Publicidade
Publicidade
26/03/2007
-
18h56
SÉRGIO RIPARDO
Editor de Ilustrada da Folha Online
O programa "Irritando Fernanda Young" completou um ano no canal pago GNT. No começo, a atração recebeu críticas violentas. A apresentadora soava esnobe, num esforço neurótico de criar um personagem excêntrico em torno de si. Mas Fernanda Young encontrou o caminho e se tornou a melhor entrevistadora da TV brasileira. É o fim da era Marília Gabriela.
A prova definitiva veio no último domingo (25). Young enfrentou o "cara a cara" com Fernanda Montenegro. Foi uma delícia de bate-papo, que fugiu à tradicional "rasgação de seda". Até perguntas óbvias (como a origem do nome da atriz) renderam respostas interessantes. Como se sabe, Young e o marido Alexandre Machado criaram "Os Normais", a extinta série da Globo estrelada por Fernanda Torres.
"Seu programa é maroto", elogiou a atriz veterana, 77, única brasileira indicada ao Oscar de melhor atriz ("Central do Brasil", 1999).
Nem sempre um conteúdo "maroto" é de fácil compreensão. Há malícia nas perguntas e nos comentários da apresentadora, que tenta captar e aproveitar frases inteligentes de seus telespectadores internautas. Além da boa sacada de dramatizar situações ridículas e patéticas do cotidiano, criando uma identificação com o público.
Ontem, por exemplo, Young fazia graça com um "drama" que atinge muitos turistas em lugares frios: sair nas fotos da viagem vestindo o mesmo casacão. No caso dela, uma peça verde. Hilário.
Diante de Fernanda Montenegro, Young conseguiu arrancar comentários impensáveis, como fazer o "monstro sagrado" falar mal do "Big Brother Brasil", no excelente quadro "Paca, pouco ou picas", em que o convidado tem de avaliar situações. É uma forma simples de tirar alguém de cima do muro, como faz Raul Gil com o quadro do chapéu na Band.
Às vezes, o programa tira revelações de seus entrevistados, como uma feita por Deborah Secco. A atriz contou que comprava dos paparazzi fotos comprometedoras.
O programa também diverte quando satiriza o mundo da TV, como o obrigatório momento do merchandising, as interrupções da produção para chamada de intervalos e as atrações bizarras, como a apresentação de um stripper ou de dança do ventre. A própria sigla do programa "IFY", usada no canto da tela, parece um penduricalho kitsch que tanto infesta o colunismo social eletrônico.
Cheia de caras e bocas, a apresentadora tenta anular seu tão criticado ar blasé ("Sou Higienópolis na cabeça") com um humor irônico e até autocrítico ("Merda aduba. Vivo pensando merda. É por isso que meu cabelo não pára de crescer"). Nem todas as piadas funcionam ou são restritas a seu mundinho descolado. Mas o "IFY" conseguiu o feito de criar em alguns telespectadores o hábito de ligar a TV no final das noites de domingo.
Leia mais
Fernanda Montenegro rejeita proposta da Record; ao menos para 2007
Comentário: Astrid volta em "Happy Hour" chato e monótono
Comentário: "Pânico" volta com humor mais afiado e fama de "terror dos famosos"
Especial
Leia o que já foi publicado sobre "Irritando Fernanda Young"
Comentário: "Irritando Fernanda Young" acerta mão em 1 ano de programa
Publicidade
Editor de Ilustrada da Folha Online
O programa "Irritando Fernanda Young" completou um ano no canal pago GNT. No começo, a atração recebeu críticas violentas. A apresentadora soava esnobe, num esforço neurótico de criar um personagem excêntrico em torno de si. Mas Fernanda Young encontrou o caminho e se tornou a melhor entrevistadora da TV brasileira. É o fim da era Marília Gabriela.
A prova definitiva veio no último domingo (25). Young enfrentou o "cara a cara" com Fernanda Montenegro. Foi uma delícia de bate-papo, que fugiu à tradicional "rasgação de seda". Até perguntas óbvias (como a origem do nome da atriz) renderam respostas interessantes. Como se sabe, Young e o marido Alexandre Machado criaram "Os Normais", a extinta série da Globo estrelada por Fernanda Torres.
"Seu programa é maroto", elogiou a atriz veterana, 77, única brasileira indicada ao Oscar de melhor atriz ("Central do Brasil", 1999).
Sérgio Ripardo/Folha Imagem |
Fernanda Young e marido visitam Museu de Neruda, em Santiago do Chile |
Ontem, por exemplo, Young fazia graça com um "drama" que atinge muitos turistas em lugares frios: sair nas fotos da viagem vestindo o mesmo casacão. No caso dela, uma peça verde. Hilário.
Diante de Fernanda Montenegro, Young conseguiu arrancar comentários impensáveis, como fazer o "monstro sagrado" falar mal do "Big Brother Brasil", no excelente quadro "Paca, pouco ou picas", em que o convidado tem de avaliar situações. É uma forma simples de tirar alguém de cima do muro, como faz Raul Gil com o quadro do chapéu na Band.
Às vezes, o programa tira revelações de seus entrevistados, como uma feita por Deborah Secco. A atriz contou que comprava dos paparazzi fotos comprometedoras.
Divulgação |
Fernanda Montenegro fala sobre "BBB" e sua carreira de atriz no "Irritando Fernanda Young" |
Cheia de caras e bocas, a apresentadora tenta anular seu tão criticado ar blasé ("Sou Higienópolis na cabeça") com um humor irônico e até autocrítico ("Merda aduba. Vivo pensando merda. É por isso que meu cabelo não pára de crescer"). Nem todas as piadas funcionam ou são restritas a seu mundinho descolado. Mas o "IFY" conseguiu o feito de criar em alguns telespectadores o hábito de ligar a TV no final das noites de domingo.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alice Braga produzirá nova série brasileira original da Netflix
- Sem renovar contrato, Fox retira canais da operadora Sky
- Filósofo e crítico literário Tzvetan Todorov morre, aos 77, em Paris
- Quadrinhos
- 'A Richard's estava perdendo sua cara', diz Ricardo Ferreira, de volta à marca
+ Comentadas
- Além de Gaga, Rock in Rio confirma Ivete, Fergie e 5 Seconds of Summer
- Retrospectiva celebra os cem anos da mostra mais radical de Anita Malfatti
+ EnviadasÍndice