Max Fercondini é o mais novo "descobridor dos sete mares". Escutou, Tim Maia?

Em sua terceira expedição — a primeira pela água —, o ator vivencia uma jornada de autoconhecimento a bordo de um veleiro. Já são dois anos e meio nesta aventura.

Ele era o Léo na temporada de 2001/2002 da novela

Antes de arrumar as malas e seguir o sonho de desbravar o mundo, Fercondini fez muito sucesso na TV. O paulista de São Vicente, litoral de São Paulo, atuou em várias novelas. Lembra dele como galã de "Malhação"?

Ele ainda esteve em "Laços de Família" (2000), "Começar de Novo" (2004), "Páginas da Vida" (2006), "Ciranda de Pedra" (2008). Em 2009, veio o "Globo Ecologia", que Max apresentou por cinco anos enquanto ainda fazia novelas.

Um dia pretendo voltar a atuar, mas por ora estou mais realizado fazendo as expedições

Antes de se lançar no oceano, Max cruzou os ares em um avião monomotor e, depois, terras distantes em um motorhome. Ele conheceu geleiras, sítios de Machu Picchu e viu as estrelas do Atacama.

Viajei pelo Pantanal, Amazônia, pampas, cerrado. Pousei em tribos indígenas, ribeirinhos, comunidades quilombolas. Escalei um vulcão ativo e ajudei paleontólogos a escavarem um dinossauro de 90 milhões de anos.

Há dois anos ele começou uma nova aventura

"Estudei para tirar todas as carteiras necessárias e, no período de preparação de apenas um ano, comprei meu veleiro em Barcelona. Nessa primeira fase do novo projeto, vou me manter pela Europa, velejando de Lisboa até Istambul, na Turquia".

Pretendo preparar o barco para dar a volta ao mundo.

Max trabalha desde os 14 anos e sempre economizou dinheiro para poder viajar. Sabe aquele ditado que viajar é o melhor investimento? Ele, por exemplo, nunca teve patrocínio para suas expedições.

Por quais lugares já passou velejando, Max?

1. Toda costa da Espanha
2. Gibraltar
3. Portugal
4. Ilhas Canárias
5. Santa Lúcia
6. Martinica
7. Bonaire
8. Curaçao

Veja fotos da viagem de barco de Max Fercondini

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Max Fercondini se encanta com o pôr do sol em viagem de barco

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Olha só o peixão que ele pescou!

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Em Lisboa, Portugal, ele chegou a atracar seu barco durante a quarentena

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A viagem de barco é solitária e também de muitos aprendizados

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Max em Santa Lúcia, no Caribe

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Viver a bordo é se forçar a levar uma vida mais simples, sem a necessidade de consumir e acumular coisas. Na bagagem ficam as experiências que eu vivo

A inspiração

Tive o prazer dele [Amyr Klink] e sua família escreverem o prefácio do meu primeiro livro. Ele é um velejador solitário, assim como eu

O barco de Max não é um simples barco.

Meu barco não é luxuoso, mas é muito confortável. Costumo dizer que é uma casa flutuante.

São três cabines (quartos), dois banheiros, cozinha com forno, geladeira, microondas e congelador. Na sala fica a TV, ar-condicionado e aquecedor. Ainda há um confortável sofá e uma mesa de navegação, que ele também utiliza para apoiar o computador

E lá fora?

"Tenho uma boa área para tomar sol e uma mesa na popa (parte de trás da embarcação), onde passo a maior parte do tempo, aproveitando a vista e para fazer as refeições".

Nas travessias, faço um bom estoque de alimentos e, é claro, pesco.

Como entra em outros países?

"A maioria dos países te permite permanecer por pelo menos três meses, com a possibilidade de estender esse período. Se por acaso o tempo de permanência estiver acabando, é só navegar para uma outra ilha, ou fronteira e depois voltar, se for o caso".

Parte do balanço da travessia do Atlântico:

• Milhas náuticas percorridas: 2800 (5.185 km)
• Tempo total no mar: 19 dias, 7 horas e 8 minutos
• Refeições a bordo: 39
• Quilogramas perdidos: 1,5
• Estrelas cadentes contadas: 71
• Satélites avistados: 5
• Ovnis: 2

Já tive problemas com as velas e o motor do veleiro já parou de funcionar algumas vezes. Procuro manter a calma e fazer as coisas com o dobro de atenção

Durante a pandemia, muitas pessoas se sentiram solitárias. De certa forma, é como se ele estivesse em permanente quarentena — isolado do mundo. Mas é aí que ele depara com as maravilhas da natureza.

A natureza no mar é incrível e ancorar em baías, enseadas ou na beira de praias desertas me dá a sensação de que esse mundo todo que eu estou vendo pertence só a mim

Sem falar na magia que é ver o sol nascer ou acompanhar diariamente as fases da lua, que muitas vezes vejo surgir de 'dentro' do mar.