Calejado por surras, Lugano não inveja estilo espanhol

Thiago Arantes, de Recife, para o ESPN.com.br

Diego Lugano não tem inveja do futebol jogado pelos espanhóis.

"Vocês brasileiros talvez possam ter esperança de jogar como eles. Mas nós, uruguaios, não. Temos um jeito de jogar muito diferente. Desde criança, nosso futebol é muito diferente do deles", diz o capitão da seleção uruguaia, ao ser questionado se os sul-americanos deveriam adotar o estilo do Barcelona, espelhado na seleção campeã mundial.

O Uruguai de Lugano enfrenta a Espanha no domingo, às 19 horas, em Recife, pela Copa das Confederações.

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Lugano e Forlán correm durante treino: capitão quer Celeste fiel a seu estilo
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Diego Lugano poderia ter inveja do futebol jogado pelos espanhóis. Não seria nenhum demérito, e ele teria todo o direito.

Afinal, ninguém sofreu tanto quanto ele nas mãos de Barcelona e Real Madrid, clubes que formam a base da seleção, na última temporada. Jogando pelo Málaga, Lugano cruzou o caminho dos gigantes duas vezes na Liga Espanhola. Foram duas derrotas, ambas por goleada. Dez gols sofridos.

No dia 8 de maio, 6 a 2 contra o Real Madrid; em 1º de junho, 4 a 1 diante do Barcelona.

Lugano estava nos dois jogos. Para o duelo contra a seleção espanhola, Lugano fala em usar lições que aprendeu. "Aprendemos algumas coisas sobre a mentalidade no jogo. Por exemplo, que quando se enfrenta uma equipe que é superior, você tem que se multiplicar e tentar vencê-la".

Multiplicar, sim. Copiar ou, quem sabe, inspirar-se no estilo espanhol, não. "Quando um garoto começar a jogar futebol na Espanha, o pai quer que ele dê dois toques na bola. No Uruguai, os pais pedem para você dar carrinho, ter amor próprio, jogar pelos companheiros... Isso, quando você fica maior, não dá para mudar".

Não dá para mudar, e Lugano também não quer que mude. O capitão gosta de dizer que a seleção atual está "fazendo história com a Celeste". E está: quarta colocada na Copa do Mundo, campeã da Copa América, e agora na Copa das Confederações. É mais do que qualquer outra conseguiu desde os campeões de 1950. Com a chance de conquistar um título inédito.

"É o último título que falta para a Celeste, só falta este título. A motivação e a fome são enormes", diz o capitão. Contra a Espanha, o Uruguai é azarão. Lugano não se importa, pelo contrário. "Sabemos que nossa equipe não é favorita, nem estamos em nosso melhor momento. Mas todos os títulos que conquistamos foram assim", afirma.

E o capitão conclui com uma frase de efeito. Dessas de fazer inveja. "É tão difícil quanto possível."

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