Planos 02 Out
Nesta quarta-feira (2), foi divulgada a informação que a Globo retiraria o seu feed nacional em HD das antenas parabólicas e substituiria pelos sinais regionais. Desta maneira, as transmissões ficarão mais próximas do que ocorre na TV aberta convencional - terrestre.
Apesar de gratuitas, ambas as formas de recepção dos canais de televisão possuem origem e transmissão distintas, o que resulta nas diferenças dos sinais e até das emissoras encontradas em cada meio. Entenda mais a seguir:
Uma das principais diferenças entre a TV tradicional e a captada por antenas parabólicas é a origem dos sinais. A forma convencional utilizava, na época do sinal analógico, frequências localizadas nos canais que compunham as classificações VHF e UHF. Com a destinação da faixa de 700 MHz para o 4G, houve a migração para a TV Digital.
No entanto, mesmo com a mudança do padrão da TV mais conhecida, a forma de transmissão continua semelhante: por ondas de radiofrequência no ar. Ou seja, os sinais são espalhados de forma terrestre.
Já na parabólica, a situação muda. A antena – aquele “prato” gigante no telhado – faz a função de captar o sinal de televisão por meio da infraestrutura de satélite e distribuir para dentro da casa do usuário. Desde 1997, os canais abertos podem utilizar a chamada “banda C” (5,15 ou 5,75 GHz) para transmitir em qualidade digital.
Com uma antena apontada aos satélites Star One C2, Star One C3 e Star One C1, é possível obter canais como Globo, SBT, Band, Record, RedeTV! e TV Gazeta, além de outras emissoras não transmitidas a todas as regiões, como Rede Família e TV Shoptime. Um exemplo de emissora que iniciou suas operações, em 2007, apenas nas parabólicas foi o Esporte Interativo.
Devido a essas distinções, o sinal analógico das parabólicas não foi afetado com o desligamento na TV aberta convencional e ainda pode ser assistido em muitas residências do Brasil – mesmo nas regiões onde não há mais canais UHF.
Assim como as diferenças do cabo para o DTH em TV por assinatura, assunto já abordado em uma coluna Detetive TudoCelular anterior, as transmissões abertas terrestres e via satélite contam com situações favoráveis ou não para a sua utilização.
O satélite, por exemplo, consegue atingir todas as localidades do país, mesmo naquelas onde não há estrutura para transmissão terrestre. O uso das antenas parabólicas acaba por ser mais frequente em regiões litorâneas ou no interior do Brasil, onde a qualidade é mais aceitável.
Por outro lado, o sinal por ar – ou terrestre – oferece a facilidade de não exigir instalações mais complexas na casa do usuário – ou seja, o custo é o mais baixo –, além de proporcionar canais mais regionais sem precisar lançar cada afiliada no satélite.
Enquanto a televisão aberta convencional precisou ter seu sinal analógico desligado, para abrir espaço à faixa de 700 MHz ao 4G, as parabólicas podem afetar na chegada do 5G ao Brasil.
Nesta semana, a Anatel adiou por mais um mês a deliberação a respeito do edital para o leilão da rede móvel de quinta geração. Isso porque há a necessidade de um posicionamento do governo quanto a uma possível interferência da faixa de 3,5 GHz na TV por satélite.
Uma das soluções previstas seria a instalação de um filtro nas antenas parabólicas, que custaria entre R$ 140 e R$ 240. O gasto total previsto pela Associação Brasileira de Rádio e Televisão é de aproximadamente R$ 9,6 bilhões para a adaptação.
Você é usuário de antena parabólica na sua região? Relate para a gente como é a sua experiência.
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