ficou tensa desde que Lula disse que o líder ucraniano é “tão responsável” pela guerra quanto o presidente russo, Vladimir Putin.

Desde o início da ofensiva na Ucrânia, o Brasil se recusou a fornecer armas à Ucrânia ou a impor sanções contra a Moscou.

Lula tem procurado posicionar o Brasil como um potencial mediador no conflito, juntamente com outros países “neutros”, incluindo China, Índia e Indonésia.

Um encontro entre os dois havia sido arquitetado durante a reunião do G7, em maio, no Japão, mas a tentativa fracassou.

O presidente Lula tem ainda duas reuniões na agenda, uma delas com o líder da Organização Mundial da Saúde (OMS), antes de embarcar de volta ao Brasil.

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