PUBLICIDADE

Copa das Confederações

Valcke vê danos ao evento, mas defende 'fraco' Taiti: 'beleza do futebol'

17 jun 2013 - 04h13
(atualizado às 04h22)
Compartilhar
Exibir comentários
Seleção do Taiti se classificou à Copa das Confederações por ter conquistado a Copa da Oceania
Seleção do Taiti se classificou à Copa das Confederações por ter conquistado a Copa da Oceania
Foto: Carlos Roberto/Hoje em Dia / Gazeta Press

Mesmo com a expectativa de que a seleção taitiana seja goleada em todas as suas partidas pela Copa das Confederações, o secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, afirma que um possível vexame não representará qualquer prejuízo para a Confederação de Futebol da Oceania, entidade representada pela seleção - a única amadora do torneio.

Em entrevista ao jornal neozelandês New Zealand Herald, Valcke diz que a região teve "grandes conquistas" nos anos recentes e defende que seja discutida uma vaga direta para o continente na Copa do Mundo.

"Ver o Taiti na Copa das Confederações é incrível. Essa é a beleza do futebol, é uma experiência única para eles. Sabemos (do desequilíbrio técnico) e que isso não é muito bom para o torneio, mas a imagem da Oceania não será manchada. Perder por mais de cinco gols de diferença não é o ideal, porém são seis confederações no mundo e as seis merecem ter vagas, apenas precisamos saber que uma delas não é tão forte quanto as outras cinco", analisa o secretário.

"Se tirarmos a Oceania dos torneios iremos matá-los. Se temos um filho que não vai tão bem quanto os outros na escola não devemos isolá-lo em uma sala para fazê-lo melhorar. Isso não dá certo. Precisamos tratá-lo normalmente e deixá-lo competir com os outros", compara Valcke.

A Oceania se tornou uma confederação com representação no Comitê Executivo da Fifa apenas em 1996. Com onze membros, após a saída da Austrália para a Confederação Asiática, em 2005, a entidade é a menor e mais fraca do esporte, mas possui vaga direta em todas as competições da Fifa, com exceção da Copa do Mundo - torneio em que é necessária uma repescagem.

Valcke fez um apelo para que os neozelandeses não abandonem a confederação, como ocorreu com a vizinha Austrália: "a Oceania teve dois momentos, com a Austrália e sem a Austrália. Antes, os australianos eram a grande força, mas havia competitividade com a Nova Zelândia. Agora os neozelandeses estão sozinhos, mas não devem pensar em também se mudar para a Ásia. Seria estranho. A Oceania tem o benefício de ser reconhecia como uma confederação separada. Na Ásia, a Nova Zelândia seria apenas parte de um grande grupo e perderia poder".

Francês, o secretário usou a seleção de seu país natal como exemplo do respeito que a Oceania merece: "em 2010, na África do Sul, a Nova Zelândia fez uma grande campanha (três empates em três jogos), melhor do que a França. Conseguiram se classificar para uma Copa do Mundo e podem conseguir de novo".

Apesar da visão positiva, Valcke admite que a Confederação da Oceania é a mais custosa para a Fifa: "entre 1999 e 2012, creio que depositamos cerca US$ 120 milhões para apoiar a região. Eles pedem muito apoio comercial. É difícil para eles, que estão tão isolados do resto do mundo e de Zurique (sede da Fifa). Eles sempre ligaram pedindo dinheiro. Mas não é por isso que vamos renegá-los. Temos dinheiro e não estamos sobre pressão para cortar gastos ou apenas investir em algo que possa dar retorno rápido. Vamos contribuir com o que podemos para a evolução", comentou.

"Se criarmos uma elite futebolística e abandonarmos o resto, isso não será mais a Fifa", completou.

Após vencer a Copa das Nações da Oceania diante da Nova Caledônia, após uma surpreendente vitória sobre a Nova Zelândia na semifinal, o desempenho taitiano nas Eliminatórias para a Copa de 2014 foi desastroso: a seleção perdeu cinco de seis jogos contra equipes de baixo nível técnico, marcando dois gols e sofrendo doze.

Em 2009, no seu grande momento no futebol até então, o Taiti conseguiu se classificar para a Copa do Mundo Sub-20, torneio no qual foi derrotado por 8 a 0 pela Espanha e 5 a 0 por Venezuela e Nigéria.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade