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1


2<br />

3<br />

O que você pode comer antes de praticar um esporte<br />

Antes de praticar um exercício<br />

físico é normal surgirem<br />

dúvidas sobre alimentação,<br />

como por exemplo, “o que eu<br />

posso comer antes do exercício?”,<br />

“qual alimento eu tenho<br />

que evitar?”, “qual é a quantidade<br />

de água que posso beber<br />

na hora do treino?”, entre<br />

outras. Essas e outras dúvidas<br />

são comuns. Mas não será tarefa<br />

difícil, veja abaixo:<br />

Além desses alimentos serem<br />

evitados, eles não devem ser<br />

ingeridos em menos de uma<br />

hora antes de praticar o exercício,<br />

pois esse é o tempo que<br />

o organismo demora para<br />

absorver os nutrientes oferecidos.<br />

Alimentos que você pode ingerir<br />

e como deve ser feito o<br />

consumo de<br />

líquidos:<br />

- Produtos industrializados, como por exemplo, biscoitos, refrigerante<br />

e enlatados, pois eles apresentam uma quantidade<br />

grande de sódio, fazendo com que você sinta muita sede durante<br />

o treino.<br />

- Alimentos ricos em açúcar (doces em geral), pois eles não<br />

contribuem na hora do exercício físico e não são saudáveis.<br />

- É importante evitar massas, porque elas deixam o processo<br />

digestivo mais lento.<br />

- Leite, pois têm pessoas que têm dificuldade em processar a<br />

lactose e dessa forma, gera desconforto gástrico, sono e enjoo.<br />

- Frutas com muita fibra, como por exemplo, pera, maracujá,<br />

mamão, ameixas e cereais (granola, aveia, linhaça, etc), pois estimulam<br />

a atividade intestinal.<br />

- Alimentos gordurosos, pois podem causar enjoo ou mal-estar,<br />

antes dos exercícios.<br />

- O ideal, antes dos exercícios é dar preferência a alimentos<br />

com carboidratos complexos (pães e massas integrais, aveia).<br />

- Durante o exercício é importante beber líquidos, para manter-se<br />

hidratado. E, dependendo do tempo de atividade, é preciso<br />

fazer a reposição de alimentos com carboidratos.<br />

- O consumo de líquidos é livre, devido à perda de água através<br />

do suor. De acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina<br />

Esportiva, a recomendação é ingerir de 250 a 500 ml de água<br />

até duas horas antes da atividade e, durante esta, beber água a<br />

cada 15 minutos.<br />

- Em exercícios prolongados, acima de uma hora de duração,<br />

é necessário fazer a reposição de minerais como sódio e potássio.<br />

Essa reposição pode ser feita também através de bebidas<br />

isotônicas.<br />

- E para quem quer adquirir massa muscular, é importante se<br />

alimentar em um período de duas horas depois da atividade<br />

física.


4<br />

5<br />

Túlio Malta, paixão por velocidade<br />

Por Fábio Barbosa<br />

Desde criança, o<br />

lagopratense Túlio Malta<br />

brincava com motocicletas.<br />

A paixão por velocidade<br />

iniciou aos três anos,<br />

quando numa brincadeira,<br />

montou em uma e sem<br />

hesitar, saiu pilotando. A<br />

aventura de infância se<br />

transformou em profissão<br />

e o menino que andava<br />

sobre duas rodas pelo<br />

quintal conquistou o<br />

país, reconhecimento e o<br />

orgulho da família.<br />

Filho do casal<br />

Maria Cristina Borges<br />

Malta e Otaviano José<br />

Machado Malta, Túlio<br />

sempre teve incentivo em<br />

casa. E não era à toa. O<br />

pai, foi motociclista e até<br />

hoje mantem o mesmo<br />

amor ao esporte. Mas o<br />

filho, foi bem mais longe<br />

e após ganhar o primeiro<br />

veículo não parou mais,<br />

literalmente. “Quando<br />

andei pela primeira vez em<br />

uma motocicleta senti uma<br />

sensação de liberdade. Era<br />

aquilo que eu queria para<br />

minha vida. Andava atrás<br />

de casa, no mangabal”<br />

conta o campeão que<br />

aos seis anos ganhou sua<br />

segunda motocicleta.<br />

Aos oito anos,<br />

Túlio mudou de cidade. Foi<br />

estudar em Belo Horizonte<br />

e a mudança o deixou por<br />

anos sem contato com<br />

veículos. “Sentia muita<br />

falta, parecia que faltava<br />

sempre algo. Comecei a<br />

trabalhar e comprei minha<br />

própria motocicleta aos<br />

17 anos”, revela o piloto<br />

que nesta mesma época<br />

retornou à Lagoa da Prata.<br />

Mas quem disse que o<br />

garoto conseguia ficar<br />

parado. Em seguida viajou<br />

para a Austrália para fazer<br />

intercâmbio. Ficou mais<br />

um ano longe das duas<br />

rodas, mas a experiência<br />

no exterior serviu de<br />

impulsionamento. Ao<br />

retornar, comprou outra<br />

motocicleta, agora para<br />

competir pela primeira vez,<br />

em 2012, na Copa Pró Moto<br />

de Iniciantes, realizada<br />

em Belo Horizonte. Na<br />

competição foi campeão<br />

e um dos prêmios foi o<br />

ingresso para o Enduro da<br />

Independência. Iniciava ali<br />

uma jornada profissional<br />

com treinos intensos e<br />

muita preparação.<br />

O Enduro de<br />

Regularidade, categoria<br />

onde Túlio iniciou e ainda<br />

compete, é meio passeio,<br />

meio competição. É um<br />

esporte fora da estrada,<br />

realizado em trilhas que<br />

cruzam riachos, campos,<br />

morros e tudo que tiver<br />

pela frente.<br />

Apesar dos títulos<br />

e de todo o amor pelo<br />

esporte, nem tudo são<br />

momentos de vitórias.<br />

Em 2014, Túlio sofreu<br />

um acidente em uma<br />

prova na cidade de Lavras<br />

(MG). “Fraturei os dois<br />

joelhos. Foram meses de<br />

recuperação, mas mesmo<br />

Túlio Malta, campeão de Enduro de Regularidade<br />

machucado eu não queria<br />

parar. Competi ainda no<br />

Enduro da Independência<br />

e fui campeão pela segunda<br />

vez”, revela. Apesar da<br />

conquista, ele só conseguiu<br />

retornar efetivamente as<br />

competições em 2015. “Fui<br />

atrevido, operei e fiquei a<br />

pré-temporada fazendo o<br />

tratamento, mas também<br />

fui para o Campeonato<br />

Brasileiro de Regularidade<br />

e ganhei, mesmo em<br />

recuperação”, ressalta o<br />

campeão que engordou<br />

25 kg durante o tempo<br />

em que ficou parado,<br />

mas sem perder o ânimo,<br />

muito menos, a vontade de<br />

TABELA DE TÍTULOS<br />

Nascimento: 09/05/1989<br />

Natural de: Lagoa da Prata – MG<br />

Cidade onde mora: Lagoa da Prata-MG<br />

Altura: 1,78m<br />

Peso: 76kg<br />

Modalidade: Rally Cross Country – Enduro de Regularidade<br />

Categoria: Rally -Nacional / CRF230F (Sertões) e Regularidade:<br />

Master<br />

Moto: CRF 230F<br />

Competições em 2017: Campeonato Brasileiro de<br />

Rally, Rally dos Sertões, Rally Piocerá, Ibitipoca Off-Road,<br />

Enduro da Independência<br />

Títulos/Desempenhos:<br />

Tricampeão Enduro da Independência<br />

Campeão Brasileiro, categoria Sênior<br />

2015 – Campeão Piocerá<br />

2013 e 2014 – Campeão Ibitipoca Off-Road<br />

competir.<br />

Após<br />

a<br />

recuperação e um período<br />

de análise pessoal, em<br />

2016, veio o grande desafio<br />

da carreira de Túlio Malta,<br />

o Rally dos Sertões, a<br />

maior competição da<br />

América Latina. “Neste<br />

ano eu abdiquei de<br />

tudo, até do Enduro de<br />

Regularidade. Era um<br />

sonho meu e do meu pai<br />

participar desse desafio.<br />

Dediquei meu tempo<br />

para me preparar e queria<br />

completar a prova”, revela.<br />

Mas um ano de preparação<br />

não foram suficientes<br />

para a força do destino.<br />

Após cinco dias intensos<br />

e a liderança, o campeão<br />

lagopratense sofreu outro<br />

acidade. Desta vez, muito<br />

mais grave. No Deserto do<br />

Jalapão, em Tocantins, a<br />

120 km por hora, ele caiu<br />

e quebrou a clavícula. Foi<br />

socorrido imediatamente<br />

pela equipe da prova e<br />

levado de helicóptero<br />

para o hospital. O pai, seu<br />

Otaviano, que esperava<br />

o filho em outra parte da<br />

trilha, ouviu pelo rádio de<br />

comunicação o que tinha<br />

acontecido. Foi um susto e<br />

tanto!<br />

“Tive de<br />

abandonar a prova. Fui<br />

levado em seguida para<br />

Belo Horizonte onde fiz a<br />

cirurgia. Fiquei três meses<br />

em recuperação, mas o<br />

tempo parado trouxe<br />

uma proposta que mudou<br />

minha vida”, conta com<br />

entusiasmo Túlio Malta.<br />

E que proposta! O piloto<br />

foi convidado para fazer<br />

parte da equipe Honda<br />

Racing Rally Team, Equipe<br />

Oficial Honda do Brasil.<br />

O novo desafio trouxe<br />

mais responsabilidade<br />

ao atleta, mas também<br />

o reconhecimento justo<br />

após anos de dedicação.<br />

A equipe proporcionou<br />

acesso a equipamentos de<br />

ponta, estrutura e aparato<br />

dos melhores profissionais.<br />

O que melhorou em<br />

muito o desempenho de<br />

Túlio e por consequência<br />

os resultados nas<br />

competições. “Hoje eu<br />

tenho, juntamente com<br />

meus companheiros de<br />

equipe, os melhores<br />

pilotos do brasil.<br />

Somos quatro:<br />

tenho um ídolo, Jean<br />

Azevedo, que trabalha e<br />

compete comigo. Além<br />

dos outros grandes<br />

companheiros Tunico<br />

Maciel e Gregório Caselani.<br />

E o chefe de equipe, Dário<br />

Júlio, um mestre”, destaca.<br />

O calendário<br />

anual da equipe é voltado<br />

para competições de rally,<br />

mas com a presença de<br />

Túlio, decidiram também<br />

ir em busca dos títulos<br />

no Campeonato de<br />

Regularidade. Em 2017,<br />

já são muitas vitórias<br />

e a expectativa é ainda<br />

maior para o segundo<br />

semestre. Em agosto, o<br />

piloto retorna para a única<br />

prova que ele ainda não<br />

terminou, o Rally dos<br />

Sertões. “É minha missão<br />

pessoal voltar<br />

lá e concluir.<br />

É uma<br />

prova de resistência, exige<br />

muito do piloto, mas<br />

estou pronto”, fala com<br />

entusiasmo.<br />

A trajetória de Túlio Malta<br />

é uma inspiração. A prova<br />

de que sonhos se realizam<br />

e de que nada virá fácil,<br />

sem esforço e dedicação.<br />

Um menino do interior<br />

de Minas Gerais que<br />

pilotava uma motocicleta<br />

de 50 cilindradas e hoje<br />

é campeão nacional,<br />

não nasce todo dia.<br />

Mas é exemplo, caiu e<br />

levantou. Enfrentou e<br />

enfrenta os desafios, com<br />

a mesma vontade da<br />

infância, acompanhada<br />

da determinação da<br />

juventude. Portanto,<br />

que continue trilhando<br />

caminhos de vitória!


6<br />

7<br />

Xandinha, a campeã de atletismo que conquistou o<br />

mundo<br />

Por Fábio Barbosa<br />

Alexandra Maria Pimenta<br />

da Silva, a Xandinha,<br />

é uma jovem sonhadora que<br />

conquistou o mundo através<br />

do esporte. Com 1,68 m de<br />

altura ela se agigantou nas<br />

competições, conquistou medalhas<br />

e elevou o nome de<br />

Lagoa da Prata. Determinada<br />

e corajosa, é uma heroína do<br />

atletismo e representa a força<br />

feminina que não desiste de<br />

lutar jamais.<br />

Filha do casal Maria<br />

Aparecida Pimenta Silva<br />

e Antônio Rodrigues da Silva,<br />

Xandinha é lagopratense,<br />

nascida e criada. Estudou em<br />

escola pública e lá, no bairro<br />

Marília, incentivada pelo<br />

professor de educação física<br />

Henrique (He-man) começou<br />

a praticar esportes. Em casa<br />

tinha o exemplo do pai, que<br />

foi jogador de futebol e tornou-se<br />

um grande motivador.<br />

Era dedicada e isto lhe rendeu<br />

um convite para jogar handebol<br />

nos Jogos Escolares de Lagoa<br />

da Prata, em 2012. “Nesta<br />

mesma época, o professor<br />

Abel me chamou para um<br />

teste no atletismo. Fui muito<br />

bem e comecei a treinar”,<br />

conta a atleta que no mesmo<br />

ano viajou para competir<br />

nas Olimpíadas Escolares de<br />

Poços de Caldas (MG), realizada<br />

pelo Comitê Olímpico<br />

Brasileiro e Ministério dos<br />

Esportes. A participação lhe<br />

rendeu medalha de prata, na<br />

categoria mirim de arremesso<br />

de dardos. “No mesmo ano<br />

viajei para o campeonato brasileiro<br />

de atletismo e consegui<br />

a 8ª colocação”, lembra.<br />

Em João Pessoa<br />

(PB), Xandinha também<br />

participou do Campeonato<br />

Brasileiro de Atletismo e<br />

desta vez conquistou o ouro.<br />

“Quebrei o recorde da competição<br />

no arremesso de peso.<br />

Também fui classificada para<br />

o sul-americano que aconteceu<br />

na Colômbia”, conta com<br />

orgulho. No primeiro evento<br />

internacional foi segunda colocada<br />

e viajou para Áustria,<br />

onde também quebrou o recorde<br />

da competição e para a<br />

República Checa, onde conquistou<br />

o bronze.<br />

A atleta não descansava,<br />

era focada e disciplinada.<br />

Em 2013, toda essa<br />

dedicação foi recompensada<br />

na Colômbia no último arremesso<br />

de dardos. Faltando<br />

minutos para encerrar a prova,<br />

a campeã conquistou uma<br />

vaga para os Jogos Olímpicos<br />

de Verão da Juventude de<br />

2014, oficialmente conhecido<br />

como Jogos Olímpicos de Najing.<br />

“Viajei para a China e fui<br />

finalista olímpica. Fiquei em<br />

8º lugar. Foi uma experiência<br />

incrível”, conta Xandinha que<br />

também participou do Campeonato<br />

Brasileiro de Lançamento<br />

de Dardos e foi a grande<br />

campeã, repetindo o feito<br />

em 2015 e 2016. Também foi<br />

considerada a melhor atleta<br />

no Campeonato Brasileiro<br />

Caixa de Atletismo e Campeonato<br />

Brasileiro Interclubes.<br />

Na Polônia, em<br />

2016, quebrou o recorde da<br />

competição e foi a única atleta<br />

mulher no World Champions<br />

Juniors. “Fiquei em 12º lugar,<br />

algo inédito para o nosso atletismo”,<br />

destaca a jovem. Mas a<br />

carreira que estava em ascensão<br />

precisou ser interrompida<br />

após esta viagem. Durante<br />

os treinos em São Caetano<br />

(SP), Xandinha sentiu fortes<br />

dores na coluna e descobriu<br />

uma lesão. “Me machuquei<br />

por causa dos treinos em excesso.<br />

Quando você é profissional,<br />

precisa exigir mais do<br />

seu corpo. Ir até os limites, ou<br />

além”, revela. Ao deixar para<br />

trás sua trajetória de sucesso<br />

e conquistas, a atleta recebeu<br />

uma enxurrada de carinho,<br />

tanto dos amigos do atletismo,<br />

como de pessoas que<br />

sempre a incentivaram. Retornou<br />

para Lagoa da Prata<br />

com um currículo invejável,<br />

mas guardando a humildade<br />

que sempre lhe acompanhou.<br />

“O tratamento é longo e ainda<br />

vou começar. Sorte minha<br />

que conto com muitas pessoas<br />

boas em Lagoa que irão me<br />

ajudar. Pessoas que sempre<br />

me ajudaram desde o começo.<br />

Deixei a carreira de atleta,<br />

iniciei o curso de educação física,<br />

mas ainda não terminei”,<br />

conta.<br />

Hoje Xandinha se<br />

especializou em massagem<br />

esportiva e aplica tudo que<br />

aprendeu no curso e no atletismo<br />

para incentivar os novos<br />

atletas. Uma, em especial<br />

dentro de casa. A irmã mais<br />

nova, Jordania Rodrigues Pimenta<br />

Silva, de 14 anos, que<br />

já pratica esportes e pretende<br />

seguir carreira. “Ela ainda<br />

está na fase de decisão sobre<br />

o que fazer, mas tem ido bem<br />

em arremesso de bardos e<br />

corrida. Eu dou o máximo<br />

de incentivo, afinal iniciei do<br />

mesmo jeito e acredito no<br />

poder de transformação do<br />

esporte”, destaca.<br />

“Foi um momento<br />

muito especial da minha vida,<br />

aprendei a ter responsabilidade<br />

e tive muito conhecimento.<br />

Conheci muito do esporte.<br />

Conheci muitos lugares que<br />

tinha vontade e tudo graças<br />

ao esporte. Quero continua<br />

praticando, mas como hobby,<br />

sem competição. Mas agora<br />

tenho outros sonhos. Afinal<br />

sonhos começam e são concluídos.<br />

Afinal eles precisam<br />

se tornar realidade”, encerra<br />

a atleta que guarda todas as<br />

lembrança dos lugares por<br />

onde passou e as medalhas.<br />

Uma maneia de recordar e<br />

manter vivo a trajetória e sucesso<br />

no esporte.


8<br />

9<br />

Praticar exercícios pode evitar 15 doenças<br />

Além de prevenir a morte<br />

prematura, o exercício físico<br />

pode prevenir a doença<br />

cardíaca, doença cerebrovascular,<br />

hipertensão, câncer de<br />

cólon e de mama, diabetes<br />

mellitus tipo 2, síndrome metabólica<br />

ou depressão. Isso<br />

foi demonstrado por uma<br />

investigação feito no Hospital<br />

Puigcerdà e da Faculdade<br />

de Medicina da Universidade<br />

de Girona, publicado na<br />

revista “Clínica Médica”. Os<br />

resultados são baseados em<br />

rastreamento de cerca de 1,5<br />

milhões de indivíduos ao longo<br />

de 11 anos.<br />

“Alguns estudos mostram que<br />

mesmo uma atividade mais<br />

leve pode reduzir o risco cardiovascular.<br />

Caminhar uma<br />

hora por semana reduziu em<br />

50% o risco de doenças cardíacas<br />

e uma sessão semanal de<br />

exercícios intensos reduz a<br />

mortalidade cardiovascular<br />

em 39% nos homens e 51%<br />

nas mulheres”, escrevem os<br />

autores. Os benefícios aumentam<br />

com o volume e a<br />

intensidade do exercício. Os<br />

exercícios moderados são<br />

recomendados pelos especialistas<br />

por, pelo menos, meia<br />

hora de 5 dias por semana, ou<br />

exercícios vigorosos por, pelo<br />

menos, 20 minutos em 3 dias<br />

por semana.<br />

Em relação ao câncer, em<br />

uma pesquisa de 1,4 milhões<br />

de pacientes seguidos por 10<br />

anos, houve uma redução de<br />

30% na incidência de câncer<br />

do cólon no grupo ativo. Em<br />

outra pesquisa, desta vez mais<br />

de 1,8 milhões de pacientes<br />

seguidos por 10 anos, houve<br />

uma redução na incidência<br />

de câncer da mama 20-40%<br />

no grupo ao qual foi aplicada<br />

a prática de exercício. Além<br />

disso, o exercício alcançou<br />

uma redução de 42% na incidência<br />

de diabetes tipo 2 em<br />

uma pesquisa sistemática de<br />

624.000 pacientes acompanhados<br />

por cerca de nove<br />

anos.<br />

Também é útil para prevenir a<br />

síndrome metabólica e reduzir<br />

a prevalência da osteoporose,<br />

reduzindo a incidência<br />

de fraturas. De acordo com<br />

uma análise de 4.100 pacientes,<br />

o exercício moderado<br />

ajuda na redução da dor e da<br />

deficiência resultante da osteoartrite,<br />

especialmente no<br />

caso da osteoartrite do joelho.<br />

É também eficaz na redução<br />

do risco de limitação funcional<br />

e incapacidade física,<br />

baixando entre 30% e 50%.<br />

Além disso, um programa de<br />

exercícios de força e equilíbrio<br />

melhora a função física e<br />

reduz o risco de queda entre<br />

11% e 40%. Além disso, diminui<br />

o risco de demência e<br />

declínio cognitivo em pessoas<br />

com mais de 65 anos e qualquer<br />

forma de atividade física<br />

diária por 41% reduz o risco<br />

de distúrbios psicológicos, de<br />

acordo com uma análise de<br />

19.800 pacientes.<br />

Em suma médicos aconselham<br />

a prática de exercícios<br />

em qualquer idade.


10<br />

11<br />

10 alimentos essenciais para quem pratica esportes<br />

Guia da Semana<br />

Os cuidados<br />

com a alimentação para<br />

quem pratica esportes<br />

são essenciais. Pois, assim<br />

como um veículo precisa de<br />

combustível para funcionar,<br />

o corpo precisa de alimentos<br />

para garantir energia e<br />

manter a disposição.<br />

Q u a n d o<br />

oorganismo tem os nutrientes<br />

necessários para manter seu<br />

bom nível de desempenho, o<br />

rendimento durante a prática<br />

Batata doce<br />

Fonte de carboidrato, a batata doce pode<br />

ser consumida antes, durante e<br />

depois da atividade física para reposição<br />

dos estoques de glicogênio no fígado<br />

e músculos.<br />

Frutas cítricas<br />

Fontes de vitamina C, as<br />

frutas cítricas, como laranja,<br />

carambola e acerola,<br />

otimizam as funções do<br />

sistema imunológico.<br />

Aveia<br />

Além de ser rica em fibras, vitaminas e minerais,<br />

a aveia é um carboidrato de<br />

baixo índice glicêmico, ou seja, demora mais<br />

para virar glicose no sangue e<br />

evita acúmulo de gordura.<br />

de esportes aumenta.<br />

S e g u n d o<br />

a<br />

nutricionista<br />

comportamental, Patrícia<br />

Cruz, se a dieta não está<br />

à altura do gasto calórico<br />

provocado pelo exercício, o<br />

desgaste é muito maior e a<br />

qualidade é do exercício é<br />

muito menor. Patrícia Cruz,<br />

separou alguns alimentos<br />

que são indispensáveis para a<br />

dieta de um atleta.<br />

Confira:<br />

Pães<br />

Os pães restabelecem os estoques de glicogênio<br />

após o treino. Além de serem<br />

fontes de energia rápida durante o treino, eles<br />

também ajudam na<br />

recuperação.<br />

Verduras e legumes<br />

Fontes de vitaminas e minerais,<br />

as verduras e legumes atuam na<br />

regulação do<br />

metabolismo e na formação estrutural<br />

do corpo.<br />

Frango<br />

Proteína com baixo teor de gordura,<br />

o frango ajuda na síntese de<br />

proteína e na<br />

formação de músculo. Ou seja, ótimo<br />

aliado na recuperação muscular.<br />

Chá verde<br />

Além de melhorar a concentração, dando mais<br />

energia durante os treinos (por<br />

conta da cafeína), o chá verde ainda auxilia na<br />

recuperação do corpo, evitando<br />

depressão do sistema imunológico e danificação<br />

das células. *Lembrando que<br />

ele pode ser consumido na forma de infusão ou<br />

em cápsulas.<br />

Banana<br />

Por ser rica em carboidratos,<br />

vitaminas do<br />

complexo B e potássio,<br />

a banana é<br />

uma ótima opção de<br />

lanche pré-treino.<br />

Leite e iogurtes<br />

Fontes de proteínas e cálcio,<br />

o leite e os iogurtes auxiliam na<br />

formação da<br />

massa muscular e também na<br />

saúde óssea.<br />

Oleaginosas<br />

Fontes de gordura mono e poli-insaturadas,<br />

as oleaginosas são fontes de<br />

energia ao longo do dia e durante o exercício.


12<br />

13<br />

Romeu Valadão, o motociclista que conquistou o Brasil<br />

Por Fábio Barbosa<br />

Mineiro de Arcos (MG),<br />

considerado cidadão de<br />

Lagoa da Prata, Romeu<br />

Valadão é um exemplo a<br />

ser seguido. Aos 61 anos,<br />

o piloto que fez história<br />

no enduro brasileiro é<br />

desprovido de vaidades e<br />

compartilha sua vasta experiência<br />

com quem tiver<br />

interesse. Com tantos títulos<br />

e um currículo invejável<br />

ele conta com muita<br />

humildade uma trajetória<br />

que surpreende.<br />

Filho de Silvia Maria Valadão<br />

e Sebastião Galdino<br />

Valadão, Romeu sempre<br />

gostou de atividades físicas.<br />

No colégio, jogava<br />

futebol, handebol, corria e<br />

ainda nadava. Nessa época,<br />

nem imaginava o futuro,<br />

mas se destacava nas<br />

olimpíadas escolares. O<br />

tempo passou, ele continuou<br />

praticando esportes<br />

e mudou para Belo Horizonte.<br />

“Nunca pensei em<br />

competir com motocicleta.<br />

Sempre gostei mesmo é de<br />

mecânica. Minha primeira<br />

motocicleta comprei com<br />

26 anos de idade e comprei<br />

por achar ela muito<br />

interessante, era uma off<br />

roud, chamada Zanella<br />

125 cilindradas”, conta.<br />

Ao comprar este veículo,<br />

ele descobriu uma paixão.<br />

A finalidade era apenas<br />

o uso diário para se locomover<br />

na capital, porém,<br />

um convite mudaria tudo.<br />

Romeu Valadão e sua moto, companheira de todas as horas<br />

“Um belo dia estava parado,<br />

num sábado, encontrei<br />

dois amigos que me convidaram<br />

para um trilha. Eu<br />

nem imaginava, mas fui<br />

com eles e não parei mais”,<br />

revela.<br />

A experiência na primeira<br />

trilha foi tão intensa que<br />

vieram muitas outras em<br />

seguida. “Quando tomei<br />

gosto, vi que era aquilo que<br />

queria. Comprei uma outra<br />

motocicleta, a DT 180<br />

cilindradas que na época<br />

era a melhor do mercado”,<br />

lembra Romeu que começou<br />

a competir em menos<br />

de oito meses. As primeiras<br />

provas oficiais foram<br />

em Nova Lima (MG), região<br />

considerada berço do<br />

enduro. “Não tínhamos<br />

apoio de fábricas e pouco<br />

dinheiro. Reuníamos um<br />

grupo e alugávamos um caminhão<br />

para ir aos municípios<br />

de minas nas provas<br />

de enduro de regularidade”,<br />

destaca. A competição<br />

do Enduro do Milho, em<br />

Patos de Minas, em 1984,<br />

foi decisiva na carreira de<br />

Romeu, ficou em décimo<br />

lugar. Uma conquista meteórica,<br />

seguida de um segundo<br />

lugar em Barbacena<br />

e em Lagoa da Prata. Nas<br />

três primeiras provas, com<br />

mais de 300 competidores,<br />

o motociclista iniciante<br />

já despontava e chamava<br />

atenção. A primeira vitória<br />

veio no mesmo ano, no<br />

Enduro de Lavras.<br />

Não demorou e vieram<br />

convites das fábricas. De<br />

janeiro a março de 1985,<br />

Romeu correu pela Honda.<br />

Ganhou destaque e recebeu<br />

uma proposta da equipe<br />

Shell Yamaha, que na<br />

época era uma das maiores<br />

equipes do país. “Foi um<br />

ano de muitas corridas e<br />

disputas. Tive três primeiros<br />

lugares, cinco segundos<br />

lugares e dois terceiros.<br />

Sempre estive entre<br />

os dez primeiros”, recorda<br />

com orgulho. Com todo o<br />

apoio e estrutura que precisava,<br />

o motociclista era o<br />

campeão do momento. Em<br />

1988, durante o Enduro da<br />

Independência, a mais importante<br />

prova de Minas<br />

Gerais, Romeu conheceu<br />

seu grande amor, Claudine<br />

de Castro Bernardes<br />

Valadão. Da união, nasceram<br />

duas meninas, Silvia e<br />

Clara. A esposa tornou-se<br />

uma parceira e grande incentivadora.<br />

Em 1989, já consagrado<br />

campeão mineiro e nacional,<br />

veio uma oportunidade<br />

internacional. Romeu<br />

Valadão e o amigo Helder<br />

Rabelo foram convidados<br />

para uma competição na<br />

Europa, o V Enduro 12<br />

Horas, promovido pela<br />

Unicef, organizado pela<br />

Federação Italiana de Motociclismo.<br />

A dupla percorreu<br />

400 quilômetros<br />

correndo em duas YZ<br />

Yamaha 250 cc, conquistando<br />

o sexto lugar na categoria.<br />

O resultado foi tão<br />

Romeu com as filhas<br />

bom que eles foram convidados<br />

para o Enduro de<br />

San Remo.<br />

“Realmente a carreira de<br />

Romeu Valadão é de deixar<br />

água na boca em qualquer<br />

um. Há cinco anos<br />

participando do enduro,<br />

o piloto já competiu 124<br />

provas, ficou em primeiro<br />

lugar 54 vezes e o restante<br />

foram segundos e terceiros<br />

lugares”, destacou o jornal<br />

Diário da Tarde em uma<br />

matéria exclusiva em 14 de<br />

maio de 1990. “Pilotar mudou<br />

completamente minha<br />

vida, tive muito incentivo<br />

e os resultados vieram.<br />

Tudo dependia de mim e<br />

da motocicleta. Mas com o<br />

apoio da família e amigos,<br />

todo mundo na torcida, foi<br />

bem mais fácil”, destaca<br />

o piloto que lembra das<br />

amizades que fez neste<br />

período e da importância<br />

do esporte em sua<br />

vida. “O retorno financeiro<br />

foi muito bom, mudou minha<br />

vida. O mais importante<br />

foram o amigos que<br />

fiz e até hoje tenho. Onde<br />

chego ainda sou reconhecido,<br />

é uma grande satisfação<br />

pessoal”, revela.<br />

Em 1992, após anos de<br />

vitórias, Romeu decidiu<br />

parar. “Toda corrida exige<br />

muito do piloto, resistência<br />

física, determinação,<br />

preparo e concentração.<br />

E a esta altura da minha<br />

vida, o foco estava mudando.<br />

Era minha hora de parar”,<br />

ressalta o motociclista<br />

que guarda em casa, em<br />

inúmeros álbuns, os recortes<br />

de todas as matérias<br />

que saíram sobre<br />

sua carreira.<br />

Em todo o tempo<br />

que pilotou,<br />

Romeu<br />

Túlio Malta, campeão de Enduro de Regularidade<br />

não teve acidentes. Uma<br />

exceção quase rara no esporte.<br />

A única situação que<br />

ele sofreu foi uma queda<br />

sobre uma cerca de arame<br />

esfarpado fazendo o levantamento<br />

de uma prova em<br />

Lagoa da Prata. O legado<br />

do piloto é reconhecido até<br />

hoje. Tanto que o apelidavam<br />

de “Precisão Suíça”,<br />

numa referência a pontualidade<br />

dele na provas. Não<br />

passava nenhum minuto a<br />

mais ou menos nos pontos<br />

de fiscalização. Estas histórias<br />

e tantas outras lhe<br />

rendem convites até hoje,<br />

como abrir provas de enduro.<br />

Mas a vida está mais<br />

sossegada.<br />

“Hoje tenho uma Suzuki<br />

250 e faço trilhas. Pedalo<br />

bastante também, gosto<br />

muito. Tenho ainda uma<br />

oficina montada na casa<br />

dos meus pais para mexer<br />

na minha motocicleta, afinal<br />

sempre gostei de mecânica”,<br />

revela Romeu que<br />

ainda lembra a importância<br />

da fé para sua carreira:<br />

“Sempre rezei antes de<br />

todas as provas, isso foi e é<br />

muito importante”.<br />

Com um sorriso no rosto,<br />

o campeão lagopratense de<br />

coração mantem firme a<br />

teoria de que quando fazemos<br />

o que gostamos, nossas<br />

vitórias são consequências.<br />

Com esforço e muita<br />

dedicação, Romeu Valadão<br />

venceu a maior prova, a da<br />

vida. Conquistou muito<br />

mais que títulos, a experiência<br />

necessária para ser<br />

alguém que inspira. Essa<br />

raça e força é o que guia<br />

ele desde a infância. “Na<br />

dúvida, acelere”, encerra<br />

com bom humor a nossa<br />

entrevista.


14<br />

15<br />

Nascido para o Futebol: A volta ao mundo de<br />

Rodrigo Ferrugem<br />

Por Fábio Barbosa<br />

Todo menino tem<br />

o sonho de ser jogador de<br />

futebol. Mas na década<br />

de 1980, o jovem Rodrigo<br />

Lacerda Ramos, em especial,<br />

tinha essa vontade na<br />

ponta dos pés. Filho dos<br />

lagopratenses José Teixeira<br />

Ramos e Carmem<br />

Maria Lacerda Ramos, o<br />

futuro atleta nasceu em<br />

São Bernardo do Campo,<br />

no interior de São Paulo.<br />

Jogava bola com os amigos<br />

quase todos os dias<br />

e quando não estava em<br />

uma quadra de futsal, a<br />

rua se transformava em<br />

campo.<br />

Rodrigo passou a<br />

infância e a adolescência<br />

jogando. E acreditem, foi<br />

realmente dessa forma,<br />

literalmente. A atividade<br />

era tão intensa e ele tão<br />

apaixonado, que no colégio<br />

era o craque do time.<br />

Essa fama lhe rendeu um<br />

convite para jogar na Seleção<br />

de Futsal de São<br />

Bernardo, em 1992. “Eu<br />

sempre sonhei em ser<br />

jogador. Acordava pensando<br />

em futebol. Passei<br />

pelas etapas e fui conquistando<br />

meu espaço”,<br />

conta.<br />

Em 1994, outro<br />

convite. E desta vez um<br />

que mudaria sua vida. Entrou<br />

no time infantil do<br />

Palmeiras, oportunidade<br />

e reconhecimento decisivo.<br />

Três anos de dedicação<br />

intensa e muito esforço<br />

lhe renderam mais uma<br />

conquista, a profissionalização<br />

em 1997. “Jogar em<br />

um time grande foi parte<br />

da realização de um sonho.<br />

Chegar nas categorias<br />

de base, não foi fácil.<br />

Saia de São Bernardo e<br />

enfrentava uma viagem de<br />

mais de um hora no trem,<br />

mas valeu todo o esforço”,<br />

revela. No Palmeiras, Rodrigo<br />

Ferrugem ganhou<br />

destaque nacional e teve a<br />

oportunidade de jogar na<br />

Seleção Brasileira Sub-20.<br />

Com esta participação defendendo<br />

a camisa verde e<br />

amarela foi visto por um<br />

agente espanhol que morava<br />

no Brasil.<br />

Após o fim do<br />

contrato com o time brasileiro,<br />

Rodrigo recebeu<br />

um convite irrecusável:<br />

jogar na Grécia. Aos 19<br />

anos iniciava a carreira<br />

internacional que lhe renderia<br />

fama. “Foi uma experiência<br />

muito válida. O<br />

meu primeiro salário bom<br />

veio de lá. Nunca tinha<br />

saído de casa e quando saí<br />

fui direto para Atenas”,<br />

conta com entusiasmo o<br />

atleta. O futebol é uma<br />

língua universal, mas o<br />

grego não. Por isso no<br />

início da temporada em<br />

solo europeu contou com<br />

a ajuda de um intérprete<br />

em todos os momentos.<br />

Mas ele não estava sozinho,<br />

os pais acompanhavam<br />

de perto sua carreira<br />

e duas vezes ao ano visitavam<br />

o filho. “Meus pais<br />

foram fundamentais para<br />

o meu desempenho. Eu<br />

sentia saudade, falta de<br />

tudo. Mas como sempre<br />

nos falávamos e sabia que<br />

tinha o incentivo de casa,<br />

tive a força necessária<br />

para todos os desafios que<br />

vieram”, destaca o jogador<br />

que também teve apoio<br />

incondicional dos irmãos<br />

Cintia e Wendel.<br />

A Grécia tem tradição<br />

em futebol e o time<br />

em que Rodrigo jogou foi<br />

campeão da Eurocopa.<br />

O título reforçou a importância<br />

do jogador no<br />

time, mas apesar do sucesso<br />

ele ainda não estava<br />

realizado. Como todo<br />

jovem, queria ir além. E<br />

essa satisfação pessoal<br />

veio quando foi contratado<br />

para o Atlético Mineiro.<br />

Um sonho de qualquer<br />

jogador mineiro que se<br />

tornou realidade. “Voltei<br />

com mais responsabilidade<br />

como profissional para<br />

Rodrigo Ferrugem vestindo a camisa do time em que jogou na Grécia<br />

1. Um ídolo? Pelé<br />

2. Um ídolo atual?<br />

Tite<br />

3. Um lugar que não<br />

gostou de conhecer? Os<br />

campos de concentração<br />

nazistas, na Alemanha<br />

4. Um lugar que<br />

você pretende conhecer?<br />

O Hawaí<br />

5. Pra relaxar, nada<br />

melhor que? Carinho da<br />

o galo, foi uma experiência<br />

ótima, um ano bom,<br />

que aprendi muito. Jogar<br />

na cidade que tem três<br />

times grandes foi muito<br />

bom, a cobrança foi grande,<br />

mas deu tudo certo”,<br />

destaca o atleta. Não foi<br />

infelizmente um ano feliz<br />

para o time que não<br />

conquistou o campeonato<br />

mineiro, mas a campanha<br />

foi uma das mais ativas da<br />

história do clube.<br />

Em 2004 um outro<br />

convite o levou para a<br />

Europa novamente. Desta<br />

vez para França. Mesmo<br />

sem falar francês, Rodrigo<br />

embarcou em mais um<br />

desafio e não parou por<br />

ai. Realizou uma verdadeira<br />

volta ao mundo em<br />

sua carreira. “Nunca imaginei<br />

morar, muito menos<br />

jogar no campeonato<br />

francês. Mas me adaptei<br />

rapidamente. Lá foi onde<br />

fiquei por mais tempo,<br />

quatro anos. Também joguei<br />

no Japão e na Suíça,<br />

gostava de viajar”, revela<br />

o jogador que apesar das<br />

viagens jamais perdeu<br />

o vínculo com Lagoa da<br />

prata. “Perdi formaturas,<br />

casamentos, quase todas<br />

as festas de família, mas<br />

sempre que podia estava<br />

aqui. Lagoa sempre foi<br />

meu porto seguro”, conta<br />

Rodrigo que visitava a<br />

cidade uma vez por ano e<br />

sempre estava na casa dos<br />

avós.<br />

Em 2014, Rodrigo<br />

decidiu que era hora<br />

de parar. Se aposentou.<br />

Mas o legado deixado<br />

por ele para as novas gerações<br />

é exemplo. “Me<br />

realizei profissionalmente<br />

e consegui conhecer<br />

novas culturas, aprender<br />

novas línguas, fazer novos<br />

amigos. Fui lugares<br />

que se não fosse o futebol,<br />

jamais iria conhecer”,<br />

destaca com saudosismo.<br />

Hoje, o agora ex-atleta<br />

continua jogando futebol,<br />

mas apenas nos finais de<br />

semana. Pendurou as chuteiras,<br />

mas está se preparando<br />

para outro desafio,<br />

ser treinador. E para isto,<br />

estudando muito. Casou<br />

há dois anos com Maíla<br />

Carvalho Costa Ramos e<br />

toca os negócios no ramo<br />

fitness e da construção civil.<br />

Não consegue fica parado!<br />

E já que estávamos<br />

falando de futebol, o<br />

jogador revelou quais os<br />

times brasileiros que torce:<br />

Palmeiras e Atlético<br />

Mineiro, ambos onde ele<br />

Perfil: Rodrigo Ferrugem<br />

minha mãe<br />

6. Para estressar,<br />

nada pior que? Ouvir<br />

mentiras<br />

7. Analise a frase:<br />

“O que importa é competir<br />

e não vencer”! - Ela<br />

chega a ser real, mas não<br />

é regra, porque vencer<br />

faz parte da realização<br />

e sonhos e é bom. Mas<br />

competir também é muito<br />

bom. Depois da tristeza<br />

da derrota, o conforto<br />

acaba por vir.<br />

8. Um lugar em Lagoa<br />

da Prata? A casa do<br />

meus avós, os saudosos<br />

Sr. Quito e dona Zefa e<br />

também da minha avó<br />

paterna, Dona Maria. Infelizmente<br />

não conheci<br />

meu avô.<br />

9. Um prato para<br />

jogou. Perguntado sobre<br />

uma mensagem para as<br />

novas gerações do futebol,<br />

Rodrigo responde rapidamente:<br />

“Vale muito a<br />

pena lutar, coloque Deus<br />

na frente, batalhe, o esforço<br />

é muito válido e trás<br />

vitórias”.<br />

S egundo Rodrigo,<br />

apesar da aposentadoria<br />

a maior saudade é da torcida.<br />

“Sinto falta claro de<br />

jogar futebol, mas é uma<br />

ausência tranquila. Sinto<br />

falta da emoção de um<br />

estádio lotado, da torcida,<br />

de uma conquista de um<br />

título”, lembra.<br />

comer e um que saber<br />

preparar? Eu preparo<br />

uma massa carbonara que<br />

agrada geral, que aprendi<br />

na época que morava<br />

na França. E para comer,<br />

uma boa feijoada cai muito<br />

bem<br />

10. Uma frase ou um<br />

pensamento? Fé em Deus<br />

e nunca desista de seus<br />

sonhos!


16<br />

17<br />

Miguel Bernardes, há 50 anos jogando peteca<br />

Por Fábio Barbosa<br />

Uma casa na Rua<br />

27 de Dezembro no centro<br />

de Lagoa da Prata guarda<br />

uma história encantadora<br />

sobre o amor ao esporte.<br />

Miguel Bernardes e a esposa<br />

Mary Alice Bernardes<br />

Maciel são os proprietários<br />

da residência que possui no<br />

quintal uma quadra de jogos<br />

de peteca. A existência<br />

deste espaço transformou o<br />

lugar em ponto de encontro<br />

de amigos e passagem de<br />

gerações.<br />

O empresário Miguel<br />

Bernardes nos recebe<br />

com um sorriso no rosto e<br />

muita disposição. Enquanto<br />

caminhamos pela varanda<br />

ele já conta uma das<br />

histórias mais interessantes<br />

sobre a cidade. “Aqui tem<br />

o nome de Lagoa da Prata<br />

por causa da lagoa. Quando<br />

missionários estiveram<br />

aqui visitando a casa do<br />

fundador viram de lá o sol<br />

refletir na água e disseram<br />

nossa que coisa mais bonita,<br />

parece uma prata, por<br />

isso o nome Lagoa da Prata”,<br />

conta com saudosismo.<br />

Mas a história que viemos<br />

em busca é a dele e da peteca,<br />

que o acompanha por<br />

quase toda a vida. Mais de<br />

50 anos para se ter noção.<br />

“Quem trouxe o jogo para<br />

a cidade foi o Amâncio, um<br />

amigo nosso de infância<br />

que morou em Belo Horizonte<br />

e nos apresentou a<br />

peteca. Jogávamos ali na<br />

praia artificial que foi construída<br />

naquela época”, conta.<br />

E os jogos se tornaram<br />

a diversão da juventude lagopratense<br />

a partir da década<br />

de 1960.<br />

“Tinha o espaço<br />

sobrando no quintal, então<br />

resolvi fazer essa quadra<br />

para jogar toda noite.<br />

A primeira iluminação era<br />

de poste de eucalipto. Hoje<br />

é de estrutura metálica.<br />

Aos 70 anos eu jogo e ainda<br />

ganho dos meninos que<br />

tem idade para ser meus<br />

netos”, destaca Miguel que<br />

teve como primeiros parceiros<br />

na quadra os amigos:<br />

José Maurício, Alair, Carlos<br />

Bernardes, João Alfredo,<br />

Carlos Ribeiro e eu. Seguidos<br />

da segunda geração:<br />

Doutor Marden, Doutor<br />

Ivan Perilo, Ronaldo Nogueira,<br />

Doutor Cláudio,<br />

Cláudio Bernardes. E da<br />

terceira, nos dias de hoje:<br />

Dinho, Flávio, Arlisson,<br />

Ailton, Carlos, Everaldo,<br />

Tanaka, Renê Mesquita e<br />

Júlio Cesar.<br />

No início da quadra<br />

os amigos realizam um<br />

evento chamado “Festivo”.<br />

A reunião dos jogadores de<br />

peteca era realizada às sextas-feiras,<br />

com pato e cerveja<br />

no cardápio. Os jogos<br />

era tão pulares que logo o<br />

quintal ganhou uma piscina<br />

e uma sauna, a casa do seu<br />

Miguel e dona Mary virou<br />

quase um clube. “Minha<br />

esposa sempre me apoiou.<br />

Afinal virou um lugar de<br />

recreação em casa, praticamente<br />

um quadra multiuso.<br />

Eu gosto de jogar com a<br />

turma nova, essa interação<br />

é importante”, conta o idealizador<br />

de um dos projetos<br />

mais interessantes de esporte<br />

na cidade. Ao longo<br />

de quase 50 anos do espaço<br />

vieram amigos das cidades<br />

vizinhas e até de Divinópolis<br />

e Belo Horizonte, um<br />

verdadeiro intercâmbio da<br />

peteca.<br />

Os jogos na quadra<br />

do seu Miguel com o tempo<br />

ganharam fama. E o anfitrião<br />

ganhou dois campeonatos<br />

e sempre foi um dos<br />

melhores jogadores. “Eu<br />

não jogo mais para competir,<br />

jogo mais é para divertir.<br />

Na minha época eu participei<br />

de campeonatos e fui<br />

campeão. Mas hoje ficamos<br />

com a idade mais elevada,<br />

para não falar que não estou<br />

velho, jogo apenas<br />

por diversão. Na peteca<br />

ninguém pendura a<br />

chuteira, ninguém para<br />

na verdade”, revela o homem<br />

que atualmente<br />

recebe os<br />

amig<br />

o s<br />

religios<br />

a m e n t e<br />

nas segundas, terças,<br />

quartas e quintas.<br />

O jogo de<br />

peteca é sério. Exige<br />

treinamento, técnicas<br />

e tem regras próprias.<br />

Tem que fazer tudo<br />

para não errar. O físico<br />

de pessoas altas é<br />

mais apropriado para<br />

o esporte, assim como<br />

no vôlei. Mas se for<br />

baixinho, com agilidade<br />

e rapidez, não<br />

terá muita diferença.<br />

“A peteca é bom por<br />

que você faz exercício.<br />

É melhor que<br />

caminhada e claro,<br />

cria laços de amizade e<br />

isto tem um valor imensurável”,<br />

ressalta Miguel que<br />

completa. “Você vai diminuindo<br />

a vitalidade física,<br />

mas desenvolvendo a sabedoria.<br />

Você compensa com<br />

praticar<br />

esporte”,<br />

aconselha<br />

a técnica e a pratica ao longo<br />

do tempo”, diz.<br />

Os jogos de peteca<br />

são mais conhecidos em<br />

Minas Gerais do que em<br />

outros estados. Mas nem<br />

por isso perde sua vocação<br />

de reunir a juventude.<br />

“Acho que todo jovem deveria<br />

o<br />

Miguel<br />

que perguntado<br />

sobre até quando<br />

jogará, responde com<br />

humor: “Até quando Deus<br />

quiser e deixar!”<br />

Regras para jogar Peteca – Como jogar?<br />

A peteca é um esporte de origem brasileira, mais precisamente de origem<br />

indígena. É um esporte de grande popularidade no Brasil, mas também tem sido introduzido<br />

em regiões da Europa, tais como a Alemanha, onde tem sido gradativamente mais<br />

praticado. Sua estrutura se assemelha à do vôlei, mas é consideravelmente simples e não<br />

apresenta regras muito complexas.<br />

Assim como no vôlei, há uma rede que atravessa a quadra, dividindo-a em<br />

dois campos iguais que serão ocupados pelas equipes adversárias. Pode ser praticado tanto<br />

em quadras abertas quanto em quadras fechadas, bem como pode ser praticado tanto por<br />

homens quanto mulheres, sendo esses divididos por faixa etária.<br />

O objeto usado na prática desse esporte recebe o mesmo nome, peteca. Trata-se<br />

de uma base com um peso de borracha, em que são fixadas, em geral, quatro penas<br />

de tamanho médio. O objetivo principal do jogo é a marcação de pontos que, assim como<br />

no vôlei, consiste em fazer com que a peteca caia no chão do campo adversário.<br />

Diferenças estruturais entre a peteca e o vôlei<br />

• A estrutura da quadra é semelhante, porém apresenta dimensões menores e variáveis.<br />

Enquanto uma quadra de vôlei possui dimensões de 18 x 9 metros, uma quadra de vôlei<br />

para dois jogadores em cada time tem 15 x 7,5 metros e uma para um jogador, 15 x 4<br />

metros.<br />

• A altura da rede é variável em um jogo de peteca, de acordo com a faixa etária em que se<br />

encontram os jogadores e o sexo a que pertencem. Na categoria de 12 anos, por exemplo,<br />

a rede para jogos masculinos deve apresentar 2,43 metros de altura, enquanto a rede para<br />

jogos femininos deve apresentar 2,24 metros.<br />

• O número de jogadores de vôlei é fixo: Cada equipe deve contar com 6 jogadores em<br />

quadra. Na peteca por sua vez, é permitido que cada equipe tenha um ou dois jogadores.<br />

As regras da peteca<br />

1. A duração de um jogo de peteca é variável: Cada set dura, no máximo, 20<br />

minutos. Entretanto, caso uma equipe consiga conquistar 12 pontos antes desse tempo, é<br />

declarado o fim do set.<br />

2. As partidas de peteca são, em geral, disputadas em melhor de três sets. Sendo<br />

assim, se uma equipe ganhar os dois primeiros, é considerada a vencedora da partida.<br />

3. A forma de início do jogo é semelhante à do vôlei: Um jogador deve se posicionar<br />

atrás da linha de fundo e sacar a peteca, fazendo com que ela atravesse a rede e<br />

chegue ao campo da equipe adversária;<br />

4. A receber a peteca em seu campo, a equipe tem o direito de fazer um único<br />

movimento para devolvê-la ao campo adversário. Caso não consiga fazê-lo com apenas<br />

um toque, é declarado ponto da equipe adversária<br />

5. Caso a peteca atravesse a linha de fundo ou as linhas laterais ao ser mandada<br />

para o campo adversário, é declarado ponto da equipe adversária.<br />

Miguel , aos 70 anos, continua sendo bom no jogo de peteca. Na quadra, construída no quintal da casa da família, ele ainda coleciona vitórias


18<br />

19<br />

Atividade física ajuda no combate de depressão e doenças crônicas<br />

Fonte: Globo Esporte/ Eu Atleta<br />

Pacientes com sintomas<br />

depressivos devem<br />

procurar ajuda médica e associar<br />

os remédios e a prática<br />

de exercícios físicos para<br />

recuperação mais rápida.<br />

O treinamento físico<br />

melhora a depressão em<br />

pacientes com doenças crônicas,<br />

que, muitas vezes, são<br />

acompanhadas por sintomas<br />

depressivos. Essa associação<br />

aumenta o risco de mortalidade<br />

por causa da queda da<br />

capacidade física, causada<br />

pelo sedentarismo e o agravamento<br />

de problemas ortopédicos<br />

prévios.<br />

Mesmo os pacientes<br />

com sintomas leves ou<br />

moderados de depressão,<br />

estão associadas as restrições<br />

de atividades sociais e<br />

recreativas do dia a dia. O<br />

tratamento habitualmente<br />

usa medicamentos, porém<br />

sua eficácia está sendo<br />

questionada principalmente<br />

naquelas pessoas com sintomas<br />

depressivos moderado<br />

ou intenso.<br />

Pesquisadores<br />

de duas Universidades de<br />

Atlanta, no estado americano<br />

da Geórgia, após uma revisão<br />

do que já foi publicado<br />

sobre o tema chegaram a<br />

uma conclusão interessante.<br />

Os exercícios físicos podem<br />

melhorar os sintomas<br />

depressivos e recuperar a<br />

capacidade física e a independência<br />

dos pacientes que<br />

convivem com as doenças<br />

crônicas. Foram mais de 90<br />

estudos envolvendo os mais<br />

variados problemas, como<br />

doenças cardiovasculares,<br />

diabetes, fibromialgia e até<br />

câncer.<br />

Os participantes<br />

fizeram em média três sessões<br />

de treinamento por<br />

semana em vários parâmetros<br />

de avaliação, como o<br />

peso, o percentual de gordura<br />

corporal e a falta de<br />

ar. A conclusão final dos<br />

cientistas foi de que os exercícios<br />

físicos são eficientes<br />

na complementação do tratamento<br />

com medicamentos<br />

na depressão associada as<br />

doenças crônicas. Portanto,<br />

não se acomode, se você tem<br />

uma doença dessas, mexa-<br />

-se, seu corpo e sua cabeça<br />

irão agradecer.


20<br />

21<br />

Por Fábio Barbosa<br />

Matosinho Nunes<br />

Carneiro é a simpatia em<br />

pessoa. O mecânico que<br />

é conhecido em Lagoa da<br />

Prata justamente por esta<br />

característica tem uma<br />

história de paixão pessoal<br />

pelas motocicletas e claro,<br />

pelo motocross. Não poderia<br />

ser diferente, afinal<br />

desde os primeiros passos<br />

profissionais ele esteve<br />

envolvido com o esporte,<br />

mesmo não sendo atleta.<br />

Natural do município<br />

de Moema (MG),<br />

começou a trabalhar muito<br />

cedo, ainda na infância. No<br />

tempo livre, gostava de jogar<br />

futebol com os amigos<br />

e observa atentamente as<br />

motocicletas que passavam<br />

pela rua. Os pais, Maria da<br />

Dores Nunes e João Nunes<br />

Sobrinho, tinham uma<br />

vida humilde, mas repleta<br />

de carinho e amor. E este<br />

afeto familiar sempre foi<br />

fundamental para a vida<br />

do mecânico, em especial<br />

aos sete anos, quando mudaram<br />

em definitivo para<br />

Lagoa da Prata. O pai trabalhava<br />

na Usina de Cana<br />

de Açúcar.<br />

“Eu comecei a trabalhar<br />

muito cedo. Fiz de<br />

tudo. Só não fui engraxate,<br />

naquela época tinham<br />

muitos por aqui”, conta<br />

com humor Matosinho<br />

que se considera também<br />

um vendedor. Afinal, foi<br />

vendendo que ele começou<br />

sua carreira profissional e<br />

em 1981 conseguiu reconhecimento<br />

e foi trabalhar<br />

em uma empresa de auto<br />

peças. Não demorou nem<br />

um ano e o jovem ajudante<br />

de mecânico na época foi<br />

encarar outro desafio. “Fui<br />

O mecânico apaixonado por Motocross<br />

contratado em novembro<br />

de 1982 para a Yamaha<br />

que acabava de instalar na<br />

cidade. Logo que entrei<br />

na empresa fiz curso e fui<br />

para São Paulo. Foi uma<br />

experiência e tanto”, revela.<br />

Na empresa, Matosinho recebeu<br />

uma oportunidade,<br />

ser mecânico de um dos pilotos<br />

do motocross. “Nunca<br />

tinha imaginado participar<br />

de competições. Mas<br />

no tempo em que estive na<br />

Lagoa Motos –Yamaha tive<br />

essa grande chance que me<br />

fez apaixonar pelo esporte.<br />

Viajamos todo o país”,<br />

lembra com saudosismo.<br />

Sérgio Rocha, campeão<br />

mineiro de motocross, foi<br />

o parceiro dele durante<br />

anos. Os dois construíram<br />

uma parceria que resultou<br />

em vários títulos. “Trabalhava<br />

como mecânico na<br />

loja e a noite íamos treinar.<br />

Tinha de deixar a moto no<br />

ponto para o dia seguinte<br />

e para as competições. Era<br />

igual a Fórmula 1, montávamos<br />

e desmontávamos<br />

tudo”, destaca.<br />

Apesar do sucesso,<br />

ele resolveu investir em<br />

seu próprio negócio. Em<br />

1985, criou a Ulis Mat Motos,<br />

sua primeira empresa<br />

em sociedade com um<br />

amigo. Anos mais tarde, a<br />

empresa cresceu e se tornou<br />

a Mato Motos, agora<br />

apenas de Matosinho, que<br />

se tornou empresário de<br />

sucesso e patrocinador do<br />

motocross. “Hoje em dia,<br />

quando tem alguma competição,<br />

vou em busca. Entre<br />

Lagoa e Arcos tem uma<br />

pista, mas já não é a mesma<br />

coisa. Era bom demais,<br />

movimentada a cidade e as<br />

empresas daqui investiam.<br />

Isso mudou, mas minha<br />

paixão jamais”, revela Motosinho<br />

que tem um filho<br />

que já competiu no motocross.<br />

Matheus, de 27 anos,<br />

participou de algumas<br />

competições, mas após sofrer<br />

um acidente e quebrar<br />

a clavícula, resolver não<br />

seguir adiante. O jovem<br />

hoje é o braço direito do<br />

pai na oficina mecânica e a<br />

irmã, Angélica, na loja. A<br />

família toda trabalha unida!<br />

O mecânico é fã de<br />

futebol. Torce para o Cruzeiro<br />

e de vez em quando<br />

também joga. Já foi ver o<br />

time do coração duas vezes<br />

no Mineirão, mas evita<br />

ir ao estádio, pois prefere<br />

assistir de casa. E uma das<br />

atividades físicas favoritas<br />

dele é o ciclismo, tanto que<br />

já saiu de Lagoa da Prata<br />

até Esteios pedalando,<br />

mais de 43 quilômetros.<br />

“Gosto muito de pedalar e<br />

caminhar. Atividade física<br />

é uma coisa muito boa, só<br />

evito nesta época de frio”,<br />

brinca.<br />

Matosinho efetivamente<br />

nunca foi atleta.<br />

Mas é a prova viva de que<br />

alguém que não está nos<br />

holofotes da carreira profissional<br />

também pode<br />

contribuir com a história<br />

do esporte. E por ser apaixonado<br />

por motocross, ele<br />

não desiste do sonho de<br />

ver competições novamente<br />

em Lagoa da Prata. “O<br />

motocross envolve a cidade<br />

toda, é um esporte que<br />

pode dar oportunidade e<br />

fomentar vários campeões.<br />

Precisamos investir nessa<br />

nova geração e incentivar.<br />

Temos muitas empresas do<br />

segmento na cidade, falta<br />

apenas querer”, ressalta<br />

o mecânico com um sorriso<br />

no rosto sentado em<br />

sua mesa na empresa que<br />

construiu a partir da sua<br />

experiência no esporte.<br />

“Motocicleta é uma paixão”,<br />

conta o homem que<br />

comprou uma Harley Davidson<br />

1600 cilindradas<br />

para poder ter na garagem<br />

um símbolo de toda sua<br />

trajetória.


22<br />

23<br />

O Professor apaixonado por Esportes<br />

Por Fábio Barbosa<br />

A quadra do<br />

IMAM é o lugar favorito<br />

do professor de educação<br />

física Ronier Fonseca. É lá<br />

que todos os dias ele ensina<br />

o que aprendeu na faculdade<br />

com uma dedicação<br />

e empenho que conquista<br />

os alunos. Apaixonado<br />

pelo esporte, ele é um dos<br />

grandes incentivadores dos<br />

futuros atletas e um descobridor<br />

de talentos.<br />

Desde a infância,<br />

Ronier já praticava esportes.<br />

Na Escola Estadual<br />

Virginio Perillo, onde estudou,<br />

gostava das aulas de<br />

educação física. Os esportes<br />

favoritos eram vôlei e<br />

handebol. “Jogava muito,<br />

até participei do campeonato<br />

mineiro de vôlei.<br />

Conquistamos vários títulos<br />

naquela época jogando<br />

por uma empresa de laticínios”,<br />

conta com saudosismo.<br />

O tempo passou e a<br />

atividade física sempre fez<br />

parte da vida do lagopratense,<br />

tanto que decidiu se<br />

formar na área e foi estudar<br />

em Bom Despacho (MG).<br />

“Minha maior incentivadora<br />

a cursar a faculdade<br />

foi Zuleica Machado Malta.<br />

Era o curso da minha<br />

vida, tive muitos desafios,<br />

mas formei em 2017”, conta.<br />

Nem bem saiu da<br />

faculdade e Ronier tornou-<br />

-se funcionário do IMAM,<br />

um dos colégios mais<br />

conceituados da região.<br />

“Quando eu entrei no colégio<br />

não existia tradição em<br />

esportes. Incentivei a direção<br />

a nos colocar nos jogos<br />

escolares de Lagoa da Prata<br />

e conquistamos vários<br />

títulos”, lembra o professor<br />

que já está há 16 anos<br />

na instituição. Ao longo<br />

desse tempo, ele conseguiu<br />

transformar as aulas<br />

de educação física em um<br />

ambiente educativo que<br />

promove a pratica esportiva,<br />

formando verdadeiros<br />

atletas. E estes alunos estão<br />

se destacando. Só para se<br />

ter ideia, nos últimos anos,<br />

a pior colocação da seleção<br />

do colégio foi um quarto<br />

lugar no campeonato<br />

mineiro. Em 2012, foram<br />

campeões invictos no handebol.<br />

Uma façanha inédita<br />

para um time da cidade!<br />

Apesar das conquistas,<br />

Ronier queria ir<br />

além. E muito mais do que<br />

incentivar atletas juvenis,<br />

dar oportunidade a ensino<br />

de qualidade e treinamento<br />

era uma vontade que se<br />

tornou realidade quando<br />

o colégio permitiu bolsas<br />

escolares para meninos e<br />

meninas carentes. Começava<br />

ali uma chance única<br />

que teve excelentes resultados.<br />

“Eu levei através das<br />

bolsas atletas como Milton<br />

Vieira e Maicon Santos,<br />

ambos com protagonismo<br />

nos jogos. O Milton hoje<br />

joga no XV de Piracicaba<br />

e está fazendo uma carreira<br />

de sucesso”, destaca<br />

o professor que tornou-se<br />

referência. “Hoje o colégio<br />

tem o esporte como uma<br />

das suas principais bandeiras<br />

e fico muito orgulhoso<br />

por isto. É o resultado do<br />

nosso trabalho, de toda a<br />

equipe de professores e da<br />

direção”, revela.<br />

Os alunos do professor<br />

Ronier que realmente<br />

se encontraram no esporte<br />

ganharam destaque.<br />

Muitos já foram convocados<br />

para a seleção mineira<br />

de handebol. É o resultado<br />

de um trabalho de dedicação<br />

e empenho, mas acima<br />

de tudo da força de vontade<br />

de uma pessoa. Um profissional<br />

que com sua história<br />

de paixão pelo esporte,<br />

conquistou gerações de<br />

futuros atletas. E nada melhor<br />

do que um professor<br />

para incentivar os alunos.<br />

“Eu fico muito feliz quando<br />

olho para trás e vejo o<br />

que conseguimos fazer. E<br />

lembro sempre aos pais<br />

que o esporte precisava ser<br />

incentivado desde cedo,<br />

ainda na infância. Assim<br />

muitas desventuras são<br />

evitadas no futuro, como<br />

a entrada desses jovens no<br />

mundo das drogas”, revela.<br />

E para quem pensa<br />

que Ronier fica apenas nas<br />

quadras e jogos, está completamente<br />

enganado. No<br />

tempo livre ele administra<br />

o negócio iniciado por<br />

sua mãe, o Bar Tia Maria.<br />

Point da juventude da cidade,<br />

com uma almondega<br />

de sabor inigualável.


24<br />

25<br />

Cinco histórias sobre como o esporte ajuda a mudar vidas<br />

Por Natália Becattini<br />

Projeto Dream Football, idealizado pelo ex-jogador português Luis Figo<br />

Dream Football<br />

A sensação de sentir a<br />

bola tocar os pés, o balanços das redes<br />

e os gritos alucinados das torcidas<br />

estão nos sonhos da maior parte<br />

dos meninos brasileiros. Para três garotos<br />

do Morro do Vidigal, no Rio de<br />

Janeiro, esse sonho ficou um pouco<br />

mais próximo.<br />

Rafael Rodriguez, de 14 anos, Mikhael<br />

Andrade, de 12, e Kaio Santana,<br />

de 10, foram os primeiros<br />

selecionados para o projeto Dream<br />

Football, idealizado pelo ex-jogador<br />

português Luis Figo, e passaram<br />

uma semana em uma escolinha do<br />

Inter de Milão, na Itália.<br />

Para serem selecionados,<br />

os garotos tiveram que mostrar<br />

talento e paixão pela bola em um<br />

combate um a um. Rafael derrotou<br />

todos os adversários, com direito até<br />

a gol de bicicleta. Mikhael, aprendeu<br />

o esporte na escolinha do Morro do<br />

Vidigal, onde treina duas vezes por<br />

semana, mesmo com a dificuldade<br />

da família para pagar as mensalidades.<br />

Já Kaio joga bola desde os três<br />

anos e fez 27 gols durante o tempo<br />

em que ficou na Itália, o que chamou<br />

a atenção de um treinador.<br />

Além do esporte, os meninos<br />

tiveram a oportunidade de<br />

aprender algumas palavras de italiano<br />

e de conviver com meninos do<br />

mundo inteiro. Com certeza uma<br />

experiência que vai marcá-los para<br />

sempre.<br />

Projeto Skateistan ultrapassou as barreiras do preconceito<br />

O projeto, que já está em<br />

sua terceira edição, vai levar mais<br />

três garotos para a Itália esse ano. O<br />

objetivo não é apenas desenvolver o<br />

talento esportivo desses jovens, mas<br />

dar a eles uma chance de acreditar<br />

em sonhos e na possibilidade de superação.<br />

Skate e Educação<br />

O skatista Oliver Percovich,<br />

nascido e criado em Papuá<br />

Nova Guiné, acredita tanto no seu<br />

esporte que acha que ele tem o poder<br />

de transformar a realidade de um<br />

lugar. Por isso, ele se mudou para o<br />

Afeganistão e montou o Skateistan,<br />

um projeto que usa o skate para ajudar<br />

crianças afegãs a construir novas<br />

visões de mundo, enxergar oportunidades<br />

e entender o potencial de<br />

mudança que existe dentro delas.<br />

O objetivo dele era trabalhar<br />

principalmente com crianças<br />

de rua, mas as portas do projeto<br />

estavam abertas para meninos e<br />

meninas de qualquer etnia, religião e<br />

situação social. Hoje, seis anos após a<br />

implantação do projeto, a escola tem<br />

cerca de 400 alunos e ensina muito<br />

mais que o esporte. As crianças têm<br />

acesso a aulas e workshops sobre<br />

temas variados e um plano de educacional<br />

ajuda a reinserir crianças<br />

refugiadas no ambiente escolar.<br />

O que Oliver não esperava<br />

quando começou é que o Skateistan<br />

iria atrair tanto a atenção das<br />

meninas. Cerca de 40% dos novos<br />

skatistas treinados por ele são garotas.<br />

Um dado animador em um país<br />

onde as mulheres enfrentam restrições<br />

gravíssimas e num esporte que<br />

é de domínio masculino até mesmo<br />

no ocidente.<br />

Para receber as meninas,<br />

uma nova pista teve que ser construída<br />

para que elas pudessem treinar<br />

longe dos garotos e novos projetos<br />

educacionais foram pensados exclusivamente<br />

para atender as necessidades<br />

delas. A iniciativa deu tão certo<br />

que acabou sendo exportada para o<br />

Camboja.<br />

Basquete Iraniano<br />

Mesmo enfrentando o<br />

preconceito e as dificuldades diárias<br />

de um país extremamente conservador<br />

e devastado pela guerra, um<br />

grupo de mulheres encontrou no<br />

basquete um aliado na superação<br />

dos preconceitos.<br />

O time, que começou dentro da<br />

Universidade Americana de Sulaimani,<br />

no norte do país, rapidamente<br />

se tornou o principal motivo de<br />

união entre mulheres de diferentes<br />

religiões, etnias e culturas.<br />

A história das garotas foi retratada<br />

em um documentário, que mostra<br />

como as relações dentro da quadra<br />

rapidamente evoluíram para uma<br />

forte amizade e cumplicidade diante<br />

da luta diária travada por elas na<br />

sociedade iraquiana. Elas comemoram<br />

cada vitória, choraram juntas a<br />

perda do técnico, superaram a perda<br />

de pessoas queridas. O esporte deu<br />

a elas a perseverança diante de um<br />

cenário caótico e ensinou a construir<br />

pontes e compartilhar valores.<br />

Corredores sobre duas rodas<br />

Um dia, em sua casa em<br />

Cingapura, o fotógrafo Nicholas Leong<br />

pensou:<br />

“Se os quenianos costumam ganhar<br />

todas as corridas com os pés, imagine<br />

o que eles fariam com bicicletas?”<br />

Sem conseguir se livrar dessa ideia,<br />

ele embarcou para o Quênia e começou<br />

a recrutar atletas para a Kenyan<br />

Riders, um empreendimento social<br />

criado por Nicholas com o objetivo<br />

de formar um time de ciclistas de elite<br />

no país. No início, os treinamentos<br />

eram realizados de forma bastante<br />

precária. Quem participava do projeto<br />

não tinha nem mesmo sapatos<br />

adequados e as bicicletas eram velhas<br />

e pesadas. Hoje, a iniciativa já conta<br />

com a participação de 26 pessoas,<br />

Atletas quenianos treinam para competição<br />

Basquete: um aliado na superação dos preconceitos no Irã.<br />

entre ciclistas, técnicos, mecânicos e<br />

fisioterapeutas.<br />

Uma das metas é fazer<br />

com que um atleta queniano vença<br />

o Tour de France, competição que é<br />

realizada há mais de 100 anos e nunca<br />

foi vencida por ciclistas negros (a<br />

participação de negros não chega a<br />

levantar os dedos de uma mão). No<br />

entanto, para Nicholas, o valor da<br />

vitória não vai estar na medalha de<br />

ouro, mas sim no empoderamento<br />

que a conquista vai gerar para aquelas<br />

pessoas. Ele acredita que o feito<br />

vai dar aos participantes do projeto<br />

a força para contar para o mundo<br />

Jornada Haitiana do Esporte Pela Paz, no Haiti<br />

todo que, sim, tudo é possível para<br />

eles e para a África.<br />

Corrida para reconstruir<br />

um país<br />

Bel Air, um dos bairros<br />

mais pobre de Porto Príncipe, acordou<br />

um dia para ver um cenário<br />

diferente do normal. Ao invés de<br />

encarar apenas as imensas pilhas<br />

de lixo, o esgoto e os escombros do<br />

terremoto que devastou o Haiti em<br />

2010, as pessoas saíram de suas casas<br />

para observar os sorrisos contentes<br />

de quem se preparava para correr<br />

a Jornada Haitiana do Esporte Pela<br />

Paz.<br />

O evento, que teve apoio<br />

de atletas e do exército brasileiro,<br />

contou com a participação de 390<br />

haitianos e 190 estrangeiros que<br />

correram 6 km pelas ruas e vielas da<br />

capital do país mais pobre das Américas.<br />

Cada um dos participantes<br />

corria com um objetivo em comum:<br />

levar um pouco de otimismo e alegria<br />

para a cidade devastada.<br />

O resultado final pouco<br />

importava, fato significativo em um<br />

país tão acostumado com derrotas.<br />

O primeiro a cruzar a linha de<br />

chegada, no entanto, foi o amador<br />

haitiano Baptiste Jean Robert, de 42<br />

anos. Ele afirmou que nunca havia<br />

visto nas ruas de Porto Príncipe uma<br />

festa como aquela, que permitiu que<br />

as pessoas corressem sem medo da<br />

violência e da devastação que assolam<br />

o país.


26<br />

27<br />

Marcinho Miranda, o piloto dos grandes desafios<br />

Por Fábio Barbosa<br />

Márcio José Miranda<br />

é um dos grandes campões<br />

da história de Lagoa da Prata.<br />

O piloto segue a tradição da<br />

cidade em ser celeiro de esportistas<br />

e de ter grandes vencedores<br />

nas provas de enduro.<br />

A paixão pelas duas rodas<br />

começou na infância, primeiro<br />

com bicicletas e já aos 12<br />

anos por motocicleta. O pai,<br />

João da Cruz Miranda nunca<br />

gostou da ideia de ter um filho<br />

em um esporte de risco, a<br />

mãe Desirê da Silva Miranda<br />

concordou, mas quando viu o<br />

primeiro troféu se encheu de<br />

orgulho. E não era para menos,<br />

ao longo dos anos vieram<br />

muitos!<br />

Desde pequeno,<br />

Marcinho Miranda como é<br />

conhecido, nutriu uma paixão<br />

por velocidade. A sensação<br />

de liberdade sobre as duas<br />

rodas foi motivadora<br />

e transformou o jovem em<br />

um piloto com carreira meteórica<br />

no enduro de regularidade.<br />

Saindo a infância,<br />

ele andou pela primeira vez<br />

em uma motocicleta, uma<br />

TT 125 Yamaha emprestada<br />

do irmão Amarildo. “Gostei<br />

muito da experiência e<br />

aos 14 anos comprei minha<br />

primeira moto, uma DT 180<br />

Yamaha. Comecei então a<br />

andar pelas trilhas da região”,<br />

conta. As primeiras aventuras<br />

foram apenas hobby, mas<br />

em 1997 veio a oportunidade<br />

de participar de provas. No<br />

mesmo ano já ganhou destaque<br />

no campeonato mineiro<br />

de regularidade. O estreante<br />

venceu em Itapecerica (MG),<br />

numa etapa da Copa Oeste.<br />

Seguindo as competições em<br />

menos de um ano<br />

venceu o Enduro<br />

da Independência.<br />

“Minha vida mudou.<br />

Tive de cuidar mais da<br />

saúde, com alimentação balanceada,<br />

menos baladas, afinal<br />

as provas eram nos finais<br />

de semana. Meu preparo físico<br />

teve de melhorar. Corrida<br />

foi uma das minhas atividades<br />

mais frequentes nesta<br />

época”, revela Marcinho<br />

que venceu também a<br />

prova de Cerapió, com<br />

largada no estado do Ceará<br />

e chegada no Piauí, quatro<br />

dias intensos de competições.<br />

Marcinho Miranda no pódio, cena comum na carreira do piloto<br />

“Esta prova foi um dos meus<br />

maiores desafios. Um calor<br />

extremo. O sertão é muito<br />

arenoso e seco, bem diferente<br />

do que estava acostumado”,<br />

lembra.<br />

Há 20 anos competindo<br />

no enduro de regularidade<br />

e vencendo muitas provas,<br />

Marcinho não perdeu a<br />

essência do início da carreira.<br />

“A ansiedade é muito grande<br />

antes da provas, a adrenalina<br />

vai a mil. E uma preparação<br />

grande, com o corpo e o equipamento,<br />

em especial com<br />

a motocicleta. Tudo precisa<br />

estar alinhado”, revela o<br />

Projeto Dream Football, idealizado pelo ex-jogador português Luis Figo<br />

campeão. Apesar de toda a<br />

preparação, por ser um esporte<br />

de risco, as quedas são<br />

frequentes. E Marcinho sofreu<br />

uma queda grave durante<br />

um treino do Campeonato<br />

Mineiro de Regularidade,<br />

próximo a localidade de Martins<br />

Guimarães. “Quebrei a<br />

perna esquerda. Uma fratura<br />

muito grave que me tirou dois<br />

anos do enduro. Foi um período<br />

difícil, pelo fato de estar<br />

mobilizado. A recuperação<br />

demorou”, conta o atleta que<br />

ficou de 2003 a 2005 fora das<br />

competições. Mas a vontade<br />

de voltar aos treinos foi maior<br />

que as dores e quando ele retornou,<br />

não parou mais.<br />

Em 2016 foi campeão<br />

mineiro e da Copa<br />

Orange BH, além de novamente<br />

campeão do Enduro<br />

da Independência e da Copa<br />

Sul Mineira de Enduro de Regularidade.<br />

“Este ano eu comecei<br />

com uma vitória na primeira<br />

etapa do campeonato mineiro<br />

e a sul mineiro. Mais tive<br />

de me afastar por uma lesão<br />

no ombro (ruptura parcial do<br />

tendão). Minha previsão de<br />

recuperação é de seis meses e<br />

já estou me preparando para<br />

Projeto Dream Football, idealizado pelo ex-jogador português Luis Figo<br />

o Enduro da Independência”,<br />

conta Marcinho que também<br />

participará de outro evento<br />

tradicional, o Ibitipoca Offroad.<br />

Perguntando sobre aposentadoria,<br />

o piloto é preciso:<br />

“O que me fez continuar neste<br />

esporte é a adrenalina que<br />

ele me proporciona, gosto de<br />

aventura. Pretendo continuar<br />

enquanto der conta”.<br />

Atualmente ele corre<br />

em uma motocicleta KTM<br />

300 cilindradas dois tempos e<br />

também administra negócios<br />

pessoais. Marcinho vê com<br />

naturalidade que Lagoa da<br />

prata possa gerar outros campeões<br />

no enduro e aconselha.<br />

“Para quem está começando:<br />

primeiro, respeitar o seu próprio<br />

limite. Pois esse esporte<br />

ele não perdoa quando você<br />

erra. Segundo: treine bastante<br />

e jamais perca a humildade”,<br />

destaca.<br />

Anos depois e com<br />

uma trajetória de sucesso, o<br />

pai ainda não gosta muito do<br />

esporte. A mãe, acostumou-<br />

-se. Segundo Marcinho quando<br />

ele ganha uma prova e leva<br />

o troféu para a casa dos pais,<br />

dona Desirê com o tradicional<br />

humor mineiro responde:<br />

“Mais um para limpar?!”<br />

Projeto Dream Football, idealizado pelo ex-jogador português Luis Figo<br />

Projeto Dream Football, idealizado pelo ex-jogador português Luis Figo


<strong>28</strong><br />

<strong>29</strong><br />

Os jipeiros aventureiros de Lagoa da Prata<br />

Por Fábio Barbosa<br />

Nas trilhas, os jipes enfrentam lama e terrenos impossíveis de trafegar normalmente<br />

No dia a dia eles<br />

são empresários, advogados,<br />

engenheiros e profissionais<br />

liberais, mas há<br />

quase sete anos não existe<br />

rotina quando estão fora<br />

dos escritórios. Esse grupo<br />

de amigos de Lagoa da<br />

Prata se reúne frequentemente<br />

para desbravar o<br />

Brasil sobre quatro rodas.<br />

Aventuras que guardam<br />

em sua essência a força<br />

da amizade e a paixão<br />

pelo jipe.<br />

O engenheiro<br />

Sidney Godinho Lauar, o<br />

Sidão, é quem nos conta<br />

como começou essa história.<br />

Natural da cidade<br />

de Teófilo Otoni (MG),<br />

ele mora há 25 anos por<br />

aqui e não esconde de<br />

ninguém que se considera<br />

um cidadão lagopratense.<br />

“Tudo começou por causa<br />

de um dos nossos amigos,<br />

o Leonardo Bernardes,<br />

que é atleta de mountain<br />

bike. A cada quinzena ele<br />

vai na Serra da Canastra<br />

e nos convidou para conhecer<br />

o lugar. No passeio<br />

fomos eu, ele e Paulo<br />

Roberto Castro, o Paulinho<br />

da COBEB. Fizemos<br />

a primeira trilhas em carros<br />

4x4 e gostamos muito”,<br />

lembra. O que deveria<br />

ser apenas uma aventura<br />

cotidiana conquistou os<br />

amigos. Não demorou<br />

muito e um deles já comprou<br />

o próprio jipe. “A<br />

partir daí apaixonamos e<br />

na outra semana o Paulinho<br />

comprou um Troller<br />

em Belo Horizonte. O que<br />

desencadeou o interesse<br />

de outros amigos”, destaca.<br />

Em pouco tempo quatro<br />

dos amigos (Valdeci<br />

Cachorrão, Nêm Cruel,<br />

Edson e Tanaka) também<br />

já estavam com seus veículos<br />

prontos para as trilhas.<br />

As trilhas que o<br />

grupo frequenta são em<br />

serras e parques de todo<br />

o país. “Concentramos<br />

mais na Serra da Canastra<br />

e na Serra da Babilônia,<br />

pela proximidade com<br />

Lagoa da Prata e Escarpas<br />

do Lago. Nesta região o<br />

nosso guia é experiente e<br />

sabe tudo de cabeça, é o<br />

GPS do Léo”, conta Sidão<br />

que também revela que<br />

as aventuras do grupo já<br />

foram nas serras catarinenses,<br />

região de Itu em<br />

São Paulo e até o Jalapão.<br />

“Fizemos o circuito<br />

de Ibitipoca. E recente a<br />

expedição de Lagoa-Araxá.<br />

E estamos chegamos<br />

da trilha Canela da Ema,<br />

onde passamos pela Serra<br />

Grupo de amigos em viagem à...<br />

do Cipó, Serra do Espinhaço<br />

e Parque Nacional<br />

Sempre Viva” fala.<br />

O grupo cresceu<br />

e hoje eles são 12: Paulinho<br />

COBEB, Pedrinho<br />

Caixote, Fernando Sasdeli,<br />

Tanaka, Nêm Cruel,<br />

Eduardo Bessas, Chico<br />

(Dr. Francisco da Usina).<br />

Geninho, Haroldinho<br />

da Embaré, Valdeci Cachorrão,<br />

Edson Filho do<br />

Marco Antônio do Usina<br />

e Sidão. Alguns outros<br />

amigos também participam<br />

esporadicamente das<br />

trilhas. Até as famílias as<br />

vezes os acompanham.<br />

No esporte existe espaço<br />

para todos! Na hora de<br />

descansar é preciso conforto<br />

após horas nas trilhas,<br />

por isso a hospedagem<br />

é sempre em hotéis e<br />

pousadas.<br />

A cada viagem<br />

dos jipeiros o destino<br />

recebe um nome e claro,<br />

adesivos e toda uma identidade<br />

visual. A escolha<br />

da nomenclatura é feita<br />

de acordo com referências<br />

da trilha, homenageando<br />

as cidades ou o gestor<br />

escolhido para liderar<br />

a aventura. Em média, o<br />

tempo de duração é uma<br />

semana, mas dependendo<br />

dos obstáculos, isso pode<br />

mudar. São 20 trilhas por<br />

ano, ao todo quase 140<br />

desde o início do grupo.<br />

Durante o percurso, dois<br />

jipes tem missão especial,<br />

um para levar alimentação<br />

e outro para os socorros<br />

mecânicos. Há ainda<br />

uma preocupação socioambiental:<br />

realizam doações<br />

de roupas e alimentos<br />

por onde passam e em<br />

hipótese alguma deixam<br />

lixo pelo caminho. E as<br />

trilhas são sempre realizadas<br />

em áreas devidamente<br />

autorizadas.<br />

A maioria dos jipes<br />

do grupo são da Troller,<br />

sete no total. Dois<br />

são da marca americana<br />

Wrangler e os demais de<br />

outras montadoras. Os<br />

veículos são resistentes,<br />

afinal enfrentam pedras,<br />

lama, areia, etc. Antes<br />

e depois de cada trilha<br />

passam por uma revisão<br />

geral em uma oficina em<br />

Lagoa da Prata. O cuidado<br />

é fundamental para<br />

evitar surpresas e claro,<br />

acidentes. Mas é comum<br />

que eles voltem bem danificados,<br />

pois o caminho<br />

é tortuoso.<br />

“A trilha que tivemos<br />

mais dificuldade foi<br />

a do Rolador, na Serra da<br />

Canastra. Levamos quase<br />

um dia para fazer 4 km.<br />

Houve chuva e erosão,<br />

deu muito trabalho. Mas<br />

foi uma das maiores conquistas<br />

conseguir vencer<br />

sem acidentes e incidentes”<br />

conta Sidão que<br />

lembra que a prática, por<br />

ser radical, esta sujeita a<br />

acidentes. Mas em quase<br />

sete anos, nenhuma grave<br />

foi registrado. “Já tivemos<br />

capotamentos e até<br />

um naufrágio. Mas sempre<br />

em baixa velocidade<br />

e sem ninguém se machucar.<br />

Procuramos ao máximo<br />

preservar a segurança”,<br />

destaca.<br />

Para 2017, o grupo pretende<br />

enfrentar uma viagens<br />

pelo litoral, do Espírito<br />

Santo até a Bahia.<br />

O planejamento é feito<br />

em viagens preliminares<br />

onde um dos integrantes<br />

faz todo o percurso<br />

de motocicleta. Há ainda<br />

uma mapeamento detalhado<br />

e marcação no<br />

GPS. As viagens são preparadas<br />

com muita antecedência<br />

e para 2018 a<br />

expectativa é percorrer o<br />

Deserto do Atacama no<br />

Chile e Ushuaia, na Argentina.<br />

“Os laços de amizades<br />

são fortes. Na trilha<br />

de jipe não há competição<br />

e nem pode haver. Isto<br />

equaliza o nível das pessoas,<br />

ainda mais quando<br />

estamos em locais sem<br />

protocolos<br />

sociais, no<br />

meio do<br />

nada. É necessário que<br />

todos vençam, cheguem<br />

ao final da trilha, em condições<br />

de amizade e segurança”,<br />

ressalta Sidão. As<br />

viagens nos jipes proporcionam<br />

uma experiência<br />

única e gratificante. Pelas<br />

trilhas as paisagens<br />

vão sendo descobertas,<br />

surgem cachoeiras e mirantes<br />

fabulosos. Alguns<br />

lugares são de tão difícil<br />

acesso que apenas um automóvel<br />

com essa estrutura<br />

consegue chegar. É o<br />

brasil desconhecido, desbravado<br />

por amigos que<br />

seguem firmes na missão<br />

Trilha xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx<br />

d e concluir o caminho<br />

e não existem barreiras,<br />

ninguém fica para<br />

trás. Quando encontram<br />

um obstáculo, não descansam<br />

até o último jipe<br />

passar. É a força do homem<br />

que desafia a natureza,<br />

transformando este<br />

grupo em esportistas pioneiros.


30<br />

31<br />

Gilberto Silva, o nosso pentacampeão!<br />

Por Fábio Barbosa<br />

Com informações de gilbertosilva.com.br<br />

O zagueiro e<br />

volante, pentacampeão<br />

mundial de futebol,<br />

Gilberto Silva é de<br />

Lagoa da Prata. Jogador<br />

experiente, com currículo<br />

internacional, tornou-se<br />

referência no futebol. E<br />

não foi à toa. Em 18 anos<br />

de carreira foram cinco<br />

clubes defendidos e claro,<br />

seleção brasileiro. Três<br />

copas do mundo e vários<br />

campeonatos nacionais.<br />

“Sou o filho mais<br />

velho de Nízio da Silva e<br />

de Maria Izabel e irmão<br />

de Jane, Juscélia e Joelma.<br />

Até os 12 anos, morei com<br />

minha família em uma vila<br />

de trabalhadores chamada<br />

Luciânia, localizada há<br />

cerca de 5 km de Lagoa da<br />

Prata. Na época, meu pai<br />

trabalhava em uma usina de<br />

açúcar que tinha o mesmo<br />

nome da vila e, depois de<br />

uma greve, em 1989, ele foi<br />

demitido juntamente com<br />

outros empregados”, conta<br />

Gilberto sobre sua infância.<br />

Após a demissão do pai<br />

surgiu a possibilidade de<br />

comprar uma pequena<br />

casa na cidade. Apesar<br />

do pouco dinheiro que a<br />

família tinha, conseguiram<br />

adquirir o imóvel, mas<br />

não sobrou para fazer a<br />

reforma. Gilberto então<br />

teve de dividir o quarto<br />

com as irmãs durante<br />

anos. Mas ao notar a<br />

situação, resolveu começar<br />

a trabalhar aos 11 anos. A<br />

primeira experiência foi na<br />

colheita de café em uma<br />

fazenda da região. Mas<br />

o menino era<br />

esforçado<br />

e não parou<br />

por aí. “Aos 12<br />

anos passei a reformar<br />

sofás e com 13 anos<br />

tive uma chance como<br />

servente de pedreiro.<br />

Esta oportunidade<br />

surgiu graças ao sr. José<br />

Antônio Vidal, dono<br />

da escolinha onde eu<br />

jogava futebol, o Lagoa<br />

Futebol Clube. Mesmo<br />

trabalhando durante a<br />

semana, eu arrumava um<br />

tempinho para jogar bola<br />

e continuar meus estudos a<br />

noite”, lembra o jogador.<br />

Em 1990 dona<br />

Maria Izabel adoeceu.<br />

Foi preciso então parar<br />

os estudos para cuidar<br />

das irmãs. “Continuei<br />

trabalhando para custear as<br />

despesas com o tratamento<br />

de saúde dela, mas não<br />

deixei de jogar futebol. Em<br />

1993, com 16 anos, surgiu<br />

uma oportunidade de<br />

fazer um teste no Atlético<br />

Mineiro, mas não passei.<br />

Alguns meses depois fiz<br />

um teste no América<br />

Mineiro e fui aprovado”,<br />

conta Gilberto que ficou no<br />

time durante cinco meses<br />

por causa novamente dos<br />

cuidados<br />

que tinha<br />

com a mãe.<br />

Retornou para<br />

Lagoa da Prata<br />

e foi trabalhar em<br />

uma fábrica de doces, por<br />

lá ficou dois anos. Em 1996,<br />

retornou ao América,<br />

onde jogou até 1999. “No<br />

mesmo ano, depois de uma<br />

disputa entre o Cruzeiro<br />

e o Atlético, assinei um<br />

contrato com o Galo”,<br />

destaca o jogador que ficou<br />

no time Atlético Mineiro<br />

de 2000 a 2002.<br />

Mas o sucesso<br />

maior estava por vir.<br />

Em 2002 foi convocado<br />

para a Seleção Brasileira<br />

na Copa do Mundo da<br />

Coréia-Japão. O mineiro<br />

foi titular em todos os<br />

jogos da campanha do<br />

pentacampeonato sendo<br />

o responsável pelo passe<br />

que resultou no gol de<br />

Ronaldo contra a Turquia<br />

classificando o Brasil para<br />

a final. E jogou tão bem<br />

que ganhou os olhares<br />

do mundo. “Após a copa<br />

fui transferido para o<br />

Arsenal, da Inglaterra. No<br />

clube inglês permaneci<br />

por seis anos e contribuí<br />

para a conquista, de<br />

forma invicta, do título<br />

da temporada 2003-2004.<br />

Esta invencibilidade durou<br />

por 49 partidas, sendo até<br />

hoje a maior da história<br />

do futebol inglês”, lembra<br />

o jogador que em voltou à<br />

Seleção Brasileira na Copa<br />

de 2006 na Alemanha e em<br />

2008 foi morar na Grécia<br />

e jogar no Panathinaikos.<br />

“Em 2010, conquistei<br />

o Campeonato Grego e<br />

também a Copa da Grécia.<br />

No ano seguinte, voltei<br />

para o meu país vestindo<br />

a camisa do Grêmio,<br />

de Porto Alegre, onde<br />

permaneci por um ano e<br />

meio”, conta o jogador que<br />

também foi convocado<br />

novamente para a Copa de<br />

2010 na África do Sul.<br />

Como o bom<br />

filho a casa torna, em<br />

2013, Gilberto voltou<br />

ao Atlético Mineiro. A<br />

participação do jogador<br />

no time foi decisiva para<br />

a conquista inédita da<br />

Copa Libertadores da<br />

América. A presença<br />

dele e sua força inspirou<br />

os demais jogadores que<br />

reconheceram nele a<br />

força de um líder. Mas<br />

como todo ídolo tem<br />

dias de glória e dias<br />

de desafios, o mineiro<br />

sofreu uma lesão no<br />

joelho direito e teve que<br />

se submeter a cirurgias.<br />

A recuperação foi longa e<br />

ele voltou aos gramados,<br />

se aposentou aos 39<br />

anos, com uma carreira<br />

vitoriosa e de ascensão<br />

através do esporte.<br />

Sem esquecer da<br />

cidade natal realiza todos<br />

anos o Lagoa da Prata<br />

Solidária, onde reúne<br />

jogadores e celebridades<br />

para uma partida com<br />

TABELA DE TÍTULOS<br />

Seleção Brasileira<br />

Copa do Mundo: 2002<br />

Copa das Confederações: 2005 e 2009<br />

Copa América: 2007<br />

América-MG<br />

Campeonato Brasileiro – Série B: 1997<br />

Atlético Mineiro<br />

Campeonato Mineiro: 2000 e 2013<br />

Copa Libertadores da América: 2013<br />

Arsenal<br />

Premier League: 2003–04<br />

FA Cup: 2003 e 2005<br />

FA Community Shield: 2002 e 2004<br />

Panathinaikos<br />

Campeonato Grego: 2010<br />

Copa da Grécia: 2010<br />

fins solidários sempre<br />

ajudando instituições de<br />

caridade.<br />

Gilberto saiu<br />

dos gramados, mas não<br />

abandonou o futebol. É<br />

consultor internacional e<br />

empreendedor. “Todos nós<br />

podemos contribuir com<br />

o futebol. Nós queremos<br />

um futuro melhor para o<br />

torcedor. Tem muita gente<br />

matando a paixão pelo<br />

futebol, e elas precisam<br />

ser punidas. As crianças<br />

têm que ir para o campo<br />

para torcer, vibrar, sem<br />

desconfiança. Nunca tinha<br />

assistido um momento<br />

desses, como está hoje,<br />

com essa quantidade de<br />

corrupção. Isso tem que<br />

mudar. Nunca vou deixar<br />

de dar minha opinião”,<br />

disse ele na entrevista<br />

coletiva ao anunciar a<br />

aposentadoria em 11 de


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33


34<br />

35<br />

Clube do Tiro de Lagoa da Prata<br />

Por Fábio Barbosa<br />

Quem vê o empresário<br />

Lelis dos Santos<br />

atendendo em sua loja no<br />

centro de Lagoa da Prata,<br />

não imagina, mas ele é<br />

um atleta nas horas vagas.<br />

Campeão Mineiro de Tiro<br />

ao Prato, na categoria Trap<br />

Americano, ele conversou<br />

com nossa equipe sobre a<br />

fundação do Clube de Tiro<br />

de Lagoa da Prata, um projeto<br />

que está conquistando<br />

cada vez mais espaço na cidade.<br />

O objetivo do<br />

CTLP é “Estimular o esporte<br />

do tiro, dar oportunidade<br />

ao cidadão de praticar<br />

o esporte do tiro aqui<br />

no interior de Minas, onde<br />

ainda é pouco conhecido”.<br />

Fábio: Como iniciaram<br />

as atividades do Clube do<br />

Tiro de Lagoa da Prata?<br />

Lélis: O clube começou<br />

em 2011 com seis amigos.<br />

Sempre gostamos do esporte,<br />

mas difícil praticar,<br />

pois não existia por aqui<br />

na nossa região. O mais<br />

perto era em Santa Luzia,<br />

na grande Belo Horizonte.<br />

Então fizemos algumas<br />

visitas lá e gostamos demais.<br />

Mas ir lá ficava bem<br />

complicado com frequência<br />

e por causa dos custos.<br />

Então decidimos montar<br />

um aqui para nós. Eu,<br />

Reinaldo, Juarez, Francis,<br />

Sérgio e Júlio. Fizemos a<br />

primeira reunião, uma ata<br />

de fundação e demos início<br />

na papelada. Tanto na<br />

parte burocrática, quando<br />

na que o exército exige. E<br />

2012 toda a documentação<br />

ficou pronta e fizemos uma<br />

reunião com o pessoal da<br />

cidade. Explicamos como<br />

tudo funcionava, quais as<br />

atividades que o clube poderia<br />

desenvolver e as modalidades<br />

que poderiam<br />

ser praticadas. Reunimos<br />

no Divina Gula umas 100<br />

pessoas. Convidamos uma<br />

a uma e tivemos uma adesão<br />

muito boa.<br />

Fábio: Hoje, quantos associados<br />

o clube tem?<br />

Lélis: Temos 140 associados.<br />

Nem todos entraram<br />

na primeira vez, mas fomos<br />

disseminando a ideia.<br />

Alguns já entraram de<br />

imediato e fomos conquistando<br />

nosso espaço. Todo<br />

mundo apostou na ideia!<br />

Fábio: O clube começou<br />

com amigos e todos profissionais<br />

das mais distintas<br />

áreas. Como funciona essa<br />

dinâmica de sair da rotina<br />

com o clube?<br />

Lélis: Criamos um espaço<br />

para a pratica do esporte.<br />

A fazenda da lagoa feia nos<br />

foi cedida por um período<br />

de cinco anos e temos uma<br />

área social lá onde reunimos.<br />

Fica a 5 km da cidade,<br />

no caminho para Luz.<br />

Lá fazemos um frango com<br />

arroz, uma carne assada...<br />

Lá temos o tiro noturno<br />

também, pois é tudo iluminado,<br />

o que permite treinos<br />

a noite também. Sempre<br />

as quintas-feiras tem<br />

pessoas por lá. E sábado à<br />

tarde é o nosso principal<br />

dia de treinos.<br />

Fábio: Vocês já participaram<br />

de alguma competição<br />

regional ou nacional?<br />

Lélis: Fazemos provas a<br />

nível regional, que são os<br />

campeonatos sociais. A<br />

nível estadual que é juntamente<br />

com a Federação<br />

de Tiro Esportivo. Temos<br />

o campeonato mineiro e a<br />

Copa Minas onde também<br />

ofertamos provas aqui. E<br />

também oferecemos no<br />

clube as provas da Liga Nacional<br />

de Tiro ao Prato. Todos<br />

os atiradores do Brasil<br />

fazem a prova no mesmo<br />

dia e reúnem a pontuação<br />

em um site, formando assim<br />

um ranking nacional.<br />

Fábio: Vocês têm esse equipamento<br />

de tiro ao prato?<br />

Lélis: Temos sim. Existem<br />

várias modalidades de tiro<br />

ao prato. Essa que nós mais<br />

praticamos aqui chama<br />

Trap Americano. É uma<br />

modalidade onde você tem<br />

um robô há 15 metros na<br />

sua frente. São cinco posições<br />

e o prato é lançado a<br />

cerca de 70 km por hora.<br />

Atiramos ele no ar! Ele tem<br />

um ângulo e disparamos<br />

25 tiros.<br />

Fábio: E como é o aproveitamento<br />

dos atletas?<br />

Lélis: Temos hoje alguns<br />

com 95% de acertos em<br />

100 possíveis. É um índice<br />

nacional. É uma média<br />

nacional do atirador. Estamos<br />

muito bem aí, considerando<br />

o pouco tempo de<br />

existência do clube. E nem<br />

temos treinos tão intensos<br />

assim como em outros lugares<br />

onde o atleta treina a<br />

semana toda. Aqui treinamos<br />

por hobby. E estamos<br />

com um nível muito bom.<br />

Fábio: Por se tratar de um<br />

esporte com armas, vocês<br />

enfrentaram alguma resistência<br />

na cidade?<br />

Lélis: Arma no Brasil,<br />

como não tem uma boa<br />

informação, ainda é vista<br />

com receio. Quando acontece<br />

como aqui que fundamos<br />

o clube e trabalhamos<br />

mostrando a realidade<br />

para a população, conseguimos<br />

mudar isto. Hoje<br />

tem uma adesão excelente.<br />

Temos muitas visitas,<br />

o pessoal que tem curiosidade<br />

de conhecer, vai lá. E<br />

vê que é totalmente seguro.<br />

Não tem nada haver com<br />

a propaganda que a mídia<br />

do governo propaga sobre<br />

armas. São pessoas de bem<br />

que estão ali praticando<br />

esporte, como qualquer<br />

outro.<br />

Fábio: O clube tem algum<br />

projeto social?<br />

Lélis: Claro, também realizamos<br />

atividades sociais.<br />

No próximo evento estamos<br />

doando 20 reais de<br />

cada inscrição para o Serviço<br />

de Obras Sociais de<br />

Lagoa da Prata (SOS). É<br />

uma entidade que precisa<br />

muito e resolvemos ajudar.<br />

Também ajudamos a Fundação<br />

Sara Aparecida anteriormente.<br />

E a próxima<br />

será a APAE. Nosso esporte<br />

tem um cunho social. E<br />

econômico, afinal quando<br />

realizamos estes eventos<br />

vem esportistas de outros<br />

lugares que se hospedam,<br />

alimentam e gastam aqui<br />

em Lagoa da Prata.<br />

Fábio: Você sempre teve<br />

uma ligação com esse esporte?<br />

Desde quando?<br />

Lélis: Eu lido com armas<br />

desde os oito anos. Gosto<br />

muito de caçar. Mas como<br />

no Brasil é proibido acabo<br />

não praticando. Apesar<br />

de ser um esporte que no<br />

mundo todo é regulamentado.<br />

Mas nossas autoridades<br />

ainda não enxergaram<br />

isto com estes olhos. Então<br />

desde cedo lido com armas,<br />

comecei com a arma<br />

de chumbinho e depois<br />

arma de fogo quando completei<br />

18 anos.<br />

Fábio: E como faz para<br />

participar do clube?<br />

Lélis: O clube está aberto a<br />

qualquer pessoa que queira<br />

se associar. Para poder ter<br />

uma arma é necessário ter<br />

mais de 25 anos, mas para<br />

tirar o CR que é feito junto<br />

ao Exército, que lhe dá o<br />

direito de ser um atirador<br />

esportivo, pode ser feito<br />

aos 15 anos com autorização<br />

judicial. E a partir<br />

dos 21 pela própria pessoa.<br />

Essa autorização é muito<br />

simples, está dento da lei e<br />

acaba sendo mera formalidade.<br />

Temos atividades<br />

sempre aos sábados à tarde<br />

e todos estão convidados.<br />

A mensalidade no clube é<br />

de 500 reais por ano, um<br />

valor acessível para todos!<br />

Fábio: O que o esporte significa<br />

para você?<br />

Lélis: É um hobby que eu<br />

gosto muito. Tem a parte<br />

da recreação, de atividades,<br />

tudo muito bom. Gosto<br />

muito do tiro e da adrenalina.<br />

Você dá 50 tiros num<br />

prato e não tem coisa melhor,<br />

traz muita concentração<br />

e disciplina para o meu<br />

dia a dia.<br />

Mais informações: clubedetirolagoadaprata.jimdo.<br />

com


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