Reino: | Animalia |
Filo: | Chordata |
Classe: | Aves |
Ordem: | Charadriiformes |
Subordem: | Charadrii |
Família: | Charadriidae |
Leach, 1820 | |
Espécie: | V. chilensis |
O quero-quero, quem-quem, espanta-boiada, tetéu, xexéu, tero-tero ou abibe-do-sul (Portugal) é uma ave da ordem Charadriiformes da família Charadriidae.
NOTA: Tero-Tero é mais usado no espanhol
Imortalizado na canção gaúcha de Barbosa Lessa:
Quero-quero, quero-quero
Quero-quero gritou lá em cima
Quero-quero quando grita
É sinal que alguém se aproxima
Quero-quero no meio da noite
Gritou porque viu alguém se aproximar
Eu também na noite da vida
Encontrei esta luz que vem do teu olhar
E agora, gauchinha
Eu grito com todo fervor
Quero-quero, quero-quero
Quero-quero o teu amor
Seu nome científico significa: do (latim) vanellus = diminutivo de vannus = abibe, (nome popular de uma ave passeriforme que habita Portugal); e chilensis = referente ao pais do Chile, originário do Chile. ⇒ Pequena abibe do Chile ou abibe-do-sul chilense.
Mede 37 centímetros de comprimento e pesa cerca de 277 gramas.
Possui um esporão pontudo, ósseo, com 1 centímetro de comprimento no encontro das asas, uma faixa preta desde o pescoço ao peito e ainda umas penas longas (penacho) na região posterior da cabeça; tem um desenho chamativo de preto, branco e cinzento na plumagem. A íris e as pernas são avermelhadas. O esporão é exibido a rivais ou inimigos com um alçar de asa ou durante o voo.
Voz: “tero-tero”. Esse som é emitido dia e noite.
Possui quatro subespécies reconhecidas:
(IOC World Bird List 2017; Aves Brasil CBRO 2015).
O leucismo (do grego λευκοσ, leucos, branco) é uma particularidade genética devida a um gene recessivo, que confere a cor branca a animais geralmente escuros.
Mais informações sobre as mutações que afetam a plumagem das aves podem ser encontradas no link abaixo:
As mutações que acometem as aves.
O quero-quero se alimenta de invertebrados aquáticos e peixinhos que encontra na lama. Para capturá-los, ele agita a lama com as patas para provocar a fuga de suas presas. Também se alimenta de artrópodes e moluscos terrestres.
Na primavera, a fêmea põe normalmente de três a quatro ovos. Nidifica em uma cavidade esgravatada no solo; os ovos têm formato de pião ou pera, forma adequada para rolarem ao redor de seu próprio eixo e não lateralmente, sendo manchados, confundindo-se perfeitamente com o solo. Quando os adultos são espantados do ninho, fingem-se de feridos a fim de desviar dali o inimigo; o macho torna-se agressivo até mesmo a um homem. Os filhotes são nidífugos, capazes de abandonar o ninho quase que imediatamente após o descascamento do ovo.
Costuma viver em banhados e pastagens; é visto em estradas, campos de futebol e próximo a fazendas, frequentemente longe d'água.
O quero-quero é sempre o primeiro a dar o alarme quando algum intruso invade seus domínios. É uma ave briguenta que provoca rixa com qualquer outra espécie habitante da mesma campina. As capivaras tiram bom proveito da convivência com o quero-quero, pois, conforme a entonação, o grito dessa ave pode significar perigo. Então os grandes roedores procuram refúgio na água.
Essa característica faz do quero-quero um excelente animal de guarda, sendo utilizado por algumas empresas que possuem seu parque fabril populado por estas aves.
O quero-quero é uma ave típica da América do Sul, sendo encontrado desde a Argentina e leste da Bolívia até a margem direita do baixo Amazonas, no Brasil. Habita as grandes campinas úmidas, espraiados dos rios e lagoas e pastagens.
Consulta bibliográfica sobre as subespécies: