Reino: | Animalia |
Filo: | Chordata |
Classe: | Aves |
Ordem: | Nyctibiiformes |
Família: | Nyctibiidae |
Chenu & Des Murs, 1851 | |
Espécie: | N. grandis |
O urutau-grande é uma ave da ordem Nyctibiiformes da família Nyctibiidae.
Também conhecida como mãe-da-lua-gigante, urutagó, jurutaí, mãe-da-lua, urutau-gigante ou simplesmente, como urutau.
Seu nome científico significa: do (grego) nux = noite; e bios = vida; nuktibios = aquele que se alimenta na noite; e do (latim) grandis = grande. ⇒ (Pássaro) grande que se alimenta a noite.
É a maior espécie da família. Possui entre 45 e 57 centímetros de comprimento e pesa entre 360 e 620 gramas (Cohn-Haft, 2012). Sua envergadura atinge 1 metro. Apresenta uma boca descomunal e difere de outras espécies da mesma família por sua plumagem esbranquiçada.
Segundo Wetmore (1968), apresenta duas fases de coloração, a fase cinza e a fase marrom.
O adulto apresenta coloração acinzentada, com manchas e estrias de coloração parda, branca e marrom em vários tons. São ligeiramente barrados, e salpicado de cinza e marrom acinzentado. As coberteiras da asa apresentam coloração cinza escurecido forrada com marrom. As primárias e secundárias são pretas, barrado indistintamente com cinza fosco, com as bordas exteriores marcados fortemente com branco ou branco acinzentado. A cauda tem bordas pretas bem definidas e é fortemente barrada. A garganta e o pescoço são pálidos, variando de coloração bege pálido a canela pálido, com fino barrado e pontos escuros. Peito e flancos do peito com manchas e estrias nas cores marrons, pardas, amarelo, branco, marrom escuro e preto fosco. O ventre é esbranquiçado. As penas infracaudais são de coloração branca, com algumas barras de cor marrom acinzentada.
A íris é castanha escura ou alaranjada, o bico é marrom, apresentando-se mais pálido na porção proximal da comissura e mais escuro na ponta distal, os tarsos e pés são amarelos.
Os juvenis da espécie apresentam a plumagem semelhante ao adulto, entretanto são mais pálidos na cabeça, costas peito e flancos com barrado e manchas de cores mais escuras muito reduzidas.
Sua vocalização bizarra muitas vezes é fonte de lendas e temores por parte da população rural. Provavelmente é dessa espécie o “rugido” noturno que os moradores da zona da mata mineira atribuem ao personagem folclórico conhecido como caboclo d`água.
Espécie monotípica (não são reconhecidas subespécies).
(Clements checklist, 2014).
Forrageia entre 1 e 2 metros do solo até a copa das árvores, alimenta-se especialmente de grandes insetos voadores, como besouros e gafanhotos, além de morcegos.
São aves de hábitos noturnos ou crepusculares. Frequenta florestas úmidas e secas, principalmente nas suas bordas, e também cerrados, caatingas, fazendas, matas de galeria, matas de várzea e até mesmo zonas urbanas. Como se alimenta de insetos noturnos, que são atraídos pela luz, pode-se valer da iluminação pública de praças e estacionamentos para capturar os insetos que são atraídos pela luz dos postes. Faz voos curtos para capturar os insetos e volta ao mesmo poleiro em que estava, lembrando muitos tyrannídeos nesse comportamento. Dorme escondido na mata mas sai para áreas mais abertas para caçar. Os locais de dormida e caça podem ser mantidos os mesmos por anos. Como os demais representantes do grupo, dorme em postura vertical em troncos e galhos fazendo um mimetismo excelente, passando despercebido muito facilmente, apesar do seu grade tamanho.
Ocorre do sul do México e nordeste da Guatemala até a Bolívia, estendendo-se até o sudeste do Brasil.