Império da Tijuca

Rio Carnival
Rio Carnival
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Enredo 2022

  • Carnavalesco: Guilherme Estevão
  • Diretor de Carnaval:-
  • Diretor de Harmonia: Renato Kort, Robson Tipaia e Alexandre Rouge
  • Intérprete: Daniel Silva
  • Mestre de Bateria: Jordan Pereira
  • Rainha de Bateria: Laynara Telles
  • Mestre-Sala: Renan Oliveira
  • Porta-Bandeira: Laís Lúcia Ramos
  • Comissão de Frente: Lucas Maciel
  • Desfile de 2022
  • Posição de desfile: 7° escola  a desfilar no Sábado
    entre 02:30h – 03:30h

Sinopse – RESUMO


“A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria…”
(Paulo Freire)


Pessoas são capazes de mudar o mundo, mas somente livros são capazes de mudar as pessoas; pois é no dedilhar das “manchas” do papel que se pode construir um universo de coisas boas. Que caiam os que semeiam a ignorância para manter seu poder e que esteja sempre viva a esperança e a vontade de compartilhar o verdadeiro e justo saber.


Conclamados cavaleiros da educação, com livros nas mãos e o estandarte de um novo amanhã. Freire, Teixeira e Darcy se unem na batalha a Mascellani, Arroyo e Florestan, abrindo alas para um poeta andarilho, Evando dos Santos, que fez do seu próprio destino símbolo de bravura, guerreando pelo simples direito à leitura e que hoje é inspiração para o carnaval do Império da Tijuca.

Em seu Sergipe natal, Evandro viu já bem menino “o monstro sem alma”, como um cordel de Firmino Cabral. No agreste de sua vida, as margens do líquido Congo, se erguia entre os cortes do junco, acompanhando-o na lida. No bater de suas asas, roubava a infância do pequeno Zé Catraca, como era conhecido, e ainda bem jovem, andarilho, retirante se tornava. Eram as primeiras quimeras na qual duelava.


Depositou em um Rio a esperança de sua família e de seu próprio caminho. O menino, que pelo trabalho, o direito à escola foi impedido, foi encontrar na fé o prazer de ler, foi encontrar na bíblia a vocação para a lutar, pois “o Senhor é meu pastor, nada me faltará”. Com essas primeiras frases que conseguiu formar, encontrou nas ruas uma nova trajetória, por cinquenta livros reinventou a própria história. Entre achados e perdidos, um acervo construído: uma máquina do saber.


Tornou-se mestre de novos sonhos, fiel companheiro da literatura, vestiu sua armadura de Homem-Livro e se tornou peregrino da leitura. Construiu bibliotecas por um Brasil carente e seguiu em sua arqueologia das ruas, buscando doações e encontrando fascículos perdidos como os que ficaram na “Real” grande fuga.


A nobreza retirante trouxe à colônia seu acervo, mas, por cais e mares, uma parte se perdeu. Em terras tupiniquins, uma real biblioteca se ergueu. Entre missões artísticas, Imprensa Régia e as primeiras academias, a educação nesse chão nativo outra ótica teria. Se, na ancestralidade e tradição, antes se pautava, passou a construir ciência e ter como símbolo a figura do livro. Na terra do encontro de xamã, santo e orixá, uma Minerva entre eles passou a estar.


Científico, ganhou corpo; como literário, ganhou espaço. Passou a ser construído pelo seu próprio povo e conhecido por todo lado, ainda que seu acesso estivesse, a cada dia, negligenciado, categorizando gente por privilégios, construindo um tipo de ensino discriminado.


Trouxe os delírios de autores estrangeiros, foi símbolo de correntes nativas de pensamentos, costumes e visões. Os livros que guiaram a vida de Evando ganharam tirinhas, calçadas e corações. Entre Shakespeare, Cervantes e Neruda transitou. Por Vidas Severinas, Cortiços e Piamãs, quimeras literárias numa praça revelou. Mas, nas suburbanas estrelas das histórias, também está o caminho para a vitória alcançar, pois, como Tobias Barreto afirmava, “a vida é uma literatura e ler é lutar”.


Mas a educação não só de livros se forma. Ela se sente, se manuseia, ouve e se toca. Pela música o Homem-Livro enxergou novas formas de ensinar, e isso se deu também por meio do samba que é o próprio retrato do saber popular. E eis que seu primeiro Império teve, em si, a vocação educativa, ostentando em seu pavilhão o termo e trazendo conhecimento ao Morro da Formiga. Uma escola se construiu dentro de uma outra escola, pela tropa de José do Patrocínio, por oitenta anos fazendo história.


Se samba é poesia que balança, a agremiação é quem adereça o saber. No barro de Vitalino, educou pela arte; o Reino Independente do Nordeste a consciência social lutou para se ter. Trouxe a religiosidade e fez procissão com uma homenagem ao santo guerreiro em devoção; símbolo de pluralidade cultural, se tornou império Branzngola. Coroou-se, realizando um perolado e negro Batuk na escola. Faz de sua Utopia projeção para o futuro, com um amanhã mais seguro pra quem ensina e aprende, para que nossa gente tenha força, instrumentos e coragem para seguir em frente. Assim, nos armamos de livros, nos livramos de armas.


Hoje, o Império da Tijuca faz de seu samba instrumento de saber, voz ressoante, bandeira de luta, oceano sambista para um tsunami da educação, para que tantos outros homens-livros unidos lutem por uma nova nação. Propondo para o futuro acesso amplo à tecnologia, rompendo desigualdades de ensino para que haja inclusão. Sustentando um amanhã mais justo e plural, professor valorizado e respeito a todas as disciplinas sem “cortinas” de um poder elitizado. Dando as bases para que cada guerreiro tenha as armas do bem para vencer na batalha da vida. Que tudo isso comece, alegre e colorido, sambando na avenida, pois, como disse Cora Coralina, “feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”.

Títulos da Escola

2013

Campeã

2006

Campeã

1995

Vice-Campeã

1990

Campeã

Ficha Técnica

  • Fundação: 8 de dezembro de 1940
  • Cores: Verde e branco
  • Presidente: Antônio Marcos Teles 
  • Presidente de Honra: Paulo Tenente
  • QuadraRua Medeiros Pássaro, 84 – Tijuca
  • CEP 20530-070 – Rio de Janeiro / RJ
  • Ensaios:
  • Barracão: Rua de Catumbi, 15 – Catumbi
  • CEP 20251-440 – Rio de Janeiro / RJ
  • Web site: http://www.imperiodatijuca.com.br/
  • Imprensa:

A História da Império da Tijuca


A escola, desde o início, efetivou experiências comunitárias no Morro da Formiga, no bairro da Tijuca, onde foi fundada em 1940.


União das antigas escolas Recreio da Mocidade e Estrela da Tijuca, entre os seus fundadores estão Joaquim Augusto de Oliveira (Quincas), Agripino de Souza, Rodolfo Augusto de Oliveira, Celestina Pinto Rabaça, Fernando Matos, Jorge Domingos da Silva, João Escrevente, Mario Pereira, Manoel Queiroz, Aylton dos Santos, Emílio Marcatte, Manuel Pinto, entre outros.


Entre os nomes mais famosos da escola, estão Synval Silva (um dos compositores prediletos de Carmen Miranda) e Mário Pereira (Marinho da Muda), falecido em 1989.


Havia uma escola de alfabetização para crianças, a “Tropa José do Patrocínio” (grupo de escoteiros do morro), que atuou anos na comunidade. A Império da Tijuca foi a primeira escola de samba a usar o termo Império, razão pela qual tem uma coroa, símbolo da nobreza, em sua bandeira, bem como ramos de fumo e café que traduziam as riquezas do Brasil na época.


Durante a década de 1980, a escola esteve cinco vezes no grupo principal. Dessas, quatro foram consecutivas (de 1984 a 1987). Depois, conseguiu somente participar novamente do Grupo Especial em 1996, com o enredo “O Reino Unido Independente do Nordeste”, de Miguel Falabella. Desde então teve problemas financeiros até 2005, quando o presidente Antônio Marcos Telles, mais conhecido como Tê, assumiu e organizou a escola, obtendo a quinta colocação no primeiro ano de seu mandato. E logo se tornou campeã do grupo B com o enredo Tijuca, cantos, recantos e encantos.


Em 2007 emocionou a Marquês de Sapucaí falando de São Jorge com o enredo O Intrépido Santo Guerreiro, obtendo a quinta colocação no grupo A.


Em 2008, com a proposta da prefeitura de elaborar um enredo sobre os 200 anos da chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil, e com problemas em alegorias e fantasias, que foram prejudicadas pela chuva, o Império da Tijuca termina a apuração na sétima colocação.


No ano seguinte, a escola da Formiga repatriou a modelo Nana Gouvêa como madrinha de bateria, e trouxe como intérprete Pixulé. Reeditou o enredo O mundo de barro de Mestre Vitalino, do carnaval de 1977. A escola conseguiu a 7º colocação com 236,3 pontos, permanecendo no Grupo de Acesso em 2010.


Para 2010 a escola do Morro da Formiga troxe como enredo “Suprema Jinga – Senhora do trono Brazngola” o carnavalesco Jack Vasconcelos que estava na União da Ilha. Com um desfile sem muitas falhas rendeu um expressivo 5º lugar. Para 2011 mostrou um enredo sobre os carnavais em outras partes do mundo. do carnavalesco Severo Luzardo. fazendo um desfile surpreendente e terminando na 6º colocação. para 2012, a escola continua com o mesmo carnavalesco, tendo um enredo sobre utopias.

Em 2013, após Severo Luzardo, sair devido a outros compromissos. a escola da Formiga resolveu apostar no carnavalesco Júnior Pernambucano, homônio do jogador de futebol de mesmo nome. que é uma das grandes revelações do Carnaval de Três Rios onde foi campeão pela Bom das Bocas, com um desfile tecnicamente perfeito e arrebatador que encantou o público e, com um samba muito forte, conquistou Estandarte de Ouro. Com dois refrões de levantar a Sapucaí, a Império da Tijuca conquistou o público, os jurados, a crítica pelo bom enredo desenvolvido na Passarela do Samba e o título da Série A, ganhando o direito de desfilar entre as grandes, junto com suas co-irmãs Acadêmicos do Salgueiro e Unidos da Tijuca, fazendo com que o bairro da tijuca tenha o maior número de Agremiações na elite do Carnaval carioca. além de ter dois mestres de bateria, com mestre Capoeira se juntando a Claudinho Cardoso.


No seu retorno ao Especial, a escola optou pela manutenção da equipe vencedora do ano anterior, exceção feita as direções de carnaval e harmonia, o enredo escolhido para o ano de 2014 foi “Batuk”. Apesar do samba forte e o belo desfile, a agremiação terminou em 12º lugar e voltou a desfilar na Série A em 2015. O resultado gerou muita revolta não somente na comunidade do Morro da Formiga como também no mundo do samba em geral, que pedia uma reciclagem dos julgadores e revisão nos seus métodos de julgamento.


Em 2015, a escola permaneceu com seu estilo afro e mantendo boa parte da equipe do ano anterior, sendo que a escola trouxe Quinho para se juntar com Pixulé, no comando do carro de som. No entanto, apesar de um bom desfile, terminou na 6° colocação. Para o carnaval de 2016 a escola dispensou o intérprete Pixule, que estava desde 2009 na escola, para seu lugar entrou Rogerinho, que passou por Portela e Renascer de Jacarepaguá.