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O projeto Praça da Juventude foi criado em 2007 com o objetivo de levar um equipamento esportivo público e qualificado para a população que pudesse, ao mesmo tempo, tornar-se ponto de encontro e referência para a juventude. Mais do que um espaço físico para a prática de esportes, a Praça da Juventude é uma área de convivência comunitária onde são realizadas também atividades culturais, de inclusão digital e de lazer para a população de todas as faixas etárias.

Informações: (61) 3217-1748 E-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

Websérie: Conheça o funk inspirado no velocista paralímpico Petrúcio Ferreira

O velocista paralímpico Petrúcio Ferreira, de 19 anos, se prepara para disputar sua primeira Paralimpíada no Rio de Janeiro. O jovem corredor é o atual campeão do Open Internacional de Atletismo Paralímpico, que foi o evento-teste da modalidade para os Jogos Paralímpicos. Com o tempo de 10s85, sua melhor marca neste ano, o paraibano venceu os 100m na categoria T47.

Petrúcio realiza seus treinamentos na estrutura de atletismo da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). A instituição integra a Rede Nacional de Treinamento, um dos maiores legados dos Jogos do Rio 2016. Mesmo sendo novato, Petrúcio Ferreira é considerado um dos atletas favoritos ao ouro paralímpico nos 100m – categoria T47, juntamente com o já experiente Yohansson do Nascimento, a quem, inclusive, o paraibano tem como inspiração.

E não foi a falta de experiência em paralimpíadas que impediu o jovem velocista de ganhar uma homenagem em forma de música. 'MC Tota' é encarregado de serviços gerais na UFPB, mas tem o grande sonho de ser cantor. Inspirado pela garra de Petrúcio foi que Tota criou o "Raio Desgovernado" e espera que o funk vire hit, nas pistas e fora delas.

» Assista ao vídeo:

Ascom - Mininstério do Esporte

Brasil domina Regional das Américas de Esgrima em Cadeira de Rodas e terá quatro atletas nos Jogos Rio 2016

O Regional das Américas de Esgrima em Cadeira de Rodas foi encerrado neste sábado (28.05) com um grande desempenho dos atletas brasileiros. Além de dominarem as duas disputas por equipes do dia (espada e florete), os brasileiros fecharam a competição com 19 medalhas, sendo sete ouros, cinco pratas e sete bronzes. O país também garantiu mais três atletas nos Jogos Paralímpicos, que, somados a Jovane Guissone, que já estava classificado, formarão a maior equipe brasileira de esgrima em uma edição de Paralimpíada, com quatro competidores.

Foto: Marcio Rodrigues/MPIX/CPBFoto: Marcio Rodrigues/MPIX/CPB

O técnico-chefe da seleção, César Augusto Leiria, gostou da postura de seus comandados e comemorou os resultados do campeonato. “Ficamos todos animados porque nossas possibilidades se consolidaram. Esperávamos, desde 2013, conseguir essas três vagas pelo Regional e a do Jovane, pelo ranking mundial. Hoje encerramos esta competição com quatro atletas nos Jogos e vamos disputar seis provas lá”, analisou Leiria.

O treinador ainda ressaltou a evolução do esporte dentro do Brasil e no continente em geral. “Há quatro anos, tínhamos apenas um representante nos Jogos, e agora teremos quatro. E podemos ver que aqui nas Américas, o Brasil domina as competições”, concluiu.

Nos três dias de disputa, Mônica Santos pegou a vaga nos Jogos Paralímpicos no florete A feminino, Rodrigo Massarutt se classificou na espada B masculino, Fábio Damasceno garantiu sua vaga na espada A e florete A masculino e Jovane Guissone, que já estava garantido na espada B pelo ranking mundial, assegurou a participação também no florete B.

Foto: Marcio Rodrigues/MPIX/CPBFoto: Marcio Rodrigues/MPIX/CPB

Nas provas do último dia, o Brasil venceu a final da disputa por equipes na espada e no florete, ambas contra os Estados Unidos. Na primeira arma do dia, a espada, os brasileiros superaram os norte-americanos por 45 a 16. No florete, que começou na parte da tarde, o duelo entre Brasil e Estados Unidos estava acirrado, mas os norte-americanos acabaram se retirando do duelo após um de seus atletas passar por problemas de saúde. Como não tinham um reserva para a substituição, avisaram aos árbitros e a vitória ficou com os comandados de César Leiria.

Durante a competição, 36 atletas de cinco países (Brasil, Argentina, Chile, Canadá e Estados Unidos) participaram das disputas no hotel Novotel Center Norte, na Zona Norte de São Paulo.

Fonte: CPB

Ascom - MInistério do Esporte

Juliana dos Santos consegue índice olímpico nos 3.000m com obstáculos

A paulista Juliana Paula dos Santos conseguiu neste sábado (28.05) o índice exigido pela Federação Internacional de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês) nos 3.000m com obstáculos para os Jogos Olímpicos Rio 2016. A atleta venceu a prova na Flanders Cup - Meeting de Oordegem, na Bélgica, com o tempo de 9min39s33. A francesa Danois Maeva ficou em segundo lugar, com 9min40s19, seguida da polonesa Kowal Matylda, com 9min40s39.

Foto: Saulo Cruz/Exemplus/COBFoto: Saulo Cruz/Exemplus/COB

Com o resultado, Juliana superou a marca mínima de 9min45s00 e, de quebra, bateu os recordes brasileiro e sul-americano da especialidade, que pertenciam a também brasileira Sabine Leticia Heitling, com 9min41s22, desde 25 de julho de 2009.

A corredora, medalhista de ouro nos 5.000m dos Jogos Pan-americanos Toronto 2015, no Canadá, resolveu competir na Europa com o objetivo de lutar justamente pelo índice, de acordo com o técnico Adauto Domingues, já que no Brasil seria mais difícil conseguir a marca exigida.

Também em Oordegem, Lutimar Paes, qualificado para os Jogos Rio 2016, terminou em quinto lugar nos 800m, com 1min47s39. O britânico Jamie Webb foi o campeão, com 1min46s59.

No Meeting de Berna, na Suíça, disputado no Estádio Wankdorf, os brasileiros conseguiram bons resultados na excursão que estão fazendo em uma parceira entre a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e o Comitê Olímpico do Brasil (COB), como preparação para Rio 2016.

Nos 100m (vento de 0.1), o pódio foi formado por Paulo André de Oliveira, com 10s41, seguido de Aldemir Gomes Junior (10s49) e Derick Silva (10s57). Paulo André ainda venceu os 200m, com 20s87 (-0.5).

Vitória Cristina Rosa (EMFCA) ganhou a medalha de ouro nos 100 e nos 200m, com 11s74 (1.4) e 23s68 (-0.5), respectivamente, enquanto Geisa Coutinho venceu os 400m, com 52s63.

Fonte: COB

Ascom - MInistério do Esporte

Brasil terá delegação recorde. Aclimatação será no Centro de Treinamento de São Paulo

Após observações e análises feitas durante o cronograma de eventos-teste de modalidades paralímpicas, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) inicia, a 100 dias dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, a reta final de preparação. A expectativa é de que a maior delegação brasileira da história dos Jogos tenha entre 260 e 280 atletas em todas as 23 modalidades. Em Londres-2012, o programa paralímpico tinha 20 modalidades, e o Brasil classificou atletas para 18.

A partir da definição das últimas vagas para o Rio 2016, é possível planejar e adaptar a parte médica, administrativa, técnica e de suporte ao redor dos atletas. A previsão é de que a delegação brasileira conte com mais de 400 pessoas. Em Londres, foram 316. Nos 100 dias que faltam para a cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos, marcada para 7 de setembro, a preparação será intensificada à medida que os nomes que vão ocupar cada uma das vagas sejam definidos.
 
 
"Cada modalidade tem sua programação. Alguns ainda participam de eventos internacionais. Conforme forem chegando os Jogos, a tendência é não ter tantas competições, mas a gente vai ter muito intercâmbio. Temos seleções vindo ao Brasil mesmo antes do período de aclimatação. Então começa agora essa programação", diz Andrew Parsons, presidente do CPB.
 
O dirigente alerta também para os riscos de contusões a tão pouco tempo dos Jogos. "É época de cuidar para seguir o treinamento de uma forma que o planejamento de pico seja atingido em setembro, mas sem lesões. Uma lesão séria significa sair dos Jogos, então tem que ter um ajuste fino. E também é época de cuidar da cabeça dos atletas. É importante que a gente consiga transformar efetivamente o fator casa em vantagem psicológica e não em ferramenta de pressão", explica.
 
 
Centro de Treinamento Paralímpico
No dia 21 de agosto, a delegação brasileira segue para o Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. Construída seguindo parâmetros de acessibilidade, com rampas de acesso e elevadores, a estrutura conta com 86 alojamentos, capazes de receber entre 280 e 300 pessoas, e áreas para o treinamento de 15 modalidades paralímpicas: atletismo, basquete em cadeira de rodas, bocha, natação, esgrima em cadeira de rodas, futebol de 5, futebol de 7, goalball, halterofilismo, judô, rúgbi em cadeira de rodas, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, triatlo e vôlei sentado.
 
No planejamento do CPB, a delegação faz a aclimatação oficial entre 21 e 31 de agosto, quando segue para a Vila Paralímpica, no Rio. "Lá no Centro de Treinamento você consegue fazer 15 modalidades. Outras, como canoagem, não vão treinar a parte específica da modalidade lá, mas vão estar junto, fazendo a parte de preparação física, academia. O hipismo faz aclimatação em outro lugar, porque nossa base de treinamento é na Europa, tem a vinda dos cavalos, toda uma peculiaridade. E, se não me engano, o tiro também vai aclimatar em outro lugar", conta Andrew Parsons.
 
Para que tudo funcione perfeitamente, o CPB testará as áreas do Centro de Treinamento e realizará eventos esportivos no local antes da aclimatação. "A gente vai começar a testar modalidade por modalidade. É uma estrutura grande, que foi entregue de uma vez só e não em módulos. Então a gente tem que ir fazendo quase como se fossem eventos-teste do Centro. No treinamento de goalball, por exemplo, vamos analisar a estrutura, se funciona, se tem problema, se o piso foi bem colocado", explica.
 

 
Antes da aclimatação, duas etapas do Circuito Caixa Loterias estão programadas para o Centro de Treinamento. Nos dias 25 e 26 de junho, a competição terá natação e atletismo. Entre 15 e 17 de julho, além dessas duas modalidades, o halterofilismo entra na programação.
 
Para Andrew Parsons, a aclimatação no Centro de Treinamento Paralímpico vai ajudar a unir a delegação brasileira. "Quando a gente fala aclimatação, é óbvio que o clima de São Paulo não é igual ao do Rio, mas é colocar a equipe junta, fazer a delegação funcionar como delegação. É diferente de uma delegação específica em um Mundial de uma modalidade. Você tem uma delegação que é multimodalidade", conta.
 
"Eu acho que o Centro vai ser um diferencial para os Jogos de 2020, não acho que vai ser um diferencial para 2016 ainda, e nem era planejado que fosse, porque a gente sabia que a entrega seria próxima aos Jogos, mas obviamente é bom treinar na nossa casa, fazer a aclimatação no nosso Centro. É diferente da aclimatação que a gente teve em Manchester, por exemplo, para Londres. Estar todo mundo junto bastante tempo, treinando, é importante para ganhar o espírito de corpo da delegação. Não somos um conjunto de 22 delegações, somos uma delegação brasileira", completa o dirigente.
 

Balanço positivo

Se depender do número de eventos-teste feitos para os Jogos Paralímpicos Rio 2016, o sucesso do evento está garantido. Nunca foram feitos tantos testes paralímpicos quanto nessa edição. Foram oito no total: bocha, halterofilismo, rúgbi em cadeira de rodas, natação paralímpica, goalball, atletismo paralímpico, canoagem e paratriatlo, sendo que os dois últimos foram feitos junto das modalidades olímpicas.
 
"Eu acho que foi muito positivo. A operação funcionou, os níveis de acessibilidade, que é uma especificidade do atleta paralímpico, ficaram muito bons, bem satisfatório. É claro que são diferentes de instalação para instalação, mas acho que a operação está bem montada, bem planejada. Claro que sempre tem o que aprender, uma ou outra falha que você pode observar e melhorar, mas, de uma forma geral, minha avaliação é a melhor possível", diz Andrew Parsons.
 
Evento-teste do atletismo no Estádio Olímpico, Engenhão. (Foto: André Motta/ Brasil2016)Evento-teste do atletismo no Estádio Olímpico, Engenhão. (Foto: André Motta/ Brasil2016)
 
O presidente do CPB lembrou que também foram feitos testes de acessibilidade no Aeroporto do Galeão. "Acho que o que mais chamou atenção foi o rúgbi em cadeira de rodas. Primeiro porque eram seleções de fora, acostumadas com um nível alto de acessibilidade, como a seleção canadense, e são atletas que têm deficiência severa, na sua maioria tetraplégicos ou amputação nos quatro membros. E a opinião dos atletas estrangeiros foi muito positiva no que diz respeito à acessibilidade e à operação de chegada no Aeroporto do Galeão. Acho que o Galeão melhorou muito. Ele era um exemplo bastante negativo há alguns anos em termos de acessibilidade, e tem se mostrado muito melhor na recepção e operação para passageiros ou atletas com deficiência", afirma Andrew.
 
O legado de acessibilidade também já é visível, segundo o dirigente, em outras partes da cidade. "Intervenções feitas na cidade, de calçamentos refeitos ou construídos novos; de transporte, como o BRT e o VLT; novas estações de metrô, que já levam desde o planejamento a questão da acessibilidade; hotéis novos construídos já dentro de uma nova legislação, instalações esportivas que vão ficar como legado tanto para atletas quanto espectadores... Eu acho que há um legado bastante significativo para o Rio no que diz respeito à acessibilidade", opina Parsons.
 
Para ele, no entanto, o principal legado que será deixado pelos Jogos Paralímpicos Rio 2016 deve ser o intangível. "Tem o legado pós-Jogos, porque aí tem uma 'invasão' de mais de 4.300 pessoas com deficiência de uma só vez no Rio e que chamam a atenção para a questão da acessibilidade, das pessoas com deficiência, da diversidade. Os Jogos Paralímpicos são conhecidos por isso, por mudar a percepção das pessoas. Esse legado intangível pode ser até mais importante que o legado tangível", projeta.
 
Mateus Baeta - brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte

Quase tudo pronto para o mais desafiante dos megaeventos esportivos

 
A 100 dias da cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, marcada para 7 de setembro, a capital fluminense acerta os últimos detalhes para deixar tudo pronto para o grande desafio que está por vir. Os Jogos Paralímpicos, além de toda a agitação nas áreas de competição – o evento reunirá mais de quatro mil atletas, de 176 países, em 23 modalidades – ganham ainda mais complexidade por conta das necessidades especiais de atletas, técnicos e do público envolvido.
 
A edição brasileira já traz, antes mesmo da abertura, uma marca histórica. Nunca foram feitos tantos testes paralímpicos quanto nesta edição. Foram oito no total: bocha, halterofilismo, rúgbi em cadeira de rodas, natação paralímpica, goalball, atletismo paralímpico, canoagem e paratriatlo, sendo que os dois últimos foram feitos junto das modalidades olímpicas.
 

“A gente procurou testar a acessibilidade não apenas para atletas, mas em relação ao público, ao serviço de mobilidade, ao transporte das delegações, às rotas acessíveis dentro das instalações, ao piso tátil para deficientes visuais, e também na infraestrutura da instalação em si, como banheiros, assentos acessíveis, e também a visão do torcedor na arquibancada em relação à área de competição”, explica Augusto Fernandes, coordenador de acessibilidade do Comitê Rio 2016.
 
“De maneira geral, foi isso que foi testado e tudo foi de suma importância para que a gente pudesse ter uma avaliação do que pode ser melhorado, do que funcionou e do que já está de acordo com as expectativas”, prossegue. “Óbvio que tudo foi mais reduzido nos eventos-teste, mas eles deram uma noção das dificuldades e do que deve ser melhorado”.
 
Presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Andrew Parsons, endossou a avaliação de Fernandes. "A operação funcionou, os níveis de acessibilidade, que é uma especificidade do atleta paralímpico, ficaram muito bons, bem satisfatórios. É claro que são diferentes de instalação para instalação, mas acho que a operação está bem montada. Sempre tem o que aprender, uma ou outra falha que você pode observar e melhorar, mas, de uma forma geral, minha avaliação é a melhor possível", diz Andrew Parsons.
 
Aeroportos 
Os Jogos Paralímpicos geram impacto em muitas áreas fora dos locais de competições, em especial nos aeroportos e na Vila dos Atletas. “Houve um trabalho de informação, de sensibilização e de acompanhamento em relação aos aeroportos, inclusive com simulados”, lembra o coordenador do Comitê Rio 2016.  “O pessoal de chegadas e partidas conseguiu prover essa comunicação direta com os aeroportos e passar as informações necessárias para que eles pudessem se adequar”, lembra Augusto. 
 
Um desses testes foi com atletas do rúgbi em cadeira de rodas, no Galeão. "Foi o que mais me chamou a atenção", diz Andrew Parsons. "Primeiro porque eram seleções de fora, acostumadas com um nível alto de acessibilidade, como a seleção canadense, e são atletas que têm deficiência severa, na sua maioria tetraplégicos ou amputação nos quatro membros. E a opinião dos atletas estrangeiros foi positiva. O Galeão melhorou muito. Era um exemplo negativo há alguns anos em termos de acessibilidade, e tem se mostrado muito melhor na recepção e operação para passageiros ou atletas com deficiência", completa.
 
No teste, os atletas contaram com assistência especial desde a saída da aeronave, para troca de cadeira de rodas, passagem pela imigração e retirada de bagagens e equipamentos. “Estive no Brasil em 2007 e vejo que hoje tudo está mais rápido. Foi ágil a passagem de toda a equipe. As cadeiras chegaram em ótimas condições e muito rapidamente até nós. Esse é um passo muito importante, fomos tratados com muita eficiência”, disse, à época, Kevin Orr, técnico da seleção canadense de rúgbi em cadeira de rodas.
 
Outro ponto de monitoramento constante dos organizadores é a Vila dos Atletas, na Barra da Tijuca. “É uma área de não competição, mas de suma importância. Eu tenho passado muito tempo lá para identificar necessidades e fazer ajustes. Temos feito um trabalho de entendimento do fluxo que os atletas vão fazer e trabalhado com informações em termos de sinalização para que os atletas possam ter facilidade no deslocamento. Na parte de acomodação, os apartamentos estão prontos e já estão terminando a instalação das barras de apoio. Agora vamos iniciar um procedimento de teste da resistência das barras”, explica Augusto Fernandes.
 
O coordenador de acessibilidade do Rio 2016 destaca ainda o foco nos profissionais que trabalharão nos Jogos Paralímpicos dentro e fora das arenas. “Nós nos preocupamos não somente com a estrutura física, mas também com o pessoal. Tem sido feito um trabalho de capacitação e sensibilização com as equipes da parte de segurança, da Força Nacional, e também com os voluntários para que eles possam atender a todos da melhor forma, para que tenhamos uma experiência única de serviço durante os Jogos”, conclui.
 
Ansiedades e otimismo
Ansiedade define o sentimento dos atletas a 100 dias dos Jogos. Para alguns deles, a oportunidade de participar de uma edição do evento em casa mexe com o lado emocional e transforma a espera pelo começo das competições em um sentimento que beira a angústia.
 
“Estou bastante ansioso”, admite o velocista Petrúcio Ferreira. “Vai ser a minha primeira Paralimpíada. Além disso, vou disputar em casa, com a torcida de todos”, diz o jovem de 19 anos, que tem outro desafio pela frente até setembro: convencer a mãe a assisti-lo em ação. “Ela não está querendo ir porque não quer viajar de avião. Mas vou fazer de tudo para levá-la”, diz o atleta.
 
Enquanto Petrúcio aguarda a chegada da primeira Paralimpíada, o nadador Ronystony da Silva tem bem viva na memória a lembrança de Londres 2012, onde encontrou um estádio lotado de britânicos torcendo e fazendo barulho para os atletas da casa.
 
“Era um cubo fechado, com 20 mil pessoas gritando o nome dos britânicos. Você nem escutava o locutor”, conta. “Para nós, brasileiros, nem precisa ser 20 mil. Cinco mil já estaria bom. Vai ser emocionante para quem estiver lá, nadando ou assistindo”, aposta.
 
Um dos mais experientes da delegação, o também nadador Clodoaldo Silva acredita que o esporte paralímpico vive seu melhor momento com a chegada dos Jogos em casa e a inauguração do Centro de Treinamento Paraolímpico Brasileiro, em São Paulo. Para ele, são sinais de que o Brasil pode chegar ao topo e se tornar a principal potência mundial.
 
“Comecei em uma época em que o esporte paralímpico não tinha divulgação, visibilidade e investimento. Hoje temos tudo isso. Somos potências mundiais indo para os Jogos em casa, buscando a quinta colocação no quadro de medalhas. Depois, em 2020 e nas edições seguintes, temos certeza de que, com o Centro de Treinamento, o Brasil pode ser o primeiro do mundo”, afirma o “Tubarão”.
 

 

Investimentos em várias frentes
A preparação dos atletas paralímpicos conta com investimentos substanciais do Governo Federal. Desde 2010, foram celebrados 17 convênios com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que somam R$ 67,3 milhões. Os convênios contemplam a preparação das seleções em 16 modalidades (atletismo, basquete em cadeira de rodas, bocha, ciclismo, esgrima em cadeira de rodas, futebol de 5, futebol de 7, goalball, halterofilismo, judô, natação, remo, rúgbi em cadeira de rodas, tiro esportivo, vela, e voleibol sentado) para o ciclo de 2016. Essa preparação inclui treinamentos no Brasil e no exterior e participação em competições internacionais.
 
O Ministério do Esporte também celebrou, entre 2013 e 2015, dois convênios com a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, que somam R$ 7,1 milhões. A parceria permitiu estruturar dois centros de treinamento para a seleção paralímpica, em Brasília (cadeirantes) e Piracicaba (andantes), e viabilizar a participação da seleção paralímpica nas principais competições do calendário internacional na Europa, Ásia e América.
 
Além disso, desde a criação do Bolsa Atleta, em 2005, 11.700 bolsas foram concedidas a atletas paralímpicos, num investimento de R$ 164,8 milhões. Somente no último exercício (2015), 1.323 atletas foram patrocinados, num investimento total de R$ 19,2 milhões.
 
Criado para apoiar atletas com chances de disputar finais e medalhas nos Jogos Rio 2016, o Bolsa Pódio atua como complemento nesse cardápio, com bolsas de R$ 5 mil a R$ 15 mil mensais. Atualmente, 104 atletas paralímpicos de modalidades individuais são patrocinados, num investimento anual de R$ 15,4 milhões. Adicionalmente, por meio do Plano Brasil Medalhas, 60 atletas das modalidades coletivas de vôlei sentado, futebol de 5, futebol de 7 e goalball são apoiados.
 
Foto: Roberto Castro/ MEFoto: Roberto Castro/ ME
 
Centro de Treinamento
Com obras iniciadas em dezembro de 2013, o Centro de Treinamento Paralímpico de São Paulo iniciou as atividades na última semana e é um dos pontos de referência da Rede Nacional de Treinamento que vem sendo montada em todo país pelo Ministério do Esporte.
 
Construída seguindo parâmetros de acessibilidade, com rampas de acesso e elevadores, a estrutura conta com 86 alojamentos, capazes de receber entre 280 e 300 pessoas, e áreas para treinamento de 15 modalidades paralímpicas: atletismo, basquete em cadeira de rodas, bocha, natação, esgrima em cadeira de rodas, futebol de 5, futebol de 7, goalball, halterofilismo, judô, rúgbi em cadeira de rodas, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, triatlo e vôlei sentado.
 
A unidade está dividida em 11 setores que englobam áreas esportivas de treinamento, hotel, centro de convenções, laboratórios, condicionamento físico e fisioterapia. O empreendimento recebeu investimento de R$ 305 milhões, sendo R$ 187 milhões em recursos federais. Do total do aporte do Ministério do Esporte, R$ 167 milhões foram investidos na construção e outros R$ 20 milhões em equipagem.
 
Lei de inclusão
Uma frente de investimento permanente para o esporte paralímpico se consolidou em 6 de julho de 2015, quando foi sancionada a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. A legislação ampliou de 2% para 2,7% o valor das loterias repassado ao Comitê Olímpico do Brasil e ao Comitê Paralímpico Brasileiro, e mudou de 15% para 37,04% a fatia destinada ao Comitê Paralímpico.
 
Entre 2007 e 2014, o total de repasses ao CPB chegou a R$ 210 milhões. Com a nova lei, o esporte paralímpico atinge um novo patamar de recursos, com aumento estimado de R$ 90 milhões anuais. "Com a aprovação da lei, a gente está saindo de uma arrecadação anual de R$ 39 milhões da Lei Agnelo/Piva para cerca de R$ 130 milhões. Isso muda a realidade e nos dá uma tranquilidade muito grande", afirma o presidente do CPB, Andrew Parsons.
 
Luiz Roberto Magalhães e Vagner Vargas – brasil2016.gov.br
Ascom - Ministério do Esporte

No Regional das Américas de Esgrima, Brasil garante mais três atletas na Paralimpíada 2016

Mônica Santos comemora a medalha de ouro. (Foto: Marcio Rodrigues/MPIX/CPB)Mônica Santos comemora a medalha de ouro. (Foto: Marcio Rodrigues/MPIX/CPB)

Os esgrimistas brasileiros terminaram o primeiro dia de competições do Regional das Américas, nesta quinta-feira (26.05), em São Paulo, com muitos motivos para comemorar. Além das dez medalhas conquistadas – três de ouro, três de prata e quatro de bronze -, a equipe verde e amarela ainda conquistou três vagas diretas para os Jogos Paralímpicos Rio 2016.

O país já tinha um atleta garantido no maior evento paralímpico do mundo – Jovane Guissone -, mas os planos da comissão técnica era aumentar ao máximo o número de participantes. “Hoje já completei os três que imaginei que seria possível. Agora ainda acho que dá para entrar mais um nesta lista”, observou César Augusto Leiria, técnico-chefe da seleção brasileira.

A esgrimista que vai representar o Brasil em Jogos será Mônica Santos, categoria A. A gaúcha foi a campeã no florete com direito a torcida da família e muita emoção. “Ter minha filha e meu marido aqui torcendo por mim com certeza foi um empurrão a mais. Fui campeã no ano passado, mas sem a presença deles. Hoje a festa foi completa”, disse a esgrimista.

Os outros dois atletas do Brasil que subiram no lugar mais alto do pódio e celebraram a medalha e a garantia das Paralimpíadas foram Fábio Damasceno, que superou Moacir Ribeiro na final da espada categoria A; e Rodrigo Massarutt, que foi o campeão da espada categoria B.

Além das disputas na espada categorias A e B, no florete categoria A, a competição também realizou a prova de sabre categoria B masculino, vencida pelo canadense Pierre Mainville. O Regional das Américas se estende até o domingo (29.05) no Novotel Center Norte.

Foto: Marcio Rodrigues/MPIX/CPBFoto: Marcio Rodrigues/MPIX/CPB

Final Brasileira

Nesta sexta, serão realizados os torneios de florete categorias A e B masculino e espada categoria A feminino. O duelo entre os gaúchos Jovane Guissone e Vanderson Chaves, valerá o título do florete categoria B. Além da medalha, o vencedor do embate se habilitará para competir com esta arma nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. A final está marcada para as 18h, no Novotel Center Norte. Ainda hoje, no mesmo horário, estão marcadas as decisões da espada categoria A feminino, entre as americanas Vikki Espinosa e Lauryn DeLuca, e do florete categoria A masculino, que ainda não foi definido.

Jovane Guissone já está garantido nos Jogos na espada por estar entre os quatro melhores do ranking mundial. Contudo, o campeão paralímpico em Londres 2012 quer assegurar a vaga também no florete. O atleta espera superar não só o adversário, mas também as dores de uma contusão no antebraço direito. “Estou há dois meses convivendo e tratando essa contusão e meus treinos têm sido basicamente de fisioterapia. Mas estou preparado e espero poder jogar bem na final para poder competir também com essa arma nos Jogos”, resumiu Jovane.

O adversário de Jovane, Vanderson Chaves, chegou à decisão bem animado. O jovem de 21 anos é especialista no florete e acredita que será uma grande final contra o astro da modalidade. “Eu cheguei aqui em São Paulo pensando no florete, nesta final e em ser campeão. Treinei bastante e tenho certeza que vou fazer meu melhor na hora da decisão. Chegar a uma Paralimpíada é o sonho de qualquer atleta e eu quero estar lá”, disse Vanderson.

A outra final já definida, florete categoria A feminino, será com duas atletas dos Estados Unidos. Nesta prova, o Brasil ficou com a medalha de bronze, com Mônica Santos, que perdeu o confronto da semifinal para Vikki Espinosa. Como não há disputa de terceiro lugar na esgrima, a brasileira ficou com a medalha de bronze.

No sábado, as provas em equipe de espada e florete entram em cena para o encerramento do campeonato.

» Confira as medalhas conquistadas pelo Brasil:

Ouro
Mônica Santos – florete A
Rodrigo Massarutt – espada B
Fábio Damasceno – espada A

Prata
Karina Maia – florete A
Jovane Guissone – espada B
Moacir Ribeiro – espada A

Bronze
Rodrigo Massarutt – sabre B
Vanderson Chaves – espada B
Derik Burbella – espada A
Rudineia Mânica – florete A

Fonte: CPB

Ascom - Ministério do Esporte

Darlan Romani obtém índice olímpico no arremesso do peso

Com a medalha de prata conquistada na etapa de Dakar do IAAF World Challenge, no Senegal, em prova disputada na quarta-feira (25.5), o catarinense Darlan Romani, atleta da BM&FBovespa, obteve o índice olímpico na prova no arremesso do peso para os Jogos Olímpicos Rio 2016. O brasileiro conseguiu a marca de 20,64m, superando assim os 20,50m exigidos para a classificação para os Jogos Olímpicos.

Darlan atualmente participa do Camping Internacional Caixa de Treinamento e Competição, da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), baseado em Lisboa, em Portugal. Este foi o seu primeiro torneio nesta fase de preparação para as Olimpíadas desde que conquistou a medalha de ouro no Campeonato Ibero-Americano, no dia 14 de maio, no Estádio Olímpico do Engenhão, com 19,67m.

Darlan Romani: mais um brasileiro com índice olímpico no atletismo. (Foto: Washington Alves/CBAt)Darlan Romani: mais um brasileiro com índice olímpico no atletismo. (Foto: Washington Alves/CBAt)

O campeão da prova no Estádio Senghor, em Dakar, foi Franck Elembra, do Congo, com 21,01m, enquanto a medalha de bronze foi para Orazio Cremona, da África do Sul, com 19,96m.

Duda leva a prata
No salto em distância, que teve forte vento contra, Mauro Vinícius “Duda” da Silva (BM&FBovespa) também foi vice-campeão, com 7,94m. O norte-americano Jarvis Gotch levou o ouro, com 8,31m e o senegalês Mamadou Gueueye garantiu o terceiro lugar, com 7,78m.

Mais três brasileiros competiram na sétima etapa da IAAF World Challenge 2016. Nos 110m com barreiras, João Vitor de Oliveira (AAARP) ganhou a medalha de bronze, com o tempo de 13s90. Ele cruzou a linha de chegada atrás do sul-africano Antonio Alkana (13s40) e do grego Konstadínos Douvalídis (13s52).

Nos 400m, Geisa Coutinho (Orcampi/Unimed), que se recupera de contusão, terminou em quarto lugar, com 53s02. O pódio foi formado por Lydia Jele (Botswana), com 52s18; Patience Okon George (Nigéria), com 52s02; e Patricia Hall (Jamaica), com 52s75.

Já nos 100m, Vitória Cristina Rosa (EMFCA), qualificada nos 200m, ficou na sexta posição, com 11s59. A norte-americana Alexandria Anderson foi a medalha de ouro, com 11s26. Alyssa Conley, da África do Sul, e Gina Bass, do Gabão, terminaram com a prata e o bronze, com 11s42 e 11s43, respectivamente.

Na Áustria, no Innsbruck International Golden Roof Challenge, Eliane Martins (Pinheiros) ganhou a medalha de prata no salto em distância, com 6,35m. O ouro ficou com a sul-africana Lynique Prinsloo, com 6,37m e o bronze foi para a eslovena Nina Djordjevicslo, com 6,34m.

Fonte: Confederação Brasileira de Atletismo

Ascom - Ministério do Esporte

Mundial vai definir seis vagas do pentatlo moderno para Rio 2016

A nata do pentatlo moderno mundial está reunida em Moscou para a edição de 2016 do Campeonato Mundial Sênior da modalidade. Cerca de 190 pentatletas - por volta de 110 só homens – estão na capital russa para um dos principais eventos do ano do esporte olímpico. Ao final dos sete dias de disputas, o torneio terá distribuído seis vagas para os Jogos do Rio – três no masculino e três no feminino.
 
Priscila Oliveira busca vaga olímpica (Foto: Divulgação)Priscila Oliveira busca vaga olímpica (Foto: Divulgação)
 
O Brasil vai participar das disputas individuais do Mundial da Rússia, que começou nesta quarta-feira (23) com a qualificação feminina. Dentre as cerca de 70 competidoras de quase 30 países, estarão presentes Larissa Lellys, Priscila Oliveira e Yane Marques. As brasileiras e os demais competidores vão disputar as provas de esgrima, natação, hipismo e o evento combinado de tiro e corrida do torneio no lendário Estádio Olímpico de Moscou, que foi uma das sedes dos Jogos Olímpicos de 1980 na capital russa.
 
No último Mundial, a medalhista olímpica Yane Marques, bronze em Londres 2012, conquistou a medalha de bronze, que assegurou sua vaga para Rio 2016. Foi a segunda medalha da brasileira em um Mundial da modalidade. Em 2013, ela foi vice-campeã.
 
A pernambucana seguiu para a Rússia direto da França, onde participou de um camping trainning de duas semanas. “O camping foi excelente. Tive a oportunidade de jogar esgrima com o time feminino local, o que fez o treinamento ter sido muito rico”, destaca a atual número 4 do mundo.
 
Yane aproveita a competição para aperfeiçoar a preparação olímpica (Foto: Divulgação)Yane aproveita a competição para aperfeiçoar a preparação olímpica (Foto: Divulgação)
 
Como conquistou sua vaga para Rio 2016 com certa antecedência, Yane tem aproveitado as competições que têm surgido para aprimorar sua preparação para os Jogos. O Mundial de Moscou é uma delas. “O Mundial é a ultima prova muito forte antes dos Jogos. É mais uma prova controle para me manter em ritmo de competição e, obviamente, vai medir algumas variáveis para o refino da preparação para as Olimpíadas efetivamente”, explica a brasileira de 32 anos.
 
De olho nas vagas
Na briga por uma possível segunda vaga para o Brasil em Rio 2016, Larissa Lellys vê no Mundial de Moscou uma oportunidade de garantir bons pontos no ranking mundial que vai definir as últimas vagas do Pentatlo Moderno para os Jogos. “Se eu obter uma colocação sensacional, estarei classificada”, a pentatleta de 33 anos não descarta uma classificação direta para os Jogos via o Mundial.
 
Assim como Larissa, o time masculino brasileiro que vai competir no Mundial de Moscou, a partir de quinta (26), também está de olho em se garantir nas próximas Olimpíadas. Dentre Danilo Fagundes, Felipe Nascimento e Enrico Ortolani, os dois primeiros estão na briga por uma vaga para os Jogos. 
 
Danilo FagundesDanilo Fagundes
 
O Brasil tem direito a uma vaga no masculino caso não classifique ninguém via seletiva e Felipe - líder do ranking nacional e o brasileiro mais bem colocado no ranking mundial (ele é o 58º) -, vem treinando muito para ser um dos pentatletas brasileiros em Rio 2016. “Estou treinando bem e bastante focado para fazer uma boa competição. Há algumas semanas, participei do Nacional de Esgrima em Curitiba, que serviu como um treino de luxo, visando aumentar meu volume de jogo”, ele conta.
 
O pernambucano de 22 anos já competiu no Estádio Olímpico de Moscou em 2011, por ocasião do Mundial Sênior daquele ano. Ele guarda boas recordações da arena. “Foi uma competição muito bem estrutura. Eles fizeram a área do combinado, esgrima e hipismo tudo no mesmo local. E a natação era num local ao lado; o tipo de competição perfeita. Espero encontrar boas instalações e uma competição super organizar como foi em 2011”, o brasileiro torce.
 
Sétimo do ranking nacional, Enrico Ortolani vê no Mundial de Moscou uma boa oportunidade para melhorar suas marcas pessoais. Esta será a sexta competição internacional do paulista de 32 anos neste ano. “Estou conseguindo imprimir mais ritmo nos treinos”, ele antecipa. “Na Rússia, tenho planos de fazer minhas melhores marcas da vida na esgrima, na natação e também no combinado, além de disputar para valer a vaga da final”, Enrico acrescenta.
 
Dentre os seis brasileiros que vão participar do Mundial da Rússia, Felipe foi revelado no PentaJovem, projeto que a Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno (CBPM) mantém no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Pernambuco para a descoberta e formação de novos nomes na modalidade. Ele também faz parte do Programa de Alto Rendimento da Força Aérea Brasileira como Terceiro Sargento da Comissão de Desportos da Aeronáutica (CDA).
 
Todos recebem o benefício da Bolsa Atleta do Ministério do Esporte, Yane, inclusive, na modalidade Bolsa Pódio. Ela, Larissa, Priscila e Felipe também recebem a Bolsa Atleta do Governo do Estado de Pernambuco. O trio feminino ainda está no Programa de Alto Rendimento do Exército Brasileiro como Terceiro Sargento da Comissão de Desportos do Exército (CDE) e integra o Time Brasil cartier replica, do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).
 
Fonte: CBPM
Ascom – Ministério do Esporte
 
 
 

Centro de Treinamento Paralímpico inicia suas operações

A cerca de 100 dias para os Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, atletas de diferentes modalidades ocuparam pela primeira vez as instalações do Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro. Durante a cerimônia na capital paulista que oficializou o início das atividades na instalação, a atleta Shirlene Coelho expressou, nesta segunda-feira (23.05), o sentimento dos atletas brasileiros. "É um prazer está aqui neste centro que podemos chamar de casa. Agora termos uma casa para chamar de nossa. Quero agradecer aos apoiadores do esporte e gostaria de fazer um pedido: que esse sonho não acabe", disse Shirlene, integrante da seleção brasileira de atletismo paralímpico.

Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. (Foto: Roberto Castro/ brasil2016.gov.br)Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. (Foto: Roberto Castro/ brasil2016.gov.br)

O complexo na capital paulista é o maior do mundo em número de modalidades contempladas: 15 no total. O equipamento é o principal legado dos Jogos Paralímpicos Rio 2016 para a infraestrutura dos esportes adaptados.

A seleção nacional de atletismo utilizará o equipamento pela primeira vez na próxima semana, quando os atletas participarão de período de treinamento. A agenda de atividades está completa para os meses seguintes. As provas do circuito nacional de atletismo, natação e halterofilismo ocuparão o local nos meses de junho e julho.

O termo de uso da estrutura pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) para o período de 12 meses foi assinado durante a cerimônia.

Foto: Roberto Castro/ MEFoto: Roberto Castro/ ME

Para o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, a casa do esporte paralímpico brasileiro permitirá não somente o desenvolvimento dos talentos que temos atualmente, mas principalmente os talentos do futuro. "Aqui é um ponto de partida fundamental. Ele só foi possível por meio da parceria com o governo do estado. Tenho certeza que os Jogos Paralímpicos emocionarão o Brasil. Pelas conquistas que os nossos atletas terão e pelo exemplo de superação, garra, força de vontade e esperança que certamente irão deixar para toda a população brasileira", disse.

O governador do estado, Geraldo Alckmin, ressaltou, durante a cerimônia, a parceria com o Governo Federal que concretizou a construção do equipamento. "Essa região era conhecida como Febem Imigrantes. Nós temos hoje aqui de um lado a beleza do Parque Zoológico e ao lado o maior centro de eventos da América do Sul. Quando o Governo Federal pensou em investir em um centro nós nos candidatamos. A cidade tem o Time São Paulo Paralímpico e não poderíamos perder a oportunidade. Hoje, não há no mundo nada melhor do que este equipamento", explicou.

Atletas
Bruna Alexandre. (Foto: Roberto Castro/ brasil2016.gov.br)Bruna Alexandre. (Foto: Roberto Castro/ brasil2016.gov.br)Bruna Alexandre, uma das revelações do tênis de mesa paralímpico, ficou ainda mais feliz por ter uma estrutura de ponta perto de casa. "Eu estava chegando na avenida e achei espetacular o tamanho do local. Fico mais feliz em morar perto, ali em São Caetano do Sul. Acho um grande passo, não só para mim, mas para todos os atletas que irão treinar juntos na estrutura", explicou.

Clodoaldo Silva, o tubarão das piscinas, entrou pela primeira vez na estrutura e também se sentiu em casa. "Nem nos meus melhores sonhos eu poderia imaginar. Comecei numa época em que o esporte paralímpico não tinha divulgação e investimento. O Centro vai colaborar para a consolidação do esporte paralímpico brasileiro. É muito bom chegar aqui e se sentir em casa", disse.

Na terceira visita ao Centro, o também nadador Ronystony Cordeiro comemorou a entrega do equipamento. "Quando eu visitei pela primeira vez fiquei olhando e pensando quanto tempo iria demorar para construir. Agora, é gratificante receber a estrutura com uma piscina rápida para os treinamentos específicos. Essa é a melhor piscina que temos, toda adaptada para o paralímpico. Não temos do que reclamar. É só agradecer e trabalhar", comemorou.

Aclimatação Rio 2016
A delegação brasileira entrará no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro para o período final de treinamento para as Paralimpíadas no dia 21 de agosto. Os atletas intensificarão os treinamentos até o dia 1º de setembro.

Estrutura
Com obras iniciadas em dezembro de 2013, o Centro de Treinamento conta com um terreno de cerca de 100 mil m² (sendo em torno de 65 mil m² de área construída), localizado no Parque Estadual das Fontes do Ipiranga. A estrutura foi construída seguindo os princípios da acessibilidade, com rampas de acesso e elevadores.

A estrutura, uma das principais da Rede Nacional de Treinamento, conta com 86 alojamentos, capazes de receber entre 280 e 300 pessoas, e áreas para o treinamento de 15 modalidades paralímpicas: atletismo, basquete em cadeira de rodas, bocha, natação, esgrima em cadeira de rodas, futebol de 5, futebol de 7, goalball, halterofilismo, judô, rúgbi em cadeira de rodas, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, triatlo e vôlei sentado. A unidade está dividida em 11 setores que englobam áreas esportivas de treinamento, hotel, centro de convenções, laboratórios, condicionamento físico e fisioterapia.

O empreendimento recebeu investimentos de R$ 305 milhões, sendo R$ 187 milhões do Governo Federal (R$ 167 milhões foram investidos na construção e outros R$ 20 milhões em equipagem).

Breno Barros, de São Paulo

Ascom - Ministério do Esporte

Brasil vence Open de atletismo paralímpico, que encerra testes no Engenhão

Foto: André Motta/brasil2016.gov.brFoto: André Motta/brasil2016.gov.br

Após passar pelo crivo do atletismo olímpico, o Engenhão também foi colocado à prova, entre 18 e 21 de maio, com a realização do Open Internacional de Atletismo Paralímpico, evento-teste da modalidade para o Rio 2016, vencido pelo Brasil com 124 pódios. A pista de competição, mais uma vez, recebeu elogios, mesmo com várias provas disputadas sob chuva. A pista de aquecimento ainda precisa de ajustes, que o torneio ajudou a mostrar. Com atletas cegos, cadeirantes e com dificuldade de mobilidade, a acessibilidade também foi observada, enquanto 330 homens cuidaram da segurança na instalação, cumprindo protocolos e seguindo o modelo que será aplicado nos Jogos.

Além dos testes feitos pelo Comitê Organizador Rio 2016, como a área de competição e o sistema de resultados, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) aproveitou para observar pontos como a arbitragem e a logística para os atletas.

“Vimos pequenos ajustes que precisam ser feitos, mas já testamos como vão reagir nossos atletas dentro do estádio em que nós pretendemos ganhar muitas medalhas. Ele já tem uma história e foi remodelado. Temos a pista mais atual do mundo e a estrutura está sendo finalizada na parte externa. Então para mim já é uma sensação ótima de ter trabalhado aqui em 2007 e agora ver essa pista ser utilizada já com uma perspectiva de futuro”, disse Ciro Winckler, coordenador-técnico de atletismo do CPB, lembrando que o Engenhão foi construído para os Jogos Pan e Parapan-Americanos Rio 2007.

Foto: André Motta/brasil2016.gov.brFoto: André Motta/brasil2016.gov.br

O presidente do CPB, Andrew Parsons, dividiu as avaliações em dois aspectos: esportivo e operacional. Para ele, o saldo é positivo em ambos. “Como participante, nosso time está muito satisfeito. Atletas e técnicos deram um ótimo retorno. E como parte do Comitê Organizador, a gente viu que a operação funcionou. É óbvio que a gente tira algumas lições, esse é o último evento-teste, então está sendo bem útil para a gente afinar e melhorar ainda mais para os Jogos”, afirmou o dirigente.

Chuva e sol
O clima instável ajudou nos testes da pista do Engenhão. Nos dois primeiros dias, chuva, frio e vento. Nos dois últimos, o sol apareceu. No fim, a pista foi aprovada. “A gente teve várias experiências nesse evento-teste, corremos em pista seca, molhada... Eu fiz minha melhor marca da temporada, corri ao lado de um campeão mundial (o cubano Leinier Pineda), então eu já tive o gostinho das Paralimpíadas e estou achando lindo”, disse Diogo Ualisson Silva, prata na prova dos 100m classe T12, perdendo apenas para o rival cubano.

O Engenhão agradou também ao Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês). “A instalação é ótima. A pista é nova e aguentou a chuva. Os atletas disseram que a pista é bem rápida e tivemos recordes mundiais neste evento, então acho que podemos esperar mais recordes em setembro”, previu Craig Spence, diretor de comunicação e mídia do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês).

Na pista externa da instalação, onde é feito o aquecimento dos atletas, alguns ajustes e acabamentos ainda precisam ser feitos, mas o Comitê Rio 2016 garante que tudo estará pronto para os Jogos. “A pista de aquecimento vai ficar pronta com todas as observações que foram feitas aqui. Já começamos também a mexer na pista de aquecimento para lançamento e arremesso (para o atletismo olímpico), que é aqui do lado. Estamos em contato com o CPB, com a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), com o IPC e com a Federação Internacional de Atletismo (IAAF) para nos ajudar nos ajustes até os Jogos”, disse Agberto Guimarães, diretor executivo de Esportes do Rio 2016.

Acessibilidade
De acordo com Craig Spence, do IPC, algumas áreas precisam ser melhoradas no que diz respeito à acessibilidade. “Precisamos melhorar um pouco, particularmente nas áreas para os espectadores e nos corredores de acesso para os atletas. E é nisso que vamos concentrar nossas ações agora”, afirmou.

Para Ciro Winckler, do CPB, as adaptações são parte do legado que ficará para a população e os atletas que vão utilizar o Engenhão após os Jogos. “O estádio foi construído já com todas as normas de acessibilidade, mas o que acaba sendo o conflito do Engenhão é que vivemos no país do futebol, então existe uma lógica de futebol no estádio: o corredor de entrada para os atletas não é pensado para cadeiras de roda. Ajustes, com rampas, estão sendo feitos para que o atleta tenha acesso à área de competição e premiação, e isso vai ficar de legado pós-Jogos”, explicou.

A atleta cadeirante Raissa Rocha Machado achou grande a distância até a área de competição. “Da câmara de chamada até chegar onde a gente tem que competir, está muito longe. A gente tem que dar a volta inteira e isso atrapalha o aquecimento. A gente aquece mais do que pode, porque a gente vem empurrando a cadeira. Muitas pessoas que têm perna amputada também têm dificuldades. A estrutura está superbonita, a única coisa que atrapalha é essa questão da distância”, disse.

“Existem coisas que você pode mudar e outras que não. Em qualquer estádio, você não consegue colocar tudo perto. O posicionamento da área de aquecimento é só um. O que pudermos fazer para minimizar o transtorno para os atletas será feito”, explicou Agberto Guimarães.

Segurança seguiu o modelo que será implementado nos Jogos. (Fotos: Carol Delmazo e André Motta/brasil2016.gov.br)Segurança seguiu o modelo que será implementado nos Jogos. (Fotos: Carol Delmazo e André Motta/brasil2016.gov.br)

Segurança
Seguindo o modelo que será adotado nos Jogos, 330 homens de diversos órgãos de segurança foram acionados para o evento, incluindo 208 da Força Nacional. A avaliação do trabalho, de acordo com o Diretor de Operações da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça (Sesge-MJ), Cristiano Sampaio, é positiva.

“Na instalação, temos um centro de coordenação de segurança local, que cuida do cercamento para dentro. A gente testou a coordenação e a comunicação deste centro com o centro setorial, que funciona no estádio Maracanã e cuida da chamada região Maracanã e, ao mesmo tempo, ativamos o centro regional, que vai integrar as quatro regiões de competição”, explicou. “O evento transcorreu com tranquilidade. Tivemos atividades desde a supervisão do controle de acesso, a varredura dos veículos, passando pela segurança do campo de jogo, do patrimônio, até o policiamento externo, e isso integrado com alguma atividade de segurança privada”, acrescentou.

Ao colocar em prática o plano integrado de ação, alguns protocolos foram testados, como em um episódio de uma mochila esquecida no estádio, no dia 18 de maio. “A célula de inteligência foi ativada e rapidamente. Você aciona um protocolo, recupera imagens, porque a ideia é tentar identificar se aquela mochila foi esquecida ou se apresenta uma ameaça. O protocolo foi acionado adequadamente e foi detectada a pessoa que esqueceu”, contou.

A revista rigorosa na entrada, reforçou Cristiano, é algo a que o público tem que se acostumar. “Passar pelas raquetes de detecção de metais é mais trabalhoso (nos Jogos haverá aparelhos de raio-x), então a fluência nos Jogos será maior, mas as pessoas têm que se acostumar com o conceito de segurança, com a ideia de que a instalação é segura. Daqui a pouco a gente começa a montar as estruturas definitivas, aí teremos o mesmo resultado com menos esforço”, explicou Cristiano Sampaio.

Foto: André Motta/brasil2016.gov.brFoto: André Motta/brasil2016.gov.br

Resultados
Um dos destaques do dia foi Felipe Gomes, que ganhou a terceira medalha de ouro no campeonato, nos 400m da classe T11. Ainda melhorando a sincronia com o novo guia, Jonas Alexandre, o resultado da competição agradou o velocista. “O Jonas é um guia que está aprendendo a guiar, mas tem se mostrado muito capaz, além de ser ex-atleta. Estou confiante na parceria. Foi nossa primeira competição juntos e foram três ouros, isso nunca tinha me acontecido”, disse, em referência às vitórias nos 100m, 200m e 400m.

O Brasil liderou com sobras o Open Internacional de Atletismo Paralímpico, tendo conquistado 124 medalhas, sendo 49 ouros, 36 pratas e 39 bronzes. “Tivemos resultados excelentes e temos alguns novos atletas aparecendo, mesmo no período próximo aos Jogos. Isso é ótimo e pode modificar os nomes convocados. A gente pode falar que 90% da delegação está fechada e 10% ainda podem ser de gratas surpresas”, encerrou Cio Winckler.

Carol Delmazo e Mateus Baeta, brasil2016.gov.br

Ascom - Ministério do Esporte

Mateus Evangelista vai a dois pódios no evento-teste e desafia chinês que bateu o recorde mundial

Voltando de lesão, Mateus venceu o medo e faturou duas medalhas no Open Internacional. (Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br)Voltando de lesão, Mateus venceu o medo e faturou duas medalhas no Open Internacional. (Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br)

Foram oito meses sem treinar, recuperando-se de fratura no fêmur esquerdo. No retorno às competições pela seleção brasileira, nesta quarta-feira (18.05), no Estádio Olímpico do Rio de Janeiro, o principal adversário de Mateus Evangelista era o medo. Choveu, para deixar tudo ainda mais tenso. Mas o resultado trouxe alívio ao atleta. No primeiro dia do Open Internacional de Atletismo Paralímpico, evento-teste da modalidade para os Jogos Rio 2016, Mateus venceu a prova dos 100m na classe T37, com 11s73, e ainda beliscou um bronze no salto em distância, com a marca de 5,66m.

“Achava que eu ia sentir medo no salto, mas fiz os seis, e não senti dor, o que era o mais importante. Não esperava nem medalhar e consegui o bronze. Nos 100m, me aproximei da minha melhor marca, que é 11s63. Vim para me testar, na próxima vai ser melhor. Saio satisfeito, sem medo, com vontade de treinar”, disse o atleta de 22 anos.

Mateus estava em excelente fase. Em julho do ano passado, quebrou o recorde mundial no salto em distância na classe T37, que já era dele, ao saltar 6,36m na primeira etapa do circuito nacional, em São Paulo. No mês seguinte, faturou três ouros no Parapan de Toronto (100m, 200m e salto em distância).

A animação era grande para disputar o Mundial de Doha, no Catar, em outubro. Mas a fratura no fêmur veio em um treino semanas antes da competição. Em Doha, o chinês Guangxu Shang saltou 6,45m e superou a marca mundial de Mateus. Agora o brasileiro quer dar o troco nos Jogos Paralímpicos, em setembro.

“Eu me lesionei treinando, no aquecimento, fiz a entrada do salto, desequilibrei e na aterrisagem eu travei minha perna no chão e rodei em cima dela. A sorte dele (o chinês que quebrou o recorde) é que eu não estava lá. Isso é porque ele ainda não me conhece. Vamos ver aqui”, desafiou.

Nascido em Porto Velho (RO), Mateus treina no Clube de Atletismo BM&F Bovespa, em São Caetano do Sul (SP). A programação do atleta e do técnico Amaury Veríssimo é voltada para atingir o auge da preparação  nos Jogos Paralímpicos. Como não haverá a disputa dos 200m na classe dele, Mateus vai começar, na próxima segunda-feira (23.05), os treinos para os 400m e espera competir os 100m, os 400m e o salto em distância. As provas de hoje, no Open, serviram também pra conhecer a nova pista do Engenhão, o palco das Paralimpíadas. “A chuva atrapalhou um pouco, mas a pista é bem veloz”, avaliou.

Alan Fonteles (E), que corre com próteses, elogiou a pista do Engenhão. (Foto: Miriam Jeske/brasil2016.gov.br)Alan Fonteles (E), que corre com próteses, elogiou a pista do Engenhão. (Foto: Miriam Jeske/brasil2016.gov.br)

Pista boa sob sol e chuva
A pista do Engenhão foi elogiada tanto pelos atletas que correram quando ainda estava seco quanto por aqueles que foram surpreendidos pela chuva. “Eu sou do Rio, já havia treinado na pista de aquecimento, mas nunca tinha entrado no Engenhão. A pista está linda, muito veloz. A gente sempre ouve falar que a pista está boa, mas quando a gente corre é que realmente sente. Ela está veloz demais e eu sei que ela foi construída há pouco tempo, então a tendência é que ela fique ainda mais rápida”, disse Diogo Ualisson Silva, que venceu sua bateria nos 100m T12 com a pista seca e depois repetiu a dose na semifinal já com a pista molhada.

Campeão paralímpico nos 200m na classe T43, Alan Fonteles venceu a primeira eliminatória dos 100m mesmo com um trauma antigo assombrando sua mente. “Fiquei um pouco aflito, porque eu já caí em pista molhada, então no subconsciente fica guardado isso. Segurei para manter o ritmo para amanhã (dia da final), mas gostei, me senti bem. A pista é muito boa, muito veloz. Eu vi que a água fica por cima da pista, não penetra, então não tem risco, não tem questão de escorregar nem nada. Vou torcer para que São Pedro pare a chuva, mas independentemente de chuva ou não, tem que fazer um bom tempo e amanhã vou fazer”, prometeu o velocista.

Evento-Teste Atletismo Paralímpico

Atleta da classe T53, Ariosvaldo Fernandes da Silva, o Parré, teve uma experiência diferente, já que corre com cadeira de rodas. Para ele, a chuva atrapalha mais, já que o aro das rodas fica molhado e diminui a aderência. “Deu uma atrapalhada por causa da água na pista. Querendo ou não, a gente perdeu um pouco da aderência e isso diminui a performance. Se a chuva for muito forte e a pista não tiver um escoamento legal, eu já vi casos de ter que adiar a prova. Aqui acho que a água saiu até rápido, não teve problema, a pista está boa. Mas se o tempo estivesse seco, seria melhor”, opinou.

Com tempo seco ou chuva, após ser testada por atletas que utilizam próteses, cadeiras de rodas, guias e sapatilhas, a pista do Engenhão se saiu muito bem. “Com a gente não tem tempo ruim”, resumiu Felipe Gomes, que venceu sua bateria nos 100m T11.

Parré venceu a prova da classe T53 com a pista molhada. (Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br)Parré venceu a prova da classe T53 com a pista molhada. (Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br)

Resultados
Neste primeiro dia de competições no Open, o Brasil conquistou 17 medalhas, sendo oito de ouro, quatro de prata e cinco de bronze. Confira todos os resultados do dia aqui.

Carol Delmazo e Mateus Baeta, brasil2016.gov.br

Ascom - Ministério do Esporte

Obras do Centro de Iniciação ao Esporte avançam no Piauí

Foto: Roberto Castro/MEFoto: Roberto Castro/ME
 
A população da região do Vale do Gavião, em Teresina, vê nascer no bairro um dos legados de infraestrutura esportiva dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016. O Centro de Iniciação ao Esporte (CIE), voltado para a prática de 13 modalidades olímpicas e seis paralímpicas, avança para cerca de 40% de execução de obra. O equipamento é o segundo mais adiantado no país, atrás de Franco da Rocha, no interior de São Paulo, com 60% concluídos. 
 
Os CIEs têm como objetivo identificar talentos, formar novos atletas e incentivar a prática esportiva. A população piauiense contará na capital com a estrutura do Módulo 3 do CIE, incluindo Ginásio Poliesportivo com arquibancada para 177 lugares, estrutura de atletismo e área de apoio – administração, sala de professores/técnicos, vestiários, chuveiros, enfermaria, copa, depósito, academia, banheiros.  
 
Foto: Roberto Castro/MEFoto: Roberto Castro/ME
 
“Essa é uma região de expansão da cidade, que tem um conjunto significativo de casas. O equipamento dará a oportunidade para que os alunos da nossa rede educacional, que tenham se destacado no esporte, possam ter uma estrutura adequada para a prática esportiva”, explicou o prefeito da capital, Firmino Filho. 
 
O bairro Vale do Gavião está em processo de ocupação. A estimativa é que a região tenha cerca de 20 mil habitantes. Segundo Firmino Filho, “a infraestrutura integrará toda a parte esportiva das escolas municipais da região.”  
 
A estrutura esportiva conta com investimento de cerca de R$ 3,8 milhões do Governo Federal. O estado do Piauí terá mais dois CIEs: em Parnaíba e Picos. O projeto de Centro de Iniciação ao Esporte alcança todas as regiões brasileiras, somando 245 unidades em 232 municípios do país.
 
Estrutura da futura pista atletismo (Foto: Roberto Castro/ME)Estrutura da futura pista atletismo (Foto: Roberto Castro/ME)
 
Breno Barros
Ascom – Ministério do Esporte
 
 

Pista do Engenhão passa no teste do atletismo

Foto: Gabriel Heusi/ brasill2016.gov.brFoto: Gabriel Heusi/ brasill2016.gov.br
 
Foram três dias de Campeonato Ibero-Americano de Atletismo, mais de 400 atletas e uma grande oportunidade de avaliar o Engenhão, o Estádio Olímpico do Rio 2016. Velocistas e fundistas aprovaram a pista de competição, considerada rápida e à altura dos principais palcos da modalidade no mundo. Atletas das provas de campo também gostaram de suas áreas de disputa. A pista de aquecimento, feita com o mesmo material da principal, recebeu elogios da maioria dos participantes, mas alguns observaram que ela ainda não está 100% finalizada. O estádio de forma geral passa por ajustes para os Jogos Olímpicos.
 
“Dá pra ver que o estádio ainda passa por reforma, mas as pistas de competição e aquecimento estão muito boas. Já estive em vários estádios olímpicos e este é tão bom quanto os outros. Ele é menor, e penso que isso vai deixar tudo mais intimista. Acho que vários recordes serão quebrados”, disse o norte-americano Brandon Johnson, bronze nos 800m no evento-teste.
 
Pista de aquecimento deve ser finalizada nesta semana. (Foto: Miriam Jeske/brasil2016.gov.br)Pista de aquecimento deve ser finalizada nesta semana. (Foto: Miriam Jeske/brasil2016.gov.br)
 
“Tudo funcionou bem, só não foi colocada a areia das caixas da pista de aquecimento, mas como ninguém estava usando no aquecimento, não fez falta. O resto está perfeito”, avaliou Keila Costa, que disputou o salto em distância e salto triplo, provas em que já tem índice para o Rio 2016. Segundo o diretor executivo de Esportes do Comitê Organizador, Agberto Guimarães, a pista de aquecimento deve ser finalizada ainda nesta semana.
 

O dominicano Luguelín Santos mostra o adesivo fixado na camisa, novidade que foi testada no Ibero-Americano. (Foto: Carol Delmazo/brasil2016.gov.br)O dominicano Luguelín Santos mostra o adesivo fixado na camisa, novidade que foi testada no Ibero-Americano. (Foto: Carol Delmazo/brasil2016.gov.br)Vice-campeão dos 400m em Londres 2012, o dominicano Luguelín Santos gostou da pista, mas observou que ainda há trabalho a fazer no Engenhão, e que vestiários e banheiros poderiam estar melhores. Agberto pontuou que a Prefeitura do Rio de Janeiro fará ações de manutenção no estádio.

“Eles vão limpar, tem lugar que vão pintar, vão arrumar as cadeiras que estiverem quebradas, vão terminar os assentos temporários, é trabalho de responsabilidade da prefeitura. Nossa equipe de Desenvolvimento de Instalação Esportiva faz um acompanhamento disso pra ter certeza de que tudo que é necessário para os Jogos a gente vai receber”, explicou, fazendo referência à colocação das 15 mil cadeiras que aumentarão a capacidade do Engenhão de 45 mil para 60 mil lugares.

Sem alfinetes
Um detalhe que pode não ser notado pelo público geral, mas que faz diferença para quem vai pra pista, foi testado no Ibero-Americano. Ao invés de os papéis com nome e número de identificação dos atletas serem anexados ao uniforme com alfinetes, eles foram colados na roupa. Inovação que, caso tenha aprovação da Federação Internacional de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês), será aplicada em agosto.
 
“É uma novidade que a patrocinadora dos Jogos, em concordância com a Federação Internacional de Atletismo, resolveu testar aqui, as máquinas fazem os números na hora. É positivo tudo que você fizer para facilitar a vida do atleta. Em todos os Jogos que competi, sempre me furava com o alfinete. O papel fica embolado, tem que tirar para lavar a camisa. Este você prega e acabou. É um adesivo super fino, muito parecido com o tecido da camisa do atleta”, explicou Agberto Guimarães, que é ex-atleta dos 800m e 1.500m.
 
“Não pesa, é ótimo. Colocam bem rápido, em cinco minutos. Ficou sensacional”, aprovou o dominicado Luguelín Santos.
 
Tecnologia de resultados
Um dos aspectos-chave do teste do Engenhão foi a tecnologia de cronometragem e resultados. A empresa responsável por esse serviço está trabalhando com câmeras com mais definição e sensores mais apurados nos blocos de partida para detectar uma falsa largada, entre outras novidades. Agberto fez avaliação positiva da experiência.
 
Questionado sobre a defasagem em informações de algumas marcas pessoais dos participantes, exibidas nos telões e presentes nas listas entregues aos jornalistas, ele explicou que os dados foram fornecidos pelas federações nacionais e que a checagem para os Jogos Olímpicos é diferente e rigorosa.
 
“Nos Jogos, todos os atletas são inscritos pelo comitê olímpico do país. Temos uma equipe que faz a inscrição de todos os atletas. Essas inscrições são acompanhadas pela federação internacional de cada esporte para validar se você que está inscrito naquela prova fez realmente o índice. Validando, a gente tem isso no sistema. Aí vem a reunião de registro das delegações, feita antes da entrada dos atletas na vila, para conferir. A partir dali o atleta pode competir nos Jogos”, detalhou.
 
O Engenhão recebe ainda nesta semana, de 18 a 21 de maio, o Open Internacional de Atletismo, evento-teste da modalidade para os Jogos Paralímpicos Rio 2016.
 
Tecnologia de cronometragem e resultados é um dos aspectos-chave no atletismo. (Foto: André Motta/brasil2016.gov.br)Tecnologia de cronometragem e resultados é um dos aspectos-chave no atletismo. (Foto: André Motta/brasil2016.gov.br)
 
Carol Delmazo, brasil2016.gov.br

Ascom - Ministério do Esporte

Brasileiras fazem dobradinha com índice olímpico nos 100m com barreiras

Dobradinha brasileira nos 100m com barreiras. (Foto: André Motta/brasil2016.gov.br)Dobradinha brasileira nos 100m com barreiras. (Foto: André Motta/brasil2016.gov.br)
 
Gol aos 45 minutos do segundo tempo, valendo título de campeonato. Foi assim que Maila Paula Machado comparou o resultado de 12s99 obtido nos 100m com barreiras, nesta segunda-feira (16.05), na última etapa do Campeonato Ibero-Americano de Atletismo. A marca foi um centésimo abaixo do índice olímpico (13s). A festa foi ainda maior porque Fabiana Moraes também garantiu participação nos Jogos Rio 2016, com o melhor tempo da noite: 12s91. Dobradinha brasileira no Estádio Olímpico, o Engenhão, no Rio de Janeiro.
 
“Tem coisa melhor que fazer o índice olímpico a um centésimo? Não tem sensação melhor. Estou muito feliz, porque a última vez que corri 12s foi em 2006, há dez anos. Você não imagina o que é ver no placar o comecinho 12. Não importa se é 12s99. Hoje, só eu e ela (apontou para Fabiana) fazemos esse tempo. Estou grata por ter saído esse índice da forma que foi e onde foi”, comemorou Maila.
 
A atleta não estava na lista inicial da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) para a disputa. No entanto, a titular Adelly Santos teve que ser substituída devido a uma contusão de última hora. Maila vinha de um período difícil, ficou um ano sem treinar, fazendo reabilitação após passar por uma cirurgia no tendão de Aquiles do pé esquerdo no final de 2013. “O que viesse eu estava satisfeita. Estava feliz pelo meu retorno”, disse. “O ano passado eu treinei, mas não da forma que eu tinha que treinar. Aí consegui fazer uma base inteira, que era o que eu estava pedindo para o meu treinador (o cubano Santiago Antunes). Não senti dor e agora a gente vê o resultado”.
 
A corredora vai para a sua terceira Olimpíada, já que competiu em Atenas 2004 e Pequim 2008. Mas, aos 35 anos, os Jogos Rio serão diferentes: “Esta terá um gosto especial”, resumiu.
 
Fabiana Moraes vibrou muito com o índice olímpico. (Foto: André Motta/brasil2016.gov.br)Fabiana Moraes vibrou muito com o índice olímpico. (Foto: André Motta/brasil2016.gov.br)
 
Correndo para a galera
A carioca Fabiana Moraes estava próxima de conseguir o índice olímpico nos 100m com barreiras. No entanto, a prova de hoje serviu como uma retomada para a atleta, que cruzou a linha de chegada em primeiro. “Acho que eu vinha errando 70% da parte técnica nos treinos e nas competições. Vinha perdendo para todo mundo. Não aguentava mais perder pra essa mulherada que estava aí hoje”.
 
Quando o resultado apareceu no placar, ela gritou, pulou, deitou na pista. “Eu não sabia que tinha vencido a prova. Vi que tinha alguém do meu lado na hora que eu desci da barreira, mas tive tranquilidade e paciência para fazer tudo que vinha treinando e para fazer a chegada certa. Muita gente perde a corrida na chegada”. Para terminar, ela comemorou junto à torcida.
 
“Estou muito feliz por estar aqui, em casa, com essa torcida - minha família, os técnicos que me iniciaram no atletismo. Todo mundo aí o tempo todo, desde lá fora até entrar no estádio. Até o árbitro! É gente que me viu crescer nesse Rio de Janeiro, que viu minhas lutas”, disse ao celebrar a primeira Olimpíada da carreira.
 
Com as medalhas da noite desta segunda-feira, o Brasil conquistou o nono título em 17 edições do Ibero-Americano de Atletismo, competição válida como evento-teste para os Jogos Rio 2016. A seleção brasileira somou 52 medalhas nos três dias do torneio, que reuniu mais de 400 participantes de 25 países. Foram 16 ouros, 17 pratas e 19 bronzes.
 
Índices conquistados no Ibero-Americano
Além de Fabiana Moraes e Maila Machado nos 100m com barreiras, outros quatro brasileiros conquistaram índice para o Rio 2016 no Campeonato Ibero-Americano. Nos 800m, Lutimar Paes e Kleberson  Davide superaram a marca mínima de 1m46s, respectivamente com os  tempos de 1m45s42 e 1m45s79. Jailma Lima vai representar o país na prova dos 400m. A corredora alcançou a marca de 51s99, abaixo dos 52s20 exigidos.
 
Nos 200m, Kauiza Venâncio fez a marca de 23s18, superando o índice de 23s20. A atleta se junta a Ana Cláudia Lemos, Rosângela Santos e Vitória Rosa, que já haviam obtido o mínimo para o Rio 2016.  Podem ser inscritas nos Jogos Olímpicos somente três atletas por prova. Sendo assim, segundo os critérios da CBAt, serão convocadas a campeã do Troféu Brasil e as duas primeiras do ranking em 2016, desde que tenham o índice. O período de reconhecimento das marcas mínimas começou em 1º de maio de 2015 e vai até 3 de julho de 2016, quando termina o Troféu Brasil.
 
Ana Cláudia Lemos está suspensa por cinco meses, contados a partir de 3 de fevereiro, por ter sido pega no doping. O período se encerra justamente no Troféu Brasil, mas, segundo a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), a Agência Mundial Antidopagem (Wada, na sigla em inglês) vai recorrer.
 
Gabriel Fialho, brasil2016.gov.br

Ascom - Ministério do Esporte

Do Chade para Lavras, a obstinação de Youssouf em busca do sonho olímpico

Sabe aquela expressão brasileira típica: “Depois passa lá em casa”? Youssouf Mahamat Goubaye, de Chade (país no centro-norte da África), levou ao pé da letra. O velocista, que disputou os 200m do Ibero-Americano de Atletismo, no Estádio Olímpico do Rio de Janeiro, aceitou o convite feito pelo técnico Fernando Roberto de Oliveira e, com esforço e determinação, deixou Djamena, sua cidade natal, para desembarcar em Lavras, no interior de Minas Gerais.
 
O convite surgiu em conversa informal no aeroporto de Cali, na Colômbia, após o Mundial de Menores, em julho de 2015. Fernando Oliveira esperava o voo e batia um papo com um treinador português, quando Youssouf sentou ao lado deles. A partir daí, o diálogo passou para o francês, língua do Chade: “Perguntei de onde ele era e ele contou a história dele... O que me causou surpresa foi ver um rapaz tão jovem sair de seu país, chegar na Colômbia sozinho, fazer credenciamento, participar de congresso técnico. É diferente participar de um evento internacional desse nível sem dominar inglês, sozinho e sobreviver tranquilo”, relembra o professor de Educação Física da Universidade Federal de Lavras (Ufla).
 
Youssouf e Fernando: parceria teve início de forma inusitada, numa conversa num aeroporto na Colômbia. Foto: Miriam Jeske/Brasil2016.gov.brYoussouf e Fernando: parceria teve início de forma inusitada, numa conversa num aeroporto na Colômbia. Foto: Miriam Jeske/Brasil2016.gov.br
 
Quando o corredor contou a realidade do atletismo em sua terra natal, Fernando fez o convite para Youssouf conhecer Lavras. A universidade estaria pronta para recebê-lo. “Só que eu não dei a devida importância. Se realmente ele desse jeito, acabaria levando, mas não dei muita força e não acreditei que fosse acontecer”. No entanto, para o atleta aquela era a oportunidade de conseguir melhorar na carreira. “As pistas de Chade são muito ruins, aqui é bom para fazer competições. Diferente. No meu país não tem pista normal”, diz Youssouf.
 
Após a conversa na Colômbia, o atleta não falou mais com o técnico brasileiro nem tinha seus contatos. A próxima chance de reencontro foi no Mundial de Pequim, em agosto do ano passado. Youssouf encontrou o brasileiro João Vitor de Oliveira, corredor dos 110m com barreiras, e pediu ajuda para encontrar Fernando. “Aí o João Vitor pensou que era o professor Luiz Roberto, ex-treinador do Joaquim Cruz, que trabalhava com uns africanos. Mas o Luiz disse que não conhecia o Youssouf. Engraçado que recentemente o João se lembrou disso quando viu a foto dele lá em Lavras: ‘Pô, esse moleque me procurou, que felicidade! Coisa louca, o cara está em Lavras mesmo”.
 
Tudo pela internet
Sem sucesso na empreitada, o atleta africano recorreu às redes sociais. Desta vez deu certo e ele retomou o contato com Fernando. “Falei para ele que não podia pagar a passagem, mas que se ele conseguisse isso, em Lavras a gente teria moradia, alimentação e estudos. Aí ele ficou dois meses conversando comigo”. Quando o professor começou a achar que o projeto não iria para frente, Youssouf deu a notícia: “Comprei a passagem”. O atleta vendeu celular, computador, trabalhou semanas para juntar dinheiro e ainda contou com a ajuda do pai.
 
Youssouf em ação durante o Ibero-Americano de Atletismo, evento-teste no Estádio Olímpico do Rio. Foto: Washington Alves/CBATYoussouf em ação durante o Ibero-Americano de Atletismo, evento-teste no Estádio Olímpico do Rio. Foto: Washington Alves/CBAT
 
Pronto. Mas, e os documentos? “Ele descobriu que não tinha representação diplomática do Brasil no Chade e a mais próxima era em Camarões. Foi mais uma novela. Ele tinha que localizar documentos escolares, parece que no Chade a coisa não é bem organizada”, relata o treinador, com um sorriso de felicidade por poder contar a história. Fernando ajudou no contato com a embaixada e Youssouf pôde fazer tudo pela internet. Do Chade, o atleta seguiu para Adis Abeba, capital da Etiópia (sentido leste), para depois cruzar a África rumo ao oeste e desembarcar em São Paulo. Neílton Moura, treinador da BMF, recebeu o visitante a pedido de Fernando e o colocou num ônibus rumo a Lavras.
 
“Quando ele chegou, eu olhei: ‘Rapaz, você veio mesmo. Sou obrigado a reconhecer que vou ter que tratá-lo de forma especial, porque você conseguiu”, Fernando descreve, olhando para a pista do Estádio Olímpico. Um olhar de alegria e esperança. “Você viu a combinação de fatos? Tem uma energia aí, que fez com que ele se atraísse pela ideia”.
 
Aprimoramento técnico e no idioma
Há três meses no Brasil, Youssouf, que vai completar a maioridade em 27 de junho deste ano, tem se adaptado bem ao país. Mulçumano, ele disse que a única dificuldade com a alimentação é não comer carne de porco. Nada de feijoada.
 
Na universidade, o chadiano se esforça para aprender o português, idioma em que já se comunica bem. Ele ainda ensina francês aos colegas, que se esforçam para aprender. “No primeiro momento eu não sabia conversar. Tive dificuldade. Falava em francês com o professor Fernando e alguns amigos”. O uso de tradutores, em celular ou no computador, também ajudou no aprendizado da língua.
 
No dia seguinte à chegada em Lavras, Youssouf já foi fazer o que mais gosta: correr. “Percebemos que ele é talentoso, mas tem desequilíbrios musculares. Ainda falta técnica. Ele não tinha o hábito de treinar todos os dias no país dele. Agora está adquirindo”, avalia Fernando. “Pouco a pouco ele está tomando corpo e melhorou dimensões técnicas da corrida. Ele tinha inflamações sérias na canela, que o impediam de treinar direito. Descobrimos uma fragilidade em termos de força muscular”, prosseguiu. Mesmo assim, o corredor conseguiu boas marcas. Na eliminatória dos 200m do Ibero-Americano, ele fez 21s39, melhor tempo dele no ano. Na primeira semifinal, Youssouf chegou em oitavo com 21s44 e ficou fora da final.
 
“Essa é a sétima competição dele. Antes de vir para o Brasil ele tinha participado de quatro. Treinava para os campeonatos e depois ficava um tempão sem treinar. Ele jogava futebol também, na família dele tem muito boleiro. Pensei: ‘Se o cara sem fazer nada, conseguiu esses resultados, é porque é bom para caramba’. Alguém que consegue construir para sua vida uma história dessa, é alguém com um espírito guerreiro”, define Fernando.
 
A paixão pelo futebol, aliás, fez a família de Youssouf se aproximar do Brasil antes mesmo do filho morar aqui. “Eu conversei com muitas pessoas do meu país. Meu pai gosta que eu viva aqui. Uma pessoa na universidade me disse que eu poderia fazer estágio nos Estados Unidos, mas meu pai disse que não. Eles gostam do Brasil. Desde pequeno torcemos pelo Brasil no futebol”.
 
Rede Nacional
O Centro Regional de Iniciação ao Atletismo (Cria – Lavras) começou como um projeto de extensão da Ufla. Ao ver que o filho queria começar a treinar atletismo, Fernando Oliveira convidou outras crianças para iniciar uma escolinha. “Montei um grupinho para meu filho não correr sozinho e chamei algumas crianças. Acabou que montamos um grupo forte. E fomos campeões brasileiros sub 18 em Maringá em 2012. Isso fez o projeto crescer”.
 
Pista da Universidade de Lavras, onde Youssouf faz sua preparação: montada com recursos do Ministério do Esporte, integra a Rede Nacional de Treinamento. Foto: Ministério do EsportePista da Universidade de Lavras, onde Youssouf faz sua preparação: montada com recursos do Ministério do Esporte, integra a Rede Nacional de Treinamento. Foto: Ministério do Esporte
 
Hoje o Cria atende a mais de 1500 alunos da região e conta com apoio de empresas e dos governos Federal, estadual e municipal para o custeio das despesas. Os jovens também tiveram o reforço de uma pista de atletismo nova, com oito raias, apta a buscar certificação internacional nível 2 da IAAF (Associação Internacional das Federações de Atletismo, na sigla em inglês). A estrutura foi construída com recursos de R$ 9,6 milhões do Ministério do Esporte e integra a Rede Nacional de Treinamento.
 
“Você ver crianças carentes, a maior parte recebendo Bolsa Família, morando em casas feitas pelo governo e, apesar das dificuldades, elas conquistaram essa pista, é motivo de orgulho absurdo”, afirma Fernando Oliveira, que explicou que antes a pista era de terra (saibro).
 
Uma estrutura que pode fazer a diferença para o talento de Youssouf despontar. “Aqui no Brasil tem muita competição e elas são com cronômetro digital. No Chade, muitas competições nacionais não têm e você não sabe o tempo que fez”, compara o corredor, que tem grandes chances de ser o indicado pelo seu país nos Jogos Rio 2016. No atletismo, as nações podem indicar um mínimo de competidores, mesmo sem índice. Se conseguir, ele com certeza se sentirá correndo em casa.
 
Gabriel Fialho, do Rio de Janeiro 
Ascom - Ministério do Esporte 
 

Sebastian Coe chega ao Engenhão de trem e mostra otimismo com o Rio 2016

Sebastian Coe (centro), ao lado de Carlos Arthur Nuzman (direita). Foto: Miriam Jeske/brasil2016.gov.brSebastian Coe (centro), ao lado de Carlos Arthur Nuzman (direita). Foto: Miriam Jeske/brasil2016.gov.brO presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês), Sebastian Coe, visitou o Estádio Olímpico, no Rio de Janeiro, na tarde deste domingo (15.05) e demonstrou otimismo com os Jogos de agosto. Ele disse que teve uma boa impressão do Engenhão, sem dar muitos detalhes, e convocou o público brasileiro a comparecer às disputas da mais nobre das modalidades olímpicas.
 
“As linhas de visão são boas, eu posso imaginar o estádio cheio. As pessoas têm que comprar ingressos. São Jogos Olímpicos e elas terão a oportunidade de ver na cidade não só os melhores atletas desta geração, mas alguns dos melhores atletas na história do esporte. Usain Bolt estará competindo em várias oportunidades e algumas delas serão de manhã, então não percam a oportunidade de dizer aos seus filhos e netos que você esteve no estádio quando Usain Bolt competiu na sua última Olimpíada”, disse Coe, mencionando o jamaicano bicampeão olímpico e recordista mundial nos 100m e 200m.
 
A pista azul do estádio, que destoa da tradição de piso marrom para a modalidade, foi motivo de brincadeira. “Tivemos uma pista azul em Londres também, não? Ah, não, sou daltônico”, disse.
 
Evento-teste
O Engenhão recebe, até segunda-feira (16.05), o Campeonato Ibero-Americano de Atletismo. A competição é o evento-teste da modalidade, momento crucial para indicar ajustes. “Passei um tempo com os delegados técnicos, que estão acompanhando como o evento está transcorrendo para os atletas. A grande questão do evento-teste é que te permite absorver todas as coisas sobre as quais você tem que pensar nos próximos 80 dias. Nossa equipe técnica e também o Comitê Organizador estão atentos a isso”, disse Coe, que passou pela experiência de presidir o comitê organizador dos Jogos de Londres 2012.
 
Bicampeão olímpico nos 1.500m, em Moscou 1980 e Los Angeles 1984, além de medalhista de prata nos 800m nas mesmas edições, Sebastian Coe disse que espera foco dos atletas em agosto e aposta em uma atmosfera bem receptiva na capital fluminense.
 
“Espero que os atletas cheguem aqui totalmente focados. Os Jogos são o auge da carreira deles. Acho que vão chegar motivados e vão encontrar uma torcida apaixonada. Acho que o Rio vai dar a eles uma recepção fantástica. Com tudo isso junto, acho que vão competir muito bem”, apostou.
 
Sebastian Coe: passageiro ilustre no trem no percurso entre a Central do Brasil e a Estação Engenho de Dentro, que fica bem em frente ao Estádio Olímpico. (Fotos: Carol Demazo/brasil2016.gov.br)Sebastian Coe: passageiro ilustre no trem no percurso entre a Central do Brasil e a Estação Engenho de Dentro, que fica bem em frente ao Estádio Olímpico. (Fotos: Carol Demazo/brasil2016.gov.br)
 
Atletismo russo
Coe foi questionado sobre a indefinição da participação russa nos Jogos Olímpicos Rio 2016. A IAAF suspendeu o atletismo daquele país de todas as competições da modalidade em novembro do ano passado, após investigação de uma comissão independente da Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) revelar a prática sistemática de doping na modalidade. O país precisa provar que avançou na sua operação antidoping e provocou uma mudança de cultura em relação ao tema. O presidente da IAAF disse que aguarda definição do Conselho da entidade, em 17 de junho, e que não vai comentar o assunto antes.
 
“Como vocês sabem, foi criada uma força-tarefa independente que dará um retorno em junho, em Viena. Eles estão trabalhando muito duro nos últimos quatro, cinco meses para se certificar de que a Rússia seguiu os cinco passos de mudanças que determinamos. Mas eu não vou pré-julgar o que eles vão dizer para o Conselho”, disse.
 
De transporte público
Sebastian Coe optou pelo transporte público para chegar ao Engenhão neste domingo. Foram 23 minutos de trem entre a Central do Brasil e a Estação Engenho de Dentro, que fica bem em frente ao Estádio Olímpico. A viagem foi feita por volta das 15h. Coe foi a pé da estação até o Engenhão, passando pela Praça do Trem, recentemente reformada. Cercado por assessores e membros do Comitê Rio 2016, Coe fez perguntas sobre o legado deixado para a região e foi informado sobre as intervenções feitas no bairro Engenho de Dentro. Ele acessou o Estádio Olímpico pelo Portão Oeste, logo no início da sessão de provas da tarde do segundo dia do Campeonato Ibero-Americano.
 
Foto: Miriam Jeske/brasil2016.gov.brFoto: Miriam Jeske/brasil2016.gov.br
 
Resultados de destaque
Além dos índices obtidos pelo Brasil nos 800m com Lutimar Paes e Kleberson Davide, na manhã deste domingo, Jailma Lima vai representar o país na prova dos 400m dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Pela tarde, a corredora alcançou a marca de 51s99, abaixo dos 52s20 exigidos para disputar as Olimpíadas, e levou o ouro no Ibero-Americano.
 
Na disputa do salto em distância, havia a expectativa de o Brasil alcançar outro índice olímpico, com Mauro Vinícius Silva, o Duda. Mas neste caso, a torcida vai ter que esperar um pouco mais. “Faltou a experiência de competir aqui. É uma pista muito boa e que eu fui melhorando de acordo com os saltos que eu fui fazendo, porque me adaptei a ela”, explicou.
 
O atleta saltou 7.71m, abaixo dos 8.15m que garantiriam participação nos Jogos Olímpicos Rio 2016, e ficou com o bronze. O ouro foi para o uruguaio Emiliano Lasa (8.01m) e a prata para o espanhol Jean Okutu (7.84m). Com duas Olimpíadas no currículo (Pequim 2008 e Londres 2012), Duda mostra confiança em obter a marca.
 
“A preparação está muito forte. Meu técnico disse que neste mês de maio, como os treinos vão afunilando, a tendência é que saia (o índice), ou em junho”, projetou. Ele ainda terá diversos campeonatos no exterior (Senegal, França, Mônaco), além de disputas nacionais, como o Troféu Brasil, para tentar garantir a participação olímpica em casa.
 
Carol Delmazo - brasil2016.gov.br

Ascom - Ministério do Esporte

Kleberson Davide conquista índice para Rio 2016 e supera trauma de Londres 2012

Os Jogos Olímpicos não eram novidade para Kleberson Davide, já que havia participado da edição de Pequim 2008. Mas imagine a sensação de treinar quatro anos para o maior evento esportivo do planeta, conseguir o índice olímpico, viajar para a cidade-sede, conhecer a pista de aquecimento e ver o sonho de entrar no estádio olímpico se desfazer junto com uma febre de 40 graus.
 
Assim foi a história do corredor dos 800m nos Jogos Olímpicos de Londres 2012. Por uma questão médica, ele ficou fora da prova na Europa. Quatro anos difíceis se passaram e, neste domingo (15.05), o Rio 2016 está oficialmente no horizonte de Kleberson. Ele ficou com a medalha de prata nos 800m no Campeonato Ibero-Americano de Atletismo, disputado no Engenhão, no Rio de Janeiro, com o tempo de 1m45s79, abaixo do índice de 1m46s.
 
Foto: Miriam Jeske/brasil2016.gov.brFoto: Miriam Jeske/brasil2016.gov.br
 
“Estava esperando faz tempo, mas entrei confiante hoje, com muita garra. Eu venho de dois, três anos com muitas lesões, sem conseguir dar continuidade nas competições. Hoje, graças a Deus saiu. Agora é continuar o trabalho”, disse.
 
A dolorosa experiência vivida em Londres foi relembrada pelo atleta. Junto com a perda do pai, em 2006, a situação de não participar dos Jogos de 2012 por uma questão médica, tão perto da prova, é considerada por Kleberson um dos momentos mais tristes de sua vida.
 
“Cheguei em Londres já meio mal, não estava conseguindo ir ao banheiro. Tanto o médico quanto o treinador suspeitavam de apendicite. Fui para o hospital, fiquei um dia todo. Dois dias depois, fui para a Vila dos Atletas, mas piorei. Fiquei doente de novo, começou a me dar febre, falta de ar. Infelizmente eu não conseguia fazer nada”, lamentou.
 
Kleberson tomou remédios para passar a febre, mas os 40 graus de temperatura permaneciam. De acordo com o atleta, a causa pode ter sido uma virose, que, além da febre, lhe trouxe uma inflamação na garganta. O tempo instável de Londres também teria ajudado. Na véspera da prova, Kleberson tentou, foi para a pista de aquecimento, mas não teve jeito.
 
“Foi muito duro, muito triste. Mas a gente vive de desafios, de emoções. Isso me fortaleceu mais. Lógico que na época fiquei mal, muito triste, mas nunca baixei a cabeça e nem desisti”, afirmou. “Eu não tenho dúvidas de que vou estar 100% (para o Rio 2016). Isso vai me dar mais motivos para treinar. Vai me dar mais confiança”.
 
Foto: Miriam Jeske/brasil2016.gov.brFoto: Miriam Jeske/brasil2016.gov.br
 
Parceria na vida e nos Jogos
Era hora do aquecimento para a semifinal dos 200m feminino. Em busca do índice nesta prova, Franciela Krasucki deu uma escapada para conferir o resultado dos 800m no Engenhão. Afinal, ninguém acompanha mais de perto a dedicação do marido Kleberson. Ele conseguiu o índice e a esposa, orgulhosa, vibrou.
 
“Tirou um peso também das minhas costas, porque a gente vive a luta um do outro e eu sei o tanto que ele trabalhou, o tanto que ele lutou para conseguir esse índice. Ele vem de quatro anos muito difíceis depois de Londres. Eram muitas lesões e a gente sabia que esse índice ia sair. Agora ele vai ter mais tranquilidade para trabalhar. A vitória dele também é minha”, comemorou a velocista.
 
Franciela ainda não conseguiu o índice para os 200m, mas já tem a marca para os 100m e também deve integrar o revezamento 4x100m. Agora o casal é novamente olímpico (ela também esteve em Londres) e o destino dos dois se mistura tanto que até no sobrenome fica difícil de separá-los.
 
Kleberson Davide e a esposa Franciela Krasucki: casados e, agora, classificados para os Jogos Olímpicos Rio 2016. (Fotos: arquivo pessoal)Kleberson Davide e a esposa Franciela Krasucki: casados e, agora, classificados para os Jogos Olímpicos Rio 2016. (Fotos: arquivo pessoal)
 
Davide ou Kasucki?
Quando se casaram, em janeiro de 2012, um colocou o sobrenome do outro. Assim, Franciela das Graças Krasucki ganhou ao final o Davide, enquanto Kleberson Davide acrescentou o Krasucki. Ela, que sempre foi conhecida pelo sobrenome polonês, agora aparece nas listas de competição como Franciela Davide (último sobrenome), enquanto ele, sempre chamado de Kleberson Davide, consta no “start list” como Kleberson Krasucki. Ambos se divertem com a mistura.
 
“Um negão com nome polonês fica até estranho”, brincou Kleberson. “Na verdade, quando a gente casou, a gente só pensou em pegar um o nome do outro, a gente não pensou no sobrenome (nas provas). A gente estava conversando ontem, acho que a gente tem que trocar, eu passar o Davide antes do Krasucki, porque eu sou conhecida como Krasucki e ele por Davide”, disse Franciela.
 
Seja com Davide ou Krasucki, o fato é que os dois retornarão ao Estádio Olímpico em agosto e, se tudo der certo, sem nenhum empecilho para voltar a correr na pista principal do Engenhão nos Jogos Olímpicos Rio 2016.
 
Outros resultados da manhã
Ainda nos 800m, outro brasileiro conquistou o índice ao vencer a prova: Lutimar Paes, com 1m45s42. O bronze ficou com Brandon Johnson, dos Estados Unidos. A prova feminina foi vencida por Rosibel Mina, da Colômbia, com 2m07s06, seguida pela uruguaia Lorena Sosa (2m08s00) e a brasileira Liliane Mariano (2m08s03).
 
No arremesso de peso, Ahimara Espinoza, da Venezuela, venceu com a marca de 18.19m. A brasileira Geisa Arcanjo, que já tem índice olímpico, fez 17.92m, ficando com a prata. O terceiro lugar foi para a chilena Natalia Duco, com 17.45m. O Campeonato Ibero-Americano de Atletismo, que é evento-teste para o Rio 2016, prossegue até segunda-feira (16.05).
 
Carol Delmazo, brasil2016.gov.br

Ascom - Ministério do Esporte

Atletas de campo avaliam Engenhão no primeiro dia do Ibero-Americano

Atletas em provas de campo no Engenhão. (Fotos: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br)Atletas em provas de campo no Engenhão. (Fotos: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br)
 
Nas avaliações da pista do Estádio Olímpico, o adjetivo “rápida” foi repetido várias vezes no primeiro dia do Campeonato Ibero-Americano de Atletismo, neste sábado (14.05), no Rio de Janeiro. Enquanto velocistas e fundistas testavam seus percursos, o Engenhão também passou pelo crivo dos atletas das provas de campo.
 
No lançamento de martelo, Wagner Domingos, o Montanha, venceu com a marca de 72.18m, ainda distante do índice olímpico (77m), mas deu para avaliar a área de competição. “Está em alto nível. Para nós, o importante é que o piso não esteja nem muito liso nem muito áspero. Aqui está no ponto. A gaiola está no padrão dos melhores estádios”, disse Montanha. Roberto Sawyers, da Costa Rica, ficou com a prata (72.15m) e o outro brasileiro, Allan Wolski, terminou em terceiro (71.69m).
 
Darlan Romani ficou com o ouro na prova de arremesso de peso, com 19.67m. O brasileiro também gostou da área de disputas. “O setor pra gente está bom, não vi ninguém reclamando. Está esfarelando um pouco, mas é detalhe. É cimento, acaba sendo um pouco normal”, explicou. Em segundo lugar na prova ficou o português Marco Fortes (19.05m), seguido pelo brasileiro William Dourado (18.96m).
 
Fabiana Murer venceu fácil no salto em altura ao passar o sarrafo em 4.60m. Diamara Planell, de Porto Rico, terminou em segundo com 4.30m, enquanto a argentina Valeria Chiaraviglio e a brasileira Joana Costa completaram o pódio, ambas com 4.10m. A atual vice-campeã mundial aprovou a área de saltos.
 
“Ela é um pouco macia, mas gosto de pista assim. É veloz, tanto que eu tinha velocidade no fim da corrida, mas faltava um pouco de coordenação por ainda não ter treinado tanto velocidade. O setor do salto com vara está bem feito. Dá confiança de que aqui é possível continuar fazendo boas marcas”, disse a atleta, que já tem índice para o Rio 2016.
 
 
Um detalhe foi destacado por Murer. “Tem um setor do dardo que é bem ali no meio, então existe uma pequena queda para o escoamento d'água, uma coisa sutil, mas que dá para sentir na corrida. Isso ajuda a correr mais rápido. Então está bem colocado o encaixe”, explicou.
 
A velocidade também chamou a atenção no trecho do estádio destinado ao salto em distância. “Achei bacana, gostei muito, não deu problema. A gente tem que sentir que a pista é veloz, e aqui ela é super veloz e te leva para frente”, avaliou Eliane Martins, também já garantida nos Jogos Olímpicos em agosto.
 
Ela venceu a prova deste sábado com a marca de 6.52m, seguida pelas compatriotas Keila Costa (6.43m), outra atleta com índice olímpico – tanto no salto em distância quanto no salto triplo -, e Jéssica Reis (6.31m). Keila também comentou a área de competição. “Eu gosto, são dois setores. A gente fica livre para aquecer durante a prova. A pista é sem comentários, perfeita, rápida. Corri fácil, tranquilo”, disse.
 
 
O que significa pista rápida?
A velocidade da pista, tão citada pelos atletas, foi explicada por quem é familiarizado com ela. Ex-corredor dos 800m e 1.500m e atual diretor executivo de Esportes do Comitê Rio 2016, Agberto Guimarães atribuiu essa característica da pista à densidade do material.
 
“A mesma empresa faz o mesmo piso com densidades diferentes. Uma pista um pouquinho mais dura é mais rápida, como esta. Você tem mais tração”, explicou. Ele também comentou o avanço da tecnologia a cada Olimpíada. “As empresas sempre fazem ajustes nos equipamentos para as edições seguintes dos Jogos Olímpicos. Quem faz a pista de atletismo só vai ser reconhecido se tiver recordes. Isso é o que a gente espera. Ficamos felizes com os atletas dizendo que ela é rápida”, completou. Apesar da densidade alta, segundo Agberto, a pista continua com o amortecimento adequado.
 
Outros resultados da noite de sábado
Nos 100m rasos, Rosângela Santos ficou com a medalha de ouro ao finalizar a prova em 11s24, correndo mais uma vez abaixo do índice olímpico (11s32). A primeira vez que ela superou a marca para o Rio 2016 foi no Troféu Brasil 2015, em maio do ano passado, já dentro do período em que as marcas mínimas começaram a ser reconhecidas para os Jogos Olímpicos. Rosângela também tem índice para os 200m. A equatoriana Angela Tenorio, primeira mulher sul-americana a correr os 100m abaixo dos 11s, no Pan de Toronto 2015, ficou com a prata, com 11s29. Outra equatoriana, Landazuri Marisol, fechou o pódio (11s35).
 
Entre os homens, o dominicano Stanly Cruz venceu os 100m com a marca de 10s27, superando por um segundo o brasileiro Bruno Lins (10s28). O colombiano Diego Echavarría terminou em terceiro lugar, com 10s30. O índice olímpico para esta prova é 10s16. Nenhum brasileiro até agora conseguiu. O período para obtenção do índice termina em 3 de julho, no Troféu Brasil 2016.
 
abiana Murer, ainda ganhando ritmo na temporada, venceu o Ibero-Americano de Atletismo. (Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br)abiana Murer, ainda ganhando ritmo na temporada, venceu o Ibero-Americano de Atletismo. (Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br)
 
Murer: na preparação para agosto
Em ritmo de treino, Fabiana Murer, um dos grandes nomes do atletismo brasileiro, competiu no Ibero-Americano com o objetivo de conhecer melhor a área de salto com vara. “Eu vim para cá sem expectativas de marcas. Ainda estou treinando forte e vou começar a treinar velocidade. Ainda tenho duas semanas fortes de treino para estar no nível de competição. Achei bom, foi realmente um treino para mim, fiz bastantes saltos, que era uma coisa que eu queria”.
 
Fabiana Murer começou saltando na marca de 4.40m, acima da altura que deu a prata à portorriquenha Planell. Realidade bem diferente da que a atleta vai encontrar nas Olimpíadas. Por isso, a vice-campeã mundial tem um plano de treinos bem definido até agosto.
 
“Eu vou para a Europa em julho. Tem mais duas etapas da Liga Diamante, que são em Mônaco e Londres. Depois, volto para o Brasil e vou fazer a preparação em São Caetano (SP), que é onde eu treino, estou acostumada e sei que vou ter todas as condições. Todo o material que preciso está lá. Vou ficar em casa e venho dois ou três dias antes da competição. É perto, tranquilo pegar o voo”, explicou Murer. Ela quer evitar deslocamentos e preocupações com os horários da Vila dos Atletas. “Já sei o caminho para a pista em São Caetano, quanto tempo levo, então prefiro manter minha rotina”.
 
Mesmo tendo dito que o caminho até as Olimpíadas, com muitos treinos e competições, ainda é longo, a atleta já vive a expectativa dos Jogos, especialmente por serem no Brasil. “A expectativa é grande para que cheguem as Olimpíadas. Eu fiz questão de continuar a carreira até 2016. Esse é meu último ano, até pensava em parar antes, mas decidi continuar para ter essa oportunidade de competir uma Olimpíada em casa. Eu acho que vai ser bom, os atletas crescem com o fator casa, a torcida acaba incentivando, a motivação é maior, tem os amigos, a família na arquibancada e isso é muito importante”, completou.
 
Carol Delmazo e Gabriel Fialho, brasil2016.gov.br

Ascom - Ministério do Esporte

Altobeli Silva faz o hino brasileiro tocar pela primeira vez no Ibero-Americano de Atletismo

Altobeli Silva venceu os 3.000m com obstáculos no Engenhão. (Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br)Altobeli Silva venceu os 3.000m com obstáculos no Engenhão. (Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br)
 
A ideia veio na Copa de 1982. O nome do atacante italiano que fez o terceiro gol na final do Mundial, contra a Alemanha, Alessandro Altobelli, inspirou o pai de um paulista de Catanduva. Altobeli Silva nasceu alguns anos depois, em 1990, e também vai participar de um grande evento esportivo. Mas não será a Copa da FIFA, e sim os Jogos Olímpicos.
 
Altobeli conseguiu na semana passada, com 8m28s, superar o índice olímpico nos 3.000m com obstáculos (8m30s) e, na manhã deste sábado (14.05), venceu a prova no Campeonato Ibero-Americano de Atletismo, no Engenhão, no Rio de Janeiro, com 8m33s. A competição também é evento-teste para o Rio 2016.
 
“Eu já sabia que não ia conseguir melhorar a marca, vim pela aclimatação. Soltei no final. Emocionalmente, fiquei feliz demais, acenei para a torcida três vezes, beijei a camisa. É isso que os atletas têm que fazer, entrar sem medo na pista, mostrar que o Brasil tem força”, disse o atleta. Em segundo lugar, ficou o argentino Joaquín Arbe (8m40s21), e o bronze foi para Ricardo Estremara, de Porto Rico (8m40s87).
 
Esta é a terceira competição de Altobeli nos 3.000m com obstáculos depois de muito tempo sem disputar a prova. “Em 2011, fiz uma prova em Piracicaba. Tinha perdido os 5.000m de manhã, achei que era à tarde. Então perguntei: ‘Que prova que tem?’ Tinha os 3.000m com obstáculos. Fiz sem nunca ter treinado e corri em 9m30s. Em 2012, abandonei a prova. Depois de três anos e meio, voltei a fazer este ano. Fiz cinco treinos, competi uma vez, caí no fosso, mas fiquei a cinco segundos do índice olímpico. Na segunda vez, fui lá e fiz”, disse, em referência à quinta etapa do campeonato paulista, em 7 de maio, em São Bernardo do Campo (SP).
 
A última vez que o Brasil teve representantes na prova masculina dos 3.000m com obstáculos foi em Atlanta 1996, com Clodoaldo Lopes do Carmo. Altobeli ainda disputa os 5.000m no Ibero-Americano, na próxima segunda (16.05), em busca do índice.
 
Demais pódios
Das 17 provas disputadas na manhã deste sábado, em quatro os pódios já foram definidos. Nos 3.000m com obstáculos feminino, a argentina Belén Casetta ficou com o primeiro lugar, com 9m42s, e alcançou o índice olímpico para os Jogos Rio 2016. A marca ficou três segundos abaixo do mínimo exigido.
 
A atleta comemorou o fato de poder disputar uma Olimpíada na América do Sul. “Não podia acreditar. Será especial estar aqui, porque também pode vir toda a minha família me ver correr, porque estão próximos”, comemorou Casetta, que no momento da vitória só tinha um desejo: “Não tem como explicar, é uma emoção incrível. Vontade de sair correndo até a minha casa e abraçar a minha mãe”.
 
A brasileira Tatiane Silva conquistou a prata, após ficar a um segundo do índice (9m46s), enquanto a peruana Zulema Arenas, com 9m56s, completou o pódio dos 3.000m com obstáculos feminino.
 
No salto em altura feminino, a norte-americana Chaunte Lowe venceu ao superar 1.96m. O segundo lugar ficou com a brasileira Valdileia Martins, com 1.84m, e o terceiro posto com a espanhola Raquel Álvarez, que saltou os mesmos 1.84m, mas na segunda tentativa.
 
Na outra final desta manhã, Jennifer Dahlgren, da Argentina, lançou o martelo a 65.87m e levou o ouro. As brasileiras Anna Pereira (61.42m) e Mariana Marcelino (60.91m) ficaram com a prata e o bronze, respectivamente.
 
Chaunte Lowe imagina o Engenhão em agosto: "eletrizante". (Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br)Chaunte Lowe imagina o Engenhão em agosto: "eletrizante". (Foto: Gabriel Heusi/brasil2016.gov.br)
 
Avaliações do Engenhão
Belén Casetta adorou a nova pista do Estádio Olímpico. “Está incrível, a pista está muito rápida, muito boa, muito boa a organização”. A brasileira Franciela Krasucki, que está classificada para a final dos 100m na noite deste sábado, também elogiou. “Muito boa. Achei rápida por ser nova. A de fora (de aquecimento) é a mesma coisa, se não me engano é o mesmo material. Eu gostei bastante do que eu senti e tenho certeza que nos Jogos Olímpicos vão sair ótimos resultados aqui”.
 
Campeã mundial indoor do salto em altura em 2012 e detentora do recorde dos Estados Unidos, Chaunte Lowe fez a melhor marca da temporada (1.96m) no Engenhão. A atleta disse que adorou o estádio e comentou a preocupação com o vírus Zika.
 
“O estádio é ótimo. Eu consegui a melhor marca do ano, isso é muito bom. Acima de tudo, eu gosto das pessoas aqui. Elas são muito amáveis e tudo que me deram pra comer foi delicioso. Eu me sinto confortável de trazer minha família, não vi nenhum mosquito. Claro que vamos tomar precauções, tomar água filtrada, usar repelente, mas para ser honesta, você treina sua vida toda para isso. Sou muito mais picada na Flórida”.
 
Lowe, que ainda precisa passar pela seletiva americana em julho, já imagina como vai ser a atmosfera em agosto. “Tem um pequeno grupo de torcedores ali. Eles gritaram tanto, estão tão animados que já deu pra ver que este estádio estará eletrizante nos Jogos com o estádio cheio”.
 
Dartagnan comandando a torcida na arquibancada do Engenhão. (Foto: Gabriel Fialho/brasil2016.gov.br)Dartagnan comandando a torcida na arquibancada do Engenhão. (Foto: Gabriel Fialho/brasil2016.gov.br)
 
Torcida
O público, que teve entrada gratuita ao Estádio Olímpico, mostrou muita animação desde as primeiras horas da manhã. Isaías Moura, 14 anos, morador da Cidade de Deus, acordou às 5h para pegar o ônibus com mais 50 amigos que são de uma escolinha de futebol da comunidade. Pela primeira vez ele viu uma competição de atletismo. “Estou animado, levantei cedo pra vir”, comentou o zagueiro, que pode arriscar correr se não seguir nos campos de futebol. “Estou achando muito legal”.
 
O responsável por levar a garotada para conhecer o Engenhão é Gilmar Sobreira, fundador da escolinha, que atende a 150 alunos no total. “Tenho esse projeto há mais de 30 anos e sempre que posso, fazemos esses passeios. Fico feliz em ver que os meninos estão sendo bem encaminhados na vida”.
 
Para manter a empolgação da torcida, a banda comandada por Dartagnan Jatobá dava a trilha sonora das disputas. Animando o público brasileiro em quatro Olimpíadas e três Pan-Americanos, o músico tem experiência de sobra em grandes eventos. “Somente nas Olimpíadas de Barcelona em 1992, fizemos 31 eventos. Vimos o vôlei ganhar, o Rogério Sampaio, no judô”, lembra. Jatobá teve a iniciativa após sentir o que é competir em um estádio silencioso. “Era judoca e sentia como era entrar no tatame e não ter ninguém apoiando. Então, começamos de forma espontânea com uns amigos de Jacarepaguá e hoje temos uma empresa contratada pela Caixa, que nos apoia”, finalizou.
 
Carol Delmazo e Gabriel Fialho, brasil2016.gov.br

Ascom - Ministério do Esporte

Ministério do Esporte lança edital para projetos de Alto Rendimento

O Ministério do Esporte abriu chamada pública para selecionar projetos de alto rendimento, publicado no Diário Oficial da União (DOU), nesta quarta-feira (11.05), no valor de R$ 150 milhões para as entidades privadas sem fins lucrativos que apresentarem propostas. O edital tem como objetivo ampliar o legado dos Jogos Rio 2016 e fortalecer a Rede Nacional de Treinamento.

“O Governo Federal tem como diretriz que o legado seja amplo, de forma a beneficiar o maior número de modalidades, da base ao alto rendimento. Este edital integra o investimento histórico que estamos fazendo no esporte brasileiro desde que o país foi escolhido, em 2009, para sediar os Jogos de 2016. Manter esse nível de aporte é necessário para que o esporte nacional mantenha um crescimento sustentável. Quem mais vai se beneficiar com isso serão as futuras gerações de atletas”, comentou Ricardo Leyser, ministro do Esporte.

Os recursos serão destinados para a viabilização de equipe técnica multidisciplinar para os atletas e a participação deles em competições nacionais e internacionais; na realização de treinamentos e intercâmbio; na aquisição, instalação, operação e manutenção de equipamentos e materiais esportivos; ações de ciência e tecnologia aplicadas ao desenvolvimento do esporte; capacitação de recursos humanos para atuação técnica e direta com atletas; e administração e custeio de despesas necessárias a preparação, organização, realização e legado dos Jogos Olímpicos e dos Jogos Paralímpicos.

» Confira a íntegra do edital

Cada projeto poderá captar no máximo R$ 35 milhões. Para enviar as propostas, as entidades devem estar cadastradas e aptas no Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse do Governo Federal (Siconv). O Plano de Trabalho deve conter a descrição do objeto, que tem que estar conectado com as metas a serem atingidas; descrição das mesmas metas, quantitativas e mensuráveis, além de atividades ou projetos a serem executados; forma de execução das ações; definição dos indicadores, documentos e outros meios a serem utilizados para a aferição do cumprimento das metas; a previsão de receitas e a estimativa de despesas a serem realizadas e; os valores a serem repassados mediante cronograma de desembolso.

Rede Nacional
A Rede Nacional de Treinamento, aposta do governo federal como legado de infraestrutura esportiva e de nacionalização dos efeitos dos Jogos Rio 2016, pretende interligar as diversas instalações existentes ou em construção em todo o país. A Rede contará com diferentes padrões de estruturas e atenderá dezenas de modalidades, desde a fase de detecção e formação de talentos até o treinamento de atletas e equipes olímpicas e paralímpicas.

Parceria entre o governo federal, estados, municípios e Confederações, a Rede foi instituída pela nova Lei 12.395. A ação também propiciará aprimoramento e intercâmbio para técnicos, árbitros, gestores e outros profissionais do esporte. O trabalho se apoiará na aplicação das ciências do esporte à formação e ao treinamento de atletas.

O objetivo é criar um caminho para o atleta desde a sua entrada na modalidade até chegar ao topo do alto desempenho. Por isso, as instalações terão papéis distintos dentro da Rede, desde aquelas focadas na descoberta do talento, garantindo a formação da base para além de 2016, até as que vão se especializar no treinamento dos atletas das seleções nacionais, com toda a qualificação que isso requer. Somente o investimento em infraestrutura física ultrapassa a marca de R$ 3 bilhões.  

Ascom - MInistério do Esporte

 
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