Topo

Copa 2018

Com VAR, jogos da Copa da Rússia têm 4 minutos extras em relação a 2014

Mark Geiger, árbitro de Coreia do Sul 2 x 0 Alemanha, o jogo mais longo da Copa do Mundo sem prorrogação - John Sibley/Reuters
Mark Geiger, árbitro de Coreia do Sul 2 x 0 Alemanha, o jogo mais longo da Copa do Mundo sem prorrogação
Imagem: John Sibley/Reuters

Gabriel Carneiro e Rodrigo Mattos

Do UOL, em São Paulo e Moscou

06/07/2018 04h00

Para além dos esquemas táticos e grandes craques, há um fenômeno que chama atenção na Copa do Mundo da Rússia: os jogos estão durando mais tempo. Contando primeira fase e oitavas de final, sem somar o tempo de prorrogação em Espanha x Rússia, Croácia x Dinamarca e Colômbia x Inglaterra, a média de duração das partidas é três minutos e 23 segundos superior a toda a Copa de 2014. O futebol da atual edição do Mundial não cabe em 90 minutos.

Veja a tabela completa, as datas e as chaves das quartas de final
Simule os resultados das quartas de final 
Neymar S/A: a engrenagem por trás do maior jogador de futebol do Brasil

O aumento da duração das partidas em 2018 para a média de 98 minutos e 23 segundos (como se fossem mais de quatro minutos de acréscimo em cada tempo) não é por acaso: parte de uma orientação da comissão de arbitragem da Fifa aos árbitros em razão da implantação do VAR, o árbitro de vídeo. Como é novidade na Rússia, a medida ainda demanda tempo para assimilação pelos envolvidos nos jogos. A ideia é que os árbitros sejam pacientes e precisos nos acréscimos, para evitar reclamações e permitir adaptação às novas linguagens do jogo.

Colômbia x Inglaterra - Yuri Cortez/AFP - Yuri Cortez/AFP
Discussões, simulações, rodinhas em torno de árbitros e VAR fizeram Colômbia 1 x 1 Inglaterra durar 13 minutos a mais, sem contar prorrogação
Imagem: Yuri Cortez/AFP

Até agora foram 56 partidas disputadas na Rússia. A mais curta foi a vitória da Bélgica por 1 a 0 sobre a Inglaterra, com 93 minutos e 18 segundos de duração - as duas seleções já estavam classificadas na primeira fase e disputavam somente a liderança do Grupo G. A mais longa foi a classificação da própria Inglaterra sobre a Colômbia, pelas oitavas de final, com 133 minutos e 30 segundos. Sem prorrogação, o jogo mais longo foi Coreia do Sul 2 x 0 Alemanha, partida que eliminou os atuais campeões mundiais em 102 minutos e 26 segundos de disputa.

A partida entre coreanos e alemães, aliás, mostra uma das consequências de partidas mais longas: há mais gols marcados no fim, como os de Kim Young-Gwon e Ju Se-Jong, aos 47 e 50 minutos do segundo tempo. Ao todo, até agora, são 18 gols feitos nos acréscimos do segundo tempo, aproximadamente 12% dos 146 da Copa do Mundo.

Cheryshev e Golovin (Rússia), Bouhaddouz (contra, para o Irã), Harry Kane (Inglaterra), Rakitic (Croácia), Khazri (Tunísia), Son Heung-Min (Coreia do Sul), Toni  Kroos (Alemanha), Salem (Arábia Saudita), Iago Aspas (Espanha), Ansarifard (Irã), Sommer (contra, para a Costa Rica), Aguero (Argentina), Chadli (Bélgica), Yerri Mina (Colômbia) e o brasileiro Neymar são os outros artilheiros dos acréscimos na Copa da Rússia. O camisa 10 da seleção marcou aos 49 minutos do segundo tempo contra a Costa Rica, ainda na primeira fase.

Neymar contra a Costa Rica - Carlos Garcia Rawlins/Reuters - Carlos Garcia Rawlins/Reuters
Imagem: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

Além dos gols nos acréscimos, há impactos físicos e estratégicos como consequência de partidas mais longas. De acordo com dados da Fifa e do Footstats, os jogadores dão menos arrancadas e têm velocidade mais baixa após 40 minutos do segundo tempo. O esgotamento físico é inevitável. Também há um número elevado de substituições nas equipes neste período - restando às vezes até 10 minutos de jogo pela frente, os treinadores ainda querem mudar a história dos jogos. Foram 64 alterações de última hora em 56 partidas.

Para quem já cansou de ouvir dos boleiros e treinadores que depois dos 40 do segundo tempo não é para ter mais jogo, a Copa do Mundo da Rússia deixa seu recado.

Copa 2018